A nuvem que está no centro da transformação digital

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A nuvem que está
no centro da
transformação digital
Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 3275
de 21 de Junho de 2016, e não pode ser vendido separadamente.
Oportunidades e ameaças
de estar na “hybrid cloud”
A visão dos gestores de TI
sobre a tecnologia da nuvem
Sérgio Lemos
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II TERÇA-FEIRA 21 JUN 2016
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NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS
THINK TANK HYBRID CLOUD
A “cloud” é o caminho
para as empresas
Sérgio Lemos
A “cloud” pode ser uma alavanca para os
desafios que as empresas enfrentam. Esta
ferramenta pode trazer mais-valias para
as empresas, quer ao nível da inovação,
quer ao nível da redução de custos.
A
transformaçãodigital
das empresas é uma
realidade que está a
ter lugar em todo o
mundo.A“cloud”,umatecnologia
que permite às empresas gerirem
informação e processos à distância, é um dos meios para essa
transformação. O crescimento
temsidoexponencial,aopontode
umestudodaIDC,relativoaomercadonorte-americano,sugerirque
aclouddeixarádesertemadepois
de2020.Nãoporquevádesaparecer,masporqueentretantosetornarábanal.
Sofia Mendes, directora de
Large and Public da Vodafone,
mostrou-se cépticaquanto àpossibilidade de, no virar da década,
este tema venha a ser uma realidade implementada a 100% em
Portugal. “Nas grandes empresas,
não há muitas dúvidas que é este
o caminho. A questão é como é
que se faz esse caminho”, apontou. Até porque a“cloud” traz várias vantagens, como a flexibilidade ou o potencial de criar produtos e serviços inovadores, com
um tempo de entrada no mercado mais rápido.
“
Ainda temos um
tecido empresarial
que é algo tradicional
onde estes temas da
inovação e
flexibilidade não estão
no topo da mesa.
SOFIA MENDES
Directora de Large and Public
Vodafone
A “cloud” é uma
alavanca que resolve
alguns dos desafios
que as empresas têm.
“
ANA LARANJEIRO
[email protected]
PAULO FERREIRA
Administrador Novabase
Think Tank reuniu vários gestores de TI para debater as oportunidades e ameaças da “cloud”.
O mercado português é constituídoporumtecidoempresarial
fortemente assente em pequenas
e médias empresas.Que apresentamalgumasresistênciasàaplicação desta ferramenta inovadora e
quepodetrazermais-valiasparao
negócio. A gestora contou que,
uma das primeiras barreiras com
que se deparaquando abordaeste
segmentoé aprópriaequipadeTI
(tecnologiasdeinformação).Osegundo obstáculo que comumente
surgeprende-secomosreceiosem
torno dasegurança.
“Ainda temos um tecido empresarial que é algo tradicional
ondeestestemasdainovaçãoeflexibilidade não estão no topo da
mesa. Só quando falamos de custos é que isso passa a estar no
topo”.Noentanto,agestoraapontou: “há um grupo de empresas
mais pequenas, e não estouafalar
só de start-ups, que até vão avançar mais rapidamente, que são as
microempresas”,umavezquetêm
necessidades mais simples.
PauloFerreira,administrador
daNovabase, assume que aorien-
taçãodosnegóciosvainadirecção
deumaeconomiadigital.Maseste
nãoéumassuntoqueestejaconfinadoaosespecialistasdeTI.“Este
temajáextravasouoTI.Hoje,efelizmenteparaosprofissionaisdesta área, a percepção que existe do
TI, e a forma como pode ajudar o
negócio, extravasae chegaatodas
as áreas. Há um entendimento
melhor do que é o TI. Isto [a migração paraa‘cloud’] passou aser
um tema da empresa e do negócio”, assegura.
Oresponsáveldefendemesmo
que “a ‘cloud’ é uma alavanca que
resolve alguns dos desafios que as
empresas têm”. “Embora numa
primeirafase se olhe mais paraos
benefícios operacionais mais básicos daquilo que é a adopção da
cloud (…), o desafio de inovação é,
talvez, o factor que alerta mais as
organizações parase defenderem
daquilo que pode vir a ser a sua
concorrênciaeumadisrupçãoque
ponha em causa todos os fundamentos daquilo que é o seu negócio”, acrescenta.
As novas tecnologias, entre
elas a“cloud”, trazem paraas empresasnovasideiasquepodemrepresentarmudançasprofundasno
modelodenegócio.Daíque,osactores que não estejam atentos a
esta nova realidade possam vir a
ser ultrapassados pelos seus concorrentes que viram nas tecnologiasnovasoportunidadesdenegócio. “Há muita preocupação em
usarbemestasalavancasdeforma
a, proactivamente, procuramos
acompanharestedesenvolvimento parao mundo digital”.
Porém, umadas barreiras que
existe paraas empresa, nomeadamente em Portugal, está nos recursos humanos. Com a rápida
evoluçãodestasferramentas,muitosdosfuncionáriosdasempresas,
mesmoligadosàáreainformática,
têm dificuldade em acompanhar
as mudanças. Além disso, e como
acontecesemprequesurgemmudanças de relevo nas sociedades,
podem existir receios em relação
aestastransformação,quedevem
ser combatidos através da explicação das vantagens e cautelas a
tercom este sistema. I
TERÇA-FEIRA
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21 JUN 2016
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SUPLEMENTO
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III
SETE CASOS
O que pensam os gestores
sobre a cloud
A cloud faz parte
do caminho que
muitas empresas
percorrem na sua
transformação para
o digital. Cada
sector, com as suas
especificidades,
olha para esta
ferramenta
com os seus
“próprios olhos”.
EUGÉNIO BAPTISTA
JAIME QUESADO
FRANCISCO BAPTISTA
Vice-presidente, Sogrupo CGD
Presidente eSPap
Head of IT Systems Operations, MAI
A importância
da segurança
Um meio para
a inovação
MAI desenhou
a sua cloud
Eugénio Baptista, do Sogrupo CGD, admite que
a “cloud é o caminho. O responsável assinalou
que há bancos com alguma dimensão a operar,
designadamente em Espanha, que já fizeram
essamigração.ParaEugénioBaptistaofactodesse processo não estar na mesma fase em Portugal não se trata de receios em torno de perder o
controlo em relação aos dados. Trata-se sim, da
presença de cautelas, dado o risco que está associado ao sector uma vez que a “matéria-prima” da banca é muito apetecível. Exemplo disso, são os ataques de que são alvo.
Jaime Quesado sublinhou que a “cloud” pode
funcionar como um acelerador da inovação na
administração pública. Para o gestor, este efeito pode decorrer do facto de se juntarem pessoas que trabalham na área do TI e as demais
equipas. “Pode-se criar uma filosofia de gestão
integrada que permita que se aborde estes temas de uma forma diferente e inovadora e isso
poderátervantagens até naformacomo o cidadão se revê na sua relação com o Estado”, afimou. Assim, a“cloud”podefuncionarcomomeio
para mais a inovação no sector público.
Francisco Baptista, do Ministério daAdministraçãoInterna, lembrou queesteministério“foi dos
primeiros a criar um serviço tipo “cloud” na administração pública”. E nessa rede há mais de
mil locais ligados e é através destaque as comunicações de vários organismos de segurança e
desocorroaocidadãosãogarantidos. Apesarde,
numa primeira fase, uma migração para uma
“cloud” parecer uma ideia atractiva para os organismos tutelados pelo ministério, a realidade
é que apanópliade dados e o seu carácterconstituem um entrave, sugeriu.
JORGE MÁXIMO
MANUEL DOMINGUES
PAULO FERREIRA
SOFIA MENDES
Vereador da Câmara Municipal
de Lisboa
Vogal do Conselho de Administração
de Sistemas de Informação Novo Banco
Administrador
da Novabase IMS
Directora de Large & Public
Vodafone
Cidade no centro
da inovação
“Cloud” na lógica
da padronização
Uma alavanca para
parar desafios
Adoptar a “cloud”
tem desafios.
Jorge Máximo, da Câmara Municipal de Lisboa,
sustentou que vivemos na era das chamadas
“smart cites” (cidades inteligentes). Neste sentido, ainovação, referiu, é cadavezmaisum motivo para o desenvolvido das cidades. Dado que
Lisboa, tal como outras grandes cidades, está
numa fase de afirmação na inovação, intergração e interoperacionalidade são as palavras de
ordem. Além disso, Jorge Máximo acredita que
o município, sendo a capital, deve estar no centro da revolução para a partilha de dados e inovação aberta.
Manuel Domingues, do Novo Banco, assume que
a “cloud” não pode ser observada numa lógica
de redução de custos. Porém, apesar de ter salvaguardado que esta ferramenta dá benefícios
paraaempresa, um dosproblemasapontadosé
adificuldade de aprendizagem dos recursos humanos. Este foi, de resto, uma questão apontada por vários elementos. A “cloud” é uma realidade relativamente nova e para a qual nem todos os funcionários estão jápreparados. Sendo,
nesse sentido, necessário um esforço para ir ao
encontro das novas necessidades.
Paulo Ferreira, da Novabase, considera que o
desenvolvimento dos negócios voltados para a
economiadigital tem pressionado asequipasde
TI aestarem nocentrodadiscussãodotema. Porém, as restantes áreas de negócio estão também a ser chamadas a intervir. O responsável
acredita que a “cloud” é uma alavanca que resolve alguns dos desafios que as empresas têm.
O desafio de inovação é o factorque alerta mais
as organizações para se defenderem nesta economia do que pode vir a ser a sua concorrência,
que pode pôrem causao seu negócio, defendeu.
SofiaMendes,daVodafone,acreditaqueasgrandes empresas sabem que a migração para a
“cloud” é o caminho, podendo haver ainda a necessidade, em alguns casos, ser definido o caminhomaisbenéficoparaessamigração. Noentanto, no caso das pequenas empresas e das PME, a
realidadeédiferente.Aresponsávelsinalizouque
é fácil encontrarbarreiras àimplementação destaferramenta.AsequipasdeTI poderãoseroprimeiro entrave e os receios em torno da segurançaum segundotemor. Além disso, nestesegmentodotecidoempresarial,otemanãoéprioritário.
ANA LARANJEIRO
[email protected]
IV TERÇA-FEIRA 21 JUN 2016
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NEGÓCIOS INICIATIVAS PORTUGAL DIGITAL AWARDS
PRÉMIOS
Prémios Digital Awards
revelados hoje
De um total de 74 projectos de transformação digital das empresas, saíram
oito vencedores em outras tantas categorias. Prémios são entregues hoje
numa conferência em Lisboa.
Inês Lourenço
V
“
O maior desafio
foi quando tivemos
que decidir entre
projectos que,
do ponto de vista
de Digital
Transformation
eram semelhantes,
mas resolviam
problemas
diferentes às
pessoas. Foi
necessário optar,
e nos vários casos
fizemo-lo
por projectos em
diversos sectores.
Prémios são uma iniciativa do Negócios, IDC, Vodafone e Novabase.
Os Prémios
Portugal Digital
Awards visam
premiar
projectos de
transformação
digital das
empresas.
tugalconsideraqueistosedeveao
factodestaáreaser “umadasque
mais pressão tem tido para melhorar o serviço ao paciente e reduzircustos”.“Estasnovastecnologias vêm criar condições para
quesefaçaessatransformação.É
um sector que está sob pressão
em que os benefícios da tecnologiasão enormes”, acrescenta.
Sofia Mendes, Directora de
LargeandPublicdaVodafone,salienta que “a qualidade [dos projectos validados] foi muito interessante”, sendo que alguns dos
quais “estão a decorrer há algum
tempo”.Porisso,admitequeaescolhanão foi fácil.
A responsável da Vodafone
deixa,aindaassim,umasugestão:
“talveztrazersectoresmaisdiversificados”e desafiar mesmo al-
guns sectores a participarem e a
mostrarem o que se estáafazer.
Pedro Afonso, da Novabase,
admite que: “tivemos uma boa
base de análise”. “Um dos objectivos que tínhamos, de terumreduzido número de ‘apps’ e um
maior número de projectos de
transformação, foi plenamente
atingido”. O responsável da tecnológicarevelaqueomaiordesafio paraelegeros vencedores “foi
quandotivemosquedecidirentre
projectos que, do ponto de vista
de Digital Transformation eram
semelhantes,masresolviamproblemas diferentes às pessoas”.
“Foinecessáriooptar,enosvários
casosfizemo-loporprojectosem
diversossectores(saúde,construção,etc)”,acrescentaPedroAfonso. I
PEDRO AFONSO
Novabase
Estamos a avaliar
são projectos de
transformação
digital de empresas
que já existem no
mercado há 10, 15
anos, 100 anos.
GABRIEL COIMBRA
Country Manager IDC Portugal
“
ão ser conhecidos esta
terça-feiraos vencedores dos prémios Portugal Digital Awards. O objectivo
destes galardões é premiar os
projectos de transformação digital de empresas e entidades públicas. Não se trata de premiar
empresas start-up, mas sobretudo empresas que estão há vários
anos no mercado, para quem a
mudança para o digital é um imperativo.
Dos 74 projectos que foram
validados,ojúriescolheuumvencedor para as oito categorias em
avaliação e várias menções honrosas. As categorias são: Best Digital Transformation; Best DigitalIdea,BestDigitalLeader,Best
Digital Workplace, Best Digital
Engagement, Best Digital Product, Best Return on Digital investment e Best Digital Strategic
tool.
Gabriel Coimbra, Country
ManagerdaIDC Portugal,revela
queficousurpreendidocomonúmero de candidaturas aeste prémio. “Validamos74projectos.Foi
um número acima do que estava
previsto. Prevíamos [validar] 40
a50candidaturas.Tivemosvários
sectores representados”, diz. O
responsávelconsideraqueagrande maioria dos projectos eram
“interessantes”. “É importante
referir que o que estamos a avaliar são projectos de transformação digital de empresas que já
existemnomercadohá10,15,100
anos.Estamosaavaliarprojectos
de transformação digital e não
start-ups”.
Entre os projectos validados
háumnúmeroassinalávelde iniciativasqueestãoligadaaosector
da saúde. O líder da IDC em Por-
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