ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO ESTADO DE MINAS

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Ingride Gonçalves de Freitas
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO ESTADO DE MINAS
GERAIS – BRASIL – PERÍODO DE 2008 A 2013
Santa Luzia
Faculdade da Cidade de Santa Luzia
2013
Ingride Gonçalves de Freitas
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO ESTADO DE MINAS
GERAIS – BRASIL – PERÍODO DE 2008 A 2013
Projeto
para
realização
de
trabalho
de
conclusão de curso, apresentado ao curso de
Farmácia da Faculdade da Cidade de Santa
Luzia, como requisito para obtenção de Título
de Bacharel em Farmácia.
Orientadora: Profa. Lara Saraiva
Santa Luzia
Faculdade da Cidade de Santa Luzia
2013
Faculdade da Cidade de Santa Luzia
Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: Farmácia: Estudo Epidemiológico de Dengue
no Estado de Minas Gerais – Brasil – Período de 2008 a 2013, Ingride Freitas, como
requisito parcial para obtenção de Título de Bacharel em Farmácia, aprovada pela banca
examinadora constituída pelos seguintes professores:
________________________________________
Professora Lara Saraiva
_________________________________________
Prof. Mestre João Augusto de Oliveira Silva
__________________________________________
Prof. Dr. Vinício Tadeu da Silva Coelho
____________________________________________
Prof. Gustavo Henrique de Souza Rezende – Coordenador do Curso de Farmácia
Santa Luzia ____/____/____
Avenida Beira Rio, 2000 – Santa Luzia – MG – 33040-260 – Brasil – tel: (31) 3079-9000
DEDICATÓRIA
Eu dedico este trabalho
aos meus pais, irmãos, amigos e a
todos que acreditam na minha vitória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS que me iluminou e me trouxe àqueles que estiveram ao meu lado em
todos os momentos, possibilitando a realizações de meus planos e sonhos;
Aos meus pais que fizeram de meus sonhos os seus e de meus objetivos sua própria luta, não
poupando esforços para que o sorriso que hoje trago no rosto fosse possível;
Aos meus irmãos, pois foram muitas vezes que os usei como escudo para me reerguer através
do seu apoio incondicional;
Aos meus amigos (as) pelo apoio e torcida constante;
A minha madrinha Iracilda por sempre me incluir em suas orações;
Ao Secretário Municipal de Sete Lagoas Dr. Breno Henrique por ter acreditado no meu
potencial;
A Gabriela Lobato do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue da Diretoria de
Vigilância Ambiental/SVEAST, por ter-me concedido seu tempo para a coleta de informações
necessárias para o desenvolvimento da minha pesquisa.
Ao Bibliotecário da FACSAL Paulo por ter acompanhado e concedido seu tempo na
elaboração deste trabalho.
E principalmente a professora e orientadora Lara pelos seus conhecimentos que me
transmitiu, pelas dúvidas esclarecidas, pela amizade, pela paciência e comprometimento que
teve comigo ao longo dessa trajetória.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém nunca viu,
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhauer
RESUMO
A dengue é uma doença viral transmitida aos seres humanos pela picada da fêmea do
mosquito Aedes aegypti. Clinicamente, esta doença pode ser classificada como febre da
dengue ou dengue clássico, febre hemorrágica da dengue (FHD), síndrome do Choque da
Dengue e dengue com complicações. Os quadros clínicos variam desde um quadro de febre
indiferenciada, até quadros graves que podem causar a morte. Minas Gerais, por ser um
estado com elevado crescimento industrial e urbano, apresenta condições favoráveis às
populações do mosquito Aedes aegypti, com elevada aglomeração de criadouros propícios e
ambientes favoráveis. O objetivo deste estudo foi a análise do perfil epidemiológico da
dengue entre os anos de 2008 e 2013, a partir de dados fornecidos pela Secretária de Estado
da Saúde, através do programa SINAN-NET e planilhas simplificadas no Estado de Minas
Gerais. O presente estudo apontou um percentual elevado na taxa de letalidade de dengue,
destacando o ano de 2013 que até o dia 03 de abril, apresentou a taxa de letalidade de 0,086%,
ultrapassando a taxa de todos os anos anteriores. É importante destacar que os anos que
apresentaram epidemia (2010 e 2013), apresentam o maior número de casos graves. Devido à
distribuição temporal da dengue no Brasil, verifica-se que nos meses de janeiro sempre ocorre
um aumento no número de casos de dengue, e o registro de casos permanece elevado nos
meses de fevereiro, março, atingindo seu maior pico nos meses de abril. No levantamento de
índice rápido de infestação por Aedes aegypti, demonstra que não há uma relação direta do
índice com as taxas de casos confirmados dengue.
Palavras-chave: Dengue, Minas Gerais, Diagnóstico, Perfil epidemiológico da dengue.
ABSTRACT
Dengue is a viral disease transmitted to humans by the bite of the female mosquito Aedes
aegypti. Clinically, this disease can be classified as dengue fever or dengue fever, dengue
hemorrhagic fever (DHF), Dengue shock syndrome and dengue with complications. The
clinical manifestations range from a framework of undifferentiated fever, and severe it can
cause death. Minas Gerais to be a state with high industrial and urban growth presents
favorable conditions for populations of the mosquito Aedes aegypti, with high agglomeration
of breeding enabling and supportive environments. In the State of Minas Gerais was
performed an analysis of the epidemiology of dengue between the years 2008 and 2013, from
data supplied by the Secretary of State for Health, through the program SINAN-NET and
spreadsheets simplified. This study showed a high percentage in the fatality rate of dengue,
highlighting the year 2013 up to April 3, showed the rate of 0.086%, exceeding the rate all the
previous years. Importantly, the years presented epidemic (2010 and 2013), the highest
number of severe cases. Due to the temporal distribution of dengue in Brazil, it turns out that
in January when there is an increase in the number of dengue cases and reported cases
remains high in the months of February, March, and reached its highest peak in April . In the
survey of quick index of infestation by Aedes aegypti, demonstrates that there is a direct
relationship with the rate of confirmed cases of dengue.
Keywords: Dengue, Minas Gerais, Diagnosis, Profile epidemiology of dengue.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DC
Dengue Clássica
DCC
Dengue com complicações
DENV
Dengue Viral
DG
Dengue Grave
DPOC
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
FIN
Ficha Individual de Notificação
FHD
Febre Hemorrágica da dengue
GRS
Gerencia Regional de Saúde
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IgM
Imunoglobulina M
IIP
Índice de Infestação Predial
LCR
Líquido Cefalorraquidiano
LIRAa
Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti
MS
Ministério da Saúde
OMS
Organização Mundial de Saúde
OPAS
Organização Pan Americana de Saúde
PNCD
Programa Nacional de Controle da Dengue
SINAN-NET
Sistema de Informação de Agravos de Notificação
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Fases do desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti ........................... 19
Figura 2
Cartão Dengue .......................................................................................... 24
Figura 3
Ficha Individual de Notificação ................................................................ 25
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Número de casos confirmados de Dengue e óbitos por este agravo no
Estado Minas Gerais no período de 2008 a 2013 ..................................... 36
Gráfico 2 Casos confirmados por Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), Dengue
com Complicações (DCC) e Dengue Grave (DG) no Estado de Minas
Gerais no período de 2008 a 2013 ............................................................ 37
Gráfico 3 Porcentagem de casos de dengue notificados segundo Mês de Início de
Sintomas no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013 ............ 39
LISTA DE MAPA
Mapa 1
Municípios com alta e média transmissão de dengue, Minas Gerais,
2013........................................................................................................... 49
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
Aspectos clínicos da dengue ..................................................................... 22
Quadro 2
Número de casos confirmados de Dengue, óbitos por este agravo e taxa de
letalidade no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013 ........... 36
Quadro 3
Classificação dos municípios por resultados do LIRAa do ano de 2011 no
mês de Janeiro, Março e Outubro e total de casos de dengue confirmados
no mesmo ano .......................................................................................... 41
Quadro 4
Classificação dos municípios por resultados do LIRAa do ano de 2012 no
mês de Janeiro, Março e Outubro e total de casos de dengue confirmados
no mesmo ano ........................................................................................... 43
Quadro 5
Incidência de casos confirmados nos municípios de Minas Gerais no ano
de 2011 ...................................................................................................... 45
Quadro 6
Incidência de casos confirmados nos municípios de Minas Gerais no ano
de 2012 ...................................................................................................... 47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Casos de dengue notificados segundo Mês de Início de Sintomas no Estado
de Minas Gerais no período de 2008 a 2013 ............................................ 39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 15
3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 33
4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 34
4.1 Geral ................................................................................................................................. 34
4.2 Específico ......................................................................................................................... 34
5 METODOLOGIA .............................................................................................................. 35
5.1 Área de estudo ................................................................................................................. 35
5.2 Coleta de Dados ............................................................................................................... 35
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 36
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 51
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 53
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 Dengue
A dengue, também chamada “febre dos 5 dias”, “febre dos 7 dias”, “Dandy fever”
e “Breakbone fever” pelos autores de língua inglesa, “Bouquet” pelos de língua francesa e
“Febre quebra-ossos” pelos brasileiros é uma doença reconhecida de longa data, largamente
distribuída nas regiões tropicais e subtropicais (VERONESI, 1969 e JAWETZ; MELNICK;
ADELBERG, 1974).
Esta doença é transmitida aos seres humanos pela picada de fêmeas do mosquito
Aedes aegypti. Atualmente o vetor apresenta hábitos urbanos, sendo facilmente encontrado
em domicílios e áreas peridomiciliares (MAFRA; FRANCISCO, 2009 e VERONESI;
FOCACCIA, 2009).
A dengue (Classificação CID 10 A90 e A91) é uma doença febril aguda, de
etiologia viral e que se manifesta de maneira variável, desde uma forma assintomática até
quadros graves e hemorrágicos, podendo levar ao óbito. Essa doença é classificada como
febre da dengue ou dengue clássico, febre hemorrágica da dengue (FHD), síndrome do
Choque da Dengue e dengue com complicações (MAFRA; FRANCISCO, 2009).
A dengue é a mais importante arbovirose que afeta o homem e vem se
apresentando, juntamente com as outras chamadas doenças tropicais negligenciadas, como um
sério problema de saúde pública. No Brasil, e também em outros países tropicais, as
condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti,
principal mosquito vetor (MAFRA; FRANCISCO, 2009).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Histórico
No século XVIII, foram realizados os primeiros registros de dengue no mundo na
ilha de Java, no Sudoeste Asiático e na Filadélfia, Estados Unido (BRASIL, 2009a). A dengue
foi descrita, detalhadamente, pela primeira vez por Benjamin Rush em 1780, durante um surto
ocorrido na Philadelphia, EUA. Halstesd sugeriu que fosse chamada de “Ki-denga Pepo”, que
significa pancada ou golpe dado por um mau espírito, nome associado ao fato de a doença
provocar ataque doloroso semelhante à cãibra (VERONESI; FOCACCIA, 2009).
16
Bancroft, em 1906, descobriu que a doença era transmitida por um dos mesmo
vetores da febre amarela, o Aedes aegypt (VERONESI; FOCACCIA, 2009). No ano de 1968,
Scherer fez sua sugestão a um comitê da Organização Mundial da Saúde de classificação dos
vírus da dengue em quatro tipos (1, 2, 3 e 4), pois existiam milhares de isolamentos de vírus
da dengue, ocasionando uma grande confusão com relação à classificação dos mesmos.
Agruparam-se, assim, todos os isolamentos em quatro tipos, com base no relacionamento
antigênico encontrado entre eles. Esta classificação permitiu a comprovação da circulação dos
vírus da dengue em vários países (TRABULSI; ALTERTHUM, 2005 e VERONESI;
FOCACCIA, 2009).
Halstead e outros autores esclareceram aspectos importantes relacionados à causa
(arbovírus do gênero Flavivirus) e à fisiopatologia (febre alta com início súbito, dor de cabeça
e na musculatura, manchas na pele, cansaço, moleza, náuseas e vômitos, entre outros) da
dengue hemorrágica nas décadas de 1970 (VERONESI; FOCACCIA, 2009)
Somente no século XX, a dengue foi reconhecida como doença pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). A cada ano, são registrados entre 50 e 80 milhões de casos de
dengue em todo mundo (BRASIL, 2009a).
2.1.2 Situação epidemiológica no Brasil
No Brasil, as condições socioambientais favoráveis, principalmente no verão,
possibilitaram a dispersão do vetor Aedes aegypti, devido à maior ocorrência de chuvas e ao
aumento de temperatura nesta época (BRASIL, 2013a e TRABULSI; ALTERTHUM, 2005).
A dengue foi documentada clínica e laboratorialmente em 1981 a 1982, em Boa
Vista (Roraima), causada pelos sorotipos 1 e 4 do vírus. A doença ocorre de forma contínua
no Brasil, desde 1986, quando ocorreram a epidemias no Rio de Janeiro e em algumas capitais
do Nordeste (BRASIL, 2013a, AGUIAR; RIBEIRO, 2004).
No Brasil, o quadro clínico da dengue foi descrito por Trajano Joaquim, em 1917,
durante um surto em Curitiba e em 1923, Antônio Pedro que relatou o surto de dengue
ocorrido no Rio de Janeiro e em Niterói, entre 1922 e 1923, descrevendo o quadro clínico
apresentado por alguns doentes (VERONESI & FOCACCIA, 2009).
Entre os anos de 1923 e 1981, não foram registrados surtos de dengue no Brasil,
provavelmente como resultado da campanha brasileira de erradicação do Aedes aegypti, que
começou com Emilio Ribas, em 1903. Em 1904 Oswaldo Cruz com o intuito de combater a
febre amarela obtém assistência técnica e suporte financeiro da Fundação Rockefeller, e a
17
campanha ganhou impulso nacional e culminando com a erradicação do mosquito no país
após o ano de 1920 (PONTES; RUFFINO-NETTO, 1994, VERONESI; FOCACCIA, 2009).
Em 1958, o Brasil recebeu da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) um
certificado de erradicação do mosquito. Infelizmente, a reintrodução do Aedes aegypti no
Brasil ocorreu, e os primeiro sinais de reinfestação pelo mosquito ocorreram em Belém, em
1967. E posteriormente, em Salvador e no Rio de Janeiro no ano de 1977. E em 1991 o
mosquito já estava presente em 56,1% dos municípios (VERONESI; FOCACCIA, 2009).
A partir de 1980 foram notificados surtos e epidemias no Brasil em 1982, 1986,
1998, 2002, 2008 e 2010. Atualmente a doença apresenta no Brasil padrão endêmico, com
ocorrência surtos epidêmicos e epidemias. Este padrão pode ser explicado por dois fatores
principais: a introdução de novos sorotipos e mudança do tipo de vírus predominante
(BRASIL, 2013a).
Outro fator que pode explicar as ocorrências de epidemias no Brasil são as falhas
no processo de controle do vetor, como atraso e erro na informação repassada à população,
baixa verba para investimento de tecnologias de novas estratégicas de erradicação do vetor,
falta nas visitas periódicas de guardas sanitários às residências e empresas, dentre outras
falhas de controle que fazem com que a densidade populacional do mosquito Aedes aegypti
aumente nas áreas urbanas. O controle do dengue se torna um desafio para a saúde brasileira
(PENNA, 2013).
2.1.3 Situação epidemiológica em Minas Gerais
Minas Gerais, em 1998, apresentou sua primeira grande epidemia com registro de
147.418 casos notificados de dengue (DENV 1 e 2), com predomínio de DENV 1. Uma
segunda epidemia ocorreu em 2002 e mesmo ano a introdução de um novo sorotipo a DENV
3, esta epidemia teve uma magnitude bem menor que a do ano de 1998. Em 2002, foram
notificados 60.078 casos de DENV 1, 2 e 3, com predomínio da DENV 2 (VERONESI;
FOCACCIA, 2009; MARQUES et AL., 2010).
Entre os anos de 2003 a 2005, a transmissão da doença em Minas Gerais mostrase relativamente estável com aproximadamente 21.000 casos notificados somados entre os
anos, com o DENV 3 como sorotipo mais prevalente.
Em 2006, o índice de casos notificados de dengue dobra e foram registrados
41.373 casos e o mesmo patamar foi observado em 2007 com 44.025 casos registrados
(predomínio DENV 3) (MARQUES et AL., 2010).
18
Uma grande epidemia ocorreu em Minas Gerais no período de 2008 e 2009 com
registro de número elevado de casos notificados de dengue, sendo 79. 223 casos registrados
em 2008 e 83.129 casos registrados em 2009. Nestas epidemias houve com circulação 3
(DENV1, DENV2, DENV3) com predomínio do sorotipo DENV 2. Outra epidemia de maior
magnitude ocorreu em 2010 com 253.188 casos notificados até o mês de setembro, chegando
ao final com do ano com 268.440 casos notificados (Planilha Simplificada DVA/SVEAST/SubVPS/SES-MG, 2013 e MARQUES et AL., 2010).
No ano de 2011, o estado apresentou 66.596 de casos notificados, ocorrendo uma
expressiva diminuição em relação ao ano anterior e em 2012 a queda da taxa de casos foi
ainda maior, passando para 46.681 de casos notificados (Planilha Simplificada DVA/SVEAST/SubVPS/SES-MG, 2013).
Minas Gerais, no ano de 2013, sofre séria epidemia, considerada a de maior
magnitude, que pode estar relacionada ao sorotipo 4 do dengue. Até o mês de fevereiro de
2013, a 53.237 casos de dengue já haviam sido notificados. Estes fatos criam uma situação
preocupante e o Governo de Minas criou frentes de trabalho focadas na destruição dos focos
de Aedes aegypti, mas toda a população precisa colaborar, pois 80% dos focos é encontrado
nas residências de acordo com os dados dos LIRAa (Levantamento do Índice Rápido de
Aedes aegypti) dos últimos anos (MARQUES et AL., 2010 e SINAN, 2012).
2.2 Vetor
A espécie Aedes aegypti, apresenta, atualmente, hábito majoritariamente urbano,
sendo facilmente encontrado em domicílios e áreas peridomiciliares. É o principal vetor do
vírus dengue. Acredita-se que estes mosquitos possuem pequeno raio de ação, mantendo-se há
uma distância não maior que 200 metros dos locais de oviposição. (VERONESI;
FOCACCIA, 2009).
Os espécimes apresentam cor preta com manchas brancas pelo corpo. A fêmea se
alimenta de sangue animal, principalmente o humano, e de líquidos de frutas ou outros
vegetais adocicados já o macho não apresenta hábito hematofágico se alimentando apenas de
líquidos de vegetais. É uma espécie de mosquito que vive em média 45 dias, possuindo
hábitos alimentares diurnos adaptados aos climas tropicais e subtropicais (LEVINSON;
JAWETZ, 2005, NELSON ET AL, 2002 e VERONESI; FOCACCIA, 2009).
O Aedes aegypti faz sua oviposição em barris, caixas-d’água, casaca de ovo, latas,
pneus, tanques, vasos de plantas aquáticas, entre outros recipientes que sejam escuros e com
19
água limpa e parada. As fêmeas, com ovos embrionários, depositam os ovos alguns
milímetros do acima da linha da água, fixando-se à paredes de recipientes escuros ou
sombreado de superfície ásperas e com água cristalina. Uma vez completado desenvolvimento
embrionário, os ovos são capazes de resistirem a longos períodos de dessecação, que podem
prolongar por mais de um ano (VERONESI; FOCACCIA, 2009).
A água em contato com os ovos fertilizados é o estímulo para a eclosão, a larva
sai do ovo e mergulha na água limpa e parada. As larvas possuem quatro estágios evolutivos
para se transformar em pupa. O mosquito adulto rompe a pupa e sai para continuar seu ciclo
de vida (AGUIAR; RIBEIRO, 2004).
O Aedes aegypti é um mosquito que produz som perceptível aos seres humanos e
no momento da picada as fêmeas liberam uma substância anestésica, assim, a pessoa pode não
perceber ao ser picada (SÃO PAULO, 2013).
Figura 1 – Fases do desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti.
Fonte: Mafra e Francisco, 2009.
2.3 Vírus
Ricardo Veronesi e Roberto Focaccia (2009) relatam que os quatro sorotipos de
vírus dengue, denominados dengue 1, 2, 3 e 4, pertencem à família Flaviviridae, gênero
Flavivirus, incluindo pelo menos 70 membros e possui, como protótipo, o vírus da febre
amarela. E enfatizam que o vírus dengue, bem como aqueles do gênero Flavivirus, são
20
esféricos, envelopados, com projeções na superfície e medem, aproximadamente, 50 a 60 nm
de diâmetro.
O vírus da dengue é transmitido em um ciclo que envolve o mosquito Aedes
aegypt e o homem. No corpo do hospedeiro invertebrado os vírus multiplicam-se no epitélio
do intestino, do cérebro e das glândulas salivares dos mosquitos, de forma não patogênica,
tornando-os infecciosos por toda vida (TRABULSI; ALTERTHUM, 2005).
Luiz Rachid Trabulsi e Flávio Alterthum, afirmaram que o vírus da dengue não é
transmitido de forma transovariana em mosquitos, por outro lado, Benedito Antônio Lopes da
Fonseca e Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, afirmam que ocorre a transmissão transovariana
(TRABULSI; ALTERTHUM, 2005 e VERONESI; FOCACCIA, 2009).
É importante ressaltar que não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa
doente com uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por
quaisquer objetos.
2.4 Transmissão
A transmissão se faz pela picada do mosquito fêmea a um ser humano infectado.
O mosquito pica o humano sugando o sangue juntamente com os vírus que vão para o
estômago onde são absorvidos e se espalham por todo o organismo, fixando-se
principalmente nas glândulas salivares onde se multiplicam. Após 7 a 11 dias de incubação
extrínseca, que é o intervalo para que o vírus se replique o bastante para que a saliva do vetor
contenha partículas do vírus suficientes para transmitir uma dose infectiva, a fêmea do Aedes
aegypti é capaz de transferir a doença. Existe a possibilidade da transmissão “transovariana”,
onde o mosquito já nasceria infectado. Sendo que uma vez infectada permanece assim até
final de sua vida (AGUIAR; RIBEIRO, 2004, JAWETZ; MELNICK; ADELBERG, 1974,
LEVINSON; JAWETZ, 2005 e VERONESI; FOCACCIA, 2009).
O mosquito fêmea infectado pelo vírus do dengue pica um ser humano inoculando
o vírus em seu organismo, transmitindo a infecção. Ocorre então o período de incubação que
vária de 3 a 15 dias, sendo em média 5 a 6 dias denominado período de incubação intrínseca
(AGUIAR; RIBEIRO, 2004).
O vírus se desenvolve, e um dia antes do aparecimento da febre até o 6° dia de
sintomas da doença o vírus está presente no sangue. Nesse período de transmissibilidade se o
homem for picado por um mosquito, este irá se contaminar iniciando um novo ciclo
(MAFRA; FRANCISCO, 2009).
21
2.5 Controle do vetor e medidas preventivas
O controle do vetor Aedes aegypti pode ser conseguido através do uso de
larvicidas e inseticidas para as formas aladas, com o desenvolvimento de campanhas de
informação e de mobilização de pessoas. Estas medidas visam criar uma maior
responsabilidade de indivíduos na manutenção do ambiente doméstico livre de potenciais
criadouros do vetor e com o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para
ampliar a capacidade de predição e de detecção precoce de surtos da doença (TRABULSI;
ALTERTHUM, 2005).
A participação da sociedade organizada é ponto-chave para o sucesso de qualquer
abordagem de controle da dengue, pois a sociedade tem que divulgar informações,
compartilhar ações, fazer uma mudança de hábitos, entre outras ações que combatam à
proliferação do vetor. Assim, o Governo de Minas necessita de mobilização social juntamente
com a população, para conseguir um resultado satisfatório na redução da infestação e na
diminuição de casos de dengue (MAFRA; FRANCISCO, 2009).
Toda população deve tomar medidas preventivas que contribuem ativamente para
o controle de mosquitos e eliminação dos focos de dengue, como (BRASIL, 2009b):
1. Evitar água parada;
2. Esvaziar e escovar as paredes internas de recipientes que possam acumular água;
3. Evitar o cultivo de plantas aquáticas e eliminar o uso de pratos nos vasos de plantas.
4. Lavar os bebedouros de animais com escova, esponja ou bucha, e troque a água pelo
menos uma vez por semana.
5. Em locais onde o terreno tem tendência a acumular água em razão da formação de poças,
é preciso avaliar a possibilidade de realizar drenagens;
6. Evitar acumular lixos, pneus e garrafas. Caso contrário guardá-los em locais secos. As
garrafas e latas devem também ser guardadas de boca virada para baixo;
7. Limpar com freqüência calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas,
evitando que um ou outro vazamento ou entupimento acumule água. Se houver piscina, os
moradores devem manter a água sempre tratada.
8. Manter as caixas d’águas, cisternas, tambores e barris totalmente fechados;
9. Manter os ralos externos sempre limpos;
10. Entre outras medidas que acabe com água parada propicia para a produção do vetor.
22
2.6 Aspectos Clínicos
A dengue pode se desenvolver de forma assintomática ou oligosintomática, ou
seja, sem sintomas ou com sintomas brandos, podendo ser confundida com uma gripe. Mas os
aspectos clínicos podem variar desde um quadro de febre indiferenciada, comum em crianças,
passando por um quadro febril associado com dor de cabeça intensa, dor muscular, dor
retroorbitária, disfunção alimentar, leucopenia frequente e exantema, podendo ou não
apresentar petéquias ou hemorragias leves (Dengue Clássica), até quadros graves conhecidos
que podem causar a morte como Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome do Choque por
Dengue (FHD/SCD) (AGUIAR; RIBEIRO, 2004, BRASIL, 2011e MAFRA; FRANCISCO,
2009).
Quadro 1 – Aspectos clínicos da dengue.
Aspectos Clínicos
Febre da Dengue ou Dengue Clássico (DC)
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD)
Síndrome do Choque da Dengue
Dengue com complicações
Fonte: elaborada pelo autor, 2013.
Febre (39°C a 40°C), de início abrupto, persistindo geralmente por até 6 dias
(período de viremia), seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia,
astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cultâneo e
ocasionalmente hematomegalia e dor abdominal generalizada. Em alguns casos,
podem ocorrer manifestações hemorrágicas como gengivorragia, epistaxe, petéquias
e sangramento vaginal. A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de
convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se
por várias semanas (AGUIAR; RIBEIRO, 2004, BRASIL, 2005, MAFRA;
FRANCISCO, 2009 e TRABULSI; ALTERTHUM, 2005).
As manifestações clínicas iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas descritas
para a dengue clássica, porém esta evolui rapidamente para manifestações
hemorrágicas, apresentando plaquetas abaixo de 100.000/mm3, aumento na
permeabilidade capilar (aumento de hematócrito -20% ou mais, Hipoalbuminemia,
hipoproteinemia ou derrame pleural ou ascite) e febre alta.
As características clínicas da FHD vão desde leves sangramentos nasais e de
gengivas (gengivorragia), até manifestações mais graves, como hemorragia
gastrointestinal, intracraniana e derrames. Outras manifestações hemorrágicas
incluem petéquias, equimoses, epistaxe, hemorragia em diversos órgãos
(gastrintestinal, intracraniana, etc.), hemorragia espontânea pelos locais de punção
venosa, dores abdominais fortes e constantes, vômitos persistentes, palidez e pele
fria, insuficiência circulatória, sonolência, sede excessiva, boca seca, pulso rápido e
fraco, perda de consciência, dificuldade respiratória, agitação e confusão mental,
choques. (AGUIAR; RIBEIRO, 2004 e MASERA, 2011).
Hipotensão postural, pressão arterial convergente, extremidades frias, cianose,
pulso rápido e fino, enchimento capilar lento (maior que 2 segundos) (MAFRA;
FRANCISCO, 2009).
Entre a dengue clássica e a dengue hemorrágica classifica-se a dengue com
complicações, ou seja, todo caso que não se enquadre nos critérios de FHD e
quando a classificação de dengue clássica esteja apresentando risco. A dengue com
complicações tem características pouco aparentes como encefalite, mielite, hepatite,
miocardite, alterações do sistema nervoso central (delírio, sonolência, coma,
depressão, irritabilidade, psicose, demência, amnésia, meningismo, paresia,
paralisia, polineuropatia, Síndrome de Reye, Síndrome de Guilain-Barré, encefalite),
disfunção cardiorrespiratória, insuficiência hepática, plaquetopenia abaixo de
50.000, hemorragia digestiva, derrames cavitários, leucometria (abaixo de 1.000
céls/mm3) e óbito (MAFRA; FRANCISCO, 2009).
23
2.7 Doenças que podem ser confundidas com a dengue
Algumas doenças podem ser confundidas com a dengue, como exemplo, a febre
amarela, febre maculosa brasileira, febre tifóide, influenza, leptospirose, malária,
meningocooccemia, rubéola, sarampo e sepse. Essas doenças possuem sintomas parecidos
com a dengue, por isso há a necessidade do diagnóstico diferencial (MAFRA; FRANCISCO,
2009).
2.8 Atendimento ao paciente com suspeita de dengue
Quando um caso de dengue é detectado, o mesmo deve ser notificado à Vigilância
Epidemiológica, os dados adquiridos devem ser preenchidos no Cartão Dengue e na Ficha
Individual de Notificação (FNI).
O Ministério da Saúde implantou um cartão de atendimento específico para todos
os pacientes com suspeita de dengue no qual devem ser registrados todos os procedimentos
realizados com o paciente, os retornos e acompanhamento. Assim os profissionais saberão
que a pessoa tem a suspeita, fazendo com que os cuidados sejam tomados de forma rápida,
evitando com que os casos fiquem mais graves (COMBATE A DENGUE, 2013).
24
Figura 2 – Cartão Dengue
Fonte: Linha - Guia de Atenção à Saúde – Dengue, 2009.
A Ficha Individual de Notificação (FIN) é preenchida pelas unidades assistenciais
para cada paciente quando há suspeita de casos de doenças e agravos que constam na lista
nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS Nº 2325 de 08 de
dezembro de 2003) de interesse nacional, estadual e municipal (BRASIL 2013).
25
Figura 3 – Ficha Individual de Notificação (FIN)
Fonte: Linha - Guia de Atenção à Saúde – Dengue, 2009.
2.8.1 Amnese e exame físico
Inicialmente, é fundamental fazer uma descrição da evolução de sintomas da
doença, baseadas nas informações do paciente (anamnese). A história clínica deve ser a mais
detalhada possível, ressaltando a importância de documentá-la no prontuário (MAFRA;
FRANCISCO, 2009; BRASIL, 2011).
É necessário fazer uma amnese epidemiológica, verificando se ocorreu presença
de casos semelhantes na família, no peridomícílio, bairro, creche ou escola. A história de
26
deslocamento do paciente, nos últimos 15 dias, para área com transmissão e dengue e a
história de infecção pregressa por dengue, confirmada ou não por sorologia (BRASIL, 2011).
2.8.2 Exame físico do paciente
O exame físico é aplicado ao paciente com os seguintes objetivos (BRASIL,
2011):
1. Analisar grau de hidratação, temperatura e peso;
2. Fazer a exclusão de outras doenças infecciosas;
3. Observar coloração da pele e mucosas, manifestações hemorrágicas, exantemas, e/ou
sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural
e/ou lipotímia, sonolência e/ou irritabilidade, hepatomegalia dolorosa, hemorragias
importantes (hematêmese e/ou melena), diminuição da diurese, diminuição repentina da
temperatura corpórea ou hipotermia (<36ºC), desconforto respiratório, aumento repentino do
hematócrito, queda abrupta das plaquetas;
4. Avaliar pulso: normal, débil ou ausente;
5. Avaliar freqüência cardíaca;
6. Avaliar Pressão Arterial (deitado ou sentado e em pé);
7. Fazer a prova do laço.
2.8.3 Diagnóstico clínico-epidemiológico
Na dengue clássica verifica se o paciente esta com febre com duração máxima de
sete dias e acompanhada de no mínimo de mais dois sintomas como cefaléia, dor retroorbital,
mialgia, artralgia, prostração e exantema. Além desses sintomas, o paciente deve ter estado
nos últimos quinze dias em área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a
presença de Aedes aegypti. No diagnóstico clínico-epidemiológico em pacientes com dengue
hemorrágico é analisado se há suspeita de dengue clássico que apresente manifestações
hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva até fenômenos mais graves como
trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue), sangramentos de mucosas,
sangramento do trato gastrointestinal e baixo hemoconcentração (concentração do
hematócrito). A ocorrência de manifestações hemorrágicas, acrescidas de sinais e sintomas de
choque cardiovascular (pulso arterial fino e rápido ou ausente, diminuição ou ausência de
27
pressão arterial, pele fria e úmida, agitação), levam à suspeita de síndrome de choque
(BRASIL, 2013e, TOLEDO, 2006).
2.8.4 Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico específico de dengue depende de isolamento viral ou de testes
sorológicos. O isolamento viral é o método mais específico, considerado padrão ouro para o
isolamento e a identificação do sorotipo do vírus da dengue responsável pela infecção. Pode
ser efetuado em amostras de sangue, líquido cefalorraquidiano (LCR) e fragmentos de
vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, rim e cérebro). A colheita da amostra de sangue
deverá ser feita na primeira semana da doença, durante o período de viremia,
preferencialmente até o quinto dia do início dos sintomas, a partir desse período, os testes
sorológicos devem ter preferência aos virológicos na rotina diagnóstica (BRASIL, 2009b).
Para a identificação viral, utiliza-se a técnica de imunofluorescência, que se baseia
na reação de um anticorpo marcado com um fluorocromo (anticorpos fluorescentes) com o
seu antígeno homólogo. A coleta de espécimes biológicos para a tentativa de isolamento viral
deverá ser orientada pela vigilância epidemiológica, respeitando-se a capacidade dos
laboratórios de referência (BRASIL, 2009b, VERONESI; FOCACCIA, 2009).
O método sorológico é o de escolha para a confirmação laboratorial na rotina.
Existem várias técnicas, sendo os sorológicos indiretos que se baseiam na pesquisa de
anticorpos específico contra o vírus dengue infectante, os sorológicos modernos que
discriminam IgM (Imunoglobulina M) facilitando o diagnóstico por basearem-se na presença
desta imunoglobulina em apenas uma amostra sérica, e tem também os sorológicos
imunoenzimática que são os de captura de IgM por Elisa (MAC Elisa), esse é o método de
escolha, pois detecta infecções atuais ou recentes (VERONESI; FOCACCIA, 2009).
Na maioria dos casos, somente uma amostra de soro é necessária para a
confirmação diagnóstica, no entanto, um resultado negativo em amostra de soro coletada em
fase recente (6 a 10 dias após o início dos sintomas) não exclui o diagnóstico de dengue, uma
vez que, em alguns casos, os níveis de IgM tornam-se detectáveis pelo teste somente após
esse período. O anticorpo IgM anti-dengue desenvolve-se rapidamente, geralmente a partir do
quinto dia do início da doença, e tanto as primoinfecções quanto as infecções secundárias
apresentam esses anticorpos detectáveis. A detecção dos anticorpos IgM do vírus de dengue é
de extrema importância, tanto para o diagnóstico de casos suspeitos quanto para as ações da
vigilância epidemiológica (BRASIL, 2009b, VERONESI e FOCACCIA, 2009).
28
2.8.5 Exames inespecíficos
Os exames inespecíficos devem ser solicitados de acordo com a classificação
clínica (BRASIL, 2005):
1. Grupo A (Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma): recomendado para
pacientes que se enquadrem nas situações de gestantes, idosos (> 65 anos), hipertensão
arterial, diabete melito, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), doenças
hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal crônica, doença
severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica e doenças auto-imunes.
2. Grupo B (Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma): obrigatório para todos os
pacientes deste grupo.
3. Grupos C e D (Hematócrito, hemoglobina, plaquetas, leucograma e outros conforme
necessidade-gasometria, eletrólitos, transaminases, albumina, raios X de tórax, ultrasonografia de abdome, uréia, creatinina, glicose, eletrólitos, provas de função hepática, líquor,
urina, entre outros): os exames são orientados de acordo com a história e evolução clínica da
doença.
2.9 Medicamentos utilizados no tratamento
Não há um tratamento específico para a doença. As medicações utilizadas são
analgésicos (aliviar a dor), antitérmicos (diminuir a febre), antieméticos (aliviar vômito e
náusea) e hidratação (BRASIL, 2009a).
2.9.1 Antitérmicos e analgésicos
2.9.1.1 Dipirona Sódica
A dipirona sódica vem sendo utilizada no tratamento da dengue como um
analgésico e antitérmico. No seu mecanismo de ação ocorre a inibição da síntese de
prostaglandina, inibindo a cicloxigenase, a síntese de tromboxane e a síntese de
prostaglandina E1 e E2 total do corpo. Suas ações podem ser centrais, no hipotálamo ou
periféricas (FONSECA, 2009).
É representado na forma como comprimido de 500 mg e 1000 mg e solução oral
de 500 mg/ml. Nos adultos a posologia é de 500 mg com intervalo de 4 a 6 horas, quando
29
necessário. Já em criança a posologia é de 10 a 12 mg/Kg com intervalo de 4 a 6 horas,
quando necessário ou 1 gota/Kg de peso corporal, da solução 500mg/ml, ou seja, 1 gota = 25
mg, até um máximo de 500mg, ou 20 gotas (FONSECA, 2009).
2.9.1.2 Paracetamol
O paracetamol é um medicamento que produz analgesia e antipirese por
mecanismo semelhante aos salicilatos, inibindo a cicloxigenase no sistema nervoso central. O
mesmo age no hipotálamo, a dissipação do calor é aumentada como resultado da
vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo periférico. O paracetamol é metabolizado no
fígado e excretado pelos rins (FONSECA, 2009).
O paracetamol é representado por comprimido revestido de 500 mg e 750 mg
suspensão oral de 32 mg/ml e 100 mg/ml, e solução oral de 200 mg/ml, sendo que sua
posologia em adultos e criança acima de 11 anos é de 250 a 500 mg a cada 4 ou 6 horas, se
necessário, sendo que a dose máxima é de 4 g ao dia. E em criança posologia é de 10 a 15
mg/Kg até de 4/4 horas, conforme a necessidade, não ultrapassando 5 doses em 24 horas
(FONSECA, 2009).
2.9.2 Antieméticos
São os medicamentos utilizados para combater os vômitos e a náuseas. Podem ser
utilizado a metoclopramida, bromoprida, alizaprida e dimenidrinato. Esses medicamentos
agem na estimulação da motilidade do trato gastrointestinal. A posologia deve ser seguida a
orientação médica (FONSECA, 2009, BRASIL, 2008).
2.9.3 Hidratação
Os pacientes com suspeita de dengue devem ser mantidos hidratados para evitar
consequências graves da doença. A ingestão de líquidos é muito importante e deve ser
iniciada aos primeiros sintomas, antes mesmo da primeira consulta médica, que deve ser feita
na unidade de saúde do município. A hidratação tem que ser feita tanto em casa quanto no
serviço de saúde (FIGUEIRÓ, 2011).
Em casa o paciente pode ingerir bastante água, sucos, chás e soro caseiro. Para
fazer o soro caseiro basta adicionar 1 colher (café) de sal de cozinha, 2 colheres (sopa) de
30
açúcar e um litro de água potávele misturar, aconselha-se dois tipos de posologia neste caso
(MAFRA; FRANCISCO, 2009):
1. Hidratação forçada (Adulto: 60 a 80 ml/Kg/dia - 1/3 soro hidratação oral mais 2/3 com
outros líquidos caseiros como água, sucos de frutas, soro caseiro, chás, água de coco, entre
outros, que reforce sua hidratação; Crianças: Oferecer com freqüência soro de hidratação oral
e outros líquidos);
2. Hidratação vigorosa (Adulto: 80 ml/Kg/dia - 1/3 soro de hidratação oral mais 2/3 com
outros líquidos caseiros; Crianças: 50 ml/kg em 4 a 6 horas / soro de hidratação oral).
A hidratação feita no serviço de saúde, geralmente se utiliza o soro fisiológico
0,9% ou a Solução de Ringer com Lactato. A Solução de Ringer com Lactato é composta por
cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio e lactato de sódio. Seu uso pode ser
indicado para adulto e pediátrico. É uma solução injetável, límpida, estéril e apirogênica. A
solução ringer com lactato está destinada à reposição de líquido e eletrólitos em situações em
que essas perdas se fazem presentes, como também a proporcionar o aumento ligeiro do teor
alcalino em líquidos extracelulares, agindo nos casos em que há um desvio do equilíbrio
ácido-básico no sentido da acidose (BAXTER, 2012).
2.10 Medicamentos que não podem ser utilizados no tratamento
No tratamento da dengue é contraindicado o uso de salicilatos e antiinflamatórios
não hormonais (ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, entre outros), pois estas substâncias
aumentam o risco de hemorragia. Não se recomenda também o uso antipruriginosos
(BRASIL, 2008 e BRASIL, 2009).
2.10.1 Salicilatos
2.10.1.1 Ácido Acetilsalicílico
É um medicamento que deve ser evitado no caso de suspeita de dengue. Este
medicamento é derivado de salicilatos e previne a formação de tromboxane A2, substância
que promove a agregação plaquetária (coágulo sanguíneo) (FONSECA, 2009).
2.10.2 Antiinflamatórios não hormonais
31
2.10.2.1 Ibuprofeno
O ibuprofeno é um antiinflamatório não hormonal, por isso deve ser evitado no
caso de suspeita de dengue, o mesmo inibe a síntese de prostaglandinas por inibição as
cicloxigenase, COX-1 e COX-2. A inibição da COX-1 é, provavelmente, a responsável pelos
efeitos indesejáveis sobre a mucosa gástrica e sobre a agregação plaquetária. No entanto, o
ibuprofeno inibe a agregação plaquetária e prolonga o tempo de sangramento (FONSECA,
2009).
2.10.3 Antipruriginosos
Não se recomenda utilizar medicamentos para o prurido, além de não ser
satisfatório pode mascarar os sinais neurológicos. Portanto, recomenda-se o banho frio e
compressas de gelo para alívio do prurido. Esses sintomas duram em torno de 36 a 48 horas
(BRASIL, 2008).
2.11 Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) é o
mapeamento rápido dos índices de infestação por Aedes aegypti. São utilizados métodos
simplificados que permitirem a obtenção de estimativas associadas a erros aceitáveis e vícios
desprezíveis, de forma simples, rápida e econômica. Esse Levantamento Rápido do Índice de
Infestação por Aedes aegypti tem por vantagem de apresentar, de maneira rápida e segura, os
índices de infestações larvários, sendo o predial (percentual de edifícios positivos, com a
presença de larvas de Aedes aegypti) e o Breteau (relação entre o número de recipientes
positivos e o número de imóveis pesquisados) (BRASIL, 2008b, BRASIL, 2013d).
O LIRAa pode ser empregado como instrumento de avaliação dos resultados das
medidas de controle, incluindo-se também dados referentes aos tipos de recipientes
(porcentagem entre o número do tipo de recipientes positivos para larvas e o número de
recipientes pesquisado). Isso torna possível identificar os criadouros predominantes e a
situação de infestação do mosquito nos municípios. O LIRAa permite ao gestor do programa
local de controle da dengue, o direcionamento das ações para as áreas apontadas como
críticas, além de instrumentalizar a avaliação das atividades desenvolvidas, o que possibilitará
32
um melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais disponíveis. (BRASIL, 2008b,
BRASIL, 2013d).
Os critérios para o levantamento são capitais e municípios de regiões
metropolitanas, municípios com mais de 100 mil habitantes, municípios com grande fluxo de
turistas e de fronteira. Para a realização do levantamento, o município é dividido em grupos
de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado
estrato, são pesquisados 450 imóveis. E os parâmetros para a análise dos índices de infestação
predial são os seguintes: inferiores a 1% estão em condições satisfatórias (baixo risco), de 1%
a 3,9% estão em situação de alerta (médio risco) e superior a 4% há risco de surto/epidemia
de dengue (alto risco) (BRASIL, 2008b).
A realização do levantamento larvário, em âmbito nacional, no período não
epidêmico, geralmente em outubro, serve como instrumento para nortear medidas de controle.
E é uma atividade de comunicação e mobilização por meio da ampla divulgação dos
resultados na mídia. Esta socialização dos resultados tem-se mostrado importante ferramenta
para a obtenção de apoio para que as ações de enfrentamento do problema, no município,
possam contar com a adesão da população e de setores externos ao âmbito da saúde
(BRASIL, 2013d).
2.12 Papel do farmacêutico na epidemiologia
O papel do farmacêutico na epidemiologia é exercer a assistência farmacêutica,
fornecer informações aos usuários dos serviços e contribuir para a promoção da saúde
individual e coletiva (BRASIL, 2004). O farmacêutico também participa na organização dos
dados epidemiológicos, com a finalidade de conhecer a população e assim executar uma
adequada seleção de medicamentos, tratamentos e diagnósticos que devem ser utilizados ou
não para a devida doença.
O farmacêutico, através do seu amplo conhecimento, tem a capacidade de unir os
dados epidemiológicos, processar os dados coletados, analisar e interpretar os dados
processados, recomendar medidas de controle apropriadas, promover a promoção das ações
de controle indicadas e avaliar a eficácia e efetividade das medidas adotadas (BRASIL,2005).
33
3 JUSTIFICATIVA
O Estado de Minas Gerais foi escolhido para a realização deste trabalho após
pesquisas de dados no SINAN-NET demonstrarem índices elevados de casos de dengue no
Estado, principalmente o alto índice de casos ocorridos no inicio deste ano de 2013. A dengue
é uma doença viral de alta letalidade por ter um amplo espectro clínico e manifestações
variados de sinais e sintomas e apesar deste fato, ainda é considerada um dos principais
problemas de saúde pública (MAFRA; FRANCISCO, 2009 e SINAN, 2013).
Outro fator que determinou a escolha do Estado analisado foi a recente introdução
do sorotipo DENV 4 para o qual grande parte da população brasileira é susceptível, isso deixa
todos preocupados mobilizando o Governo de Minas Gerais a intensificar medidas de
combate à dengue (BRASIL, 2013d).
Minas Gerais por ser um estado com elevado crescimento industrial e urbano
apresenta populações do mosquito Aedes aegypti dispersas em várias áreas e com elevada
densidade, por causa da alta aglomeração de criadouros propícios e ambientes favoráveis.
Assim, urge a necessidade de conscientização da população á ajudar o governo na eliminação
do vetor, pois apesar do imenso trabalho das prefeituras e do Governo do Estado de Minas
Gerais, a população não colabora com a redução do vetor. A maior concentração de
criadouros em Minas Gerais no de 2013, no mês de janeiro, é nos depósitos domiciliar
(63,6%), seguido de depósitos de lixo (31,5%) e depósitos de armazenamento de água (4,9%)
(BRASIL, 2013c).
A vida da população de Minas Gerais corre risco, pois o índice de casos
confirmado e óbitos por dengue esta aumentando, principalmente no ano que tem epidemias,
como exemplo o presente ano (2013), que até o dia 03 de abril já apresentou 43.119 casos de
dengue confirmado e 37 casos de óbitos por dengue (SINAN, 2013a).
O levantamento epidemiológico da doença em uma determinada área é necessário
para o conhecimento da real extensão da doença no Estado. Pois, a intenção deste estudo, é
justamente, uma análise mais criteriosa a respeito dos casos de dengue e das medidas de
controle do vetor, de forma a verificar se as ações de combate do vetor e tratamento de
pacientes estão sendo eficientes.
Os resultados do presente estudo poderão ser de grande ajuda para que a
população mineira possa verificar o elevado crescimento de casos da doença e se
conscientizar da importância da eliminação do vetor e do tratamento correto dos sintomas da
doença.
34
4 OBJETIVOS
4.1 Geral
Analisar o perfil epidemiológico da Dengue em Minas Gerais entre os anos de 2008 e 2013, a
partir de dados da Secretária de Estado da Saúde - Minas Gerais - Brasil.
4.2 Específico
1 - Analisar as séries históricas de ocorrência de casos de Dengue em Minas Gerais, no
período de 2008 a 2013;
2 – Analisar número de casos confirmados de Dengue, óbitos por este agravo e taxa de
letalidade no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013
3 – Analisar casos confirmados por Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), Dengue com
Complicações (DCC) e Dengue Grave (DG) no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a
2013;
4 – Analisar casos de dengue notificados segundo Mês de Início de Sintomas no Estado de
Minas Gerais no período de 2008 a 2013;
5 – Analisar a classificação dos municípios por resultados do LIRAa nos anos de 2011 e
2012 no mês de Janeiro, Março e Outubro e total de casos de dengue confirmados no mesmo
ano;
6 – Analisar a incidência de casos confirmados nos municípios de Minas Gerais no ano de
2011 e 2012;
35
5 METODOLOGIA
5.1 Área de estudo
Minas Gerais é um estado brasileiro com 853 municípios, com área de
586.522,122 Km2 e 19.597.330 habitantes, sendo que sua densidade demográfica é de 33,41
hab/Km2 (IBGE, 2010b).
A capital do Estado de Minas Gerais é Belo Horizonte, que possui 2.375.151
habitantes e uma área territorial de 331,401 Km2 (IBGE, 2010a).
5.2 Coleta de Dados
A tabela, gráficos e quadros foram realizados seguindo-se os procedimentos:
Primeiramente, foi realizada a coleta dos dados do SINAN-NET e de planilha
simplificada da Secretária de Estado da Saúde do Estado de Minas Gerais, referente à dengue
no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013;
Logo após, foi realizado a organização dos dados referentes ao agravo, de forma a
fazer uma análise histórica dos indicadores epidemiológicos, os quais foram:
•
Número de casos notificados;
•
Número de casos confirmados;
•
Classificação clínica dos casos;
•
Número de casos óbitos confirmados por Dengue;
•
Taxa de Letalidade;
•
Número de casos confirmados por Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), Dengue
com Complicações (DCC) e Dengue Grave (DG);
•
LIRAa do ano de 2011 e 2012;
Em seguida será realizada a montagem da tabela, gráficos e quadros.
Para esta etapa será utilizado o Programa Excel 2010, pacote Office Windows 2007.
36
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados abaixo se referem à coleta de dados no SINAN-NET no período de 2008
a 2013, que são os dados disponíveis no sistema sobre Dengue.
O quadro 2 e o gráfico 1 apresentam os dados referentes a número de casos,
número de óbitos e taxa de letalidade por Dengue no período de 2008 a 2013 no Estado de
Minas Gerais.
Quadro 2 – Número de casos confirmados de Dengue, óbitos por este agravo e taxa de
letalidade no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013.
Parâmetros
analisados
Casos
Óbitos
Letalidade (%)
2008
42.368
16
0.038
2009
53.727
24
0.045
Anos estudados
2010
2011
209.451
38.005
106
22
0.051
0.058
2012
28.602
18
0.063
2013*
43.119
37
0.086
*2013 – Dados parciais até 03 de abril de 2013.
Fonte: Adaptado de SINAN Online e DVA/SVEAST/SubVPS/SES-MG (2012 /2013 dados parciais sujeitos a
revisão)
Gráfico 1 – Número de casos confirmados de Dengue e óbitos por este agravo no Estado
Minas Gerais no período de 2008 a 2013.
*2013 – Dados parciais até 03 de abril de 2013.
Fonte: elaborado pelo autor, 2013.
O quadro 2 demonstra que no ano de 2010 ocorreu o maior número de casos de
dengue (209.451) e em 2012 os números de casos obtiveram uma queda significativa
(28.602). Porém, no ano de 2013, há uma incidência muito elevada, pois com os registros até
37
03 de abril já há relato de 43.119 casos, esse fato é devido a recente introdução do sorotipo
DENV 4 para o qual grande parte da população brasileira é susceptível. Este valor supera o
número de casos total registrados para os anos de 2008, 2011 e 2012 individualmente e
mostra a magnitude da epidemia que esta ocorrendo.
Através da tabela 1 e do gráfico 1, observa-se que o número de óbito aumenta de
acordo com que o aumento no número de casos, como exemplo, no ano de 2010 ocorreram
209.451 casos confirmados de dengue e com 106 óbitos por este agravo. No ano de 2013 o
perfil continua o mesmo em relação o aumento significativo de casos de óbitos, pois esta
ocorrendo muitos casos confirmados de dengue, no entanto a população tem que se alertar em
anos com epidemia.
Outro dado de suma importância demonstrado no quadro 2 é a letalidade que
apresenta perfil de elevação, mesmo com declínio de casos a porcentagem de óbitos ocorridas
dentro dos casos confirmado esta sempre aumentando. Mesmo os anos de 2011 e 2012 que
apresentaram menor número de casos, tiveram letalidades crescentes quando comparadas com
os anos anteriores. E em 2013 a taxa de letalidade é a maior de todos os anos analisados, com
uma taxa de 0.086%.
Gráfico 2 - Casos confirmados por Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), Dengue com
Complicações (DCC) e Dengue Grave (DG) no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a
2013.
*2013 – Dados parciais até 03 de abril de 2013.
Fonte: elaborado pelo autor, 2013.
Observa-se no gráfico 2 que os anos epidêmicos (2010 e 2013), apresentam o
maior número de casos graves. Isso alerta os órgãos de saúde e a população para o cuidado
38
com o diagnóstico e tratamento correto, principalmente nesses períodos. E também é um fator
sinalizador para a necessidade de realização correta das medidas de controle e principalmente
para a necessidade de vigilância entomológica e epidemiológica constantes.
O diagnóstico deve ser realizado por profissionais qualificados da saúde para
evitar o erro. O Governo do Estado de Minas Gerais está disponibilizando em algumas
cidades com maiores números de casos, tendas de hidratação, onde o diagnóstico é realizado e
o tratamento correto é iniciado com agilidade para pacientes com suspeita de dengue ou com a
doença confirmada.
O tratamento incorreto pode levar ao agravamento da doença e até mesmo ao
óbito. O medicamento mais utilizado e indicado no tratamento dos sintomas da dengue é o
paracetamol, seguido pela dipirona. O paracetamol é um medicamento que promove analgesia
e antipirese, mas é restrito para alguns casos de dengue, pois pode levar a complicações
hemorrágicas e ao óbito. Ressalta-se também que o paracetamol deve ser utilizado com
cautela, obedecendo à posologia correta, esse medicamento em doses incorretas pode causar
lesões hepáticas e ser fatal. O uso de dipirona deve seguir a prescrição médica, este
medicamento pode causar diminuição da pressão arterial e manchas na pele semelhantes às
causadas pela dengue e redução drástica de granulócitos, que são as células brancas do sangue
que servem à defesa do organismo e com isso pode gerar diagnóstico falso-positivo
(ALONZO et al, 2001 apud ALMEIDA; OLIVEIRA, 2011, p. 4).
Alguns medicamentos são contra indicados no tratamento da dengue, como o
ácidos acetilsalicílicos e anti-inflamatórios que dificultam a coagulação do sangue e
agregação plaquetária. Pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos a base de
varfarina, ao contraírem a dengue é necessário imediatamente procurar um médico, pois
apresentam risco aumentado de hemorragias, gerando quadro graves da dengue como
demonstrado no gráfico 2 (ALONZO et al, 2001 apud ALMEIDA; OLIVEIRA, 2011, p. 4).
39
Tabela 1 – Casos de dengue notificados segundo Mês de Início de Sintomas no Estado de
Minas Gerais no período de 2008 a 2013.
Mês de Início de
Sintomas
2012
2013*
2.643
2009
5.340
Anos estudados
2010
2011
19.123
7.962
2008
Janeiro
5.803
26.137
Fevereiro
4.972
10.830
36.281
9.255
4.877
70.199
Marco
16.048
22.759
67.850
12.333
6.440
69.509
Abril
30.529
18.644
73.569
12.691
7.218
Maio
15.128
12.463
47.360
9.708
6.018
4.689
3.453
9.409
2.776
4.257
Julho
893
1.769
3.154
1.478
2.358
Agosto
553
596
1.907
1.195
Setembro
473
372
1.803
1.246
1.336
1.355
Outubro
729
639
1.529
1.772
1.437
Novembro
1.281
2.111
2.365
2.490
1.848
Dezembro
1.487
4.862
4.090
3.690
3.734
TOTAL
79.425
83.838
268.440
66.596
46.681
Junho
165.845
*2013 – Dados parciais até 03 de abril de 2013.
Fonte: Adaptado de Planilha Simplificada - DVA/SVEAST/SubVPS/SES-MG e SINAN ONLINE
Gráfico 3 – Porcentagem de casos de dengue notificados segundo Mês de Início de Sintomas
no Estado de Minas Gerais no período de 2008 a 2013.
P orc entag em de c as os de deng ue
notific ados
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
J aneiro
F evereiro
Marc o
A bril
Maio
J unho
J ulho
A gos to
S etembro
O utubro
Novembro Dez embro
Mê s de iníc io de sintom a s da de ng ue
Fonte: elaborado pelo autor, 2013.
Os dados utilizados para montar a tabela 1 foram os dados de planilha
simplificada, a Gerência Regional de Saúde (GRS) encaminha estes dados diretamente para a
40
Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Esse esquema é realizado para que
os dados cheguem a SES/MG mais rapidamente e favorecendo as ações de combate do vetor e
tratamento de pacientes. Mas, dados da planilha simplificada apresentam muitas divergências
em relação às planilhas do SINAN-Oline, pois muitas notificações não são cadastradas no
SINAN-Oline, devido à perda de notificações no trâmite da GRS para o sistema do SINAN.
Como exemplos dessas divergências, são os dados de notificação citados na situação
epidemiológica em Minas Gerais, onde em 2010 no SINAN consta 253.188 casos notificados
de dengue e na planilha simplificada 268.440 casos notificados de dengue (MARQUES et
AL., 2010 e tabela 1).
Na tabela 1 e no gráfico 3, verifica-se que nos meses de janeiro sempre ocorre um
aumento no número de casos de dengue, e o registro de casos permanece elevado nos meses
de fevereiro, março, e atingindo seu maior pico nos meses de abril. Esse aumento de casos
notificados nos primeiros meses do ano é devido a um padrão da distribuição temporal da
doença no Brasil, que tem sido associado às melhores condições climáticas do verão-outono
para o desenvolvimento do vetor, pois é um período chuvoso e quente. A partir de maio
observa-se um declínio acentuado de casos de dengue notificados, pois esse período é mais
seco e frio, não sendo favorável ao desenvolvimento do vetor.
O período entre os mesmo de julho a setembro é considerado um período
silencioso, com baixa incidência de casos de dengue. Mas mesmo que o período do inverno
não seja favorável para a procriação do vetor, ocorrem casos de dengue, pois nesse período
ocorrem algumas chuvas, que ativam a eclosão dos ovos depositados pelos mosquitos fêmeas.
Em outubro, os casos de notificação de casos dengue voltam a aumentar, pois a temperatura
se eleva e começa o período de chuvas, o que favorece o ciclo do vetor. Desta forma,
observamos uma associação positiva entre pluviometria e incidência dos casos de dengue
(TEIXEIRA, 2013).
Observando a tabela 1, é perceptível como os anos de 2010 (268.440 casos de
dengue notificados) e de 2013 (que somente até o início do mês de abril já possui 165.845
casos de dengue notificados), apresentam um número de casos muito elevado em relação ao
número de casos ocorridos nos demais anos.
Em períodos de epidemias, após um número muito grande de exames realizados
para a confirmação laboratorial do diagnóstico, os mesmos já não são mais solicitados pelos
profissionais da saúde. Assim, o diagnóstico é realizado através dos sintomas e dos aspectos
epidemiológicos que envolvem o paciente. Devidos essa falta ou erro no diagnóstico/exame
específico de dengue, ocorrem muitos diagnósticos falso-positivos, e as notificações tendem a
41
ocorrer em maiores volumes em períodos de epidemia. Infelizmente os números de casos
notificados não são de acordo com o total de número de casos de pacientes que realmente teve
essa doença.
Quadro 3 – Classificação dos municípios por resultados do LIRAa do ano de 2011 no mês de
Janeiro, Março e Outubro e total de casos de dengue confirmados no mesmo ano.
LIRAa - JANEIRO - 2011
Pos i çã o
Município
LIRAa - MARÇO - 2011
IIP JAN 2011 Município
LIRAa - OUTUBRO - 2011
IIP MAR 2011 Município
Ca s os confi rma dos 2011
IIP OUT 2011 Município
CASOS 2011
1º
Bocaiúva
11.0
Ituiutaba
7.9
Governador Valadares
6.0
Coronel Fabriciano
4770
2º
Várzea da Palma
10.8
Bom Despacho
7.2
Ipatinga
3.6
Belo Horizonte
4768
3º
Ituiutaba
8.7
Governador Valadares
7.0
Ituiutaba
3.6
Juiz de Fora
4671
4º
Pompéu
7.8
Pirapora
6.7
Paracatu
3.5
Governador Valadares
4292
5º
Ipatinga
7.7
Matozinhos
6.5
Pompéu
3.1
Leopoldina
2619
6º
Januária
7.3
Timóteo
6.3
Bom Despacho
2.7
Sete Lagoas
2213
7º
Governador Valadares
7.2
Brumadinho
5.6
Timóteo
2.4
Uberaba
2097
8º
Montes Claros
7.2
Paracatu
5.3
Alfenas
2.2
Ponte Nova
1503
9º
Pirapora
7.1
Ipatinga
5.0
Arcos
2.1
Teófilo Otoni
1305
10º
Curvelo
6.5
Vazante
4.9
Dores do Indaiá
2.1
Montes Claros
1159
11º
Juiz de Fora
6.4
Juatuba
4.7
Pirapora
1.9
Manhumirim
1116
12º
Paracatu
6.3
Aimorés
4.4
Coronel Fabriciano
1.8
Ubá
1101
13º
Ponte Nova
6.2
Pompéu
4.3
Teófilo Otoni
1.8
Uberlândia
1008
14º
Timóteo
6.2
Sete Lagoas
4.3
Montes Claros
1.7
Ituiutaba
997
15º
Matozinhos
5.5
Araguari
4.2
Sabará
1.7
Varginha
885
16º
São João del Rei
5.2
Ubá
3.9
Juatuba
1.6
Patos de Minas
709
17º
Coronel Fabriciano
5.0
Campo Belo
3.8
Unaí
1.5
Divinópolis
523
18º
Sete Lagoas
4.9
Uberlândia
3.8
Várzea da Palma
1.5
Januária
388
19º
Betim
4.7
Dores do Indaiá
3.7
Igarapé
1.4
Itabira
382
20º
Sabará
4.7
Januária
3.7
Matozinhos
1.4
Pedra Azul
368
21º
Arcos
4.6
São João del Rei
3.7
Uberaba
1.4
Passos
326
22º
Araguari
4.5
Coronel Fabriciano
3.6
Bocaiúva
1.3
Diamantina
277
23º
Divinópolis
4.5
Divinópolis
3.6
Lagoa Santa
1.2
Barbacena
159
24º
Aimorés
4.4
Ribeirão das Neves
3.5
Juiz de Fora
1.1
Unaí
113
25º
Campo Belo
4.4
Uberaba
3.5
Muriaé
1.1
Pouso Alegre
84
26º
Leopoldina
4.2
Varginha
3.5
Ribeirão das Neves
1.1
Alfenas
71
Pirapora
63
São João Del Rei
38
27º
Bom Despacho
4.1
Caratinga
3.4
Uberlândia
1.1
28º
Belo Horizonte
3.8
Itabira
3.3
Carangola
1
29º
Brumadinho
3.8
Juiz de Fora
3.3
Cataguases
1
30º
Formiga
3.8
Ponte Nova
3.3
Guaxupé
1
Parâmetros
menor que 1% - baixo risco
entre 1,0 e 3,9% - médio risco
acima de 3,9% - alto risco
Fonte: CZVFRB/DVA/SE/SVEAST/SES-MG apud SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2013.
O Estado de Minas Gerais atravessa em 2013 um período de alta transmissão de
vírus dengue diferente de todos os já vivenciados até o momento. De 2008 até o dia 03 de
abril de 2013, foram registrados 710.825 casos notificados de dengue (tabela 1), dos quais
415.272 foram confirmados (quadro 2). Por causa desses fatos, é que se realiza o
levantamento rápido do índice por Aedes aegypti, para se ter um parâmetro de onde corre
mais risco de se ter epidemia de dengue.
42
O quadro 3 e quadro 4 são apresentados os 30 primeiro municípios de Minas
Gerais que apresentaram índices de infestação por Aedes aegypti elevados no LIRAa de 2011
e 2012. O motivo de se escolher 30 municípios, é pela viabilidade que esse número oferece,
sendo possível de analisar e que engloba os municípios com os casos registrados desde os
com alto risco de dengue até os municípios com baixo risco de dengue.
No quadro 3 são apresentados os 30 primeiros municípios classificados no LIRAa
do ano de 2011, por ondem decrescente em relação ao risco. Nesta relação nenhum município
apresentou baixo risco de infestação vetorial do Aedes aegypti. No mês de janeiro, 27
municípios ficaram com os índices de infestação predial superiores a 4%, com alto risco de
surto de dengue, destacando principalmente o município de Bocaiúva (11,00%), Várzea da
Palma (10,8%) e Ituiutaba (8,7%), os demais municípios apresentaram índices abaixo de 7,9
%.
No mês de março os índices de infestação vetorial do Aedes aegypti apresentaram
valores mais baixos em relação a janeiro. Mas, neste mês, 15 municípios ainda apresentaram
índices de infestação predial superiores a 4%, destacando-se Ituiutaba que ficou em 1º lugar
com 7,9%, em 2° lugar Bom Despacho com 7,2% e 3º lugar Governador Valadares com 7,0%
de infestação vetorial. Em outubro ocorreu uma queda brusca no número de municípios com
alto risco de infestação, apenas Governador Valadares (6,0%) obteve índice acima de 4% de
infestação vetorial do Aedes aegypti.
A partir da análise do quadro 3 verifica-se que não há uma relação direta entre os
resultados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o
número de casos confirmados em determinada localidade. Por exemplo, o município de Belo
Horizonte que não apresentou alto risco em nenhum dos meses estudados e ficou com o
segundo maior número de confirmados casos de dengue no ano de 2011 (4768 casos). Ao
contrário os municípios de Aimorés, Araguari, Arcos, Bocaiúva, Betim, Brumadinho, Bom
Despacho, Campo Belo, Curvelo, Ipatinga, Juatuba, Matozinhos, Pompéu, Paracatu, Ponte
Nova, Sabará, Timóteo e Várzea da Palma, Vazante, apresentaram alto risco epidemia de
dengue, de acordo com os resultados do LIRAa nos meses de janeiro e março, mas que não
tiveram nenhuma confirmação de caso de dengue.
Existe uma complexidade envolvida na transmissão do vírus da dengue. A
aglomeração de pessoas que crescem sem nenhum tipo de planejamento urbano e com muitos
lixos acumulados proporciona um paraíso tropical para o desenvolvimento do mosquito,
facilitando a transmissão do vírus da dengue.
43
O LIRAa não mede o número de mosquitos infectados pelo vírus da dengue e sim
toda quantidade de mosquitos da espécie Aedes aegypti, sendo assim permite o diagnóstico
rápido da situação entomológica para auxiliar no direcionamento das ações de controle
vetorial e de educação em saúde (BRASIL, 2009d).
Manhumirim, Pedra Azul, Diamantina, Barbacena e Pouso Alegre não
apresentaram índices elevados de infestação no LIRAa de 2011, mas tiveram confirmações
significativas de casos de dengue, principalmente Manhumirim que apresentou 1116 casos
confirmados de dengue (quadro 3). Os municípios de Patos de Minas e Passos obtiveram
muitos casos confirmados de dengue, mas não ficaram entre os 30 munícipios com maior
índice apresentados na tabela. Estes municípios obtiveram índices de médio risco de epidemia
no mês de janeiro e março, e com baixo risco de epidemia em (quadro 3 e dados não
tabelados).
Quadro 4 – Classificação dos municípios por resultados do LIRAa do ano de 2012 no mês de
Janeiro, Março e Outubro e total de casos de dengue confirmados no mesmo ano.
JANEIRO - 2012
Pos i çã o
Município
MARÇO - 2012
IIP JAN 2012 Município
OUTUBRO - 2012
IIP MAR 2012 Município
Ca s os confi rma dos 2012
IIP OUT 2012 Município
CASOS 2012
1º
Ituiutaba
12.0
Ituiutaba
10.4
Governador Valadares
4.8
Coronel Fabriciano
5351
2º
Várzea da Palma
11.8
Sabará
3.6
Timóteo
3.6
Governador Valadares
4286
3º
Bom Despacho
11.4
Paracatu
3.5
Paracatu
2.1
Uberaba
4143
4º
Pirapora
10.4
Campo Belo
3.3
Unaí
2.0
Teófilo Otoni
1813
5º
Matozinhos
10.1
Governador Valadares
3.1
Ipatinga
1.9
Belo Horizonte
1807
6º
Sabará
7.8
Itaúna
3.1
Ituiutaba
1.9
Montes Claros
1764
7º
Governador Valadares
7.7
Itabira
3.0
Teófilo Otoni
1.8
Ubá
1677
8º
Bocaiúva
7.6
Dores do Indaiá
2.7
Pompéu
1.6
Ituiutaba
1506
9º
Januária
7.5
Araguari
2.4
Formiga
1.5
Sete Lagoas
1140
10º
Ipatinga
7.3
Juatuba
2.4
Montes Claros
1.5
Diamantina
1110
11º
Paracatu
7.2
Montes Claros
2.4
Ponte Nova
1.5
Uberlândia
816
12º
Dores do Indaiá
7
Timóteo
2.4
Coronel Fabriciano
1.4
Manhumirim
757
13º
Montes Claros
6.4
Belo Horizonte
2.2
Uberaba
1.4
Divinópolis
722
14º
Campo Belo
6
Coronel Fabriciano
2.2
Alfenas
1.3
Ponte Nova
422
15º
Sete Lagoas
5.8
Nova Serrana
2.2
Juatuba
1.3
Januária
360
16º
Araguari
5.5
Ponte Nova
2.2
Aimorés
1.2
Itabira
165
17º
Ubá
5.4
São João del Rei
2.2
Pirapora
1.2
Patos de Minas
97
18º
Teófilo Otoni
5.3
Bom Despacho
2.0
Vespasiano
1.2
Leopoldina
97
19º
Curvelo
5.2
Ipatinga
2.0
Campo Belo
1.1
Juiz de Fora
88
20º
Timóteo
5.2
Uberlândia
2.0
Juiz de Fora
1.0
Varginha
85
21º
Itaúna
5
Juiz de Fora
1.9
Ribeirão das Neves
1.0
Alfenas
79
22º
Pará de Minas
4.9
Uberaba
1.9
São Francisco
1.0
Pirapora
79
23º
Pedro Leopoldo
4.9
Unaí
1.9
Uberlândia
1.0
Pedra Azul
75
24º
Pompéu
4.9
Ribeirão das Neves
1.8
Bocaiúva
1.0
Unaí
69
25º
Vazante
4.9
Sete Lagoas
1.8
Caratinga
0.9
Barbacena
33
26º
Unaí
4.8
Vespasiano
1.8
Curvelo
0.9
Passos
30
27º
Itabira
4.7
Caratinga
1.7
Januária
0.9
Pouso Alegre
19
28º
Aimorés
4.6
Curvelo
1.7
Além Paraíba
0.8
São João Del Rei
12
29º
Nova Serrana
4.4
Formiga
1.7
Arcos
0.8
30º
Ribeirão das Neves
4.4
Teófilo Otoni
1.7
Bom Despacho
0.8
44
Parâmetros
menor que 1% - baixo risco
entre 1,0 e 3,9% - médio risco
acima de 3,9% - alto risco
Fonte: CZVFRB/DVA/SE/SVEAST/SES-MG apud SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2013.
No quadro 4 o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti
(LIRAa) mostra que, em janeiro de 2012, todos os municípios analisados estavam em
situação de alto risco para dengue, destacando Ituiutaba (12,0%), Várzea da Palma (11,8%) e
Bom Despacho (11,4%). Em março, somente Ituiutaba (10,4%) ficou em situação de alto
risco de dengue, os demais apresentaram médio risco, sendo uma situação de alerta. Já em
outubro, Ituiutaba que apresentou alto risco de infestação por Aedes aegypti nos meses
anteriores, ficou com médio risco neste mês (1,9%). No levantamento realizado em outubro,
Bocaiúva (1,0%), Caratinga (0,9%), Curvelo (0,9%), Janúria (0,9%), Além do Paraíba (08%),
Arcos (0,8%) e Bom Despacho (0,8%), ficaram em situação satisfatória, pois apresentaram
baixo risco de infestação pelo Aedes aegypti.
Coronel Fabriciano em 2011 obteve o maior número de casos confirmados de
dengue, em relação aos demais municípios analisados, com 4770 casos (quadro 3) e em 2012
esse município continuou na mesma classificação e ainda teve o aumento de 581 casos
confirmados de dengue (quadro 4). Governador Valadares apresentou grande índice de
infestação vetorial do Aedes aegypti tanto em 2011, quanto em 2012 e realmente obteve
grande número de casos confirmados de dengue, sendo que em 2011 ficou com 4292 casos
confirmados e em 2012 com 4286 casos confirmados. (quadro 3 e quadro 4). Isso é devido as
condicionantes ambientais e epidemiológica da transmissão no município, no entanto, apenas
a presença do vetor não é suficiente para a ocorrência de casos humanos.
Uberaba obteve 2097 casos confirmados de dengue em 2011, no mesmo período
do ano 2012, apresentou um aumento de 2046 casos confirmados de dengue, foi o município
que mais teve aumento de casos em 2012 em relação ao ano de 2011, pois Belo Horizonte
ficou em primeiro lugar com o aumento de 2961 casos confirmados de dengue. Já Juiz de
Fora foi o município de destaque com a maior redução de casos confirmados de dengue em
2012 em relação a 2011, no qual reduziu 4583 casos confirmados de dengue (quadro 3 e
quadro 4).
Analisando o quadro 3 e 4, verifica-se que os municípios Manhumirim, Pedra
Azul, Diamantina, Barbacena e Pouso Alegre não apresentaram índices elevados nos LIRAa
de 2011 e nem de 2012, mas que tiveram confirmações significativas de casos de dengue.
45
Em outubro de 2012 apenas um município (Governador Valadares) apresentou
índice acima de 4% de infestação por Aedes aegypti. E o Estado de Minas Gerais, em 2013,
esta enfrentando grave epidemia, isso indica que o LIRAa realizado em outubro possui
margens de erros elevadas, pois muitos municípios que tiveram em outubro de 2012, índices
abaixo que 1% de infestação por Aedes aegypti e apresentaram elevado número de casos
notificados em 2013. Como por exemplo, pode-se citar o município de Belo Horizonte, que
em outubro de 2012 apresentou 0,5% de infestação por Aedes aegypti, mas em 2013, até dia
02 de maio, já obteve 72.339 casos notificados (SINAN, 2013). As falhas nos índices do
LIRAa ocorrem, pois esse levantamento é realizado através de estratos, no entanto muitas
casas são excluídas do levantamento. Outro fator que influência na falha nos índices do
LIRAa, são os erros humanos no procedimento do levantamento do Índice de infestação por
Aedes aegypti realizado no domicílio e a falta de realização de analise em homens e
mosquitos infectados e erros humanas.
Quadro 5 – Incidência de casos confirmados nos municípios de Minas Gerais no ano de 2011.
Municípios
Alfenas
Barbacena
Belo Horizonte
Coronel Fabriciano
Diamantina
Divinópolis
Governador Valadares
Itabira
Ituiutaba
Januária
Juiz de Fora
Leopoldina
Manhumirim
Montes Claros
Passos
Patos de Minas
Pedra Azul
Pirapora
Ponte Nova
Pouso Alegre
São João Del Rei
Sete Lagoas
Teófilo Otoni
Ubá
Uberaba
Uberlândia
Unaí
Varginha
Números de casos
População
71
159
4768
4770
277
523
4292
382
997
388
4671
2619
1116
1159
326
709
368
63
1503
84
38
2213
1305
1101
2097
1008
113
885
73.774
126.284
2.375.151
103.694
45.880
213.016
263.689
109.783
97.171
65.463
516.247
51.130
21.382
361.915
106.290
138.710
23.839
53.368
57.390
130.615
84.469
214.152
134.745
101.519
295.988
604.013
77.565
123.081
Incidência (Número de casos a cada 100000
habitantes)
96,24
125,91
200,75
4600,07
603,75
245,52
1627,68
347,96
1026,03
592,70
904,80
5122,24
5219,34
320,24
306,71
511,14
1543,69
118,05
2618,92
64,31
44,99
1033,38
968,50
1084,53
708,47
166,88
145,68
719,04
46
Fonte: IBGE, 2013 e SINAN, 2012.
Em 2011, Manhumirim foi o município com incidência mais elevada de casos de
dengue, registrando 5.219,34 casos a cada 100.000 habitantes (quadro 5). Mesmo
Manhumirim tendo maiores riscos de casos de dengue em 2011, o mesmo não foi realizado o
LIRAa de 2011 e nem de 2012 (quadro 3 e quadro 4). Outros municípios que não realizaram
o LIRAa de 2011 e que tiveram incidência elevada de casos dengue, foram Pedra azul com
1543,69 casos a cada 100.000 habitantes e Diamantina com 603,75 casos a cada 100.000
habitantes (quadro 5). Pouso alegre e Barbacena também não tiveram o LIRAa de 2011
(quadro 3), mas obtiveram incidência de dengue baixa, sendo Pouso alegre com 64,31 casos a
cada 100.000 habitantes e Barbacena com 125,91 casos a cada 100.000 habitantes (quadro 5).
Leopoldina no ano de 2011 foi o segundo município que apresentou incidência
elevada de casos de dengue a cada 100.000 habitantes, seguidos de Coronel Fabriciano, Ponte
Nova e Governador Valadares (quadro 5).
Coronel Fabriciano que possui uma população de 103.694 habitantes, foi o
município que apresentou maior número de casos confirmados por dengue no ano de 2011 e
2012 (quadro 3 e quadro 4) e logo obteve uma incidência elevada de 4600,07 casos a cada
100.000 habitantes em 2011 e 5160,38 casos a cada 100.000 habitantes em 2012 (quadro 5 e
quadro 6).
Manhumirim ficou em primeiro lugar em relação aos municípios que
apresentaram incidência elevada de casos a cada 100.000 habitantes, mesmo sendo um
município pequeno, com 21.382 habitantes.
47
Quadro 6 – Incidência de casos confirmados nos municípios de Minas Gerais no ano de 2012.
Municípios
Números de casos
População
Incidência (Número de casos a cada
100000 habitantes)
Alfenas
Barbacena
Belo Horizonte
Coronel Fabriciano
Diamantina
Divinópolis
Governador Valadares
Itabira
Ituiutaba
Januária
Juiz de Fora
Leopoldina
Manhumirim
Montes Claros
Passos
Patos de Minas
Pedra Azul
Pirapora
Ponte Nova
Pouso Alegre
São João Del Rei
Sete Lagoas
Teófilo Otoni
Ubá
Uberaba
Uberlândia
Unaí
Varginha
79
33
1807
5351
1110
722
4286
165
1506
360
88
97
757
1764
30
97
75
79
422
19
12
1140
1813
1677
4143
816
69
85
73.774
126.284
2.375.151
103.694
45.880
213.016
263.689
109.783
97.171
65.463
516.247
51.130
21.382
361.915
106.290
138.710
23.839
53.368
57.390
130.615
84.469
214.152
134.745
101.519
295.988
604.013
77.565
123.081
107,08
26,13
76,08
5160,38
2419,35
338,94
1625,40
150,30
1549,85
549,93
17,05
189,71
3540,36
487,41
28,22
69,93
314,61
148,03
735,32
14,55
14,21
532,33
1345,50
1651,91
1399,72
135,10
88,96
69,06
Fonte: IBGE, 2013 e SINAN, 2012.
Em 2012, Manhumirim não foi o município que teve incidência mais elevada de
dengue (quadro 5), o mesmo ficou em segundo lugar com 3540,36 casos a cada 100.000
habitantes, mesmo contendo a menos população em vista dos demais municípios estudados
(quadro 6). Já o município de Coronel Fabriciano ficou em primeiro lugar, com 5160,38 de
incidência de dengue por número de casos a cada 100.000 habitantes (quadro 6).
O município de Belo Horizonte apresentou no ano de 2011 e 2012, elevados
números de casos confirmados de dengue (quadro 3 e quadro 4), mas por possuir uma
população grande com 2.375.151 habitantes, a sua incidência de dengue foi baixa tanto em
2011, com 200,75 casos a cada 100.000 habitantes (quadro 5), quanto 2012, com 76,08 casos
a cada 100.000 habitantes (quadro 6).
48
São João Del Rei é o município que apresenta incidência baixa de dengue, mesmo
possuindo uma população com 84.469 habitantes. Já Diamantina obteve incidência de
2405,14 casos de dengue a cada 100.000 habitantes a mais que São João Del Rei, mesmo
possuindo uma população de 38.589 a menos que São João Del Rei (quadro 6).
Uberlândia é o segundo município com mais população, contendo 604.013
habitantes, mesmo assim possui 135,10 de incidência por dengue, que é considerada baixa em
relação ao munícipio de Manhumirim que apresenta a menor população e com 3540,36 de
incidência por dengue.
Governador Valadares no ano de 2011 e 2012 apresentou elevados índices de
infestação por Aedes aegypti, até mesmo no mês de outubro, sendo o único município neste
mês a apresentar índice alto (quadro 3 e quadro 4). Mesmo assim Governador Valadares não
foi o que mais obteve incidência no ano de 2011 e nem no ano 2012 (quadro 5 e quadro 6).
Os municípios de Alfenas, Coronel Fabriciano, Diamantina, Divinópolis,
Governador Valadares, Ituiutaba, Januária, Leopoldina, Montes Claros, Pirapora, Teófilo
Otoni, Ubá e Uberaba apresentaram um aumento na incidência de casos de dengue a cada
100.000 habitantes no ano de 2012, em relação ao ano de 2011. Mas o que mais se destacou
foi Leopoldina que obteve no ano de 2012 um aumento de quase 2700,04% na incidência de
casos de dengue a cada 100.000 habitantes, em relação ao ano de 2011 (quadro 5 e quadro 6).
Outro município que se destacou foi Diamantina, também obteve no ano de 2012 um aumento
significativa de 400,72% na incidência de casos de dengue a cada 100.000 habitantes, em
relação ao ano de 2011 (quadro 5 e quadro 6).
Os municípios de Barbacena, Belo Horizonte, Itabira, Juiz de Fora, Manhumirim,
Passos, Patos de Minas, Pedra Azul, Ponte Nova, Pouso Alegre, São João Del Rei, Sete
Lagoas, Uberlândia, Unaí e Varginha apresentaram uma queda na incidência de casos de
dengue a cada 100.000 habitantes no ano de 2012, em relação ao ano de 2011. Destacando o
município de Pedra Azul, que obteve no ano de 2012 uma queda de 490,66% na incidência de
casos de dengue a cada 100.000 habitantes, em relação ao ano de 2011 (quadro 5 e quadro 6).
É importante trabalhar com números brutos, ou seja, um valor quantitativo
referente a um fato ou circunstância que não sofreram nenhum tipo de tratamento estatístico, o
que implica na interpretação, por parte do usuário e do técnico da saúde (BRASIL, 2005).
Trabalhar com dados brutos faz com que se tem uma visão ampla das incidências de casos de
todos os municípios. Os dados de incidência são de suma importância para o Governo, assim
o mesmo poderá liberar com cautela os serviços de tratamento e controle da doença para cada
área. É importante trabalhar também com os números relativos, para se comparar melhor a
49
situação epidemiológica dos municípios. Os dados de incidência e outros indicadores
epidemiológicos como a letalidade são importantes para se conhecer a realidade
epidemiológica dos municípios, como discutido acima.
Mapa 1 – Municípios com alta e média transmissão de dengue, Minas Gerais, 2013.
Nota:
Alta transmissão: Incidência acima de 300 casos/100.000habitantes; Média transmissão: Incidência entre 100 e
300 casos/100.000 habitantes (dados avaliados até o dia 03/04 de 2013).
Fonte: SECRETÁRIA DE ESTADO DA SAÚDE, 2013.
O mapa 1, ilustra a classificação dos municípios de Minas Gerais quanto ao risco
de transmissibilidade de dengue no seu território no ano de 2013, sendo os municípios
coloridos em vermelho considerados de alto risco; em amarelo, médio risco; e em branco,
municípios que não possuem o vetor e, portanto, têm risco muito baixo ou nulo para
transmissão de dengue. Os municípios que estão de vermelho e amarelo (alto e médio risco)
são considerados prioritários para o controle da dengue no estado perante o Programa
Nacional de Controle da Dengue – PNCD (Resolução SES/MG 1040, de 7 de novembro de
2006 apud MAFRA; FRANCISCO, 2009, p. 20).
Mesmo que no LIRAa de outubro de 2012 apresentou baixos índices de infestação
vetorial do Aedes aegypti, em 2013 ocorreu uma grave epidemia, isso é devido a reintrodução
do vírus 4 da dengue em Minas Gerais que fez com que aumentasse o número de casos de
50
dengue confirmados, pois a população mineira não possui imunidade contra esse vírus. O
mapa 1 mostra a incidência de casos de dengue ocorrido em 2013 até 03 de abril. A taxa de
incidência permite ver a exposição de uma população à doença, no entanto verifica-se que a
maior incidência de transmissão esta na região do triangulo mineiro e norte de Minas. Ao
contrário, a região do Sul de Minas praticamente não apresenta incidências de transmissão
vetorial. Já na região do alto da Paranaíba, apresenta média transmissão e na região central
apresenta alta e média transmissão vetorial do Aedes aegypti.
51
7 CONCLUSÃO
•
Minas Gerais, diante dos resultados apresentados, é um Estado endêmico para dengue,
que apresenta número expressivo de casos de dengue e letalidade crescente,
principalmente em período de epidemias, como por exemplo, no ano de 2010 o
percentual foi de 0,051% de letalidade e no ano de 2013, até 03 de abril, chegou a
0,086% de letalidade por dengue, isso mostra a magnitude da epidemia que está
ocorrendo.
•
A população deve ficar em alerta para os períodos de epidemias, pois nesses períodos
aumenta os casos graves e consequentemente aumenta o erro no diagnóstico e
tratamento correto. Esses erros levam ao óbito de muitos mineiros. Alerta-se também,
quanto o uso da medicação correta, pois muitos medicamentos inibem a agregação
plaquetária levando a febre hemorrágica da dengue. Mas mesmo os medicamentos
indicados para o tratamento dos sintomas da doença, como o paracetamol e a dipirona
devem ser utilizados com cautela, pois até eles em doses incorretas podem aumentar o
grau de complicações da dengue.
•
O Governo e a população não devem agir somente nos meses que ocorrem aumento
acentuado da doença, como nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, pois no
período de julho a novembro, considerado período silencioso da dengue, também
ocorrem casos notificados. No entanto as ações de controle da dengue não podem
parar em nenhuma parte do ano, até que ocorra o controle completo do vetor.
•
As notificações tendem a ocorrer em mais volumes em períodos de epidemias, devido
à falta ou erro no diagnóstico/exame especifico de dengue. Ressaltando que os
números de casos notificados não são de acordo com o total de números casos de
pacientes que realmente teve essa doença.
•
O LIRAa é o mapeamento rápido dos índices de infestação por todas as espécies do
mosquito Aedes aegypti, sendo eles infectado ou não, no entanto não existe uma
relação direta entre os resultados do LIRAa e dos números confirmados de dengue. O
LIRAa tem se mostrado importante ferramenta para o Governo, pois serve para alertar
de onde tem mais possibilidade de se ter epidemia de dengue.
•
O LIRAa possui margens de erro elevado, principalmente em outubro.
•
Minas Gerais no ano de 2013 passa por um crescimento assustador de transmissão de
vírus de dengue, diferente de todos os anos vivenciados.
52
•
Em muitos municípios não se realiza o LIRAa, sendo que a maioria possui elevada
incidência de casos de dengue.
•
O Governo trabalha com dados brutos para poder ter uma visão ampla das incidências
de casos de todos os municípios.
•
A falta de consciência da população, a falta de investimento eficaz na eliminação do
vetor e a reintrodução do vírus 4 da dengue em Minas ajudou com o que aumentasse o
número de casos de dengue no ano de 2013.
•
Urge a necessidade de o Governo explicar e manter a população informada sobre
todos os dados da dengue, principalmente os dados de notificações da planilha
simplificada, pois é um dado de suma importância, onde o Governo visualiza com
mais agilidade as epidemias e os dados do LIRAa para a visualizar onde tem mais
incidência do vetor .
•
A partir de todas as constatações, conclui-se que a dengue é um grave problema de
saúde pública em Minas Gerais e as ações de controle do Aedes aegypti não são
satisfatórias para o controle do mesmo, uma vez que o número de casos confirmados
de dengue vem ocorrendo de forma assustadora, principalmente no ano de 2013. E que
a população não se conscientizou que tem o dever de ajudar o Governo na eliminação
do dengue, sendo que o maior índice de focos do vetor esta nos depósitos domiciliar
(63,6%).
•
Conclui-se que é necessário um investimento financeiro do Governo de Minas Gerais
em pesquisas e equipamentos, a fim de estabelecer um plano de controle eficiente do
dengue. E uma organização fiscalizada dos dados referente à dengue, para que
ocorram menos desvios de informações.
53
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