INDUTIVO E DEDUTIVO - Universidade Federal do Pará

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO
A ESCOLA E A CIDADE: POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS
SANDRA DE JESUS DA SILVA PEREIRA
PERSPECTIVA INDUTIVA E DEDUTIVA : EVIDENCIANDO
NOVO ESTADO EMERGENTE DE ACORDO COM BRESSER
PEREIRA
Belém-Pá
2015
SANDRA DE JESUS DA SILVA PEREIRA
PERSPECTIVA INDUTIVA E DEDUTIVA : EVIDENCIANDO
NOVO ESTADO EMERGENTE DE ACORDO COM BRESSER
PEREIRA
Trabalho apresentado ao Curso de Aperfeiçoamento da
Ufpa - Universidade Federal do Pará, para a disciplina:
Estado e Políticas Públicas.
Orientador: Professor Carlos Siqueira
Belém-Pá
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO..............................................................................................5
3 CONCLUSÃO...........................................................................................................6
4 REFERÊNCIAS.........................................................................................................7
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INTRODUÇÃO
Diante de uma sociedade cada vez mais individualista e alheia aos
problemas sociais, Bresser Pereira sugere que a sociedade tem avançado para o
que chama de capitalismo dos técnicos, isto é, um estágio avançado do capitalismo
no qual não mais a figura do burguês, dono dos meios de produção, mas a do
técnico, detentor do conhecimento, passa a ser central no modo de produção. Assim,
segundo esse autor, a propriedade do capital se tornou menos estratégica que a
propriedade do conhecimento. Como evidência e conseqüência desse novo modelo
de capitalismo o autor aponta para o surgimento de uma “nova” classe social, a qual
atribui os nomes de classe média profissional ou tecnoburocracia. Essa “nova”
classe média, então passaria a dividir renda e riqueza com a classe capitalista
tradicional competindo, portanto, por influência e poder. O autor ainda sugere que o
capitalismo dos técnicos não só é mais eficiente que o modelo anterior, como
também mais coerente com o regime democrático por permitir uma distribuição de
renda mais igualitária, uma vez que o conhecimento é mais acessível às classes
menos favorecidas do que o capital. Desta forma, a possibilidade de mobilidade
social aumentaria, bem como a igualdade de oportunidades entre as classes. São
identificadas, assim, duas leituras acerca do atual momento do capitalismo. A
primeiro diz respeito à emergência de uma nova classe social e a outra,
conseqüência da primeira, aponta para a mudança no modo de produção e a
condução para uma sociedade mais democrática.
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DESENVOLVIMENTO
O conhecimento como forma de domínio técnico não é novidade dentro do
sistema capitalista de produção, uma vez que seu uso para reprodução da estrutura
social já fora reconhecido por Marx no final do século XIX.
A possibilidade de
surgimento e de conquistas de uma “nova” classe social no espaço no qual
anteriormente só se configurava uma classe social dominante, estabelece-se através
de um longo processo de conflito e cooperação entre as duas classes sociais.
Entretanto, se verificarmos o retrospecto da ascensão deste grupo tecnoburocrata,
percebemos que tais pontos de conflito entre esses e a classe economicamente
hegemônica só existem enquanto incômodo temporário à classe burguesa e mesmo
à classe trabalhadora, da qual os tecnoburocratas têm origem concreta. O domínio
do conhecimento não alterou a balança de forças entre capital e trabalho ou mesmo
inseriu nova dimensão às lutas de classes. A grande diferença deste modelo de
capitalismo, do qual fazem parte os tecnoburocratas é com relação ao poder
ideológico propagado pelo processo educacional burguês ao longo dos anos .
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CONCLUSÃO
Conforme o que foi exposto , é possível entender que, num país extenso e
rico em diversidade étnica, racial e cultural como o Brasil, é um grande desafio
implementar políticas públicas , pois neste contexto existe uma verdade sobre as
relações econômicas, mas que ela é complexa, e pode ser vista sob vários ângulos.
A comprovação dos modelos ou teorias econômicas depende do teste empírico a
que sejam submetidos, da sua capacidade de previsão prática, da efetividade das
políticas econômica que neles se baseiam, e do grau de consenso que sobre eles se
forma. Para desenvolver modelos, não existe apenas um método básico mas dois: o
método hipotético-dedutivo, que foi efetivo em desenvolver os modelos de equilíbrio
microeconômico, mas é perigoso quando quer se estender para outras áreas, e o
método do fato novo. Este método tem sido aplicado com êxito na solução dos
problemas macroeconômicos e da teoria do desenvolvimento. O primeiro método
está baseado no individualismo metodológico, o segundo em uma perspectiva
holista segundo a qual o todo não é a simples soma das partes. Todavia, como é
possível e necessário combinar a indução e a dedução, é possível combinar a
perspectiva histórica compreensiva com a busca dos mecanismos sociais racionais
explicativos.
Assim, através desses métodos surgi esta “nova” classe social com base no
conhecimento, apenas reproduzindo de maneira mais eficaz a classe social
dominante, ou seja, a própria classe capitalista burguesa, que se utiliza deste
conhecimento não para transformar a realidade social, mas diminuir a desigualdade
e consolidar a democracia, para manter o status e a estrutura social. Perpetuando
as relações de dominação ainda que menos perceptíveis e regulando, dessa forma a
esfera social. O referencial marxista é, portanto, de fundamental importância para
que não se percam as relações de classe no momento atual do desenvolvimento
capitalista, evitando argumentações fatalistas que pregam o fim do domínio burguês
e das lutas de classes, pregando a emergência de uma “nova” classe social e de um
modo de produção mais igualitário.
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REFERÊNCIAS
Bresser-Pereira, Luiz Carlos (1996) “A Inflação Decifrada”, Revista de Economia
Política, 16(4) outubro 1996: 20-35.
Bresser-Pereira, Luiz Carlos, Estado, aparelho do Estado e sociedade civil,
Brasília:ENAP, 1995
BRESSER-PEREIRA, Luis Carlos. Capitalismo dos Técnicos e Democracia. Revista
Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo: Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Ciências Sociais. v. 20, nº 59, p. 133-148, out. 2005.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política Livro 1 vol. 1. Rio de Janeiro: Ed.
Civilização Brasileira, 1999.
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