Esfera celeste Constelações Bandeira Nacional Ângulos Sistemas de coordenadas esféricas Projeção da esfera no plano Coordenadas terrestres Coordenadas horizontais e equatoriais Astronomia de posição (I) Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP www.astro.iag.usp.br/~aga210/ AGA 210 – 1° semestre/2016 Esfera Celeste www.astro.iag.usp.br/~gastao/anima/mov/EsferaCeleste480p.mov Esfera Celeste C Po asto llu r x ior sa Ma Ur N • Distância dos astros Jul Ago Jun Betelgeuse aL ác tea Sírius Vi Rigel Nov Canopus β Centauri Cruzeiro do Sul α Centauri Pólo Sul Celeste Nuvens de Magalhães • Astros parecem estar em uma esfera, centrada no observador. Carina Achernar α C et i Spica ran Orion ba • Astros estão “infinitamente” mais distante que qualquer objeto na Terra. Procion de Al L O – distância do horizonte Regulus ≈ 5 km (de pé, na beira do S mar). te r Celes Set o d a – raio da Terra: 6378 km Equ α Hidra – distância da Lua: 380.000 km – do Sol: 150.000.000 km Out Esfera Celeste • Distância dos astros – distância do horizonte ≈ 5 km (de pé, na beira do mar). – raio da Terra: 6378 km – distância da Lua: 380.000 km – do Sol: 150.000.000 km • Astros estão “infinitamente” mais distante que qualquer objeto na Terra. • Astros parecem estar em uma esfera, centrada no observador. Esfera Celeste • A olho nu observamos: – O Sol, a Lua e 5 planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno); – Cometas mais brilhantes; meteoróides que queimam na atmosfera (meteoros); – Cerca de 5000 estrelas; – A Via Láctea (nossa Galáxia) – 3 galáxias: A Pequena e Grande Nuvens de Magalhães, e M31 (galáxia de Andrômeda) Como comunicar nossas observações com o resto da comunidade? Sistema de refêrencia e escala de medida de tempo Esfera Celeste • A objetivo da astronomia de posição ou astrometria é o estudo das posições dos astros na esfera celeste e de seus movimentos. • Desde a pré-história, as sociedades têm um grande interesse pela posição e movimento dos astros. • Estes movimentos, ligados aos ciclos naturais (dia e noite, estações do ano, etc.), regiam as atividades econômicas (plantação e colheita, criação de animais, etc.). • A necessidade de se localizar durante longas viagens, medir a passagem do tempo de modo cada vez mais preciso, estimulou o desenvolvimento tanto da astronomia como de outras ciências como a álgebra e a geometria. Um modo de localizar um evento ou objeto na esfera celeste é associá-lo a um padrão de estrelas. Constelações • Posição relativa das estrelas “fixas” na Esfera Celeste. • Padrões motivados pela Mitologia ou semelhança com animais/objetos Hemisfério Sul Constelações • Posição relativa das estrelas “fixas” na Esfera Celeste. • Padrões motivados pela Mitologia ou semelhança com animais/objetos Hemisfério Norte Constelações • Posição relativa das estrelas “fixas”. • Grupo aparente de estrelas em uma região da esfera celeste. • Asterismo: grupo de estrelas que formam um padrão aparente, geralmente reconhecível. – Por exemplo, as Três Marias na constelação de Órion. – Asterismos podem ser parte ou toda uma constelação, ou ainda agrupar estrelas de várias constelações. • Mitologia: a identificação de grupos de estrelas com animais e divindades documentadas tem origem na Mesopotâmia há cerca de 5 mil anos atrás, durante a Idade do Bronze. • Diferentes culturas tinham (têm) diferentes constelações. Constelações • Hemisfério Sul Constelações • Hemisfério Sul Constelação da Ema Tupi-Guarani Ref.: Germano Afonso em www.telescopiosnaescola.pro.br/indigenas.pdf Constelações • Posição relativa das estrelas “fixas”. • Mitologia • Divisão da esfera celeste em regiões pela UAI em 1928: – 88 constelações, limites traçados em 1930 pelo astrônomo belga Eugène Delporte. – Maioria vem da Mesopotâmia e da Grécia antiga, passando pela Europa renascentista. Uranografia ou cartografia estelar: mapeamento de estrelas, galáxias e outros objetos na esfera celeste. Uranografia de Bayer, 1603, detalhe Centauro Constelações • As estrelas são ordenadas segundo seu brilho aparente. – Sistema proposto por Bayer em 1603 • Geralmente, a mais brilhante é alfa (α), a segunda mais brilhante é beta (β), depois (γ), etc – Quanto termina o alfabeto grego vem A, B, C, AA, AB, AC, . Constelação de Órion Constelações • Pode ser muito prático conhecer algumas constelações – Por exemplo, o Cruzeiro do Sul serve para nos orientarmos. Gama Crux (Rubídea) Delta Crux (Pálida) Beta Crux (Mimosa) Épsilon Crux (Intrometida) Alfa Crux (Estrela de Magalhães) Constelação do Cruzeiro do Sul Crux Constelações • As estrelas em uma constelação não estão próximas e muito menos ligadas fisicamente! Constelações • As estrelas em uma constelação não estão próximas e muito menos ligadas fisicamente! (distâncias fora de escala) Constelações • As estrelas não são realmente fixas: – As constelações se alteram com o tempo (1 segundo ~ 650 anos) www.astro.iag.usp.br/~gastao/anima/mov/MovProprio_Crux_Cen.mp4 Constelações • Movimento próprio das estrelas: movimento na Galáxia. b b ¡ ¡ ¡ ¡ _ b b b ¡ Constelações: bandeira do Brasil • Céu visto do Rio de Janeiro em 15/11/1889, às 8h30 % $ ORDEM E PRO GR ES SO ! # " (1) o Sol já estava acima do horizonte (2) o céu está invertido. Constelações: bandeira do Brasil • Céu visto do Rio de Janeiro em 15/11/1889 Ângulos • Na esfera celeste, medimos distâncias e tamanhos dos objetos com ângulos: – Distância angular; – Tamanho angular. • 360 graus corresponde a um círculo completo tamanho físico, d tamanho angular, θ distância, D Para a moeda de 1 Real, se D = 155 cm, então θ = 1° Ângulos • 1 grau (1°) se divide em 60 minutos de arco. • 1 minuto (1′) de arco se divide em 60 segundos de arco – logo 1° = 60′ = 3600′′. • O olho humano pode distinguir até ~ 1′. • Com o braço estendido, uma mão aberta tem ~ 20°; – o polegar, tem ~ 2°. tamanho físico, d tamanho angular, θ distância, D Para a moeda de 1 Real, se D = 93 m, então θ = 1' Ângulos • Devido à atmosfera, telescópios ópticos clássicos atingem uma resolução máxima de ~ 1′′. • Telescópios com óptica ativa podem chegar a 0,1′′. • O Telescópio Espacial Hubble tem resolução de 0,05′′. • Rádio interferometria chega a 0,001′′. tamanho físico, d tamanho angular, θ distância, D Para a moeda de 1 Real, se D = 5,57 km, então θ = 1"; se D = 111 km, então θ = 0,05". se D = 5570 km, então θ = 0,001" Ângulos • • • • A Lua e o Sol têm um diâmetro aparente de ~30′. Vênus chega no máximo a ~1′ (60′′). Marte ~ 20′′; Júpiter ~ 50′′ (máximos). Plutão ~ 0,1′′. • Ponta do Cruzeiro do Sul até o polo Sul celeste: ~27°. • Tamanho médio das constelações do zodíaco: ~ 30°. • Galáxia de Andrômeda (M31): ~3° x 1°. • Galáxia central de Virgo (M87): ~ 8′. • Bandeira de 1m2 na Lua: ~ 0,0006′′ – A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, que orbitou a Lua tirou fotos da bandeira em 2011. Ângulos http://www.nasa.gov/mission_pages/LRO/news/apollo-sites.html • Bandeira de 1m2 na Lua: ~ 0,0006′′ – A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, que orbitou a Lua tirou fotos da bandeira em 2011. – A 50 km de altitude, ângulo da bandeira ~ 4′′. Sistema de coordenadas esféricas • Principais elementos: Polo Pe queno c Círc lo u írc c n i r ulo p l a ip Plano fundamental Origem Meridiano principal Sistema de coordenadas esféricas • Precisamos de apenas dois ângulos: λ e δ (por exemplo). • δ é medido a partir do círculo principal; – positivo em direção ao polo norte. • λ é medido a partir da origem, ao longo do círculo principal; – o sinal depende da convenção adotada. • Ignoramos por enquanto a coordenada radial, r. Polo Pe queno Círc u círc ulo pri Plano fundamental lo pa nci l Origem Meridiano principal Sistema de coordenadas esféricas • • • • Exemplo: Terra. δ latitude; λ longitude. origem: meridiano de Greenwich. círculo principal: equador. Polo Pe rcu queno cí Plano fundamental lo p Círc nci i r p ulo al Origem Meridiano principal equador Projeção de uma esfera no plano • Deforma superfície e/ou ângulos: p.ex. projeção de Mercator: – neste caso, o ângulo entre latitude e longitude é sempre 90° (como realmente são), mas a superfície (área é deformada) Projeção de uma esfera no plano • Projeção de Mercator: detalhe próximo e distante do equador. Comparação entre superfície do Alaska e Brasil Projeção de uma esfera no plano • Deforma superfície e/ou ângulos: p.ex. Mercator. Mercator mantem ângulos, mas deforma superfícies! O mesmo pode acontecer com projeções da esfera celeste. Projeção de uma esfera no plano • Deforma superfície e/ou ângulos: p.ex. projeção de Aitoff: – neste caso, a área está correta, mas os ângulos estão deformados Sistema de coordenadas horizontais z = Distância zenital A = Azimute h = Altura zênite (altura = 90°) meridiano z passa pelo zênite e nadir h horizonte (altitude = 0°) N A W plano do horizonte do observador L S Nadir Sistema de coordenadas horizontais M • Um astro M tem coordenadas h (altura) e A (azimute). • h é positivo acima do horizonte; o ângulo A aumenta da seguinte maneira: S (0°) W (90°) N (180°) E (270°) Sistema de coordenadas horizontais h A • Um astro M tem coordenadas h (altura) e A (azimute). • –90° ≤ h ≤ +90° ; 0 ≤ A ≤ 360° • O horizonte do sistema de referência não coincide com o horizonte geográfico (relevo). Sistema de coordenadas horizontais h A • As coordenadas dos astros variam ao longo do dia (movimento diário). • Azimute dos astros aumenta (até 360°). • Este sistema de coordenadas depende da posição do observador. Sistema de coordenadas equatoriais • Eclíptica é a trajetória aparente do Sol na esfera celeste durante um ano. • Sol neste ponto: início do outono no hemisfério Sul e da primavera no Norte. Meridiano principal M _ b Equador celeste ¡ tica ponto de Áries, símbolo γ. Polo norte celeste Eclíp • Intersecção do equador celeste com a eclíptica é chamado equinócio vernal ou primeiro Polo sul celeste • Plano Principal: projeção do equador terrestre na esfera celeste o equador celeste. • Prolongamento do eixo de rotação da Terra até os polos celestes. • Ângulos α (ascensão reta) e δ (declinação). • Origem: equinócio vernal ou ponto de Áries. Sistema de coordenadas equatoriais Polo norte celeste Meridiano principal M _ b Equador celeste Eclíp tica ¡ Polo sul celeste • Ascensão reta (medido na direção Leste) é por convenção medido em horas: 1 hora = 15 graus => 24h = 360° • Durante um ano, a ascensão reta do Sol aumenta. • Declinação é positiva na direção do polo celeste Norte e negativa em direção ao polo celeste sul. • As coordenadas equatoriais das estrelas praticamente não se alteram. Sistema de coordenadas equatoriais Eclíptica Equador celeste – início do inverno – início da primavera: – início do verão : α = 0 h, δ = 0° : α = 6 h, δ = +23,44° : α = 12 h, δ = 0° : α = 18 h, δ = –23,44° _ b Equador celeste ¡ tica – início do outono Meridiano principal M Eclíp • Trajetória do Sol ao longo do ano. • Estações do ano (hemisfério Sul): Polo norte celeste Polo sul celeste