Zilda M. da Silva Borba

Propaganda
1
Universidade Federal de Alagoas
Unidade Acadêmica Centro de Ciências Agrárias
Zilda Maria da Silva Borba
ANÁLISE DOS DANOS CAUSADOS PELAS FORMIGAS
CORTADEIRAS A CULTURA DA SOJA NO MUNICÍPIO DE
RIO LARGO-AL
Rio Largo, AL
2010
2
Zilda Maria da Silva Borba
ANÁLISE DOS DANOS CAUSADOS PELAS FORMIGAS
CORTADEIRAS A CULTURA DA SOJA NO MUNICÍPIO DE
RIO LARGO-AL
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentada junto ao
Curso de Agronomia da
Universidade
Federal
de
Alagoas,
na
área
de
concentração em Agronomia,
como requisito parcial à
obtenção do título Engenheira
Agrônoma.
Orientador: Prof. M. Sc.
Aloisio Gomes Martins
Rio Largo, AL
2010
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelo dom da minha vida e a Jesus Cristo meu maior
amigo que tanto me ajudou em todos os momentos, principalmente, na
conclusão deste curso.
Um agradecimento especial ás pessoas mais importante da minha vida,
meus pais, que são os principais propulsores do meu sucesso intelectual
e profissional, onde tenho experiências claras de que a simplicidade, a
coragem e a dedicação são ferramentas essenciais para um profissional.
E, a minha irmã pela paciência e ajuda.
Ao meu avô e amigo, João Borba Gouveia (In memória), que foi a pessoa
que tive como modelo na escolha da minha carreira profissional.
Um carinho especial ao tio Antônio Itabira, que apesar de suas
limitações é um exemplo de vida. Nada é impossível. Tudo é possível
quando queremos conquistar os nossos objetivos. Obrigado!
Aos amigos de sala que conquistei pelos anos de convívio e em
especial, Lourdes Regina Lopes.
Ao professor Abel, agradeço pelas informações dos dados do projeto de
pesquisa executado no Ceca por sua disponibilidade e ajuda na autoria
do projeto.
Ao meu professor Ailton Galvão que foi para mim pai, tio e amigo nas
horas mais difíceis de minha vida, dando força, estimulo, principalmente
as orações e por fazer parte da minha família, e o meu muitíssimo
obrigado.
Ao professor Aloísio por haver me orientado na escolha do tema, deste
TCC, que sempre esteve disponível em me ajudar fazendo suas criticas e
sugestões que me foram muito salutares. O meu muito obrigado.
A professora Tânia, que tanto me ajudou e se preocupou comigo,
quando no momento de minha dificuldade; sendo para mim um exemplo
de vida. Sabendo ser muito mais do que uma orientadora, mais fazendo
ás vezes de uma mãe. Com todo amor eu agradeço.
A professora Leila, que guardarei em meu coração o carinho o amor e a
paciência em me ajudar para o êxito da conclusão deste curso. A quem
dedico a minha eterna gratidão.
4
A todos os professores que me enriqueceram com seus conhecimentos
para a conquista da conclusão deste curso de agronomia. Deus os
abençoe.
Dedico á meus avôs, Manoel Basílio da Silva e Maria de Lourdes da Silva
(In memória), principalmente, a João Borba Gouveia e Zilda Pereira de
Morais Gouveia (In memória), pelo estimulo, dedicação no trabalho
profissional e, especialmente, pela experiência de vida.
5
Zilda Maria da Silva Borba
ANÁLISE DOS DANOS CAUSADOS PELAS FORMIGAS
CORTADEIRAS A CULTURA DA SOJA NO MUNICÍPIO DE
RIO LARGO-AL
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. M. Sc. Aloísio Gomes Martins
Universidade Federal de Alagoas
Prof. M. Sc. José Ubaldo Lima de Oliveira
Universidade Federal de Alagoas
M. Sc. Ailton Silva Galvão
Universidade Federal de Alagoas
Rio Largo, 01 de julho de 2010
6
RESUMO
BORBA, Z. M. S. Análise dos danos causados pelas formigas cortadeiras a
cultura da soja no município de Rio Largo-AL. Rio Largo: CECA/UFAL,
2010. 13p. (Trabalho de Conclusão de Curso).
A cultura da soja tem sido tradicionalmente, atacada por diversos insetos que
se alimentam de folhas e vagens. Porém, a rápida expansão da cultura,
substituindo os hospedeiros preferenciais, e a inevitável adaptação dos insetos
à nova situação, tem favorecido o surgimento de outras pragas. Portanto, o
objetivo deste trabalho foi de avaliar os danos causados à cultura da soja
(cultivada) em solos sem controle de formigas cortadeiras. O experimento foi
instalado na área de agricultura do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Alagoas, localizado no município de Rio Largo.
Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com dois tratamentos
(plantas não atacadas e plantas atacadas por formigas cortadeiras), e dez
repetições. Foram avaliados: altura da planta, número médio de vagem por
planta, grãos por vagem e grão por planta e o peso médio de 100 grãos. Os
resultados obtidos mostraram alto índice de dano causado por formigas
cortadeiras em todos os parâmetros avaliados na cultura da soja.
Palavras-chave: Danos, produtividade, praga
1
Sumário
1.INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 1
2.REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................. 2
2.1.Formigas cortadeiras....................................................................................................... 2
2.2. Cultura da soja ................................................................................................................ 4
3.Materiais e métodos ............................................................................................................... 6
3.1 – Localização e características da área ....................................................................... 6
3.2 – Delineamento experimental ........................................................................................ 6
3.3 – Adubação ....................................................................................................................... 6
3.4 – Medições para vagens por planta, grãos por vagem e peso de 100 grãos ........ 7
3.5 – Medições para altura, peso das vagens e peso dos grãos ................................... 7
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 8
4.1 – Produtividade ................................................................................................................ 8
4.2 – Alturas da planta, peso das vagens (PV) e peso dos grãos (PG) ........................ 9
4.3 – Número de vagens por planta (NVP) e número de grãos por vagem (NGV) ..... 9
4.4 – Peso de 100 grãos (g) ............................................................................................... 10
5.Conclusões............................................................................................................................. 11
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 12
1
1.INTRODUÇÃO
Considerada uma das principais pragas da agricultura, a formiga
cortadeira causa altos prejuízos aos produtores. Entre elas, as saúvas são
consideradas
como
agrossilvipastoril.
as
Elas
que
atacam
maiores
qualquer
danos
causam
cultura
(de
à
atividade
pastagens
a
reflorestamentos) e têm característica de praga endêmica, não podendo ser
exterminada, apenas controlada.
A preocupação com o ataque das formigas cortadeiras em lavouras
brasileiras sempre esteve presente ao longo da historia econômica e social do
país. Muitos historiadores afirmam que a causa para o nomadismo de alguns
povos aconteceu por causa de severos ataques de saúvas as suas lavouras e,
por falta de conhecimento para combatê-las, migravam para outras regiões
com o intuito de solucionar o problema.
As formigas cortadeiras atacam folhas de plantas, causando grandes
perdas e danos econômicos, especialmente nas fases de pré-corte e
imediatamente após o plantio, ou no início da condução de brotação (UKAN,
2008).
As formigas dos gêneros Atta e Acromyrmex se destacam como as
principais pragas do território brasileiro. Ambas cortam e transportam pedaços
vegetais, de plantas nativas e cultivadas, para dentro dos formigueiros onde,
em câmaras especiais (denominadas panelas), são utilizados como substrato
para o cultivo de um fungo simbionte, do qual se alimentam (LOECK e
GRÜTZMACHER, 2001).
Durante todo o seu ciclo, a soja é atacada por várias pragas, relacionouse 328 espécies que se alimentam nas lavouras ou nos grãos armazenados,
porém, as formigas cortadeiras foram consideradas pragas secundárias, pois a
predominância de uma espécie sobre a outra é função das condições
ecológicas de cada região e da presença de seus inimigos naturais, que as
mantém com populações abaixo do nível de dano econômico.
Observação: Assim, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar o
nível de dano de formigas cortadeiras no cultivo da soja através da altura ,
2
peso das vagens, peso dos grãos, numero de vagens por planta, número de
grãos por vagens e peso de 100 grãos, no município de Rio Largo, AL.
2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1.Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras situam-se dentro do Reino Animal, Filo Arthropoda,
Classe Insecta, Ordem Hymenoptera, Subordem Apocrita, Superfamília
Formicoidea, Família Formicidae, Subfamília Myrmicinae e Tribo Attini (GALLO
ET al., 2002). Segundo Loeck e Grützmacher (2001), este grupo de insetos é
composto pelos gêneros Atta, Acromyrmex, e também por algumas espécies
dos gêneros Trachymyrmex, Sericomyrmex e Apterostigma. A tribo Attini é
encontrada somente na Região Neotropical e está distribuída entre o Sul da
América do Sul e o Sul dos Estados Unidos.
Formigas cortadeiras são aquelas que possuem o hábito de cortar as folhas
e outras partes de vegetais que servem de substrato para o crescimento de um
fungo simbionte, a fim de garantirem a sua sobrevivência (FISHER ET al.,
1994; CARLOS, 2008). O material cortado é transportado para o interior do
formigueiro, para uma câmara exclusivamente destinada ao cultivo do fungo
que serve de alimento para larvas e adultos (ANA, 2008).
As formigas são consideradas insetos sociais (eussociais), ou seja, realizam
atividades complexas agrupadas em castas: fêmeas férteis (rainhas) e estéreis
ápteras (operárias e soldados), e machos alados (reprodutores). Além disso,
elas cooperam no cuidado dos jovens, havendo uma divisão reprodutiva do
trabalho - indivíduos sem função reprodutiva trabalhando para o benefício dos
férteis (SILVA e LOECK, 2006).
No momento que identificam uma fonte de material verde na qual
tenham interesse, as formigas cortadeiras efetuam o corte e retornam ao ninho,
batendo seus abdomens no solo e depositando um feromônio marcador de
trilha a intervalos regulares de 2 ou 3 mm. Então, as outras operárias detectam
o carreiro, tateando o solo com as antenas, até o local de coleta e retornam ao
3
ninho repetindo a marcação, a fim de reforçar o caminho. Esta substância
odorífera é insolúvel na água, sendo que a atividade de “baldear” folhas
continua mesmo em solo molhado e durante as chuvas leves (MARICONI,
1979). Algumas espécies de formiga são bastante restritas na utilização
somente de mono ou dicotiledôneas, o que indica a possibilidade de existir
variabilidade genética entre os fungos que cultivam para seu alimento
(BORBA, 2007).
Elas causam grandes prejuízos à agricultura brasileira, pelo fato de
atacarem praticamente todas as plantas cultivadas e estarem disseminadas por
todo o território nacional, efetuando sua ação predadora durante todo o ano
(LOECK e GRÜTZMACHER, 2001).
Em sauveiros, a diferenciação morfológica entre as operárias é bem
mais visível do que nas quenquéns. Ambos os tipos de formigas cortadeiras
apresentam castas permanentes e temporárias. As últimas, constituídas pelos
alados, são responsáveis pela revoada ou vôo nupcial. Os machos alados,
comumente denominados “bitus”, têm vida curta e morrem logo após fecundar
as fêmeas aladas. Estas, por sua vez, são conhecidas vulgarmente como
“içás”, “rainhas” ou “tanajuras”. Numa casta permanente, a exemplo de Atta
(saúvas), encontramos uma fêmea áptera (rainha), fundadora do sauveiro e
responsável pela reprodução da colônia de formigas, e, também, as inúmeras
operárias, encarregadas de diversas tarefas na colônia (DELLA LUCIA et al.,
1993b) – jardineiras, generalistas, forrageadoras e soldados (GALLO et al.,
2002).
Nos soldados dessa espécie, a cabeça e o gáster não têm brilho e são
mais ou menos pilosos. Além disso, ao se esmagar a cabeça dos soldados é
exalado um cheiro que se assemelha ao do limão, por isso o nome saúva-limão
Essas formigas cortam as folhas e os ponteiros tenros dos ramos, geralmente
começando da parte superior das plantas, em direção à base, o que torna mais
fácil o reconhecimento dos danos causados por elas (ANJO s et al, 1998).
Em função do desfolhamento as plantas perdem área fotossintética, o
que, por sua vez, ocasiona reduções em seu desenvolvimento e, dependendo
do nível de desfolha, também a morte das plantas (ANJO et al, 1998).
4
2.2. Cultura da soja
A soja (Glycine Max (L.) Merril) é uma leguminosa herbácea anual cujo
alto teor protéico de seus grãos (38%) em média, e sua fácil adaptação aos
diversos tipos de clima e fotoperíodo, a colocam entre as principais oleaginosas
do mundo (Bertrand ET al., 1987).
Conforme dados da EMBRAPA (2004), a soja pertence à classe das
dicotiledôneas, família leguminosa e subfamília Papilionoides. O sistema
radicular é pivotante, com a raiz principal bem desenvolvida e raízes
secundárias em grande número, ricas em nódulo de bactérias Fhisobium
Japonicum fixadoras de nitrogênio atmosférico. O caule herbáceo, ereto com
porte variável de 0,60 cm a 1,50 m, é bastante ramificado, com os ramos
inferiores mais alongados e todos os ramos formando ângulos variáveis com
haste principal.Os frutos são vagens achatadas, pubescentes, de cor cinza,
amarela palha ou preta, dependendo da variedade. Encerram duas a cinco
sementes e nascem, geralmente, em agrupamento de três a cinco, de modo
que se pode encontrar até 400 vagens por planta.
Esta cultura de origem asiática teve sua expansão no Brasil a partir da
década de 50, se intensificando nos últimos anos em detrimento da queda da
área cultivada com milho principalmente, e também devido a descoberta de
novas fronteiras agrícolas situadas no Nordeste brasileiro (CATI, 2001).
A transformação industrial dos grãos da soja possibilita a obtenção do
óleo, da torta (resíduo da trituração dos grãos) e de farinha e, a partir destes,
produtos como: lecitina de soja, óleo alimentício, margarina, gorduras
emulsionadas, leite de soja, queijo de soja, molho de soja e as proteínas
vegetais texturadas (PVT), que são bastante utilizadas em substituição de
carne (Bertrand et al., 1987).
Esta cultura sempre teve consigo uma elevada carga de tecnologia para
o seu cultivo (DEUBER, 1997), o que impulsionada pela expansão contínua do
mercado consumidor interno e externo, pressionou o crescimento da área
cultivada e da produção. Com uma produção de 41,50 milhões de toneladas e
crescimento de mais de 12% na safra de 2002, o Brasil se encontrava no
segundo posto de produtor mundial de soja, ficando somente atrás da
5
produção dos Estados Unidos da América com cerca de 77,80 milhões de
toneladas (Ministério da Agricultura e Abastecimento, 2003).
Nota-se que os números de produtividade das últimas safras têm-se
elevado, devido principalmente ao desenvolvimento tecnológico empregado no
manejo desta cultura, isso fica demonstrado pelo constante crescimento do
número de pesquisas relacionadas à cultura da soja e suas inúmeras
interações, variando desde o desenvolvimento genético de sementes até a
melhoria das colheitadeiras, passando pelo controle de pragas e doenças,
quesito este de suma importância, uma vez que, atinge diretamente o custo de
produção e a produtividade em si, o que torna a cultura da soja uma das
lavouras agrícolas mais estudadas no País (COSTA & BORÉM. 2003).
A cultura da soja é acometida por uma série de insetos-praga ao longo
do seu ciclo de desenvolvimento. Esses insetos causam danos principalmente
nas folhas e nos grãos, por outro lado, felizmente, eles possuem uma série de
inimigos naturais, que atuam realizando o controle biológico, contribuindo para
a redução dos níveis populacionais desses insetos (ARAÚJO, 2001).
Embora esses insetos tenham suas populações reduzidas por
predadores, parasitóides e doenças, em níveis dependentes das condições
ambientais e do manejo de pragas que se pratica, quando atingem populações
elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura,
necessitam ser controlados (AGRIANUAL, 2001).
A identificação correta das pragas, o conhecimento dos seus inimigos
naturais, dos procedimentos necessários para o monitoramento e dos níveis de
controle indicados, são aspectos importantes para um manejo eficiente das
pragas que danificam a cultura da soja (DALL’AGNOL,2002).
As pesquisas atuais norteiam a tendência futura, concentrando-se na
elevação da produtividade da soja brasileira. Para isto, têm-se intensificado as
pesquisas na área de controle de pragas em busca de adequações de manejo
para cada condição de produção, utilizando para isto, sistemas como plantio
direto e técnicas inseridas nesta dinâmica, como a sucessão de culturas
associada ao controle químico como sendo o principal agente supressor da
infestação (BALOTA et al, 2003).
6
3.Materiais e métodos
3.1 – Localização e características da área
O trabalho foi realizado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL),localizado no município de Rio Largo – AL. O solo
da área é classificado como Latossolo Amarelo Coeso Argissólico, com textura
média argilosa (Costa, 2003) .
3.2 – Delineamento experimental
A soja foi plantada em uma área de 15 m x 60 m.
Neste campo, verificou-se forte ataque de formigas cortadeiras na terceira
semana após a emergência. Para avaliação deste dano utilizou-se o
delineamento experimental inteiramente casualizado, com dois tratamentos: A
- Plantas não atacadas por formigas cortadeiras e B – Plantas atacadas por
formigas cortadeiras, com dez repetições e cada amostra foi constituída por
duas plantas.
3.3 – Adubação
A adubação foi calculada com base na analise química do solo (Tabela 01),
Sendo utilizado: 40 kg de N, 40 kg de P2O5 e 60 k20 kg/ha. Para chegar a
esse nível de adubação, foi feita a seguinte mistura: 6 kg sulfato de amônia; 6,7
kg de super fosfato simples e 3 kg de cloreto de potássio. Essa mistura foi
utilizada em uma área de 300 m², igualmente distribuída em todas as parcelas,
sendo aplicada a uma profundidade de 3 a 5 cm abaixo das sementes.
7
Tabela 01- Resultados da analise química do solo da área experimental de
agricultura do Centro de Ciências Agrárias, na região de Rio Largo – Alagoas.
Determinações
Ph
P
K
Na
Ca + Mg
Al
Unidades
Resultados
Determinações
Unidades
Resultados
ppm
ppm
ppm
meq/100ml
meq/100ml
6.06
78.37
53
16
4.4
0.11
H + Al
S
T
V
M
meq/100ml
meq/100ml
meq/100ml
%
%
1.5
4.61
6.11
75.43
2.33
3.4 – Medições para vagens por planta, grãos por vagem e peso de 100
grãos
Durante a colheita, em cada parcela, foram amostradas duas plantas
para a determinação do número médio de vagens por planta, grãos por vagem
e grão por planta. O peso médio de 100 grãos foi determinado a partir da
pesagem de três amostras de 100 grãos retirados do total produzido de cada
parcela útil, somadas todas as medias dentro dos tratamentos obteve-se um
peso médio em gramas.
3.5 – Medições para altura, peso das vagens e peso dos grãos
A altura foi definida como a maior medida vertical, a partir do solo. O
peso das vagens foi definido com todas as vagens, igualmente ao peso dos
grãos, em que todos foram considerados.
8
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 – Produtividade
Houve redução em torno de 50% no rendimento das plantas atacadas
por formigas cortadeiras em relação ao potencial agrícola apresentado pela
cultura da soja que não sofreu ataque de formigas (Figura 1). O potencial de
danos é grande, pois se o ataque da praga ocorrer no início do estádio
vegetativo, o dano é irreversível, ocorrendo à morte da planta e diminuição
da população, o que pode acarretar perda total da área infestada.
Hoffmann-Campo (1999), em seu estudo com Sternechus subsignatus
(O bicudo, cascudo ou tamanduá-da-soja, como é popularmente chamado o
coleóptero da família Curculionidade, S. subsignatus, é um inseto oligófago,
cuja alimentação é restrita a apenas algumas espécies de leguminosas.
Inicialmente, o inseto foi considerado praga de feijão e, mais tarde, praga
esporádica ou secundária da soja) constatou que o ataque de pragas em
qualquer estádio de desenvolvimento da soja é relevante, resultando em
decréscimo de produção, chegando a danos irreparáveis.
Produtividade (kg / ha)
2,15
2,1
2,05
2
1,95
1,9
Planta não atacadas
Plantas atacadas
Figura 1. Produtividade da cultura da soja (Kg.ha -¹), determinada em
função dos tratamentos utilizados
9
4.2 – Alturas da planta, peso das vagens (PV) e peso dos grãos (PG)
De acordo com a análise de variância dos dados (Tabela 2), a altura, peso
das vagens e peso dos grãos foram afetados pelo ataque de formigas, em
níveis de 1% e 5% de probabilidade, demonstrando através do teste Tukey que
tal praga afeta de forma significativa os parâmetros analisados.
Tabela 2. Altura Média de plantas, peso das vagens (PV) e peso dos grãos (PG)
submetidos ao Teste Tukey de probabilidade.
Tratamento
A- Plantas não atacadas
B- Plantas atacadas
F
CV (%)
Altura (cm)
55.4000 a
26.2000 b
**
10.01
PV (gr)
7.5616 a
5.8212 b
*
20.39
PG (gr)
6.6383 a
4.7403 b
*
20.14
*C.V.: Coeficiente de variação
**Médias seguidas pela mesma letra maiúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey
Quanto a altura , foi verificado que no tratamento A, as plantas foram
47,29% superiores.
4.3 – Número de vagens por planta (NVP) e número de grãos por vagem
(NGV)
Através do teste Tukey ( tabela 3), o número de vagens por planta e número
de grãos por vagem não apresentaram diferenças significativas, entretanto,
pode-se observar que os melhores índices de medias são os referentes a
plantas não atacadas, ressaltando o efeito negativo que as formigas
cortadeiras proporcionam a cultura da soja.
Tabela 3. Medias de Número de vagens por planta (NVP) e número de grãos por
vagem (NGV) submetidos ao Teste Tukey a 5% de probabilidade.
Tratamento
NVP
NGV
A - Plantas não atacadas
9.6347 A
14.2937 A
B- Plantas atacadas
8.3566 A
11.8094 A
F
**
*
CV (%)
19.74
20.21
10
4.4 – Peso de 100 grãos (g)
Os resultados diferem a 5% de probabilidade através do teste Tukey
(Tabela 3) , onde a soja cultivada na ausência de formigas cortadeiras
apresenta maior massa de sementes (21,60 g), em relação ao tratamento em
que há presença de formigueiros (17,70 g), o que reafirma o propósito que as
formigada cortadeiras são pragas chaves em cultivos.
Neste caso, observou-se que o peso de 100 grãos variou em 21,23%
entre os tratamentos. Significando que o ataque das formigas reduziu a massa
dos grãos da soja.
Tabela 3. Médias do Peso de 100 grãos (g), submetidos ao Teste Tukey a 5%
de probabilidade.
Tratamento
Peso de 100 grãos
A - Plantas não atacadas
21.6000 A
B- Plantas atacadas
17.7000 B
F
*
CV (%)
6.17
*C.V.: Coeficiente de variação
**Médias seguidas pela mesma letra maiúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey
11
5.Conclusões
Formigas cortadeiras são consideradas pragas chaves para a cultura da
soja no município de Rio Largo Alagoas, pois acarretam na diminuição da
população de plantas dando origem a severo declínio de produtividade.
As formigas cortadeiras provocaram redução de:
a) 47,29 % da altura da soja;
b) 29,90 % no peso das vagens;
c) 39,87 % no peso dos grãos;
d) 15,32 % no número de vagens por planta;
e) 21,10 % no número de grãos por vagem;
f) 21,23 % no peso de 100 grãos (g).
12
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRIANUAL: ANUÁRIO DA AGRICULTURA BRASILEIRA. Soja. São Paulo:
FNP, 2001. Anual. p. 473-509.
ANA
E.C.F.
Pragas
online
–
Formigas
cortadeiras.
Disponível
em:<http://www.pragas.com.br/pragas/formiga/formiga_cortadeira.php> Acesso
em: 25 de maio,2010.
ANJOS, N.; DELLA LUCIA, T.M.C.; MAYHÉ-NUNES, A.J. Guia prático sobre
formigas cortadeiras em reflorestamento. Ponte Nova, MG: Graff Cor Ltda,
1998, 100p.
ARAÚJO, J.C. Produtos transgênicos na Agricultura – Questões técnicas,
políticas e ideológicas. Cadernos de Ciência e Tecnologia, v.18, p.117-145,
2001.
BALOTA, E.L.; COLOZZI-FILHO, A.; ANDRADE, D.S.; DICK, R.P. Microbial
biomass in soils under different tillage and crop rotation systems. Biology and
Fertility of Soils, v.38, p.15-20, 2003.
BERTRAND, J., LAURENT, C. & LECLERCQ, V. O mundo da soja. São Paulo:
HUCITEC, 1987.
BORBA, R. S. et al. Crescimento do fungo simbionte de formigas cortadeiras
cultivado em diferentes meios de cultura. In: Congresso De Iniciação Científica,
14, 2005, Pelotas. Anais do ... Pelotas, 2005.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Estatísticas Agrícolas.
Brasília,
2003.
Disponível
na
http://www.agricultura.gov.br/estatística.htm. Acesso em: 20/05/2010.
Internet:
13
CARLOS
R.F.B.
Formigas.
Disponível
<http://www.scipione.com.br/educa/galeria/10_for/index.htm>
Acesso
em:
em:
20/05/2010
COSTA, N. M. B.; BORÉM, A. Biotecnologia e nutrição. São Paulo: Congresso
Brasileiro Da Ciência Das Plantas Daninhas, Editora Nobel. 2003. 214p.
DALL’AGNOL, A. Sem medo de competir: In: Fundação Getúlio Vargas.
Agroanalysis.São Paulo, v. 19, p. 42-43, 2002.
DELLA LUCIA, T.M.C.; VILELA, E.F.; ANJOS, N. et al. Criação de formigas
cortadeiras em laboratório. In: DELLA LUCIA, T.M.C. (ed.). As formigas
cortadeiras. Viçosa: Folha de Viçosa, 1993. p.151-162.
DEUBER, R. Ciência das Plantas Daninhas: Fundamentos. Jaboticabal:
FUNEP, 1997. 285 p.
EMBRAPA. Disponível em: <http://www.embrapa.gov.br>. Acesso em: 20 mai.
2010.
FISHER, P.J.; STRADLING, D.J.; PEGLER, D.N. Leaf cutting ants, their fungus
gardens and the formation of basidiomata of Leucoagaricus gongylophorus.
Mycologist, v.8, p.128-131, ago. 1994.
GALLO, D. (in memoriam) et al. Entomologia agrícola. v.10. Piracicaba, SP:
FEALQ, 2002.
LOECK, A.E.; GRÜTZMACHER, D.D. Ocorrência de formigas cortadeiras nas
principais regiões agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul. Pelotas:
Editora e Gráfica da UFPEL, 2001. v. 1.
MARICONI, F.A.M. As saúvas. São Paulo: Ceres, 1970.
14
SÃO
PAULO
(Estado).
Secretaria
de
Agricultura
e
Abastecimento.
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Projeto LUPA. Campinas,
2002.
SILVA, E.J.E.; LOECK, A.E. Guia de reconhecimento das formigas domiciliares
do Rio Grande do Sul. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2006.
UKAN, D. Avaliação qualitativa e quantitativa de micro-porta-iscas para o
controle de formigas cortadeiras, em plantios de Eucalyptus urograndis
submetidos a diferentes cronogramas silviculturais. 2008. 79f. Dissertação
(Mestrado Pós-graduação em Engenharia Florestal), UFPR, Curitiba, PR.
Download