Educadores Ambientais de Santa Vitória do Palmar: relatos, projetos e desafios Daniel Araujo Organizador Educadores Ambientais de Santa Vitória do Palmar: relatos, projetos e desafios. Daniel Araujo Organizador maiaambiental.com.br SUMÁRIO Organizador / Professores Colaboradores 07 Energia Limpa e Desenvolvimento 09 Apresentação 13 Projetos 18 Arborização na Escola Prof. Elieth Chaves Corrêa e Prof. Miguel Garrido Filho 20 Implantando a Permacultura na Osmarino Terra Prof. Maria Dilene Souza da Silva e Prof. Ieda Idaete Rodrigues Porto 23 Implantando a Horta na Aresmi Tavares Prof. Elsa Maria Terra Machado 28 Relatos de Experiência 30 A Energia é a Base da Vida Prof. Maria América Bork 32 Hermenegildo Limpo Prof. Ida Rodrigues, Prof. Flávia Morais Oliveira e Prof. Virgínia Borges Gonzales 35 A Arte de Reciclar Brincando Prof. Lidiane Santos da Silva 38 Reutilização dos Resíduos Sólidos no Paisagismo Prof. Nadja Silva de Freitas 41 Museu vai à Escola: Educação como Ferramenta na Divulgação e Preservação do Patrimônio Prof. Jamil Correa Pereira 44 Embelezamento da Escola Prof. Renata Lourenço Rodrigues 48 Sustentabilidade na Escola Prof. Anelise Saraiva Maximilla 51 Brincando também se aprende Educação Ambiental Prof. Tais Lima Corrêa 54 Sabão: Uma abordagem contextualizada envolvendo a transdiciplinaridade, aspectos sociais e ambientais Prof. Isabel Rocha Bacelo, Prof. Julia Janete Pereira de Ávila Plá e Prof. Patrícia Cardoso Rodrigues 57 5 ORGANIZADOR Biol. Me. Daniel Araujo PROFESSORES COLABORADORES Professora Anelise Saraiva Maximilla Professora Lidiane Santos da Silva Professora Elieth Chaves Corrêa Professora Maria América Bork Professora Elsa Maria Terra Machado Professora Maria Dilene Souza da Silva Professora Flávia Morais Oliveira Professor Miguel Garrido Filho Professora Ida Rodrigues Professora Nadja Silva de Freitas Professora Ieda Idaete Rodrigues Porto Professora Patrícia Cardoso Rodrigues Professora Isabel Rocha Bacelo Professora Renata Lourenço Rodrigues Professor Jamil Correa Pereira Professora Tais Lima Corrêa Professora Julia Janete Pereira de Ávila Plá Professora Virgínia Borges Gonzales 7 ENERGIA LIMPA E DESENVOLVIMENTO A Santa Vitória do Palmar Holding S.A. foi constituída em outubro de 2011 pela Eletrosul Centrais Elétricas S.A. e pela Rio Bravo Energia I – Fundo de Investimentos em Participações e está investindo aproximadamente R$ 1 bilhão na construção, em Santa Vitória do Palmar, de um dos maiores complexos eólicos da América Latina. Com 258 megawatts (MW) de capacidade instalada, o Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar (Geribatu) produzirá energia suficiente para abastecer mais de 1,5 milhão de habitantes. Além de ampliar a participação da fonte na matriz elétrica brasileira, esses investimentos impactarão positivamente no desenvolvimento do município e região. De imediato, as obras do Complexo Eólico movimentaram vários segmentos do comércio local. A médio e longo prazo atrairão novos investimentos, o que representará mais emprego e renda para a população. Com o aumento na arrecadação a partir do recolhimento de impostos, o município terá mais recursos para investir em áreas essenciais como saúde e educação. Os investimentos em Santa Vitória do Palmar não se restringem à engenharia de geração de energia. Buscando uma aproximação com a comunidade, a empresa realizou um diagnóstico socioambiental para identificar carências e nortear as ações de responsa9 bilidade social, inclusive o trabalho de educação ambiental, que se propõe, essencialmente, a disseminar os conceitos de desenvolvimento sustentável. A implantação desse empreendimento tem favorecido o estudo e a preservação de espécies de fauna e flora local que, apesar de serem endêmicas, até então eram desconhecidas na região. Portanto, tais projetos favorecem tanto o desenvolvimento socioeconômico, como propiciam a multiplicação do conhecimento científico devido aos diversos estudos ambientais que são realizados antes e durante a sua implantação. Com essas iniciativas, a Eletrosul reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e se alinha à diretriz da holding Eletrobras de se tornar o maior sistema empresarial global de energia limpa até 2020. 10 11 APRESENTAÇÃO Sabe-se que a Educação Ambiental compreende um processo necessário para a sustentabilidade planetária. Sabe-se também que este processo pode ocorrer em diferentes cenários. Apesar disso, não é possível negar que uma significativa parcela das ações de Educação Ambiental ocorre nas escolas. Pensando em minimizar estes desafios e promover ações de Educação Ambiental alinhadas com as orientações mais atuais deste campo de atuação realizou-se, ao longo do segundo semestre de 2013, um curso de formação docente destinado aos professores de Santa Vitória do Palmar/RS. Frente a esta realidade, torna-se impossível pensar a Educação Ambiental sem a figura de um profissional fundamental: o professor. Este curso compreendeu uma das linhas de ação do Programa de Educação Ambiental do Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar. Os temas abordados foram planejados a partir dos resultados obtidos ao longo de um diagnóstico socioambiental realizado junto às escolas participantes do Programa. Este diagnóstico compreendeu a realização de Oficinas de Futuro, as quais buscaram identificar sonhos, problemas e obstáculos relacionados à Educação Ambiental. Este professor, entendido aqui como um personagem indispensável para a efetividade das ações de Educação Ambiental, se depara com uma série de desafios e dúvidas relacionadas à melhor maneira de pensar e executar atividades que sejam realmente efetivas e significativas para seus alunos. 12 13 “Sabe-se que a Educação Ambiental compreende um processo necessário para a sustentabilidade planetária” Após a coleta de dados foi possível formatar um curso com duração de 40 horas. Ao longo desta carga-horária foram abordados os seguintes temas: a) Princípios da Educação Ambiental; b) Organização de Conferências Livres de Meio Ambiente; c) Gerenciamento de resíduos no ambiente escolar; d) Permacultura e paisagismo no pátio escolar; e, e) Agenda 21 Escolar. A realização do Curso de Formação motivou os professores participantes a elaborarem projetos de Educação Ambiental e a relatarem ações que já haviam sido realizadas nas suas escolas. Este livro apresenta um recorte destas experiências e ideias, as quais poderão servir de inspiração para educadores que desejarem se aventurar no desafiador mundo da Educação Ambiental. Equipe executora e professores participantes do Programa de Educação Ambiental do Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar Daniel Araujo Coordenador do Programa de Educação Ambiental do Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar 14 15 16 17 PROJETOS Metodologia Chaves Corrêa e do professor de História Miguel Garrido Filho. Este projeto será direcionado para os alunos dos 6º, 7º e 8º anos e alunos da 8ª série. Ao longo do seu desenvolvimento, o projeto atingirá cento e quinze pessoas. Objetivos Promover aos alunos uma melhor qualidade de vida e um novo espaço para as práticas pedagógicas. Despertar nos alunos o interesse e o compromisso com o Meio Ambiente. Conscientizar e envolver os alunos no plantio a fim de trabalhar a educação ambiental. Arborização na Escola Autor Prof. Elieth Chaves Corrêa e Prof. Miguel Garrido Filho Depois de analisar o espaço escolhido os alunos trarão mudas para serem plantadas. Ao longo do processo, os professores passarão orientações relacionadas à escolha das espécies que serão plantadas e indicarão a necessidade de algum tipo de adubação no terreno. As mudas para a arborização serão obtidas pelos alunos e pela comunidade escolar. Depois da aquisição das mudas será necessário obter as ferramentas necessárias, como pás, enxadas e adubo orgânico. A obtenção destes materiais também envolverá a comunidade escolar. Formar no futuro uma área de lazer e também aproveitar sua sombra para diversas atividades escolares. Com os equipamentos e materiais em mãos, será possível iniciar a preparação do solo e o plantio das mudas, o que será realizado pelos alunos. Ao longo Fachada da Escola onde será implantado o Projeto Arborização na Escola Local onde será implantado o projeto de Arborização- Foto Fundos/frente Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria Ramis Apresentação O projeto Arborização na Escola será desenvolvido na cidade de Santa Vitória do Palmar, a partir do mês de março de dois mil e quatorze, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Maria Ramis. A elaboração e a execução deste projeto ficarão a cargo da professora de Ciências Biológicas Elieth 20 21 do processo de plantio e cuidado das mudas haverá a promoção do engajamento e da mobilização dos alunos, fazendo com que todos participem do projeto. No decorrer deste projeto espera-se que os alunos percebam o meio ambiente de uma forma diferente. Espera-se também que a arborização do pátio contribua para a melhoria dos processos de ensinoaprendizagem através da existência de um ambiente mais arborizado e agradável. “...espera-se que os alunos percebam o meio ambiente de uma forma diferente.” Avaliação A avaliação ocorrerá de forma qualitativa, onde será avaliada a responsabilidade do aluno, a participação, o interesse e o engajamento no projeto. Implantando a Permacultura na Osmarino Terra Autor Prof. Maria Dilene Souza da Silva e Prof. Ieda Idaete Rodrigues Porto Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Osmarino de Oliveira Terra Apresentação Este projeto será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Osmarino de Oliveira Terra. Esta escola localiza-se na Rua Theonilo da Costa Soares, nº 40, Santa Vitória do Palmar. As ações previstas, em um primeiro momento, serão executadas Local onde será implantado o Projeto de Arborização- Foto Frente/Fundos 22 23 e coordenadas pelas professoras Maria Dilene (Ciências) e Ieda Idaete (Geografia). As ações previstas no projeto serão direcionadas aos alunos do turno da manhã. Cada turma terá seu canteiro e será responsável por ele. Os alunos farão uso do horário das aulas de ciências e geografia para fazer o canteiro, plantar, aguar e, ao longo do ano, continuar cuidando e fazendo daquele um momento de aprendizagem e coleguismo. Os canteiros ficarão a disposição das outras disciplinas como forma de estudo e a disposição dos demais professores e alunos do outro turno. Será feito um convite aos pais a fim de que venham participar tanto na hora de fazer os canteiros como ao longo do ano, visitando e ajudando. Com isto tentaremos que eles mesmos façam seus canteiros em casa para ter uma alimentação mais saudável e ajudar no orçamento familiar. Pelas ações do projeto serão atingidos todos os alunos da escola, sua família e pessoas da comunidade que queiram dar sua contribuição. A horta escolar tem como foco principal integrar as diversas fontes e recursos de aprendizagem, integrando o dia a dia da escola, gerando fonte de observação e pesquisa e exigindo uma reflexão diária por parte da comunidade escolar. 24 “O estudo sobre uma horta na escola é de vital importância para o crescimento dos alunos” Metodologia O estudo sobre uma horta na escola é de vital importância para o crescimento dos alunos, pois ensina sobre a necessidade de trabalhar em conjunto, dá a ideia de solidariedade, ajuda a diminuir o individualismo e conscientiza de que os alimentos da horta de sua casa ou da escola são saudáveis e livres de aditivos químicos. Objetivos • Desenvolver uma horta baseada em princípios permaculturais; • Valorizar a importância do trabalho e cultura do homem do campo; • Estabelecer relações entre o valor nutritivo dos alimentos; • Identificar técnicas de manuseio do solo; • Mobilizar a comunidade escolar; • Aprender técnicas de conservação de legumes; • Compreender a importância de uma alimentação equilibrada para a saúde. Inicialmente serão reunidos, no saguão da escola, professores, alunos e equipe diretiva. Este momento servirá para a apresentação do projeto a toda a comunidade escolar. venha a ser percebido algum problema no desenvolvimento das plantas, haverá um período para discussão em sala de aula, quando será permitido pesquisar sobre a causa do problema e possíveis soluções. Após a divulgação inicial do projeto, serão confeccionados panfletos de incentivo. Estes panfletos serão criados pelos alunos sob orientação da professora de Valores ou Português e serão posteriormente distribuídos aos moradores do entorno da escola a fim de divulgar o projeto. Para o efetivo manejo da horta será necessário adquirir materiais: pá, terra, mudas, mangueira, tela, madeiras, pregos, etc. Também serão utilizados vídeos com exemplos de hortas desenvolvidas em outras escolas do Brasil, formas de plantio, tempo de desenvolvimento das plantas e utilização na alimentação. A escolha do local para instalação da horta permacultural estará vinculada à disponibilidade de sol, água, condições de terreno e proteção de ventos fortes e frios. Inicialmente será realizada a análise do pátio da escola a fim de definir o melhor local para instalação do canteiro. Para isso os alunos deverão fazer um mapeamento do pátio, indicando a localização de pontos de água e áreas destinadas ao lazer e esporte. Haverá a realização de palestras com pessoas da própria comunidade ou técnicos convidados que queiram colaborar com sua experiência sobre o assunto. As classes envolvidas trabalharão em grupo. Todos os dias um grupo será destinado a aguar o canteiro e observar se as plantas estão se desenvolvendo. Caso Salientamos que o envolvimento dos demais professores será muito importante para o sucesso do projeto. Cada uma das disciplinas poderá trabalhar com textos, receitas, murais e pesquisas relacionados à horta, promovendo assim um cenário interdisciplinar de produção de conhecimento. Após a primeira colheita da horta será possível realizar receitas na cozinha da escola, quando os alunos 25 também aprenderão a fazer conservas de legumes. Os alunos envolvidos com o projeto também poderão elaborar receitas com os alimentos colhidos da horta, reforçando ainda mais a importância do consumo de alimentos saudáveis. Todos os alunos da escola serão convidados a visitar a horta a fim de incentivá-los a comer hortaliças e valorizar o trabalho das pessoas envolvidas. Os pais que se mostrarem mais interessados e motivados receberão a tarefa de passar aos outros pais, em pequenos grupos reunidos na escola, tudo o que está sendo desenvolvido e também colher ideias novas para serem desenvolvidas neste projeto. Com esta ati- vidade também se espera que as famílias dos alunos se interessem pela implantação de hortas domésticas. Resultados Esperados Com este projeto, espera-se que toda a comunidade escolar se mobilize e aprenda a trabalhar em grupos. Espera-se também que os alunos se conscientizem do incremento na qualidade da alimentação de famílias que possuem hortas domésticas. Outro resultado esperado compreende a diminuição dos recursos financeiros destinados à aquisição de alimentos, tendo em vista que estes poderão ser produzidos pela família dos alunos atingidos pelo projeto. Área destinada à horta 26 27 disciplinas de Geografia, Português, Artes, Valores e Ciências. As ações deste projeto serão direcionadas aos 23 alunos do sexto ano do ensino fundamental. As atividades ligadas ao uso do solo, como revolver a terra, plantar, arrancar o mato, regar, colher e transportar, representam uma forma de aprendizado saudável. Estando em contato com a natureza, os alunos envolvidos despertarão o interesse pelo cuidado e preservação do ambiente. “Estando em contato com a natureza, os alunos envolvidos despertarão o interesse pelo cuidado e preservação do ambiente” Objetivo Desenvolver a prática do cultivo de hortaliças, despertando o interesse pela educação ambiental e uma alimentação saudável. Metodologia Implantando a Horta na Aresmi Tavares Autor Prof. Elsa Maria Terra Machado Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Aresmi Tavares Apresentação Este projeto será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aresmi Tavares, localizada na Rua General Canabarro, bairro Dorivaldo Leston, em Santa Vitória do Palmar. As ações previstas neste projeto serão realizadas com apoio da direção, coordenação e cinco professores das 28 Este projeto permitirá que os alunos pratiquem e acompanhem as seguintes etapas relacionadas ao cultivo de alimentos: preparação do solo e das sementes, confecção de canteiros, cuidados com as mudas e colheita. Em um primeiro momento será realizado o reconhecimento do pátio escolar a fim de avaliar o melhor local para instalação dos canteiros. Juntamente com este reconhecimento serão repassados conhecimentos relacionados à horta: o que é, para que serve, o que pode ser plantado e os benefícios relacionados ao cultivo do próprio alimento. Os alunos também serão apresentados aos equipamentos e materiais que serão utilizados na preparação da horta. Após esta etapa inicial será realizada a preparação do solo, o qual será colocado em bandejas especiais para a produção de mudas. Durante o tempo necessário para a produção de mudas serão realizadas as atividades necessárias para a limpeza do local onde será instalada a horta e a preparação dos canteiros e do solo. Assim que as mudas produzidas nas bandejas estiverem em condições de serem plantadas nos canteiros, estas serão transferidas pelos próprios alunos, os quais deverão se responsabilizar pela rega e demais cuidados, até o momento da colheita. Resultados Esperados O projeto será de grande importância, pois proporcionará um maior contato com o meio ambiente, incentivando os alunos a consumirem alimentos saudáveis. 29 RELATOS DE EXPERIÊNCIA 30 31 muro das lamentações, árvore dos sonhos, estudo do meio e biomapa comunitário. Esta etapa de diagnóstico foi realizada ao longo de três aulas. Primeiramente foi realizada a observação do espaço físico da escola: as salas de aula, corredor, saguão, laboratório de informática, biblioteca, cozinha, refeitório, secretaria, salas de direção, coordenação e dos professores. espanhol, matemática e educação física. As ações desse projeto foram direcionadas aos alunos, professores e funcionários, atingindo um público de 76 pessoas. Objetivo A energia é a base da vida Prof. Maria América Bork Reconhecer as responsabilidades individuais e coletivas relacionadas ao uso da energia através do planejamento de ações para melhorar o aproveitamento deste recurso. Instituição Metodologia Escola Municipal de Ensino Fundamental Aresmi Tavares Este projeto iniciou no 3º trimestre de 2013 e será compromisso permanente na escola. Foi apresentado pelos alunos da 8ª série em 30 de setembro de 2013, através de cartazes que retratam o consumo de energia relacionado à realidade da comunidade escolar. Autor Apresentação O projeto com o tema “A energia é a base da vida” foi realizado na EMEF Aresmi Tavares, localizada na rua General Canabarro nº 20-A, bairro Dorivaldo Leston, Santa Vitória do Palmar. A autora realizou o trabalho contando com o apoio de sete colegas nas áreas de ciências, história, português, 32 A turma foi dividida em quatro grupos. Cada um destes grupos recebeu a missão de realizar um diagnóstico do consumo energético da escola utilizandose de metodologias participativas de diagnóstico: Num segundo momento os alunos fizeram um levantamento de todos os eletrodomésticos, computadores e impressoras, observaram as instalações elétricas e as tomadas usadas para o uso de aparelhos elétricos. Após esse diagnóstico foi realizado um debate enfatizando como usar a energia elétrica de maneira racional, onde foram destacados os itens abaixo: • As salas possuem várias janelas que, quando iluminadas pelo sol, dispensam a necessidade de utilizar a energia elétrica. • As salas da Coordenação e da Direção são as únicas que precisam do uso de energia elétrica, pois não possuem janelas que recebam luz solar. • A cozinha possui aparelhagem completa, com eletrodomésticos novos que permitem o consumo de energia sem desperdício. • As instalações elétricas da escola são ótimas, o que permite segurança e consumo de energia normal. 33 “Os saberes populares e tecnológicos oportunizaram condições para o melhor aproveitamento e uso racional da energia elétrica” Alunos apresentando o projeto O resultado do diagnóstico foi apresentado para a direção, coordenação, professores, funcionários e alunos do 6º, 7º e 8º ano. O material utilizado foi papel para o cartaz, canetas, câmera fotográfica, computador e Data show. Hermenegildo Limpo Avaliação Os alunos foram avaliados pela participação e desempenho sobre o assunto proposto. Concluiu-se que os saberes populares e tecnológicos oportunizaram condições para o melhor aproveitamento e uso racional da energia elétrica. 34 Autor Prof. Ida Rodrigues, Prof. Flávia Morais Oliveira e Prof. Virgínia Borges Gonzales Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Álvaro de Carvalho Alunos apresentando o projeto Apresentação O projeto apresenta proposta de ação educativa no meio ambiente envolvendo a comunidade da E.M.E.F. Álvaro de Carvalho, localizada na praia do Hermenegildo em Santa Vitória do Palmar. Foi criado a partir das disciplinas de História, Geografia e Ciências pelas professoras Ida, Flavia e Virginia, 35 “Acredita-se que as crianças são as maiores disseminadoras de informações” Objetivos • Verificar que a natureza não consegue reintroduzir facilmente, em seus ciclos, muitos dos materiais existentes no lixo gerado pelos alunos; • Explorar os significados simbólicos da palavra lixo; Limpando o Hermenegildo (alunos, pais e professores). justificando-se pela tentativa de melhorar a qualidade de vida dos moradores desta comunidade. Salienta-se que o projeto teve início em junho de 2013 e continuará ao longo de 2014. • Valorizar profissionais que cuidam do lixo; Inicialmente foram atingidos, diretamente, 50 alunos da E.M.E.F Álvaro de Carvalho e seus professores. Indiretamente o projeto alcançou 150 pessoas (amigos e familiares dos estudantes). Acredita-se que as crianças são as maiores disseminadoras de informações. Por esse motivo a abordagem foi direcionada ao público infantil, apesar do projeto também oferecer informações e iniciativas que englobam os pais e familiares. Metodologia A relevância do projeto se estabeleceu principalmente na intervenção lúdica, instrutiva e atrativa para as crianças da escola, que receberam informações sobre o tema “LIXO” e todas as vertentes que envolvem este tema, como o descarte, coleta e consumo. 36 • Identificar e combater preconceitos em relação ao lixo, aos alunos e à comunidade; A escola, reconhecida como uma importante fonte de disseminação e multiplicação de conhecimento, foi o ambiente escolhido para implantação de atividades relacionadas com o cuidado com o lixo. Para isso realizaram-se palestras educativas e separação do lixo. Também foram confeccionados, pelos alunos e professores, cartazes e folders. • Divulgar, com os alunos e professores, o lugar correto do lixo. A fim de conhecer o ambiente onde está inserida a escola, realizou-se um diagnóstico socioambiental. Percebeu-se, através do diagnóstico, o desconhecimento da comunidade em relação aos problemas causados pela eliminação inadequada do lixo. Esse desconhecimento, que muitas vezes é causado pela falta de orientação na infância, acaba formando um adulto omisso às questões ambientais. Este cenário evidencia a grande importância de mobilizar uma comunidade preocupada em conservar um ambiente saudável no presente e para o futuro. Desta forma, pretendeu-se formar agentes transformadores para resolver os problemas causados pelo lixo. Passeata da conscientização. Foi realizada ainda uma caminhada pela comunidade para mobilização quanto à importância de colocar o lixo em lugar adequado. Nesta saída, além de orientações repassadas aos moradores pelos próprios alunos, promoveu-se a limpeza de alguns espaços. Para estas ações utilizou-se carrinho de mão, luvas, cartazes e folders. Avaliação Os alunos conscientizando a comunidade sobre onde colocar corretamente o lixo. O processo avaliativo aconteceu durante todo o período em que o projeto foi desenvolvido, através de mudanças de comportamento e pela participação e inclusão de novos hábitos na rotina escolar e na comunidade. 37 A Arte de Reciclar Brincando Autor gatando possíveis soluções para o lixo encontrado, bem como refletindo sobre o que acontece com o acúmulo de lixo nas ruas, campos e casas. Os resultados obtidos garantiram a esta escola o 1º lugar na Feira de Ciências e Matemática do município, bem como a participação no Simpósio de Ciências e Matemática na cidade de Pelotas. Deste passeio surgiram vários questionamentos sobre a reciclagem. Sendo assim, foi trabalhada a coleta seletiva, destacando as cores utilizadas e sua importância para o meio em que vivemos. É relevante enfatizar que 60% dos pais da comunidade escolar trabalhavam em usinas de lixo, envolvendo catação e seleção dos materiais, sendo assim, foi observado que os alunos convivem diariamente com a questão de “lixo” em suas casas, tornando-se necessário abranger e mobilizar todos os envolvidos no espaço escolar. Outro passeio realizado foi na praia da Barra do Chuí, dia 04/05/2012, onde os participantes foram recepcionados e atendidos pelo projeto “Arte, Consciência!”, o qual busca resgatar da costa objetos que possam ser reaproveitados e assim transformados em arte. Neste dia também ocorreu uma visita ao Museu da Barra, onde os alunos receberam o seguinte questionamento do mediador da visita: O que é meio ambiente para vocês? As respostas dadas pelos alunos promoveram muitas reflexões. Objetivo Escola Municipal de Educação Infantil Coxilha Reconhecer a necessidade da reciclagem em favorecimento a um meio ambiente saudável, organizando ideias que possam contribuir para a conscientização da comunidade local. Apresentação Metodologia Prof. Lidiane Santos da Silva Instituição O projeto apresentado foi realizado na EMEI Coxilha no decorrer do ano de 2012. A EMEI Coxilha localiza-se em um bairro carente do município, abrangendo cerca de 90 alunos, de 6 meses a 5 anos. A comunidade escolar passava por grandes problemas na questão ambiental, envolvendo a questão do lixo, arborização, entre outros fatores que foram per38 cebidos pelo grupo de professores da escola. O projeto foi desenvolvido por 4 professores do Maternal I e II e Pré I e II, e aproximadamente 50 alunos. A temática do projeto foi “A Arte de Reciclar Brincando”, levando em consideração a educação Infantil como uma etapa onde o brincar é fonte essencial de aprendizagem. O primeiro passeio foi realizado no bairro da escola, no dia 27 de abril de 2012, quando pode ser observado o atual estado de descarte de lixo. Durante o passeio os participantes foram conversando e res- Plantio de flores no projeto “Arte, Consciência!” na Praia da Barra 39 Após a realização dos passeios e algumas atividades pedagógicas na escola, optou-se em utilizar o lixo para construir algo que reutilizasse os resíduos existentes na comunidade. Como havia uma grande quantidade de caixas de leite, pensou-se em fazer algo que utilizasse este material. A partir desta definição, optou-se por confeccionar uma casa feita de caixas de leite e o telhado de papel reciclável. Aproveitamos assim a motivação gerada durante os dois passeios. “Os alunos perceberam, por meio da reciclagem, que o ambiente necessita ser preservado” Durante o processo de construção da casa os alunos atuaram no processo de junção das caixas de leite. Os alunos também confeccionaram o papel reciclado que serviu para a montagem do telhado da casa. Avaliação Após a finalização das atividades relacionadas a este projeto, foi realizada uma avaliação dos resultados obtidos. Esta avaliação mostrou-se positiva tendo em vista que o projeto obteve o 1º lugar na Feira de Ciências do município de Santa Vitória do Palmar. Os alunos também perceberam, por meio da reciclagem, que o ambiente necessita ser preservado. Esta percepção também foi observada nas famílias dos alunos, já que grande parte dos pais também tinha dúvidas sobre a destinação correta do lixo. 40 Reutilização dos Resíduos Sólidos no Paisagismo Autor Prof. Nadja Silva de Freitas Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Oriete Garcia Apresentação 1º lugar na Feira de Ciências e Matemática O projeto foi realizado na E.M.E.F. Professora Oriete Garcia, localizada no Bairro Aviação, município de Santa Vitória do Palmar. Participaram da elaboração alunos do 7º Ano (total de quinze alunos) e quatro professores das disciplinas de Geografia, Português e História. O projeto desenvolvido teve como púbico-alvo os 82 alunos da escola em questão (5º Ano à 8ª Série). 41 “Despertar nos alunos o interesse e o compromisso com o meio ambiente através do reaproveitamento de materiais recicláveis” Objetivo Despertar nos alunos o interesse e o compromisso com o meio ambiente através do reaproveitamento de materiais recicláveis. Proporcionar aos alunos um novo espaço de lazer, recreação, prática de atividades pedagógicas e esportivas. Metodologia O projeto foi realizado no período de quinze dias do mês de setembro de 2013. O mesmo foi desenvolvido em três etapas, sendo que uma quarta ainda será realizada na escola no próximo ano letivo. Em um primeiro momento foi feita uma explanação e exibido um vídeo sobre os conceitos de sustentabilidade, reaproveitamento, reciclagem e resíduos sólidos. No segundo momento, os alunos foram convidados a elaborar uma planta da escola utilizando papel pardo e canetas hidrocor. Esta planta permitiu aos alunos, mais tarde, planejar o uso e a distribuição dos materiais reutilizados que serão implantados. Esses materiais são pneus (utilizados para canteiros, floreiras, lixeiras, porta-bicicletas, bordas de pista de corrida, mesas e bancos) e garrafas PET (usadas em forma de uma horta suspensa onde serão cultivados ervas de chás e temperos para a merenda escolar). A seguir, distribuíram-se esses materiais nos espaços correspondentes (planta da escola). 42 Apresentação dos alunos do 7º Ano para os demais colegas Planta da escola com o esboço do projeto a ser implantado Avaliação A terceira etapa tratou-se de uma apresentação (através da utilização do projetor multimídia) dos alunos do 7º Ano, que elaboraram o projeto, para os demais colegas da escola. Estes alunos que apresentaram este projeto explicaram os conceitos de sustentabilidade e reaproveitamento com o objetivo de que todos participassem do mesmo. Como instrumento de avaliação foi utilizada a apresentação dos alunos do 7º Ano para o grande grupo (demais colegas). Os mesmos mostraram-se interessados e empolgados em participar da efetivação do projeto que ocorrerá no próximo ano letivo a fim de possibilitar um melhor espaço de lazer, prática esportiva e recreação. A quarta etapa (implantação das ideias propostas pelos alunos), como dito anteriormente, será realizada no próximo ano letivo, uma vez que, devido ao curto período, não foi colocada em prática. Este resultado foi satisfatório, já que os alunos, público-alvo, participaram através de ideias, dispondose a ajudar na implantação do projeto. Para a efetivação do projeto serão utilizados pneus e garrafas pet, colocados no pátio da escola da maneira como os alunos escolheram e posicionaram na planta da escola elaborada por eles. 43 a escolar tinham pouco acesso a essas informações, que ficavam restritas às instituições de pesquisa. Pensando em popularizar este potencial científico, turístico e cultural, em meados de 1997, o museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello, com sua sede no município de Santa Vitória do Palmar, começou a realizar inúmeras atividades de educação patrimonial junto à comunidade. Estas atividades foram realizadas inicialmente na rede municipal de ensino. Posteriormente, o projeto foi estendido às escolas estaduais e particulares, bem como às entidades atuantes na sociedade. Essas atividades fazem parte de um projeto denominado “O Museu vai à escola”, que continua sendo desenvolvido até os dias de hoje. Museu vai à escola: educação como ferramenta na divulgação e preservação do patrimônio 44 Autor Prof. Jamil Correa Pereira Instituição Museu Coronel Tancredo Fernandes de Mello Apresentação No município de Santa Vitória do Palmar encontrase um dos mais importantes jazimentos de mamíferos Pleistocênicos do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil, potencial esse comprovado pelos inúmeros trabalhos científicos publicados e reconhecidos na comunidade científica. Apesar desse potencial paleontológico, tanto a comunidade em geral como O projeto foi elaborado pelo supervisor do Museu e apresentado ao grupo de supervisão pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, visando dinamizar as atividades desenvolvidas pelo Museu. Desde que foi implantado o projeto, em 1997, o museu desenvolve atividades na região, levando informação e conhecimento a mais de 20 mil pessoas. Objetivo Despertar a consciência da comunidade para a necessidade e importância de conhecer o ambiente onde habita e seus patrimônios através da valorização, preservação e interação com o meio ambiente de maneira sustentável. Metodologia O Projeto “Museu vai à escola” é desenvolvido através de palestras, exposições, oficinas, vídeos e, quando possível, saídas de campo. Em 2003, o projeto “Santa Vitória do Palmar, seu contexto histórico e geográfico e sua condição de fronteira”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o museu, e os professores da rede municipal de ensino, principalmente das disciplinas de ciências, história, geografia e artes, mesclaram o conteúdo programático com os temas relacionados à região, como foi caso da paleontologia, interagindo com as disciplinas. 45 “O Projeto ‘Museu vai à escola’ é desenvolvido através de palestras, exposições, oficinas, vídeos e, quando possível, saídas de campo” Um exemplo desta interação ocorreu nas aulas de história, quando os professores desta disciplina trabalharam junto com os professores de Educação Artística, orientando os alunos na confecção de cartazes, miniaturas dos animais, jogos didáticos, sempre retratando os animais pré-históricos que habitaram a região, utilizando materiais como papel celofane, argila, cartolina, jornais entre outros. Um dos trabalhos que se destacou foi realizado pela escola municipal José Bernardino de Souza Castro, que confeccionou um tatu gigante em tamanho natural que habitou a região na pré-história. Para a confecção do tatu foi utilizado como base um carrinho de carregar estoque de supermercado. A armação para moldar o casco era composta de arames de viga cobertos por uma tela também de arame e revestida com esponja, onde foram coladas as placas que formavam o casco do tatu. Essas placas foram confeccionadas com jornais velhos e aplicação de massa corrida, reproduzindo os desenhos das placas, e depois pintadas. Já a cauda do tatu foi confeccionada com uma armação de arame, revestida de papel pardo e os espinhos da cauda foram 46 feitos com cartelas de ovo, pois essa era uma das características desses animais. A cabeça foi também confeccionada com uma armação de arame e revestida com papel pardo e para as placas que cobriam a cabeça se utilizou a mesma técnica de confecção das placas do casco. No seu interior foi adaptada uma manivela onde um aluno que estava no interior do mesmo podia fazer movimentos laterais da cauda e da cabeça. A apresentação dos resultados em um desfile público contribuiu para divulgação e valorização do patrimônio, além de criar uma identidade cultural na sociedade. Após o término do projeto, os trabalhos relacionados ao tema paleontologia ficaram expostos no museu. Diante desse trabalho podemos observar que esse projeto, além de resgatar a cultura local, mantém a preocupação com o reaproveitamento de materiais que provavelmente seriam descartados, como por exemplo, as embalagens de ovo e os jornais velhos. Desfile de 7 de Setembro onde os alunos das escolas apresentaram os resultados dos trabalhos desenvolvidos sobre o tema paleontologia Avaliação Os resultados de todo esse projeto foram avaliados nas escolas através de trabalhos e provas sobre os temas abordados e durante as comemorações da Semana da Pátria. Os trabalhos produzidos foram apresentados à comunidade no desfile de 7 de setembro de 2003. Oficina realizada pelos alunos Oficina realizada pelos alunos 47 “Alunos, professores, funcionários, coordenação e direção da escola foram orientados a juntarem e colocarem os resíduos orgânicos na composteira” O projeto foi desenvolvido durante as aulas de Valores, contando com o apoio da coordenação, direção e vizinhos da escola. Quando materiais como carrinho de mão, enxadas, pás e rastilhos eram insuficientes, os vizinhos da escola emprestavam seus materiais para dar mais agilidade no processo. Embelezamento da Escola Autor Prof. Renata Lourenço Rodrigues Instituição Escola Municipal de Ensino Fundamental Fernando Ferrari Apresentação O projeto foi realizado na E.M.E.F. Fernando Ferrari. A escola situa-se no município de Santa Vitória do Palmar próximo à BR 471, no limite entre a zona urbana e a zona rural. A escola caracteriza-se por ter uma grande área verde disponível para a implantação de uma composteira e de um jardim. 48 O público-alvo deste projeto foi formado pelos 150 alunos matriculados na escola, 3 merendeiras, 2 serventes e professores. Objetivos • Reduzir a quantidade de resíduo orgânico destinado ao aterro sanitário do município de Santa Vitória do Palmar; • Produzir adubo orgânico; • Utilizar o canteiro de jardinagem como recurso pedagógico; • Embelezar a escola; • Preservar o meio ambiente. Metodologia Primeiramente foi feito em sala de aula um trabalho teórico sobre a importância de se reduzir a quantidade de resíduo orgânico destinado ao aterro sanitário do município de Santa Vitória do Palmar. Para isso foram apresentadas informações sobre a compostagem, instruções para construção de uma composteira, os materiais que podem ser colocados e os cuidados que devem ser dados a esta composteira para que acelere o processo de decomposição. Após a escolha do local, os alunos fizeram um buraco em forma de retângulo, medindo 2 metros por 1 metro, com 80 centímetros de profundidade. • Compreender noções de fisiologia das plantas na absorção de água e nutrientes; Alunos, professores, funcionários, coordenação e direção da escola foram orientados a juntarem e colocarem os resíduos orgânicos na composteira até que esta ficasse cheia. • Conhecer doenças e pragas que afetam as plantas; Foram colocadas camadas de capim para ir cobrin49 do os resíduos orgânicos, para evitar o aparecimento de insetos e produção de odores. Quando esta ficou completa os alunos, a cada 15 dias, molhavam e mexiam os resíduos da composteira. Foi construído um canteiro na frente da escola de 50 cm x 5 m, que foi cercado por garrafas PET contendo água. Neste canteiro foram colocados 10 carrinhos de mão de terra, que foi preparada utilizando garfos e rastilhos. Por último, foram acrescentados 5 carrinhos de mão de esterco de vaca. Após 3 semanas foram plantadas 10 mudas de flores. Alunas plantando mudas de flores no canteiro Para a construção da composteira e canteiro foram utilizadas 10 aulas de 45 minutos. O projeto continuou ao longo de seis meses, até a chegada das férias escolares. Avaliação Sustentabilidade na Escola O projeto teve resultado satisfatório porque os objetivos foram todos alcançados. Das 10 mudas plantadas inicialmente apenas 3 cresceram, mas foram plantadas novas mudas para substituir estas e assim embelezar a escola. O adubo orgânico foi utilizado no canteiro somente no ano seguinte, porque a composteira demorou a ficar cheia e a decomposição levou cerca de 4 meses. 50 Autor Prof. Anelise Saraiva Maximilla Instituição Colégio São Carlos Apresentação Canteiro sendo cercado por garrafas PET O presente projeto, realizado entre agosto e setembro de 2013, foi desenvolvido no Colégio São Carlos, município de Santa Vitória do Palmar, com alunos do 6º ano do ensino fundamental. A turma é composta por vinte e sete estudantes, entre eles, 14 meninas e 13 meninos. 51 De acordo com o desenvolver das aulas, foi verificado elevado desperdício de folhas de caderno e grande quantidade de outros resíduos desperdiçados pelos educandos. No plano de ensino, é possível trabalhar temas transversais juntamente com o conteúdo, assim sendo, foi unido o tema “lixo” ao assunto da aula. Objetivos • Formar cidadãos conscientes da reutilização do lixo escolar e doméstico; • Solucionar o desperdício de papel na sala de aula; • Realizar a confecção de objetos com materiais reutilizados; • Promover o senso de responsabilidade, em cada aluno, pelo cuidado de conservar a sala limpa e separar o lixo produzido. Metodologia A princípio desenvolveu-se com os alunos da referida turma o conceito de lixo. Além disso, também foram abordados aspectos relacionados à adequada separação e redução da geração de resíduos. Muitos dos questionamentos lançados aos alunos eram prontamente respondidos. Entretanto, quando interrogados se mantinham o hábito de separar os resíduos e reduzir a produção em suas casas, a maioria respondeu que não fazia. Desta forma, foi possível reconhecer o que os alunos percebiam e entendiam sobre resíduos sólidos. 52 Após esta etapa inicial, realizou-se a divisão da turma em pequenos grupos, onde um representante sorteava temas relacionados com este assunto. Cada grupo pode fazer seu trabalho, conforme assunto selecionado, e apresentar para os demais colegas, em uma data marcada, o que havia realizado na pesquisa, dados recolhidos, entrevistas realizadas, enfim, expor à turma tudo aquilo que estudou e aprendeu. No dia da última apresentação dos trabalhos, solicitou-se aos alunos que recolhessem em suas casas material que seria jogado fora, mas que pudesse ser reutilizado em nosso trabalho. Esta solicitação foi realizada em uma sexta-feira, permitindo assim que os alunos recolhessem os materiais ao longo do final de semana e os trouxessem na semana seguinte. No dia combinado, todos levaram os resíduos coletados. Neste momento foram apresentadas imagens de alguns modelos de itens que poderiam ser feitos com o que eles haviam levado. Cada aluno escolheu o que gostaria de confeccionar e assim ocorreu a oficina de objetos reutilizados. Este processo teve duração de duas aulas. Na terceira aula foi confeccionada uma lixeira com quatro divisórias (plástico, papel, metal e vidro), nas quais foram colocados sacos de lixo. Esta lixeira foi prontamente colocada na frente da sala, onde todos puderam depositar os resíduos produzidos durante as atividades escolares. Após a construção da lixeira houve o resgate de todos os conhecimentos que foram abordados durante o projeto. Neste momento cada aluno pode comentar o que entendeu e como seria sua atitude em relação ao assunto discutido. Também houve a apresentação de uma síntese dos três R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), quando foi explicada a diferença entre cada um deles e que todos eram necessários para a promoção de um gerenciamento correto dos resíduos. Atualmente a lixeira continua na sala de aula e a separação dos materiais escolares está sendo realizada. Todos os integrantes da turma atingida realizam a separação de seu lixo, tanto na escola quanto em suas residências. Este projeto teve duração de aproximadamente dois meses, desde o período de elaboração até seu desenvolvimento. Avaliação A primeira avaliação foi a apresentação dos trabalhos dos alunos para os colegas, assim como a elaboração e participação dos trabalhos e objetos confeccionados em sala de aula. Os resultados obtidos foram bastante significativos, pois a maioria dos alunos seguiu utilizando a lixeira adaptada na sala de aula e alguns alunos, que não faziam este procedimento, foram orientados pelos demais estudantes para separar corretamente o lixo escolar. Segundo relatos deles, em suas casas este processo também ocorre e seus pais ficaram sabendo como fazer a separação do lixo doméstico de acordo com o que seus filhos aprenderam na escola e passaram para eles. Elaboração de porta-treco com potes de plástico Lixeira ecológica confeccionada pelos alunos 53 Metodologia O projeto foi elaborado pela professora Taís Lima Corrêa, do maternal I, e contou com a colaboração da professora Vera, do pré II, e com a participação das demais professoras da escola, pois serviu de tema para o desfile alusivo à semana da pátria. Teve a finalidade de desenvolver atividades pedagógicas que contemplem o educando sobre a preocupação ambiental, principalmente com os cuidados que devem ter com o meio ambiente, começando pelos espaços mais próximos de sua realidade, tais como sua escola, sua casa e seu bairro. Brincando também se aprende Educação Ambiental Autor Prof. Tais Lima Corrêa Instituição Escola Municipal de Educação Infantil Donatos Objetivo Geral Apresentação Desenvolver atividades pedagógicas que visem atitudes de respeito à natureza na escola de educação infantil. Este foi um trabalho que envolveu toda a comunidade escolar da Escola Municipal de Educação Infantil Donatos, que se localiza na Rua Osvaldo Anselmi, Bairro Donatos, no município de Santa Vitória do Palmar. O público-alvo deste projeto foi constituído pelas turmas do maternal I e pré II, compreendendo uma média de 30 crianças. 54 Ao longo do projeto houve troca de informações e ideias com o objetivo de repensar atitudes e formar cidadãos mais conscientes através de práticas sustentáveis. Problematizar as questões socioambientais é papel do educador, permitindo assim à sociedade refletir sobre suas atitudes. Objetivos Específicos • Incentivar a Educação Ambiental na Educação Infantil; • Promover discussões com professores e alunos de turmas diferentes a respeito do consumo consciente. O referido projeto proporcionou o envolvimento dos alunos da Escola de Educação Infantil Donatos com atividades lúdicas, nas quais foram abordadas temáticas socioambientais, e que promoveram integração entre alunos e professores na luta pelo respeito ao meio ambiente, o que refletirá na comunidade. A primeira etapa do projeto foi a sensibilização do corpo docente e funcionários da escolinha, salientando a importância da aplicação de um projeto socioambiental e multidisciplinar, pois a aprendizagem se dá em todos os momentos da vida. E isso se deu utilizando o assunto do projeto como tema no desfile de sete de setembro, onde foi trazida para a comunidade escolar a importância de se trabalhar a educação ambiental. O desfile contou com a participação de alunos, pais e professores. Após a sensibilização, o pátio da escolinha foi preparado para que este servisse para as práticas pretendidas com o projeto, dentre elas uma horta e a separação do lixo que havia no local. Dando início ao trabalho com os alunos, foi realizado um passeio pelo bairro onde fica localizada a escola e a maioria dos alunos reside, com o intuito principal de observar o material utilizado na construção das residências, a arborização e limpeza do Bairro Donatos. 55 “Foram contadas histórias sobre a preservação da natureza e respeito aos animais” Logo em seguida, com os alunos do maternal I foi feito um painel com colagem de revistas retratando a realidade do bairro, respeitando as limitações de cada faixa etária, sendo que os menores precisam da ajuda do professor, e a atividade foi feita em conjunto. As atividades realizadas pelas turmas da pré-escola foram diferenciadas devido a sua maturidade. Estes desenharam como foi visto o bairro. Foram contadas histórias sobre a preservação da natureza e respeito aos animais. Um ciclo de atividades pedagógicas foi proposto aos alunos, as quais abordaram temáticas referentes à produção de resíduos (lixo). Avaliação Passeio pelo bairro O projeto foi considerado satisfatório, pois as atividades realizadas com as crianças promoveram mudanças no cotidiano de suas famílias, contribuindo assim para a formação de cidadãos mais conscientes em seus hábitos e atitudes e que preservem a natureza. A aplicação deste projeto também compreendeu um marco inicial para a Educação Ambiental na Escola Municipal de Educação Infantil Donatos. Trabalho com o maternal 56 Sabão: uma abordagem contextualizada envolvendo a transdiciplinaridade, aspectos sociais e ambientais Autor Prof. Isabel Rocha Bacelo, Prof. Julia Janete Pereira de Ávila Plá e Prof. Patrícia Cardoso Rodrigues Instituição Escola Municipal de Educação Básica Bernardo Arriada Apresentação O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal de Educação Básica Bernardo Arriada, a qual foi fundada em 1952. Esta instituição atende cerca de 500 alunos e conta com 41 professores, dez funcionários e sete estagiários. A escola, além de concentrar os estudantes da comunidade local, também atende alu57 nos de outras comunidades localizadas junto à BR 471. Os estudantes em sua totalidade são da área rural, filhos e/ou trabalhadores de lavouras ou pesca. A escola localiza-se na Comunidade Vila Anselmi, distrito de Curral Alto, entre as lagoas Mirim e Mangueira. É constituída por 600 pessoas, sendo 205 famílias de baixa renda, onde 25 destas recebem apoio do governo através do Programa Fome Zero. A atividade econômica é baseada na pesca e na lavoura de arroz. A maioria da população local apresenta Ensino Fundamental Incompleto. O projeto abrangeu as diversas áreas do conhecimento visando proporcionar, através de atividades experimentais, mais que um contato superficial com algumas disciplinas, como Física, Química e Biologia, por exemplo, procurando romper com os esquemas tradicionais de ensino-aprendizagem. O mesmo foi desenvolvido com os alunos do ensino médio e com pais da comunidade local. Objetivos Proporcionar um confronto de ideias, onde o estudante terá a oportunidade de aprimorar suas concepções e se aproximar cada vez mais do conhecimento científico. Conscientizar o estudante de que a ciência é uma atividade humana, e que na busca pelo desenvolvimento da curiosidade e do gosto pelo aprender, pratica efetivamente o questionamento e a investigação, 58 visando à construção de uma concepção de mundo baseada na percepção da complexidade da vida. Desenvolver as competências e habilidades que permitam ao estudante lidar com informações, de forma que possa compreendê-las e elaborá-las. Oportunizar, através deste projeto, o agrupamento e a união dos pais dos estudantes na escola, a fim de produzir sabão artesanal, oportunizando a estas famílias uma nova possibilidade de aumentar a renda familiar. Promover uma reunião com a comunidade escolar, propondo a comercialização do produto em questão (o sabão), através de um grupo organizado e coeso, com normas e regras preestabelecidas, formando assim, informalmente, uma cooperativa de artesãos na comunidade de Curral Alto (Vila Anselmi). Metodologia assunto a ser trabalhado. Esse questionário continha as seguintes perguntas: O que você faz com o óleo de fritura já utilizado? Você já pensou o que causa ao meio ambiente, cada vez que o óleo de fritura usado atinge o esgoto doméstico? Você já deu algum uso alternativo ao óleo de fritura usado? A tabulação dos dados presentes nos 15 questionários respondidos permitiu constatar o seguinte: em relação ao destino do óleo de fritura usado, 13 pessoas afirmaram que jogavam o óleo pelo ralo da pia da cozinha; duas pessoas utilizavam para fazer comida para cães e gatos; oito pessoas não tinham ideia que o óleo de fritura usado poderia prejudicar o meio ambiente; sete pessoas concordaram que o óleo de fritura usado causava danos ambientais; nove pessoas não se utilizavam de meios alternativos para reutilizar o óleo de fritura usado e seis pessoas reutilizavam o óleo de fritura. A metodologia aplicada partiu de três momentos pedagógicos, sendo o primeiro referente ao conhecimento prévio que os estudantes tinham sobre o tema. O segundo momento foi a aplicação do conhecimento científico e o terceiro momento foi o resultado do que foi analisado e aplicado. Após serem respondidas as questões, uma aluna do terceiro ano do Ensino Médio apresentou o tema a ser trabalhado, realizando uma palestra que introduziu o conhecimento teórico, o qual foi verificado observando-se a viabilidade da produção do sabão a partir de receitas pré-testadas. O projeto começou a ser desenvolvido no mês de junho de 2007 com os alunos do Ensino Médio e pais da comunidade escolar. Inicialmente foi aplicado um questionário, o qual teve por finalidade constatar o que a comunidade escolar entendia sobre o Para fabricar o sabão, os alunos e a comunidade coletaram óleo de fritura suficiente para a elaboração do mesmo, e ainda foram acrescentados outros ingredientes como: farinha de fubá ou maisena, que unem os ingredientes; soda cáustica, que proporcio- na a espuma; e o detergente, que intensifica a ação emulsificante do sabão. Por último, realizou-se a avaliação do aproveitamento, baseada nos resultados do que foi observado nas etapas mencionadas acima. Avaliação A fim de compreender a efetividade do projeto realizou-se uma avaliação final qualitativa. Esta ocorreu através da observação do interesse e participação dos alunos e comunidade no processo de produção do sabão. O resultado foi positivo, já que esse projeto transcendeu os muros da escola, mobilizando uma parcela significativa da comunidade de Curral Alto, conscientizando e levando a comunidade a refletir sobre o destino dos resíduos gordurosos. Sabão feito por alunos na escola 59 © 2014 - Daniel Araujo © 2014 - Eletrosul Organizador: Daniel Araujo Fotografias: iStock Photos, acervo Eletrosul e acervo pessoal dos professores e colaboradores. Projeto gráfico, design, diagramação e finalização por Beto Santos Wences Design Criativo - www.wences.com.br Este livro foi impresso pela Gráfica Trindade, em Fevereiro de 2014. Capa Triplex 250g. Miolo Couché 115g. 64 páginas. Composto pelas fontes Helvetica Neue e Garamond Pro, teve sua primeira edição de 250 exemplares. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E24 Educadores Ambientais de Santa Vitória do Palmar: relatos, projetos e desafios. / organizador Daniel Araújo – Porto Alegre: Gráfica Trindade, 2014. 64 p. ISBN 98 1. Educação – meio ambiente. 2. Educação ambiental – Santa Vitória do Palmar. I. Araújo, Daniel. II. Título. CDU 37.033(816.52) Bibliotecária Responsável: Ana Lígia Trindade CRB/10-1235 Esta obra é resultado do Programa de Educação Ambiental do Complexo Eólico Santa Vitória do Palmar, o qual foi elaborado e executado por Maia Meio Ambiente e Impacto Ambiental Ltda. www.maiaambiental.com.br O conteúdo deste livro pode ser divulgado e compartilhado em escolas, empresas e universidades, desde que sejam atribuídos seus devidos créditos. Fevereiro de 2014 - Porto Alegre / Santa Vitória do Palmar - Rio Grande do Sul - Brasil Educadores Ambientais de Santa Vitória do Palmar: relatos, projetos e desafios Sabe-se que a Educação Ambiental compreende um processo necessário para a sustentabilidade planetária. Sabe-se também que este processo pode ocorrer em diferentes cenários. Apesar disso, não é possível negar que uma significativa parcela das ações de Educação Ambiental ocorre nas escolas. Frente a esta realidade, torna-se impossível pensar a Educação Ambiental sem a figura de um profissional fundamental: o professor. Este livro apresenta projetos e relatos elaborados por educadores ambientais que atuam em Santa Vitória do Palmar. maiaambiental.com.br