Mito e Filosofia - escola padre reus

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26/03/2017
A passagem do
pensamento Mítico para
o pensamento Filosófico
Filosofia – Terceiro Ano – 1° Trimestre
Professor Me. Phil. Fabio Goulart
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
Alguns Tipos de Conhecimento:


Conhecimento Mitológico: História não
necessariamente verdadeira feita para explicar algo
de nossa realidade e para determinar algo em nossa
sociedade (ensinar algo).
Conhecimento Filosófico: Baseado na
argumentação é constituído pelo nosso
conjunto de Crenças, Verdadeiras,
Justificadas racionalmente e reflexivas.

Conhecimento Científico: Baseado método,
comprovação empírica e amostragem, O método
científico consiste na coleta de dados através de
observação e experimentação, bem como na
formulação e teste de hipóteses.
1
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1- A passagem do pensamento Mítico
para o pensamento Filosófico

Aranha. Ma; Martins. Ma. Filosofando: introdução à Filosofia. 2009. p.41
1.1- Fatores determinantes para o
surgimento da Filosofia.

Historiadores divergem sobre a origem da Filosofia como gênero literário. Há textos no estilo
filosófico já no Egito antigo, mas a tradição filosófica só se consolidou na Grécia antiga. O
primeiro filósofo ocidental desta tradição é Tales da cidade de Mileto (atual Turquia)

Se diz que a Filosofia nos moldes ocidentais (crença, verdadeira, justifica sobre princípios críticos
e reflexivos) “Surgiu”, não se diz que ela foi inventada ou criada.

Entre os fatores decisivos para o surgimento da filosofia enquanto TRADIÇÃO e TIPO DE
CONHECIMENTO entre os séculos VII e VI a.C. estão:

- Invenção e popularização da escrita;

- Invenção da moeda(dinheiro);

- Invenção da lei escrita(secular);

- Fundação da pólis (cidade-Estado com mais 100mil habitantes);

- Democracia;

- Principalmente: contato e diálogo com múltiplas culturas (nas Ágoras).

A Explicação mitológica tornou-se insuficiente para explicar esse novo Mundo Antigo!!!
2
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1.2 Região do surgimento da Filosofia
F
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1) Disserte corretamente sobre os fatores que possibilitaram o surgimento da filosofia
ocidental na Grécia Antiga e explique porque tribos isoladas não desenvolveram esse tipo
de conhecimento até hoje.
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2) Por que não podemos dizer simplesmente a filosofia surgiu simplesmente para acabar
com os mitos?
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2- Mito da Caverna
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Devido a estarem mergulhado em uma cultura totalmente mítica a
passagem do mito para a filosofia foi gradual, e no geral os filósofos
da Grécia Antiga se utilizavam do artifício de criar “mitos” para
explicar para as pessoas suas teorias crítico reflexivas acerca da
natureza, da humanidade, da pólis e do cosmo.

O “novo mito” mais famoso deste período é o Mito da Caverna, que
foi escrito por Platão no livro A República (Livro VII) e retrata o
diálogo de Sócrates com Glauco (um jovem que quer saber o que é
filosofia) e, entre outras coisas, mostra como funciona o pensamento
filosófico...
Mito da Caverna
Glauco – Mas Sócrates, você poderia me explicar como funciona essa tal filosofia?
Sócrates – Imaginem homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a
infância, de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver nada além do que está em sua frente, pois as correntes
os impedem de mexer a cabeça; a luz chega de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros
passa uma estrada. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro.
Glauco – Estou imaginando.
Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, a sombra de homens que transportam objetos de toda espécie, tais como: estatuetas,
animais, pedras, madeiras e toda espécie de matéria; Entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates – Eles são como nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, a si mesmos e seus
companheiros?
Glauco - Não, afinal são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida.
Sócrates - E com as coisas que geram as sombras no muro? Não se passa o mesmo?
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Portanto, se pudessem falar com os companheiros, não achas que eles iam acreditar que as sombras eram os objetos reais?
Glauco - É bem possível, afinal nunca viram os objetos reais.
Sócrates – Mais do que isso, eles não sabem que existem objetos reais que projetam essas sombras! E para piorar, o eco da caverna faz
parecer que os sons vêm das sombras.
Glauco - Por Zeus!
Sócrates - Dessa forma, não estaria toda realidade destes homens, reduzidas a essas sombras?
Glauco – Deste jeito, sim.
Sócrates – imagine agora o que um destes homens se liberta naturalmente e é obrigado a endireitar-se imediatamente, a
voltar o pescoço para os lados, a caminhar, a erguer os olhos para a luz em direção aos objetos reais. Claro que ao olhar para
a luz sua vista ficará embaça e os objetos reais não pareceriam mais reais que as sombras que via na parede da caverna.
Glauco – Realmente, as coisas pareceriam borrões, tais como as sombras.
Sócrates – Não achas que toda esta luz iria irritar tanto seus olhos, que este homem tentaria voltar sua cabeça novamente
para as sombras?
Glauco - Com toda a certeza.
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Sócrates – Mas ele foi arrancado misteriosamente da sua caverna, e obrigado a subir a encosta rude e perigosa, se machucando todo, Até chegar a
colina donde vinha a forte luz do Sol, não achas que ficaria reclamando de tanta dor e violência?
Glauco – Claro.
Sócrates – Será que num primeiro momento ele conseguiria reconhecer algum objeto real?
Glauco - Acho que não. Primeiro ele teria que se acostumar com a luz, depois teria que observar bem cada uma das coisas.
Sócrates - Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras,
pois já está acostumado com elas; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios
objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade das estrelas e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o
próprio céu do que, durante o dia, o Sol e sua luz.
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Por fim, suponho eu, conseguirá ver o será o sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio
Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal qual é.
Glauco – bem provável.
Sócrates - Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que está acima de tudo no mundo visível e que, de certa
maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.
Glauco - É evidente que chegará a essa conclusão.
Sócrates – Não achas que após descobrir toda essas maravilhas, este homem (agora livre) não tentaria voltar a seu antigo lar para
contar e libertar seus amigos?
Glauco - Sim, com certeza, Sócrates.
Sócrates - E se neste mundo superior, todos fossem sábios e felizes e que mesmos os mais fracos e inocentes vivessem um
milhão de vezes melhor que o homem mais poderoso da caverna, não preferia ele viver na colina a seguir sua vida nas correntes
da caverna?
Glauco – Não só ele, eu também preferiria viver lá.
Sócrates – Então imagine que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: Não ficará com os olhos cegos
pela escuridão da caverna?
Glauco - Certo que sim, afinal isso ocorre quando entramos num local escuro.
Sócrates – Ele teria que entrar em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes e que
consideram que as sombras são a verdade. Estando ainda sua vista confusa, pois habituar-se à escuridão exigirá
um tempo bastante longo, não fará os outros rirem de sua cara e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a
vista estragada, e que devido a isso não vale a pena tentar subir até lá?
Glauco - Sem nenhuma dúvida.
Sócrates- Para piorar a situação, este homem seria considerado louco pelos outros, acorrentado e provavelmente
ameaçado de morte por supostamente duvidar das crenças existentes na caverna e perturbar a ordem que existia
lá.
Glauco- Infelizmente Sócrates... Infelizmente.
Sócrates - Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto a ponto, este mito da caverna ao mundo que nos
cerca. Compare e a luz do fogo que ilumina a caverna como aquilo que sabemos e a força do Sol com o que nos é
estranho. Minha opinião é esta: existe um verdadeiro mundo que desconhecemos e que vai muito além daquilo
que podemos ver e sentir. Neste mundo a ideia do bem é a última a ser aprendida, e com dificuldade. Não se pode
apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas, ou seja, a ideia
do bem é o Sol. Por outro lado há o mundo visível, que recebe uma pequena fração desta luz. Este mundo é
escuro e dispensa a verdade e a inteligência. Porém só aquele que suporta a dor e sai da caverna conseguem ter
uma vida prudente, livre, sábia e verdadeiramente feliz.
Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.
(Autor: Platão, Livro: A República, Versão: Fabio Goulart)
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2- Mito da Caverna

3) AO SAIR DA CAVERNA O PRISIONEIRO RECLAMOU DA DOR E DA LUZ DO SOL. POR QUÊ? AS PRIMEIRAS
COISAS QUE RECONHECEU LÁ EM CIMA FORAM AS SOMBRAS, DEPOIS OS REFLEXOS E SÓ POR FIM COMEÇOU
A
CONHECER
E
RECONHECER
OS
OBJETOS?
POR
QUÊ?
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4) POR QUE O HOMEM AO RETORNAR A CAVERNA E CONTAR SOBRE A REALIDADE QUE ENCONTROU FOI
RIDICULARIZADO, TIDO COMO LOUCO, AMARRADO E AMEAÇADO POR AQUELES QUE VIVIAM NA CAVERNA?
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Rap do Mito da Caverna
Link:
https://www.youtube.com/watch?v=2f48z1c9zZA

5) O QUE PODEMOS FAZER PARA FUGIR DE NOSSAS CAVERNAS E
LIBERTAR AQUELES QUE VIVEM CONOSCO?
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6) QUE RELAÇÃO PODEMOS FAZER ENTRE O PRISIONEIRO QUE SE LIBERTOU E O CIDADÃO COMUM QUE APRENDE
A FILOSOFIA E A FILOSOFAR?
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3- Filosofia, suas eras
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Agora observe e responda mentalmente:
-Qual das imagens abaixo representa melhor um filósofo?
3.1- Filosofia, suas eras

Normalmente as pessoas acham que o filosofo é “O pensador”, o homem que se isola
do mundo e cria um monte de teorias confusas e complexas, criando problemas para
questões simples do dia a dia. De fato o bom filosofo se isola de todos e cria suas
teorias dentro de sua própria cabeça, isto pois não existe uma comunidade de filósofos
tal como existe uma comunidade cientifica.

Porém julgo que a imagem mais adequada para representar o filósofo é a do homem
carregando o mundo nas costas... Isto porque as teorias que o filósofo desenvolve em
sua época acabam por determinar as mudanças que o mundo sofre no futuro. Podemos
observar exatamente isto quando damos uma olhada nas eras das filosofia.

1- A filosofia antiga surgiu no final do século VII a.C com homens que não mais acreditavam
que os mitos e a religião poderiam explicar o mundo. Entre os primeiros filósofos estão Tales
de Mileto, Pitágoras, Demócrito e Heráclito. Este primeiro momento da filosofia chamamos
de Período Pré-socrático da Filosofia Antiga.

2- O Pensamento destes filósofos pré-socráticos mudaram muitas coisas nas sociedades
antigas e nos séculos IV e III a. C surgem filósofos com Sócrates, Platão e Aristóteles. Estes
homens são responsáveis por criar os principais problemas a serem discutidos pela
humanidade até hoje. Este período é chamado de Período Clássico da Filosofia Antiga.
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
Aranha. Ma;
Martins. Ma.
Filosofando:
introdução à
Filosofia. 2009.
p.40
3.1- Filosofia, suas eras

Resumo dos demais períodos da História da Filosofia:

3-Depois disso a filosofia se uniu a igreja cristã, fato que incentivou mudanças severas,
como por exemplo, a queda do império romano e a ascensão do poder da igreja católica.
Tivemos filósofos como Sto. Agostinho, Sto. Anselmo e Sto. Tomás de Aquino. Este
período Ficou conhecido como Filosofia Medieval.
4- Como o tempo, a igreja começou a perder o poder e os filósofos foram os primeiros a
mostrar que não estavam mais satisfeito com as atrocidades feitas em nome de Deus. Em
busca do renascimento dos princípios da filosofia Clássicas e o progressivo avanço da
razão crítica, temos nesta época filósofos como Descartes, Kant e Hegel. Este período é
chamado de Filosofia Moderna. Tais filósofos e correntes de pensamento como o
renascimento, o empirismo, o iluminismo e o racionalismo foram cruciais também para
o desenvolvimento da das ciência moderna.
5-Além de determinar o fim da idade média, a filosofia moderna determinou a queda da
bastilha em 1789 d. C e o inicio da era contemporânea. No atual período temos filósofos
como Nietzsche, Heidegger, Wittgenstein, etc... Hoje a filosofia está muito concentrada
em resolver problemas da teoria do conhecimento, filosofia da linguagem e filosofia
politica, porém são as crises atuais que nos mostrarão futuramente quais as filosofias
que realmente deixarão marcas para o futuro. Chamamos o atual período de Filosofia
Contemporânea.
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3.2- Filosofia, suas áreas


***Mas o que estuda a Filosofia que a torna tão especial?
Dentre outras áreas a filosofia estuda:


Lógica - Verifica a coerência das teorias e dos fatos...

Epistemologia – Estuda o conhecimento, como é possível conhecer, o que podemos conhecer...

Ética - Que estuda o conjunto de valores e princípios que dizem como viver em sociedade...

Metafísica - Que estuda o que é o ser, deus e outros objetos imateriais (verdade, liberdade
absoluta)...

Antropologia - Que estuda o Ser humano e a humanidade como um todo...

Estética - Que estuda o que é belo e porquê e considerado belo ou agradável...


*Os interessados em conhecer mais sobre cada uma destas nobres áreas do conhecimento
filosófico já podem iniciar suas pesquisas na internet e nas bibliotecas!!!
3.3- Linhas do Tempo
Antiguidade
De +- 4.000 aC.
Até 476 dC.
Queda de Roma
Ocidental
Filosofia Antiga
De 623 aC.
Até 354 dC.
De Tales,
Até Agostinho
Questões
ligadas a polis
e cultura
grega
Idade Média
De 476 dC.
Até 1456 dC
Tomada da
Constantinopla
Modernidade
De 1456 dC
Até 1789 dC
Revolução
Francesa
Filosofia Medieval
De 354 dC.
Até 1596 dC.
De Agostinho,
Até Descartes
Filosofia Moderna
De 1596 dC.
Até 1884 dC.
De Descates,
Até Nietzsche
Questões ligadas ao
cristianismo e a
cultura romana
Questões ligadas a
razão sem
interferências
religiosas
Idade Contemporânea
De 1789
Atual...
Filosofia
Contemporânea
De 1884 dC.
De Nietzsche,
Atual...
Obs.: Há
divergências na
definição das
eras filosóficas.
Questões pós
modernas
9
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