ISSN: 2238-1945 CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO SOBRE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS, EM ESPECIAL SOBRE PAPILOMAVÍRUS HUMANO - HPV HIGH SCHOOL TEENS AND KNOWLEDGE ABOUT SEXUALLY TRANSMITTED DISEASES ESPECIALLY ABOUT HUMAN PAPILLOMAVIRUS – HPV LOPES, Marta Marques de Carvalho*; ALVES, Fabiana** *Aluna do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix-BH-MG. **Doutora em Fisiologia pelo Departamento de Fisiologia e Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: [email protected] RESUMO: O conhecimento sobre as doenças sexualmente transmissíveis em especial o papilomavírus humano (HPV) pelos adolescentes é de fundamental importância, visto que as infecções por este vírus têm crescido de forma considerável entre os mesmos e podem estar associadas ao aparecimento de lesões percussoras do câncer cervical. O ambiente escolar caracterizado por sua heterogeneidade, onde valores, crenças e costumes se misturam,se torna um lugar ideal para trabalhar sobre este assunto. O presente estudo teve por objetivo identificar o nível de conhecimento de um grupo de adolescentes sobre as doenças sexualmente transmissíveis, em especial sobre o HPV. O estudo foi realizado em uma escola de Belo Horizonte-MG. Foi realizada uma atividade contendo questões objetivas sobre o assunto com 271 estudantes do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Médio, sendo 40,59% homens e 58,3% mulheres. Ao avaliar o conhecimento sobre a principal via de transmissão das DST’s 89,3% dos alunos apresentaram conhecimento significativo sobre o assunto (p=0.0002). 60,51% responderam incorretamente sobre a DST que mais acomete a população mundial sexualmente ativa (p<0.0001), 54,99% responderam erroneamente sobre os métodos de prevenção da infecção pelo HPV (p<0.0001) e 52,4% também não responderam corretamente sobre os métodos de prevenção primários do câncer cervical (p<0.0001). Os participantes demonstraram conhecimento sobre a principal forma de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis, porém, pouco conhecimento sobre a prevalência, prevenção e tratamentos do HPV e do câncer cervical. Palavras-chave: Papilomavirus Humano. Ambiente escolar. Câncer Cervical. ABSTRACT: Knowledge about sexually transmitted diseases especially the human papillomavirus (HPV) by adolescents is crucial, since infections with this virus have grown considerably in this age group and may be associated with the appearance of lesions percussoras cervical cancer. The school environment characterized by its heterogeneity, where values, beliefs and customs mingle, constitutes an ideal place to work on this. This study aimed to identify the level of knowledge of a group of teenagers about sexually transmitted diseases, especially about HPV. The study was conducted in a school located in Belo Horizonte-MG. We performed an activity containing objective questions on the subject with 271 students in 1st, 2nd and 3rd year of high school, and 40.59% men and 58.3% women. To assess the knowledge about the main route of transmission of STD’s 89.3% of students had significant knowledge about the subject (p = 0.0002). 60.51% answered incorrectly on the STD that http://dx.doi.org/10.15601/2238-1945/pcnb15-26. Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014 15 ISSN: 2238-1945 affects the world population more sexually active (p <0.0001), 54.99% answered wrongly on methods of prevention of HPV infection (p <0.0001) and 52.4% did not answered correctly on the methods of primary prevention of cervical cancer (p <0.0001). From the results of this study concluded that the participants demonstrated knowledge of the principal mode of transmission of sexually transmitted diseases, but the questions prevalence, prevention and treatment of HPV and cervical cancer knowledge were not satisfactory. convivem, destacando a família e a escola. Os diversos sentimentos que assolam esta faixa etária, como medo, culpa e receio, os levam a procurar informações em fontes incapazes de ajudá-los ou até mesmo inseguras (LINS et al., 1988). Deste modo faz-se necessário conhecer melhor os pensamentos, realidade e tabus no que diz a respeito à sexualidade dos adolescentes, para que seja possível abordá-los de maneira satisfatória, contribuindo assim de forma efetiva para seu desenvolvimento e crescimento sexual saudável (CANO & FERRIANI, 2000). Keywords: Human Papillomavirus. environment.Cervical Cancer. O tema Educação Sexual em escolas públicas ainda é pouco abordado, levando os alunos a pouco ou nenhum conhecimento sobre as formas de contagio, prevenção e tratamentos sobre as doenças sexualmente transmissíveis, em especial sobre o Papilomavírus Humano (HPV) (CIRINO et al., 2010). O conhecimento sobre o HPV na puberdade é de fundamental importância, visto que a infecção por este vírus relacionado com o aparecimento de lesões percursoras do câncer cervical tem aumentado de forma considerável nesta faixa etária (SILVEIRA & MALHEIRO, 2006). School INTRODUÇÃO: Para a Organização Mundial de Saúde - OMS - (1995), a adolescência pode ser dividida em duas fases, a préadolescência que compreende dos 10 aos 14 anos, e a adolescência propriamente dita, dos 15 aos 19 anos de idade. Este período é marcado por grandes transformações, pois representa um elo entre a infância e a maturidade, isto é, a idade adulta. Tais transformações como, mudança corporal, maturidade sexual, alterações hormonais e mudanças psicoemocionais, os levam a viver intensamente sua sexualidade (SALTO, 2001), contudo a maior parte destes indivíduos não detém conhecimentos necessários para uma vida sexual segura (Silva et al., 2004). Estudos sobre a sexualidade humana têm recebido significativos avanços a cada dia, entretanto este tema ainda é impregnado de preconceitos, mitos e contradições, levando a sociedade a geralmente abordá-lo entre os adultos. Tal atitude é extremamente prejudicial para o comportamento e desenvolvimento sexual dos adolescentes (GIR, 2000). A construção do ser humano tanto como ser social, como sexual é dada pela família através dos valores e visão de mundo recebido por nossos pais, assim como pela interação com a sociedade (BRUNS, 1995). Neste contexto, a escola representa um papel importante na formação do indivíduo, pois é o lugar onde o adolescente permanece o maior tempo de seu dia e também por ser o lugar propicio para se trabalhar competências, conhecimentos e mudanças de comportamentos (CAMARGO & FERRARI, 2009), no entanto, há uma deficiência na educação sexual nas principais instituições em que os adolescentes O ambiente escolar caracterizado por sua heterogeneidade, onde valores, crenças e costumes se misturam é o lugar ideal para se trabalhar sobredoenças sexualmente transmissíveis junto aos adolescentes (CAMARGO & FERRARI, 2009). Segundo Libâneoet al., (2005), para que educação promovida pela escola seja de qualidade, a mesma deverá contemplar a todos, atendendo as necessidades individuais de cada um. Desenvolvendo assim, capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao desenvolvimento social e individual de cada discente. A escola não deverá cumprir apenas um papel informativo, mas também um efeito de intervenção dentro do âmbito escolar (ALTMANN, 2001). Desde 1998 os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) definiram o tema Orientação Sexual como transversal, que deverá ser trabalhado junto aos alunos de todos os ciclos de escolarização de forma interdisciplinar (BRASIL, 1998). A inserção deste tema como transversal, foi motivada pela alta prevalência de gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis entre os adolescentes. Além da família a escola deverá assumir o papel de promover através de uma prática educativa a saúde das 16 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 crianças e adolescentes, com ações criticas e reflexivas (BRASIL, 1998). Mesmo sendo preconizada pelo PCN’s que a orientação sexual seja trabalhada de forma interdisciplinar, em muitas instituições a realidade escolar é muito diferente (SANTOS, 2011). A sexualidade humana constitui-se como um tema mais inquietante e recusado dentro do universo prático do educador (SOUZA et al.,1997). A orientação sexual abordada por grande parte das escolas restringe-se apenas as aulas de ciências e biologia, onde as explicações concentram-se na anatomia e fisiologia do corpo humano. Tal abordagem não desperta a curiosidade e ansiedade das crianças e nem o interesse dos adolescentes, pois a ênfase é apenas o corpo biológico, não abrangendo o contexto mais amplo do tema sexualidade (BRASIL, 1997). A Educação sexual trabalhada nas escolas deverá abrir espaço para discussões sobre sexo e sexualidade, onde as mudanças físicas e psíquicas que ocorrem na adolescência deverão ser entendidas, garantindo assim maior igualdade nas relações homens e mulheres. E consequentemente diminuir a ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada nesta faixa etária (SCHERING, 2001). Os Projetos Políticos Pedagógicos de três escolas do município de Formosa-GO foram analisados por Santos (2011), onde foi notória a carência de ações pedagógicas e planejamentos voltados para a educação sexual. Os alunos destas instituições quando questionados sobre métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez, demonstraram pouco conhecimento. Estes resultados reafirmam a importância da escola como agente transformador de conceitos, promovendo esclarecimentos que são de fundamental importância para promoção da saúde dos adolescentes (SANTOS, 2011). Segundo a Lei de Diretrizes e bases da Educação (BRASIL, 1996), as instituições de ensino deverão elaborar e executar o projeto político pedagógico juntamente com os docentes, e este deverá contemplar a realidade escolar, de caráter especifico para cada escola, de acordo com a vivência cultural e social dos discentes. Diante deste contexto é de suma importância que as escolas não apenas incorporem em seus projetos pedagógicos, mas também na prática escolar os temas transversais, em especial sobre sexualidade, pois tal tema não tem sido contemplado de forma satisfatória na vida escolar. Levando os alunos a pouco conhecimento para uma vida sexual segura, gerando sérios riscos a saúde dos mesmos (SILVA et al., 2004). Em estudos realizados por Camargo &Ferrari (2009), em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio na região sul do município de Londrina (PR), reafirmaram que os adolescentes no âmbito das políticas públicas de saúde encontram-se como vulneráveis, devido ao fato de estarem em fase de grandes transformações biológicas, sociais e psicologicas e também por considerarem que os danos causados pelo sexo desprotegido “não irão acontecer com eles”. Outro ponto notório neste estudo é que os adolescentes, quando questionados sobre as doenças sexualmente transmissíveis, a DST mais citada foi o HIV, ficando evidente a dificuldade de se mudar conceitos preestabelecidos, pela população e pela mídia em geral, que ainda temem contrair o HIV. Continuando sem saber realmente as verdadeiras formas de contrair outras DST existentes muito antes do surgimento da AIDS, como por exemplo, o HPV. Mais de cem cepas do HPV já foram descritas, porém apenas quarenta infectam o trato genital, e os mesmos podem ser classificados de acordo com o seu potencial oncogênico (INCA, 2007). Os chamados genótipos de baixo risco são os que podem causar lesões benignas de baixo grau e verrugas genitais, sendo o HPV-6 e HPV-11 os mais incidentes (DINIZ & FERREIRA, 2010). Os chamados de alto risco são os que estão relacionados ao desenvolvimento de tumores cervicais, além de outros tumores como o anogenitais e de cabeça e pescoço, são os HPV-16, HPV- 18, HPV-31, HPV-33 e HPV-45 (DINIZ & FERREIRA, 2010). Segundo Bosch et al., (1995), os vírus HPV-16 e HPV18 são as cepas mais comumente associadas aos tumores cervicais, somando 75% da incidência dos casos, sendo o HPV-16 o mais frequente no Brasil e em outros países, como México e Estados Unidos. No Brasil são cerca de 685 mil pessoas infectadas por este vírus sendo a quarta doença sexualmente transmissível mais comum tanto em homens como em mulheres (CARVALHO, 2012). Embora existam outras formas de transmissão do HPV como toalhas, roupas, sabonete, materno-fetal e instrumentos ginecológicos infectados, o contato sexual desprotegido é o mais relevante (CARVALHO & OYAKAWA, 2000). 17 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 Os Papilomavírus são caracterizados pela sua morfologia isométrica e por não possuírem envelope. São compostos por um capsídeo icosaedrico, e possui DNA circular duplo, com aproximadamente 7900 pares de bases. O genoma desses vírus é organizado em três regiões, a região precoce (E), a região tardia (L) e a região reguladora (URR) (ICTV, 2004). As proteínas do capsídeo viral são codificadas pelos genes L1 e L2 e as proteínas envolvidas na transformação e replicação viral pelos genes E. As proteínas codificadas pelo gene E4 interagem com a citoqueratina, sendo possivelmente relacionadas com alterações citoplasmáticas das células infectadas, levando ao aparecimento de coilócitos (células epiteliais alteradas pelo vírus HPV). Já as proteínas responsáveis pela transformação celular são codificadas pelos genes E5, E6 e E7, sendo as proteínas E6 e E7 capazes de inativar proteínas p53 e proteínas do retinoblastoma (pRB), respectivamente, que são supressoras tumorais (ICTV, 2004). Os vírus HPV são classificados em três categorias de acordo com seu grau de malignidade, sendo de baixo risco, potencialmente oncongênicos e de alto risco. A diferença entre os de alto e baixo risco é relacionada com o papel transformante dos produtos (oncoproteínas) dos genes E6 e E7. Nos genótipos de alto risco as proteínas codificadas por estes genes (E6 e E7) ligam-se as proteínas reguladoras do ciclo celular p53 e pRB, respectivamente, levando ao desbloqueio do ciclo celular e consequentemente a instabilidade genética das célula infectadas. Tal instabilidade induz o aparecimento do carcinoma por impedir a apoptose dessas células, levando-as a imortalização celular (HELTet al., 2002). Segundo Stoler (2003), os Papilomavirus têm tropismo por mucosas e epitélios, estando frequentemente presentes na mucosa cervico vaginal das mulheres. Neste local os mesmos podem permanecer por períodos prolongados sem causar sintomas, ou desaparecerem em decorrência da resposta imunitária individual. O início precoce da vida sexual, o número de parceiros sexuais, contraceptivos orais, outras doenças sexualmente transmissíveis, entre outros fatores, contribuem significativamente para a história natural do câncer cervical (Ho et al., 1995). Uma grande parcela da população adolescente não é contemplada pelos serviços de saúde, tornando-os mais susceptíveis a contrair DST’s. Tal fato aliado à carência de conhecimentos pelos mesmos sobre estas doenças contribuem ainda mais para a contaminação (BROOKMAN, 1990). Estudos realizados por Mougin et al., (1998), apontam que mulheres que tiveram relações sexuais aos 16 anos de idade apresentaram risco dobrado de desenvolver câncer cervical, em relação a mulheres que tiveram após os 20 anos de idade. A imaturidade fisiológica devido à rápida mudança do epitélio cervical durante o período da puberdade reflete em áreas de transformação onde o processo neoplásico inicia. As células metaplásicas e colunares na ectocérvice têm maior preponderância nesta faixa etária, tornando as adolescentes vulneráveis ao HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis. A proliferação do epitélio escamo-colunar da ectocérvice bastante evidenciado na puberdade é mais susceptível a infecções pelo Papilomavirus do que o epitélio escamoso presente na cérvice uterina em pacientes mais maduras. Ocasionando em maior risco para as adolescentes de adquirirem lesões HPV induzidas (MARTINEZ et al., 1988). Estudos realizados durante o período de 1996 a 2001 pelo Instituto Adolfo Lutz, SP, com a revisão de 308.603 casos de câncer demonstraram que gradativamente vem crescendo achados de atipias citológicas em esfregaços cervicovaginais, sendo este aumento mais evidente entre as adolescentes, em comparação com mulheres adultas (LONGATTO et al., 2003). Mesmo sendo tais achados em adolescentes mais frequentes os de baixo grau, é possível que a lesão progrida para de alto grau e carcinoma se não tratadas, principalmente se tais infecções são por cepas de HPV de alto risco oncongênico (WALBOOMERS et al., 1999). Atualmente estão disponíveis no mercado duas vacinas profiláticas baseadas em VLP (Virus Like Particles), a Gardasil (MSD) vacina quadrivalenterecombinate formada pelas proteínas L1 de cepas de HPV -6, -11, 16 e -18 e a Cervarix (GSB) recombinante, formada também pelas proteínas L1 de cepas de HPV -16 e -18 E devem ser tomadas entre 9 e 26 anos de idade. Tais vacinas têm sido bastante eficientes na indução de anticorpos neutralizantes para os vírus, sendo a imunidade adquirida especifica para os vírus que foram utilizados as VPL, contudo devido à grande variabilidade natural, estas vacinas podem ter sua eficiência comprometida (DINIZ & FERREIRA, 18 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 2010). Outra questão que vale salientar é que mulheres que possuem lesões de alto grau ou tumores induzidos pelo papilomavírus não geram partículas virais, não sendo deste modo beneficiadas pelas vacinas baseadas em VLP. Os vírus ao penetrar nas células epiteliais integram ao genoma celular e deixa de replicar (DINIZ& FERREIRA, 2010). As proteínas L têm suas sínteses totalmente bloqueadas, mas a síntese de proteínas como a E6 e E7, que são oncoproteínas continuam ativas, sendo necessário para estes casos a busca de vacinas terapêuticas, que privilegiariam a indução de células T citotóxicas, levando ao reconhecimento e morte de células infectadas. Vacinas terapêuticas ainda não estão disponíveis no mercado, se encontram em fase de testes clínicos. Estas vacinas apresentam um futuro promissor para o tratamento das lesões induzidas por HPV, pois seu alvo são as oncoproteínas E6 e E7, expressas constitutivamente nas células do carcinoma cervical (DINIZ & FERREIRA, 2010). A conscientização da população feminina de que o controle, prevenção, diagnóstico e também tratamento das lesões pré-neoplásicas, além de ser de extrema importância, é a única possibilidade para evitar a evolução para o câncer (ROCHA, 2008). O diagnóstico da infecção por HPV pode ser realizado por algumas técnicas, levando em consideração os dados da história, exames físicos e exames complementares, onde é feita a pesquisa direta da presença do vírus ou indiretamente através das alterações provocadas pelo mesmo nas células e no tecido (NICOLAU, 2002). Dentre as técnicas utilizadas para o diagnostico, são recomendadas o exame Papanicolaou, Inspeção com Ácido Acético a 5%, Colposcopia e Peniscopia, Biópsia, Teste de Hibridização Molecular, Captura Híbrida, Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e Hibridização in situ (NICOLAU, 2002). O Ministério da Saúde Brasileiro desde 1998 preconiza a realização do exame Papanicolaou na intenção de detectar precocemente o câncer cervical em mulheres entre 25 e 59 anos de idade que já tiveram relação sexual (INCA, 2007). No município de São Paulo das 404 mulheres que foram a óbito vitimas de neoplasia maligna de câncer do colo do útero em 2005, cerca de 2,7% apresentavam idade entre 20 e 29 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE; DATASSUS, 2008). Sabendo que o câncer cervical apresenta evolução lenta, pode-se inferir que muitas destas jovens contraíram o vírus e desenvolveram o câncer ainda na adolescência (CIRINO et al.; 2010). Entre o período de abril de 2003 a abril de 2004 foi realizado um levantamento do número de casos de HPV no Laboratório de Patologia e Citopatologia da Santa Casa de Misericórdia de Passos/ Minas Gerais. Foram analisados 15.221 exames de Papanicolaou, onde 129 apresentavam casos positivos, que foram classificados como lesão Classe II (HPV), HPV associado à neoplasia intraepitelial cervical- NIC 1 (HPV + NIC 1) e NIC 1. Dentre os 129 casos, todos que apresentavam lesão de Classe II (9 casos) apareceram na faixa etária de 14 a 19 anos, representando cerca de 44% (SILVEIRA & MALHEIRO, 2006). Os resultados obtidos por este levantamento concordam com os estudos realizados por de Beznoset al., (2000), que demonstraram que a infecção pelo papilomavírus humano é mais comum a partir dos 15 anos de idade com prevalência máxima até os 25 anos. Assim, é de suma importância que o exame de Papanicolau para adolescentes que já iniciaram atividade sexual também faça parte dos programas do Ministério da Saúde. Além de programas do Ministério da Saúde para a realização de exames de Papanicolau para adolescentes, fazem-se necessários investimentos no desenvolvimento de práticas de promoção a saúde, as instituições de ensino, postos de saúde, a família, precisam oferecer suporte adequado a estes adolescentes para que os mesmos possam conhecer as formas de contagio, prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HPV (CIRINO & CARMARGO, 2008). Estudos realizados por Cirino et al., 2010 em uma Escola Pública do Distrito Administrativo de Cidade Ademar, região Sul do município de São Paulo no período de março a maio de 2008 com 134 adolescentes do sexo feminino com idade entre 14 e 19 anos revelaram que grande parte destas adolescentes não possui conhecimento adequado sobre o câncer de colo uterino e meios de prevenção e diagnostico. E mesmo aquelas que já tinham realizado o exame Papanicolaou desconheciam o objetivo do mesmo quanto ao HPV. Demonstrando deste modo a importância do professor no contexto escolar, da 19 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 família e do profissional de saúde como formadores de opiniões (CIRINO et al., 2010). Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi identificar o conhecimento dos alunos do 1º, 2° e 3° anos do Ensino Médio de uma escola pública de Belo Horizonte - MG em relação às doenças sexualmente transmissíveis em especial ao vírus do Papiloma Humano (HPV). MATERIAIS E MÉTODOS: Ao avaliar o conhecimento dos alunos sobre a principal via de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis, a maioria dos participantes apresentou conhecimento significativo sobre o assunto (Fig. 1). Os alunos também demonstraram conhecimento para distinguir DST’s de não DST’s, 84,5% conseguiram discernir corretamente, entretanto, 14,39% responderam incorretamente e 1,11% foram nulas (p<0.0001). RESULTADOS: 89,3% Sexo vaginal/oral/anal desprotegido De mãe para filho durante a gravidez 80 60 Roupas íntimas contaminadas 40 Contato com a ferida 20 4,06% 2,21% 2,95% 0 Quando avaliado o conhecimento sobre o aumento do contágio pelas DST’s na puberdade, assim como a DST viral que mais acomete a população mundial sexualmente ativa 60,51% dos participantes responderam HIV (p< 0, 0001) (Fig. 2). 80 60,51% HIV 60 Hepatites 40 Papilomavírus Humano (HPV) 18,45% 20 Herpes Genital 15,5% 4,06% Do total de amostras analisadas, 110 (40,59%) eram do sexo masculino, 158 (58,3 %) do sexo feminino e 3 (1,11%) não preencherem a opção. A idade dos discentes variou entre 14 e 20 anos de idade (Tab.01). Tabela 1. - Idade dos participantes da atividade avaliativa proposta no estudo. Idade Número de participantes % 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos Nulas Total 7 52 80 96 22 5 1 8 271 2,59 19,19 29,52 35,42 8,12 1,85 0,37 2,94 100,00 Nulas 1,48% Figura 1. – Conhecimento sobre a principal via de transmissão das DST’s.(p=0.0002) Porcentagem (%) O estudo foi realizado no ano de 2013 em uma escola Escola Estadual de Belo Horizonte – MG, em duas etapas. Na primeira etapa foi realizado um estudo descritivo por meio de uma atividade avaliativa contendo oito questões fechadas e de múltipla escolha, referentes à transmissão e exemplos de doenças sexualmente transmissíveis, prevalência, prevenção, diagnóstico e tratamentos para o HPV e o câncer cervical (apêndice 1). A atividade avaliativa foi realizada com 271 alunos do 1°, 2° e 3° anos do Ensino Médio. A segunda etapa constituiu na confecção de uma cartilha explicativa e informativa elaborada com base nas questões propostas na atividade. Os resultados foram tratados no programa Excel 2007 (Microsoft, USA) e analisados no programa GraphPadPrism 5.0 (Graph Pad Software, Inc, USA). Algumas respostas foram consideradas nulas por não terem sido respondidas ou por não corresponder ao critério pré-estabelecido para a atividade, que consistia em escolher apenas uma alternativa para cada questão proposta. Porcentagem (%) 100 Nulas 1,48% 0 Figura 2. - DST viral que mais acomete a população mundial sexualmente ativa. No que diz a respeito à prevalência geral da infecção pelo HPV relacionado diretamente com o surgimento do Câncer Cervical, 47, (60%) alunos escolheram a opção correta, 5,16% foram nulas e os demais (47,24%) responderam incorretamente (p=0.0007). Ao avaliar o conhecimento dos alunos em relação a métodos de prevenção da infecção pelo HPV (Fig. 3), assim como a prevenção primária do câncer cervical (Fig. 4), 54,99% participantes responderam incorretamente sobre os métodos de prevenção da 20 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 infecção pelo HPV (p<0, 0001) e 52,4% também responderam incorretamente sobre os métodos de prevenção primários do câncer cervical (p<0, 0001). 50 Porcentagem (%) 42,80% Uso preservativos 40 Programas prevenção á saúde 30 20 20,30% Vacinas profiláticas 19,56% 15,13% Uso pílulas anticoncepcionais 10 2,21% Nulas 0 Figura 3. – Métodos de prevenção da infecção pelo HPV. Porcentagem (%) 50 46,86% 40 Controle infecção pelo HPV 30 Diagnóstico lesões pré neoplásicas 26,94% Tratamento lesões pré neoplásicas 20 13,28% 12,18% Controle tabagismo 10 0 Nulas 0,74% Figura 4. – Forma de prevenção primária do câncer cervical. Ao serem questionados sobre como é realizado o diagnóstico da infecção pelo HPV e qual é a técnica mais utilizada nos dias atuais, 134 alunos (49,45%) optaram pela opção correta, o Exame de Papanicolaou (p=0.0031). E sobre os principais tratamentos para o Câncer Cervical apenas 37,27% adolescentes responderam corretamente que é Cirurgia/ Radioterapia/ Quimioterapia e Terapia Biológica (p=0.0001). A partir da análise dos resultados, foi construído um material didático pedagógico, uma cartilha (apêndice 2). E DISCUSSÃO: Neste estudo, foi possível verificar que os adolescentes conhecem as principais formas de transmissão das DST’s (Fig. 1). No entanto, a incidência de DST’s durante a puberdade tem aumentado concomitantemente, em função do aumento da atividade sexual nesta faixa etária (ROYE et al.,1992). Estima-se que em adolescentes e mulheres jovens a prevalência para a maior parte das doenças sexualmente transmissíveis apresente os mais altos índices, e como consequência os achados citológicos com anormalidades nesta faixa etária tem sido bastante encontrados (ROYE et al.,1992; CARVALHO & OYAKAWA, 2000). Os participantes deste estudo também souberam distinguir DST’s de não DST’s, pois 84,5% responderam corretamente. Em relação a DST que mais acomete a população mundial sexualmente ativa, verificou-se que os adolescentes acreditam ser o HIV (Fig. 2), contudo segundo Richardson et al., (2005) e Carvalho (2012) a infecção pelo Papilomavirus é a DST viral que mais acomete a população mundial sexualmente ativa. Alguns estudos demonstram que cerca de 15% das mulheres apresenta evidência molecular e mais de 50% apresenta anticorpos Anti-HPV, que são indícios de contágio passado (RICHARDSON et al., 2005). Os resultados encontrados no presente estudo corroboram com os obtidos por Camargo& Ferrari (2009), onde a DST mais citada pelos adolescentes de uma Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio foi o HIV. Acredita-se que tal resultado é devido à ênfase que o Ministério da Saúde e a mídia dão ao HIV/AIDS, principalmente em campanhas pré carnaval, contudo é de fundamental importância que seja também abordado nestas campanhas outras DST’s, em especial o HPV, que atualmente é a DST mais incidente na população mundial (CAMARGO & FERRARI, 2009). Em relação à prevalência geral de infecção pelo HPV relacionado diretamente com o surgimento do câncer cervical os participantes deste estudo demonstraram conhecimento, entretanto, um alto índice de indivíduos (37,27%) associaram o contagio do HIV com o aparecimento de verrugas genitais, que é um conceito errôneo. Segundo Diniz & Ferreira (2010), o aparecimento de verrugas genitais está associado ao contagio com vírus HPV de baixo risco, que causam lesões benignas de baixo grau e verrugas genitais. No que diz respeito ao conhecimento em relação a métodos de prevenção da infecção pelo HPV a maioria dos discentes não souberam responder corretamente (Fig. 3), pois muitos consideraram que o uso de preservativos, programas de prevenção à saúde e vacinas profiláticas não são métodos de prevenção da infecção pelo HPV. E também em relação à prevenção primária do câncer cervical eles responderam incorretamente, pois consideraram que o controle da 21 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 infecção viral pelo HPV, diagnóstico e tratamento das lesões neoplásicas não se constituem como formas de prevenção (Fig. 4). Contudo, Segundo Franco et al., (2001) A prevenção primária do câncer cervical pode ser alcançada através do controle da infecção viral pelo papilomavirus, diagnóstico e tratamento das lesões pré neoplásicas. No entanto, algumas estratégias podem ser efetivas na prevenção desta infecção viral, como programa de promoção à saúde na intenção de mudar o comportamento sexual dos adolescentes com ênfase em doenças sexualmente transmissíveis, o uso de preservativo e vacinas profiláticas, são exemplos (FRANCO et al., 2001; DINIZ & FERREIRA, 2010). Quando abordados em relação ao conhecimento do diagnóstico da infecção pelo HPV e a técnica mais utilizadas nos dias atuais os alunos demonstraram conhecer, 49,44% responderam corretamente, o Exame de Papanicolaou. O exame citopatológico (Papanicolaou) constitui-se atualmente como uma ferramenta fundamental no controle do câncer cervical. Enquanto no Brasil o percentual de cobertura pelo exame da população feminina de 25 a 59 anos de idade, a cada cinco anos é de 5%, nos países desenvolvidos a cobertura é de 50% (NETTO et al., 2002). Neste exame é coletado material das regiões ectocervical e endocervical, sendo feito posteriormente um esfregaço e coloração por Hematoxilina-eosina (HE) destes materiais, onde é possível detectar alterações celulares ocasionadas pela presença do vírus HPV (SCHNEIDER et al., 1987). Em relação aos principais tratamentos para o câncer cervical, 61,25% não souberam responder corretamente. De acordo com Silva (2008), os tratamentos mais utilizados para o câncer cervical são a cirurgia e radioterapia, em alguns casos são também utilizadas quimioterapia e terapia biológica. O tipo específico de tratamento que cada paciente recebe é de acordo com o estágio da doença, idade, tamanho do tumor, desejo de ter filhos no futuro, entre outros. O êxito no tratamento do carcinoma do colo uterino está diretamente relacionado com a qualidade do exame citológico, dos intervalos entre os procedimentos, da cobertura da população feminina pelos programas de prevenção, do encaminhamento de mulheres com alterações nos exames citopatológicos, rastreamento e acompanhamento eficiente das pacientes diagnosticadas. Nos países desenvolvidos onde os Exames de Papanicolaou aliado com os programas educativos e um bom direcionamento dos casos diagnosticados tiveram um decréscimo de 70% na mortalidade de mulheres acometidas por esta patologia (CUZICK, 2001). CONCLUSÃO: Os participantes demonstraram conhecimento sobre a principal forma de transmissão das doenças sexualmente transmissíveis, porém nos quesitos prevalência, prevenção e tratamentos do HPV e do câncer cervical há pouco conhecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Contudo, faz-se necessário a realização de práticas educativas pela escola e pelos órgãos de saúde a fim de ampliar o conhecimento dos indivíduos sobre as DST’s em especial sobre o HPV, que é a infecção mais prevalente na população mundial sexualmente ativa. REFERÊNCIAS ALTMANN, H. Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estudos Feministas, 575-85. 2/2001. BEZNO S, G. W; ALON SO, F. J. F; CARVALHO, M. Z. M. de. Consenso Brasileiro de HPV: Papilomavirus humano. HPV em outras especialidades, epidemiologia, diagnóstico e tratamento. São Paulo: BG Cultural, 2000. BOSCH, F. X; et al. Prevalence of human papillomavirus in cervical cancer: a worldwide perspective. International biological study on cervical cancer (IBSCC) study group.J Natl Cancer Inst,v.87, p.796-802, 1995. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Art. 12-14. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm >. Acesso em: 12 set. 2012. BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE. 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Alguns estudos demonstram que a infecção pelo________________ é a DST viral que mais acomete a população mundial sexualmente ativa. a- HIV; b- Hepatites; c- Papilomavirus Humano (HPV); d- Herpes Genital; 4) Em vários países a prevalência geral de infecção pelo ________________ estão diretamente relacionados com o surgimento de ____________________________. a- HPV, câncer cervical; b- HIV, verrugas genitais; c- H1N1, febre amarela; d- Toxoplasma gondi, tuberculose; 5) A prevenção da infecção pelo HPV pode ser alcançada por alguns métodos, exceto: a- Uso de preservativos; b- Programas de prevenção à saúde; c- Vacinas profiláticas; d- Uso de pílulas anticoncepcionais; 6) A prevenção primária do câncer cervical pode ser alcançada através de, exceto: a- Controle da infecção viral pelo papilomavirus humano (HPV); b- Diagnóstico das lesões pré-neoplásicas; c- Tratamento das lesões pré- neoplásicas; d- Controle do tabagismo; 7) O diagnóstico da infecção pelo vírus HPV são realizados por algumas técnicas, dentre elas a mais utilizada é: a- Exame Papanicolaou; b- Biópsia; c- Inspeção com ácido acético a 5%; d- PCR; 8) Os tratamentos mais utilizados para o câncer cervical são: a- Cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia biológica; b- Quimioterapia, radioterapia e reposição hormonal; c- Cirurgia, reposição hormonal e terapia biológica; d- Terapia biológica, reposição hormonal e cirurgia; Apêndice 2- Cartilha explicativa E AGORA JOSÉ? Está na hora de ficar de Olho aberto! Conheça mais sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis, principalmente o HPV e PROTEJA-SE!!! 25 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014. ISSN: 2238-1945 A ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis na adolescência tem aumentado significativamente, em função do aumento da atividade sexual desprotegida nesta faixa etária. Algumas DST’s como, as hepatites, a gonorréia, a sífilis e a AIDS, são frequentemente abordadas pelos profissionais de saúde e pela mídia em geral, mas o HPV que é uma DST bem antiga que surgiu antes mesmo da AIDS merece também uma atenção especial. Você sabe o que é o HPV? E o que a infecção por esta DST pode causar? O HPV (papilomavírus humano) é um vírus que tem afinidade por epitélios e quando estabelecidos dentro das células podem levar ao surgimento de um câncer. Várias cepas deste vírus já foram descritas, e as mesmas podem ser classificadas de acordo com seu potencial oncongênico, isto é, seu poder de causar um câncer. Os de baixo risco como HPV-6 e o HPV-11 podem causar lesões benignas e verrugas genitais, os de alto risco como o HPV- 16 e o HPV-18 são os responsáveis pelo surgimento de tumores cervicais (câncer colo do útero), anogenitais (ânus e genitálias) e de cabeça e pescoço. Você sabia???... devido à grande variabilidade natural destes vírus. Sendo assim, o uso de preservativo durante as relações sexuais é o método mais eficaz e seguro para se proteger. O diagnóstico da infecção por HPV é realizado por algumas técnicas, para as mulheres o exame de Papanicolaou é o mais utilizado, atualmente ele é uma ferramenta fundamental no controle do câncer cervical, sendo possível detectar alterações celulares ocasionadas pela presença do vírus. Para os homens é utilizado o exame de Peniscopia. Os tratamentos mais utilizados para o câncer cervical são a cirurgia e a radioterapia. Em alguns casos também são utilizadas a quimioterapia e a terapia biológica. O tipo específico de tratamento que cada paciente recebe é de acordo com o estágio da doença, idade, tamanho do tumor, desejo de ter filhos no futuro, entre outros. Atentem-se.... Alguns estudos demonstram que a infecção pelo Papilomavirus humano é mais comum a partir dos 15 anos de idade, com prevalência máxima até os 25 anos de idade. Prevenir é o melhor remédio!!! No Brasil são cerca de 685 mil pessoas infectadas por este vírus, sendo a quarta doença sexualmente transmissível mais comum tanto em homens como em mulheres, superando a AIDS! Embora existam outras formas de transmissão do HPV como toalhas, roupas, sabonetes, materno fetal e instrumentos ginecológicos infectados, o contato sexual desprotegido é o mais relevante. Prevenção, diagnóstico e tratamento para o câncer cervical A prevenção primária do câncer cervical (câncer colo de útero) pode ser alcançada pelo controle da infecção viral pelo HPV, diagnóstico e tratamento das lesões pré cancerígenas. Atualmente estão disponíveis no mercado duas vacinas profiláticas contra os principais HPV’s causadores de câncer, e devem ser tomadas entre 9 e 26 anos de idade. Contudo tais vacinas têm sua eficácia comprometida 26 Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.