03_tca_ácido indolbutírico_propagação jabuticabeira

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Efeito do ácido indolbutírico e de substratos na propagação de estacas e
sementes de jabuticabeira1
Fernanda Raquel Sartor2, Nilvane Teresinha Ghellar Müller3 e Ailton Melo de Moraes4
1
Recebido para publicação em 29/08/2010
Bióloga, Mestranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, PB ([email protected])
3
Bióloga, Dra. em Ciências/Produção Vegetal, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus Santo Ângelo,
RS ([email protected])
4
Biólogo, Dr., Pesquisador da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba – Emepa, João Pessoa, PB
([email protected])
2
Resumo - Objetivou-se avaliar a propagação da jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) por estacas, a influência da idade
fisiológica de sementes na germinação e o efeito do ácido indolbutírico (AIB) nesta planta frutífera. Foram realizados dois
experimentos. O experimento 1 foi realizado em blocos casualizados com esquema fatorial 7 x 2 x 2, envolvendo sete
substratos (solo argiloso, areia, vermiculita, solo argiloso x areia, solo argiloso x vermiculita, areia x vermiculita, solo
argiloso x areia x vermiculita), duas porções da estaca (apical e mediana) e duas concentrações de AIB (0,0 e 0,2 mg L-1),
com quatro repetições. Foram utilizadas estacas de 10 cm com quatro folhas nas porções apicais e medianas. Avaliou-se a
emissão de novas gemas e formação de raízes. O experimento 2 foi realizado em blocos casualizados com esquema fatorial
7x3, envolvendo sete substratos e três idades fisiológicas, com quatro repetições. Avaliaram-se a germinação, o crescimento
da plântula e a emissão de folhas. Com base nos resultados obtidos concluiu-se que para formação de mudas de jabuticabeira
por meio de estaquia, o substrato indicado deve conter vermiculita. O AIB não foi efetivo no enraizamento de estacas de
jabuticabeira. A mistura de substratos, o estádio de maturação das sementes e o processo germinativo são diretamente
proporcionais.
Palavras-chave: Myrciaria cauliflora, germinação, reguladores de crescimento, vermiculita
Effect of indolbutiric acid and of substrates on the cuttings and seeds
propagation of jabuticaba tree
Abstract – This work aimed to evaluate the propagation of cuttings of jabuticaba tree (Myrciaria cauliflora), the influence of
physiological age of seeds in the germination and the effect of indolbutiric acid (IBA) in this fruitful plant. Two experiments
were carried out. The experiment 1 was carried out in randomized blocks with a factorial 7 x 2 x 2, involving seven substrates
(argillaceous soil, sand, vermiculite, argillaceous soil x sand, argillaceous soil x vermiculite, sand x vermiculite and
argillaceous soil x sand x vermiculite), two portions of cuttings (apical and median) and two concentrations of IBA (0.0 e
0.2 mg L-1) with four replicates. Cuttings of 10 cm containing four leaves on the apical and middle portions were used. The
experiment 2 was carried out in randomized blocks with a factorial 7 x 3, involving seven substrates and three physiological
ages, with four replicates. Germination, seedling growth and the leaf emergence were evaluated. Based in the results
obtained it was concluded that for formation of jabuticaba tree seedling through stem cutting, the indicated substrate should
contain vermiculite. The IBA was not effective in the rooting of jabuticaba tree cuttings. The mixture of substrates, the stage
of seed maturation and the germinal process are directly proportional.
Keywords: Myrciaria cauliflora, germination, growth regulators, vermiculite
Introdução
A jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) é uma planta
frutífera nativa do Brasil, que possui copa variada e porte
médio a grande, com hábito de frutificação nos ramos e
tronco, floresce mais de uma vez ao ano e possui frutos
pequenos, com epicarpo fino e maturação precoce
(Andersen, 1988).
O método ideal de propagação para a maioria das plantas
frutíferas é o vegetativo. As plantas também podem ser
propagadas por meio de sementes, mas, na maioria das
vezes, é um método desvantajoso, sendo indicado seu uso
como meio de propagação somente quando o vegetativo não
for possível (Donádio, 2000).
De acordo com Tofanelli et al. (2002), a propagação
assexuada por estaquia é amplamente utilizada para
multiplicação de vegetais, como para algumas espécies
florestais e frutíferas. Por outro lado, várias espécies
demonstram dificuldade em formar raízes adventícias em
estacas. Esta característica é um dos principais fatores
limitantes na utilização de estacas para a produção de mudas.
Apesar da dificuldade de enraizamento, Donádio (2000)
salienta que a propagação vegetativa é uma boa forma de
obtenção de mudas para a jabuticabeira, pois além de manter
as características da planta mãe, possibilita a antecipação da
produção. Enquanto isto, a multiplicação de espécies
florestais via sementes e propágulo juvenil de plantas adultas
é fundamental para garantir um longo período juvenil,
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.4, n.3, p.11-15, set. 2010
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durante o qual se observa o maior índice de crescimento da
planta (Teixeira, 2003). O uso de sementes justifica-se,
também, no processo de obtenção de porta-enxerto, no
melhoramento genético e na manutenção da variabilidade
(Manica, 2000).
Para se obter sementes de qualidade, um dos aspectos que
deve ser considerado é o momento da coleta. O período
adequado pode ser encontrado quando é acompanhado o
desenvolvimento do fruto e/ou semente, por meio de
características físicas e fisiológicas (Carvalho, 2000).
Diversos trabalhos desenvolvidos com maturação de
sementes, de várias espécies, dizem que o ponto de indicação
mais seguro de que as sementes atingiram a maturidade
fisiológica é quando elas apresentaram o máximo de matéria
seca (Dias, 2001).
O substrato é um fator muito importante para haver
sucesso no enraizamento. Ele fornece água e um ambiente
gasoso para o desenvolvimento do sistema radicular, contém
materiais orgânicos e uma mistura de partículas de diferentes
tamanhos que são divididas em classes texturais de acordo
com a proporção dessas partículas. Aproximadamente 50%
do volume total do solo são formados por espaços porosos,
os quais são preenchidos por proporções variadas de ar e
água, dependendo das condições (Raven, 1996). Entende-se
por substrato, o material que é usado para servir de base no
desenvolvimento de uma planta até a sua transferência para o
viveiro ou para a área de produção, além de ser o suporte
físico é muitas vezes também fornecedor de nutrientes para a
muda em formação (Pasqual, 2001).
As informações existentes sobre germinação de sementes
e formação de mudas de jabuticabeira são escassas. O
propósito deste trabalho foi avaliar a propagação vegetativa
da jabuticabeira por meio de estacas, a influência da idade
fisiológica das sementes na germinação in vivo, o efeito do
AIB e substratos nesta planta frutífera.
Material e Métodos
O experimento foi estabelecido e conduzido em um
terreno na zona urbana de Três de Maio, RS (27º 64'24” S e
54º12'24” W.Gr.), estando a uma altitude de 343 metros, cujo
clima é considerado temperado, com temperaturas variando
de 20 a 35 ºC no verão e de 0 a 15 ºC no inverno.
A pesquisa foi realizada em dois experimentos: o
primeiro com estacas e o segundo com sementes. Para os
experimentos foi utilizada uma planta matriz de
jabuticabeira oriunda de reprodução sexuada via sementes,
com aproximadamente 12 anos de idade. Desta planta foram
retirados os ramos para obtenção de estacas e os frutos para o
uso das sementes.
O experimento 1 foi conduzido em um delineamento
experimental de blocos ao acaso, com esquema fatorial 7 x 2
x 2, envolvendo sete substratos (solo argiloso, areia,
vermiculita, solo argiloso x areia, solo argiloso x
vermiculita, areia x vermiculita, solo argiloso x areia x
vermiculita), duas porções da estaca (apical e mediana) e
12
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duas concentrações de hormônio AIB (0,0 e 0,2 mg L-1), com
quatro repetições. Foram utilizadas estacas de 10 cm,
contendo quatro folhas nas porções apical e mediana. As
estacas foram cultivadas sob sombrite de 50%.
As avaliações deste experimento foram realizadas aos
135 dias após o plantio, considerando-se as variáveis:
emissão de novas gemas e estacas enraizadas.
O experimento 2 foi conduzido em um delineamento de
blocos ao acaso, com esquema fatorial 7 x 3, envolvendo sete
substratos (solo argiloso, areia, vermiculita, solo argiloso x
areia, solo argiloso x vermiculita, areia x vermiculita, solo
argiloso x areia x vermiculita) e três idades fisiológicas das
sementes: estádio 1 - fruto firme e parcialmente maduro;
estádio 2 - fruto firme e maduro; estádio 3 - fruto coletados
do solo e sem firmeza), com quatro repetições.
Foram coletados frutos da planta de jabuticabeira, para
extração das sementes, nos três estádios de maturação
estudados. A casca do fruto foi rompida com bisturi para a
retirada das sementes aderidas a polpa, as quais foram
lavadas, secadas à sombra e selecionadas (maior tamanho) e,
posteriormente, semeadas em diferentes substratos. As
sementes foram cultivadas sob sombrite de 50%.
As avaliações deste experimento foram realizadas aos
120 dias após o plantio, considerando as sementes
germinadas, tamanho do caulículo e número de folhas.
Os dados de ambos os experimentos foram submetidos à
análise de variância, utilizando-se o teste F para comparação
dos quadrados médios dos fatores avaliados, e a comparação
de médias pelo teste de Duncan a 5%. Nas análises utilizouse o software SANEST (Zonta & Machado, 1984).
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos neste trabalho foram provenientes
de dois experimentos, o primeiro com estacas objetivando a
emissão de novas gemas e o segundo com sementes para
verificar a emissão de folhas e a altura de plântulas da
jabuticabeira (Myrciaria cauliflora).
No primeiro experimento, de acordo com o teste F da
análise de variância, o fator substrato teve influência
significativa sobre a emissão de gemas. Foi também
detectada interação entre substrato e concentração de AIB,
indicando que estes fatores atuaram dependentemente um do
outro sobre esta variável.
Dentre os substratos testados o vermiculita proporcionou
maior emissão de gemas em relação aos demais, porém não
diferindo significativamente dos substratos areia e solo
argiloso utilizados separadamente e misturados na
proporção 1:1 (Figura 1). Constata-se, ainda, que quando o
solo argiloso mais areia foi utilizado junto com a vermiculita
(1:1:1) houve uma diminuição no número de gemas. Embora
o vermiculita seguido da areia e o solo argiloso
separadamente tenham apresentados bons resultados nas
gemas de jabuticabeira, quando usado tanto solo argiloso
quanto areia juntamente com vermiculita proporcionaram
resultados insatisfatórios.
Emissão de gemas
2,5
2,4
2,3
2,2
2,1
2,0
1,9
1,8
ab
ab
a
ab
bc
c
SA
A
V
SA+A
SA+V
c
A+V SA+A+V
Substratos
SA - Solo argiloso, A - Areia, V - Vermiculita
Figura 1. Médias para emissão de gemas de jabuticabeira em
função dos substratos avaliados.
(Na horizontal, médias seguidas de letras iguais não diferem
significativamente, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade).
A porção apical da estaca quando cultivada na mistura de
-1
solo argiloso com areia acrescido de 0,2 mg.L de AIB
resultou em um aumento significativo no número de gemas,
em relação aos demais substratos utilizando-se a mesma
parte da planta. Estacas medianas cultivadas em areia e
vermiculita isoladamente apresentaram emissão das gemas
superior em relação aos demais substratos.
Em ambas as porções da estaca, o solo argiloso
apresentou efeito similar sobre a emissão de novas gemas.
Adicionando-se areia e vermiculita o cultivo da região
mediana da estaca, acrescido de AIB também foi benéfico.
Comportamento semelhante se obteve com a porção apical
sob ação do vermiculita, confirmando os resultados para
ambas as porções da estaca (Tabela 1), apesar da adição do
AIB o solo argiloso x vermiculita e areia x vermiculita não
são recomendados especificamente nos casos de promoção
de gemas a partir de estacas de jabuticabeira.
Apesar da formação de gemas não houve emissão da
parte aérea nem mesmo do sistema radicular. Esses
resultados corroboram os encontrados por Fachinello
(1994), os quais evidenciaram que apesar das estacas
apresentarem gemas novas, não houve diferenciação dos
tecidos para a formação de raízes. Isso se deve
provavelmente à dificuldade que a espécie apresenta quanto
Tabela 1. Médias para emissão de gemas de jabuticabeira,
em função de substratos e porção da estacas tratada com AIB.
Substratos
Porção da estaca
Apical Mediana
Solo argiloso
Areia
Vermiculita
Solo argiloso + Areia
Solo argiloso + Vermiculita
Areia + Vermiculita
Solo argiloso + Areia + Vermiculita
2,45 ab
2,37 abc
2,43 ab
2,66 a
2,09 c
2,06 c
2,14 bc
2,27 ab
2,46 a
2,44 a
2,01 b
2,03 b
2,09 b
2,25 ab
Nas colunas, médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente entre si, pelo teste de Duncan a 5%.
ao enraizamento. Uma das formas de minimizar este
problema é testando combinações de diferentes substratos e
reguladores vegetais, também utilizando estacas de maior
porte e em diferentes estádios de lignificação dos ramos,
quanto ao maior diâmetro das estacas, estas podem
apresentar maiores níveis de substâncias de reservas, o que
favorece o enraizamento, mas também pode prejudicar por
apresentar altas taxas de brotações. Resultados semelhantes
foram obtidos por Tofanelli et al. (2002), que em testes de
propagação vegetativa por meio de estacas semi-lenhosas
em diferentes cultivares de pessegueiro também constataram
baixa porcentagem de enraizamento. Em trabalho com
araçazeiro, Coutinho et al. (1991) e Fachinello et al. (1994)
obtiveram resultados inferiores a 3% de enraizamento.
Os resultados desta pesquisa conferem com Scarpare et
al. (2002), os quais pesquisando jabuticabeira “Sabará”,
relataram que a capacidade de enraizamento de estacas
caulinares está relacionada com o estádio de lignificação dos
ramos e que não houve diferenças estatísticas no
enraizamento das estacas quando utilizado regulador
vegetal.
A falta do efeito de AIB sobre o enraizamento de estacas
já foi citada por Souza et al. (1995) e Dutra et al. (1999), os
quais observaram que a época de coleta do material torna-se
essencial para obter-se êxito na propagação por estaquia e,
esta poderá ser uma das alternativas a serem seguidas no
decorrer das pesquisas com esta espécie. Também Andrade
et al. (2007) obtiveram resultados semelhantes aos acima
citados, em que para a propagação de amoreira-preta não há
necessidade do uso de regulador de crescimento. Porém,
Vale et al. (2008) testando o enraizamento de estacas de
goiabeira, concluíram que concentrações maiores de AIB
induziram o aumento na percentagem de estacas enraizadas.
No segundo experimento a germinação das plântulas de
jabuticabeira após 120 dias de semeadura foi de 89%.
Porcentagens inferiores foram obtidos por Danner et al.
(2007) (80,8%), Andrade & Martins (2003) e Alexandre et
al. (2006) (77%). O resultado obtido neste experimento
demonstra que as condições fornecidas para a emergência de
plantas foram adequadas.
Pelos resultados da análise de variância o fator substrato
mostrou-se altamente significativo para emissão de folhas.
Foi observada interação significativa entre substratos e
estádios fisiológicos das sementes, indicando que estes
fatores atuam dependentemente um do outro sobre o
comportamento desta variável.
O maior número de folhas emitidas ocorreu quando se
utilizou os substratos solo argiloso isoladamente, solo
argiloso x vermiculita, areia x vermiculita e a combinação de
solo argiloso x areia x vermiculita (Figura 2). Verifica-se que
o vermiculita utilizado com outros substratos proporciona
ganhos na germinação das sementes, fato atribuído as suas
propriedades como: elevada capacidade de troca de cátions,
que minimiza a perda de fertilizantes por lixiviação; retenção
de água; baixa reatividade química; ausência de toxicidade
(evita o desenvolvimento de microorganismos prejudiciais
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.4, n.3, p.11-15, set. 2010
13
2,4
2,3
2,2
2,1
2,0
1,9
1,8
1,7
a
a
a
a
Estádio Fisiológico das Sementes
Substratos
Estádio 1 Estádio 2 Estádio 3
Solo argiloso
Areia
Vermiculita
Solo argiloso + Areia
Solo argiloso + Vermiculita
Areia + Vermiculita
Solo argiloso + Areia + Vermiculita
6,15 a
2,61 cd
2,33 d
3,10 bcd
4,60 abc
2,41 ab
4,43 abc
3,27 ab
3,30 ab
4,51 a
2,22 b
4,82 a
3,64 ab
4,87 a
4,03 a
3,66 a
4,12 a
3,05 a
2,99 a
4,47 a
3,94 a
Nas colunas, médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente entre si, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
ab
ab
b
SA
A
V
SA+A
SA+V
A+V SA+A+V
Substratos
SA - Solo argiloso, A - Areia, V - Vermiculita
Figura 2. Médias para emissão do número de folhas de jabuticabeira, em
função dos substratos avaliados.
(Na horizontal, médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade).
Avaliando o efeito da interação entre substratos e estádios
fisiológicos das sementes de jabuticabeira (Tabela 2),
constata-se que a emissão de folhas se apresentou superior
quando usado sementes do estádio 1 (frutos firmes e
parcialmente maduros) e submetido à germinação em solo
argiloso em relação aos demais substratos testados. Já o
vermiculita, o solo argiloso x vermiculita e solo argiloso x
areia x vermiculita destacaram-se na formação das folhas a
partir de sementes de jabuticabeira oriundas do estádio 2
(frutos firmes e maduros). As médias de emissão de folhas
provenientes de sementes retiradas do estádio 3 (frutos
coletados do solo e sem firmeza) submetidas a vários
substratos não diferiram com relação a formação de novas
folhas. Em estudo realizado com jabuticabeira, Alexandre et
al. (2006) verificaram que as sementes extraídas no estádio 2
de maturação proporcionaram maiores alturas de plântula, o
que garantiu o máximo de expressão e vigor, principalmente
quando relacionado ao crescimento de raízes. De acordo
com (Carvalho & Nakagawa, 2000), as sementes que não se
encontram completamente maduras podem germinar, mas as
plântulas oriundas dessa germinação não se mostram tão
vigorosas como aquelas germinadas de sementes no estádio
de maturação fisiológica.
14
Tabela 2. Médias de emissão de folhas em função de
diferentes substratos e estádios fisiológicos das sementes de
jabuticabeira.
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.4, n.3, p.11-15, set. 2010
Para altura de plantas somente o substrato apresentou-se
significativo pelo teste F da análise de variância. Na Figura
3, verifica-se que a altura de planta se destacou quando as
sementes foram plantadas nos substratos: solo argiloso, areia
x vermiculita e a solo argiloso x areia x vermiculita.
Resultados poucos satisfatórios também foram encontrados
quando as sementes foram cultivadas em vermiculita, solo
argiloso x areia, solo argiloso x vermiculita.
Altura de planta (cm)
Número de folhas
às culturas agrícolas); protege as sementes principalmente de
mudanças bruscas de temperatura; favorece a aeração das
misturas, facilitando o desenvolvimento de raízes. Este
resultado concorda com Kämpf (2000) e Alexandre et al.
(2006), os quais destacam que o substrato vermiculita
apresenta boa porosidade e maior capacidade de retenção de
umidade, o que favorece a germinação e o crescimento
inicial das plântulas.
Por outro lado, o vermiculita utilizado individualmente
parece ser menos eficaz, isso também é observado com a
areia, porém, quando misturada com o solo argiloso ocorre,
ainda, uma queda na formação de folhas.
4,5
4,0
3,5
3,0
2.5
2,0
1,5
1,0
0,5
0
a
ab
b
SA
A
V
ab
a
a
ab
SA+A
SA+V
A+V SA+A+V
Substratos
SA - Solo argiloso, A - Areia, V - Vermiculita
Figura 3. Médias de altura de plantas de jabuticabeira cultivadas em
função dos substratos avaliados.
(Na horizontal, médias seguidas da mesma letra não diferem
significativamente, pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade).
Conclusões
Para formação de mudas de jabuticabeira por estaquia o
substrato indicado deve conter vermiculita.
O AIB não se mostrou efetivo no enraizamento de estacas
de jabuticabeira.
A mistura de substratos, o estádio de maturação das
sementes e o processo germinativo são diretamente
proporcionais.
Referências
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