1 Vacina contra H1N1 pode dar falso positivo em teste de triagem

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Centro Brasileiro de Estudos em Medicina de Evidências
Ano V
2010
Vacina contra H1N1 pode dar falso positivo em
teste de triagem para HIV
Castro, Fernando P.*; Ferro, Edson R.*; Silva, Bruno D.¹; Airão, Alice Désirée O.¹
O Brasil é referência mundial em ações
públicas para pacientes com HIV/AIDS. Os
mecanismos de triagem e de diagnóstico
seguem rotinas determinadas pelo
Ministério da Saúde e o fato de ter-se
descoberto este falso resultado positivo
para o vírus HIV em Indivíduos vacinados
contra o vírus H1N1 além de não
representar qualquer valor clínico, não
apresenta qualquer risco para a saúde
daqueles que se submeteram à vacinação.
Isso tem sido informado à população
através dos veículos de comunicação,
inclusive com declarações do próprio
Ministro da Saúde, o Dr. José Gomes
Temporão.
Assim, médicos, paramédicos, agentes de
saúde e os demais agentes sociais que
porventura estejam relacionados à
interpretação aos resultados dos exames
de triagem do vírus HIV em um Indivíduo
vacinado ou não contra o vírus H1N1
devem ter cautela na interpretação dos
dados e seguir as rotinas preconizadas
pelas autoridades sanitárias do País.
Qualquer resultado positivo obtido através
do teste de triagem (ELISA) para a detecção
de anticorpos contra o vírus HIV deve ser
exposto à contraprova através do método
Western Blot que é considerado um teste
de confirmação específica. O Western Blot
é o exame de laboratório realizado no
sangue do Indivíduo utilizado tanto para se
descartar um resultado falso-positivo
quanto para se confirmar a positividade
para presença de anticorpos contra o vírus
HIV, quando o teste de triagem (ELISA) é
positivo.
Visando entender um pouco mais
detalhadamente esta possibilidade de um
falso resultado nos testes de triagem, com
vistas a se esclarecer se o assunto poderia
assumir alguma importância em termos
voltados à prática do seguro privado, a
Sociedade Brasileira de Medicina do
Seguro convidou duas Especialistas a
opinar sobre o fato.
“Primeiramente precisamos lembrar que
qualquer teste diagnóstico é passível de
oferecer um resultado falso positivo, e este
fato é algo do pleno conhecimento da
classe médica” – “O médico sabe que os
exames que tem a conotação de triagem
devem ser interpretados de forma não
isolada” – “O teste mencionado como
Artigo: Centro Brasileiro de Estudos em Medicina de Evidências
E
sta foi a notícia publicada pela
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) ao emitir nota à
população informando que a vacina contra
H1N1 está associada à possibilidade de
ocorrência de resultados falso positivos nos
exames de triagem para detecção de
anticorpos contra o vírus HIV. Esse
resultado pode ocorrer nos testes
realizados até 112 dias após a vacinação e,
segundo a agência, isso ocorre porque “a
vacina contra a gripe A aumenta os níveis
de IgM, anticorpo da primo-infecção, que
foi criado contra o vírus H1N1 no momento
da imunização”.
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Centro Brasileiro de Estudos em Medicina de Evidências
É muito importante que as pessoas tenham
cautela na interpretação de tais
informações, entretanto, se não houver a
devida orientação ao paciente, tal
resultado poderá gerar sofrimento
emocional, que acabará se estendendo à
família,
gerando
constrangimento,
totalmente descabido e totalmente
desnecessário.
“A partir do momento que se saiba que
existe um anticorpo que está interagindo
com o teste de triagem (ELISA),
ocasionando falso positivo, o médico tem
obrigação de solicitar os exames que
possam certificar a positividade ou
descartar a falsa hipótese” diz a
Especialista em Imunologia Clínica, a Dra.
Claudia
Regina
Duarte
Risselin³,
pesquisadora clínica do CEBEME e médica
do Hospital Rothschild, na França.
A doutora Cláudia Risselin³ ressalta ainda o
benefício de se esperar por mais alguns
dias para então se fazer os exames de
triagem em certos pacientes. “Seria melhor
fazer o teste ELISA para diagnóstico de
infecção pelo HIV, em pacientes
imunizados contra o vírus H1N1, somente a
partir do quarto mês de vacinação, haja
vista a interferência do anticorpo IgM
(contra H1N1) gerar a possibilidade do
falso positivo, em média, durante os
primeiros 112 dias que sucedem a
imunização. Após esse prazo o risco se
dissipa, até mesmo pelo fato da duração
do IgM ser efêmera.
As conclusões a que se chega são de que o
fato decorre de um mecanismo comum a
outras condições dessa natureza médica e
que, de nada importa no tocante às
condições clínicas do Individuo imunizado
contra o vírus H1N1, entretanto se nos
reportarmos às rotinas médicas inerentes à
administração dos seguros de pessoas, fazse de fundamental importância alertar que,
o assunto somente seja exclusivamente
interpretado por profissional médico
atuante no mercado de seguros e que, a
Nota Técnica 128/2010 ULAB/D-DST-AIDSHV/SVS/MS aprovada em 6 de maio de
2010 que discorre sobre orientações para
os serviços que realizam testes sorológicos
para detecção de anticorpos para HIV-1,
assim como a Portaria 151 SVS, de 14 de
outubro de 2009 que discorre sobre o
diagnóstico da infecção pelo HIV em
indivíduos acima de 18 meses de idade
sejam amplamente conhecidas e suas
devidas
e
respectivas
aplicações
consideradas.
A direção científica da SBMS – Sociedade Brasileira
de Medicina do Seguro informou que encaminhará
ao conhecimento do mercado segurador, nota
técnica que será endereçada ao uso exclusivo dos
profissionais médicos, orientando sobre a questão e
suas aplicações no âmbito do seguro de pessoas.
Ratifica-se diante de todo esse cenário, a extrema
importância de todos os Profissionais de saúde
seguirem o protocolo de diagnóstico de infecção
pelo HIV, publicado pelo Ministério da Saúde, pois
nele estão bastante documentadas as necessidades
relativas às etapas de triagem, dos testes
confirmatórios, assim como as orientações para
cada resultado que se venha a obter.
Artigo: Centro Brasileiro de Estudos em Medicina de Evidências
apresentando um resultado falso positivo
(sorologia para o HIV) é um exame que faz
parte de um protocolo médicos que inclui
outros exames que, uma vez testados,
levarão à conclusão do médico para o
diagnóstico de certeza”, diz a Especialista
em infectologia, a Drª Sônia Maris Oliveira
Zagne², professora de clínica médica da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense (UFF) e coordenadora
do Programa Prevenir da UNIMED do Leste
Fluminense.
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Ano V
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Comentários
Artigo CEBEME 001/010 – Ano V
Artigo elaborado para divulgar assunto médico de
interesse da população em geral e voltado à pratica
da medicina aplicada ao seguro de pessoas
* Dr. Fernando Pereira de Castro & Dr. Edson
Ribeiro Ferro – Diretores Médico e Técnico do
CEBEME
1 Bruno Duarte Silva – Formando em Medicina na
UFRJ & Alice Désirée de Oliveira Airão – Estudante
de Comunicação Social na Cândido Mendes –
Estagiários em Pesquisa Clínica e
Comunicação(assessoria de imprensa e publicação)
do CEBEME
Contatos com os Autores através do e-mail
[email protected]
2 Dra. Sônia Maris de Oliveira Zagne – contatos
através do e-mail [email protected]
Detalhes sobre a nota técnica mencionada neste
artigo - verificar no site da Sociedade Brasileira de
Medicina de Seguro – www.sbms.com.br
Artigo: Centro Brasileiro de Estudos em Medicina de Evidências
3 Dra. Claudia Regina Duarte Risselin – contatos
através do e-mail [email protected]
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