ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA JURANDY XAVIER DA SILVA AUTOR ALUNO(A): _____________________________ SOBRAL / CE PROPOSTA CURRICULAR Ementa A Administração financeira na dinâmica das organizações. A função financeira na empresa. Ponto de equilíbrio. Alavancagem operacional, financeira e combinada. Fluxo de caixa. A importância do orçamento na gestão financeira e suas relações com o planejamento organizacional. Princípios básicos para a elaboração do orçamento. Objetivos Essa disciplina visa ajudar o aluno a entender sobre o órgão principal da empresa, o que lida com as finanças e com o orçamento, o funcionamento, as funções e também tem o objetivo de dar suporte para que o estudante tenha uma visão geral a respeito da atividade financeira e que se prepare para gerir o sistema de gestão financeiro de uma empresa, podendo por meio dos conhecimentos adquiridos na disciplina, gerenciar perfeitamente a organização. Conteúdo Programático 1. Administração e Função Financeira. 1.1 Conceitos; 1.2 Lei do Administrador; 1.3 Principais atribuições e características do Administrador Financeiro; 1.4 Metas da administração 2. Ponto de Equilíbrio. 2.1 Limitações da análise do ponto de equilíbrio; 3. Alavancagem operacional, financeira e combinada. 3.1 Alavancagem sobre os resultados; 3.2 Estudo da alavancagem; 3.3 Análise do ponto de equilíbrio, custos e alavancagem; 3.4 O valor do dinheiro nos tempo. 4. Planejamento financeiro e Organizacional. 4.1 Etapas do processo de capital 4.2 Orçamento de capital 4.3 Dispêndio de capital. 5. Administração de contas a receber. 6. Orçamento de caixa. 7. Abordagem ao Fluxo de caixa. 8. Orçamento de caixa (Montagem). Metodologia Aulas expositivas; Discussão de textos a partir de leituras individuais e/ou coletivas; Resolução de exercícios; Apresentação de seminários; Produção de trabalhos individuais e/ou grupais. Avaliação Pontualidade e assiduidade; Participação nas discussões e nos trabalhos individuais e grupais; Entrega das atividades; Seminários; Avaliação individual de conhecimentos. 1 Bibliografia Cherubin, Niversindo Antonio. Administração Hospitalar. 3° Ed. Revisada e Ampliada São Camilo, 2008 Chiavenato, Idalberto. Cartas a um jovem administrador. Elsevier Editora,2006 Piragibe, José F. Mendes. Gestão Empresarial. Treinamento e Consultoria empresarial. Ed.2002.1 Levine, Stuart R. Seis Fundamentos do sucesso profissional. Sextame, GMT. 2004 Welsch, Glenn Albert. Orçamento empresarial. 4° Ed.SP. Atlas, 1983 Acesso ao site: http://www.fluxo-de-caixa.com/fluxo_de_caixa/ponto_de_equilibrio.htm 2 SUMÁRIO 1. ADMINISTRAÇÃO E FUNÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................... 4 1.1 Lei do Administrador.................................................................................................................................... 5 1.2 Principais atribuições do Administrador Financeiro ..................................................................................... 5 1.3 Levantamento e alocação de recursos ........................................................................................................ 6 1.4 Meta da administração financeira ................................................................................................................ 9 2. PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................................................................................................... 11 2.1 Limitações da análise do ponto de equilíbrio ............................................................................................ 12 2.2 Análise do ponto de equilíbrio, custos e alavancagem .............................................................................. 12 3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E COMBINADA ........................................................ 13 3.1 Alavancagem sobre os resultados............................................................................................................. 14 3.2 Estudo da alavancagem ............................................................................................................................ 15 4. O VALOR DO DINHEIRO NOS TEMPO ................................................................................................... 15 5. PLANEJAMENTO FINANCEIRO E ORGANIZACIONAL......................................................................... 15 5.1 Etapas do processo de capital .................................................................................................................. 16 5.2 Orçamento de capital ................................................................................................................................ 16 5.3 Dispêndio de capital .................................................................................................................................. 17 6. ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER ........................................................................................ 17 6.1. Orçamento de caixa .................................................................................................................................. 20 6.2. Fluxo de caixa integrado ........................................................................................................................... 22 6.3. Motivos da existência de saldos de caixa.................................................................................................. 25 7. ESTRATÉGIAS PARA ADIMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ....................................................... 25 8. ORÇAMENTO DE CAPITAL INTERNACIONAL E INVESTIMENTOS À LONGO PRAZO ............................................ 26 9. PERSPECTIVA FINANCEIRA PESSOAL ................................................................................................ 27 10. EXERCÍCIOS ............................................................................................................................................ 28 11. BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................... 29 3 1. ADMINISTRAÇÃO E FUNÇÃO FINANCEIRA Segundo Idalberto Chiavenato, em cartas a um jovem administrador, “Administrar é antes de tudo, uma arte”. Peter Drucker (1967:109), já afirmou que “tomar decisões é tarefa específica do gerente (...) Na verdade, o que define o gerente é justamente esperar-se dele, por virtude de posição e conhecimento, que tome decisões com significativo impacto sobre toda a organização, seu desempenho e resultados”. A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p. 4). O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócio-acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas em três atividades básicas: a) realização de análise e planejamento financeiro; b) tomada de decisões de investimentos; c) tomada de decisões de financiamento. As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se aplicados em ativos empregados na produção e/ou comercialização de bens ou na prestação de serviços. As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridos e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros. Nesse contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e obrigações decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da empresa. Tal função, que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização da aplicação desses recursos, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento. 1.1. A LEI DO ADMINISTRADOR A Lei n.° 4.769 foi regulamentada pelo decreto n.° 61.934, de 22 de dezembro de 1967, composta de três títulos: da profissão do administrador, do conselho federal de administração e dos conselhos regionais de administradores. Quanto à profissão do administrador, estabelece: 4 Art.1° - O desempenho das atividades de administração, em qualquer de seus campos, constitui o objeto da profissão liberal de administrador, de nível superior. Art.2°- A designação profissional e o exercício da profissão de administrador, acrescida ao grupo da confederação nacional da profissões liberais, constantes do quadro de atividades e profissões anexo à consolidação das leis do trabalho aprovada pelo decreto-lei n.°5.452, de 1° de maio de 1943, são privativos dos bacharéis em administração diplomados nos Brasil, em cursos regulares de ensino superior, aos quais compete: A) Elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens e laudos, em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização. B) Pesquisar, estudar, analisar, interpretar, planejar, implantar, coordenar e controlar os trabalhos nos campos de administração geral, como administração e seleção de pessoal, organização, análise, métodos e programas de trabalho, orçamento, administração de materiais e financeira, relações, administração mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros campos em que estes se desdobrem ou aos quais sejam conexos. C) Exercer funções e cargos de administrador do serviço público federal, estadual, municipal, autárquico, sociedades de economia mista, empresas estatais, paraestatais e privadas, em que fique expresso e declarado o título do cago abrangido. D) Exercer funções de chefia ou direção, intermediária ou superior, assessoria e consultoria em órgãos ou seus compartimentos da pública ou de entidades privadas cujas atribuições envolvam principalmente a aplicação de conhecimentos inerentes à administração. E) Exercer o magistério em matérias técnicas do campo da administração e organização. 1.2. PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO O administrador financeiro é Auditor, um Controller, um CEO e deve buscar ser um líder. As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais são: a) análise e planejamento financeiro: esta função envolve: 1) transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da empresa e promover a sua continuidade; 2) avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; 3) determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício, são importantes fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos de Caixa também são imprescindíveis, 5 destacando a principal diferença entre a ótica do contador e a do administrador. Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência, o segundo precisa aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a importância dos Fluxos de Caixa nesta atividade. b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento): o administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de Ativo Circulante. Deve também decidir quais são os melhores Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno). c) Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento): relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Dois enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro: 1) a decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global; 2) o juízo de quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazos, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão. 1.3. LEVANTAMENTO E ALOCAÇÃO DE RECURSOS a) Levantamento de recursos: relacionado à terceira função descrita acima, envolve o suprimento dos recursos necessários às operações normais da empresa e captação de vultosos valores para investimentos em projetos com longos períodos de maturação. As fontes de recursos à disposição de uma empresa podem ser classificadas de várias formas: • recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas contraídas); 6 • recursos permanentes (recursos próprios e dívidas a longo prazo) e recursos temporários (compromissos e dívidas a curto prazo); e • recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos. É importante a adequação entre as fontes e as aplicações de recursos em termos de prazos e custos. A compra de um equipamento, cujo valor investido somente será recuperado em alguns anos por meio das receitas de vendas, deverá ser financiada com recursos permanentes. Se forem utilizados recursos provenientes de um empréstimo com prazo inferior ao da maturação financeira desse investimento, a empresa poderá enfrentar dificuldades para liquidar a dívida no vencimento do contrato. Os juros e demais encargos incidentes sobre os empréstimos e financiamentos oneram o resultado econômico, reduzindo a parcela de lucro que restará aos acionistas. Além disso, os emprestadores de recursos podem exigir garantias reais e impor condições contratuais que reduzam a flexibilidade de gestão da empresa. Mesmo os créditos obtidos junto aos fornecedores envolvem custo financeiro, representado pelo desconto para pagamento a vista que deixou de ser desfrutado. Observa-se a existência de custos explícitos, perfeitamente mensuráveis em termos de valor e taxa. Somente umas poucas fontes de recursos de curto prazo não provocam custos financeiros, como salários, impostos a pagar, contribuições a recolher, etc. Os recursos próprios envolvem um custo implícito que corresponde à expectativa de lucros dos acionistas que não deve ser frustrada, sob pena de haver desinteresse em se continuar participando do negócio. Assim, os recursos adicionais a serem fornecidos pelos acionistas por meio de novas integralizações de capital e os lucros reinvestidos envolvem um custo de oportunidade. Esse custo corresponde ao retorno que os acionistas obteriam com tais recursos em outras aplicações com o mesmo grau de risco suportado por seus investimentos na empresa. b) Alocação de recursos: relacionada à segunda função descrita acima, envolve a constante busca da otimização na aplicação dos recursos para que seja alcançada a rentabilidade desejada e preservada a capacidade da empresa de pagar seus compromissos nos vencimentos. Essa responsabilidade amplia bastante os limites da gestão financeira, obrigando os executivos da área a conhecer todas as fases de funcionamento da empresa e a analisar profundamente os novos projetos de investimento. Alguns ativos são essenciais para o desenvolvimento das operações, denominados ativos operacionais, constituídos por Ativos Fixos e Ativos Circulantes (estoques, duplicatas a receber e disponibilidades), enquanto outros poderão estar ou não relacionados com as atividades básicas do empreendimento, formados por ativos de natureza operacional ou não (créditos diversos a curto e longo prazos, participações societárias em outras empresas, imóveis alugados a terceiros, determinadas aplicações financeiras, etc.). Os recursos aplicados nos ativos não são encontrados em abundância e envolvem custos financeiros e custos de oportunidade. Assim, é de se esperar que cada ativo contribua direta ou indiretamente para a geração de receitas e, conseqüentemente, de lucros. 7 Áreas de Decisões Financeiras De uma maneira bastante abrangente, podemos identificar três áreas de decisões financeiras: a) decisões de investimento: referem-se tanto à administração da estrutura do ativo quanto à implementação de novos projetos. A grande concorrência existente nas modernas economias de mercado obriga as empresas a se manter tecnologicamente atualizadas. Nenhuma empresa pode sentir-se segura em boa posição conquistada, pois a qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais barato. Assim, as empresas são obrigadas a desenvolver continuamente novos projetos e a tomar decisões sobre a sua implantação. Normalmente, isso significa a necessidade de vultosas somas adicionais de recursos e elevação no risco do empreendimento, uma vez que investimentos em novos tipos de ativos fixos têm efeitos prolongados sobre a vida da empresa, e uma decisão inadequada poderá comprometer irremediavelmente o seu futuro; b) decisões de financiamento: enquanto as decisões de investimento envolvem importantes aspectos de natureza não financeira, as decisões de financiamento constituem responsabilidade exclusiva do administrador financeiro. As decisões de financiamento visam a montar a estrutura financeira adequada às operações normais e aos novos projetos a ser implantados na empresa. As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à composição das fontes de recursos, que exigem análise profunda das alternativas existentes e de suas implicações futuras. São questões do tipo: • Qual deveria ser a proporção entre recursos permanentes e temporários? • Quanto de recursos próprios e quanto de financiamentos a longo prazo? • O reinvestimento de lucros seria suficiente para atender às necessidades de recursos próprios? • O mercado reagiria bem ao lançamento de novas ações? • Qual seria o impacto dos custos financeiros provocados pelos financiamentos a longo prazo e pelos empréstimos a curto prazo? • Em vez de comprar ativos fixos, não deveríamos arrendá-los? c) decisões relativas à destinação do lucro: o lucro obtido em cada exercício social representa a remuneração do investimento dos proprietários da empresa. Quanto desse lucro deveria ser distribuído aos acionistas e quanto seria retido para financiar a expansão dos negócios? Tal indagação revela que a política de distribuição de dividendos está diretamente relacionada com as decisões de financiamento. Distribuindo somente uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará menos dependente das fontes onerosas de recursos e ampliará a participação do capital próprio na estrutura financeira. Quando a empresa pertence a reduzido número de pessoas, essas decisões são tomadas por consenso ou por imposição do sócio majoritário. A dificuldade surge quando existe grande número de acionistas, e as ações são negociadas nas bolsas de valores. Nesse caso, a política de dividendos estará orientada para a 8 maximização das cotações, devendo basear-se na avaliação das expectativas do mercado acionário, que são influenciadas por diversos fatores conjunturais. Se a rentabilidade da empresa for satisfatória, pode-se supor que a maioria dos proprietários prefira abrir mão dos dividendos. Porém, não deve ser desconsiderado que sempre existirão acionistas desejosos de realizar, pelo menos, parte dos lucros. Uma empresa bem sucedida sempre terá novos planos de investimentos que implicam a necessidade de recursos adicionais. Parte dessas necessidades poderá ser atendida com a retenção de lucros, e o restante terá de ser financiado por meio de outras fontes. Uma política de dividendos adequada favorece a manutenção dos preços das ações em níveis elevados, e isso poderá garantir o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado. 1.4. META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. A riqueza dos proprietários de uma sociedade anônima é medida pelo preço da ação, representado pelo valor de mercado da empresa, ou seja, pelo valor que seria alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital. As metas são alvos estipulados para o futuro da organização. Dentro do planejamento, as metas são uma espécie de objetivo, previstos a serem alcançados a curto, médio e longos prazos de acordo com a conveniência da empresa e dos projetos. A meta da Administração Financeira coincide com o objetivo básico dos proprietários ou acionistas. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa. A meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas, que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros. A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos: a) retorno do capital próprio: os acionistas esperam ser remunerados por intermédio de dividendos e, principalmente, pela valorização de suas ações. O proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos ou por meio de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados, bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a dele. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do administrador financeiro deve ser maximizar essa riqueza; Perspectiva de longo prazo: a empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios 9 futuros. A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Do exemplo anterior, deve-se depreender que o maior preço da ação da Cia. Alfa resultou do fato de que suas decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, produzirão maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais também de baixa qualidade, ao mesmo tempo em que faria um tremendo esforço de vendas dos seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Essa estratégia de curto prazo poderia resultar em lucros elevados para o corrente, porém, em anos subsequentes, os lucros declinariam significativamente, pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto das vendas decrescentes e custos crescentes tenderiam a reduzir os lucros a longo prazo e, se não combatido, poderia resultar na eventual falência da empresa. As consequências potenciais da maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo; c) valor do dinheiro no tempo: os projetos de investimento envolvem fluxos de desembolsos e de entradas de caixa. Existem diversas técnicas para avaliar tais projetos, e algumas delas transformam os fluxos futuros de caixa em valores atuais, por meio da aplicação de determinada taxa de desconto. Essa taxa de desconto deve refletir um custo de oportunidade dos recursos a ser investidos. Tal custo de oportunidade corresponde a uma taxa mínima de retorno exigida do projeto para que o valor de mercado da empresa não se altere. Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a ser implementados visará a aumentar ou, pelo menos, manter o valor de mercado da empresa; Embora pareça, com base apenas no objetivo da maximização do lucro, que a máquina A seja a preferível, é bem possível que, uma vez consideradas as diferenças na época de ocorrência dos benefícios, o impacto da máquina B sobre a riqueza do proprietário seja maior do que o da máquina A. O exemplo acima ilustra a superioridade da maximização da riqueza sobre a maximização do lucro. A maximização da riqueza reconhece que os empresários, mantendo todo o resto constante, preferem receber retornos mais cedo. Essa preferência está refletida no preço da ação, e não nos lucros. d) risco: o retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno. A maximização do lucro não considera o risco, porém a maximização da riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é de que existe uma relação entre risco e retorno; os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco, e vice-versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliar investimentos potenciais; Exemplo: uma Cia. está estudando a expansão de sua linha de produção em um de seus dois novos produtos, C ou D. O produto C parece ser um produto relativamente seguro para se investir, enquanto que o 10 produto D é considerado um item de moda altamente arriscado. Após considerar todos os custos, espera-se que os dois produtos gerem os seguintes lucros por ação ao longo de suas vidas de cinco anos: Se ignorarmos quaisquer diferenças no risco e usarmos uma abordagem de maximização do lucro, parece que o produto D é o melhor. Contudo, se considerarmos que o produto D é altamente arriscado, enquanto o produto C representa um investimento seguro, a conclusão poderá não ser tão direta. A empresa poderá apenas exigir um retorno de 10% sobre o produto C, ao passo que, como compensação para o maior risco do produto D, tenha de se obter 15%. Tendo em vista que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o administrador financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferível. e) Dividendos: deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos, independentemente das flutuações dos lucros, minimizando os efeitos negativos que possam afetar as cotações das ações. A empresa não deve desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos periódicos. Os administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Acredita-se que, se o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, tal fato terá um efeito positivo sobre o preço das ações, garantindo o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado. 2. PONTO DE EQUILÍBRIO O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá um determinado valor de lucro. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para o lucro da empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro neste ponto. É muito comum encontrarmos empresários que afirmam saber o que significa Ponto de Equilíbrio. Alguns realmente sabem, outros pensam que sabem e têm aqueles que literalmente não fazem a menor idéia do que venha ser Ponto de Equilíbrio. Se soubessem o quão importante é o conhecimento deste indicador para a sobrevivência de um empreendimento, jamais se permitiriam desconhecê-lo. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc. ) estarão pelo menos " tocando o negócio e 11 empatando", como se diz na gíria, não obtendo, nem lucro , nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo. Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo. 2.1. Limitações da Análise do Ponto de Equilíbrio Apesar de o Ponto de Equilíbrio ser uma ferramenta fundamental na Administração Financeira, este coeficiente não é exato, sendo passível de alguma diferença no decorrer do período. E isso é fácil de explicar. O Custo Fixo, na realidade ele não é fixo como se diz. Ele tem esta denominação, de custo fixo, porque ele não varia de acordo com as vendas, por isso que é chamado de custo fixo. Porém, os custos que o compõem, na realidade variam de acordo com o desperdício administrativo. Por exemplo, a energia elétrica, o gasto com comunicações, com combustível e outros gastos considerados fixos, se não houver controle, eles sempre estarão variando e, com eles variando, o Ponto de Equilíbrio também variará. Por isso, este coeficiente tem seu valor aproximado. Mas apesar disso, o Ponto de Equilíbrio é uma ferramenta extremamente importante na Administração Financeira. 2.2. Análise do ponto de equilíbrio, custos e alavancagem A análise do Ponto de Equilíbrio (break-even point) permite compreender como o lucro pode ser afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos e despesas totais. Do ponto de vista contábil, o ponto de equilíbrio corresponde a certo nível de atividades em que o lucro será nulo. À medida que o volume de operações se deslocarem acima do ponto de equilíbrio, surgirá lucros crescentes; abaixo desse ponto, ocorrerão prejuízos cada vez maiores. A análise distingue dois pontos de equilíbrio contábeis relacionados com o lucro operacional (PEO) e com o lucro líquido (PEG). Também é possível calcular um ponto de equilíbrio econômico em que o lucro líquido corresponderia à remuneração esperada pelos acionistas sobre o capital próprio. Complementarmente, essa análise permite determinar o valor das vendas necessárias para cobrir os desembolsos relativos aos custos operacionais e financeiros e às amortizações das dívidas. 12 3. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E COMBINADA. ALAVANCAGEM OPERACIONAL Indica a capacidade da empresa de aumentar seus lucros com o acréscimo de vendas e com apoio em determinado nível de custos operacionais fixos. ALAVANCAGEM FINANCEIRA A alavancagem financeira indica a capacidade ou o grau de eficiência da empresa na utilização de encargos financeiros fixos, para maximizar seus resultados. A relação que se estabelece é entre as variações percentuais do lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) e do lucro líquido do exercício (LLE). ALAVANCAGEM COMBINADA A alavancagem combinada indica a capacidade da empresa em maximizar a utilização de custos fixos operacionais e financeiros, para aumentar o resultado do incremento das vendas sobre o lucro líquido do exercício. Segundo Tomislav R. Femenick no mundo dos negócios, alavancagem é o método que utiliza recursos de terceiros com o fim de aumentar a taxa de lucros sobre o capital próprio. Portanto, o estudo da alavancagem financeira ou operacional procura evidenciar a importância relativa dos recursos de terceiros, na estrutura de capital de uma empresa. Para isso analisa-se a taxa de retorno do capital próprio, considerando-se os custos de remuneração dos capitais de terceiros, usados para alavancar as operações da sociedade. Portanto, alavancagem é a capacidade que uma empresa possui para utilizar ativos ou recursos externos, tomados a um custo fixo, visando maximizar o lucro de seus sócios. Agora é necessário explicitar as características das categorias distintas de alavancagem, bem como o sentido do grau de alavancagem: Alavancagem Financeira – Tem como base o aumento do lucro líquido, em contraponto às despesas financeiras. È a capacidade da empresa em maximizar o lucro liquido por unidade de cotas (no caso de uma empresa por cotas de responsabilidade limitada) ou por ações (no caso de uma sociedade anônima), com a obtenção de financiamento cujos juros e outros encargos são fixos. Essa capacidade é evidenciada pelo quociente entre o passivo e os recursos próprios; ou situação líquida da empresa. Alavancagem Operacional – Tem como ponto de partida o aumento das Vendas, em contrapartida aos curtos fixos. É determinada em função da relação existente entre as Receitas Operacionais e o Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda, conhecido como LAJIR (este conceito confunde-se com o lucro operacional). Grau de alavancagem financeira – É o aumento de rentabilidade dos sócios, em função da utilização de capitais de terceiros. Como cada empresa apresenta estruturas financeira e operacional próprios e individualizadas, o emprego de capitais de terceiros em sociedades diferentes produz resultados diferentes em termos de alavancagem. Então, grau de alavancagem financeira de um negócio é a relação entre 13 endividamento de longo prazo e o capital empregado pela empresa, evidenciada pelo quociente encontrado pela equação “Endividamento de Longo Prazo / Capital Total Empregado”. Quanto maior for o quociente, maior será o grau de alavancagem, isto é, quanto maior a proporção de capitais de terceiros em relação ao capital próprio, mais elevado o grau de alavancagem financeira. Ainda Sobre alavancagem operacional os custos operacionais das empresas permanecem inalterados em determinados intervalos de produção e venda, representando que quanto maior a produção menos e seu peso relativo e vice versa; quando menos se produz mais se sente o peso dos custos fixos. Quando as empresas elaboram projetos pra captar financiamentos, visando aumentar a produção sem aumentar os custos fixos ou aumentando menor do que o crescimento do lucro Antes das Despesas Financeiras e do Imposto de Rendas, elas buscam obter Alavancagem Operacional. Depois de implantado o projeto, se alcançarem seu objetivo, elas produzem “Alavancagem Positiva”; se simplesmente mantêm o mesmo nível anterior ao projeto, elas obtêm o que o mercado chama de “Alavancagem Travada” ou “Alavancagem Constante”; se o resultado for inferior ao lucro anterior, têm como resultado uma “Alavancagem Negativa”. Essa última posição, se indesejável no curto prazo, poderá ser aceita no longo prazo, pois quando da quitação dos recursos de terceiros a situação pode se reverter e, antão, produzir “Alavancagem Positiva”. 3.1. Alavancagem sobre os resultados A análise dos efeitos da alavancagem sobre os resultados baseia-se nas mesmas relações entre os custos, o volume e o lucro. Os custos fixos permanecem constantes dentro de intervalos de variação do volume de operações. Mantidos os preços de venda dos produtos, verificamos que, para cada intervalo, a um acréscimo de volume corresponderão idênticas taxas de aumento de receitas de vendas, nos custos variáveis totais e na margem de contribuição. Contudo, a maior absorção dos custos fixos fará que o lucro cresça mais do que proporcionalmente. Por outro lado, uma queda nas vendas acarretaria decréscimos muito maiores nos lucros. A ação de uma alavanca também provoca respostas mais do que proporcionais à força empregada. Assim, os efeitos de alavancagem sobre os resultados da empresa decorrem da existência de custos fixos que figurativamente correspondem ao fulcro ou ponto de apoio da alavanca. Nesse raciocínio, temos: a) alavancagem operacional: a força empregada corresponderia ao acréscimo nas receitas totais de vendas ( RTV), a posição do fulcro seriam os custos operacionais fixos (Fo) e a resultante determinaria o acréscimo no lucro operacional (LAJI); b) alavancagem financeira: a LAJI representando a força, as despesas financeiras (Ff) sendo a posição do fulcro e o acréscimo no lucro líquido ( LL) correspondendo à resultante; c) alavancagem total ou combinada: decorrente das duas alavancagens anteriores, em que teríamos: força = RTV, posição do fulcro os custos fixos totais (Ft = Fo + Ff) e resultante = LL. 14 3.2. Estudo da alavancagem A alavancagem e a estrutura de capital estão intimamente ligadas aos conceitos relacionados com o custo de capital e, portanto, às decisões quanto ao orçamento de capital. A alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Variações na alavancagem resultam em menor risco e retorno. O nível de alavancagem na estrutura de capital de uma empresa – o mix de empréstimos a longo prazo e capital próprio mantidos pela empresa – pode afetar significativamente seu valor, em razão das mudanças no risco e no retorno. Ao contrário de algumas causas de risco, os administradores têm quase que um controle completo sobre o risco introduzido por meio do uso da alavancagem. Os níveis de ativos e recursos de custo fixo que a administração seleciona afetam a variabilidade dos retornos, ou seja, o risco que, por sua vez, pode ser controlado pelos administradores. Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve saber como medi-la e avaliá-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor estrutura de capital. 4. O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO Já que consideramos a continuidade de uma empresa, seu valor e as decisões do administrador financeiro devem ser avaliados à luz tanto dos fluxos de caixa presentes como futuros (entradas e saídas). Possuir uma visão de longo prazo requer que o administrador financeiro reconheça o valor do dinheiro no tempo. Para tanto, é necessário o conhecimentos de alguns conceitos importantes. Os juros cobrados em empréstimos, financiamentos, aplicações, dívidas e outros exemplos, incidem diretamente no resultado final das operações. A dica é estudar juros simples e compostos, e entender essas funções. 5. PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA ESTUDO DE ORÇAMENTO O planejamento financeiro é elaborado através da utilização de informações financeiras sobre o desempenho da empresa que, combinadas com as projeções dos fluxos de recursos esperados, vão propiciar aos administradores uma avaliação adequada da situação presente e uma previsão das perspectivas futuras. O Planejamento Financeiro é tão importante que senão realizado, a vida útil da empresa estará comprometido. O principal plano financeiro utilizado pela empresa é o orçamento de caixa. A variável tesouraria, sem dúvida, é aquela que melhor expressa a situação financeira de curto prazo nas empresas. O seu saldo sendo positivo indica uma situação financeira folgada; o saldo sendo negativo, indica a utilização de recursos de terceiros para financiar as atividades operacionais da empresa. O contador é ferramenta fundamental e deve ter relação estreita com o administrador financeiro. Que por sua vez, recebe os dados contábeis, e os transforma em informação financeira e orçamentária. 15 5.1. Etapas no processo de capital (projetos) Se distingue em cinco etapas básicas, porém se relacionam em forma integrada. Geração de Proposta - São feitas em todos os níveis da empresa. Em algumas empresas são premiados como recompensa financeira funcionário ou grupos de pessoas que desenvolvam propostas interessantes para o dispêndio de capital. Discussão e análise - Propostas de dispêndio de capital são assim analisadas; (1 )para avaliar sua adequação sob a luz dos objetivos e planos globais da empresa, ( 2 )Para avaliar sua validade econômica. Os custos e benefícios propostos são estimados e então convertidos em uma série de fluxos de caixa relevantes. Várias técnicas de orçamento de capital são aplicadas nesses fluxos de caixa para mensurar o mérito do dispêndio em potencial do investimento Tomada de decisão - As empresas na sua maioria delegam a autoridade sobre dispêndio de capital com base em certos limites de unidades monetárias. O conselho de administração se reserva o direito de tomar decisões finais a respeito de dispêndio de capital que exigem despesas acima de um certo montante em valores Implementação.- Uma vez que uma proposta tenha sido aprovada e os fundos tenham sido tomados disponíveis, inicia-se a fase de implementação. Para pequenos desembolsos, o dispêndio è feito e o pagamento è efetuado. Para grandes dispêndios, um controle maior è exigido. Muitas vezes, os dispêndios para uma única proposta podem ocorrer em fases, neste caso cada desembolso têm a exigência da aprovação e assinatura dos diretores da empresa. Acompanhamento- Envolve o monitoramento dos resultados durante a fase operacional de um projeto. È vital a comparação de custos e benefícios reais com aqueles esperados e os de projetos anteriores. Quando os resultados reais se afastam dos resultados projetados, uma ação pode ser exigida para cortar dispêndios, melhorar benefícios ou possivelmente acabar com o projeto. Análises de desvios de valores reais dos previstos fornecem dados que podem ser usados para melhorar o processo de orçamento de capital, particularmente a precisão das estimativas de fluxo de caixa. 5.2. Orçamento de capital É a previsão de gastos e receitas envolvendo projetos de capital ( investimento em ativos imobilizados ), cujos fluxos de caixa esperados se darão em um prazo superior a 01 ano. Os planos de longo prazo são de responsabilidade dos altos níveis hierárquicos, e envolvem decisões cujo impacto sobre as atividades da empresa prolonga-se por mais de um exercício social. Além disso, depois de viabilizado o projeto, dificilmente a empresa pode modificar essa decisão no decorrer de sua implantação, pois os gastos fixos são muito elevados e uma vez incorridos, só poderão ser recuperados através da utilização do ativo. 16 A finalidade desse planejamento è estabelecer diretrizes através das quais, os objetivos financeiros possam ser atingidos. Compreende as seguintes etapas: * Posição dos objetivos financeiros a serem alcançados. * Análise de viabilidade dos projetos em relação à situação atual. * Medidas a serem adotadas para implementação do projeto. IMPOTANTE: Para minimizar os riscos envolvidos nas decisões de investimento de longo prazo, as empresas ao elaborarem seu projeto financeiro, devem levar em conta alguns fatores. * Quais as oportunidades de investimento disponíveis e apropriadas á empresa. * De que forma a empresa pretende financiar esses investimentos, ou seja, qual o nível de endividamento a ser adotado. * Qual o retorno esperado pela empresa. 5.3. Dipêndio de capital São definidos por várias razões. Essas motivações veremos isoladamente a seguir: Investimentos em maquinário, propaganda etc. * Expansão - O motivo mais usual é a expansão da capacidade operacional através da aquisição de ativos imobilizados. * Substituição - Outro motivo que faz com que uma empresa faça investimento de capital é a necessidade de substituição de ativo gastos ou obsoletos. Quando um equipamento importante precisa ser consertado, é necessária uma avaliação do desembolso exigido para a sua substituição, além da avaliação dos gastos, a empresa devem também avaliar os benefícios eventualmente gerados com essa substituição. * Modernização - É uma alternativa aceitável que pode ser utilizada no lugar de substituição. Referi-se a modernizar ativos já existentes e inclui reconstrução de equipamentos, recondicionamentos de máquinas, adaptações nas instalações existentes, etc. 6. ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER É um instrumento de marketing com evidentes implicações financeiras. Pode vir a ser um diferencial da empresa. RAZÕES PARA QUER SEJA CONSIDERADO DESTA MANEIRA: • Competir com outras empresas que concedem prazos; • Incrementar vendas; • Facilita ao comerciante possibilidades de conceder crédito a seus clientes. 17 ETAPAS DA GESTÃO DE CRÉDITO • Condições de Venda => forma de efetuar a venda do produto. Envolve prazo de pagamento, concessão ou não de descontos, etc. • Seleção do Crédito => avaliação da capacidade creditícia de cada cliente. Seleção feita através de informações e análises financeiras. • Volume de Crédito => Limite de crédito a ser concedido a cada cliente. Envolve riscos que a empresa está disposta a correr. • Política de Crédito => Estabelecimento de padrões e condições de crédito. Tipo de política que a empresa vai adotar para receber seus créditos. SELEÇÃO DE CRÉDITO • POLÍTICA DE CRÉDITO • Margem de lucro grande => liberal. • Margem de lucro pequena => risco de incobráveis, comprometendo a rentabilidade. • RECURSOS PARA INVESTIMENTO EM CLIENTES • Recursos limitados => dificuldade para prazos longos. • Recursos maiores => risco de incobráveis. • CLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITO • Procedimento que produz uma pontuação capaz de refletir o potencial financeiro global de um solicitante de crédito. OS CINCOS C´S DO CRÉDITO • Caráter - O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeira, contratuais e morais. • Capacidade - O potencial do cliente para quitar o crédito solicitado - Análise dos demonstrativos financeiros. • Capital - A solidez financeira do solicitante, conforme indicada pelo patrimônio líquido da empresa. • Colateral - O montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. • Condições - As condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que possam afetar qualquer das partes envolvidas na negociação. 18 DUPLICATAS A RECEBER • Fatores que aumentam a cifra (conta) de clientes • Aumento das vendas. • Aumento de preços pela inflação. • Aumento dos prazos. • Aumento de morosos. • Descontos Financeiros • Abatimentos concedidos aos clientes para antecipação do pagamento da compra: - Minimiza riscos e perdas com incobráveis. - Diminui despesas com cobrança. - Reduz necessidade de caixa. - Reduz investimento em, contas a receber. - Necessita boa administração, pois traz impacto negativo à rentabilidade por incidir diretamente no lucro. GESTÃO DA COBRANÇA • Cobrança - é o ato de concretização do recebimento de valores representativos de vendas à vista ou a prazo. • Política de Cobrança - tem o objetivo de fazer com que os recebimentos ocorram nas datas de vencimento e os recursos recebidos estejam à disposição da empresa. POLÍTICAS DE COBRANÇA • Devem ser do conhecimento do cliente no momento da negociação. • Devem estabelecer desde mecanismos sobre a cobrança de débitos até os procedimentos nos casos de atraso e inadimplência. • Devem definir, se for o caso, as taxas de desconto por pagamento antecipado ou no vencimento da obrigação. • Política de cobrança eficaz tende a reduzir perdas com devedores incobráveis. • Custos de cobrança devem ser analisados. • As consequências de uma política de cobrança eficaz tem resultados nos valores aplicados em contas a receber. AÇÕES SEQÜÊNCIAIS • Telefonema de lembrança no segundo dia após o vencimento; • Carta ou mensagem eletrônica de lembrança no quinto dia; 19 • Carta ou mensagem eletrônica mais enérgica no décimo dia; • Acionamento do avalista; • Envio ao cartório de protestos; • Execução da dívida. MECANISMOS DE COBRANÇA • Bancária • Negociação com Bancos (tarifa, float, etc.) • Cobrança simples (com ou sem registro) • Caução de títulos • Desconto de títulos • Carteira • Eficiência discutível • Exige controles mais rígidos • Carnês • Retorno à loja • Representante OBS: Físico ou Jurídico, somente com CORE. • Mecanismos alternativos • Parcerias com financeira • Cartões de crédito • Factorin 6.1. Orçamento de caixa O orçamento de caixa é o demonstrativo da projeção das necessidades de recursos de uma empresa, elaborado através da previsão das entradas e saídas de fundos em um determinado período de tempo. Deve retratar a previsão das necessidades de recursos ou, eventualmente, as sobras de caixa que ocorrerão no período em questão. É uma ferramenta que permite ao administrador financeiro identificar as necessidades e oportunidades financeiras de curto prazo (ROSS, 1995). O objetivo do orçamento de caixa é dar subsídios ao administrador financeiro para planejar e controlar o fluxo de recursos da empresa e fornecer os componentes básicos para que se possam formular as estratégias que serão utilizadas para o financiamento do volume de vendas previsto para o período. 20 Ao traçar as diretrizes do planejamento das disponibilidades, a empresa procura atingir algumas metas, e dentre elas destacamos: 1) Defasagem entre as transações correntes O orçamento de caixa é elaborado através da previsão das entradas e saídas de fundos. Todavia, o fluxo de recursos não ocorre de maneira uniforme então, a empresa deve manter fundos suficientes para garantir eventuais déficits de caixa mantendo a liquidez sem interromper o ciclo de suas atividades operacionais. O primeiro objetivo do orçamento de caixa é, portanto, projetar o mais precisamente possível, o montante dos recursos disponíveis de forma que esteja assegurada uma liquidez compatível com as necessidades de desembolso da empresa. 2) Redução de custos sobre empréstimos de curto prazo Conhecendo com antecedência os eventuais déficits de caixa, o administrador financeiro terá a sua disposição, um período de tempo mais adequado para escolher entre as diversas fontes de financiamento disponíveis, aquelas de menor custo para a empresa. 3) Aplicação de excedentes de caixa Durante certos períodos, a empresa mantém saldos inativos de caixa. Isso ocorre devido à defasagem de tempo entre as datas de pagamento das obrigações e de recebimentos dos direitos. Como o dinheiro mantido em caixa não traz nenhum retorno à empresa, o administrador financeiro deve aplicar esses recursos momentâneos em algum ativo de curto prazo que renda juros. O orçamento de caixa é um instrumento valioso e imprescindível para uma empresa controlar seu fluxo de recursos, porém, como é baseado em estimativas e projeções, o administrador financeiro deve ter em mente que o orçamento de caixa não é uma ferramenta de total precisão, estando sujeito a algumas distorções. A previsão de vendas é o componente mais importante do orçamento de caixa. É elaborada e fornecida pelos departamentos de vendas e deve ter um alto grau de confiabilidade. Todavia, como a previsão de vendas depende de fatores externos como: a maior ou menor agressividade da concorrência ou ainda, do comportamento da conjuntura econômica, sempre conterá em seu conteúdo um componente de risco. No intuito de minimizar os riscos envolvidos nas previsões , as empresas costumam ter mais de um orçamento, partindo-se da situação provável para outras com previsões mais otimistas e pessimistas. Os fluxos de caixa podem ser analisados de acordo com inúmeras possibilidades, criando para o administrador financeiro uma amplitude maior para as decisões. Desta forma terá uma melhor percepção quanto ao risco envolvido em cada alternativa. Hoje, essa análise de sensibilidade é perfeitamente viável na maioria das empresas, através de utilização de planilhas eletrônicas que simplificam sobremaneira os cálculos. 21 6.2. Fluxo de caixa integrado Faz parte do planejamento financeiro da empresa e compreende a projeção das receitas, despesas e também, os investimentos que a empresa pretende fazer naquele período. O fluxo de caixa integrado é elaborado normalmente para um exercício social (1 ano) e tem como elemento básico para projetar as entradas de caixa, o orçamento de vendas. Este representa a projeção das vendas previstas para o período. Além do orçamento de vendas que normalmente é a principal fonte de entradas de recursos financeiros, a empresa pode dispor de outras como: recebimento de aluguéis, recebimento de juros, recebimentos referentes à participação em outras empresas e outros. Quanto aos desembolsos previstos, devem ser considerados todos os itens que de alguma forma irão representar saídas de caixa naquele período. Os desembolsos mais comuns em uma empresa são: gastos com matéria-prima; remuneração de mão-deobra mais os encargos; impostos; investimentos em imobilizado; pagamentos de juros; pagamentos de empréstimo etc. Os orçamentos desses itens fornecem as bases para a projeção das exigências de disponibilidades. Normalmente, cada item da programação de pagamentos e recebimentos é baseado em um ou mais orçamentos específicos e detalhados, fornecidos ao administrador financeiro pelos setores responsáveis por todas as atividades que representam receitas ou despesas para a empresa. Por essa razão, o demonstrativo é denominado fluxo de caixa integrado pois é fruto da integração de vários departamentos da empresa e faz parte do planejamento estratégico. CAIXA É um ativo em forma de moeda corrente, que tem como finalidade efetuar o pagamento das obrigações imediatas da empresa. TÍTULOS NEGOCIÁVEIS São investimentos de curto prazo e alta liquidez, que têm como objetivo proteger recursos temporariamente inativos. Caixa e títulos negociáveis, formam o ativo disponível, o mais líquido e o que representa a menor rentabilidade para a empresa e, o objetivo básico da administração de caixa é investir o menor montante de recursos possível nesse ativo, em função do mesmo não proporcionar rentabilidade em tampouco retorno operacional à empresa. Entretanto, o administrador financeiro deve estar atento ao fato de que os recursos devem estar disponíveis toda vez que houver necessidade de um desembolso de caixa, ficando assim garantida uma liquidez que possa dar sustentação às atividades operacionais da empresa. 22 Para decidir a proporção mais adequada entre o investimento desses dois tipos de ativo, o administrador financeiro deve sempre buscar aquela decisão que proporcione um equilíbrio entre os custos de oportunidade (benefícios que a empresa deixa de obter ao optar por investimentos em ativos menos rentáveis) e os custos de transação (custos incorridos pela empresa quando necessita buscar recursos no mercado de crédito ou negocia no mercado monetário sua carteira de títulos negociáveis). PADRÕES DE FLUXO DE CAIXA CONVENCIONAL VERSUS NÃO CONVENCIONAL Dentro dos projetos de investimento de capital podem ser classificados como: * Padrão convencional de fluxo de caixa - É um fluxo de saída de caixa seguido apenas por uma série de fluxos de entrada. Exemplo: Fluxo de caixa convencional * Padrão não-convencional de fluxo de caixa - É aquele no qual um fluxo de saída de caixa não é seguido por apenas por uma série de fluxos de entrada. Exemplo: Fluxo de caixa não-convencional 23 OS FLUXOS DE CAIXA Para determinar alternativas de dispêndio de capital, a empresa tem de determinar os fluxos de caixa relevantes, que são os fluxos de saída de caixa incrementais após o imposto de renda (investimento) e fluxo de entrada subseqüente. Os fluxos de caixa incrementais, representam os fluxos de caixa adicionais – fluxos de saída ou de entrada – que devem resultar de um dispêndio der capital proposto. COMPONENTES IMPORTANTES DO FLUXO DE CAIXA Basicamente, o padrão de um projeto convencional poderá ter 03 componentes importantes: * Investimento inicial - Representa a disponibilidade de caixa projetado para as saídas de um projeto propostas no tempo zero. * Fluxo de entrada de caixa operacional - Representa o fluxo de entrada de caixa incremental após a apuração do imposto de renda, resultante do uso de um projeto no ciclo de sua vida útil. * Fluxo de caixa residual - Representam o fluxo não-operacional após o imposto de renda que ocorre no ano final de um projeto. Ele é normalmente atribuído à liquidação de um projeto. MONTAGEM DE ORÇAMENTO DE CAIXA - VENDAS O primeiro passo para a empresa elaborar seu orçamento de caixa, é preparar a previsão para as vendas naquele período. Sendo a receita de vendas de produtos ou da prestação de serviços, a principal fonte de entrada de recursos, é através da projeção das vendas que a empresa elabora todos os outros orçamentos. Responsabilidades do orçamento de vendas: PI`s. ORÇAMENTO DE VENDAS PRODUTO QUANTIDADES (EM UNIDADES) PREÇO TOTAL X 87.500 R$ 9,00 R$ 787.500,00 Y 105.000 R$ 8,00 R$ 840.000,00 Z 64.000 R$ 7,00 R$ 448.000,00 TOTAL 256.500 R$ 2.075.500,00 6.3. Motivos da existência de saldos de caixa De acordo com Keynes, existem três motivos que fazem com qu empresas e pessoas mantenham um determinado volume de recursos disponível. 24 Transação É a necessidade de se manter disponibilidades para fazer à compromissos previamente assumidos, provenientes das atividades normais. Uma empresa assume compromissos que culminam em desembolsos com datas específicas. Como exemplo disso podemos citar as compras de matérias-primas, os salários etc. Precaução Este segundo motive refere-se à margem de segurança da empresa em relação a desembolsos não previstos, e que normalmente acontecem na condução normal dos negócios. Estes gastos não previstos, na maioria das vezes estão relacionados ao aumento da inadimplência por parte dos clientes, substituição não prevista de algum equipamento da área produtiva etc. Geralmente os recursos destinados ao motivo precaução, são investidos em títulos negociáveis de fácil liquidez. Especulação São oportunidades inesperadas que, se aproveitadas, podem trazer ganhos extraordinários à empresa. Com exemplo podemos citar a compra de um lote de estoques a preços abaixo dos praticados pelo mercado. Em épocas de alto índice inflacionário, como foi o caso brasileiro duramente muitos anos, as empresas, a título de especulação, mantinham disponibilidades para aplicação em ativos do mercado financeiro. Eram investimentos muito mais atrativos e de melhor retorno do que se os recursos fossem aplicados no setor produtivo. 7. ESTRATÉGIAS PARA ADIMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO. No sentido de acelerar o ciclo operacional e melhorar a performance dos ativos de curto prazo, o empresário deve adotar algumas medidas e dentre elas, destacamos: 1. O controle das duplicatas a receber deve ser feito com eficiência, com o propósito de antecipar ao máximo as entradas de recursos financeiros no caixa da empresa. 2. O empresário precisa estar permanente negociando com seus clientes e fornecedores, visando acelerar os prazos de recebimentos e retardar os pagamentos procurando, além disso, reduzir o custo das matériasprimas. Todavia é uma estratégia que dever ser utilizada com os devidos cuidados, de forma a não prejudicar as vendas ou comprometer o crédito da empresa. 3. A adequação das datas de recebimentos e pagamentos é outro fator que o empresário deve levar em consideração na administração do capital de giro. A eliminação da defasagem de tempo nos fluxos de entradas e saídas de recursos, além de reduzir custos sobre empréstimos, diminui o risco de atraso nos compromissos. 25 4. Outra medida fundamental para melhorar o desempenho da empresa é a introdução de técnicas e processos modernos de produção que, além de reduzirem o prazo médio de permanência dos itens em estoques, melhoram a qualidade dos produtos. 5. Finalmente, a melhoria nos equipamentos produtivos, através da substituição de maquinários antigos e obsoletos por outros de tecnologia moderna, vão produzir os lotes de produto com maior rapidez, além de eliminar desperdícios provocados por equipamentos velhos e inadequados, constantemente fora de uso por problemas de manutenção e desgaste de peças. O montante adequado de capital de giro a ser mantido pelas empresas não é um número que possa ser estipulado, porque depende de muitos fatores e varia de acordo com a empresa e o seguimento onde atua. Entretanto, é aconselhável, para a maioria das empresas, manter um capital de giro suficiente para cobrir seu passivo de curto prazo (fornecedores, impostos, salários, etc.) 8. ORÇAMENTO DE CAPITAL INTERNACIONAL E INVESTIMENTOS À LONGO PRAZO. Apesar de os mesmos princípios básicos de orçamento de capital serem usados para projetos domésticos e internacionais, vários fatores adicionais tem de ser abordados ao se avaliar oportunidades de investimentos estrangeiras. O orçamento de capital internacional difere da versão doméstica, pois (1) fluxos de entrada e saída de caixa ocorrem em uma moeda estrangeira e (2) investimentos estrangeiros se defrontam potencialmente com um significativo risco político. Ambos os riscos podem ser minimizados através de um planejamento cuidadoso Companhias se defrontam com riscos de câmbio tanto à longo prazo quanto a curto prazo com relação ao capital investido e aos fluxos de caixa resultantes dele. O risco de câmbio à longo prazo pode ser minimizado ao financiar pelo menos parcialmente o investimento internacional nos mercados de capital locais, em vez de usar o capital em unidades monetárias da companhia subsidiária. Esse passo assegura que as receitas do projeto, os custos operacionais e os custos de financiamento serão na moeda local. Da mesma forma, o valor em dinheiro de fluxos de caixa a curto prazo em moeda local podem ser protegidos usando títulos especiais e estratégias, tais como instrumentos de mercado futuro, pré-indexados e opções. Riscos políticos podem ser minimizados usando estratégias tanto financeiras quanto operacionais. Por exemplo, ao estruturar o investimento como uma joint venture e selecionar um sócio bem relacionado, a companhia norte-americana pode minimizar o risco de que suas operações sejam importunadas ou tomadas. Companhias também podem se proteger de ter seus resultados bloqueados por governos locais ao estruturar o financiamento de tais investimentos como dívida em vez de patrimônio. Pagamentos de serviço da dívida são demandas legalmente exigíveis, enquanto resultados de patrimônio (tais como dividendos) não o são. Mesmo se os tribunais locais não apóiam as reivindicações da companhia norte-americana, a companhia pode ameaçar levar adiante seu caso em cortes norte-americanas. 26 Apesar das dificuldades precedentes, investimentos estrangeiros diretos, que envolvem a transferência de capital, ativos técnicos e gerenciais para um país estrangeiro, decolaram em anos recentes. Isso é evidente nos valores de mercado em crescimento tanto de ativos estrangeiros de propriedade de companhias baseadas nos Estados Unidos quanto investimentos estrangeiros diretos nos Estados Unidos, particularmente por parte de companhias inglesas, canadenses, holandesas, alemãs e japonesas. Mais, ainda, investimentos estrangeiros diretos por parte de companhias norte-americanas parecem estar crescendo, particularmente no Leste Asiático e na América Latina. 9. PERSPECTIVA FINANCEIRA PESSOAL Fluxos da saída de caixa governam os dispêndios pessoais de capital Planos de gestão de capital podem guiar importantes dispêndios de capital pessoais para carro, casa, barco, casa de férias ou educação universitária dos filhos. Mas enquanto as companhias procuram por projetos que possam render um retorno aceitável, a decisão de se fazer uma compra pessoal muitas vezes enfoca do item e a maneira como a compra será financiada. Há também uma tendência de combinar o investimento e a decisão de financiamento, de forma que compradores selecionem um carro ou uma casa em particular baseados em quanto eles podem pagar. Considere uma decisão a respeito de modernizar uma propriedade pessoal. Suponha que seu carro necessite de importantes reparos. Você primeiro avaliaria o custo de consertá-lo, quanto tempo mais você esperaria que o carro durasse e que outros importantes consertos o carro mais velho necessitaria. Então compare esses fluxos de saída de caixa com aqueles envolvidos em comprar um carro novo agora, analisando uma compra toda em dinheiro, um empréstimo ou um financiamento – lembrando, é claro, de considerar o valor do dinheiro no tempo. Finalmente, você consideraria fatores qualitativos. A possibilidade de uma mudança no trabalho que exige deslocamentos maiores para o trabalho pode levar a escala a favor de um carro novo mais para cima; se você planeja tirar férias caras este ano, pode avaliar a compra do carro novo até que seu fluxo de caixa melhore. Estude mais...pense mais...você é capaz!!! 27 EXERCÍCIOS 1. O que é Administração Financeira pra você??? 2. As atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas em três atividades básicas, quais são elas??? 3. Qual o principal objetivo da Administração Financeira??? 4. Para Peter Drucker, o Contador tem papel de tomada de decisões na organização, essa informação é verdadeira ou falsa? 5. Dentro da Lei do Administrador, em que competências você se encaixa ou se encaixará melhor??? 6. Quais as principais atribulações do Administrador Financeiro??? 7. A análise e planejamento financeiro, uma das atribuições do administrador financeiro, envolve três pontos importantes, quais são eles??? 8. Regime de competência e regime de caixa tem a ver, respectivamente com: a) Administrador e Auditor b) Contador e Administrador c) Contador e gerente d) Administrador e Contador e) Auditor e Contador 9. As fontes de recursos à disposição de uma empresa podem ser classificadas de várias formas, quais são elas??? 10. Dois enfoques sustentam a decisão do administrador financeiro, quais são eles??? 11. São fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro: 12. Esta função financeira, envolve a constante busca da otimização na aplicação dos recursos para que seja alcançada a rentabilidade desejada e preservada a capacidade da empresa de pagar seus compromissos nos vencimentos, cite-a: 13. As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à composição das fontes de recursos cite duas dessas funções: 14. Qual a meta da administração financeira??? 15. Alavancagem Operacional tem que ponto de partida??? 16. O que é Grau de alavancagem financeira??? 17. O faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que não tenha prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro é denominado de: 18. O custo fixo não varia de acordo com as vendas, mas é variável, dê exemplos de custo fixo pra empresa. 19. O estudo da alavancagem financeira ou operacional procura evidenciar a importância relativa à que??? 20. Endividamento de Longo Prazo / Capital Total Empregado, evidencia que tipo de alavancagem??? 28 21. Uma empresa investiu em um produto X a quantia de R$25.000,00 e espera ter um retorno de 3% a.m. e com a expectativa de recolher 100% dos dividendos entre seus 30 acionistas. Quanto ao final de 8 meses e reinvestir o mesmo valor. 30 Acionistas perceberam esses dividendos em parte iguais. Qual o valor do montante???? Quanto cada acionista receberá??? Quanto será reinvestido??? 29 BIBLIOGRAFIA: Cherubin, Niversindo Antonio. Administração Hospitalar. 3° Ed. Revisada e Ampliada São Camilo, 2008 Chiavenato, Idalberto. Cartas a um jovem administrador. Elsevier Editora,2006 Piragibe, José F. Mendes. Gestão Empresarial. Treinamento e Consultoria empresarial. ,Ed.2002.1 Levine, Stuart R. Seis Fundamentos do sucesso profissional. Sextame, GMT. 2004 Welsch, Glenn Albert. Orçamento empresarial. 4° Ed.SP. Atlas, 1983 Acesso ao site: http://www.fluxo-de-caixa.com/fluxo_de_caixa/ponto_de_equilibrio.htm. 30