INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA Departamento de Engenharia Elétrica Centro Tecnológico UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROJETO DE UM CONVERSOR FLYBACK E DE UM CONVERSOR FORWARD ISOLADOS COM RETIFICADOR E FILTRO CAPACITIVO Responsável pelo Projeto: Clóvis Antônio Petry (INEP/EEL – UFSC) Professor Responsável: Prof. Arnaldo José Perin (INEP/EEL – UFSC) Agosto/2000 Caixa Postal 5119, CEP: 88.040-970 - Florianópolis - SC Tel. : (048) 331.9204 - Fax: (048) 234.5422 – Internet: www.inep.ufsc.br ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 3 2 RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO ................................................................................................. 4 2.1 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DO RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO ........................................................... 4 2.2 PROJETO DO RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO ........................................................................................... 4 2.2.1 Determinação do Capacitor de Filtragem .................................................................................................. 4 2.2.2 Determinação dos Diodos Retificadores .................................................................................................... 5 3 CONVERSOR FLYBACK ..................................................................................................................................... 8 3.1 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DO CONVERSOR FLYBACK...................................................................................... 8 3.2 PROJETO DO CONVERSOR FLYBACK ...................................................................................................................... 8 3.2.1 Projeto do Transformador .......................................................................................................................... 8 3.2.2 Determinação do Capacitor de Saída ....................................................................................................... 13 3.2.3 Especificação do Interruptor .................................................................................................................... 13 3.2.4 Especificação do Diodo ............................................................................................................................ 14 3.3 SIMULAÇÃO DO CONVERSOR FLYBACK .............................................................................................................. 16 3.4 SIMULAÇÃO COM TENSÃO MÍNIMA NA ENTRADA ............................................................................................... 16 3.5 SIMULAÇÃO PARA TENSÃO MÁXIMA NA ENTRADA ............................................................................................ 21 4 CONVERSOR FORWARD ................................................................................................................................. 25 4.1 ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DO CONVERSOR FORWARD .................................................................................. 25 4.2 PROJETO DO CONVERSOR FORWARD ................................................................................................................... 25 4.2.1 Projeto do Transformador ........................................................................................................................ 25 4.2.2 Cálculo dos Novos Valores de D .............................................................................................................. 31 4.2.3 Projeto do Indutor de Filtragem da Corrente de Saída ............................................................................ 31 4.2.4 Determinação do Capacitor de Saída ....................................................................................................... 34 4.2.5 Especificação do Interruptor .................................................................................................................... 34 4.2.6 Especificação do Diodo de Desmagnetização (Dd) .................................................................................. 35 4.2.7 Especificação do Diodo Retificador da Saída .......................................................................................... 37 4.2.8 Especificação do Diodo de Circulação..................................................................................................... 38 4.3 SIMULAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD ............................................................................................................. 40 4.4 SIMULAÇÃO COM TENSÃO MÍNIMA NA ENTRADA ............................................................................................... 40 4.5 SIMULAÇÃO COM TENSÃO MÁXIMA NA ENTRADA .............................................................................................. 46 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ....................................................................................................... 51 6 PROJETO DO TRANSFORMADOR COM DEMAG ...................................................................................... 56 6.1 TRANSFORMADOR DO CONVERSOR FLYBACK ..................................................................................................... 56 6.1.1 Projeto pela Restrição de Temperatura .................................................................................................... 56 6.1.2 Projeto pelo Produto de Áreas.................................................................................................................. 58 6.2 TRANSFORMADOR DO CONVERSOR FORWARD .................................................................................................... 60 6.2.1 Projeto pela Restrição de Temperatura .................................................................................................... 60 7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................................... 62 8 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 63 9 ANEXOS ................................................................................................................................................................ 64 9.1 9.2 ANEXO I – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL IP 12R .......................................................................................... 64 ANEXO I – CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL IP 12E .......................................................................................... 65 2 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo o projeto de um conversor Flyback e de um conversor Forward isolados incluindo o retificador e filtro de entrada. O retificador com filtro capacitivo é o responsável pela conversão da tensão alternada da rede numa tensão contínua com ondulação preestabelecida. Por tratar-se de um filtro capacitivo, na tensão de saída estará presente uma componente alternada de 120Hz. A tensão de saída do retificador com filtro capacitivo será aplicada à entrada do conversor Flyback e/ou do conversor Forward. Estes conversores, pela característica do circuito de controle, apresentam resposta lenta à variações da tensão de entrada, desta forma a ondulação de 120Hz presente na tensão de entrada dos conversores não será compensada pelo circuito de controle, se fazendo presente na saída dos mesmos. Por se tratarem de conversores isolados faz-se necessário o uso de transformador. Este, além da função de isolação permite também a adaptação da tensão de saída em função da tensão de entrada. Desta forma o conversor tem como função principal o controle da tensão de saída, operando com razão cíclica maior, pois esta está diretamente ligada à diferença entre a tensão de entrada e de saída. No conversor Flyback o transformador assume também a função do indutor de armazenamento de energia. No conversor Forward tem-se a presença de um indutor para filtragem da corrente na saída. A princípio isto pode ser visto como um aumento do volume total do conversor. No entanto este aumento de elementos magnéticos é compensado pela diminuição do capacitor de filtragem da saída. Tem-se a seguir o projeto do retificador com filtro capacitivo. Em seguida tem-se o projeto do conversor Flyback com posterior simulação e do conversor Forward com simulação. Por final tem-se o projeto dos transformadores usando o software de projeto DEMag. Faz-se também a especificação dos componentes, com determinação da potência dissipada sobre os mesmos visando especificar um dissipador. Ressalta-se que a especificação dos componentes e eventualmente de dissipadores visa apenas servir como instrumento de aprendizado. Portanto, não ter-se-á preocupação em especificar os melhores componentes, em termos de características elétricas, mecânicas e econômicas. 3 2 RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO 2.1 Especificações de Projeto do Retificador com Filtro Capacitivo Sejam as seguintes especificações para o retificador com filtro capacitivo: Vinmin = 190V Vinmax = 240 V V = 5% ret = 90% Pcon = 100W f = 60Hz Ta = 500C con = 70% Vd = 3V - Tensão mínima de entrada; Tensão máxima de entrada; Ondulação da tensão na saída do retificador; Rendimento do retificador com filtro capacitivo; Potência de saída dos conversores; Freqüência da rede; Temperatura de operação dos circuitos; Rendimento do conversor (pior caso); Queda de tensão nos diodos retificadores. O circuito do retificador com filtro capacitivo a ser projetado está mostrado na Fig. 1. + D1 D2 Vin + - D3 C Saída D4 - Fig. 1 - Circuito do retificador com filtro capacitivo. 2.2 Projeto do Retificador com Filtro Capacitivo Para determinação dos componentes do retificador com filtro capacitivo será usada a metodologia apresentada em [2]. 2.2.1 Determinação do Capacitor de Filtragem A potência de saída do retificador é dada pela (Eq. 1): Pout Pcon 100 con 0,7 Pout 142,86W (Eq. 1) (Eq. 2) 4 Portanto a potência de entrada do retificador será: Pin Pout 142,86 ret 0,9 Pin 158,7W (Eq. 3) (Eq. 4) A tensão de pico sobre o capacitor é dada por: Vpk 2 Vin min Vd 2 190 3 (Eq. 5) Vpk 265,7V (Eq. 6) A tensão mínima sobre o capacitor será: Vc min 0,95( 2 Vin min Vd ) 0,95( 2 190 3) (Eq. 7) Vc min 252,4V (Eq. 8) Portanto o capacitor será: C Pin 158,7 f (Vpk 2 Vc min 2 ) 60(265,7 2 252,4 2 ) C 384,34F (Eq. 9) (Eq. 10) Usando-se o valor comercial mais próximo: C 470Fx400V Capacitor eletrolítico de alumínio marca Icotron. (Eq. 11) 2.2.2 Determinação dos Diodos Retificadores O tempo de condução dos diodos é dado por: Vc min 252,4 cos 1 cos 1 Vpk 265,7 tc 2f 2 60 tc 0,824ms (Eq. 12) (Eq. 13) A corrente de pico na saída do retificador é dada por: Ip CV 470 13,3 tc 0,824m (Eq. 14) 5 Ip 7,4A (Eq. 15) No entanto, conforme é recomendado em [2] a corrente de pico deve ser considerada com o dobro de amplitude, desta forma: Ip 14,8A (Eq. 16) O valor eficaz da corrente na saída do retificador é: Ief Ip 2tcf (2tcf ) 2 7,4 2 0,824 10 3 60 (2 0,824 10 3 60) 2 (Eq. 17) Ief 2,23A (Eq. 18) A corrente média fornecida pelo capacitor ao conversor é dada por: Im d Pin 158,7 Vc min 252,4 (Eq. 19) Im d 0,63A (Eq. 20) A corrente total no capacitor de filtragem é dada por: Icef Ief 2 Im d 2 2,232 0,632 (Eq. 21) Icef 2,3A (Eq. 22) As correntes nos diodos retificadores serão: Idp Ip 14,8A (Eq. 23) Idef Ip tcf 7,4 0,824 10 3 60 (Eq. 24) Idef 1,67A (Eq. 25) Idmd Pin 1587 2Vc min 2 252,4 (Eq. 26) Idmd 0,31A (Eq. 27) Vd max 2 Vin max 2 240 (Eq. 28) Vd max 339,4V (Eq. 29) Portanto pode-se usar o diodo 1N 4005 Semikron. Suas características elétricas são: VRRM = 600V IF = 2A Imd = 1A - Máxima tensão reversa; Corrente eficaz; Corrente média direta; 6 Ip = 35A Máxima corrente suportada durante 10ms; VTO = 0,85V Queda de tensão direta; rt = 90m Resistência série direta; 0 Tj = 180 C Temperatura de junção; Rtja = 800C/W Resistência térmica entre junção e ambiente para montagem em placas de circuito impresso. Pode-se então determinar a potência dissipada sobre os diodos retificadores: Pd VTO Idmd rtIdef 2 0,85 0,31 90 103 1,67 2 (Eq. 30) Pd 0,51W (Eq. 31) Portanto a resistência térmica entre junção e ambiente será: Rja Tj Ta 180 50 Pd 0,51 Rja 254,90 C / W (Eq. 32) (Eq. 33) Como o valor calculado é maior que o especificado para o diodo 1N 4005 não necessita-se o emprego de dissipador. 7 3 CONVERSOR FLYBACK 3.1 Especificações de Projeto do Conversor Flyback Sejam as seguintes especificações para o conversor Flyback: Vinmin = 253V Vinmax = 340 V Vc = 100mV Vout = 13V = 70% Pout = 100W fs = 28kHz Dmax = 0,4 Ta = 500C Vd = 1,5V - Tensão mínima de entrada; Tensão máxima de entrada; Ondulação da tensão na saída do conversor; Tensão de saída do conversor; Rendimento do conversor Flyback; Potência de saída do conversor; Frequência de chaveamento; Razão cíclica máxima; Temperatura de operação do circuito; Queda de tensão no diodo. O circuito do conversor Flyback a ser projetado está mostrado na Fig. 2. D + Is=Id Ip=I T Np + Ns Io Ic C Ro Vout Vin T - Fig. 2 - Circuito do conversor Flyback. 3.2 Projeto do Conversor Flyback Para determinação dos componentes do conversor Flyback será usada a metodologia apresentada em [1]. 3.2.1 Projeto do Transformador 3.2.1.1 Escolha do Núcleo Para escolha do núcleo é usada a (Eq. 33): AeAw 1.1Pout Kp Kw j B fs (Eq. 34) 8 Onde: Ae Aw Kp = 0,5 Kw = 0,4 j = 400A/cm2 B = 0,25T - Área da seção transversal do núcleo; Área da janela do núcleo; Fator de utilização do primário; Fator de utilização da área da janela; Densidade de corrente; Variação da densidade de fluxo. Os valores de Kp, Kw, j e B são valores típicos extraídos da literatura [5] para as especificações de projeto apresentadas anteriormente. Portanto o produto AeAw será: AeAw 1,1100 0,5 0,4 400 0,25 28k AeAw 1,964cm 4 (Eq. 35) (Eq. 36) Da tabela de núcleos do fabricante Thornton escolhe-se o núcleo E-42/15 que possui área da seção do núcleo de: Ae 1,81cm 2 (Eq. 37) 3.2.1.2 Determinação do Entreferro A energia acumulada no enrolamento primário durante a etapa de magnetização transformado (interruptor T conduzindo) é dada por: W Pout 100 fs 0,7 28k do (Eq. 38) W 5,102mJ (Eq. 39) 2 o W 2 4 10 7 5,102m B2 Ae 0,252 1,8110 4 (Eq. 40) Onde o é a permeabilidade do ar . Assim: 1,134mm (Eq. 41) Se na montagem do transformador o entreferro ocupar os dois lados do núcleo do tipo E tem-se: 1,134 2 2 (Eq. 42) lg 0,567mm (Eq. 43) lg 9 3.2.1.3 Cálculo do Número de Espiras do Enrolamento Primário O número de espiras do primário é calculado pela (Eq. 44): Np B o Ip (Eq. 44) Mas a corrente de pico no primário é dada por: Ip 2 Pout 2 100 Vin min D max 0,7 253 0,4 Ip 2,82A (Eq. 45) (Eq. 46) Portanto: Np 0,25 1,134 10 3 4 10 7 2,82 Np 80espiras (Eq. 47) (Eq. 48) 3.2.1.4 Cálculo do Número de Espiras do Enrolamento Secundário O número de espiras do secundário é calculado pela (Eq. 49): Ns Np (Vout Vd ) (1 D max) (13 1,5) (1 0,4) 80 Vin min D max 253 0,4 Ns 7espiras (Eq. 49) (Eq. 50) 3.2.1.5 Determinação da Seção dos Condutores Para determinação da seção dos condutores é necessário determinar-se a profundidade de penetração do campo, dada por: 2 7,5 2 7,5 fs 28k 0,09cm (Eq. 51) (Eq. 52) A (Eq. 51) se mostra correta para uma temperatura de 1000C. Da tabela de fios de cobre verifica-se o que o fio de número 19AWG satisfaz o diâmetro especificado. Este possui uma seção de: S 6,527 107 m 2 (Eq. 53) 10 A seção do condutor para o enrolamento primário é dada por: Sp Ipef j (Eq. 54) Mas a corrente eficaz do primário é dada por: Ipef Ip D max 0,4 2,82 3 3 (Eq. 55) Ipef 1,031A (Eq. 56) Portanto: Sp 1,0131 400 (Eq. 57) Sp 2,577 10 7 m 2 (Eq. 58) Pela tabela de fios de cobre verifica-se que o fio de número 23AWG satisfaz o valor calculado. Como a seção do condutor calculada para o enrolamento primário é menor do que a especificada pela profundidade de penetração pode-se especificar o condutor de bitola 23 AWG, pois assim é melhor utilizado o espaço do núcleo disponível para os enrolamentos. A seção do condutor para o enrolamento secundário será: Ss Isef j (Eq. 59) Mas a corrente eficaz do enrolamento secundário é dada por: Isef Is To fs 3 (Eq. 60) Considerando o tempo de condução do diodo igual ao tempo de abertura do interruptor temse: To T2 T T1 T(1 D max) To 21,43s 1 D max 1 0,4 fs 28k (Eq. 61) (Eq. 62) Assim: Isef 32,2 Isef 14,4A 21,43 28k 3 (Eq. 63) (Eq. 64) 11 Portanto: Ss 14,4 400 Ss 3,6 106 m 2 (Eq. 65) (Eq. 66) A seção calculada para o enrolamento secundário é maior do que a especificada pela profundidade de penetração. Desta forma é necessário usar-se condutores em paralelo de seção 19AWG conforme especificado pela profundidade de penetração. O número de condutores em paralelo será: ns Ss 3,6 10 6 S 6,527 10 7 ns 6 (Eq. 67) (Eq. 68) São portanto usados 6 condutores em paralelo de bitola 19AWG para confecção do enrolamento secundário. 3.2.1.6 Determinação das Indutâncias Magnetizantes dos Enrolamentos Para simulação do conversor faz-se necessário conhecer as indutâncias magnetizantes dos enrolamentos primário e secundário. A indutância do primário é determinada por: Lmp Np B Ae 80 0,25 1,8110 4 Ip 2,82 Lmp 1,28mH (Eq. 69) (Eq. 70) Para o enrolamento secundário tem-se: Lms Ns B Ae Is (Eq. 71) Mas a corrente de pico no secundário é dada por: Is Ip Np 80 2,82 Ns 7 Is 32,2A (Eq. 72) (Eq. 73) Portanto: Lms 7 0,25 1,8110 4 32,2 (Eq. 74) 12 Lms 9,84H (Eq. 75) 3.2.2 Determinação do Capacitor de Saída O capacitor de saída é determinado por: C Io D max fs Vc (Eq. 76) A corrente média na carga é dada por: Io Pout 100 Vout 13 Io 7,69A (Eq. 77) (Eq. 78) Portanto: 7,69 0,4 28k 0,1 (Eq. 79) C 1,099mF (Eq. 80) C A resistência série equivalente máxima do capacitor é dada por: RSE Vc 0,1 Is 32,2 RSE 3,1m (Eq. 81) (Eq. 82) Para satisfazer a RSE escolheu-se 6 capacitores eletrolíticos de alumínio não sólido da Icotron que possuem RSE de 17m e 6.800F x 16V. 3.2.3 Especificação do Interruptor A corrente de pico no interruptor é a mesma que no enrolamento primário, assim: I T Ip 2,82A (Eq. 83) A corrente eficaz também será a mesma do enrolamento primário: I T ef Ipef 1,031A (Eq. 84) 13 A corrente média no interruptor será: Vin min D max 2 253 0,4 2 I T md 2 fs Lmp 2 28k 1,28m (Eq. 85) I T md 0,565A (Eq. 86) A tensão máxima sobre o interruptor é dada por: VT max Vin max (Vout Vd ) Np 80 340 (13 0,5) Ns 7 VT max 505,7V (Eq. 87) (Eq. 88) O interruptor escolhido é o IRFI BE 20G que possui como principais características: VDS = 800V ID = 1,4A RDson = 6,5 Rtjc = 4,10C/W - Máxima tensão entre dreno e source; Corrente eficaz direta; Resistência de condução direta; Resistência térmica entre junção e cápsula. 3.2.4 Especificação do Diodo A corrente de pico no diodo é a mesma do enrolamento secundário: Id Is 32,2A (Eq. 89) A corrente eficaz no diodo também será a mesma que no enrolamento secundário do transformador: Idef Isef 14,4A (Eq. 90 ) A corrente média no diodo será: Idmd Is To 32,2 21,43 28k 2T 2 Idmd 9,66A (Eq. 91) (Eq. 92) A máxima tensão reversa sobre o diodo será: Vd max Vout Vin max Vd max 42,75V Ns 7 13 340 Np 80 (Eq. 93) (Eq. 94) 14 O diodo escolhido e que atende as especificações acima é o SKN 2F 17/04 da Semikron que possui as características listadas abaixo: VRRM = 400V IF = 41A IDm = 26A Ip = 450A Rtjc = 1,20C/W Rtcd = 0,50C/W rt = 12m Tj = 1500C VTO = 1,3V - Máxima tensão reversa; Corrente eficaz direta; Corrente média direta; Corrente de pico; Resistência térmica entre junção e cápsula; Resistência térmica entre cápsula e dissipador; Resistência de condução direta; Máxima temperatura de junção; Queda de tensão direta. A potência dissipada sobre o diodo é: Pd VTO Idmd rt Idef 2 1,3 9,66 12 103 14,42 (Eq. 95) Pd 15,04W (Eq. 96) A resistência térmica entre junção e ambiente será: Rja Tj Ta 150 50 Pd 15,04 Rja 6,650 C / W (Eq. 97) (Eq. 98) Mas tem-se que: Rja Rjc Rcd Rda (Eq. 99) Portanto: Rda Rja Rjc Rcd 6,65 1,2 0,5 (Eq. 100) Rda 4,950 C / W (Eq. 101) Da tabela de dissipadores pode-se escolher o dissipador K5 da Semikron. Ressalta-se que este dissipador possui um volume grande, não sendo adequado para uso em fontes de alimentação. 15 3.3 Simulação do Conversor Flyback O circuito simulado está mostrado na Fig. 3. K K1 k_linear COUPLING=0,9999 Lp Ls D5 Vin+ Vin+ D1 d1n4005 D2 Vin + d1n4005 D3 470uF D4 Vin- C1 + - Vin- Dbreak Ls C2 9,84uH 2.200u Lp 1,28mH Vg T Ro 1,69 Rlig 1M IRFI BE 20G Diodos não especificacos: MUR 1560 Fig. 3 - Circuito para simulação. 3.4 Simulação com Tensão Mínima na Entrada São mostradas a seguir as formas de onda obtidas através de simulação para uma tensão na rede de 190V. A razão cíclica (D) do conversor foi ajustada a fim de obter-se potência nominal na saída do mesmo. Na Fig. 4 tem-se a tensão da rede e na saída do retificador. Nota-se uma pequena ondulação de 120Hz. Esta ondulação se faz presente pela natureza da filtragem (filtro capacitivo) usada na etapa de retificação. Na mesma figura tem-se também a corrente solicitada da rede. No momento da energização do circuito a corrente de carga do capacitor de filtragem é grande e deve ser evitada. No trabalho em questão não pretende-se sanar este problema. 400V Vin Vrede 0V -400V 50A Irede 0A -50A 0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms Time Fig. 4 - Tensão da rede e na saída do retificador – Corrente na fonte. 16 Na Fig. 5 mostra-se a ondulação de 120Hz presente na tensão de saída do retificador com filtro capacitivo. A ondulação de 5% especificada no projeto, que corresponde a uma tensão de aproximadamente 13V, está sendo atendida pelo circuito. 268V Vin 264V Vond = 7,28V 260V 256V 10A Irede 0A -10A 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms Time Fig. 5 - Detalhe da ondulação na tensão de saída do retificador. Na Fig. 6 tem-se a tensão sobre cada enrolamento do transformador (primário e secundário). A ondulação presente na entrada em condução do interruptor é devida às não idealidades dos componentes, já que a simulação foi realizada com componentes reais. 400V Vp 0V -400V 50V Vs 0V -50V 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms 100.09ms 100.10ms 100.11ms Time Fig. 6 - Tensão no primário e no secundário do transformador. 17 Na Fig. 7 tem-se a corrente em cada enrolamento (primário e secundário) do transformador. Identifica-se que o conversor está operando em condução descontínua. 4.0A Ip 2.0A 0A -2.0A 50A Is 0A -50A 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms 100.09ms 100.10ms 100.11ms Time Fig. 7 – Corrente no primário e no secundário do transformador. Na Fig. 8 tem-se a tensão e corrente no interruptor e no diodo retificador da saída. 800 V T 400 I T x 20 0 -400 50 I d 0 V d -50 -100 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms 100.09ms 100.10ms 100.11ms Time Fig. 8 - Tensão e corrente no interruptor - Tensão e corrente no diodo. 18 A forma de onda da tensão e da corrente na carga é mostrada na Fig. 9. Nota-se que o transitório é de aproximadamente 10ms até estabelecer-se a operação em regime permanente. A tensão na carga possui uma ondulação de 120Hz conforme comentado anteriormente. Esta ondulação pode ser eliminada pela atuação do circuito de controle sobre a razão cíclica do conversor. 15V Vout 10V 5V 0V 10A Io 5A 0A 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 9 - Tensão e corrente na carga em regime permanente. Na Fig. 10 mostra-se a ondulação presente na tensão de saída. O valor de ondulação pico-apico está de acordo com a especificação de projeto (100mV). Na simulação realizada não considerou-se a resistência série equivalente (RSE) do capacitor. Para compensar seu efeito seria aumentada enormemente a capacitância do capacitor de filtro da saída e assim os tempos envolvidos na simulação aumentariam, sendo que os resultados esperados seriam os mesmos dos obtidos com a simulação ora em análise. 13.117V Vout 13.080V Vond = 65.4mV 13.040V 13.001V 7.791A Io 7.760A 7.720A Iond = 38.52mA 7.682A 20.0000ms 20.0100ms 20.0200ms 20.0300ms 20.0400ms 20.0500ms 20.0598ms Time Fig. 10 - Detalhe da ondulação de tensão e corrente na carga. Na Fig. 11 tem-se a potência na carga. Não realizou-se simulação da resposta dinâmica da tensão na carga para variações desta, pois o trabalho em questão trata da operação de conversores 19 em malha aberta. Portanto os conversores em estudo (Flyback e Forward) não apresentam circuito de controle. Também não verificou-se o rendimento dos circuitos em questão, pois desconsiderouse alguns elementos causadores de perdas na simulação, por exemplo a resistência dos condutores presentes no circuito, as perdas no núcleo dos transformadores e indutores e as resistências série equivalentes dos capacitores. 120W Pout 100W 80W 60W 40W 20W 0W 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 11 - Potência na saída em regime permanente. 20 3.5 Simulação para Tensão Máxima na Entrada São mostradas a seguir as formas de onda obtidas através de simulação para uma tensão na rede de 240V. A razão cíclica (D) do conversor foi ajustada a fim de obter-se potência nominal na saída do mesmo. Na Fig. 12 tem-se a tensão da rede e na saída do retificador e a corrente solicitada da rede. 400V Vin Vrede 0V -400V 80A Irede 40A 0A -40A 0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms Time Fig. 12 - Tensão da rede e na saída do retificador – Corrente na fonte. Na Fig. 13 mostra-se a ondulação de 120Hz presente na tensão de saída do retificador com filtro capacitivo. A ondulação de 5% especificada no projeto, que corresponde a uma tensão de aproximadamente 17V, está sendo atendida pelo circuito. 340V Vin (20.877m,338.059) 336V 5,77V (20.337m,332.289) 332V 10A Irede 0A -10A 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms Time Fig. 13 - Detalhe da ondulação na tensão de saída do retificador. 21 Na Fig. 14 tem-se a tensão sobre cada enrolamento do transformador (primário e secundário). 400V Vp 0V -400V 80V Vs 40V 0V -40V 100.01ms 100.02ms 100.03ms 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms Time Fig. 14 - Tensão no primário e no secundário do transformador. Na Fig. 15 tem-se a corrente em cada enrolamento (primário e secundário) do transformador. O conversor continua operando em condução descontínua. 3.0A Ip 2.0A 0A -1.0A 50A Is 25A -5A 100.01ms 100.02ms 100.03ms 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms Time Fig. 15 – Corrente no primário e no secundário do transformador. 22 Na Fig. 16 tem-se a tensão e corrente no interruptor e no diodo retificador da saída. 800 V T 400 I x 20 T 0 -400 100 V I D D 0 -100 100.01ms 100.02ms 100.03ms 100.04ms 100.05ms 100.06ms 100.07ms 100.08ms Time Fig. 16 - Tensão e corrente no interruptor - Tensão e corrente no diodo. A forma de onda da tensão e corrente na carga é mostrada na Fig. 17. Nota-se um transitório de aproximadamente 5ms, ou seja, metade do tempo em relação à simulação com tensão mínima na entrada. 15V Vout 10V 5V 0V 10A Io 5A 0A 0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms Time Fig. 17 - Tensão e corrente na carga em regime permanente. 23 Na Fig. 18 mostra-se a ondulação presente na tensão de saída. O valor de ondulação pico-apico está de acordo com a especificação de projeto (100mV). 13.20V Vout 13.15V Vond = 66mV 13.10V 13.05V 7.80A Io 7.78A Iond = 40mA 7.76A 7.74A 20.1222ms 20.1300ms 20.1400ms 20.1500ms 20.1600ms 20.1700ms 20.1800ms 20.1900ms Time Fig. 18 - Detalhe da ondulação de tensão e corrente na carga. Na Fig. 19 tem-se a potência na carga. 120W Pout 100W 80W 60W 40W 20W 0W 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 19 - Potência na saída em regime permanente. 24 4 CONVERSOR FORWARD 4.1 Especificações de Projeto do Conversor Forward Sejam as seguintes especificações para o conversor Forward: Vinmin = 253V Vinmax = 340 V Vc = 100mV Vout = 13V il = 10% = 80% Pout = 100W fs = 28kHz Dmax = 0,4 Ta = 500C Vd = 1,5V - Tensão mínima de entrada; Tensão máxima de entrada; Ondulação da tensão na saída do conversor; Tensão de saída do conversor; Ondulação de corrente no indutor; Rendimento do conversor Forward; Potência de saída do conversor; Frequência de chaveamento; Razão cíclica máxima; Temperatura de operação do circuito; Queda de tensão no diodo. O circuito do conversor Forward a ser projetado está mostrado na Fig. 20. D1 L + iL D2 + Io ic C Ro Vout Vin - Np T Nt Dd Ns - Fig. 20 - Circuito do conversor Forward. 4.2 Projeto do Conversor Forward Para determinação dos componentes do conversor Forward será usada a metodologia apresentada em [1]. 4.2.1 Projeto do Transformador 4.2.1.1 Escolha do Núcleo Para escolha do núcleo é usada a (Eq. 102): AeAw 1,2 Pout Kp Kw j B fs (Eq. 102) 25 Onde: Ae Aw Kp = 0,3 Kw = 0,4 j = 400A/cm2 B = 0,3 T - Área da seção transversal do núcleo; Área da janela do núcleo; Fator de utilização do primário; Fator de utilização da área da janela; Densidade de corrente; Variação da densidade de fluxo. Os valores de Kp, Kw, j e B são valores típicos extraídos da literatura [5] para as especificações de projeto apresentadas anteriormente. Portanto o produto AeAw será: AeAw 1,2 100 0,3 0,4 400 0,3 28k 0,8 AeAw 3,72cm 4 (Eq. 103) Da tabela de núcleos do fabricante Thornton escolhe-se o núcleo E-42/20 que possui área da seção do núcleo de: Ae 2,40cm 2 (Eq. 104) 4.2.1.2 Determinação do Entreferro O transformador do conversor Forward não necessita de entreferro. No entanto, pelo alto valo de B que está sendo utilizado neste projeto convém determinar o valor do entreferro, para que na implementação prática, se houver necessidade, este já esteja determinado. A energia acumulada no enrolamento primário durante a etapa de magnetização do transformador (interruptor T conduzindo) é dada por: W Pout 100 fs 0,8 28k W 4,46mJ 2 o W 2 4 10 7 4,46m B2 Ae 0,32 2,40 10 4 (Eq. 105) (Eq. 106) (Eq. 107) Onde o é a permeabilidade do ar . Assim: 0,52mm (Eq. 108) Se na montagem do transformador o entreferro ocupar os dois lados do núcleo do tipo E tem-se: 0,52 2 2 (Eq. 109) lg 0,26mm (Eq. 110) lg 26 4.2.1.3 Cálculo do Número de Espiras do Enrolamento Primário O número de espiras do primário é calculado pela (Eq. 111): Np Vin min D max 253 0,4 Ae B fs 2,40 10 4 0,3 28k Np 51 espiras (Eq. 111) (Eq. 112) 4.2.1.4 Cálculo do Número de Espiras do Enrolamento Secundário O número de espiras do secundário é calculado pela (Eq. 113): Ns 1.1Np (Vout Vd D max) (13 1,5 0,4) 1,1 51 Vin min D max 253 0,4 Ns 8 espiras (Eq. 113) (Eq. 114) 4.2.1.5 Cálculo do Número de Espiras do Enrolamento Terciário (de desmagnetização) O número de espiras do terciário é calculado pela (Eq. 115): Nt Np 51 espiras (Eq. 115) 4.2.1.6 Determinação da Seção dos Condutores Para determinação da seção dos condutores é necessário determinar-se a profundidade de penetração, dada por: 2 7,5 2 7,5 fs 28k 0,09cm (Eq. 116) (Eq. 117) A (Eq. 116) apresenta-se correta para uma temperatura de 1000C. Caso contrário, o valor determinado pela mesma é aproximado, que é o presente caso. Da tabela de fios de cobre verifica-se que o fio de número 19AWG satisfaz o diâmetro especificado, e este possui uma seção de: S 6,527 107 m 2 (Eq. 118) A seção do condutor para o enrolamento primário é dada por: Sp Ipef j (Eq. 119) 27 Mas a corrente eficaz do primário é dada por: 2 2 Ns Ns Vin min D max 2 2Vin min D max 3 D max 2Io Ipef Io 2 Np Lmp fs Np Lmp 3 fs (Eq. 120) A indutância magnetizante do primário é dada por: Lmp Vin min D max fs Ip' (Eq. 121) Onde Ip’ é a corrente de pico devido a magnetizante, assim: Ip' il Ns 8 0,769 Np 51 (Eq. 122) Ip' 0,121A (Eq. 123) Portanto: Lmp 253 0,4 28k 0,121 (Eq. 124) Lmp 29,96mH (Eq. 125) 2 2 8 8 253 0,4 2 2 253 0,43 Ipef 7,69 0,4 2 7,69 51 51 29,96m 28k 29,96m 3 282 (Eq. 126) Ipef 0,84A (Eq. 127) Portanto: Sp 0,84 400 Sp 2,09 107 m 2 (Eq. 128) (Eq. 129) Pela tabela de fios de cobre verifica-se que o fio de número 24AWG satisfaz o valor calculado. Como a seção do condutor calculada para o enrolamento primário é menor do que a especificada pela profundidade de penetração pode-se especificar o condutor de bitola 24 AWG, pois assim é melhor utilizado o espaço do núcleo disponível para os enrolamentos. A seção do condutor para o enrolamento secundário será: Ss Isef j (Eq. 130) 28 Mas a corrente eficaz do enrolamento secundário é dada por: Isef Io Pout 100 2 2 Vout 2 13 Isef 5,44A (Eq. 131) (Eq. 132) Portanto: Ss 5,44 400 (Eq. 133) Ss 1,36 10 6 m 2 (Eq. 134) A seção calculada para o enrolamento secundário é maior do que a especificada pela profundidade de penetração. Desta forma é necessário usar-se condutores em paralelo de seção 19AWG conforme especificado pela profundidade de penetração. O número de condutores em paralelo será: Ss 1,36 10 6 ns S 6,527 10 7 (Eq. 135) ns 2 (Eq. 136) São portanto usados 2 condutores de bitola 19AWG para confecção do enrolamento secundário. A corrente eficaz do terciário é dada por: Itef Vin min fs Lmt D max 3 3 (Eq. 137) Mas a indutância magnetizante do terciário é: Lmt Nt B Ae It (Eq. 138) A corrente de pico no terciário é dada por: It Vin min D max Np 253 0,4 51 Lmp fs Nt 29,96m 28k 51 It 0,121A (Eq. 139) (Eq. 140) Portanto: Lmt 51 0,3 2,40 10 4 0,121 (Eq. 141) 29 Lmt 30,35mH (Eq. 142) Então finalmente: 253 0,43 Itef 28k 30,35m 3 (Eq. 143) Itef 0,044A (Eq. 144) Portanto: St 0,044 400 St 0,011110 6 m 2 (Eq. 145) (Eq. 146) Pela tabela de fios de cobre verifica-se o fio de número 36AWG satisfaz o valor calculado. Como a seção do condutor calculada para o enrolamento terciário é menor do que a especificada pela profundidade de penetração pode-se especificar o condutor de bitola 36AWG, pois assim é melhor utilizado o espaço do núcleo disponível para os enrolamentos. 4.2.1.7 Determinação das Indutâncias Magnetizantes dos Enrolamentos Para simulação do conversor faz-se necessário conhecer as indutâncias magnetizantes dos enrolamentos primário, secundário e terciário. As indutâncias do primário e do terciário foram determinadas anteriormente e valem: Lmp 29,96mH (Eq. 147) Lmt 30,35mH (Eq. 148) Para o secundário tem-se: Lms Ns B Ae Is (Eq. 149) Mas a corrente de pico no secundário, devido à corrente de magnetização do primário é dada por: Is Vin min D max Np 253 0,4 51 2 Lmp fs Ns 2 29,96m 28k 8 Is 0,385A (Eq. 150) (Eq. 151) 30 Portanto: Lms 8 0,3 2,40 10 4 0,385 Lms 0,375mH (Eq. 152) (Eq. 153) O valor de Lms poderia ser obtido usando-se a indutância do primário e a relação de transformação. A corrente de pico no secundário pode ser obtida diretamente usando a expressão: Is Io il 2 (Eq. 154) Posteriormente será comprovado por simulação que o valor da corrente de pico no primário é devido à magnetizante e também devido à ondulação de corrente na saída. Por isso em algumas expressões acima aparecem termos multiplicados ou divididos por 2. Se a corrente de saída fosse isenta de ondulação os valores teóricos seriam confirmados na simulação, sem necessidade de ajuste. 4.2.2 Cálculo dos Novos Valores de D Em função da relação de transformação pode-se determinar os valores máximo e mínimo de D. O valor de Dmin é dado por: Np 51 13 Ns 8 D min Vin max 340 (Eq. 155) D min 0,244 (Eq. 156) Vout O valor de Dmax será: Np 51 13 Ns 8 D max Vin min 253 (Eq. 157) D max 0,328 (Eq. 158) Vout 4.2.3 Projeto do Indutor de Filtragem da Corrente de Saída 4.2.3.1 Cálculo da Indutância A indutância do indutor de filtro da corrente de saída, calculada para Vinmin e Dmax, é dada 31 por: Vin min (1 D max) D max Np / Ns L' fs il (Eq. 159) A corrente média na carga é dada por: Io Pout 100 Vout 13 (Eq. 160) Io 7,69A (Eq. 161) Portanto a ondulação de corrente é dada por: il 0,1 Io 0,1 7,69 (Eq. 162) il 0,769A (Eq. 163) E assim: 253 (1 0,328)0,328 51 / 8 L' 28k 0,769 (Eq. 164) L' 0,406mH (Eq. 165) Calculando-se para Vinmax e Dmin tem-se: Vin max (1 D min) D min 340 (1 0,244)0,244 Np / Ns L' ' 51/ 8 fs il 28k 0,769 L' ' 0,457mH (Eq. 166) (Eq. 167) Para manter a ondulação de corrente na saída dentro do valor especificado escolhe-se o maior valor de L, portanto: L 0,457mH (Eq. 168) 4.2.3.2 Escolha do Núcleo 2 il 0,769 L Io 0,457m 7,69 2 2 AeAw k B j 0,7 0,3 400 AeAw 3,55cm 4 2 (Eq. 169) (Eq. 170) 32 Onde: Ae Aw K = 0.7 j = 400A/cm2 B = 0,3 T Io il / 2 I L p - Área da seção transversal do núcleo; Área da janela do núcleo; Fator de utilização do enrolamento; Densidade de corrente; Variação da densidade de fluxo; Corrente de pico no indutor. Os valores de Kp, j e B são valores típicos extraídos da literatura [5] para as especificações de projeto apresentadas anteriormente. Da tabela de núcleos do fabricante Thornton escolhe-se o núcleo E-42/20 que possui área da seção do núcleo de: Ae 2,40cm 2 (Eq. 171) 4.2.3.3 Cálculo do Número de Espiras O número de espiras é calculado por: il 0,769 L Io 0,457m 7,69 2 2 N B Ae 0,3 2,40 10 4 N 52espiras (Eq. 172) (Eq. 173) 4.2.3.4 Cálculo do Entreferro O entreferro é calculado por: 2 N 2 o Ae 2 52 2 4 10 7 2,40 10 4 L 0,457 10 3 3,57mm (Eq. 174) (Eq. 175) Se na montagem do transformador o entreferro ocupar os dois lados do núcleo do tipo E tem-se: lg 1,78mm 2 (Eq. 176) 4.2.3.5 Escolha do Condutor A corrente eficaz no indutor é aproximadamente a corrente média na saída, pois a ondulação é muito pequena. Portanto a seção do condutor será: S Io 7,69 J 400 (Eq. 177) 33 S 1,9 10 6 m 2 (Eq. 178) Portanto o número de condutores considerando a profundidade de penetração será: n S 1,9 10 6 S 6,527 10 7 (Eq. 179) n3 (Eq. 180) São portanto usados 3 condutores de bitola 19AWG para confecção do indutor de filtragem da corrente de saída. 4.2.4 Determinação do Capacitor de Saída O capacitor de saída é determinado por: C il 0,769 2fs Vc 2 28k 0,1 (Eq. 181) C 43,7F (Eq. 182) A resistência série equivalente máxima do capacitor é dada por: RSE Vc 0,1 il 0,769 RSE 0,13 (Eq. 183) (Eq. 184) O capacitor escolhido que satisfaz as características desejadas é: 2 x 1.000F x 16V da marca Icotron de código B41859 que possui RSE de 0,27. 4.2.5 Especificação do Interruptor A corrente de pico no interruptor é a mesma que no enrolamento primário, assim: il Ns il Ns 0,769 8 0,769 8 I T Ip Io 7,69 2 Np 2 Np 2 51 2 51 (Eq. 185) I T Ip 1,33A (Eq. 186) A corrente eficaz também será a mesma do enrolamento primário: I T ef Ipef 0,84A (Eq. 187) 34 A corrente média no interruptor será: I T md Io Vin min D max 2 Ns 8 253 0,4 2 D max 7,69 0,4 Np Lmp fs 51 1,46m 28k I T md 0,53A (Eq. 188) (Eq. 189) A tensão máxima sobre o interruptor é dada por: VT max Vin max Vin max Np 51 340 340 Nt 51 VT max 680V (Eq. 190) (Eq. 191) O interruptor escolhido é o IRFI BE 30G que possui como principais características: VDS = 800V ID = 2,1A RDson = 3 Rtjc = 3,60C/W - Máxima tensão entre dreno e source; Corrente eficaz direta; Resistência de condução direta; Resistência térmica entre junção e cápsula. 4.2.6 Especificação do Diodo de Desmagnetização (Dd) A corrente de pico no diodo Dd é a mesma do enrolamento terciário: Idd It 0,121A (Eq. 192) A corrente eficaz no diodo Dd também será a mesma que no enrolamento terciário do transformador: Iddef Itef 0,044A (Eq. 193) A corrente média no diodo Dd será: Vin min To2 Iddmd Lmt 2 T (Eq. 194) Mas o tempo para desmagnetização do transformador é: To Lmt It 30,35m 0,121 Vin min 253 To 14,51s (Eq. 195) (Eq. 196) 35 Portanto: Iddmd 253 (14,51) 2 30,35m 2 1/ 28k (Eq. 197) Iddmd 0,024A (Eq. 198) A máxima tensão reversa sobre o diodo será: Vdd max Vin max Vin max Nt 51 340 340 Np 51 Vdd max 680V (Eq. 199) (Eq. 200) O diodo escolhido e que atende as especificações acima é o SK3 GL08 da Semikron que possui as características listadas abaixo: VRRM = 800V IF = 10A IDm = 3A Ip = 175A rt = 40m Tj = 1750C VTO = 0,95V - Máxima tensão reversa; Corrente eficaz direta; Corrente média direta; Corrente de pico; Resistência de condução direta; Máxima temperatura de junção; Queda de tensão direta. A potência dissipada sobre o diodo é: Pd VTO Idmd rt Idef 2 0,95 0,044 40 103 0,0242 (Eq. 201) Pd 0,04W (Eq. 202) A resistência térmica entre junção e ambiente será: Rja Tj Ta 175 50 Pd 0,04 Rja 3.1250 C / W (Eq. 203) (Eq. 204) Conclui-se então que este diodo não precisa de dissipador e poderá ser montado diretamente sobre a placa. Novamente ressalta-se que os componentes especificados podem não ser os mais adequados para um projeto prático. 36 4.2.7 Especificação do Diodo Retificador da Saída A corrente de pico no diodo D1 é dada por: Id1 Is Io il 0,769 7,69 8,07A 2 2 (Eq. 205) A corrente eficaz no diodo D1 também é a mesma do enrolamento secundário: Id1ef Isef 5,44A (Eq. 206) A corrente média no diodo D1 será: Id1md Io D max 7,69 0,4 (Eq. 207) Id1md 3,08A (Eq. 208) A máxima tensão reversa sobre o diodo D1 será: Ns 8 Vd1 max Vin max 340 Nt 51 Vd1max 53,3V (Eq. 209) (Eq. 210) O diodo escolhido e que atende as especificações acima é o SKN 2F 17/04 da Semikron que possui as características listadas abaixo: VRRM = 400V IF = 41A IDm = 26A Ip = 450A Rtjc = 1,20C/W Rtcd = 0,50C/W rt = 12m Tj = 1500C VTO = 1,3V - Máxima tensão reversa; Corrente eficaz direta; Corrente média direta; Corrente de pico; Resistência térmica entre junção e cápsula; Resistência térmica entre cápsula e dissipador; Resistência de condução direta; Máxima temperatura de junção; Queda de tensão direta. A potência dissipada sobre o diodo D1 é: Pd VTO Id1md rt Id1ef 2 1,3 3,08 12 103 5,442 (Eq. 211) Pd 4,36W (Eq. 212) A resistência térmica entre junção e ambiente será: Rja Tj Ta 150 50 Pd 4,36 (Eq. 213) 37 Rja 22,940 C / W Mas tem-se que: (Eq. 214) Rja Rjc Rcd Rda (Eq. 215) Portanto: Rda Rja Rjc Rcd 22,94 1,2 0,5 (Eq. 216) Rda 21,240 C / W (Eq. 217) Da tabela de dissipadores pode-se escolher o dissipador k9 da Semikron. 4.2.8 Especificação do Diodo de Circulação A corrente de pico no diodo D2 é a mesma do diodo retificador da saída: Id2 Is 8,07A (Eq. 218) A corrente eficaz no diodo D2 é dada por: il To il To 2 To Id2ef Io Io il il 2 T 2 T 3 T (Eq. 219) 0,769 14,51 0,769 14,51 2 14,51 Id2ef 7,69 7,69 0,769 0,769 2 1 / 28 k 2 1 / 28 k 3 1 / 28k (Eq. 220) Id2ef 4,9A (Eq. 221) 2 2 A corrente média no diodo D2 será: Id2md Io To 14,51 7,69 3,12A T 1/ 28k (Eq. 222) A máxima tensão reversa sobre o diodo D2 será: Vd 2 max Vin max Ns 8 340 Np 51 Vd 2 max 53,3V (Eq. 223) (Eq. 224) O diodo escolhido e que atende as especificações acima é o SKN 2F 17/04 da Semikron que possui as características listadas abaixo: VRRM = 400V - Máxima tensão reversa; 38 IF = 41A IDm = 26A Ip = 450A Rtjc = 1,20C/W Rtcd = 0,50C/W rt = 12m Tj = 1500C VTO = 1,3V - Corrente eficaz direta; Corrente média direta; Corrente de pico; Resistência térmica entre junção e cápsula; Resistência térmica entre cápsula e dissipador; Resistência de condução direta; Máxima temperatura de junção; Queda de tensão direta. A potência dissipada sobre o diodo D1 é: Pd VTO Id1md rt Id1ef 2 1,3 3,12 12 103 4,9 2 (Eq. 225) Pd 4,3W (Eq. 226) A resistência térmica entre junção e ambiente será: Rja Tj Ta 150 50 Pd 4,3 Rja 23,30 C / W (Eq. 227) (Eq. 228) Mas tem-se que: Rja Rjc Rcd Rda (Eq. 229) Portanto: Rda Rja Rjc Rcd 23,3 1,2 0,5 (Eq. 230) Rda 21,60 C / W (Eq. 231) Da tabela de dissipadores pode-se escolher o dissipador k9 da Semikron. Deve-se verificar que este dissipador é muito volumoso para ser usado numa fonte de alimentação, isto ocorre porque os diodos especificados não são os mais adequados para esta aplicação. Poderia-se usar diodos de outro fabricante, por exemplo Motorola, que possuem características melhores e mais adequadas para a presente aplicação. No entanto, neste trabalhou não buscou-se determinar os componentes mais indicados para a presente aplicação, pois o projeto aqui desenvolvido não será implementado, e a metodologia usada tem como objetivo o aprendizado. 39 4.3 Simulação do Conversor Forward O circuito simulado está mostrado na Fig. 21. K Vin+ Vin+ D1 D2 29,96m Lp Vin + D3 470uF K1 COUPLING=1 Lp Lt D6 Ls C2 47uF D7 Vg D4 0,457m 30,35m 0,737m Ls Lt C1 L Vin- Vin- + - Ro 1,69 T D5 Rlig IRFI BE 20G 1M Diodos não especificacos: MUR 1560 Fig. 21 - Circuito para simulação. 4.4 Simulação com Tensão Mínima na Entrada São mostradas a seguir as formas de onda obtidas através de simulação para uma tensão na rede de 190V. A razão cíclica (D) do conversor foi ajustada a fim de obter-se potência nominal na saída do mesmo. Na Fig. 22 tem-se a tensão da rede e na saída do retificador. Nota-se uma pequena ondulação de 120Hz na tensão de saída do retificador, isto devido ao tipo de filtragem utilizada (filtro capacitivo). 400V Vin Vrede 0V -400V 50A Irede 0A -50A 0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms Time Fig. 22 - Tensão da rede e na saída do retificador – Corrente na fonte. 40 Na Fig. 23 pode-se verificar que a máxima ondulação de tensão na saída do retificador foi atendida, conforme especificado em projeto (aproximadamente 13V). 268V Vin 264V Vond = 7,15V 260V 256V 10A Irede 0A -10A 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms Time Fig. 23 - Detalhe da ondulação na tensão de saída do retificador. Na Fig. 24 mostra-se a tensão em cada enrolamento do transformador. Pode-se verificar aqui uma forma de onda de melhor qualidade em relação aquela do conversor Flyback, isto no que concerne as influências das não idealidades dos componentes do circuito. 400V Vp 0V -400V 100V Vs 0V -100V 400V Vt 0V -400V 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 24 - Tensão no primário, no secundário e no terciário do transformador. 41 A corrente de cada enrolamento é mostrada na Fig. 25. Verifica-se que a condução é descontínua e também a atuação do enrolamento de desmagnetização. Pode-se notar pela figura em análise que a corrente de magnetização tem valor maior que 20%, conforme considerado em [1]. 4.0A Ip 0A -4.0A 10A Is 0A -10A 4.0A It 0A -4.0A 20.02ms 20.03ms 20.04ms 20.05ms 20.06ms 20.07ms 20.08ms 20.09ms 20.10ms Time Fig. 25 – Corrente no primário, no secundário e no terciário do transformador. Na Fig. 26 mostra-se a tensão e corrente no interruptor e no diodo de desmagnetização. 800 V T 400 I 0 T x 50 -400 400 V d5 I 0 d5 x 50 -400 -800 20.02ms 20.03ms 20.04ms 20.05ms 20.06ms 20.07ms 20.08ms 20.09ms 20.10ms Time Fig. 26 - Tensão e corrente no interruptor - Tensão e corrente no diodo de desmagnetização. 42 Na Fig. 27 tem-se a tensão e a corrente no diodo retificador da saída e no diodo de circulação. 40 V d5 I d5 0 -40 -80 40 Vd6 I d6 0 -40 -80 20.02ms 20.03ms 20.04ms 20.05ms 20.06ms 20.07ms 20.08ms 20.09ms 20.10ms Time Fig. 27 - Tensão e corrente no diodo retificador da saída e no diodo de circulação. A máxima ondulação de corrente no indutor de filtragem da corrente de saída é atendida corforme mostra a Fig. 28. Como especificação de projeto tem-se uma ondulação máxima de 769mA e pela simulação tem-se 725mA. 8.2A I L 8.0A 7.8A 7.6A Iond = 725mA 7.4A 7.2A 20.02ms 20.03ms 20.04ms 20.05ms 20.06ms 20.07ms 20.08ms 20.09ms 20.10ms Time Fig. 28 - Detalhe da ondulação de corrente no indutor de filtragem. 43 A tensão e a corrente na carga são mostradas na Fig. 29. O tempo para entrada em regime é de aproximadamente 5ms. Pode-se concluir assim que o tempo de entrada em regime do conversor Forward é menor do que do conversor Flyback. Isto se deve ao fato do conversor Forward utilizar um capacitor bem menor na saída em relação ao conversor Flyback. A ondulação de 120Hz também está presente na tensão de saída do conversor Forward, e da mesma maneira que no Flyback pode ser eliminada pela atuação do circuito de controle, o qual não é objeto de estudo neste trabalho. 15V Vout 10V 5V 0V 10A Io 5A 0A 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 29 - Tensão e corrente na carga em regime permanente. Conforme especificação de projeto a ondulação na tensão de saída está em conformidade. Tem-se 100mV na especificação contra 70mV obtidos na simulação. 12.96V Vout 12.92V Vond = 70mV 12.88V 7.675A Io 7.660A 7.640A Iond = 41.2mA 7.620A 20.0001ms 20.0200ms 20.0400ms 20.0600ms 20.0800ms 20.1000ms Time Fig. 30 - Detalhe da ondulação de tensão e corrente na carga. Na Fig. 31 tem-se a potência na saída do conversor Forward operando com tensão mínima 44 na entrada, o que implica em razão cíclica mínima. 100W Pout 80W 60W 40W 20W 0W 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 31 - Potência na saída em regime permanente. 45 4.5 Simulação com Tensão Máxima na Entrada São mostradas a seguir as formas de onda obtidas através de simulação para uma tensão na rede de 240V. A razão cíclica (D) do conversor foi ajustada a fim de obter-se potência nominal na saída do mesmo. Na Fig. 32 tem-se a tensão da rede e na saída do retificador. 400V Vin Vrede 0V -400V 80A Irede 40A 0A -40A 0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25ms 30ms 35ms 40ms Time Fig. 32 - Tensão da rede e na saída do retificador – Corrente na fonte. Na Fig. 33 pode-se verificar que a máxima ondulação de tensão na saída do retificador foi atendida, conforme especificado em projeto (aproximadamente 17V). 340V Vin 336V Vond = 7.77V 332V 10A Irede 0A -10A 20ms 22ms 24ms 26ms 28ms 30ms Time Fig. 33 - Detalhe da ondulação na tensão de saída do retificador. 46 Na Fig. 34 mostra-se a tensão em cada enrolamento do transformador. 500V Vp 0V -500V 100V Vs 0V -100V 400V Vt 0V -400V 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 34 - Tensão no primário, no secundário e no terciário do transformador. A corrente de cada enrolamento é mostrada na Fig. 36. 4.0A Ip 0A -4.0A 10A Is 0A -10A 4.0A It 0A -4.0A 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 35 – Corrente no primário, no secundário e no terciário do transformador. 47 Na Fig. 36 mostra-se a tensão e a corrente no interruptor e no diodo de desmagnetização. 800 V T 400 I T x 50 0 -400 400 V d5 0 I d5 x 50 -400 -800 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 36 - Tensão e corrente no interruptor - Tensão e corrente no diodo de desmagnetização. Na Fig. 37 tem-se a tensão e corrente no diodo retificador da saída e no diodo de circulação. 40 V d6 0 I d6 -40 -80 40 V d7 0 I d7 -40 -80 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 37 - Tensão e corrente no diodo retificador da saída e no diodo de circulação. 48 A máxima ondulação de corrente no indutor de filtragem da corrente de saída não foi atendida conforme mostra a Fig. 38. Como especificação de projeto tem-se uma ondulação máxima de 769mA e pela simulação tem-se 818mA. Para uma implementação prática o indutor de filtragem da corrente na saída teria que ser aumentado para atender a especificação de projeto. 8.2A IL 8.0A 7.8A Iond = 818mA 7.6A 7.4A 7.2A 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 38 - Detalhe da ondulação de corrente no indutor de filtragem. A tensão e corrente na carga são mostradas na Fig. 39. O tempo para entrada em regime é de aproximadamente 5ms. 15V Vout 10V 5V 0V 10A Iout 5A 0A 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 39 - Tensão e corrente na carga em regime permanente. 49 Na Fig. 40 mostra-se a ondulação da tensão e da corrente na carga. A especificação de projeto foi atendida. 13.20V Vout 13.16V 13.12V Vond = 78.4mV 13.08V 7.80A Io 7.78A 7.76A Iond = 46.45mA 7.74A 20.00ms 20.02ms 20.04ms 20.06ms 20.08ms 20.10ms Time Fig. 40 - Detalhe da ondulação de tensão e corrente na carga. Na Fig. 41 tem-se a potência na carga. Nota-se um valor um pouco maior do que 100W, que é a potência nominal. Para obter-se potência nominal bastaria um pequeno ajuste na razão cíclica. 120W Pout 100W 80W 60W 40W 20W 0W 0s 20ms 40ms 60ms 80ms 100ms 120ms 140ms Time Fig. 41 - Potência na saída em regime permanente. 50 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS A seguir apresenta-se tabelas comparando os valores de projeto com os obtidos por simulação. Discute-se em seguida as conformidades e também/principalmente as discrepâncias entre os valores calculados e os obtidos por simulação. Na Tabela 1 tem-se os dados comparativos para o conversor Flyback e na Tabela 2 os dados comparativos para o conversor Forward. Tabela 1 – Dados comparativos para o conversor Flyback. Conversor Flyback Grandeza Valor Projetado Valor da Simulação Vondret [V] 13,00 7,20 Vpk [V] 265,70 266,00 Vcmin [V] 252,40 259,50 Idp [A] 14,80 9,40 Idef [A] 1,67 1,20 Idmd [A] 0,31 0,20 Vdmax [V] 340,00 330,00 Vondcon [V] 0,10 0,07 Ip [A] 2,82 2,50 Ipef [A] 1,03 0,87 Is [A] 32,20 28,00 Isef [A] 14,40 12,30 Itmd [A] 0,57 0,45 Vtmax [V] 505,70 506,00 Idmd [A] 9,60 7,88 Vdmax [V] 42,75 42,20 Difer. Descrição da Grandeza -80,56% Ondulação na tensão de saída do retificador 0,11% Tensão máxima sobre o capacitor do retificador 2,74% Tensão mínima sobre o capacitor do retificador -57,45% Corrente de pico nos diodos do retificador -39,17% Corrente eficaz nos diodos retificadores -55,00% Corrente média nos diodos retificadores -3,03% Tensão máxima sobre os diodos retificadores -50,38% Ondulação de tensão na saída do conversor -12,80% Corrente de pico no primário do transformador -18,51% Corrente eficaz no primário do transformador -15,00% Corrente de pico no secundário do transformador -17,07% Corrente eficaz no secundário do transformador -25,56% Corrente média no interruptor 0,06% Tensão máxima sobre o interruptor -21,83% Corrente média no diodo retificador da saída -1,30% Tensão máxima sobre o diodo retificador da saída Observações Picos de 43A Picos de 618,7V Picos de 64,6V Tabela 2 - Dados comparativos para o conversor Forward. Conversor Forward Grandeza Valor Projetado Valor da Simulação Vondret [V] 13,00 7,20 Vpk [V] 265,70 266,70 Vcmin [V] 252,40 259,60 Idp [A] 14,80 9,40 Idef [A] 1,67 1,20 Idmd [A] 0,31 0,20 Vdmax [A] 340,00 339,00 Vondcon [V] 0,10 0,07 Iond [A] 0,77 0,72 Ip [A] 1,33 1,34 Ipef [A] 0,84 0,75 Is [A] 8,07 8,00 Isef [A] 5,44 4,65 It [A] 0,12 0,09 Itef [A] 0,04 0,04 Itmd [A] 0,53 0,45 Vtmax [V] 680,00 666,00 Idretmd [A] 3,08 2,82 Vdretmax [V] 53,30 52,20 Iddmd [A] 0,02 0,02 Vddmax [V] 680,00 661,70 Idciref [A] 4,90 4,63 Idcirmd [A] 3,12 2,79 Vdcir [V] 53,30 50,00 Difer. Descrição da Grandeza -80,56% Ondulação na tensão de saída do retificador 0,37% Tensão máxima sobre o capacitor do retificador 2,77% Tensão mínima sobre o capacitor do retificador -57,45% Corrente de pico nos diodos do retificador -39,17% Corrente eficaz nos diodos retificadores -55,00% Corrente média nos diodos retificadores -0,29% Tensão máxima sobre os diodos retificadores -43,68% Ondulação de tensão na saída do conversor -7,55% Ondulação de corrente no indutor de filtragem da corrente de saída 0,75% Corrente de pico no primário do transformador -12,00% Corrente eficaz no primário do transformador -0,88% Corrente de pico no secundário do transformador -16,99% Corrente eficaz no secundário do transformador -32,97% Corrente de pico no terciário do transformador 0,00% Corrente eficaz no terciário do transformador -17,78% Corrente média no interruptor -2,10% Tensão máxima sobre o interruptor -9,22% Corrente média no diodo retificador da saída -2,11% Tensão máxima sobre o diodo retificador da saída -40,68% Corrente média no diodo de desmagnetização -2,77% Tensão máxima sobre o diodo de desmagnetização -5,83% Corrente eficaz no diodo de circulação -11,83% Corrente média no diodo de circulação -6,60% Tensão máxima sobre o diodo de circulação Observações Picos de 738,6V Picos de 65,3V Picos de 712,2V Picos de 66V Nota-se pelas tabelas acima que os valores projetados na maioria dos casos estão próximos ou acima dos valores obtidos por simulação. As formas de onda mostradas nos capítulos anteriores não apresentam os mesmos valores que os mostrados nas tabelas acima. Isto porque várias equações foram deduzidas novamente, sendo que as figuras já encontravam-se formatadas neste documento. Optou-se por não acrescentar as novas formas de onda pelo acréscimo de tempo e também pelo fato de que este trabalho, por ora, tem apenas fins didáticos. 51 Deve-se alertar ao fato de que no cálculo dos valores máximos de tensão sobre os componentes do lado de alta tensão (primário do transformador) é importante levar-se em conta as quedas de tensão nos diodos do lado de baixa tensão. Isto porque estas quedas de tensão, por menores que sejam, aparecem no lado do primário multiplicadas pela relação de transformação, alterando sobremaneira os valores de tensão máxima calculados. Para obtenção das correntes médias e eficazes nos diodos retificadores da entrada é necessário um tempo de simulação relativamente maior (± 7 vezes) do que para obtenção da potência média de saída. Para obtenção da potência média de saída é suficiente uma simulação até 150ms, enquanto para obtenção dos valores de corrente nos diodos retificadores é necessário um tempo de simulação de no mínimo 900ms. Neste trabalho adotou-se uma metodologia diferente para determinação das indutâncias e correntes no transformador do conversor Forward. A metodologia apresentada em [1] considera uma corrente magnetizante de aproximadamente 20% da corrente total na entrada do conversor. Para o conversor Flyback determinou-se a corrente no primário, e através da relação de transformação pôde-se obter a corrente no secundário e também determinar as indutâncias magnetizantes para simulação do conversor. A seguir detalha-se a metodologia empregada neste trabalho para determinação das correntes e indutâncias magnetizantes. A corrente de pico no secundário do transformador é conhecida e calculada pela expressão abaixo: Is Io il 2 (Eq. 232) Este valor de pico possui duas componentes. A corrente média da saída e a ondulação da corrente no indutor de filtragem da corrente de saída. Durante o intervalo de tempo em que o interruptor estiver fechado a corrente no secundário crescerá de seu valor mínimo ( Io il / 2 ) até seu valor máximo ( Io il / 2 ). Esta ondulação da corrente no secundário está sobreposta à componente média, conforme mostrado na Fig. 42. 10A Is Is pico 518mA Is medio -1A 2.0A Ip Ip pico 193mA Ip medio -2.0A Time Fig. 42 - Corrente no primário e no secundário do transformador. 52 Pode-se então determinar a corrente de pico no primário como sendo: Ip' il Ns 8 0,769 0,121A Np 51 (Eq. 233) Este valor de corrente deve ser o responsável pela transferência de energia do primário para o secundário a fim de provocar o acréscimo de corrente il no mesmo. Pode-se então determinar a indutância magnetizante responsável por este acréscimo de corrente, dada por: Lmp Vin min Vin min D max 253 0,4 T1 29,96mH Ip' fs Ip' 28k 0,121 (Eq. 234) Para um conversor Flyback a indutância Lmp forneceria uma corrente de pico Ip’, e esta apareceria no secundário, sem influência deste. No entanto, para um conversor Forward, devido a característica de fonte de corrente na saída tem-se um valor de Ip’ maior do que o esperado. Isto pode ser verificado eliminando-se o enrolamento secundário, juntamente com todos os elementos presentes neste lado do transformador. Verificaria-se então que a corrente no primário teria um valor de pico Ip’. Mas, como no conversor Forward a corrente no secundário tem uma ondulação il, tem-se esta ondulação induzida no primário, fazendo com que a corrente de pico, na simulação, e possivelmente na prática, seja dada por: Ip Ip'il Ns 8 0,121 0,518 0,202A Np 51 (Eq. 235) Pela simulação obteve-se um valor de 0,19A (Fig. 42). No pior caso, ou seja, com tensão máxima na entrada e razão cíclica máxima tem-se: Ip Ip'il Ns 8 0,121 0,769 0,242A Np 51 (Eq. 236) As tabelas mostradas acima mostram os valores obtidos na simulação com tensão mínima e máxima, dependendo do valor desejado. No entanto, para a ondulação de corrente no indutor de filtragem da corrente de saída do conversor Forward verifica-se que para simulação com tensão máxima a ondulação de corrente foi maior do que o esperado. Isto ocorreu porque no projeto usouse a expressão dada abaixo para determinar a indutância do indutor de filtragem da corrente de saída: Vin max (1 D min) D min 340 (1 0,244)0,244 Np / Ns (Eq. 237) L 51/ 8 0,457mH fs il 28k 0,769 Mas nesta expressão não leva-se em conta a queda de tensão nos diodos e a razão cíclica não está ajustada para o pior caso. Portanto a indutância deve ser calculada pela expressão: Vout Vd Vout Vd 13 1,5 13 1,5 Vin max1 3401 Vin Vin 340 340 max max L 0,645mH fs il 28k 0,769 (Eq. 238) 53 Na determinação dos núcleos usados nos transformadores e indutores e da densidade de corrente não levou-se em consideração a elevação de temperatura. Mostra-se a seguir a metodologia para determinação do núcleo e da densidade de corrente considerando a elevação de temperatura. Escolha do núcleo do transformador do conversor Flyback: 1. Atribui-se um valor inicial para a densidade de corrente; J = 400A/cm2 2. Calcula-se o produto de áreas do núcleo para a densidade especificada; 1,1 Pout AeAw 1,964cm 4 Kp Kw j B fs 3. Escolhe um núcleo da tabela de núcleos; AeAw = 2,84cm4 4. Calcula-se então o novo valor da densidade de corrente; j 420 (AeAw) 0,24 327A / cm 2 5. Retorna-se ao segundo item, enquanto ocorrer variação nos valores encontrados. Verifica-se ao final das iterações que o núcleo escolhido é o E-42/15 e a densidade de corrente é igual a 327A/cm2. O núcleo escolhido anteriormente, sem levar-se em consideração a elevação de temperatura, é igual ao escolhido pelo procedimento aqui realizado. No entanto a densidade de corrente é menor do que a especificada anteriormente. Escolha do núcleo do transformador do conversor Forward: 1. Atribui-se um valor inicial para a densidade de corrente; J = 400A/cm2 2. Calcula-se o produto de áreas do núcleo para a densidade especificada; 1,2 Pout AeAw 3,72cm 4 Kp Kw j B fs 3. Escolhe um núcleo da tabela de núcleos; AeAw = 3,77cm4 4. Calcula-se então o novo valor da densidade de corrente; j 420 (AeAw) 0,24 305,44A / cm 2 5. Retorna-se ao segundo item, enquanto ocorrer variação nos valores encontrados. Verifica-se ao final das iterações que o núcleo escolhido é o E-55 e a densidade de corrente é igual a 248,9A/cm2. O núcleo escolhido anteriormente é menor do que o escolhido pelo procedimento aqui descrito. A densidade de corrente é bem menor do que a especificada anteriormente. Escolha do núcleo do indutor de filtragem de corrente do conversor Forward: 1. Atribui-se um valor inicial para a densidade de corrente; J = 400A/cm2 2. Calcula-se o produto de áreas do núcleo para a densidade especificada; 54 2 il L Io 2 AeAw 3,55cm 4 k B j 3. Escolhe um núcleo da tabela de núcleos; AeAw = 3,77cm4 4. Calcula-se então o novo valor da densidade de corrente; j 420 (AeAw) 0,24 305,44A / cm 2 5. Retorna-se ao segundo item, enquanto ocorrer variação nos valores encontrados. Verifica-se ao final das iterações que o núcleo escolhido é o E-55 e a densidade de corrente é igual a 248,9A/cm2. Novamente o núcleo escolhido anteriormente é menor do que o escolhido pelo procedimento aqui descrito. A densidade de corrente é bem menor do que a especificada anteriormente. 55 6 PROJETO DO TRANSFORMADOR COM DEMAG 6.1 Transformador do Conversor Flyback 6.1.1 Projeto pela Restrição de Temperatura UFSC/EEL - INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA (INEP) DEMag 2.0 - Dimensionamento de Elementos Magnéticos para Operação em Alta Freqüência Projeto de Transformador de 285,7205 W - 28 kHz FERRITE Núcleo: Fabricante: Carretel: Material Magnético: Freqüência de Operação: Temperatura Curie: Indução Mag. de Saturação (23 ºC): Densidade de Fluxo Max. p/ Projeto: Densidade de Fluxo Real p/ Projeto: INFORMAÇÕES GERAIS Freqüência: Elevação de Temperatura: Densidade de Corrente Max p/ Projeto: Resistividade do Condutor à Temp. Ambiente: Temperatura Ambiente: Forma de Onda: Simétrica Rendimento: Relação de Potência Snucleo/S1: PERDAS Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas E55 Thornton Thornton E55 Thornton IP12 20-200 >210 ºC 0,51 T 0,181 T 0,175 T 28 kHz 40,01 ºC 7,836 A/mm^2 2,246E-8 Ohm.m 50 ºC Quadrada 97,56% 5,144 Mag. Totais Max p/ Projeto: Mag. Totais Reais p/ Projeto: Joule Totais Max p/ Projeto: Joule Totais Reais p/ Projeto: Totais Max p/ Projeto: Totais Reais p/ Projeto: 3,219 2,978 3,927 2,739 7,145 5,717 W W W W W W ENROLAMENTOS Ocupação Total da Janela pelos Enrolamentos: Ocupação da Janela pelo Cobre: 12,56% 6,01% PRIMÁRIO Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: 226,3 V 1,294 A 32 56 1 1 6,332 A/mm^2 24 AWG 0,204 mm^2 0,251 mm^2 56 Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 0,3802 Ohm 0,3928 Ohm SECUNDÁRIOS Secundário 1 Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 19,45 V 14,690 A 4 14 1 3 7,576 A/mm^2 19 AWG 0,646 mm^2 0,770 mm^2 0,0047 Ohm 0,0096 Ohm 57 6.1.2 Projeto pelo Produto de Áreas UFSC/EEL - INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA (INEP) DEMag 2.0 - Dimensionamento de Elementos Magnéticos para Operação em Alta Freqüência Projeto de Transformador de 285,7205 W - 28 kHz FERRITE Núcleo: Fabricante: Carretel: Material Magnético: Freqüência de Operação: Temperatura Curie: Indução Mag. de Saturação (23 ºC): Densidade de Fluxo Max. p/ Projeto: Densidade de Fluxo Real p/ Projeto: INFORMAÇÕES GERAIS Freqüência: Elevação de Temperatura: Densidade de Corrente Max p/ Projeto: Resistividade do Condutor à Temp. Ambiente: Temperatura Ambiente: Forma de Onda: Simétrica Rendimento: Relação de Potência Snucleo/S1: PERDAS Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas E42/15 Thornton Thornton E42/15 Thornton IP12 20-200 >210 ºC 0,51 T 0,213 T 0,209 T 28 kHz 70,99 ºC 3,777 A/mm^2 2,246E-8 Ohm.m 50 ºC Quadrada 98,47% 5,424 Mag. Totais Max p/ Projeto: Mag. Totais Reais p/ Projeto: Joule Totais Max p/ Projeto: Joule Totais Reais p/ Projeto: Totais Max p/ Projeto: Totais Reais p/ Projeto: 1,999 1,905 2,439 4,397 4,439 6,303 W W W W W W ENROLAMENTOS Ocupação Total da Janela pelos Enrolamentos: Ocupação da Janela pelo Cobre: 46,47% 35,08% PRIMÁRIO Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 226,3 V 1,282 A 51 33 2 1 3,144 A/mm^2 21 AWG 0,408 mm^2 0,482 mm^2 0,2322 Ohm 0,5927 Ohm 58 SECUNDÁRIOS Secundário 1 Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 19,45 V 14,690 A 5 7 1 7 3,247 A/mm^2 19 AWG 0,646 mm^2 0,770 mm^2 0,0022 Ohm 0,0159 Ohm Realizou-se dois projetos para o transformador. Restringindo-se a elevação de temperatura escolheu-se um núcleo maior do que no projeto sem restrição de temperatura. Para o primeiro caso o núcleo escolhido foi o E-55, enquanto para o segundo caso o núcleo escolhido foi o E-42/15. Para o projeto com restrição de temperatura as densidades de corrente escolhidas foram maiores do que as escolhidas para o projeto sem restrição de temperatura, resultando no uso de condutores mais finos. Projetando-se o transformador pelo produto de áreas, ou seja, restringindo-se a escolha do núcleo, obtém-se uma elevação de temperatura de 700C, o que resultaria numa temperatura no ponto mais quente de 1200C. Nota-se que esta temperatura poderia ser suportada pelo núcleo, no que se refere a temperatura Curie. Os condutores, dependendo de sua classe de isolação, podem suportar uma temperatura de 1200C. Pelos gráficos mostrados em anexo a este documento nota-se que para o material IP 12R tem-se permeabilidade praticamente constante entre 80 e 1400C, justificando também a operação com uma elevação de 700C. Pode-se perceber uma diferença considerável na ocupação total da janela pelos enrolamentos, em torno de 46% no projeto pelo produto de áreas e 12% pela restrição de temperatura. Tem-se então um aproveitamento melhor do núcleo no segundo projeto. 59 6.2 Transformador do Conversor Forward 6.2.1 Projeto pela Restrição de Temperatura UFSC/EEL - INSTITUTO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA (INEP) DEMag 2.0 - Dimensionamento de Elementos Magnéticos para Operação em Alta Freqüência Projeto de Transformador de 181,968 W - 28 kHz FERRITE Núcleo: Fabricante: Carretel: Material Magnético: Freqüência de Operação: Temperatura Curie: Indução Mag. de Saturação (23 ºC): Densidade de Fluxo Max. p/ Projeto: Densidade de Fluxo Real p/ Projeto: INFORMAÇÕES GERAIS Freqüência: Elevação de Temperatura: Densidade de Corrente Max p/ Projeto: Resistividade do Condutor à Temp. Ambiente: Temperatura Ambiente: Forma de Onda: Simétrica Rendimento: Relação de Potência Snucleo/S1: PERDAS Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas Perdas E42/20 Thornton Thornton E42/20 Thornton IP12 20-200 >210 ºC 0,51 T 0,202 T 0,198 T 28 kHz 43,06 ºC 5,804 A/mm^2 2,246E-8 Ohm.m 50 ºC Quadrada 97,24% 7,029 Mag. Totais Max p/ Projeto: Mag. Totais Reais p/ Projeto: Joule Totais Max p/ Projeto: Joule Totais Reais p/ Projeto: Totais Max p/ Projeto: Totais Reais p/ Projeto: 2,327 2,193 2,838 2,254 5,165 4,448 W W W W W W ENROLAMENTOS Ocupação Total da Janela pelos Enrolamentos: Ocupação da Janela pelo Cobre: 20,82% 15,21% PRIMÁRIO Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 226,3 V 0,827 A 42 51 1 1 5,093 A/mm^2 25 AWG 0,162 mm^2 0,203 mm^2 0,5309 Ohm 0,5688 Ohm 60 DESMAGNETIZAÇÃO Desmagnetização 1 Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 226,3 V 0,088 A 52 164 1 1 6,824 A/mm^2 36 AWG 0,013 mm^2 0,019 mm^2 7,4878 Ohm 7,4887 Ohm SECUNDÁRIOS Secundário 1 Tensão: Corrente: Número de Espiras: Número de Espiras por Camada: Número de Camadas: Número de Condutores em Paralelo: Densidade de Corrente: Bitola: Área do Condutor Nu: Área do Condutor Isolado: Resistência em Corrente Contínua: Resistência em Corrente Alternada: 33,45 V 5,440 A 7 13 1 2 4,208 A/mm^2 19 AWG 0,646 mm^2 0,770 mm^2 0,0114 Ohm 0,0630 Ohm Nota-se que o núcleo escolhido é o mesmo para o projeto realizado no Cap. 4 e no software DEMag. A densidade de corrente escolhida foi maior, para os 3 enrolamentos, o que acarretou no uso de condutores mais finos, no caso do enrolamento primário e enrolamento de desmagnetização. A elevação de temperatura ficou dentro do limite estimado. A ocupação total da janela pelos enrolamentos é de aproximadamente 20%, o que denota uma considerável “sobra” de espaço útil do núcleo. 61 7 CONCLUSÃO Neste trabalho realizou-se o projeto de um conversor Flyback e de um conversor Forward, ambos com retificador e filtro capacitivo na entrada. Não apresentou-se aqui o princípio de funcionamento dos conversores estudados, pois o objetivo central foi o projeto dos mesmos. Pôde-se constatar pelas simulações realizadas que a metodologia de projeto apresentada em [2] permite especificar corretamente os componentes do retificador com filtro capacitivo. As correntes nos diodos retificadores e a ondulação de tensão sobre o capacitor do filtro condizem entre projeto e simulação. No projeto do conversor Flyback adotou-se a metodologia apresentada em [1]. Através das simulações comprovou-se os valores projetados, o que permitiu especificar-se componentes comerciais para serem empregados na implementação do conversor. No entanto, a especificação de componentes teve como objetivo o aprendizado e acúmulo de conhecimento, sem fins de implementação prática. No projeto do transformador para o conversor Flyback constata-se diferenças, principalmente quanto a escolha do núcleo e a elevação de temperatura. No projeto seguindo a metodogia apresentada em [1], sem restrição de temperatura obtém-se um núcleo pequeno, no entanto a temperatura no ponto mais quente pode atingir valores grandes, porém sem danificar algum componente do transformador. Tem-se também maiores perdas, pois os pontos de operação (fluxo e densidade de corrente) não foram otimizados. Nota-se, pela metodologia de escolha do núcleo e da densidade de corrente mostrada no Cap. 5 deste trabalho, que para o núcleo especificado, a densidade de corrente é menor, comparando-se o projeto original (realizado no Cap. 3 deste trabalho) com o realizado no Cap. 5 e Cap. 6. Tem-se portanto perdas menores no cobre, pois o condutor usado será maior. Para o projeto do conversor Forward adotou-se também a metodologia apresentada em [1], com alterações quanto ao cálculo das indutâncias magnetizantes e das correntes nos enrolamentos do transformador. Comprovou-se a veracidade do projeto pelas simulações realizadas. Nestas obteve-se valores menores do que os projetados, pois a razão cíclica ajustada em função da tensão na saída foi menor do que a máxima de projeto. Quanto ao projeto do transformador nota-se grande semelhança entre o projeto original (realizado no Cap. 4 deste trabalho) com o realizado usando-se o software DEMag, o que também comprova a metodologia empregada no Cap. 4. Não determinou-se o rendimento dos circuito projetados em virtude da implementação prática dos mesmos, e também devido ao fato de que nos mesmos não projetou-se os circuitos de comando e proteção. Deve-se destacar atenção especial à queda de tensão provocada pelos diodos retificadores na saída dos conversores, pois como a tensão de saída é baixa, a determinação dos limites de razão cíclica e os esforços nos interruptores podem ser alterados de maneira significante. O próprio projeto do indutor de filtragem da saída é afetado por estas quedas. Comparando-se o valor do capacitor utilizado com o filtro de saída no conversor Flyback em relação ao conversor Forward nota-se uma diferença considerável, devido à grande diferença na RSE. Assim, no conversor Forward tem-se um indutor de filtragem da corrente de saída que acarreta aumento de volume, o que é compensado pelo pequeno capacitor usado para filtro de tensão. No entanto, no conversor Flyback não tem-se o indutor, mas usa-se uma associação de vários capacitores para atingir-se o valor de RSE desejado, o que acaba comprometendo o volume final do equipamento. Outra diferença entre os conversores estudados é quanto a possibilidade de saturação do núcleo devido aos picos de corrente, propriedade que exige o emprego de entreferro no transformador do conversor do Flyback, e que pode ser dispensada no conversor Forward. 62 8 BIBLIOGRAFIA [1] BARBI, Ivo. – Projeto de Fontes Chaveadas – Publicação Interna – Florianópolis, 1997. [2] BARBI, Ivo. – Eletrônica de Potência – Edição do Autor – Florianópolis, 2000. [3] FAGUNDES, João Carlos dos Santos. – Modelagem e Projeto de Transformadores e Indutores para Alta Freqüência – Publicação Interna – Florianópolis, 2000. [4] MELLO, Luiz Fernando Pereira. – Análise e Projetos de Fontes Chaveadas – Editora Érica – São Paulo, 1996. [5] TOMASELLI, Luis Cândido & HAUSMANN, Romeu & OLIVEIRA, Sérgio Vidal Garcia. – Projeto de Componentes Magnéticos Aplicados em Alta Freqüência Através do Programa DEMAG – Conversor Forward – Publicação Interna – Florianópolis, 1999. 63 9 ANEXOS 9.1 Anexo I – Características do Material IP 12R MATERIAL: IP 12R SIMB. CONDIÇÕES VALOR µi 23º C 2300 ± 25% B 15 Oe 23º C 5100 2000 Gauss PP 110 100 Khz, 80º C TC - 210 -- 4800 UNIDADE -Gauss nW / g ºC KG / M3 64 9.2 Anexo I – Características do Material IP 12E MATERIAL: IP 12R SIMB. CONDIÇÕES VALOR µi 23º C 2300 ± 25% B 15 Oe 23º C 5100 2000 Gauss PP 110 100 Khz, 80º C TC - 210 -- 4800 UNIDADE -Gauss nW / g ºC KG / M3 65