26/03/2017 A passagem do pensamento Mítico para o pensamento Filosófico Filosofia – Terceiro Ano – 1° Trimestre Professor Me. Phil. Fabio Goulart www.FilosofiaHoje.com https://www.youtube.com/FilosofiaHoje https://www.facebook.com/FilosofiaHoje/ https://www.facebook.com/groups/772507652869556/ Alguns Tipos de Conhecimento: Conhecimento Mitológico: História não necessariamente verdadeira feita para explicar algo de nossa realidade e para determinar algo em nossa sociedade (ensinar algo). Conhecimento Filosófico: Baseado na argumentação é constituído pelo nosso conjunto de Crenças, Verdadeiras, Justificadas racionalmente e reflexivas. Conhecimento Científico: Baseado método, comprovação empírica e amostragem, O método científico consiste na coleta de dados através de observação e experimentação, bem como na formulação e teste de hipóteses. 1 26/03/2017 1- A passagem do pensamento Mítico para o pensamento Filosófico Aranha. Ma; Martins. Ma. Filosofando: introdução à Filosofia. 2009. p.41 1.1- Fatores determinantes para o surgimento da Filosofia. Historiadores divergem sobre a origem da Filosofia como gênero literário. Há textos no estilo filosófico já no Egito antigo, mas a tradição filosófica só se consolidou na Grécia antiga. O primeiro filósofo ocidental desta tradição é Tales da cidade de Mileto (atual Turquia) Se diz que a Filosofia nos moldes ocidentais (crença, verdadeira, justifica sobre princípios críticos e reflexivos) “Surgiu”, não se diz que ela foi inventada ou criada. Entre os fatores decisivos para o surgimento da filosofia enquanto TRADIÇÃO e TIPO DE CONHECIMENTO entre os séculos VII e VI a.C. estão: - Invenção e popularização da escrita; - Invenção da moeda(dinheiro); - Invenção da lei escrita(secular); - Fundação da pólis (cidade-Estado com mais 100mil habitantes); - Democracia; - Principalmente: contato e diálogo com múltiplas culturas (nas Ágoras). A Explicação mitológica tornou-se insuficiente para explicar esse novo Mundo Antigo!!! 2 26/03/2017 1.2 Região do surgimento da Filosofia F 1) Disserte corretamente sobre os fatores que possibilitaram o surgimento da filosofia ocidental na Grécia Antiga e explique porque tribos isoladas não desenvolveram esse tipo de conhecimento até hoje. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ FilosofiaHoje.com _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________. 2) Por que não podemos dizer simplesmente a filosofia surgiu simplesmente para acabar com os mitos? _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________. 3 26/03/2017 2- Mito da Caverna Devido a estarem mergulhado em uma cultura totalmente mítica a passagem do mito para a filosofia foi gradual, e no geral os filósofos da Grécia Antiga se utilizavam do artifício de criar “mitos” para explicar para as pessoas suas teorias crítico reflexivas acerca da natureza, da humanidade, da pólis e do cosmo. O “novo mito” mais famoso deste período é o Mito da Caverna, que foi escrito por Platão no livro A República (Livro VII) e retrata o diálogo de Sócrates com Glauco (um jovem que quer saber o que é filosofia) e, entre outras coisas, mostra como funciona o pensamento filosófico... Mito da Caverna Glauco – Mas Sócrates, você poderia me explicar como funciona essa tal filosofia? Sócrates – Imaginem homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver nada além do que está em sua frente, pois as correntes os impedem de mexer a cabeça; a luz chega de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro. Glauco – Estou imaginando. Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, a sombra de homens que transportam objetos de toda espécie, tais como: estatuetas, animais, pedras, madeiras e toda espécie de matéria; Entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio. Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros. Sócrates – Eles são como nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, a si mesmos e seus companheiros? Glauco - Não, afinal são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida. Sócrates - E com as coisas que geram as sombras no muro? Não se passa o mesmo? Glauco - Sem dúvida. Sócrates - Portanto, se pudessem falar com os companheiros, não achas que eles iam acreditar que as sombras eram os objetos reais? Glauco - É bem possível, afinal nunca viram os objetos reais. Sócrates – Mais do que isso, eles não sabem que existem objetos reais que projetam essas sombras! E para piorar, o eco da caverna faz parecer que os sons vêm das sombras. Glauco - Por Zeus! Sócrates - Dessa forma, não estaria toda realidade destes homens, reduzidas a essas sombras? Glauco – Deste jeito, sim. Sócrates – imagine agora o que um destes homens se liberta naturalmente e é obrigado a endireitar-se imediatamente, a voltar o pescoço para os lados, a caminhar, a erguer os olhos para a luz em direção aos objetos reais. Claro que ao olhar para a luz sua vista ficará embaça e os objetos reais não pareceriam mais reais que as sombras que via na parede da caverna. Glauco – Realmente, as coisas pareceriam borrões, tais como as sombras. Sócrates – Não achas que toda esta luz iria irritar tanto seus olhos, que este homem tentaria voltar sua cabeça novamente para as sombras? Glauco - Com toda a certeza. 4 26/03/2017 Sócrates – Mas ele foi arrancado misteriosamente da sua caverna, e obrigado a subir a encosta rude e perigosa, se machucando todo, Até chegar a colina donde vinha a forte luz do Sol, não achas que ficaria reclamando de tanta dor e violência? Glauco – Claro. Sócrates – Será que num primeiro momento ele conseguiria reconhecer algum objeto real? Glauco - Acho que não. Primeiro ele teria que se acostumar com a luz, depois teria que observar bem cada uma das coisas. Sócrates - Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras, pois já está acostumado com elas; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas; por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade das estrelas e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e sua luz. Glauco - Sem dúvida. Sócrates - Por fim, suponho eu, conseguirá ver o será o sol, e não as suas imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar, que poderá ver e contemplar tal qual é. Glauco – bem provável. Sócrates - Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que está acima de tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna. Glauco - É evidente que chegará a essa conclusão. Sócrates – Não achas que após descobrir toda essas maravilhas, este homem (agora livre) não tentaria voltar a seu antigo lar para contar e libertar seus amigos? Glauco - Sim, com certeza, Sócrates. Sócrates - E se neste mundo superior, todos fossem sábios e felizes e que mesmos os mais fracos e inocentes vivessem um milhão de vezes melhor que o homem mais poderoso da caverna, não preferia ele viver na colina a seguir sua vida nas correntes da caverna? Glauco – Não só ele, eu também preferiria viver lá. Sócrates – Então imagine que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu antigo lugar: Não ficará com os olhos cegos pela escuridão da caverna? Glauco - Certo que sim, afinal isso ocorre quando entramos num local escuro. Sócrates – Ele teria que entrar em competição com os prisioneiros que não se libertaram de suas correntes e que consideram que as sombras são a verdade. Estando ainda sua vista confusa, pois habituar-se à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará os outros rirem de sua cara e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, e que devido a isso não vale a pena tentar subir até lá? Glauco - Sem nenhuma dúvida. Sócrates- Para piorar a situação, este homem seria considerado louco pelos outros, acorrentado e provavelmente ameaçado de morte por supostamente duvidar das crenças existentes na caverna e perturbar a ordem que existia lá. Glauco- Infelizmente Sócrates... Infelizmente. Sócrates - Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto a ponto, este mito da caverna ao mundo que nos cerca. Compare e a luz do fogo que ilumina a caverna como aquilo que sabemos e a força do Sol com o que nos é estranho. Minha opinião é esta: existe um verdadeiro mundo que desconhecemos e que vai muito além daquilo que podemos ver e sentir. Neste mundo a ideia do bem é a última a ser aprendida, e com dificuldade. Não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas, ou seja, a ideia do bem é o Sol. Por outro lado há o mundo visível, que recebe uma pequena fração desta luz. Este mundo é escuro e dispensa a verdade e a inteligência. Porém só aquele que suporta a dor e sai da caverna conseguem ter uma vida prudente, livre, sábia e verdadeiramente feliz. Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la. (Autor: Platão, Livro: A República, Versão: Fabio Goulart) 5 26/03/2017 2- Mito da Caverna 3) AO SAIR DA CAVERNA O PRISIONEIRO RECLAMOU DA DOR E DA LUZ DO SOL. POR QUÊ? AS PRIMEIRAS COISAS QUE RECONHECEU LÁ EM CIMA FORAM AS SOMBRAS, DEPOIS OS REFLEXOS E SÓ POR FIM COMEÇOU A CONHECER E RECONHECER OS OBJETOS? POR QUÊ? _______________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ __________________________________. 4) POR QUE O HOMEM AO RETORNAR A CAVERNA E CONTAR SOBRE A REALIDADE QUE ENCONTROU FOI RIDICULARIZADO, TIDO COMO LOUCO, AMARRADO E AMEAÇADO POR AQUELES QUE VIVIAM NA CAVERNA? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________. Rap do Mito da Caverna Link: https://www.youtube.com/watch?v=2f48z1c9zZA 5) O QUE PODEMOS FAZER PARA FUGIR DE NOSSAS CAVERNAS E LIBERTAR AQUELES QUE VIVEM CONOSCO? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ _____________. 6) QUE RELAÇÃO PODEMOS FAZER ENTRE O PRISIONEIRO QUE SE LIBERTOU E O CIDADÃO COMUM QUE APRENDE A FILOSOFIA E A FILOSOFAR? ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________. 6 26/03/2017 3- Filosofia, suas eras Agora observe e responda mentalmente: -Qual das imagens abaixo representa melhor um filósofo? 3.1- Filosofia, suas eras Normalmente as pessoas acham que o filosofo é “O pensador”, o homem que se isola do mundo e cria um monte de teorias confusas e complexas, criando problemas para questões simples do dia a dia. De fato o bom filosofo se isola de todos e cria suas teorias dentro de sua própria cabeça, isto pois não existe uma comunidade de filósofos tal como existe uma comunidade cientifica. Porém julgo que a imagem mais adequada para representar o filósofo é a do homem carregando o mundo nas costas... Isto porque as teorias que o filósofo desenvolve em sua época acabam por determinar as mudanças que o mundo sofre no futuro. Podemos observar exatamente isto quando damos uma olhada nas eras das filosofia. 1- A filosofia antiga surgiu no final do século VII a.C com homens que não mais acreditavam que os mitos e a religião poderiam explicar o mundo. Entre os primeiros filósofos estão Tales de Mileto, Pitágoras, Demócrito e Heráclito. Este primeiro momento da filosofia chamamos de Período Pré-socrático da Filosofia Antiga. 2- O Pensamento destes filósofos pré-socráticos mudaram muitas coisas nas sociedades antigas e nos séculos IV e III a. C surgem filósofos com Sócrates, Platão e Aristóteles. Estes homens são responsáveis por criar os principais problemas a serem discutidos pela humanidade até hoje. Este período é chamado de Período Clássico da Filosofia Antiga. 7 26/03/2017 Aranha. Ma; Martins. Ma. Filosofando: introdução à Filosofia. 2009. p.40 3.1- Filosofia, suas eras Resumo dos demais períodos da História da Filosofia: 3-Depois disso a filosofia se uniu a igreja cristã, fato que incentivou mudanças severas, como por exemplo, a queda do império romano e a ascensão do poder da igreja católica. Tivemos filósofos como Sto. Agostinho, Sto. Anselmo e Sto. Tomás de Aquino. Este período Ficou conhecido como Filosofia Medieval. 4- Como o tempo, a igreja começou a perder o poder e os filósofos foram os primeiros a mostrar que não estavam mais satisfeito com as atrocidades feitas em nome de Deus. Em busca do renascimento dos princípios da filosofia Clássicas e o progressivo avanço da razão crítica, temos nesta época filósofos como Descartes, Kant e Hegel. Este período é chamado de Filosofia Moderna. Tais filósofos e correntes de pensamento como o renascimento, o empirismo, o iluminismo e o racionalismo foram cruciais também para o desenvolvimento da das ciência moderna. 5-Além de determinar o fim da idade média, a filosofia moderna determinou a queda da bastilha em 1789 d. C e o inicio da era contemporânea. No atual período temos filósofos como Nietzsche, Heidegger, Wittgenstein, etc... Hoje a filosofia está muito concentrada em resolver problemas da teoria do conhecimento, filosofia da linguagem e filosofia politica, porém são as crises atuais que nos mostrarão futuramente quais as filosofias que realmente deixarão marcas para o futuro. Chamamos o atual período de Filosofia Contemporânea. 8 26/03/2017 3.2- Filosofia, suas áreas ***Mas o que estuda a Filosofia que a torna tão especial? Dentre outras áreas a filosofia estuda: Lógica - Verifica a coerência das teorias e dos fatos... Epistemologia – Estuda o conhecimento, como é possível conhecer, o que podemos conhecer... Ética - Que estuda o conjunto de valores e princípios que dizem como viver em sociedade... Metafísica - Que estuda o que é o ser, deus e outros objetos imateriais (verdade, liberdade absoluta)... Antropologia - Que estuda o Ser humano e a humanidade como um todo... Estética - Que estuda o que é belo e porquê e considerado belo ou agradável... *Os interessados em conhecer mais sobre cada uma destas nobres áreas do conhecimento filosófico já podem iniciar suas pesquisas na internet e nas bibliotecas!!! 3.3- Linhas do Tempo Antiguidade De +- 4.000 aC. Até 476 dC. Queda de Roma Ocidental Filosofia Antiga De 623 aC. Até 354 dC. De Tales, Até Agostinho Questões ligadas a polis e cultura grega Idade Média De 476 dC. Até 1456 dC Tomada da Constantinopla Modernidade De 1456 dC Até 1789 dC Revolução Francesa Filosofia Medieval De 354 dC. Até 1596 dC. De Agostinho, Até Descartes Filosofia Moderna De 1596 dC. Até 1884 dC. De Descates, Até Nietzsche Questões ligadas ao cristianismo e a cultura romana Questões ligadas a razão sem interferências religiosas Idade Contemporânea De 1789 Atual... Filosofia Contemporânea De 1884 dC. De Nietzsche, Atual... Obs.: Há divergências na definição das eras filosóficas. Questões pós modernas 9