Matéria: Biologia Professora: Mariana Bregalda de Castro Capítulo 1. Origem da vida /Evolução Isso corresponde ao conceito de transformismo, 1.1. O conceito de adaptação ou seja, as espécies apresentam um processo de Seres vivos estão adaptados ao seu meio adaptação dinâmica ao ambiente. Evolução ambiente. O organismo tem estruturas e representa o mecanismo pelo qual as funcionamento que possibilitam seu ajuste às características das espécies modificam-se ao longo condições ambientais, permitindo a sobrevivência do tempo; as modificações ocorridas nesse e a reprodução da espécie naquele ambiente. Entre processo relacionam-se à adaptação dos seres as aves, por exemplo, encontramos o beija-flor e o vivos ao ambiente. pingüim, cada qual adaptado a um ambiente específico. Beija-flores e flores que foram polinizadas por eles sofreram modificações ao longo de seus O beija-flor vive em ambientes quentes e processos evolutivos; uma espécie interferiu na úmidos, possui asas empregadas no vôo e seu bico evolução da outra. Isso é um exemplo de é bastante longo; alimenta de insetos e de néctar coevolução; um processo em que diferentes colhido das flores que normalmente apresentam formas de vida passam por mudanças evolutivas forma de tubo. Possui penas que contribuem para de modo simultâneo e interdependente. seu vôo e constituem elementos de atração sexual, sendo os machos mais vistosos que as fêmeas. Seu O conceito de evolução também implica corpo é muito pequeno e dissipa calor com grande que as espécies não surgiram todas ao mesmo rapidez; ele teria que comer o tempo todo para tempo. Por meio de muitas evidências, como as manter seu organismo em funcionamento. No proporcionadas pelos fósseis, foi possível, entanto, à noite ele entra em hibernação; sua estabelecer quando muitas espécies surgiram na temperatura sofre redução, assim seu gasto de terra. Ao longo do tempo, houve um aumento do energia é menor. número de famílias e de grupos taxonômicos acima de famílias. Isso significa que houve O pingüim vive na Antártida e em locais aumento da biodiversidade e não que os seres frios do hemisfério Sul. Sua fonte de alimento é o vivos são estáveis, como propõe o fixismo. peixe, obtido nas águas muito frias do seu ambiente. Suas penas são reduzidas e suas asas Os cientistas empregam em seus estudos funcionam como nadadeiras. As patas posteriores diversas evidências da ocorrência da evolução: têm dedos unidos por membranas, o que Fósseis; contribuem para a natação. Sob a pele, eles têm Estudos comparativos de anatomia; uma espessa camada de gordura que, alem de Embriologia e de bioquímica; reserva alimentar, funciona como isolante térmico Estruturas vestigiais; e facilita sua flutuação na água. Distribuição geográfica. Na visão do fixismo, cada uma dessas aves O estudo de fósseis constitui a sempre apresentou suas características atuais; elas Paleontologia. Fósseis são restos ou vestígios de não sofreram mudanças ao longo do tempo. Assim seres vivos de épocas remotas. Entende-se por todas as espécies teriam sido criadas todas de uma épocas remotas os períodos anteriores à escrita única vez e já adaptadas ao ambiente; desde então, (Pré-histórico). Vestígios de seres vivos são elas permaneceriam como foram geradas. marcas deixadas por organismo do passado; as No entanto, a partir do século XVIII, mais notáveis são as pegadas de vertebrados muitos cientistas acumularam evidências de que o deixadas em lama ou lava vulcânica. Restos de planeta sofre modificações e também de que os seres vivos são as partes de um organismo que seres vivos modificam-se ao longo do tempo, foram preservadas após sua morte. Partes duras adaptando-se ao ambiente em que se encontram. (como ossos, dentes, cascos, conchas) são mais facilmente preservadas, as partes moles (como músculos, nervos, vísceras) entram em decomposição e raramente são conservadas. Um animal que morre dentro de um rio ou em suas proximidades, pode ser recoberto por sedimentos, os quais podem ser convertidos em uma estrutura rochosa capaz de preservar os restos desses organismos. Muitos fósseis foram gerados de maneira igual a essa e ajudam a explicar a história evolutiva. Partes moles podem ser preservadas, como é o caso de mamutes no gelo, ou por resinas vegetais, liberadas em galhos partidos, por exemplo. Essa resina contém substancias bactericidas e podem cair sobre um ser vivo. O animal acaba morrendo e suas partes moles não entram em decomposição, a resina enrijecida corresponde ao âmbar. A anatomia comparada também é uma evidência de adaptações evolutivas. Um exemplo é o membro anterior de uma foca (nadadeira) e de um morcego (asa). Esses animais são mamíferos que vivem em ambientes diferentes, a foca em meio aquático e o morcego em meio aéreo. A arquitetura óssea dessas estruturas é admiravelmente similar, apesar de seu aspecto externo ser diferente. Essas semelhanças internas revelam parentesco evolutivo isto é, foca e morcego descendem de um ancestral comum. Esse ancestral originou espécies diferentes, isso significa que esses seres vivos resultam de um processo de evolução (Fig. 1). Fig. 1 Homologia entre os membros anteriores dos mamíferos O desenvolvimento embrionário de diversos vertebrados revela uma notável semelhança e indica parentesco evolutivo, ou seja, grupos descendem de um mesmo ancestral. Esse ancestral originou diferentes espécies; isso quer dizer que ao longo do tempo ocorreram mudanças nesses seres vivos e que, portanto, houve evolução. outras. Por exemplo, nos lagartos, o fêmur (osso da coxa) est ligado à cintura pélvica. As serpentes não possuem membros locomotores e os ossos são bastante reduzidos, considerados como estruturas vestigiais. Ancestrais comuns de serpentes e lagartos tinham cintura pélvica desenvolvida. Outro exemplo, é o apêndice cecal no ser humano ser bastante reduzido (Fig. 2). Estruturas vestigiais são partes bastante reduzidas em uma espécie e desenvolvidas em 2 Fig. 2. Estruturas vestigiais Outra evidencia de evolução é pelo método se semelhanças bioquímicas, no qual compara macromoléculas (proteína ou DNA) de organismos pertencentes a espécies diferentes. A maior semelhança de suas moléculas é indicativa de parentesco evolutivo próximo, ou seja, isso significa que as espécies são originarias de um ancestral comum mais recente. Por exemplo, a análise do DNA de seres humanos, gorilas, orangotangos e chimpanzés revelou que o DNA do chimpanzé tem maior semelhança com o DNA humano do que com o do gorila, e menor semelhança ainda com o DNA do orangotango. A partir disso, pode-se concluir que: o homem e chimpanzé têm ancestral comum recente; o ancestral de gorila, chimpanzé e homem é mais antigo; o orangotango compartilha um ancestral mais remoto ainda com gorila, chimpanzé e homem (Fig. 3). Fig. 3 Filogenia dos primatas pelo método se semelhanças bioquímicas Espécies que vivem mais afastadas tendem a apresentar menos semelhança do que aqueles que vivem mais próximas, adaptando-se às condições específicas do local. Um caso bem elucidativo é o de ilhas vulcânicas, que surgem a partir do fundo do oceano e,quando emergem, não apresentam organismos vivos em sua superfície. Com o tempo são colonizadas por seres vivos provenientes de outras áreas, como os do continente. Assim, a comunidade continental é mais antiga do que ilhas vulcânicas. Por exemplo, consideremos uma espécie hipotética de pássaro que habitava o continente, alguns indivíduos dessa espécie passaram a ocupar uma ilha vulcânica surgida a centenas de quilômetros. As condições condições da ilha são diferentes e peculiares do ambiente continental. Os pássaros da ilha adptam-se as condições peculiares da ilha e tornam-se diferentes dos pássaros continentais, veremos mais desse exemplo na descrição da viagem de Charles Darwim, que passou pelo arquipélago de Galápagos estudou os pássaros chamados tentilhões. 1.2. Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) Lamarck foi um cientista que em 1809, publicou seu livro Filosofia zoológica, expondo suas ideias sobre a evolução dos seres vivos. Segundo ele, os seres vivos tendem a um aumento de complexidade, isto é, passam de formas mais simples para as mais complexas. Lamarck considera que o ambiente gera a necessidade de adaptação dos seres vivos. Essa necessidade desencadeia um esforço de adaptação: o animal utiliza mais intensamente algumas partes do corpo do que outras; as partes mais utilizadas desenvolveram-se e as menos empregadas acabaram reduzindo-se. Isso representa a chamada “Lei do uso e desuso”. Para Lamarck, as diversas partes do animal geram pangêneses; partículas que se gônadas levando informações das mudanças ocorridas no organismo.Assim, mudanças ocorridas durante a vida de um animal poderiam ser transmitidas aos seus descendentes; isso constitui a base da lei “Lei da herança dos caracteres adquiridos”. Mudanças ocorridas ao longo de várias gerações poderiam ocasionar expressivas alterações em uma espécie, caracterizando um processo evolutivo. O tamanduá é um mamífero que se alimenta de formigas e cupins. Possui uma língua longa e pegajosa, capaz de alcançar e capturar insetos usados como alimento. Não possui dentes e engole os insetos sem realizar a mastigação. Como seria uma explicação lamarckista para essas adaptações do tamanduá? O ancestral do tamanduá teria uma língua pouco desenvolvida e teria dentes. Com a necessidade de se alimentar de formigas e cupins passou a realizar um esforço, utilizando sua língua, que se desenvolveu; não utilizou mais os dentes, que acabaram se reduzindo (“Lei do uso e desuso”). As mudanças ocorridas em cada animal seriam transmitidas aos seus descendentes (“Lei da herança dos caracteres adquiridos”). Depois de muitas gerações, os tamanduás passaram a ter uma língua longa e ficaram desprovidos de dentes. Essa explicação é incorreta porque nem todas as estruturas se desenvolvem quando são muito usadas ou sofrem atrofia quando são pouco empregadas. O fato de uma pessoa ler bastante não provoca aumento do volume do globo ocular e nem dota olhos de maior capacidade visual. Além de não ocorrer a transmissão de características adquiridas durante a vida. A transmissão ocorre através dos genes presentes nas células reprodutoras (os gametas). 1.3. Charles Robert Darwin (1809 -1882) Charles Darwin apresentou uma explicação para o processo evolutivo cinquenta anos depois de Lamarck, em 1859, no livro A origem das espécies. Um ano antes ele publicou em uma revista um artigo sobre seu pensamento em relação a evolução. Na mesma revista continha um artigo de Alfred Russel Wallace, jovem naturalista, com as mesmas ideias de Darwin. Wallace havia enviado uma carta a Darwim para que ele opinasse sobre seu trabalho “Tendências de as espécies se afastarem indefinidamente do seu modelo original”. Darwin foi apanhado de surpresa; o trabalho expunha, de maneira clara, as ideias que ele próprio havia desenvolvido a vários anos. No entanto não tinha publicado nenhuma linha sobre o assunto. As descobertas de Darwin sobre a evolução remontam a um dos pontos fundamentais de sua vida: a viagem que ele realizou no navio HMS Beagle, com 22 anos de idade. Essa viagem foi sugerida por seu antigo professor do seminário, onde teve a formação de pastor da igreja anglicana. Um trecho de grande importância em sua viagem foi a passagem pela America do Sul. A expedição passou pelo Brasil, pelo Uruguai e pela Argentina. Na foz do rio da Prata. Darwin descobriu alguns fósseis; um deles lembrando o tatu, mas bem maior. Posteriormente a expedição percorreu a costa do Chile e passou algumas semanas no arquipélago de Galápagos, situado aproximadamente mil quilômetros do Equador. Galápagos tem treze principais ilhas 4 vulcânicas; cada ilha tem um tipo diferente de jaboti gigante. Os jabotis diferem de uma ilha para outra pelo formato do casco, o bico, o pescoço e outras características. Uma explicação para esses tipos diferentes era que os animais apresentavam semelhanças(todos podiam facilmente caracterizados como jabutis); essa semelhança era indicativo de parentesco, ou seja, os diferentes tipos eram provenientes de um ancestral comum, que ocupou as varias ilhas do arquipélago. Esse ancestral teria originado os diferentes tipos de jabutis através da evolução. Outro organismo investigado por Darwin, foi os tentilhões, pássaros provenientes do continente sulamericano. Em Galápagos, os tentilhões diversificam-se e adaptaram-se às condições de cada ilha, principalmente ao tipo de alimento disponível: insetos, sementes, cactos. De volta à Inglaterra, Darwin está convicto de que os seres vivos estão sujeitos a mudanças evolutivas. Procura então explicações para o mecanismo de modificações das espécies. Uma parte da resposta é obtida pela observação de espécies domésticas. O ser humano conseguiu muitas modificações nas espécies de animais domésticos, como cavalos, cachorros, gado bovino. Darwin descobriu que essas mudanças eram baseadas na seleção artificial: o homem seleciona nas ninhadas os animais que apresentam as características que eles desejam obter na espécie. Esses indivíduos são separados e na idade adulta são cruzados com outros dotados das mesmas características. Para Darwin a questão central era descobrir quem na natureza realizava o papel similar ao do homem. A ideia veio lendo o trabalho de Malthus sobre populações (Um ensaio sobre populações). Os pontos proposto por Malthus sobre a população mundial eram: A população cresce em progressão geométrica (os matemáticos mostram que um crescimento desse tipo é representado por uma hipérbole). A produção de alimentos cresce em progressão aritmética (isso significa que o crescimento é linear, sendo representado por uma reta). Em outras palavras, para Malthus a população de alimento não acompanha o ritmo de crescimento da população mundial. E concluiu que no futuro não haveria alimentos para todos, acarretando uma grande luta pela sobrevivência. Quando Darwin leu isso, concluiu que na natureza havia uma grande luta pela sobrevivência. Para acompanhar o raciocínio: Os seres de uma espécie apresentam diferenças entre si; Uma espécie tem potencialidade para apresentar crescimento exponencial; Isso não ocorreu porque os recursos são limitados, como o alimento, que não é suficiente para todos. As populações acabaram ficando mais ou menos estáveis ao longo do tempo; Há uma grande luta pela sobrevivência e muitos são eliminados; Apenas alguns sobrevivem: os mais adaptados; É o ambiente que promove a escolha dos mais adaptados, o ambiente realiza a seleção natural. Assim, a variabilidade é submetida à seleção natural e os mais adaptados passam a predominar. Esse mecanismo de adaptação dos seres vivos ao ambiente, proposto por Darwin, é conhecido como darwinismo. Exemplos: os leões são os maiores predadores da savana africana, eles apresentam vários atributos que os tornam predadores muito eficientes: sentido aguçado, força, velocidade, etc. Além disso, têm cor que os torna menos visíveis às presas; é uma tonalidade de marrom, semelhante à da vegetação, principalmente no período de seca. 5 Darwin descreveu outro tipo de seleção, aquela que explica a preferência pelo parceiro sexual. A seleção sexual consiste na escolha pelo parceiro sexual com características que destacam dos demais, como coloração mais vistosa, comportamento mais apropriado. Por fim, Darwin e Lamarck propuseram explicações evolucionistas para o processo de adaptação dos seres vivos ao ambiente. Lamarck considerava que o ambiente gera necessidade de adaptação e desencadeia um esforço, pelo qual a espécie modifica-se e torna-se adaptada ao meio. Pode-se dizer que o mecanismo proposto por a Lamarck é um processo de adaptação ativa, pois envolve esforço dos indivíduos. Darwin considera que o ambiente promove a seleção dos mais adaptados. A adaptação não é produto do esforço dos organismos; isso significa que o mecanismo proposto por Darwin é um processo de adaptação passiva. O bico longo do beija-flor é uma adaptação à obtenção de néctar contido no fundo de flores que apresentam a forma de tubo. Essa adaptação é descrita de maneira diferente, segundo a visão darwinista ou lamarckista. Visão Lamarckista: O beija-flor tem bico longo para alcançar o néctar do fundo das flores. O significado dessa frase é: o beija-flor tem bico longo porque tem a necessidade de alcançar o néctar do fundo da flor. Visão darwinista: O beija-flor pode alcançar o néctar do fundo das flores porque tem bico longo. A evolução não acontece PARA alguma coisa. 1.4. Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução A publicação do livro A origem das espécies foi um grande sucesso em termos de vendas. No entanto o livro contraria a visão fixista e gerou muitas críticas desfavoráveis. Um ponto não bem elaborado foi o processo do surgimento da variabilidade. E esse assunto é explicado pela genética, que efetivamente começa a existir para o mundo em 1900, com a redescoberta dos trabalhos de Mendel, considerado o pai da genética. Darwin morreu e não conseguiu elaborar uma explicação satisfatória para a variabilidade dos seres vivos. A explicação veio depois de 1900 com o auxilio da genética, e surge então o neodarwinismo ou Teoria Sintética da evolução. Atualmente sabemos que a variabilidade é determinada por vários fatores, como a formação de gametas por meiose e fecundação, e as mutações. Mutações geram novos tipos de genes e constitui a fonte básica de variabilidade, que é ampliada pela recombinação genética. Mutações ocorrem aleatoriamente; não dependem da necessidade dos seres vivos. O ambiente vai atuar sobre o organismo portador de mutação pela seleção natural, assim mutações favoráveis são preservadas na população. Como exemplo tem-se o caso dos insetos e o DDT, das bactérias e antibióticos e o das mariposas. O DDT foi o primeiro inseticida amplamente usado para combater insetos nocivos. Sua aplicação ocorreu na Segunda Guerra Mundial, na Europa, para combater piolho e os agentes transmissores de tifo. Além de ser usado para práticas agrícolas e para combater insetos transmissores de malaria e febre amarela. Com o tempo e com seguidas aplicações de DDT os mosquitos já não eram mais afetados. Demos considerar que tem dois tipos de mosquitos: os sensíveis e os resistentes. A explicação é que no inicio tinha uma grande quantidade de mosquitos sensíveis e um pequeno número de resistentes, isso caracteriza a variabilidade da espécie. A aplicação do DDT eliminou os indivíduos sensíveis, mas os resistentes sobreviveram e multiplicaram, passando a predominar. O DDT corresponde a um agente de seleção natural e o predomínio 6 de mosquitos resistentes corresponde à adaptação da espécie ao ambiente. Os indivíduos resistentes estavam presentes na população antes de ser feita a aplicação do DDT. Os resistentes são mutantes e eles não se tornaram mutantes, porque tinha necessidade de adaptar-se ao inseticida. O caso das bactérias e os antibióticos também seguem a mesma linha de raciocínio. Em uma população de bactérias existem bactérias sensíveis ao antibiótico e bactérias mutantes resistentes; o antibiótico selecionou as resistentes e elas passaram a predominar na população. Dessa forma o antibiótico perdeu sua eficácia. Um exemplo hipotético, é o das mariposas na floresta. As arvores tem troncos recobertos de liquens, apresentando coloração clara. Nesse ambiente tem espécies de mariposas com duas variedades: claras e escuras. Os pássaros predadores avistam com maior facilidade as mariposas escuras e elas são devoradas em maior quantidade. Com isso, passam a predominar as mariposas claras, bem mais adaptadas ao ambiente. Caso uma fábrica seja instalada nas imediações e ele libere fuligem para o ar, os troncos das árvores ficam mais escuros. Nessas condições, as mariposas claras ficam mais destacadas e são devoradas pelos pássaros predadores. As mariposas escuras predominam nessas condições ambientais; são as mais adaptadas a esta nova condição ambiental. 1.5. Exercícios de Revisão: 1) Relacione evolucionismo ou fixismo aos seguintes aspectos: a) Dinâmica e seres vivos com modificações ao longo do tempo: b) Estática e seres vivos sem modificações ao longo do tempo: 2) 3) 4) 5) 6) Defina fósseis Cite três tipos de evidências de evolução baseado em semelhanças entre seres vivos Cite as duas leis que constituem o fundamento do trabalho de Lamarck sobre evolução. Qual é o conceito central do trabalho de Darwin acerca da evolução dos seres vivos? O ser humano modifica espécies domésticas principalmente por meio de cruzamentos orientados. Como é denominado esse processo? 7) Compare darwinismo e o lamarckismo com base no papel do ambiente para a adaptação dos seres vivos. 8) Qual o outro nome para o neodarwinismo? Qual o ponto do darwinismo que foi completado com o neodarwinismo? 9) (UFRGS 2015 ) Quando são realizadas comparações entre espécies, constata-se que muitas características são compartilhadas. Considere as afirmações abaixo, sobre os processos evolutivos relacionados a esse fato. I. Características homólogas são aquelas compartilhadas por diferentes espécies, herdadas de um ancestral comum. II. As estruturas ósseas das asas de morcegos e aves são derivadas de um ancestral comum de quatro membros. III. A evolução convergente refere-se a características similares que evoluíram de forma independente, em diferentes espécies sujeitas a pressões seletivas semelhantes. Quais estão corretas? a) Apenas II. 7 b) Apenas III. c) Apenas I e II. d) Apenas I e III. e) I, Il e III. 10) (UEL 2015 Adapt.) Antes do século XVIII, as especulações sobre a origem das espécies baseavam-se em mitologia e superstições e não em algo semelhante a uma teoria cientifica testável. Os mitos de criação postulavam que o mundo permanecera constante após sua criação. No entanto, algumas pessoas propuseram a ideia de que a natureza tinha uma longa história de mudanças constantes e irreversíveis. Adaptado de: HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L.; LARSON, A. Princípios Integrados de Zoologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p.99. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre as teorias de fatores evolutivos, assinale a alternativa correta. a) A variabilidade genética que surge em cada geração sofre a seleção natural, conferindo maior adaptação a espécie. b) A variabilidade genética é decorrente das mutações cromossômicas e independe das recombinações cromossômicas. c) A adaptação altera a frequência alélica da mutação, resultando na seleção natural em uma população. d) A adaptação é decorrente de um processo de flutuação na frequência alélica ao acaso de uma geração para as seguintes. e) A adaptação é o resultado da capacidade de os indivíduos de uma mesma população possuírem as mesmas características para deixar descendentes. 11) (UECE 2014) Um somatório de resultados de pesquisas revelou que plantas da caatinga produzem substâncias antioxidantes e fotoprotetoras. A caatinga apresenta um reduzido potencial hídrico no solo, precipitações escassas e irregulares. Sua flora nativa apresenta espécies vegetais com caracteres anatômicos, morfológicos e funcionais, especializados para a sobrevivência nas condições adversas de clima e solo, típicos desta fisionomia. Com base nessas informações e na Teoria Sintética da Evolução, é correto afirmar-se que: a) as condições adversas de clima e solo, típicos dessa fisionomia, associadas a outros tipos de estresses, atuaram como fator de seleção, de maneira que a flora da caatinga, sem essas substâncias protetoras, seria mais suscetível a morte. b) as substâncias antioxidantes e fotoprotetoras surgem temporariamente para evitar que as plantas sofram a ação danosa desses fatores adversos combinados ou isolados. c) um reduzido potencial hídrico induziu mutações nas folhas das plantas, que passaram a produzir os antioxidantes. d) a exposição às condições adversas de clima e solo, típicos dessa fisionomia, induziu as plantas da caatinga a produzirem, ao acaso, substâncias antioxidantes e fotoprotetoras. 8 12) (UEPA 2014) O princípio dá seleção natural é provavelmente um dos mais importantes no processo evolutivo. Foi proposto por Charles Darwin e utilizado posteriormente por outros evolucionistas para tentar explicar a adaptação, a especialização dos seres vivos e a origem de toda a diversidade. Sobre o princípio mencionado, afirma-se que: a) atua nos indivíduos de forma que aqueles com características favoráveis têm mais chances de sobreviver e se reproduzir. b) cria novas características nos organismos porque favorece a difusão dos traços vantajosos já existentes e desfavorece a propagação dos traços desvantajosos. c) reduz o índice de características favoráveis que são hereditáriás, tornando-as mais comuns em gerações sucessivas de uma população de organismos que se reproduzem. d) é responsável pela seleção da variabilidade dos indivíduos que a natureza contém pela criação Divina direta. e) privilegia organismos com variações menos favoráveis às condições do ambiente onde vivem, porque têm maiores chances de sobreviver. 13) (ENEM 2014) Embora seja um conceito fundamental para a biologia, o termo "evolução" pode adquirir significados diferentes no senso comum. A ideia de que a espécie humana é o ápice do processo evolutivo é amplamente difundida, mas não é compartilhada por muitos cientistas. Para esses cientistas, a compreensão do processo citado baseia-se na ideia de que os seres vivos, ao longo do tempo, passam por: a) b) c) d) e) Modificação de características. incremento no tamanho corporal. complexificação de seus sistemas. melhoria de processos e estruturas. especialização para uma determinada finalidade. 14) (Enem 2010) Alguns anfíbios e répteis são adaptados à vida subterrânea. Nessa situação, apresentam algumas características corporais como, por exemplo, ausência de patas, corpo anelado que facilita o deslocamento no subsolo e, em alguns casos, ausências de olhos. Suponha que um biólogo tentasse explicar a origem das adaptações mencionadas no texto utilizando conceitos da teoria evolutiva de Lamarck. Ao adotar esse ponto de vista, ele diria que a) as características citadas no texto foram originadas pela seleção natural. b) a ausência de olhos teria sido causada pela falta de uso dos mesmos, segundo a lei do uso e desuso. c) o corpo anelado é uma característica fortemente adaptativa, mas seria transmitida apenas à primeira geração de descendentes. d) as patas teriam sido perdidas pela falta de uso e, em seguida, essa característica foi incorporada ao patrimônio genético e então transmitidas aos descendentes. e) as características citadas no texto foram adquiridas por meio de mutações e depois, ao longo do tempo, foram selecionadas por serem mais adaptadas ao ambiente em que os organismos se encontram 9