Parte II

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Sant’Ana uma bela Senhora!
Pe. Leonardo de Sales*
Elas são Filhas de Sant’Ana. Confesso que a primeira vez em que ouvi o nome
dessa congregação soou estranho aos meus ouvidos, depois entendi o significado
grandioso que carregam. Quem foi esta senhora?
Sant’Ana foi a mãe de Maria, escolhida para ser a mãe de Jesus. Embora não
tenha conhecido o neto, Jesus Cristo, pois faleceu antes de Maria casar-se com José, seus
conhecimentos passados para Maria relacionados ao amor ao próximo e a transmissão
da verdade sobre os valores eternos, foram herdados pelo neto que tanto fez pela
humanidade. De acordo com Santo Epifânio e São João Damasceno, Anna significa
graça e misericórdia. De São Joaquim e de Sant’Ana, pais de Maria ficaram
escassíssimos dados históricos. Reza a tradição que, sendo jovens de real virtude,
sucedeu que se casassem, não sem o beneplácito especial de Deus Altíssimo. Eram ambos
ilustres descendentes da tribo de Judá, do ramo real de Davi, sendo Joaquim filho de
Matá, sacerdote de Belém, portanto, irmão de Jacó, pai de José, esposo de Maria. A tão
admiráveis esposos estava reservada, porem, a glória única de fazer vir à luz à mais
ilustre de todas as mulheres e isso numa idade já avançada.
É dogma de fé que geraram uma menina, a única sem o pecado original. Assim,
podemos dizer que, bem próximos do estado de santidade de Adão e Eva eles se
encontravam, quando ocorreu a Conceição da Imaculada. Quanto à educação, a
formação que imprimiram na inteligência e no coração d’Aquela ilustre Menina, não é
por certo a grandeza do resultado, a mais extraordinária prova de virtude e do
equilíbrio daquele lar modelo?
“Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura os homens colhem uvas dos
espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa dá bons frutos, e a árvore má
dá maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos.
Toda árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada no fogo. Assim, pois, pelos seus
frutos os conhecereis. (Mateus, 7, 15-20). É pelo fruto que se conhece a árvore!Repete o
Evangelho do Senhor.
Elas são Filhas de Sant’Ana, portanto, não precisamos falar muito delas, diria que
precisamos falar com elas. Só a descendência delas já diz o bastante: Filhas de Sant’Ana.
Compreendemos o mistério que carregam em si.
Dar o nome a uma pessoa é um gesto que fica para toda a vida. Cada um de nós
leva consigo a história do seu nome e da sua família. O nome não se muda, é para
sempre, ainda que haja outros nomes exatamente iguais. Na mesma família os nomes
não se repetem porque os nomes são únicos e definem a pessoa. Foi assim com Jesus:
«Deram-lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio
materno».
Vinte e cinco anos é tempo de celebrar, de agradecer, de perdoar, de ousar, mas
qualquer balanço nesse campo, além de incompleto, seria perigoso. Afinal, Cristo, que é
o Senhor, caminha à nossa frente e, portanto, à frente das queridas Filhas de Sant’Ana.
Ele não pára não se detém, não faz cálculos matemáticos. Seguindo sempre adiante, ele
deixa claro que a vida continua, que não há tempo para comemorações intermináveis
quando se tem, como temos grandes desafios diante de nós. A Igreja caminha em direção
da Jerusalém celeste; vive à procura de novos céus e nova terra. O tempo presente, pois,
não é o de avaliações ou de colheita, mas é tempo de semear. Penso que é nessa direção
que nos aponta o Documento de Aparecida.
Continua...
*É Pároco da Paróquia São João Batista, em Balbinos, interior do Estado de São Paulo, filho de
Batalha, amigo das Filhas de Sant’Ana desde os dez anos de idade.
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