As bodas em Caná da Galiléia - Igreja de Nova Vida em São

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As bodas em Caná da Galiléia
Lucas 17,7-10
Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe
de Jesus, Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento.
Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas
Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
Então, ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser.
Estavam ali seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e
cada uma levava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei d’água as talhas. E
eles as encheram totalmente. Então, lhes determinou: Tirais agora e levai ao mestresala. Eles o fizeram.
Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho, chamou o noivo e lhe
disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho, e quando já beberam fartamente,
servem o inferior: tu, porém, guardaste o bom vinho até agora.
Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua
glória, e os seus discípulos crerem nele. (João 2.1-11)
A família e os valores da sociedade atual
Às vezes, quando leio o texto das bodas de Caná da Galiléia, me pergunto por que
Jesus começou a sinalizar sua presença histórica e divina numa festa, num momento
íntimo da família, na vida do lar, no meio da alegria, junto ao povo. Ele não começou
a sinalizar sua presença num templo, num ambiente estritamente religioso, mas no
meio familiar. Por quê? Porque a família é o grande espaço sagrado de Deus,
porque é na vida da família que deve fluir a graça divina, para trazer sustentação à
Igreja e à sociedade. Foi por isso que Jesus iniciou ali a manifestação de sua
identidade como filho de Deus e filho do homem.
Desejamos, por meio deste texto, considerar algumas coisas a respeito do papel da
mulher e de sua correlação com o homem na vida da família. Esse é um tema
amplo, mas eu pergunto: O papel da mulher em que situação? Em que condições?
Na vida da família.
E, tendo em vista um enfoque sobre a família com os olhos na sua realidade atual,
nós vamos fazer algumas ponderações. Na perspectiva do novo milênio. A família
está tremendamente afetada, dentre todos os componentes da sociedade. Ela está
marcada, minimizada por muitas forças, desvalorizada por tantas outras e, ainda
mais, desafiada a ser a grande esperança neste novo tempo.
Quando eu olho o Antigo Testamento, vejo Habacuque, o profeta da esperança e da
fé no meio da desesperança. Nos capítulos um e três, ele está aterrorizado com a
violência, a injustiça, a dor, a falta do direito, da verdade, com a corrupção. Ele está
estarrecido diante de Deus e diz: Senhor, eu me sinto abalado (3.2). Quantas vezes,
nós homens e mulheres estamos estarrecidos diante de Deus pelas situações em
que nos encontramos e, nesse contexto, Habacuque, do mais profundo do seu ser,
clama: Aviva a tua obra, ó Senhor! No decorrer dos anos, faze-a conhecida; na tua
ira, manifesta a tua misericórdia (3.2).
Ao olharmos o mundo de hoje, sua situação, crises, desafios, especialmente em
relação à família, também devemos clamar: “Aviva a tua obra, ó Senhor, no meio
da família. Manifesta a tua misericórdia à família”. Não podemos continuar de
forma como estamos. Algo novo deve surgir para transformar a água dessa Caná em
vinho, pela graça e poder de nosso Senhor Jesus Cristo.
Algumas condições são favoráveis a essa presença de um avivamento na família.
Quando estamos em crise, por exemplo, crise pessoal, familiar, relacional,
institucional, política, espiritual, religiosa ou moral, é esse o momento de Deus agir,
do avivamento surgir. Quando estamos perdendo o sentido, o objetivo, o vigor de
nossa vida; quando a vida da família está perdendo o seu rumo, está à procura de
um reencontro, é o momento de Deus nos avivar. Quando, depois de lutarmos com
todas as forças e energias, nos sentimos cansados e exaustos, como que
desmaiados, sem conseguir superar e resolver as barreira em nossos lares, é
preciso que uma nova força nos venha. Uma força não nossa, mas de Deus.
O sabor do vinho novo
Jesus está nas bodas de Caná da Galiléia. Por quê? Porque Ele foi convidado para
estar. E as bodas do seu lar, as bodas da família cristã só vão acontecer se nós
acolhermos a presença de Jesus no nosso lar. Se nós percebemos que algo está
faltando. Faltou vinho? Faltou alegria, entendimento, paz? O que falta no nosso lar?
Temos que detectar o que falta. Além disso, precisamos estar atentos à palavra de
uma mulher sábia, Maria: Fazei tudo o que ele nos disser (2.5). Da presença do
Senhor Jesus, do ouvir e seguir o que Ele nos disser e do deixar sob os Seus pés o
que está impedindo o fluir da graça de Deus na família vai depender o alcance ou
não do processo de transformação e mudança que Ele quer realizar em nós e entre
nós. Esse processo pode ser lento ou mais rápido, mas sempre necessário segundo
as circunstâncias.
Deus está falando à família, está dando imperativos à família. Nós temos que
ouvir o que Ele está dizendo à nossa família. Deus precisa também de serventes que
encham as talhas de água, pessoas que cooperem com Ele. Deus precisa de
nossa cooperação para que o milagre aconteça. As nossas responsabilidades
devem ser cumpridas. Depois disso, nós vamos ter a experiência de que a graça
de Deus é melhor do que a vida, porque ela vai suprir o vazio do que “acabou” e
transformar a água num vinho novo, ainda melhor do que o primeiro. E nós seremos
os mestres-salas, que iremos experimentar, em primeira mão, e iremos dizer,
surpresos: O que aconteceu? Normalmente o noivo dá primeiro o bom vinho para
depois dar o pior vinho! Aqui tudo é diferente!
O momento novo da família vai ser muito melhor do que o momento passado, se
Jesus estiver presente, se a graça fluir e se o Espírito Santo nos conduzir.
Autor: Nelson Luiz Campos Leite
Editor do No Cenáculo para a Língua Portuguesa
(Texto extraído do livro Quando o vinho acaba).
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