Zika: Primeira mãe de bebê com microcefalia nos EUA teria

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Zika: Primeira mãe de bebê com microcefalia nos EUA teria
contraído vírus no Brasil
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16 janeiro 2016
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Direito de imagem AP Image caption Mulher havaiana teria sido infectada no Brasil, mas não há
risco de transmissão local, segundo autoridades de saúde
Mãe de bebê com microcefalia nascido no Havaí – que tornou-se o primeiro caso
relacionado ao zika vírus nos EUA – pode ter contraído a doença no Brasil, segundo
o Departamento de Saúde havaiano.
Em comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o governo do Estado do Havaí, disse ter
recebido do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) a confirmação
de que o bebê recém-nascido foi infectado pelo vírus ainda na barriga da mãe.
A mulher, que deu à luz na ilha de Oahu, esteve no Brasil durante o mês de maio de 2015,
quando as autoridades havaianas acreditam que ela tenha contraído zika nos primeiros
meses de gravidez.
No entanto, o Departamento de Saúde afirmou que nem a mãe nem o bebê estão doentes
no momento e que, por isso, não há risco o vírus se espalhar localmente.
Leia mais: Zika: Agência dos EUA pede que grávidas evitem Brasil e outros países
da AL
Leia mais: Mãe de adolescentes com microcefalia ajuda nova geração a desafiar
limites
O principal meio de transmissão do zika vírus é o mosquito Aedes aegypti – que precisa
picar uma pessoa que está doente e carregá-lo para pessoas saudáveis. Especialistas
afirmam, no entanto, que o vírus permanece ativo no organismo por cerca de 15 dias,
enquanto dura a infecção.
Também na sexta-feira à noite, o CDC – principal agência voltada para proteção da saúde
pública nos Estados Unidos – recomendou que gestantes evitassem viajar para o Brasil e
outros 13 países da América Latina onde há transmissão do zika vírus, por causa dos
casos de microcefalia em bebês que estão sendo relacionados à doença.
Atualmente, há casos de zika registrados em Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa,
Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e
Porto Rico. Mas só o Brasil, até o momento, registrou casos de microcefalia.
A Polinésia Francesa, que teve um surto do vírus em 2013 e 2014, também investiga o
aumento de ocorrências da má-formação em bebês.
Em coletiva de imprensa Fiocruz na manhã deste sábado, o Ministro da Saúde Marcelo
Castro afirmou que o alerta do CDC é "prudente", segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Castro também anunciou que, a partir de fevereiro, o governo federal distribuirá um kit de
testes desenvolvido pela fundação, que detecta os vírus que causam zika, dengue e febre
chikungunya.
De acordo com o Ministério, os pacientes com casos suspeitos podem ter resultados até
oito vezes mais rapidamente que os métodos atuais, e a um menor custo. As grávidas
serão priorizadas.
Leia mais: Convulsões, preconceito e falta de estrutura: o drama de um caso grave
de microcefalia
Direito de imagem AP Image caption CDC pediu que gestantes evitassem Brasil e mais 13 países
da América Latina por causa de microcefalia
Zika nos EUA
Em entrevista à BBC Brasil um dia antes da atualização do alerta, o diretor da Divisão de
doenças transmitidas por vetores do CDC, Lyle Petersen, afirmou que o órgão espera um
aumento de casos de zika nos Estados Unidos, mas disse acreditar que uma epidemia
como a brasileira é pouco provável.
"Há alguns anos identificamos pessoas que chegam aos Estados Unidos infectadas com o
vírus, principalmente da região do Pacífico. É uma doença que se espalha por viajantes,
então casos 'importados' assim são esperados e esse número deve crescer", disse.
Leia mais: Epidemia de zika no Brasil causa apreensão nos EUA
Médicos investigam lesões oculares em recém-nascidos por causa da zika
Segundo o pesquisador, a explicação para que a presença do vírus nos EUA – e
possivelmente em outros países do continente americano – não tenha causado epidemias
até então não é simples.
"O vírus pode ser introduzido em uma área muitas e muitas vezes antes de a infecção local
começar. É um caso de má sorte, de certo modo. Se a pessoa infectada entra no país e
não é picada por um mosquito, nada acontece. Então o vírus provavelmente entrou nas
Américas muitas e muitas vezes antes de as condições serem as ideais para uma
epidemia."
"Ainda não detectamos transmissão local aqui. Estamos preocupados com essa
possibilidade, mas se o vírus seguir o mesmo padrão da dengue, poderemos ter
transmissão local e surtos menores, mas não uma epidemia gigante como a que se vê no
Brasil ou em outras regiões tropicais", afirma.
"Foi exatamente o que aconteceu com a chikungunya. Houve milhões de casos nas
Américas, mas nos Estados Unidos tivemos cerca de uma dúzia."
Segundo o Departamento de Saúde do Havaí, não há registro de transmissão do zika no
Estado, mas desde 2014, seis pessoas foram identificadas com o vírus, que trouxeram de
outros países.
O Ministério da Saúde afirmou que o número de casos notificados de dengue no Brasil
chegou a 1,6 milhão em 2015, o maior número registrado desde 1990. Atualmente, há
3.530 casos suspeitos de microcefalia no país.
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