MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 CLIMA ORGANIZACIONAL:ESTUDO DE CASO NA CLÍNICA UNICARDIO S/S Mirian Magnus Machado1 Edseia Mirtes Peixe Rosa2 RESUMO No atual contexto, tanto para as organizações, quanto para a gestão de pessoas, tornou imprescindível identificar como está o clima organizacional. Sendo possível através, desta análise conhecer os pontos positivos e negativos na percepção dos colaboradores. Esta ferramenta gerencial pode servir de termômetro para não deixar cair à produtividade. Neste sentido, foi vislumbrada a possibilidade de um estudo na clinica cardiológica Unicardio S/S, com foco no Clima Organizacional, através de técnicas confiáveis e científicas, dentre estas a Pesquisa de Clima Organizacional. Desta forma objetivou-se identificar junto aos colaboradores, no ambiente de trabalho; quais os principais aspectos que afetam o clima organizacional; levantar a opinião da gestão da Clínica UNICARDIO S/S com relação aos fatores que influenciam o Clima Organizacional e analisar a percepção do clima organizacional dos colaboradores versus do gestor da organização e propor ações de melhorias. A pesquisa foi realizada através de um questionário com perguntas fechadas e abertas e uma entrevista com o gestor da empresa. Os dados adquiridos foram tabulados e descritos em forma de gráfico com sua respectiva percentagem e a entrevista mostra a percepção do gestor em relação aos fatores pesquisados. Os resultados mostram que a clinica Unicardio se encontra em um clima bom em sua maioria, apresentando algumas deficiências em determinados pontos. Com base nos conhecimentos proporcionados pela pesquisa, tanto teórica, quanto práticas foram sugeridas ações, propiciando desta forma um ambiente agradável e passível ao sucesso da organização, como também de seus colaboradores, tanto no seu ambiente pessoa, quanto no profissional. Palavras Chaves: Gestão de Pessoas; Clima Organizacional e Pesquisa de Clima. 1 INTRODUÇÃO O entendimento entre as pessoas e a criação de uma sinergia interpessoal, cada vez mais se tornam um fator decisivo para o sucesso e constitui um atributo determinante de diferenciação competitiva nas organizações. Uma empresa seja qual for o seu tamanho ou segmento, necessita dispor de recursos humanos e a preocupação com o clima organizacional é vital. 1 Professora Orientadora. Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Graduada em Administração pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). 2 Graduada em Administração de Empresas pelo Instituto Blumenauense de Ensino Superior – IBES. ([email protected]) MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 A pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta gerencial de grande valor para os gestores que querem saber como está a relação entre colaboradores e empresa, pois a mesma pode servir de termômetro para não deixar cair à produtividade. As organizações estão percebendo a necessidade e as vantagens de estarem com uma equipe motivada, pois não há dúvidas de que colaboradores motivados, comprometidos e satisfeitos, geram melhores resultados. É preciso que as organizações estejam atentas a estas necessidades humanas, para propiciar um ambiente saudável, e contribuir de uma forma efetiva para realização profissional e individual dos seus colaboradores, ou seja, a empresa tem participação ativa na felicidade dos seus colaboradores. Quando o ambiente organizacional está em equilíbrio, ele é um forte gerador de resultados concretos e positivos e isso tem uma relevância significativa na saúde do negócio. Porém, quando ocorre o contrário, os efeitos gerados acarretam enormes problemas e de certa forma interferindo na saúde financeira da empresa, impedindo-a de atingir suas metas. É importante manter o fator humano motivado, o capital intelectual precisa ser reconhecido, valorizado e esta têm sido uma constante preocupação da UNICARDIO S/S. Diante disto, foi vislumbrada a possibilidade de se realizar na empresa UNICARDIO S/S, um estudo para verificar o Clima Organizacional e apresentar alternativas para melhoria do mesmo. 2 GESTÃO DE PESSOAS O capital intelectual pode ser considerado como um diferencial nas organizações. Por isso, a relevante preocupação em mobilizar talentos, elevar o grau de comprometimento das pessoas que fazem parte da nossa organização. Neste tópico, iremos abordar alguns itens importantes. A gestão de pessoas não corresponde somente ao momento em que o colaborador ingressa na organização, mas sim, todo o período em que o mesmo atua na empresa.(GIL, 2001). Ao referir-se a tal assunto, Chiavenato diz que: MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 [...] Embora se possam visualizar as pessoas como recursos, isto é, como portadoras de habilidades, capacidades, conhecimentos, competências, motivação de trabalho etc., nunca se deve esquecer que as pessoas são pessoas, isto é, portadoras de características de personalidade, expectativas, objetivos, pessoais, histórias particulares etc. Convém, portanto, salientar algumas características genéricas das pessoas como pessoas, pois isto melhora a compreensão do comportamento humano nas organizações. (CHIAVENATO, 2006, p. 81). Em outro modelo Chiavenato afirma que: “a gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações”. (2004, p.6-7). No entanto, é importante salientar que as pessoas formam o principal ativo de uma organização e para tal, a seriedade na questão do processo de gestão de pessoas. 2.1 PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS A gestão de pessoas deve estar voltada para o desenvolvimento e valorização do colaborador. Em virtude das mudanças do contexto geral, a gestão de pessoas será um elemento crucial para o sucesso das organizações.(DUTRA, 2006). Atualmente Gestão de Pessoas compõe-se de várias ações integradas, como planejamento, seleção, recrutamento, saúde, segurança e etc.(CHIAVENATO, 2004). Cabe citar o trabalho de Dutra, que enfatiza: [...] Processo é um termo emprestado da Biologia e pode significar a transição ou uma série de transições de uma condição para outra; quando adaptado para a Sociologia, agrega a idéia de interação entre elementos diferentes associados à idéia de movimento, mudança e fluxo. Esses processos podem repetir-se dentro de padrões, e são passíveis de interferência para induzi-los, aprimorá-los, inibi-los etc. Processos de gestão são interações entre partes com um objetivo e dentro de parâmetros previamente definidos. (DUTRA, 2006, p.49). O gerenciamento de pessoas, não se resume numa simples tarefa. Lidar com o ser humano é uma diligência de alta complexidade. Mas, é gratificante, a quem souber fazê-lo de maneira a engrandecer o ser humano. (CHIAVENATO, 1994). Na realidade, a gestão de pessoas é um composto de processos interativos e dinâmicos. A gestão de pessoas é formada por seis processos básicos que são: agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas.(CHIAVENATO, 1994). MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Entende-se processo de agregar pessoas como suprir ou inserir novas pessoas na organização através do recrutamento e seleção das mesmas. O processo de aplicar pessoas, nada mais é do que, desenhar as atividades que o indivíduo irá realizar na organização. E contém, por exemplo, a avaliação do desempenho do mesmo. Já o processo de recompensar pessoas, está direcionado na questão dos incentivos as pessoas e também na satisfação dos seus desejos individuais. Sua abrangência é voltada para recompensas, benefícios, remuneração. Capacitar pessoas faz parte do processo de desenvolver pessoas, ou seja, treinálas, desenvolvê-las, proporcionar um incremento ao seu desenvolvimento profissional. No entanto manter pessoas e propiciar condições ambientais para seu desempenho é contribuir para a satisfação das mesmas. Nota-se a relevância de alguns fatores essenciais como a qualidade de vida, segurança, cultura organizacional, clima e outros. O saber monitorar as pessoas para acompanhar e controlar suas tarefas é conhecer o resultado final.(CHIAVENATO, 2004). Chiavenato (2004, p. 15), afirma que: “Quando um processo é falho, ele compromete todos os demais”. A exemplo de Chiavenato que tratou disso, Xavier, por sua vez, destaca as etapas do processo de gestão de pessoas, que podem ser resumidas em: [...] Busca – Antes de tudo, é necessário buscar interna ou externamente as pessoas certas para integrar a equipe. Como diz uma antiga orientação da administração, consolidada por Frederick W. Taylor em seu trabalho sobre administração científica, é preciso colocar o homem certo no lugar certo (the right man in the right place). A palavra homem toma aqui, nos dia de hoje, o sentido mais amplo, de gênero humano. Retenção – Buscar as pessoas certas não basta. É preciso que elas efetivamente queiram ficar na equipe. Vale dizer que é necessário que elas façam um “contrato psicológico” válido com o gestor que se identifiquem com os colegas e aceitem integrar-se na equipe. Desempenho – Cada um na equipe tem de fazer a sua parte. Quem julga se a pessoa está efetivamente fazendo o que se espera dela? O gestor, certamente, que tem também a responsabilidade de orientar o subordinado para as condutas mais eficientes. São muitos os ingredientes que têm de ser adicionado para que o bom desempenho se verifique: comunicações claras, motivação, treinamento etc. Desenvolvimento – Como as exigências externas mudam, é necessário que cada um cresça, e o gestor tem de criar condições para que isso ocorra. Se os subordinados se mantiverem estagnados no tempo, o desempenho não tardará a se mostrar insatisfatório e conseqüências negativas tenderão a aparecer.(XAVIER, 2006, p.23-24). MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Para a sinergia de uma organização é vital o bom relacionamento entre os indivíduos. Para qualquer gestor o grande desafio é lidar com as pessoas. Sabe-se da importância dos colaboradores numa organização. (XAVIER, 2006). Outro fator abordado por Xavier é que a organização necessita da adesão de cada colaborador ás políticas e estratégias da empresa. As pessoas precisam dirigir seus esforços e talentos para o mesmo objetivo, mas sabe-se que é vital um maior desempenho dos indivíduos, e a empresa precisa contar com este apoio. O ser humano requer aprendizado contínuo para fazer parte de uma organização e esta para manter-se nos padrões de exigência do mercado.(XAVIER, 2006). Percebe-se que cada vez mais, as organizações necessitam do envolvimento e comprometimento dos seus colaboradores, para atingirem suas metas. E este é o grande desafio para os gerentes atuais. 2.1 AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES Sabe-se que na ausência das pessoas, não existe uma organização. No entanto, vale ressaltar a importância de construir uma parceria entre empresa e colaborador. Chiavenato afirma que: “organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas”.(2006, p. 22). Outro aspecto levantado por Chiavenato é: [...] As organizações são compostas de pessoas e estas precisam enganjar-se em organizações para alcançar os seus objetivos, nem sempre este casamento é fácil. Se as organizações são diferentes entre si, o mesmo ocorre com as pessoas. As diferenças individuais fazem com que cada pessoa tenha suas próprias características de personalidade, suas aspirações, seus valores, suas atitudes, suas motivações, suas aptidões etc. Cada pessoa é um fenômeno multidimensional sujeito às influências de uma enormidade de variáveis.(CHIAVENATO, 2006, p. 61). Ainda nesta mesma linha de considerações Oliveira (1999), ressalta que o ser humano não nasceu somente para o trabalho, mas, este consome grande parte de sua existência. O trabalho nos livra da ociosidade, e nos traz alegrias e muitas vezes esta felicidade é a maneira que o homem encontra para solucionar seus problemas e, assim viver melhor. Oliveira ao se preocupar com esta avaliação relata: MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 [...] Ao desprender produtivamente a sua energia e a sua inteligência aumenta seus poderes e sua participação no contexto social, o que lhe traz alegria e felicidade, que é o critério de excelência da arte de viver. (OLIVEIRA, 1999, p. 22). Outro aspecto levantado por Oliveira é que o indivíduo não busca no trabalho somente o necessário para sobreviver, mas também a auto realização. O seu salário não somente lhe permite se alimentar, mas também propiciar prazer e conforto.(OLIVEIRA, 1999). Chiavenato (1994, p 42), enfatiza que: “é muito interessante o relacionamento entre as pessoas e a empresa. Existe uma forte interação psicológica entre cada pessoa e a organização na qual participa e trabalha”. Em outro modelo o mesmo autor apresenta: [...] Tanto os indivíduos como as organizações possuem objetivos a alcançar. As organizações recrutam e selecionam seus recursos humanos para, com eles e por meio deles, alcançarem objetivos organizacionais (produção, rentabilidade, redução de custos, ampliação do mercado, satisfação das necessidades da clientela etc.). Todavia, os indivíduos, uma vez recrutados e selecionados, têm objetivos pessoais que lutam para atingir e, muitas vezes, servem-se da organização para consegui-los.( CHIAVENATO, 2006, p. 93). As organizações são constituídas por pessoas, que se integram para realizar propósitos, em determinado período.(PEREIRA, 2004). Uma empresa excepcional e que mantém seus funcionários motivados é aquela que é sólida, e que transmite confiança aos seus colaboradores. A qual está sempre em busca de crescimento e que saiba competir no mercado. Que ainda possa oferecer oportunidades reais de carreira para seus colaboradores. A organização que tenha condições de ter um bom pacote de remuneração a oferecer. É de extrema importância saber adequar incentivos, benefícios ás necessidades das pessoas que compõem nossa equipe.(OLIVEIRA, 1999). Cada organização possui sua personalidade própria. Seguida de suas regras, valores, costumes, tradições, conhecimentos e crenças, as quais são transmitidas aos seus colaboradores. 2.2 CULTURA ORGANIZACIONAL Pode-se resumir que, a cultura nada mais é que o sentimento reinante de uma organização. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 A cultura organizacional é essencial para viabilizar qualquer tipo de mudança, melhoria ou estratégia na empresa. Chiavenato (1994, p. 52), ressalta que: “a cultura significa o comportamento convencionalizado e aceito pela sociedade e provoca enorme influência e condicionamento sobre todas as ações e comportamentos das pessoas”. O mesmo autor afirma que: “cultura organizacional significa o modo de vida, o sistema de crenças e valores sociais, a forma aceita de interação e de relacionamento que caracterizam cada organização”. (CHIAVENATO, 1994, p.52). A exemplo de Chiavenato que tratou disso, DuBrin (2003, p.352), por sua vez, aposta que: “a cultura organizacional é um sistema de valores e crenças compartilhados que influenciam o comportamento do trabalhador”. Cabe citar o trabalho de Pereira: [...]Cultura é causa e conseqüência da interacção de pessoas internamente a uma fronteira. Esta, como já se afirmou, não deve ser concebida como física ou geográfica, mas como uma criação do sentimento subjectivo e colectivo de pertença.(PEREIRA, 2004, p. 293). Já Maximiano (2002, p.242) enfatiza que: “cultura organizacional abrange normas informais de conduta, hábitos, crenças, valores e preconceitos, cerimônias e rituais, símbolos e outros comportamentos”. Cultura organizacional representa normas informais, que orientam as pessoas de uma organização no comportamento e direcionam para a realização do objetivo organizacional. (CHIAVENATO, 2006). Em outro modelo Chiavenato apresenta o iceberg da cultura organizacional: [...] A cultura organizacional não é algo palpável. Ela não é percebida ou observada em si mesma, mas através dos seus efeitos e conseqüências. Nesse sentido, ela lembra um iceberg. Na parte superior, que está acima do nível da água, estão os aspectos visíveis e superficiais observados nas organizações e que são decorrências da sua cultura. Quase sempre são as decorrências físicas e concretas da cultura, como tipo de salas e mesas, os métodos e procedimentos de trabalho, as tecnologias utilizadas, os títulos e descrições de cargos, as políticas de gestão de pessoas. Na parte submersa, estão os aspectos invisíveis e profundos, cuja observação ou percepção é mais difícil. Nesta parte estão as decorrências e aspectos psicológicos e sociológicos da cultura. (CHIAVENATO, 2006, p. 100-101). A cultura organizacional pode influenciar diretamente no ambiente de trabalho positivamente como ao contrário também. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 2.2.1 Influência Da Cultura Organizacional No Ambiente De Trabalho A cultura organizacional pode criar desvios no comportamento dos indivíduos e com isto prejudicar a capacidade de solucionar os problemas de relacionamento interno.(MAXIMIANO, 2002). Em outro modelo, Maximiano apresenta exemplos adicionais de disfunções da cultura: [...]Dificuldade de entender e processar mudanças ambientais. - Resistência generalizada à necessidade de mudança interna. - Dificuldade de aceitar outras culturas e pontos de vistas alheios. -Tendência a subestimar outros grupos, especialmente concorrentes e clientes. - Uso excessivo de jargão ou vocabulário ocupacional, como disfarce para a falta de solidez intelectual, prejudicando a comunicação com outros grupos. - Tendência a utilizar mais recursos para cuidar da própria organização do que no desempenho da missão ou no atendimento dos clientes.(MAXIMIANO, 2002, p. 337). Para Vargas (2005), não há organizações com uma única cultura. Sendo que é possível reconhecer e identificar algumas características como valores, no entanto a cultura diferente da tecnologia, não pode ser transferida de uma empresa para outra. Oliveira também aposta que: [...]As quatro características individuais principais que influenciam a eficácia são: percepção, atitudes, personalidade e aprendizagem. Cada um desses fatores influencia os padrões comportamentais dos administradores e de seus subordinados. Tanto os administradores como os subordinados percebem as pessoas e os objetos, formam juízos sobre os outros ou sobre as organizações, têm estrutura de personalidade e aprendem enquanto estão trabalhando. Os indivíduos entram nas organizações em diferentes idades, vindos de vários campos culturais, possuindo várias qualidades, e em diferentes pontos de suas carreiras. As diferenças entre as pessoas exigem formas de ajustamento para a pessoa em questão e para aqueles que irão trabalhar com ela. Os administradores que ignoram as diferenças individuais, freqüentemente, se envolvem em práticas que impedem a consecução das metas da organização.(OLIVEIRA, 1999, p. 216). Em virtude do envolvimento das pessoas no trabalho, o ajustamento dos problemas individuais pode ser um pouco mais complicado. Ninguém trabalha só, por isso, a necessidade de estar interagindo com outras pessoas.(OLIVEIRA, 1999). MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Outro fator preponderante nas organizações é avaliar como está o clima organizacional. 2.2.2 Clima Organizacional No momento atual, tornou-se imprescindível verificar como está o clima organizacional no mundo corporativo, pois através desta análise, é possível conhecer os pontos fortes e fracos relacionados à percepção dos nossos colaboradores para com a organização. Maximiano comenta que: “o clima é uma medida de como as pessoas sentem-se em relação à organização e a seus administradores”.(2002, p. 242). Segundo Chiavenato (1994, p.53), afirma que: “clima organizacional constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica e característica que existe em cada organização”. E o próprio autor ressalta ainda que, “O clima não pode ser tocado ou visualizado. Mas pode ser percebido psicologicamente”.(CHIAVENATO,1994, p. 53). Ainda nesta mesma linha de considerações, Chiavenato enfatiza que: [...]Com essas afirmações pode se constatar que o clima organizacional é favorável quando propicia satisfação às pessoas, supera expectativas e eleva o nível de motivação, felicidade de trabalhar num determinado local. É desfavorável, quando proporciona frustração, sentimento de impotência. O clima organizacional influência a motivação, o desempenho humano e a satisfação no trabalho. Ele cria certos tipos de expectativas sobre as quais conseqüências se seguem em decorrência de diferentes ações. As pessoas esperam certas recompensas, satisfações e frustrações na base de suas percepções do clima organizacional. Essas expectativas tendem a conduzir à motivação. (CHIAVENATO, 1994, p. 53). Entende-se, clima organizacional como sendo a manifestação dos sentimentos de nossos colaboradores diante das políticas, valores, postura da organização, forma de relacionamentos e situação financeira. (BOOG, 2002). 2.2.3 Clima Organizacional e as organizações O grande desafio apresentado para as organizações em geral, é investir num clima organizacional sadio e positivo, para que os resultados quantitativos e qualitativos sobressaem. É de extrema importância às empresas estarem tratando o clima MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 organizacional como estratégia de gestão, pois desta forma, consegue-se uma vantagem competitiva.(ELY, 2003). Existe um consenso que trabalhadores felizes, produzem mais, e como conseqüência aumentam a lucratividade das empresas. Com base neste pressuposto, pode-se verificar que tudo que envolve pessoas há um vasto leque de motivos que estimulam a satisfação dos nossos trabalhadores.(BOOG, 2002). Desta maneira, constata-se que gerenciar o clima organizacional, é uma tarefa árdua e de suma responsabilidade gerencial.(BOOG, 2002). Consideram-se empresas vencedoras, aquelas que conseguirem multiplicar e crescer o seu capital intelectual. E este, por sua vez, está nas mãos dos colaboradores. (BOOG, 2002). Outro aspecto citado por Boog é: [...] O clima organizacional pode ser entendido como a expressão dos sentimentos dos empregados diante dos valores, das políticas, das práticas de gestão de recursos humanos, na forma de relacionamento com os colegas, da postura da empresa ao estabelecer metas e retribuir pelo alcance delas, além da situação econômica.(BOOG, 2002, p. 574). Em outro modelo Boog enfatiza que o primeiro passo do processo de gerenciamento do clima organizacional é saber o que as pessoas realmente querem. É necessário compreender as diferenças individuais e qual a necessidade do grupo, sendo que, ás vezes, isto significará ouvir mais, fazer mais reuniões de trabalho, ou até mesmo participar mais dos cafés da manhã.(BOOG, 2002). O clima organizacional é considerado a expressão dos sentimentos dos colaboradores para com a empresa.(BOOG, 2002). O ritmo acelerado, muitas vezes, atrapalha a percepção dos gerentes referente aos seus colaboradores, dificultando a interpretação dos seus sentimentos.(BOOG, 2002). O mesmo autor considera a coerência dos valores um ponto chave na gestão do clima organizacional: [...] Uma das coisas que mais causam mal à empresa é a incoerência de seus dirigentes. Prometer e não cumprir, ditar regras e depois desobedecer a elas e agir de modo diferente do que se recomenda são pecados graves de conduta gerencial.(BOOG, 2002, p. 578). MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Logo, esta relação entre líder e liderados deve ser a melhor possível, para alcançar o caminho do sucesso.(BOOG, 2002). 2.2.4 Pesquisa De Clima Organizacional Em virtude, há tantas mudanças, as organizações buscam ferramentas para manterem-se competitivas e vivas. Outro fator importante, é poder mensurar, verificar como está a percepção, comportamento dos nossos colaboradores perante nossa empresa.(BOOG, 2002). Esta pesquisa necessita ser feita de forma criteriosa, sigilosa, para não mesclar o resultado final, até mesmo, porque não existe um modelo generalista, em virtude de que cada organização tem suas necessidades, crenças, cultura. Outro detalhe relevante é o tempo previsto para aplicação desta pesquisa.(BOOG, 2002). A organização deve buscar sempre com maior agilidade as respostas de assuntos que envolvem os colaboradores.(BOOG, 2002). É necessário fazer uma boa escolha e definir as variáveis que irão compor a pesquisa do clima organizacional. Nesta etapa inicial a interação com o corpo gerencial e os colaboradores é de suma importância3. Uma investigação sobre o clima organizacional possui o maior subsidio que é realizar um plano de ação para implementar medidas, que mantenham os pontos favoráveis e que dão suporte para melhorar os desfavoráveis. No entanto, busca-se através da pesquisa de clima organizacional não somente controles, mas a busca de uma ferramenta de tomada de decisões4. 2.2.5 Fatores que influenciam o clima organizacional Sabe-se que a motivação nas pessoas pode ser gerada por diversos fatores, porém, os que causam insatisfação também. Antes de administrar o clima organizacional, é necessário entender o que se passa no interior da organização.(BOOG, 2002). 3 PLANEJAMENTO.Clima Organizacional. Disponível em: http://pvs.planejamento.gov.br/clima_organizacional.htm Acesso em: 22 de mai de 2007. 4 PLANEJAMENTO.Clima Organizacional. Disponível em: http://pvs.planejamento.gov.br/clima_organizacional.htm Acesso em: 22 de mai de 2007. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 2.2.5.1 Teoria das Necessidades de Maslow A despeito disso, Storner (1982, p.324), afirma que “as pessoas são motivadas a satisfazer cinco tipos de necessidades, que podem ser escalonadas numa hierarquia”. Em outro modelo, Storner apresenta a Pirâmide, representando a Hierarquia das Necessidades, de Maslow: Outro aspecto apresentado por Stoner sobre a teoria de Maslow, refere-se que os indivíduos satisfazem primeiramente a necessidade que estiver mais dominante naquele momento. Pode-se concluir que o indivíduo busca suprir as necessidades mais básicas, para posteriormente buscar satisfazer o próximo nível.(STORNER, 1982). Cabe citar o trabalho de Maximiano: [...] A mais importante das explicações modernas sobre o conteúdo da motivação estabelece que as pessoas são motivadas essencialmente pelas necessidades humanas. Quanto mais forte a necessidade, mais intensa é a motivação. Uma vez satisfeita a necessidade, extingue-se o motivo que movimenta o comportamento e a motivação cessa. Certas necessidades são instantâneas, como á necessidade de procurar abrigo numa situação de insegurança, outras têm ciclo de satisfação mais longo, e são atendidas de momento a momento. É o caso da motivação para o poder, que pode ficar mais intensa a cada momento. Portanto, qualquer recompensa ou objetivo do MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 comportamento tem um valor que é determinado pela capacidade de satisfazer a necessidade.(MAXIMIANO, 2002, p. 287). A exemplo de Storner que tratou disso, Dubrin (2003), por sua vez, afirma que a existência da pessoa depende das necessidades básicas, como as necessidades fisiológicas e a segurança. Já, as necessidades que seguem a pirâmide, reporta-se a questões do desenvolvimento pessoal, e esta por sua vez, acontece quando as necessidades básicas são supridas. 2.2.5.2 Harmonização de conflitos pessoais De início é interessante destacar o artigo em que Xavier (2006, p.155) afirma que: “conflitos pessoais são possíveis numa organização, porém sempre muito indesejáveis e devem ser contidos pelo gestor”. Outro ponto relevante comentado por Xavier é que, ao deparar-se com caso de conflito oculto, recomenda-se primeiramente conhecer o motivo do conflito, sua causa e seu o nível de seriedade. Em seguida, convocar os envolvidos e buscar o entendimento, sendo que neste encontro, deve-se ouvir as partes com atenção e mostrar-se neutro perante a situação. O gestor deve enfatizar que não tolerará conflitos no ambiente de trabalho, e que estará tomando medidas cabíveis.(XAVIER, 2006). O comprometimento da organização para com os seus colaboradores é fundamental, a alta cúpula da empresa deve vender suas idéias e ter uma percepção aguçada em relação ao ambiente, pessoas e necessidades, assim como fornecer subsídios e ferramentas necessárias para o aumento da produtividade. O mais importante de tudo, porém, é propiciar aos funcionários um ambiente agradável, assim como, medir o grau de satisfação dos colaboradores, afinal é certo que funcionários satisfeitos produzem melhor e fidelizam o ambiente de trabalho. 3PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo realizado se embasa na metodologia científica como instrumento válido na obtenção dos resultados. Referente ao método científico: [...] Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 verificação. Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento.Pode-se definir método como caminho utilizado para chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento.(GIL, 2006, p. 26). Desta forma a sucessão deste item se destina a apresentar a metodologia utilizada na pesquisa deste trabalho. 3.1 MODALIDADE DA PESQUISA A pesquisa quanto aos objetivos se caracteriza como descritiva. Para Gil (2006, p.44), “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial à descrição de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. E quanto aos procedimentos será de campo com modalidade estudo de caso. A despeito disso Gil ressalta que: [...] Os estudos de campo procuram muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis.(GIL, 2006, p. 72). O Estudo de Caso se identifica com a metodologia qualitativa e foi criado por La Play, que o utilizou para analisar famílias trabalhadoras na Europa. Existem diferentes princípios para analisar casos como intrínsecos, coletivos e instrumentais.(LAKATOS, 2006). Outro aspecto relevante abordado por Lakatos é: [...] O Estudo de Caso refere-se ao levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob todos os seus aspectos. Entretanto, é limitado, pois se restringe ao caso que estuda, ou seja, um único caso, não podendo ser generalizado.(LAKATOS, 2006, p. 274). 3.2 CAMPO DE OBSERVAÇÃO Optou-se para a realização deste estudo, na clinica cardiológica Unicardio S/S.; situada na rua Amazonas, 301 - Bairro Ribeirão Fresco - CEP 89020-900 – BlumenauSC, anexo ao Hospital Santa Catarina. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 A população, ou universo de pesquisa, é formada por 30 colaboradores, que desenvolvem suas atividades, nas áreas da saúde e administrativas, e serão respondentes da pesquisa. 3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Os dados necessários ao desenvolvimento do trabalho serão coletados através de questionários com perguntas abertas e/ou fechadas. A despeito disso, Gil afirma que: [...] Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.(GIL, 2006, p. 128). Na maioria das vezes os questionários, são apresentados aos respondentes por escrito.(GIL, 2006). Para responder um dos objetivos da pesquisa, será utilizada a entrevista. Ao referir-se a tal assunto, Gil menciona que: [...] Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação.(GIL, 2006, p. 117). O mesmo autor reforça que esta técnica é a mais utilizada dentro das ciências sociais. Geralmente os profissionais que atuam no âmbito das ciências humanas como sociólogos, psicólogos e outros utilizam desta técnica.(GIL, 2006). 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO No ano de 1992, os médicos Antônio Carlos Paes Loureiro e Siegmar Starke, apoiados pela direção do Hospital Santa Catarina, convidaram um seleto grupo de cardiologistas oriundos de diferentes partes do país com o intuito de viabilizar uma estrutura de atendimento em cardiologia até então inexistente na região. A fundação MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 ocorreu em 1º de agosto do mesmo ano, como uma Unidade de cardiologia do Hospital Santa Catarina. Hoje a Unicardio tornou-se num dos mais complexos e avançados centros de atendimento cardiológico do sul do Brasil, possuindo um vasto portifólio de procedimentos, procurando sempre priorizar a excelência no serviço aliada com inovação e tecnologia, buscando sempre a aquisição de novos equipamentos, ampliação de sua estrutura física, gerando desta forma um atendimento de qualidade aos seus pacientes e permitindo que seus profissionais possam desenvolver suas funções de forma adequada e segura. Hoje a empresa conta com uma equipe médica com 20 cardiologistas, além de 50 colaboradores das mais diversas áreas da saúde e administrativas. Além de contar com tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados, a Unicardio desenvolve práticas conscientes de responsabilidade social e ambiental. Porém acima de tudo a Unicardio acredita que antes de qualquer retorno financeiro ou material o tratamento humanístico vem em primeiro lugar, pois ela investe e acredita na tecnologia, mas acredita mais ainda na supremacia da entidade humana. Os dados foram coletados através de um questionário estruturado por 35 perguntas, abertas e fechadas, onde os respondentes expressaram sua opinião, visando atender os objetivos do presente estudo. A população pesquisada é constituída por 30 colaboradores, sendo que 68% executam suas tarefas no setor não invasivo (agendamento de exames como teste ergométrico, holter, mapa; faturamento; tesouraria; telefonia; operadores de equipamentos médicos) e 32% no setor invasivo (cateterismo; angioplastia). Contudo, nossa equipe é formada por 93% do sexo feminino e apenas 7% do sexo masculino. Referente ao fator remuneração constatou-se que, grande parte, dos colaboradores considera seu salário dentro da média do mercado, ou seja, mais da metade da empresa está satisfeita com o salário que recebe para desenvolver suas atividades. Para o gestor desta organização ele acredita que: “Em relação à política de remuneração dentro da Unicardio creio que nós sempre estamos acima do que o mercado oferece”. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Concluiu-se que a maioria dos entrevistados considera ou agrega os benefícios como parte de seu salário real, sendo que uma parcela reduzida acredita que este benefício não é incorporado ao salário. Já o gestor afirma que: “principalmente quando se refere a alguns benefícios sociais como plano de saúde, assistência a cursos superiores, cursos técnicos, ou seja, a capacitação de uma forma em geral é importante”. Ao que diz respeito aos tipos de benefícios apresentados, à análise mostrou que todos têm uma boa aceitação. Porém, de acordo com o resultado obtido nas respostas, o auxilio a educação, mostra-se neste momento muito importante na percepção dos colaboradores. Sendo que o benefício citado como sendo o segundo mais importante seria o ticket refeição. Relativo ao fator comunicação: a despeito disso Chiavenato enfatiza que: “A comunicação é uma prioridade estratégica para a empresa. Nas organizações mais bemsucedidas do mundo, a comunicação recebe a máxima prioridade”. (CHIAVENATO, 1994, p. 121) Concluiu-se que neste quesito a clinica Unicardio, está num patamar satisfatório da comunicação. O gestor afirma que: “A comunicação é facilitada pela nossa ferramenta de tecnologia de informação, reconheço que ela não é estimulada, mas, não existe dentro do meu conhecimento barreiras de comunicação, porém, ela deveria ser estimulada”. Já na questão de exames oferecidos percebeu-se uma grande possibilidade de treinamento. Todavia, sabe-se da importância do treinamento. A despeito disso Chiavenato afirma que: “As organizações mais bem-sucedidas têm investido pesadamente em treinamento para alcançarem o objetivo e terem o retorno desejável. Estas organizações vêem o treinamento, como investimento e não como despesa”.(CHIAVENATO, 2004). Outro aspecto levantado por Chiavenato (2004) enfatiza que: “o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para, que as mesmas, possam contribuir ainda mais para o alcance dos objetivos organizacionais”. Nas condições de trabalho pode-se concluir que a ginástica laboral é bem aceita por parte dos colaboradores. MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 Dentro deste panorama, uma das modalidades que vem recebendo atenção especial é a melhoria da qualidade de vida. E a ginástica laboral (exercícios físicos realizados no trabalho) está em evidência. (BISPO, 2003) Bispo (2003) enfatiza, a importância da ginástica laboral nas empresas, e o ganho na produtividade. Porém, na percepção do gestor: “Referente à ginástica laboral é mais um indicador da preocupação que temos com a qualidade de trabalho, com a saúde do trabalho, infelizmente, talvez, por desinteresse ou por falta de tempo, falta de estímulos, algo que precisa ser revisto, por isso não há uma aderência, uma adesão considerada a ginástica laboral”. Estas paradas são insignificantes para a organização, se for comparada com as licenças médicas por DORTs (Doenças Ortomoleculares Relacionadas ao Trabalho). Todavia, a ginástica laboral oferece benefícios significantes à saúde do trabalhador. (BISPO, 2003). Esta adesão deve ser maciça e contribuir no relacionamento interpessoal. (BISPO, 2003). No fator integração, pode-se constatar que o relacionamento dos colaboradores da Unicardio é bom. Já o gestor desta organização acredita que: “se atingirmos a meta em relação à manutenção do respeito entre os colaboradores internos, já estaríamos, no mínimo em um patamar aceitável. Em um ambiente fechado é natural que haja, entre alguns colaboradores, alguns atritos sem maior significância. Creio que este item possa ser melhorado, porém não estamos em um patamar ruim”. Xavier (2006) por sua vez, aposta que, o gestor deve estar sempre atendo no clima organizacional para manter a equipe integrada. Optar por medidas saneadoras e observar. Buscar combater o individualismo, e demonstrar que aprova a integração e desaprova qualquer que seja a intenção de exclusão na equipe. Mostrar para as pessoas que as diferenças fazem parte e através delas, que conseguimos buscar riquezas culturais para o grupo. Todavia no fator imagem e conceito da Empresa, no quesito compromissos da Unicardio, citados pelos colaboradores o mais lembrado foi o patrocínio ao esporte. No entanto, na percepção dos colaboradores, a empresa Unicardio é tida como uma das melhores e acima da média para se trabalhar. E isto é confirmado também pelo MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 depoimento do gestor: “Considero a Unicardio uma boa empresa para se trabalhar, pois, os cotistas, em comum acordo, não medem esforços para propiciar aos colaboradores ferramentas de trabalho para que os mesmo possam desenvolver suas atividades com qualidade nos procedimentos, assim como, um bom ambiente”. Sob este ponto de vista, propõe-se, que a gestão continue a realizar o seu trabalho desta forma, disponibilizando recursos cabíveis para o sucesso e a saúde financeira da mesma. Para o gestor da Unicardio, no fator estilos de liderança ele afirma que: “A Unicardio possui uma estrutura hierárquica, porém, a mesma não precisa ser permanentemente praticada. Esta é uma das razões que geram alguns comportamentos, onde não se admite alteração de voz, punições, humilhações ou qualquer tipo de retaliação. Essa hierarquia existe e todos sabem”. Na opinião dos colaboradores, referente ao fator participação, a grande parte dos entrevistados diz ser consultado(a) quando se trata de algum assunto ou modificação referente ao seu trabalho, mas 38% diz não ser consultado quando se trata de algum assunto ou modificação referente ao seu trabalho. O mesmo ocorre no item, necessidades da equipe, constatou-se que 54% dos colaboradores entrevistados, não se sentem à vontade para conversar com pessoas de todos os níveis da organização. Na opinião do gestor da Unicardio, ela acredita que: “nossos colaboradores sejam poucos consultados quanto às modificações de trabalho, temos pecado nisto, temos consultado-os muito poucos, não restringimos, mas também não estimulamos, incentivamos, mas não estimulamos”. A pesquisa de clima organizacional serve principalmente como um ponto de partida, para a busca e alcance de uma qualidade constante na satisfação dos colaboradores internos. Pois, sabe-se que o sucesso ou fracasso das organizações depende muitas vezes não da tecnologia e sim, dos nossos recursos humanos. Diante dos resultados apresentados, recomenda-se a organização refletir sobre as políticas adotadas e estabelecerem novas estratégias futuras. 5 CONCLUSÃO MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 As organizações, ao longo do tempo estão percebendo que o seu maior capital é o ser humano. Essa constatação aliada ao setor da prestação de serviços, mostra a necessidade de monitorar e avaliar o grau de satisfação de seus colaboradores, pois se este não estiver motivado e comprometido com a instituição, de nada adiantará a empresa ter a melhor tecnologia ou maior diversidade nas opções de serviços. Desta forma buscou-se, neste estudo de caso, abranger e analisar, a importância da gestão do Clima Organizacional, na percepção dos colaboradores de uma clinica cardiológica. Visto que este estudo tem por finalidade identificar e compreender a realidade atual da organização promovendo um incremento fundamental para execução de um plano estratégico. Diante dos vários fatores que influenciam nos níveis de motivação e comprometimento na empresa Unicardio S/S, pode-se verificar através das respostas aos objetivos desta pesquisa, que os benefícios oferecidos, assim como a boa convivência profissional com colegas de trabalho, os salários, as oportunidades de crescimento e o ambiente físico foram os fatores mais citados na pesquisa realizada entre os colaboradores da empresa pesquisada. Traçando desta forma, um perfil, que pode ser usado como referência para as mudanças necessárias para a melhoria e manutenção desse índice de satisfação, interferindo substancialmente nos fatores desmotivantes entre os mesmos colaboradores como a falta de comprometimento por parte de alguns colaboradores, salários baixos, excesso de trabalho e problemas de relacionamentos conflitantes. Um outro fator de extrema importância que deu sustentação confirmando aos pressupostos desta pesquisa se refere ao nível de desmotivação e o impacto provocado pela mesma no ambiente interno da empresa, onde constatou-se que por ser uma prestadora de serviços com segmento na área médica, não há como estabelecer um padrão de comportamento, pois diariamente os colaboradores se deparam com uma serie de adversidades nas quais lidam das mais diversas maneiras de acordo com os mais variados fatores pessoais ou profissionais. Outro fator muito interessante diagnosticado através do resultado da pesquisa realizada foi a questão de que apesar dos colaboradores considerarem importantes os benefícios e incentivos oferecidos pela empresa esses fatores não proporcionam fidelização à mesma, pois segundo o resultado esses colaboradores acreditam que a empresa tem um crescimento profissional a oferecer muito limitado pela quantidade MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 reduzida de cargos e departamentos, sendo que com isso, acabam procurando novas oportunidades no mercado. Por outro lado, ainda em relação aos benefícios e incentivos fornecidos pela empresa, a pesquisa aponta os mesmos como fatores que influenciam diretamente no clima organizacional da mesma, sendo que para alguns colaboradores consideram o salário baixo, além de não considerarem os benefícios como parte integrante de seus rendimentos mensais, gerando desta forma, influências negativas no clima organizacional da mesma, confirmando o item C dos pressupostos apresentados. No que se refere à hierarquia da empresa, a pesquisa apontou a dificuldade de alguns colaboradores no conhecimento da mesma, tendo muitas vezes dificuldade por não saber a quem se reportar quando precisa. Diante deste cenário, das respostas obtidas através da pesquisa realizada com os colaboradores da empresa Unicárdio S/S, tem-se plena certeza de que os objetivos propostos foram alcançados. Pois o objetivo central do presente trabalho era verificar a percepção dos colaboradores em relação ao clima organizacional da referida empresa, assim como buscar subsídios para proporcionar as mudanças necessárias para a melhoria dos fatores de acordo com o resultado da pesquisa aplicada. Desta forma fica a certeza de que há melhorias a serem aplicadas no que se refere à remuneração, comunicação interna, condições de trabalho, integração entre os colaboradores, imagem e conceito da empresa, estilo de liderança aplicado e participação dos mesmos. Porém, acredita-se que o caminho é esse, onde torna-se evidente a importância de ouvir muito, perguntar muito e estabelecer uma relação de confiança baseada na transparência, competência e vontade de servir, satisfazendo assim as necessidades de nossos clientes e colaboradores. ABSTRACT In the current context, as much for the organizations as much for the people's administration, it turned indispensable to identify how's the organizational climate. Being through possible of this analysis to know the positive and negative points in the collaborators' perception. This managerial tool can serve as thermometer for not letting to fall the productivity. At that way, it was shimmered the possibility of a study in the cardiology's clinic Unicardio S/S, with focus in the Organizational Climate, through by reliable and scientific techniques, by The Organizational Climate Research. This way it was aimed at to identify together with the collaborators, in the work atmosphere; which the principal aspects that affect in the organizational climate; to lift the opinion of the administration of the Clínica UNICARDIO S/S with relationship to the factors that influence the Organizational Climate and to analyze the perception of the climate MACHADO, Mirian Magnus; ROSA, Edseia Mirtes Peixe. Clima organizacional:estudo de caso na clínica Unicardio S/S. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, Blumenau, v.2, n.2, p.01-24, Sem I. 2008 ISSN 1980-7031 organizational of the manager's of the organization collaborators versus and to propose actions of improvements. The research was accomplished through a questionnaire with closed and open questions and an interview with the manager of the company. The acquired data were tabulated and described in graph form with your respective percentage and the interview shows the manager's perception in relation to the researched factors. The results show that the clinic Unicardio is in a good climate in your majority, presenting some deficiencies in certain points. With base in the proportionate knowledge for the research, so much theoretical, as practices were suggested actions, propitiating this way a pleasant and subject atmosphere to the success of the organization, as well as of your collaborators, so much in your personal atmosphere as in the professional. Key Words: People's Administration; Organization Climate and Research of Climate. REFERÊNCIAS ARAUJO, Luis César G. De . Organização, sistemas e métodos e as modernas ferramentas de gestão organizacional : arquitetura, benchmarking, empowerment, gestão pela qualidade total, reengenharia / São Paulo : Atlas, 2001. BISPO, Patrícia. Ginástica laboral: uma atitude saudável 30/06/2003.Disponível em <http://www.rh.com.br/imprima.php?cod=3558> Acesso em 29 outubro.2007. BOOG, Gustavo e Magdalena (coord) . 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