Força elétrica e Campo Elétrico 1 Antes de Física III, um pouco de Física I .... Massas e Campo Gravitacional 2 Força Gravitacional: Força radial agindo entre duas massas, m1 e m2. : vetor unitário (versor) 3 Vetor posição: Vetor unitário (ou versor): tal que: 4 Coordenadas esféricas: 5 1. Força atuando em m1: : apontando de m2 para m1. 2. Força atuando em m2: : apontando de m1 para m2. 6 Campo Gravitacional gerado por uma massa M: Por exemplo, o campo gravitacional terrestre: M : Massa da Terra Na superfície, fazendo r igual ao raio da Terra, obtemos o módulo de g aproximadamente igual a 9,81 m/s2 . 7 Campo Gravitacional: Força Gravitacional: Criado por M Sentida por m Força gravitacional entre as massas m e M. 8 Princípio da Superposição O Campo Gravitacional líquido no ponto P é igual à soma vetorial dos campos produzidos por m1 e m2 . Exemplo: 2 De uma forma geral: 1 9 2 1 10 2 1 11 Princípio da Superposição Vamos supor que uma massa m3 é colocada no ponto P. A Força Gravitacional líquida sentida por m3 em consequência da presença de m1 e m2 será: 2 1 12 Cargas elétricas e Campo Elétrico 13 Carga Elétrica Em 600 a.C., os gregos descobriram que, atritado com a lã, o âmbar adquiria a propriedade de atrair outros objetos. âmbar Hoje, podemos afirmar que o âmbar adquiria uma carga elétrica ou se tornava carregado. O termo “elétrico” deriva-se da palavra grega elektron, que significa âmbar. 14 Experimento com bastões de plástico e vidro, atritados com pele e seda. 15 Esse tipo de experimento mostra que existem dois tipos de carga elétrica: O tipo de carga elétrica acumulada no bastão de plástico atritado com pele. O tipo de carga elétrica acumulada no bastão de vidro atritado com seda. - Benjamin Franklin (1706 – 1790) sugeriu denominar de cargas negativas e positivas. + Perceba! Existe uma força de repulsão elétrica entre cargas do mesmo tipo e uma força de atração elétrica entre cargas opostas. 16 17 Fonte: 18 http://www.rc.unesp.br/showdefisica/99_Explor_Eletrizacao/paginas%20htmls/S%C3%A9rie%20Triboel%C3%A9trica.htm Processos de eletrização: Havendo contato: Não Havendo contato – por indução: 19 Na época de Benjamin Franklin, a carga elétrica era considerada como um fluido contínuo. Entretanto, sabemos agora que mesmo os fluidos, como a água e o ar, não são contínuos, mas sim formados de átomos: a matéria é discreta. A carga é quantizada: a experiência mostra que o “fluido elétrico” também não é contínuo, mas constituído de múltiplos de uma certa carga elementar. Isto é, qualquer carga positiva ou negativa q que possa ser detectada pode ser escrita como: q=ne n = ±1, ±2, ±3, … em que e, a carga elementar, tem o seguinte valor: e = 1,6 x 10-19 C Unidade SI de carga: Coulomb – C. 20 Estrutura dos átomos: 1. elétron, que possui carga elétrica negativa igual a -e; 2. próton, de carga elétrica positiva igual a +e; 3. nêutron, que não possui carga elétrica. Os elétrons são mantidos no interior de um átomo pela força de atração elétrica entre o núcleo positivo e os elétrons negativos. 21 Lei de Coulomb Charles Augustin de Coulomb (1736 – 1806): O módulo da força elétrica entre duas cargas puntiformes é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas. 22 Força radial: 23 1. Força atuando em q1: : apontando de q2 para q1. 2. Força atuando em q2: : apontando de q1 para q2. 24 1. Força atuando em q1: : apontando de q2 para q1. 2. Força atuando em q2: : apontando de q1 para q2. 25 Lembram da Força Gravitacional?? Mm Fg G 2 rˆ r m M Portanto, a Força Elétrica (Lei de Coulomb) apresenta a mesma dependência com a distância que a Força Gravitacional: são leis de força simétricas!! Apenas trocamos as massas pelas cargas e a constante G pela constante k. Uma distinção importante: massas sempre se atraem. Cargas, não: de sinais opostos se atraem e de mesmo sinal se repelem. 26 Magnitudes: Força elétrica x Força Gravitacional Exemplo1 : considere duas partículas alfa separadas por uma distância r. Isso explica porque a força gravitacional é praticamente desprezível na descrição de elétrons orbitando um núcleo! 27 Exemplo 2: sistema Terra - Lua Entre dois corpos do tamanho de uma pessoa ou de um planeta, em geral a carga líquida positiva é aproximadamente igual à carga líquida negativa, tal que a Força Elétrica é muito menor do que a Força Gravitacional. 28 29 Superposição de forças – determinando forças resultantes. Exemplo 1: três cargas. Determinar a força elétrica resultante na carga q3 30 31 Lembram do exemplo da Força Gravitacional? 2 32 1 33 Mas, a força líquida sobre q3 é nula, então: Essa é outra posição em que as magnitudes das forças sobre q3 são iguais, porém, apontam no mesmo sentido nessa posição (da esquerda para a direita), não podendo ter 34 resultante nula. Carga da esquerda: 35 36 Campo Gravitacional x Campo elétrico Campo gravitacional criado por uma massa M : Por exemplo, o campo gravitacional terrestre: M : Massa da Terra Força Gravitacional sentida por uma massa m, como consequência do campo gravitacional gerado por M: 37 Campo elétrico: simetria! Campo Elétrico gerado por uma carga puntiforme Q: 38 Linhas de Campo Elétrico: Cargas positivas: Cargas negativas: 39 Linhas de Campo Elétrico para configurações com duas cargas (de mesmo módulo): A cada ponto no espaço, o vetor do campo elétrico é tangente à linha de campo que passa pelo ponto considerado. 40 41 Força Elétrica sentida por uma carga q, como consequência do campo elétrico gerado por Q: Unidade de Campo Elétrico: Newton/Coulomb = N/C 42 Exemplo: Campo elétrico resultante no ponto 3, como consequência das cargas q1 e q2 . 3 Vimos que se posicionarmos uma carga q3 no ponto 3, a força resultante sobre ela será: Portanto, o campo elétrico gerado pelas cargas q1 e q2 no ponto 3 será: 43 Elétron em um Campo Elétrico uniforme: Um elétron é lançado horizontalmente no interior de um campo elétrico uniforme, com velocidade inicial v0 . Determine a equação da trajetória do elétron (despreze qualquer ação da gravidade). Devido ao campo elétrico, o elétron sofrerá a ação de uma força exclusivamente na vertical, dando origem a uma aceleração constante para baixo, cujo módulo é escrito como: 44 Assim, as equações de movimento serão: em que admitimos que o elétron parte da origem e não possui velocidade inicial na vertical. Portanto: 45 Campo Elétrico de distribuições contínuas de carga Para uma carga Q puntiforme, sabemos que o campo elétrico é dado por: Mas, como determinar o campo elétrico, por exemplo, de uma barra carregada com carga Q? Dois exemplos: (a) determinar o campo elétrico em um ponto P ao longo da horizontal; (b) determinar o campo elétrico em um ponto P ao longo de uma linha na vertical cortando o centro da barra. Carga Q uniformemente distribuída ao longo de uma barra de comprimento L. 46 Caso do tipo (a): determinar o campo elétrico no ponto P, passando por uma linha horizontal ao longo da barra, a uma distância b. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo da barra. Indroduzimos a densidade linear de carga : Se a carga Q estiver uniformemente distribuída ao longo da barra de comprimento L, teremos: 47 Assim: Situação limite: Carga Q puntiforme a uma distância . 48 Caso do tipo (b): determinar o campo elétrico no ponto P, passando por uma linha na vertical cortando o centro da barra de comprimento L. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo da barra. 49 50 51 Situação limite: Carga Q puntiforme a uma 52 distância . Caso geral: 53 54 Situação particular 1: 55 Situação particular 2: 56 Determinar o campo elétrico no ponto P, posicionado no centro de um semicírculo de raio R. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo do semicírculo. Se a carga Q estiver uniformemente distribuída ao longo do anel, teremos: 57 58 Determinar o campo elétrico no ponto P, passando por uma linha na vertical cortando o centro de um anel de raio R. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo do anel. 59 Podemos utilizar a simetria do problema! Semelhante ao que observamos no caso da barra de comprimento L, aqui ocorrerá o cancelamento mútuo dos campos elétricos nas direções x e y (ou seja, no plano do anel). Assim, restará apenas a componente ao longo da direção z. Se a carga Q estiver uniformemente distribuída ao longo do anel, teremos: Situações limite: Carga Q puntiforme a uma distância Campo no centro (no plano do anel) . 60 Considere que o anel de raio R do exemplo anterior é mantido fixo e está positivamente carregado (carga uniformemente distribuída). Uma partícula de carga negativa –q é colocada no centro do anel (posição x=y=z=0). A partícula, ajustada para ser restrita a se mover ao longo do eixo z, é então deslocada por uma pequena distância z (com z<<R). Mostre que a partícula descreverá um movimento harmônico simples com frequência de oscilação dada por: O campo elétrico em uma posição z é dado por: Portanto, a partícula estará submetida a uma força dada por: 61 \ \ \ 62 Determinar o campo elétrico no ponto P, passando por uma linha na vertical cortando o centro de um disco de raio R. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo do disco. 63 Mais uma vez, utilizando a simetria do problema, restará apenas a componente ao longo da direção z: Indroduzimos a densidade superficial de carga : Se a carga Q estiver uniformemente distribuída, teremos: 64 65 Situação limite: Série de Taylor em torno de x=a: Portanto, considerando a expansão em torno de x=0: Carga Q puntiforme a uma 66 distância . Alternativamente, como ponto de partida, podemos utilizar o resultado do caso anterior, de um anel carregado. Assim, o campo elétrico resultante para o disco será a soma dos campos elétricos de anéis infinitesimais de raio r. Campo elétrico de um anel infinitesimal de raio r, carregado com uma carga dq: Indroduzimos a densidade superficial de carga : 67 Campo Elétrico de um Dipolo Elétrico: Denomina-se Dipolo Elétrico um conjunto de duas cargas iguais, porém de sinais contrários, separadas por uma distância d. 68 Módulo do Momento de Dipolo Elétrico. Situação limite: Perceba a dependência com !! Motivo: cargas de sinais contrários.69 70 Para um sistema com duas cargas idênticas e positivas (o que não pode ser chamado de dipolo elétrico), teríamos: 71 72 E se as cargas não tiverem o mesmo módulo (o que também não pode ser chamado de dipolo elétrico) ... 73 Torque sobre um dipolo elétrico : vetor orientado da carga negativa para a positiva. 74 Trabalho associado: Torque atua diminuindo . Energia potencial para um dipolo em um campo elétrico 75 Problema: considere duas barras idênticas de comprimento L. Uma carga positiva Q está uniformemente distribuída ao longo de cada barra. As barras estão sobre o eixo x e seus centros são separados por uma distância b > L. Determine a força elétrica que a barra da esquerda exerce sobre a barra da direita. Como já vimos, o campo elétrico gerado pela barra da esquerda a uma distância x de sua extremidade direita é dado por: 76 A força elétrica sobre um elemento diferencial de carga dq da barra à direita será então dada por: 77 A barra da direita exercerá uma força de mesmo módulo sobre a barra da esquerda, porém, com sentido contrário. 78 O resultado anterior pode ser reescrito como: Situação limite: b >> L Série de Taylor em torno de x=a: Portanto, considerando a expansão em torno de x=0: Força entre duas cargas Q puntiformes 79 separadas por uma distância b.