A difusão espacial de uma idéia religiosa

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A DIFUSÃO ESPACIAL DE UMA IDÉIA RELIGIOSA: A ESPACIALIDADE DO
MOVIMENTO ESPÍRITA ORGANIZADO NO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO - RJ
(2008)
Hebert Guilherme de Azevedo
(Especialização/ UERJ) – [email protected]
INTRODUÇÃO
Durante as últimas décadas do século XX, a Geografia Cultural experimentou um intenso
crescimento, seja pela retomada de estudos em temas clássicos, seja pela emergência de novos
temas, em um contexto pós-positivista em que vão se associar diversas influências (CORRÊA,
1999). Esta retomada da Geografia Cultural permite que diversos temas devam ser explorados de
maneira mais profunda, dentre eles a religião.
O desenvolvimento recente da geografia cultural tem proporcionado que se realizem uma
grande variedade de pesquisas, abarcando temáticas igualmente diversas. Neste estudo
enveredaremos pelo campo da geografia da religião, tendo como tema a dimensão espacial da
religião espírita em São Gonçalo.
A religião não é um tema novo na geografia, conforme expõe Rosendahl (1996), entretanto,
como argumenta a mesma, a matriz positivista, em suas duas formas: clássica e lógica, e a Geografia
Critica pouco se dedicaram ao estudo das religiões, que só viria a adquirir grande relevância a partir
da emergência da perspectiva humanista, na década de 1970. No Brasil, o estudo da geografia da
religião pode dividir-se em dois grandes blocos: antes de 1989 e após 1989, onde “no primeiro
bloco, a reflexão geográfica contempla os efeitos da religião sobre a paisagem; e no segundo, os
estudos abordam a natureza da experiência religiosa e, particularmente, as formas que assumem no
espaço” (Rosendahl, 2003:63).
Ao tratarmos a espacialidade da idéia religiosa, ou seja, a manifestação da fé no espaço
relacionamos as categorias de análise: estrutura e processo, por serem mais apropriadas ao
entendimento da organização espacial e sua
abrangência. Esta abordagem está balizada na
proposta de Rosendahl (1996) para o estudo sistemático da religião em geografia, na qual a
geógrafa propõe: Fé, Espaço e Tempo: difusão e área de abrangência.
Esta proposta indica uma análise da gênese e difusão da fé espírita no espaço de São
Gonçalo e no tempo 2008 de atuação. Assim, elaboramos a seguir esta linha de reflexão. Neste
momento, torna-se necessário distinguir a idéia difundida de seu agente difusor. A idéia é o
Espiritismo, que aponta para um conjunto de idéias, reveladas pelos Espíritos e organizadas pelo
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pedagogo francês Hippolyte Leon Denizard Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec. Nascida no
seio do movimento espiritualista moderno e influenciado pelo pensamento racionalista a este se
atribui caráter triplo: filosofia, ciência e religião. Como preferia o próprio Kardec, que teria sido o
compilador de uma doutrina filosófica e moral de efeitos religiosos (DAMAZIO, 1994), compõem
assim uma doutrina, a Doutrina Espírita. Já o agente difusor é o que denominamos de Movimento
Espírita Organizado. Limitamos, com isso, nosso grupo de análise aos grupos organizados entre si e
em torno de determinada estrutura institucionalizada. Após uma breve incursão na literatura
especializada de outras disciplinas podemos dizer que este objetivou, ora tendendo para um ou para
outro, a difusão da própria doutrina, a homogeneização ritualística e institucional ou a defesa e
interlocução com os demais atores sociais (DAMAZIO,1994 e GIUMBELLI, 1997).
O estudo foi operacionalizado em três etapas distintas e articuladas entre si. Primeiramente a
consulta em fontes secundárias: (a) pesquisa bibliográfica a respeito da geografia da religião, (b)
pesquisa bibliográfica respeito do Espiritismo nas Ciências Sociais (em especial a História, a
Sociologia e a Antropologia) e (c) pesquisa bibliográfica a respeito do Espiritismo na Geografia. Em
uma segunda etapa o recolhimento de dados em fontes primárias: (a) Trabalho de campo nas
instituições espíritas do município de São Gonçalo, (b) aplicação de questionários, buscando ampliar
nossa interpretação do histórico das instituições e o perfil dos freqüentadores e (c) entrevistas
qualitativas com informantes-chaves sobre o Espiritismo em São Gonçalo. Completando a parte
empírica as reflexões e as análises de informações obtidas no arcabouço científico da Geografia da
Religião.
Com o intuito de abordarmos a temática organizamos o texto em duas partes: em um primeiro
momento abordaremos a Teoria da Difusão Espacial das Inovações, com o intuito de reconhecer as
tradições destes estudos nas ciências sociais e os enfoques geográficos acerca desta teoria,
destacando as principais contribuições teóricas fornecidas por estes estudos, ainda nesta reflexão
dos aspectos teóricos desta pesquisa ressaltaremos aqueles aspectos que serão utilizados na
abordagem das pesquisas empíricas, na segunda seção procederemos a análise das respostas
obtidas nas pesquisas empíricas, a partir da base teórico-conceitual ressaltada nos item anteriores,
e, por fim teceremos algumas considerações finais.
1. A TEORIA DA DIFUSÃO ESPACIAL DAS INOVAÇÕES
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A respeito da importância dos estudos de difusão espacial das inovações comungamos com as
idéias desenvolvidas por Silva (1995) ao afirmar que
“A difusão de processos sociais se constitui em importante área de interesse da
Geografia e de outras ciências sociais. Apesar da relevância da distribuição espacial
dos fenômenos em um dado momento do tempo e sobre uma área particular, torna-se
imprescindível resgatar os mecanismos que respondam pelas mudanças na distribuição
desses fenômenos num determinado intervalo de tempo. Daí a validade dos estudos
tanto empíricos quanto teóricos relativos aos processos de difusão espacial das
inovações” (Silva 1995:25)
Considerando esta declaração de Silva (1995) é conveniente, também, considerar as
ponderações de Santos (1999) a respeito da noção de tempo em geografia,
“Em cada lugar, os sistemas sucessivos do acontecer social distinguem períodos
diferentes, permitindo falar de hoje e de ontem. Este é o eixo das sucessões. Em cada
lugar, o tempo das diversas ações e dos diversos atores e a maneira como utilizam o
tempo social não são os mesmos. No viver comum de cada instante, os eventos não
são sucessivos, mas concomitantes. Temos aqui o eixo das coexistências. (...) O
entendimento dos lugares. em sua situação atual e em sua evolução, depende da
consideração do eixo das sucessões e do eixo das coexistências” (Santos 1999 : 126)
Neste sentido, devemos pensar tanto a difusão como um processo desenvolvido ao longo
do tempo, como um evento que se manifesta de forma sucessiva, e, também, refletir a espacialidade
atual deste grupo social, tal qual ele se relaciona com os demais grupos sociais no espaço-tempo
atual, pensar em suas coexistências. Basearemo-nos em Oliveira et al (1978) e Silva (1995) no
intuito de fornecer um enfoque geográfico a pesquisa em tela, por meio da teoria da difusão espacial
das inovações.
Os estudos de difusão tiveram início na Antropologia, onde podemos distinguir duas
vertentes no tratamento da temática: a primeira ligada a expansão de traços culturais entre
sociedades, e a segunda, interessada em entender as alterações provocadas quando há a introdução
de novas tecnologias em sociedades tradicionais.
Na Sociologia, durante as décadas de 20 e 30 do século XX, os estudos de difusão tiveram
como objetivo entender a influencia das metrópoles sobre suas cidades satélites, as restrições a
difusão oriundas das barreiras legais e naturais, assim como o estudo do padrão de dispersão
espacial em círculos concêntricos.
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No campo da Economia os trabalhos não apresentaram grande preocupação com a questão
espacial concernente aos processos de difusão, apresentando interesse particular na difusão de uma
inovação em determinado ramo industrial e sua aplicabilidade. Tanto Oliveira et al. (1978) quanto
Silva (1995) indicam a geografia cultural, ou o enfoque cultural como propõem os autores, o campo
que iniciou os estudos de difusão na ciência geográfica, sendo estes profundamente ligados à
primeira tendência de estudos na Antropologia, citada anteriormente.
A influência da Antropologia nos estudos pode ser observada a partir dos trabalhos de Carl
Sauer, iniciador da Geografia Cultural norte-americana. Acerca deste Silva (1995) comenta:
“sua preocupação era verificar se a configuração espacial da área cultural era o
resultado de um ou vários processos de difusão que ocorreriam separados e
independentemente (...) Freqüentemente, a investigação considerava um simples
fenômeno, que era visto como um traço cultural e, por outro lado, tendia a explicar a
distribuição espacial em diferentes tempos ou sua freqüência de ocorrência em várias
localizações num simples espaço de tempo” (Silva 1995: 26-27)
A proposta saueriana de estudo, baseada na análise da materialidade dos fenômenos
culturais marcados na paisagem, será profundamente criticada (e enriquecida) a partir da década de
1970. Neste momento o estudo da imaterialidade da cultura será valorizado conseqüentemente o
conceito de cultura será revisto (CORRÊA, 1999).
O estudo de Silva (1995) chama a atenção para a mudança de ênfase do autor Torsten
Hägerstrand no decorrer de seus trabalhos: da descrição e generalização indutiva para uma
abordagem dedutiva, em que o autor transitará do enfoque cultural para o enfoque da informação.
Oliveira et al (1995) salienta a importância concedida a informação como variável básica, colocando
este autor como criador do enfoque da informação.
O conceito de difusão de uma inovação é colocado como “resultado de um processo de
aprendizagem (persuasão) que envolve a aceitação de uma inovação a partir de uma inovação que,
por sua vez, condicionará padrões de comportamento e tomada de decisão” (Silva 1995: 27).
Neste sentido cabe distinguir os fatores responsáveis pela dispersão de determinada inovação e os
fatores que limitam esta dispersão.
O enfoque da informação contribuiu também na consideração da distância enquanto uma
variável analítica e a introdução de métodos quantitativos e probabilísticos nas análises. Gould (1969
apud Oliveira 1978) e Abler, Adams e Gould (1971 apud Oliveira 1978) classificam as barreiras
de dois modos: segundo sua natureza, podendo ser física (lagos, florestas, relevo etc.) ou social
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(língua, costumes, política etc.), e segundo seus efeitos, estas podendo ser absorventes (absorvem a
inovação impedindo sua difusão), refletoras (alteram o curso da difusão) ou permeáveis (retardam a
expansão da inovação).
Em relação aos padrões da difusão a corrente que defende o enfoque na informação
identificou três itens: (a) o primeiro relaciona-se ao tempo, em que se admite haja um grau de
saturação na adoção de determinada inovação, onde não existe a possibilidade de novos adotantes,
a representação gráfica que expressa este padrão é próximo a um “S”; (b) a difusão por hierarquia,
em que as localidades centrais terão acesso inicialmente, e a partir destas, difundindo-se às suas
localidades subordinadas; e (c) a difusão por contágio, onde está expressa a ação da contigüidade
espacial na difusão das inovações.
Num estudo teórico é possível fazer uma analise privilegiando ora a perspectiva teórica que
imprime ênfase na informação ora a que dá maior ênfase às questões relativas ao mercado. Existe
também um grupo de autores intermediários que poderíamos chamar de transição. Suas principais
contribuições foram considerar efeitos de contigüidade e hierarquia no padrão da difusão das
inovações de forma mais acurada, vinculando-os ao enfoque da informação e a diferenciação entre
inovações pessoais e inovações empresariais, direcionados mais a perspectiva de mercado. Estes
estudos foram elaborados por Sauer (1952 apud Oliveira 1978 e Silva 1995) como principal
expositor do enfoque cultural, Hägerstrand (1953, 1965, 1966, 1967 e 1968 apud Oliveira 1978 e
Silva 1995) no enfoque da informação e o terceiro, Brown (1971, 1975 e 1977 apud Oliveira 1978
e Silva 1995), como o principal expositor da perspectiva do mercado.
As principais contribuições advindas desta perspectiva podem ser agrupadas em três idéias:
(a) a introdução da idéia das agências de difusão, a definição da difusão como um processo em três
fases (estabelecimento da agência de difusão, estabelecimento da inovação e adoção da inovação);
(b) a importância destas agências na estruturação da difusão, considerando as estruturas como
mononucleares (onde há a ação de apenas uma agência) ou polinuclear (onde atuam mais de uma
agência); e (c) a consideração de aspectos comportamentais na adoção da inovação.
Na literatura consultada, emerge também, a perspectiva de análise do desenvolvimento. Na
perspectiva do desenvolvimento Yapa (1976 apud Silva 1995) relaciona a difusão ao
desenvolvimento dos lugares a partir da consideração do nível diferenciado de acesso a determinada
difusão, ao qual Silva (1995:41) coloca “a difusão far-se-á através dos três fatores associados: (a) o
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acesso individual a informação, (b) ao mercado e a infra-estrutura e (c) os recursos favorecidos pelo
Estado e demais instituições privadas a fim de induzir o desenvolvimento socioeconômico”
Após longo hiato durante a década de 80, em relação ao qual Silva (1995) comenta:
“No âmbito da Geografia brasileira os estudos de difusão de inovações perderam
prestigio a partir dos anos 80 com o advento da chamada Geografia Radical que se
opunha a Geografia Teorético-Quantitativa, base sobre a qual se apoiavam os estudos
sobre difusão espacial” (Silva 1995: 26).
Silva (1995) irá retomar os estudos sobre a difusão espacial. Este autor entenderá que
“A difusão espacial das inovações impõe influências opostas sobre o espaço
preexistente, que cede parcialmente ao novo. Isso porque as inovações aparecem no
seio da velha estrutura espacial e não depois do seu desaparecimento. Desse modo a
difusão de inovações impõe coexistências e superposições de formas espaciais de
períodos diferentes e contraditórios, um passado e um futuro, em que alguns
elementos desaparecem enquanto outros se desenvolvem. A evolução do espaço tem,
portanto, a difusão de inovações como um dos processos de geografização de um
conjunto de objetos e fenômenos sociais de eras diferentes. Daí a noção de espaço ser
parte constituinte e constituída pela idéia de tempo. Cada fenômeno socioespacial
difundido tem seu tempo especifico dentro de uma totalidade que se apresenta como
um mosaico de eras. Nesse sentido, tornam-se imprescindíveis periodizações
especificas para esses fenômenos que geram uma diferencialidade espaço-temporal”
(Silva 1995: 45)
Em harmonia com suas idéias temos a indicação de uma importante ferramenta
metodológica aos estudos da difusão, a periodização. Sem o tempo demarcado não se atinge os
objetivos de maneira satisfatória.
Em relação às contribuições advindas do estudo de Silva (1995), consideramos como mais
importante a adoção da tese do desenvolvimento desigual e combinado. A esta tese incorpora-se da
categoria de formação socioeconômica e a metodologia do materialismo histórico e dialético. A
análise a partir das categorias propostas por Santos (1985 apud Silva 1995) para a pesquisa em
geografia processo, estrutura, forma e função completa-se a base teórica de nossa pesquisa.
Mais recentemente, tem se desenvolvido, principalmente a partir do grupo de pesquisadores
associados ao Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC) a retomada dos
estudos de difusão espacial de inovações no âmbito da Geografia Cultural. A dissertação de
mestrado A Lógica da Territorialidade Católica na Amazônia (2006), defendida por Márcio
Ferreira Nery Corrêa e a dissertação de mestrado Tempos de Difusão da Igreja Católica na
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Formação de Territórios Religiosos na Região Centro-Oeste (2008), defendida por Lidiane
Mota de Andrade representam esta perspectiva. Esta retomada considera não somente a difusão de
elementos materiais da cultura tal qual a perspectiva saueriana de Geografia Cultural, mas, somando
a esta, a consideração dos elementos imateriais da cultura. Esta perspectiva se coloca em clara
oposição a perspectiva materialista cunhada por Silva (1995) ao argumentar: “não podemos incluir a
difusão de idéias ou outros fenômenos que não tenham concretude no espaço” (Silva 1995:47).
Baseando-nos no exposto realizamos uma síntese e propomos que se considerem os dois
quadros sinópticos apresentados a seguir:
Quadro 1: Tradições de estudos sobre difusão nas ciências sociais
Ciência
Antropologia
Objetivos
Verificar a expansão de determinados traços
culturais nas diversas sociedades,
Entender o impacto da introdução de novas
tecnologias e a mudança nos padrões culturais de
sociedades tradicionais
Sociologia
Entender a influencia das metrópoles sobre suas
cidades satélites, as barreiras impostas pelos
limites legais e naturais e o padrão espacial em
círculos concêntricos
Economia
Compreender o impacto das inovações
tecnológicas no desenvolvimento e crescimento
das indústrias em um ramo determinado
Fonte: Oliveira et al (1978) e Silva (1995)
Elaborado: Azevedo, Hebert G. 2009
Quadro 2: Enfoques de estudos sobre difusão na Geografia
Enfoque
Principais autores (ano da Contribuições
publicação)
Cultural
Sauer (1952), Hägerstrand Estudo da origem das culturas e configuração
(1952)
das áreas culturais. Enfoque indutivo e
preocupação com padrões de difusão.
Informação
Hägerstrand (1953, 1965, Estudo da difusão enquanto um processo de
1966, 1967 e 1968), Gould aprendizagem, incorporação da distância como
(1969), Abler, Adams e variável, introdução de métodos quantitativos e
Gould (1972)
probabilísticos, resistências a adoção da
inovação, tipologia de barreiras (segundo sua
natureza: social ou física, e seus efeitos:
absorventes, refletoras ou permeáveis),
introdução da idéia de uma rede hierárquica de
comunicação social multiescalar, identificação
de padrões de difusão (no tempo, por hierarquia
e por contágio)
T r a n s i ç ã o Morril (1970), Pedersen Consideração dos efeitos de contigüidade e
(Informação
- (1970) e Berry (1972)
hierarquia e a distinção entre inovações
mercado)
empresariais e pessoais
Mercado
Brown e Cox (1971), Brown Processo de difusão em três fases: (a)
(1975), Brown e Malecki estabelecimento da agência de difusão, (b)
(1977)
estabelecimento da inovação e (c) adoção da
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Desenvolvimento
Yapa (1976)
Marxista
Silva (1995)
Cultural renovado
Corrêa
(2008)
(2006),
Andrade
inovação; estruturas de difusão mononuclear e
polinuclear;
consideração
de
aspectos
comportamentais.
Analise da diferença dos lugares a partir do
nível diferenciado de acesso a difusão, cunhou
o conceito de não-difusão.
Introdução
da
categoria
formação
socioeconômica, metodologia do materialismo
histórico e dialético, incorporação da tese do
desenvolvimento desigual e combinado e
análise a partir das categorias: forma, função,
processo e estrutura.
Consideração da difusão de aspectos imateriais
da cultura, notadamente, de denominações
religiosas.
Elaborado: Azevedo, Hebert G. 2009
Com base nas interpretações relacionadas aos estudos de difusão podemos, agora, elencar
considerações fundamentais ao tema. No que tange a definição do conceito de difusão nos
alinharemos ao conceito de difusão defendido por Oliveira et al (1978) como:
“aceitação, no tempo, de algum item especifico – idéia ou prática, por indivíduos,
grupos ou outras unidades adotantes, ligados a canais específicos de comunicação, a
uma estrutura social e a um dado sistema de valores ou cultura” (Oliveira et al 1978:
84)
Quanto aos elementos que compõem a difusão podemos identificar seis: (a) área de
abrangência, (b) tempo - que por sua vez pode ser divido em intervalos, (c) Item difundido, (d)
lugares de origem, (e) lugares de destino e (f) vias de movimento.
Podemos representar estes elementos, esquematicamente na figura a seguir:
Figura 1 – Representação esquemática dos elementos da difusão
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8
C
E
la
b
o
r
D
a
A
d

o
:
B
AZEVEDO, Hebert Guilherme. 2009
Onde:  é a área de abrangência da inovação; A representa o lugar de origem da difusão;
B, C e D representam os lugares nos quais a inovação chegou, depois de um determinado tempo;
AB, AC e AD representam as vias que possibilitaram esta difusão.
Sobre esta difusão podem incidir barreiras, que podem ser físicas ou sociais e delas pode
resultar que a difusão seja absorvida, desviada ou alterada, mas a este respeito teceremos
comentários posteriormente, ao procedermos à leitura dos dados obtidos na pesquisa empírica. A
partir da exposição dos preceitos teóricos que sustentam esta pesquisa poderemos definir, a este
momento, de que maneira podemos observar no espaço a difusão do espiritismo.
2. TEMPOS E DINÂMICA DA DIFUSÃO DO ESPIRITISMO NO MUNICÍPIO DE
SÃO GONÇALO – RJ
Neste artigo não temos a possibilidade de discutir a gênese do espiritismo, desde a sua distinção
no seio do movimento espiritualista moderno do século XIX até os dias atuais em nosso recorte de
análise, consulte-se Azevedo (2009). Desta maneira abordaremos a difusão das instituições espíritas
que compõem, segundo a organização institucional do espiritismo em relação ao município de São
Gonçalo, a coordenadoria III, descrita no esquema 1 – a institucionalidade espírita atual em relação
a São Gonçalo (2008) e visualizada no contexto municipal no mapa 1 – Coordenadorias espíritas
em São Gonçalo (2008).
Esquema 1 – A institucionalidade espírita atual em relação a São Gonçalo (2008)
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Conselho Espírita Internacional
Federação Espírita Brasileira
Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro
Reunir IX
Conselho Espírita de Unificação de São Gonçalo
Coordenadorias I, II e III
Instituições Espíritas (Casas, Centros, Grupos e Sociedades)
O rga niza d o :
Azevedo, Hebert G.
(2009)
Mapa 1 – Coordenadorias espíritas em São Gonçalo (2008).
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Elaborado: Azevedo, Hebert G. 2009
A partir deste recorte espacial de análise identificamos um total de dez instituições, as quais
foram aplicados questionários a informantes-chave, em geral o presidente da instituição ou seu
fundador. Com base nas informações obtidas junto a estas instituições pudemos identificar a
dinâmica da difusão bem como delimitar os tempos de difusão, que serão objetos de reflexão neste
item.
O Espiritismo no município de São Gonçalo é relativamente recente, se o compararmos com
o município do Rio de Janeiro, por exemplo. Com os dados atuais, não podemos ainda afirmar
quais foram as barreiras que atuaram neste processo de difusão, mas, podemos afirmar que estas
tiveram efeito de permeabilidade, ou seja, a difusão das instituições espíritas deu-se após
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determinado intervalo de tempo. Abaixo relacionamos as instituições espíritas e o ano de sua
fundação.
Tabela1: Ano de fundação das instituições espíritas em São Gonçalo
Instituição Espírita
Sociedade Espírita Ana Vianna
Centro Espírita Olavo Bilac
Sociedade Espírita Bezerra de Menezes
Centro Espírita Camille Flamarion
Grupo Espírita Obreiros do Bem
Sociedade Espírita Joana de Angelis
Grupo Espírita Casa do Caminho
Grupo Espírita Meimei
Instituição Espírita Cristã Casa de Jesus
Escola Espírita Joana de Cusa
Ano de fundação
1962
1968
1985
1986
1988
1989
1990
1991
1996
2001
Elaborado: Azevedo, Hebert G. 2009.
Nesta tabela podemos observar que a primeira instituição espírita pesquisada data do ano
de 1962 e a mais recente do ano de 2001. Podemos perceber, também, que houve contínuo
processo de difusão destas instituições, com considerável aumento a partir da década de 1980.
A partir das pesquisas realizadas diretamente nas instituições, podemos identificar três
momentos da difusão das instituições espíritas em relação à porção do município que o órgão
institucional responsável reconhece como Coordenadoria III, porção territorial do município que
selecionamos para a aplicação da pesquisa, podemos assim identificar tais momentos:
(T1) Momento inicial de difusão, ou instituições pioneiras: considerou-se como critério ao
estabelecimento deste tempo de difusão as instituições criadas anteriormente à década de 1980,
tempo este em que não houve desmembramentos; (T2) Segundo momento de difusão:
compreendem este período as instituições fundadas durante as décadas de 1980 e 1990, em que se
registrou aumento significativo no número de instituições espíritas no recorte espacial em análise.
(T3) Terceiro momento de difusão: consideramos um terceiro momento de difusão as instituições
fundadas a partir do ano 2000, visto que estas instituições são tributárias àquelas originadas no
momento anterior.
Neste momento examinaremos de maneira mais minuciosa como se deu este processo de
difusão, a partir dos tempos T1, T2 e T3 estabelecidos acima.
3.1 – Momento Inicial de difusão: os grupos pioneiros – T1
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No decorrer das pesquisas de campo identificamos a instituição pioneira na difusão do
espiritismo em São Gonçalo, e, posteriormente, observaremos como, neste contexto espacial, a
Sociedade Espírita Ana Vianna atuou como uma agência de difusão, mesmo não sendo o único
centro difusor, a partir desta instituição serão desmembradas outras, ampliando a área de
abrangência do espiritismo em São Gonçalo. Assim, apesar desta não localizar-se na área da
coordenadoria III, recorte de análise adotado a esta monografia, iniciaremos nossa exposição por
esta instituição, visto ser esta a instituição mais antiga encontrada no município e a partir desta terem
sido outras instituições criadas.
A Sociedade Espírita Ana Vianna (SEAV) foi criada no ano de 1962, período em que ainda
não haviam instituições no município de São Gonçalo. A criação desta instituição se deu em virtude
de uma decisão individual, ocasionado pela manifestação espontânea da mediunidade de uma de
suas fundadoras, tal qual nos foi relatado em entrevista. A busca de resposta a este acontecimento
se deu por uma via religiosa, ou seja, estes indivíduos buscaram na religião uma explicação ao
ocorrido. Não encontrado solução satisfatórias nas alternativas religiosas tradicionais, o grupo
pioneiro começou a reunir-se em um grupo de estudos do espiritismo. Esta dinâmica se repetirá com
alguma freqüência nas instituições pesquisadas, a qual compreenderemos como instituições
auto-geradas.
A segunda instituição mais antiga encontrada no decorrer das pesquisas foi o Centro Espírita
Olavo Bilac (CEOB), fundado no ano de 1968. A instituição foi criada a partir de um grupo de
estudos, realizado em casa, adquirindo status de centro espírita no ano de 1968. A entrevista
realizada com o atual presidente da instituição não relatou se este grupo responsável pela fundação
do Centro Espírita Olavo Bilac era filiado a alguma instituição anteriormente, por isto
consideraremos esta instituição como auto-gerada.
Note-se a importância que a rede de relações interpessoal adquire na difusão do espiritismo, a
maior parte dos entrevistados conheceu o espiritismo por meio de amigos e familiares e na
totalidade dos entrevistados confirmou-se o conhecimento da instituição da mesma maneira.
Mapa 2 – momento inicial da difusão: os grupos pioneiros – T1
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3.2 – Segundo momento de difusão: desmembramentos e criações das instituições nas décadas de
1980 e 1990.
A Sociedade Espírita Bezerra de Menezes (SEBM) fundada no ano de 1985 representa o
primeiro momento de desmembramento entre as instituições estudadas em nosso recorte de analise.
A instituição foi fundada a partir de um grupo de freqüentadores ligados à Sociedade Espírita Ana
Vianna, sendo estes residentes do bairro Jardim Catarina, assim, o principal motivo a fundação
desta nova instituição foi a dificuldade de deslocamento da residência para a instituição. Podemos
classificá-la como uma instituição desmembrada.
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No ano de 1986 uma nova instituição foi fundada, a partir da Sociedade Espírita Ana
Vianna, trata-se do Centro Espírita Camille Flamarion (CECF). Se a instituição anteriormente
discutida desmembrou-se tendo em vista a distância da moradia de alguns dos membros da
instituição em relação ao centro difusor, no caso do Centro Espírita Camille Flamarion, este
desmembramento se deu a partir da discordância de idéias na própria interpretação da doutrina
espírita, ou seja, a difusão se deu a partir de um cisma. A referência a uma instituição anterior, que
lhe serviu de núcleo irradiador permite classificá-la enquanto uma instituição desmembrada.
Dois anos após a fundação do Centro Espírita Camille Flamarion, em 1988, uma nova
instituição foi fundada, o Grupo Espírita Obreiros do Bem (GEOB). Esta nova instituição apresenta
uma característica peculiar no contexto das demais instituições estudadas, sua localização inicial não
era no município de São Gonçalo. Esta instituição foi fundada a partir de um grupo de estudos,
realizado na residência da atual presidente da instituição, no distrito de Itaipu, município de Niterói,
deslocando-se para o bairro Rio do Ouro, no município de São Gonçalo posteriormente. Como
esta instituição foi fundada a partir de um grupo de estudos, a consideraremos uma instituição
auto-gerada.
No ano de 1989 uma nova instituição é fundada no município de São Gonçalo, a Sociedade
Espírita Joanna de Angelis (SEJA). Esta instituição foi criada diretamente pela Federação Espírita
do Estado do Rio de Janeiro (FEERJ, extinta no ano de 2006), sendo a criação desta instituição
motivada a manutenção de posse do imóvel, anteriormente uma escola que havia falido, ao qual era
necessário atribuir uso. Assim, podemos compreender, neste caso, a Sociedade Espírita Joanna de
Angelis, como uma instituição desmembrada.
No ano de 1990 é fundado o Grupo Espírita Casa do Caminho (GECC), no bairro
Colubande. Esta instituição, assim como diversas outras, teve seu inicio a partir de um grupo de
estudos organizado em ambiente familiar, adquirindo status de instituição posteriormente, a partir do
crescimento da demanda religiosa espírita. Assim, podemos qualificá-la como uma instituição
auto-gerada.
Um ano após a criação do Grupo Espírita Casa do Caminho, uma nova instituição será
criada no município o Grupo Espírita Meimei (GEM), fundada no ano de 1991. A gênese desta
instituição se deu a partir de uma dissidência do Centro Espírita Camille Flamarion, devido a
discordâncias de cunho doutrinário e das atividades religiosas desenvolvidas por esta instituição,
assim podemos qualificá-la como uma instituição desmembrada.
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Cabe salientar o papel exercido por outras instituições na divulgação da instituição, fator
este bastante citado pelos entrevistados como o meio pelo qual conheceu a instituição. Em relação
ao Grupo Espírita Casa do Caminho, nos leva a afirmar a existência de uma forte rede de
solidariedade entre as instituições espíritas em São Gonçalo. Acredita-se ser esta uma área de
abrangência do espiritismo caracterizando a fundação de ambas as instituições, Grupo Espírita Casa
do Caminho e Grupo Espírita Meimei, respectivamente em 1990 e 1991.
A Instituição Espírita Cristã Casa de Jesus (IECCJ), criada em 1996, foi a ultima instituição
a ser criada que reúne as características do período T2 da difusão em São Gonçalo. A fundação
desta instituição deu-se por vontade do proprietário do imóvel, tal qual nos foi relatado em
entrevista, ou seja, diferente de outras instituições, criadas a partir de um grupo familiar de estudos
ou desmembrada de uma instituição anterior, seja por dissidência ou por conta da distância, esta
instituição foi criada por uma decisão individual, entretanto, para fins de análise, entendê-la-emos
como uma instituição auto-gerada.
Mapa 3 - Segundo Momento de Difusão: desmembramentos e criações das instituições nas décadas
de 1980 e 1990 – T2
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3.3 - Terceiro momento de difusão: as instituições de formação recente – T3
A instituição que teve sua fundação mais recente a qual tivemos acesso foi a Escola de
Educação Espírita Joanna de Cusa (EEEJC), fundada no ano de 2001. Apenas esta instituição foi
alocada neste período de difusão devido à maneira que se deu sua formação, neste sentido,
tributária ao momento da difusão que lhe é imediatamente anterior, à medida que o grupo de
adeptos responsáveis pela fundação desta instituição foram freqüentadores das instituições criadas
no segundo momento e a natureza diferenciada das atividades desenvolvidas nesta instituição,
assinalado em sua nomenclatura que a diferencia dos centros e grupos e a classifica como uma
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“escola” espírita. Esta instituição foi criada a partir de uma dissidência da Instituição Espírita Cristã
Casa de Jesus, o que nos permite compreende-la como uma instituição desmembrada.
Mapa 4 - Terceiro momento de difusão: as instituições de formação recente – T3
O propósito deste artigo foi demonstrar o espiritismo, enquanto um conjunto de idéias e
valores religiosos, passível de um tratamento geográfico, à medida que, como identidade religiosa de
um grupo social, este se manifesta espacialmente, feição por vezes negligenciada por cientistas
sociais, e, especialmente geógrafos, a qual dedicamos nossa atenção. Neste sentido,
encaminhamo-nos a conclusão deste estudo, de modo a retomar as questões que o balizaram,
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apresentar as respostas fornecidas pelo estudo empírico, tendo a teoria da difusão espacial das
inovações como base tendo em vista a riqueza fornecida pela empiria, a qual a teoria deve estar
atenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo compreendemos a espacialidade tal qual a dimensão espacial assumida por
determinado fenômeno natural, grupo social, idéias e outros objetos passiveis de serem estudados
em um determinado recorte temporal. Esta dimensão espacial, se configura de maneira diferenciada
em diferentes momentos, e, por sua vez, adquire dinâmica a partir da difusão de idéias, objetos,
pessoas e coisas, que altera o conteúdo, a forma, a função e a estrutura destes espaços, sendo
necessário buscar nos diferentes contextos espaço-temporais a compreensão da espacialidade atual
do espiritismo.
No presente artigo nos dedicamos a compreender a difusão do espiritismo em São Gonçalo,
compreendendo quais foram as lógicas subjacentes ao processo de difusão do espiritismo no
município, a partir da pesquisa empírica realizada em algumas instituições selecionadas, podemos
nesta pesquisa identificar três tempos de difusão do espiritismo: em um momento inicial, anterior a
década de 1980, havia uma demanda religiosa espírita limitada, assim, apenas duas instituições
foram criadas a partir da iniciativa de “curiosos” a partir de grupos de estudos, em um segundo
momento, entre as décadas de 1980 e 1990, podemos identificar um intenso crescimento da oferta
religiosa espírita, seja pelo desmembramento de instituições e pela criação de grupos de estudos, ao
inquirirmos um informante-chave sobre este significativo aumento a partir da década de 1980, este
nos apontou três fatores:

A expansão do espiritismo por meio da mídia, neste caso principalmente televisiva, em que
cumpre ressaltar a ação do médium mineiro Francisco Candido Xavier na difusão do
espiritismo, tanto no Brasil quanto no exterior.

A “abertura” do trabalho do espiritismo, acreditamos que este relato faça referência ao
terceiro fator relatado por este informante,

O deslocamento da ênfase do fenômeno no discurso, o que em nossa pesquisa pode ser
identificado pelo deslocamento da especulação metafísica ao apoio a vida cotidiana do
devoto e a uma dimensão psicológica do espiritismo.
Podemos afirmar, assim, que a espacialidade atual do espiritismo em São Gonçalo é resultado
de um processo de difusão, em que a conversão operada pelos devotos em sua vida cotidiana, em
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conversar com amigos de trabalho, escola ou bairro, familiares foi a principal estratégia de difusão
desta religião. Neste momento, podemos afirmar que a difusão das instituições e o arranjo espacial
destas atualmente no município são resultantes das necessidades dos devotos.
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