HORTICULTURA AO ALCANCE DE TODOS Irineu Fabichak http://groups.google.com/group/digitalsource IRINEU FABICHAK HORTICULTURA AO ALCANCE DE TODOS 12ª. edição LIVRARIA EDITORA — NOBEL S. A. DISTRIBUIDORA CIP-Brasil. Catalogação-na-Publicação Câmara Brasileira do Livro, SP F117h Fabichak, Irineu, 1923Horticultura ao alcance de todos / Irineu Fabichak. – ll.ed. ll.ed.-São Paulo : Nobel ISBN 85-213-0192-8 1. Horticultura I. Título. 83-1552 CDD-635 índices para catálogo sistemático: 1. Horticultura 635 Ilustrações a traço de Douglas DO AUTOR A B C do Pescador Aprenda a Pescar A Pesca no Pantanal de Mato Grosso Manual Prático do Pescador Pesca Esportiva Marítima — (Praias, Costões e Canais) Criação de Rãs — (Ranicultura) Criação de Codorna Doméstica Horticultura ao Alcance de Todos Pequenas Construções Rurais ÍNDICE Explicação A Horta Doméstica Sobras de Hortas Estrumeiras Adubos Químicos Caldo de Esterco Estercos Canteiros para Semeação Modelo de Horta Ferramentas do Pequeno Horticultor Desbaste Repicagem Transplante Formigas Classificação dos Legumes 0 que Existe em Nossa Horta Calorias Fornecidas por 100 Gramas de Matéria Fresca Culturas Definitivas Culturas de Transplantes Abobrinha Acelga Agrião Alcachofra Alface Alho Porro Almeirão Berinjela Beterraba Cebolinha Cebola Cenoura Chicória (escarola) Couves Couve-Brócolo Couve-Flor Couve-Rábano Ervilha Espinafre Nabo Pepino Pimentão Quiabo Tomate Rabanete Repolho Rúcula Salsa Salsão Vagem Plantas Condimentais Outras Culturas Inseticidas Fungicidas EXPLICAÇÃO Há mais de 40 anos lido com plantas hortícolas, pelo simples prazer de lidar com o amanho da terra. Com grande satisfação transmitimos os ensinamentos adquiridos àqueles que desejam iniciarse nessa atividade como uma recreação, ou para ter verduras frescas e sadias. Creio que nada é mais agradável do que acompanhar uma planta, principalmente hortícola, em seu processo de desenvolvimento. Foi pensando nisso que focalizamos neste livrinho as principais espécies hortícolas e os cuidados culturais de que carecem. Esse trabalho, destinado principalmente aos amadores da horticultura em chácaras, sítios e fundos de quintal, foi escrito de maneira objetiva, simples e sintética, sem nos alongarmos em detalhes de escasso ou nenhum proveito. Desejamos contribuir com pequena porção de conhecimentos dentro deste campo, e fazemos votos sinceros de êxito em qualquer iniciativa dentro da horticultura amadora àqueles que se iniciam. O autor 1 1 Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a intenção de facilitar o acesso ao conhecimento a quem não pode pagar e também proporcionar aos Deficientes Visuais a oportunidade de conhecerem novas obras. Se quiser outros títulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, será um prazer recebê-lo em nosso grupo. A HORTA DOMÉSTICA Horticultura ao alcance de todos é trabalho destinado àqueles que queiram dedicar-se à horta de quintal, ou mesmo às de chácaras e sítios. Desde tempos remotos, a horticultura sempre ocupou papel preponderante no cenário econômico de qualquer país. A horta doméstica pode proporcionar, acima de tudo, verduras, legumes, tubérculos sempre frescos, os quais podem ser ingeridos sem o menor receio quanto a contaminações por meio de regas, freqüentemente duvidosas. Atualmente, com o aumento cada vez maior das populações, todos os córregos que deságuam nos cursos de maior volume de água, se encontram contaminados por muitas sujeiras, que são atiradas a esmo, sem qualquer prévio tratamento. Acontece que muitas chácaras fornecedoras de verduras para os grandes centros consumidores são regadas com águas represadas de tais córregos, conseqüentemente contaminando a verdura que se consome. Para evitar esses males, tudo que é consumido cru precisa passar por um processo que elimine todos os vermes e bactérias ofensivas à saúde. Muitos casos de hepatite têm origem no consumo de verduras sem um tratamento prévio para o extermínio dos germes. É por isso que todos aqueles que dispõem de um pedaço de terra devem fazer seu plantio para consumo próprio, e também para favorecer parentes e amigos. Um pedaço de terreno, que não precisa ser de grandes dimensões, pode perfeitamente proporcionar verduras, legumes e tubérculos para serem consumidos durante todo o ano. Para que isso aconteça, é preciso estudar as plantas que se queira cultivar, intercalando as qualidades, para haver fartura. Deve ser elaborado um programa antes de pôr em prática aquilo que se deseja. Verificar as culturas nas tabelas e a duração do ciclo vegetativo de cada uma, para fazer o rodízio. Quanto à qualidade das terras, é claro que não convirá um tipo que sirva para uma única cultura, o que se justificaria se houvesse interesse exclusivo numa determinada planta, cujo rendimento deveria ser o melhor possível. Para a horta doméstica qualquer tipo de terra prestará, desde que seja tratada com certos produtos químicos, principalmente adubos orgânicos, que nada mais são do que o esterco de curral e o composto. O esterco pode ser o de cavalos, vacas, porcos, coelhos, galinhas, os quais, antes de serem usados, deverão ser curtidos em estrumeiras especialmente construídas. Todas as espécies hortícolas carecem muito de adubos orgânicos. Eles é que fornecem as matérias essenciais para o desenvolvimento das plantas. O composto, que é formado de amontoa de restos de horta, misturados com qualquer espécie de terra, também muito auxilia em qualquer tipo de cultura, principalmente para afofar a terra e facilitar a entrada da água, que atinja as raízes das realmente plantas. O que é necessário para o desenvolvimento e para completar o ciclo vegetativo é sol, água e terra boa. O cultivo de uma horta não tomará o dia todo; funciona mais como um "hobby". Essa atividade, aliás, pode muito bem ser empreendida por pessoas que se aposentaram e que precisam de exercícios físico e de higiene mental. Verificar diariamente o crescimento das plantas é saudável distração e evita preocupações e problemas. Da defesa contra os insetos, ácaros ou outros destruidores das pequenas hortas, vamos tratar também de maneira bastante sucinta. Existem no mercado preparados modernos contra todo e qualquer tipo de insetos. Basta usar os produtos recomendados para os casos específicos. A calda bordalesa, por exemplo, nos velhos tempos era necessário ser preparada, porque não existia no mercado. Dava, pois, muito trabalho, e também era necessário fazer a dosagem certa para causar os efeitos desejados e usá-la nas 48 horas seguintes. Uma das maiores satisfações de quem cuida de uma horta é a hora da colheita, indiscutivelmente, pois fica feliz ao proceder ao corte ou apara de qualquer produto, a fim de ser consumido fresquinho e sem o menor receio de contaminações. Portanto, caros leitores, vamos repetir um velho lema: "Em cada lar, uma horta". SOBRAS DE HORTAS Quando há excesso de produção de certas plantas na horta, poderão elas ser aproveitadas de outra maneira, sem serem consumidas ao natural, isto é, em conservas. Do tomate, por exemplo, pode ser feita a massa e guardada a fim de ser usada quando houver necessidade. Pepino, cenoura, pimentão, chuchu, vagem, nabo, couve-flor, também poderão ser aproveitados para se fazerem conservas (picles). 0 repolho dá ótimo chucrute, para ser consumido na medida das necessidades. Aproveita-se a berinjela para fazer um tipo de escabeche, o qual se torna muito gostoso e de longa duração. ESTRUMEIRA Toda horta deve ter sua estrumeira, pois, a cada rotação de plantas, é necessária uma dosagem de esterco para enriquecer o solo, e conseqüentemente permitir-lhe produzir mais. Para a construção da estrumeira não será necessário fazer despesas, porque se faz simplesmente no solo com uma cobertura, a fim de não apanhar chuvas e sol. Bastará apenas abrir um buraco no solo, num tamanho em proporção à própria horta. Bom mesmo será a construção de dois buracos com as seguintes dimensões: 1,00 m de comprimento, por 80 cm de largura e 50 cm de profundidade. Sendo duas as estrumeiras, será mais fácil utilizar os adubos orgânicos já decompostos, porque, enquanto se utiliza o material de uma delas, a outra ficará curtindo o esterco. Como ficou dito acima, as esterqueiras precisam ser cobertas, por meio de quatro esteios e algumas folhas de brasilite, telhas, folhas de zinco ou mesmo sapé. O esterco deve ser colocado nos buracos e permanecer ali pelo menos (quando fresco) por três a quatro meses. Enquanto o horticultor utilizar o esterco de uma das estrumeiras, a outra ficará em descanso para o completo curtimento. Uma molhada de vez em quando será de bom alvitre a fim de que não fique muito ressecada; e também auxilia a fermentação dos detritos. Independente da esterqueira, outro buraco poderá ser feito, para se preparar o composto,que é constituído de todas as sobras da horta. Todas as capinas que se fazem na horta, o mato e gramíneas devem ser jogados no buraco, com intervalos de terrisco, pois essas matérias também, entram em decomposição, o que formará uma ótima adubação para os canteiros, principalmente para o afofamento da terra. Dois meses depois de colocados dentro do buraco todas as sobras e mato poderão ser de novo utilizados. Por exemplo, os caminhos dos canteiros de vez em quando precisam ser capinados, e estas sobras também deverão ser aproveitadas para se fazer o composto. Enfim, quaisquer que sejam, os resíduos da horta devem ser colocados no buraco do composto, a não ser quando se trata de plantas contaminadas com insetos e fungos, porque então o melhor meio será queimá-las ou enterrá-las bem profundamente, a fim de não propagarem as doenças. se ADUBOS QUÍMICOS Em certos lugares, o adubo orgânico já não se consegue com a mesma facilidade de outrora. É por isso que os técnicos, prevendo essas dificuldades, elaboram os adubos químicos para compensar os elementos de que as plantas carecem. No mercado especializado é fácil encontrar todos os tipos para as mais variadas finalidades; tanto para serem misturados à terra, como os adubos foliares, isto é, para serem misturados à água, nas devidas proporções e proceder-se à rega, pois as plantas o absorvem através da folhagem. Os adubos químicos são os maiores fornecedores de azoto, fósforo, potássio, cal e outros elementos necessários às plantas. Também para auxiliar o pequeno horticultor, existem fórmulas já preparadas e dosadas de acordo com as necessidades de uma variação enorme de plantas. Isso facilita em muito, evitando a necessidade de comprar uma variedade de elementos para depois se fazer a mistura adequada a cada tipo de planta. Um adubo generalizado será o tipo ideal para o pequeno horticultor, desde que obedeça às indicações de cada tipo, pois é necessário que se usem as medidas exatas para que a planta se desenvolva naturalmente. É o caso muitas vezes de certas plantas hortícolas se desenvolverem muito na parte superior, quando deveria acontecer o contrário. Isso se dá com a cenoura, a beterraba, o nabo e outras. As folhagens ficam bem viçosas e crescem muito, ao passo que as raízes ficam raquíticas. O emprego do adubo não foi correto. No mercado especializado existem embalagens, de acordo com as necessidades, de vários tipos de adubos. Em geral são de 1 e de 5 quilos, ou em sacos de 50 quilos. Há a terra vegetal em pacotes de 2, 5 e 50 quilos, própria para viveiros de semeação. Adubo foliar, isto é, o que é misturado com a água para se proceder à rega semanal ou quinzenalmente, existe em embalagens de meio, um e dez quilos. Tudo isso sem necessidade de comprar quantidades grandes. No mercado especializado existe uma grande variedade de adubos químicos que, de um modo geral, devem ser misturados na proporção de 200 g por metro quadrado, 10 dias antes do plantio. Seguir as instruções das embalagens é a maneira mais prática e racional. CALDO DE ESTERCO Num latão ou em latas de vinte litros, ou tanque de cimento, pode-se preparar uma calda composta apenas de água e esterco vivo. A quantidade a ser depositada será meio a meio, isto é, metade de esterco vivo e metade de água. Com o decorrer dos dias, o esterco vai se diluindo e, após 30 dias, estará pronto para ser usado. Podem-se preparar várias latas quando não se tiver disponível um tanque grande. O caldo de esterco é usado na horticultura com bastante sucesso nos vários tipos de hortaliças. Por intermédio de uma concha ou coisa parecida, vai-se distribuindo nas plantas ao seu redor, mas nunca na parte da folhagem, uma quantidade razoável, ou seja, uma lata de meio litro para cada muda, distanciando das raízes. Após a distribuição do caldo de esterco nas plantas, deve-se fazer uma rega a fim de que o líquido se infiltre na terra. Molhar as plantas com caldo de esterco, mas que não seja muito perto do caule principal. Hortaliças que recebem bem o caldo de esterco e se desenvolvem satisfatoriamente: alface, couves, repolho, tomate, vagem, ervilha e outras. Também se pode preparar uma calda com esterco de galinha fresco, deixando em infusão com água durante 20 dias, na base de meio a meio. Para cada litro dessa calda, deve-se misturar 5 de água, para depois fazer as regas ao redor das plantas. Após o lançamento desse líquido, deve-se proceder a uma boa rega para sua infiltração na terra e para evitar a formação de crostas. ESTERCOS Porcentagem média em: água nitrogênio % % fósforo potássio % % Cavalo 59 0,70 0,11 0,64 Bovino 79 0,57 0,10 0,52 Porco 74 0,49 0,15 0,39 Carneiro 64 1,44 0,22 1,01 __________________________________________________________________________ Composição dos principais estercos frescos, conforme F. B. Morrisson. água nitrogênio ácido fosfórico potássio % % % % fresco seco fresco seco fresco seco fresco seco Galinha 59,50 9,95 1,75 4,00 1,00 2,27 0,54 1,21 Pato 82,60 0,10 0,33 2,80 0,19 0,97 0,34 1,84 Ganso 78,00 10,00 1,20 4,90 1,10 4,50 0,39 1,60 __________________________________________________________________________ Composição do esterco das principais aves domésticas, segundo Mason e Roselly Vila. CANTEIROS PARA SEMEAÇÃO Para as culturas de transplante, convém reservar um ou mais canteiros, que serão subdivididos em viveiros de mudas. A localização desses canteiros deverá ser perto de um lugar que tenha água fácil, em virtude das regas constantes que as referidas mudas precisam receber para o seu desenvolvimento, na primeira fase de vida. O canteiro deve ser muito bem estercado (4 a 5 quilos de esterco bem curtido por metro quadrado), pois da fertilidade das mudinhas é que vai depender o seu crescimento normal. A terra precisa ser muito bem destorrada e até peneirada, a fim de não dificultar em nada o nascimento das plantas. Quando a temperatura for muito forte, convém, para certos tipos de verduras, que os viveiros sejam cobertos com folhas de bananeiras ou, melhor, de palmeira, porque o sol passa por entre as frestas das folhas, mas isso se faz a uns 30 cm do solo, por meio de forquilhas e varas atravessadas. Em certas regiões, convém colocar um barbante amarrado em quatro estacas ao redor do canteiro de sementeira, nele pendurando pedaços de plásticos, a fim de afugentar os pássaros que costumam comer as sementes. Nos viveiros de mudas para transplante, as regas devem ser diárias, mas sem encharcar muito, para que as plantas se desenvolvam normalmente em terra úmida, sempre antes do nascer do sol ou depois das quatro horas da tarde, quando a temperatura já baixou. Essas regas não devem ser feitas quando o sol está muito quente, porque poderá causar a queimação das plantas. Cada vez que os canteiros viveiros são desocupados, devem receber mais uma dosagem de adubo orgânico para serem incorporados a terra, e muito bem revolvidos para receber novas sementes. Não se deve plantar sempre a mesma hortaliça no mesmo canteiro, mas sim fazer o revezamento para obter melhores resultados. Sementeiras em linhas, colocando-se distanciadas para melhor desenvolvimento. as sementes MODELO DE HORTA Nem todas as plantas hortícolas se dão bem durante todo o ano; por isso é preciso fazer uma estruturação dos canteiros a fim de manter-se p equilíbrio das plantações. Com o sistema indicado, não faltarão verduras durante todo ano, sejam folhas, legumes ou tubérculos. De acordo com as necessidades, demarca-se uma quantidade de canteiros para um tipo de hortaliça. Na horticultura caseira, também é muito importante processar-se o revezamento de culturas, a fim de que a mesma planta não seja sempre posta no mesmo canteiro. Por exemplo, onde se colheu alface, muda-se para um canteiro de almeirão, que é menos exigente. Onde se plantou pepino, pode ser plantada vagem, porém com certa adubação orgânica prévia. Os canteiros também não deverão ser grandes demais, pois, acredito que, tendo cada um 2,00 m de comprimento por 1,00 m de largura, é o suficiente para produzir muito bem e facilitar o respectivo trato. Os caminhos dos canteiros com 30 cm dão perfeitamente para se trabalhar. O mato pode ser arrancado com facilidade de um ou de outro lado, sem se pisar no canteiro. A horta precisa receber bastante sol, pois todas as plantas carecem de sol e água, a fim de que vinguem bem. Nos canteiros que recebem muita sombra as plantas definham e acabam não produzindo aquilo que se esperava. Os canteiros carecem ainda ser afofados, por meio de uma enxadinha de dois bicos, ou mesmo através de um plantador, a fim de que a água se infiltre e não escorra por cima, lavando apenas a terra. Para uma horta doméstica, cremos que bastam apenas uns vinte canteiros, distribuídos da melhor forma possível, quanto à escolha das plantas hortícolas. Por exemplo, podem ser de alface, almeirão, pepino, tomate, couve, cenoura, rabanete, beterraba, ervilha, quiabo, repolho, rúcula, sem esquecer de manter permanentemente espaços dedicados à cebolinha de todo o ano, salsa, salsão e outros condimentos tão necessários para a cozinha. MODELO DE HORTA Modelo de horta, com sistema de rodízio, verduras, legumes e frutos do ano todo com fartura. FERRAMENTAS DO PEQUENO HORTICULTOR 0 pequeno horticultor não carece de muitas ferramentas. Uma enxada para fazer as capinas, misturar os adubos à terra. Enxadão para revolver canteiros, ancinho para nivelação deles e para tirar os torrões de terra, bem como para recolhimento do mato em montes. Pá reta para retirada do esterco e do composto; uma colher arredondada de jardineiro para fazer o transplante de certas hortaliças; um plantador para a abertura de buracos para as mudas; garfo para a coleta de mato e folhagem; sacho para capinas no meio das plantas e afofamento da terra. Um carrinho de mão também será de toda conveniência para o transporte do esterco, composto e amontoa-mento dos resíduos da horta, bem como do mato para o lugar destinado a preparar o composto. Um regador com crivos finos para regar os viveiros de mudas e outro com crivos mais abertos para as plantas já em desenvolvimento. Um pulverizador pequeno para aplicar os fungicidas e inseticidas. Todas as ferramentas, depois de usadas, devem ser guardadas em lugar onde não bata chuva, a fim de se preservarem por mais tempo. O pulverizador, após todas as vezes em que for usado, deverá ser muito bem lavado e enxugado. Os líquidos que vão entrar no pulverizador precisam ser peneirados, para evitar a entrada de qualquer tipo de sujeira, pois do contrário esta impediria a pulverização uniforme das plantas. Será interessante ter sempre à mão uma lima de horta a de afiar as ferramentas. Quando estas não fim estão cortando, o trabalho será dobrado; por isso é recomendável que se usem ferramentas adequadas. Garfo e pá reta, indispensáveis na horta Enxadão e Enxada Rastelo ou ancinho para nivelamento de canteiros e limpeza Colher de horticultor, sachino e plantador, utensílios indispensáveis aos horticultores. DESBASTE Desbaste é a maneira de se eliminarem as plantas em excesso que se encontram muito agrupadas. Ele é necessário para se obter o rendimento natural de uma planta, sem esta se definhar por falta de espaço. Exemplo: para a cenoura, se o espaço deixado entre as mudas for de 3 x 3 cm, não produzirão tubérculos. Se esse espaço for de 20 x 5 cm em linha, a produção será satisfatória, porque a planta dispõe de maior terreno para seu completo desenvolvimento. Com as demais hortaliças, inclusive de transplante, também se deve proceder dessa maneira para obter-se maior rendimento. REPICAGEM Para determinadas culturas faz-se a repicagem, isto é, transferem-se as mudas enquanto são novas para um canteiro intermediário, dando maior espaço entre cada uma, para se desenvolverem satisfatoriamente. Se as mudas ficaram muito juntas, acabam se definhando, umas prejudicando outras, e conseqüentemente retardando a produção. Procedendo-se à repicagem ou mesmo ao desbaste, as mudas vingarão melhor. Depois se poderão transplantar para os canteiros definitivos. Com espaçamento mais dilatado as plantas receberão mais arejamento, sol e nutrição do solo. TRANSPLANTE Todas as espécies hortícolas de transplante devem receber cuidados especiais quando se realiza essa operação. As covas para receber as mudas devem ser com terra bem fofa, e, quando se procede ao plantio, chega-se bem a terra às raízes, e sempre se deixa estas no sentido vertical, nunca encaracoladas, formando um emaranhado, o qual iria prejudicar a planta no seu crescimento. A profundidade das plantinhas também é ponto muito importante, de acordo com a espécie. Umas necessitam de bom enterramento, enquanto outras somente até o caule, onde nascem as primeiras folhas. Outras ainda devem ser plantadas em covas profundas, a fim de, na medida em que forem crescendo, se processar a amontoa de terra junto ao pé. São essas pequenas particularidades que o horticultor precisa aprender para o pleno sucesso do empreendimento. No que se refere à compra de sementes, todo cuidado será pouco. Deve-se dar sempre preferência a firmas inteiramente idôneas, cujas sementes sejam de boa procedência. Muitas vezes se perde o dinheiro empregado numa semente de baixo valor, porque a germinação poderá falhar e será preciso fazer novo plantio, demorando-se mais tempo e tendo-se mais trabalho. Não resta a menor dúvida de que da boa qualidade da semente dependerá o sucesso na horta doméstica. FORMIGAS Todo e qualquer tipo de formigueiro, porventura existente na horta, deverá ser eliminado. Se for a saúva, deve-se procurar os olheiros e neles aplicar formicida. Se for a quenquém, pode-se liquidá-la com igual facilidade, por meio de formicida em pó aplicada em seu ninho, que é sempre feito embaixo de pedras ou de paus podres. Outros tipos que formam aquele cúpulo fora da terra também são facilmente eliminados, com creolina misturada com água. CLASSIFICAÇÃO DOS LEGUMES Legumes de folhas Legumes de flores Legumes de frutos Legumes de semente Legumes de tubérculos ou raízes Legumes de Folhas São aqueles de que aproveitamos apenas as folhas para a alimentação. Devem ser muito bem lavados antes de serem consumidos, e ainda ficar de molho numa vasilha por uma ou duas horas com vinagre e água, para destruir os germes. Na horta caseira, por exemplo, os legumes de folhas só deverão ser regados com água potável, isto é, limpa, completamente isenta de qualquer contaminação, pois isso é muito importante para a saúde. Alguns exemplos de legumes de folhas: almeirão, rúcula, alface, agrião. Legumes de Flores Estes também precisam obedecer às mesmas diretrizes de que falamos acima, isto é, dos de folhas, porque são as flores que consumimos e naturalmente deverão ter o mesmo tratamento, apesar de serem cozidos antes do seu consumo. Exemplos de legumes de flores: couve-flor, alcachofra, cambuquira. Legumes de Frutos São aqueles de que aproveitamos apenas os frutos, os quais também exigem tratamento especial para não serem atacados pelos insetos, que tantos estragos causam, no seu interior. Os legumes de frutos são, por exemplo: tomate, pepino, abóbora, berinjela, pimentão. Legumes de Sementes São aqueles de que aproveitamos apenas as sementes, como ervilha, lentilha, fava. Legumes de Tubérculos e Raízes Destes aproveitamos as raízes ou tubérculos, tais como: beterraba, batata, cará, nabo, mandioca, rabanete. O QUE EXISTE EM NOSSA HORTA Como sabemos, as plantas hortícolas em geral possuem grande quantidade de vitaminas, especialmente os legumes. Geralmente todos consomem verduras, legumes e frutas, mas talvez não conheçam as propriedades desses vegetais. A beterraba, em salada, é refrigerante. A cenoura é boa contra a icterícia. O aipo é aperitivo e diurético. A chicória é tônica, laxativa e diurética. A couve, no tempo dos romanos, era remédio para todos os males. A abóbora suaviza e lubrifica os intestinos. O agrião é depurativo, diurético e expectorante. O espinafre é laxativo e refrigerante. A alface mitiga a sede e provoca o sono. A cebola é excitante, diurética e vermífuga. O alho é excitante, higiênico e vermífugo. O rabanete combate ou evita as areias. O almeirão é depurativo das afecções da pele. A alcachofra combate a diarréia. A mostarda é estimulante e excitante na digestão. CALORIAS FORNECIDAS POR 100 GRAMAS DE MATÉRIA FRESCA Abobrinha ............................................................ 35,5 Acelga .................................................................. 33,5 Agrião................................................................... 85,0 Alcachofra ............................................................ 63,5 Alface ................................................................... 10,0 Alho ..................................................................... 50,0 Alho-porro ............................................................ 45,5 Berinjela............................................................... 30,0 Beterraba ............................................................. 45,5 Brócoles .............................................................. 38,0 Cebola .................................................................. 49,0 Cenoura ............................................................... 45,5 Chicória (escarola) ................................................ 20,0 Couve manteiga.................................................... 76,6 Couve-flor............................................................. 31,0 Ervilha-verde ........................................................ 100,0 Espinafre.............................................................. 24,4 Nabo .................................................................... 34,5 Pepino .................................................................. 14,4 Pimentão .............................................................. 34,4 Quiabo ................................................................. 34,4 Rabanete .............................................................. 2,2 Repolho ................................................................ 30,0 Salsa .................................................................... 60,0 Tomate ................................................................. 23,3 CULTURAS DEFINITIVAS espécie colheita espaço dias cm época germinação dias abobrinha 40/50 60x60 ano todo 6/7 uma grama contém sementes 4/10 agrião almeirão cenoura ervilha espinafre nabo pepino quiabo rabanete rúcula salsa vagem 90 60 90/120 90 70 70 90 100 30 70/80 90 90 10x10 10x10 15x5 40x30 60x60 15x15 40x50 60x60 5x10 5x20 5x10 50x40 abr/ago ano todo ano todo abr/ago ano todo ano todo jul/out ago/jan ano todo ano todo ano todo ano todo 5/6 3/4 6/10 6/15 8/30 4/8 6/8 6/10 3/5 4/6 12/20 6/8 4.000 550 600 2/6 10/12 400 35 10/20 100 300 300 1 CULTURAS DE TRANSPLANTE acelga alcachofra alface alho-porro berinjela beterraba cebola cebolinha chicória couve-flor couve-brócole couve-manteiga couve-rábano pimentão repolho sal são tomate 80/90 280 80/90 90/120 150 90/100 150 80 80/90 100/120 80/90 90 80/90 130 90/130 130 90/100 25x25 80x80 25x25 20x20 50x50 20x20 20x20 15x15 30x30 40x40 40x40 40x40 40x30 50x40 40x40 30x30 40x80 ano todo ago/out mar/ago ago/set set/jan ano todo dez/mar ano todo mar/jun ano todo ano todo ano todo ano todo set/out jan/jun mar/abr ano todo 8/10 12/23 5/8 8/12 10/14 6/12 8/15 7/12 5/7 4/6 5/8 5/8 5/12 6/10 6/12 5/8 4/8 60 25 900 400 250 60 250 250 600 300 280 250 260 150 260 100 250 ABOBRINHA A abobrinha é um legume de grande consumo e de fácil tratamento. Não é planta muito exigente. Em terreno sílico-argiloso com boa adubação de esterco bem curtido, e em que a terra fique bem fofa, produzirá muito bem. As covas devem ser abertas em tamanho de mais ou menos 20 x 20 cm e também 20 cm de profundidade, distanciadas entre si 60 cm para cada lado. Plantam-se de 3 a 4 sementes em cada cova, para depois fazer o desbaste, deixando apenas uma, isto é, a mais forte. Mudas em excesso devem ser cortadas e nunca arrancadas. O plantio da abobrinha pode ser feito durante todo o ano, desde que se tenha água com facilidade para a sua rega, pois a planta não gosta de terra muito seca nem encharcada demais. 0 ciclo vegetativo é de mais ou menos 40 a 50 dias, isto é, a colheita dos frutos se dá depois desse período. Na medida em que os frutos ficam tenros, procede-se à colheita para serem usados de diversas maneiras na cozinha: em salada, frita, refogada ou recheada. ACELGA Acelga requer solo argilo-silicoso que esteja muito bem preparado com adubos orgânicos, e, o principal, seja razoavelmente profundo, pois nas terras fofas é que se desenvolve muito bem. A acelga pode ser plantada durante todo o ano. Semeia-se em canteiro definitivo e em canteiro para transplante, o que é mais recomendável. A distância entre as plantas é de 25 cm para ambos os lados. As regas deverão ser constantes para que a planta se desenvolva bem. A colheita se dá após 90 dias de seu plantio. Após as primeiras colheitas das folhas, convém se faça uma rega com salitre-do-chile na base de 10 g dissolvidos em 10 litros de água, ou adubo foliar. A germinação se dá após 10 dias. AGRIÃO O agrião da água exige terreno bastante úmido, com água corrente. O terreno precisa ser arado e muito bem estercado com adubos orgânicos, em solo profundo e bem nivelado. O melhor processo para o plantio do agrião é por meio de mudas, isto é, talos que estejam enraizados. O plantio faz-se distanciado de 10 em 10 cm, ou de 20 em 20 cm, de acordo com a disponibilidade do terreno. Importa fazer entrada de água corrente, mas as plantas não deverão ser totalmente cobertas pela água. O agrião produz bem o ano todo, mas os melhores meses vão de abril a agosto. O ciclo vegetativo da planta é de 90 dias. O lugar para o cultivo do agrião chama-se agrieiras. ALCACHOFRA Terreno fresco, profundo e bem adubado com esterco curtido e misturado com composto. O ideal seria aplicar 40 quilos de esterco para cada 10 metros quadrados, bem como 400 gramas de superfosfato. A alcachofra pode ser semeada e também obtida com mudas, isto é, rebentos de pés já velhos. A duração da germinação da semente é de 20 dias. Sua permanência é de 4 a 6 anos, frutificando em todos os anos. Quando as mudas estiverem com 4 folhas, proceder à repicagem, isto é, mudar para canteiros intermediários, conservando a distância de 25 cm para todos os lados e, quando as folhas de um pé se juntarem com os demais, proceder ao transplante para os canteiros definitivos, em covas distanciadas 80 x 80 cm. As regas precisam ser abundantes durante a primeira fase da vida da planta, pois são muito importantes para o seu desenvolvimento. As flores para o consumo devem ser apanhadas antes que fiquem duras e fibrosas. Isso se percebe através dos talos que as sustentam. Durante o primeiro ciclo vegetativo, proceder-se à rega com salitre-do-chile, na base de 200 g misturadas em 10 litros de água em cada 10 metros quadrados. ALFACE Alface pode ser semeada durante todo o ano, mas os melhores meses vão de março a agosto. As melhores terras para a sua cultura são as argilo-silicosas, muito bem adubadas com esterco de curral curtido, bem afofada para a penetração da água. Semeia-se em viveiro, a lanço, com terra bem preparada e, após seis a sete dias, começam a nascer. Quando as mudinhas tiverem de 5 a 6 folhas, faz-se o transplante para o lugar definitivo, de preferência na parte da tarde ou em dia que esteja encoberto, para evitar a queimação das folhas. Plantam-se as mudas a 25 cm de distância, em todos os sentidos. As regas precisam ser constantes, pois se trata de planta exigente quanto à água, mas não se encharquem os terrenos. A colheita se faz geralmente depois de 80 a 90 dias de seu plantio. Existem vários tipos de alface, para serem semeados durante todo o ano: lisa, romana, quatro estações, sem rival e outras. ALHO-PORRO Terreno bem adubado com esterco muito curtido, misturado com composto, bem afofado e profundo é o que exige o alho-porro. Semeia-se em viveiro, a lanço, procedendo-se a regas diárias, a fim de manter o canteiro sempre úmido e não encharcado. 0 transplante para canteiros definitivos se faz, quando as mudas tiverem 15 a 20 cm de altura, em pequenas valetas (sulcos) abertas no canteiro a uns 5 a 6 cm de profundidade. À medida que as plantas forem crescendo, achega-se terra, procedendo-se à amontoa, a fim de que os talos fiquem brancos e tenros. Costuma-se ainda arrancar as folhas para que a planta se desenvolva com mais rapidez na parte inferior. A distância das valetas poderá ser de 30 cm e de 15 a 20 cm entre as mudas. Logo após o replantio, é necessário proceder a uma copiosa rega para que a terra chegue bem às raízes. O alho-porro colhe-se após 90 a 120 dias de sua semeação. O que muito auxilia o alho-porro para que fique branco e bem tenro são as regas diárias, principalmente na época da seca. As regas devem ser feitas sempre pela manhã, antes do nascimento do sol, ou à tardinha, quando o sol já se pôs. Após as plantas entrarem em pleno desenvolvimento, procede-se a regas com caldo de estrume, misturado com água, entre os sulcos. Capinas e limpamento do solo se fazem todas as vezes que for necessário, bem como o afofamento do terreno na superfície, evitandose que se forme crosta. Alho porro; com boa chegada de terra, os caules tornam-se mais tenros, macios e brancos. ALMEIRÃO A semeação do almeirão se faz diretamente no canteiro, não necessitando de transplante. Revolvem-se muito bem os canteiros com terra bem fofa e boa adubação. Espalham-se as sementes a lanço, podendo elas ser misturadas com areia bem fina, a fim de facilitar mais a distribuição. Após a semeadura, deverá levar uma cobertura de terra bem fina, de meio centímetro. Depois, fazer a primeira rega. Diariamente rega-se o canteiro, até que as plantas atinjam o tamanho para serem consumidas. O primeiro corte do almeirão para fazer salada é uma verdadeira delícia, porque suas folhas são bem tenras e de sabor muito agradável. Quando bem tratado, o segundo corte ainda se presta para saladas. Mas depois as folhas se tornam amargas e, para o seu aproveitamento, será necessário cozê-las, para depois se fazer refogado com alho, óleo e bacon. São várias as qualidades de almeirão. Há o de folhas estreitas, o de folhas largas e aquele em que o maior desenvolvimento é das raízes, as quais também são aproveitadas na cozinha de várias maneiras, em salada ou refogada. Após a semeação, o almeirão poderá receber o primeiro corte após 60 ou 70 dias, dependendo muito da temperatura onde for cultivado. Ele se planta durante todo o ano, desde que se façam regas constantemente. BERINJELA A berinjela requer terreno seco, bem adubado com matérias orgânicas, em solo bem profundo. Terrenos fracos podem ser auxiliados com 400 gramas de superfosfato e 200 gramas de potassio para cada 10 metros quadrados. Semeia-se em viveiros, a lanço, de setembro a janeiro, conservando o canteiro sempre úmido, mas não encharcado. Quando as mudas estiverem com 3 a 4 folhas, faz-se a repicagem, isto é, plantando à distância de 12 cm em todos os sentidos. Quando as mudas já estiverem com 5 a 6 folhas, transferem-se para os canteiros definitivos, conservando-se a distância de 50 cm em todos os sentidos. À medida que a planta for crescendo, vão surgindo os brotos laterais, que deverão ser eliminados. Só depois da segunda inflorescência, corta-se o broto principal para que os frutos aumentem de tamanho. Duas espécies principais de berinjela são cultivadas: a comprida e a redonda. A germinação das sementes é de 10 a 15 dias. O ciclo vegetativo é de 120 a 150 dias, após a semeação. Quando os pés estão carregados, convém protegê-los com tutores. Colhem-se os frutos antes que atinjam o seu desenvolvimento máximo, quando estão bem tenros e próprios para o consumo. BETERRABA Para o plantio da beterraba alguns preferem semear em lugar definitivo, mas pode-se também semear em viveiro para depois fazer o transplante, dando preferência às mudas mais sadias, quando tiverem 6 folhas. A beterraba prefere solo sílico-argiloso com terreno bem lavrado, a fim de facilitar o escoamento da água, evitando-se o apodrecimento dos tubérculos. A beterraba exige regas, mas não muito abundantes para evitar-se que o terreno fique encharcado. Diariamente, uma rega moderada será de bom alvitre para o desenvolvimento da planta. Essa planta está sujeita a certas doenças que atacam as folhas, mas podem ser combatidas com fungicidas. As folhas que murcharem ou ficarem pintadas de outra coloração, devem ser arrancadas e enterradas, evitando-se a propagação da doença. A distância a ser conservada entre as plantas será de 20 X 20 cm. Faz-se a colheita logo que os tubérculos tiverem o tamanho desenvolvido, o que será fácil verificar através da planta, tirando-se um pouco de terra. Muitas vezes a beterraba se desenvolve muito na folhagem, mas os tubérculos ficam mirrados. Isso quer dizer que está com excesso de adubos orgânicos. A colheita da beterraba se dá 90 a 110 dias depois do plantio. Quando se faz a horta para consumo próprio, convém começar a colheita logo que os tubérculos atinjam um tamanho regular, a fim de que os últimos não fiquem fibrosos e de difícil cozimento. As plantas devem ficar sempre livres de mato, fazendo-se quantas capinas forem necessárias. Após um mês e meio ou dois faz-se a amontoa, isto é, chega-se mais terra às plantas, para que os tubérculos não fiquem expostos aos raios solares. CEBOLINHA Em nenhuma horta deve faltar um ou dois canteiros de cebolinha de todo o ano, pois se trata de condimento indispensável na cozinha, podendo-se com ela preparar vários tipos de molhos, e até usála no tempero de arroz e feijão. Trata-se de cultura muito fácil e pouco exigente. Canteiros bem revolvidos e adubados com uma mistura de composto para que as plantas se desenvolvam satisfatoriamente. Cebolinha de todo o ano não é exigente quanto è terra, porém boas regas são necessárias. A propagação da cebolinha pode-se fazer através de sementes ou de bulbos de touceira já formadas. Apanha-se a touceira de cebolinha, apara-se a parte superior, logo acima daquela parte branca, e os bulbinhos com raízes serão plantados na distância de 15 centímetros em todos os sentidos. Fazemse regas constantes e limpeza do mato a mão. Pode-se também proceder à semeação e, quando as plantas tiverem 15 centímetros de altura, faz-se o transplante para os canteiros definitivos. Em seguida fazer uma boa rega, para que a água atinja as raízes. Como ficou dito, planta-se o ano todo e, tendo-se dois canteiros, nunca faltará esse condimento na horta, pelo sistema de rodízio. CEBOLA A terra para o plantio da cebola de cabeça deve ser seca, com boa porção de composto e esterco de curral bem curtido. Pode-se melhorar a terra distribuindo 500 gramas de superfosfato e 200 gramas de potassa para cada 10 metros quadrados ou adubo já preparado. Semeia-se de dezembro a março. A semeação se faz em viveiros, em sulcos distanciados 20 centímetros e com 2 a 3 centímetros entre si. O primeiro transplante se faz quando as mudas estão com 8 centímetros de altura. As sementes de cebola germinam após 15 a 20 dias de seu plantio. Quando as mudas estão com 15 centímetros ou 40 dias após a semeação, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, aproveitando principalmente um dia chuvoso, ou, se isso não acontecer, o canteiro deverá ser muito bem molhado. As mudas são tiradas com auxílio da pá de jardineiro, nunca arrancadas, para não danificar as raízes. No canteiro definitivo as mudas serão plantadas 20 centímetros distanciadas para todos os lados. As duas qualidades mais comuns são o tipo pera do Rio Grande e a chata das Canárias, sendo a primeira mais resistente. O ciclo vegetativo é de 150 a 180 dias. As carpas do mato devem ser constantes, bem como as regas nos dias muito quentes, principalmente antes do nascer do sol, ou à tardinha, quando amaina o calor. A colheita da cebola se faz quando as folhas murcharem e ficarem amarelas. Realiza-se essa operação em dia de sol e com o solo bem seco. Expõem-se ao sol, por dois dias, as cebolas colhidas, antes de serem arrumadas em réstias e guardadas em lugar sombrio, com boa ventilação, a fim de se conservarem por muito tempo. CENOURA A cenoura requer solo profundo (20 centímetros), bem curtido com esterco velho e terra bem fofa. Semeia-se em fileiras distanciadas 20 centímetros. Para facilitar a semeação a lanço, misturam-se as sementes com areia fina ou serragem, a fim de facilitar a distribuição mais homogênea. Após a semeação o canteiro deverá levar uma boa rega e, até o nascimento das plantas, precisa ser molhado diariamente. Quando as plantas estiverem bem desenvolvidas, não serão necessárias as regas diárias. Ao atingirem 5 a 6 centímetros, procede-se ao primeiro desbaste, deixando-as 5 cm distanciadas entre si nas fileiras. Existe, no mercado, um produto químico para ser misturado com as sementes, o qual evita o crescimento de mato entre as plantas, dispensando a limpeza à mão. Tão logo as raízes tenham o tamanho desejado, colhem-se as maiores, deixando as demais para o seu completo desenvolvimento. Logo que colhidas, lavam-se as cenouras para lhes tirar toda terra aderente, dando-lhes bom aspecto. Depois que as plantas nascem, a colheita se dá após 90 dias ou 120, dependendo do clima e solo. Duas qualidades de cenoura podem ser produzidas: a meia comprida e a comprida. A germinação ocorre 15 dias após a semeação. CHICÓRIA (Escarola) A chicória exige terreno sílico-argiloso, com boa adubação orgânica, não se empregando, em hipótese alguma, esterco novo, pois isso causaria o apodrecimento das plantas. Semeia-se em viveiro, durante todo o ano, regando-se diariamente para conservar a terra sempre úmida. A germinação se dá no 8º. dia. Quando as mudas estiverem com 4 a 6 folhas, faz-se o transplante para os canteiros definitivos. As regas devem ser constantes. Se se desejar fazer o corte para consumo, 15 dias antes proceder-se-á ao "branqueamento" das folhas, isto é, amarra-se o pé, juntando-se todas as folhas, serviço este que deve ser feito após um dia de bastante sol, para que as plantas não se conservem com água dentro, o que causaria o seu apodrecimento. Com esse processo, as folhas se tornam bem tenras e macias, e comem-se como se fosse alface. As folhas externas aproveitam-se cozidas e refogadas. Ciclo vegetativo da chicória: 80 a 90 dias após a semeação. Nos canteiros definitivos, o espaçamento a ser dado é de 30 cm para todos os lados. Para auxiliar o crescimento da escarola pode-se fazer uma rega semanal com salitre-do-chile, na base de 10 gramas para cada 10 litros de água, ou melhor, uma colher das de sopa. Existem duas espécies mais comuns de chicória; a lisa e a crespa, sendo a lisa de maior preferência. COUVES A cultura das couves exige terreno seco, poroso e bem adubado. O processo de reprodução é por sementes, mas também pode ser feito através dos brotos, que nascem nas plantas adultas entre as folhas, o que também dá bons resultados e lhes acelera o crescimento. Após a semeação em viveiros, quando as plantas tiverem duas folhas, procede-se à primeira repicagem. Quando estiverem com quatro a seis folhas, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, aproveitando as mudas mais fortes e desenvolvidas. Nos primeiros dias, precisam ser regadas diariamente. A distância a ser conservada entre as plantas é de 40 x 40 centímetros, desenvolvendo-se muito bem na época das chuvas. Após o crescimento, podem ser diminuídas as regas, que deverão ser feitas duas vezes por semana. A colheita, quando semeada, se dará após 90 dias de nascidas as plantas. Cortam-se as folhas inferiores, e as plantas vão se desenvolvendo rapidamente. Quando as folhas são bem tenras, percebe-se ao fazer manualmente a sua colheita, isto é, no corte. Quando se quebram facilmente, é sina! de que as folhas são de consistência mole, portanto excelentes para o consumo. Eliminam-se os brotos que nascem entre as folhas, para não tirar a força da planta mãe. Se se desejar obter mudas para replantio através de brotos, deixam-se algumas plantas para que eles se desenvolvam. Após alguns meses, os pés de couve começam a produzir folhas pequenas e fibrosas, que não servem para o consumo. Devem ser feitos canteiros consecutivos, para o abastecimento durante todo o ano. Enquanto um está produzindo, faz-se outro para suprir aquele que será exterminado. Revolver a terra ao redor dos pés, e fazer regas com caldo de esterco, muito auxilia os pés a se desenvolverem. O mesmo processo pode ser usado para a couve tronchuda. Couve manteiga requer regas abundantes e adubação com caldo de esterco no meio das fileiras, para que suas folhas fiquem tenras e macias. COUVE-BRÓCOLO Solo bem adubado, fofo e limpo. De preferência semear nos meses frios, em viveiros, cobrindo as sementes com um cm de terrisco, e proceder a regas diárias. Quando as mudas estiverem com 5 a 6 folhas, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, conservando a distância de 40 cm em todos os sentidos. A couve-brócolo também requer boas regas durante o ciclo vegetativo. As ervas daninhas devem ser eliminadas todas as vezes que for necessário, pois, quando as plantas se encontram livres do mato, se desenvolvem bem melhor. O ciclo vegetativo da couve-brócolo é de 80 a 90 dias. Colher as inflorescências antes que as flores se abram, o que se fará por muito tempo até que haja a renovação. No plantio nas covas, as raízes deverão ficar bem no sentido vertical e nunca dobradas para os lados. Com o auxílio de um plantador, consegue-se fazer o serviço com muita facilidade. COUVE FLOR Terreno bem adubado, poroso e fresco, é o que exige a couveflor. Semeia-se em viveiro, a lanço, de janeiro a abril. As sementes deverão ficar a um centímetro de profundidade. Depois de nascidas as plantinhas, quando estiverem com 4 folhas, proceder à repicagem, conservando a distância de 6 a 8 cm. Quando as mudas estiverem com 6 folhas, procede-se ao transplante para os canteiros definitivos, conservando a distância de 40 x 40 cm. Bastantes regas durante o período inicial até a sua florescência. Muito auxilia também se forem regadas com 20 gramas de salitre-dochile, misturado a 10 litros de água para cada 10 metros quadrados de cultura. Para colher as cabeças da couve-flor branca, amarram-se as folhas sobre a flor ou quebram-se algumas folhas em cima delas uns dias antes de serem colhidas. A germinação das sementes é de 5 a 6 dias. O ciclo vegetativo vai de 100 a 120 dias. As ervas daninhas precisam ser sempre eliminadas, bem como afofar-se a terra sem ofender as raízes, a fim de que a água penetre bem no solo e também haja ventilação. COUVE-RÁBANO Terreno bem fofo, profundo e fresco, com boa adubação orgânica, bem curtida, misturada com composto. Semeia-se em viveiros e, quando as plantinhas estiverem com 3 ou 4 folhas, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, enterrando-se bem as mudas na terra. A distância a ser conservada é de 40 x30 centímetros. Quando os nabos ainda são novos, devem ser aproveitados, pois estarão macios e sem fibras, desprezando-se apenas a parte que ficou na terra. Quando nascem os pendões que florescem, os nabos já não são muito macios. Tanto as folhas como os nabos são aproveitados. Devem ser feitas regas constantes, sem encharcar o terreno. As ervas daninhas também devem ser eliminadas, para que as plantas se desenvolvam normalmente. Afofamento da terra, entre as mudas, sem prejudicar as raízes, também auxilia o crescimento da planta, não só para a penetração da água, como para ventilação. A couve-rábano pode ser semeada durante todo o ano, mas na primavera se desenvolve melhor. A colheita da couve-rábano se dá após 80 a 90 dias de seu plantio. ERVILHA Canteiros para ervilha devem ser em solo fresco, solto, poroso, calcário e adubado para que as plantas em desenvolvimento inicialmente vinguem bem. Nas covas colocam-se de 2 a 3 sementes, a 2 a 3 cm de profundidade. Proceder a regas moderadas até a floração. A ervilha tira o azoto do ar para seu completo desenvolvimento. Existem ervilhas trepadeiras e anãs, bem como aquelas de que se come tudo e outro tipo de que apenas se consomem os grãos. Uma das variedades que se plantam na horta doméstica é a trepadeira de flor roxa. Pode-se ainda melhorar a terra com adubos químicos, usando para cada 10 metros quadrados 300 gramas de super-fosfato e 200 de potássio e aplicar 300 gramas de cinza de madeira para cada 10 metros quadrados. Após o nascimento das plantas, convém fazer uma rega com salitre-do-chile na base de 50 gramas para cada 10 litros de água. Isso só se faz no início. A semeadura pode ser feita durante todo o ano, mas de preferência de abril a agosto. A germinação se dá após 15 dias, podendo ser plantada em sulcos ou em covas. Em sulcos a distância será de 40 cm; em covas, 60 cm e distanciadas 30 cm entre si. O plantio deve obedecer à direção do nascente para o poente, para que as plantas apanhem bastante sol, o que favorece o crescimento e evita moléstias. Um mês após o plantio, procede-se à amontoa, isto é, chega-se terra junto às plantas. Colocar tutores para as trepadeiras, de preferência com ramos, pois as garras vão aderindo aos tutores sem auxílio do horticultor. A colheita se dá após 90 dias. Aproveitar apenas aquelas mais tenras com completo desenvolvimento, procedendo-se assim cada dois dias. Procede-se à desponta depois da 6ª. série de flores, a fim de que as vagens fiquem bem cheias. ESPINAFRE Solo fresco e solto, bem adubado com esterco curtido misturado com composto, é o que exige o espinafre. A distância a ser conservada entre as covas deverá ser de 60 X 60 cm, colocando-se de 3 a 4 sementes. Depois de nascidas, procede-se ao desbaste, deixando-se apenas uma das mais bem desenvolvidas. O espinafre requer regas abundantes e, após 65 a 80 dias de sua semeação, inicia-se a colheita. Para colher o espinafre cortam-se apenas as pontas mais vigorosas, isto é, aquelas que se apresentam com as folhas bem desenvolvidas e carnudas, evitando-se a frutificação. A colheita se prolongará por todo o ano. Numa horta em que se plante uma vez o espinafre, sempre estarão nascendo novas mudas em outros canteiros, durante todo o ano, principalmente depois de boas chuvas, pois a propagação se faz por meio das sementes de plantas que produziram frutos. Aproveitar essas mudas para replante é mais interessante do que proceder à semeação, desde que sejam retiradas com raízes e terra e plantadas em covas que tenham recebido boa adubação. A germinação das sementes se dá entre 10 a 12 dias. NABO Para o plantio do nabo o terreno deve ser fofo e poroso, razoavelmente profundo, recebendo adubo curtido com composto. A semeação se faz a lanço, no lugar definitivo, procedenido-se ao desbaste, quando as plantas tiverem 5 a 8 cm, deixando-se entre elas a distância de 15 cm para ambos os lados. Pode-se também fazer a semeação em linhas distanciadas 20 cm, deixando-se entre as plantas 12 a 15 cm. Exige boas regas durante o ciclo vegetativo, bem como a limpeza das ervas daninhas. As sementes deverão ficar a 1 cm de profundidade. Sua germinação se dá entre 7 a 9 dias. A colheita do nabo se faz 60 ou 70 dias após a semeação, o que os torna tenros e macios. PEPINO O pepino requer solo leve, permeável e bem estrumado com matérias orgânicas bem curtidas, para ajudar, 50 gramas de superfosfato por cova. De preferência, planta-se de julho a novembro, em covas de 20 X 20 cm, distanciadas 50 X 40 cm. Em cada uma semeiam-se 5 sementes a 2 cm de profundidade, e, quando as plantas estiverem com duas folhas, procede-se ao desbaste, isto é, arrancam-se três mudas, ou melhor, cortam-se, a fim de não prejudicarem as raízes das que ficaram, apenas duas por cova. Nessa ocasião também se faz o replante das falhas de covas. No segundo desbaste, quando as plantas estão mais vigorosas, deixa-se apenas uma muda. Na semeação procede-se a uma boa rega, deixando as outras para quando as plantas estiverem bem desenvolvidas. Devem-se colocar tutores para guiar as plantas à medida que forem crescendo, a fim de que os frutos fiquem pendurados e não encostados à terra, dando uma coloração perfeita. Na segunda florada aparecem os pepinos, que se desenvolvem rapidamente, pois bastam mais 15 dias para sua primeira colheita. Para evitar o aparecimento de moscas e borboletas, causadoras dos vermes que destroem os pepinos internamente, deve-se fazer uma pulverização com inseticida. Durante a colheita deve-se proceder a algumas regas, sem encharcar o terreno. A germinação da semente de pepino se dá entre o 8º.ao 10º. dia de seu plantio. PIMENTÃO Solo bem remexido, com adubação bem curtida e misturada com composto e que retenha bem a umidade, é o que exige o pimentão. Semeia-se durante todo o ano, em viveiro, de setembro a janeiro, de preferência a lanço. Proceder à repicagem quando as mudas estiverem com 5 cm de altura, deixando o espaço de 10 cm entre as plantas. Quando elas estiverem com 15 cm de altura, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, conservando o espaço de 50 X 40 cm, em fileira. Devem ser feitas boas regas, principalmente quando houver falta de chuvas. Afofar a terra ao redor das plantas, sem ofender as raízes. Uma boa adubação química será o emprego de 30 gramas de superfosfato e 20 gramas de sulfato de potássio por metro quadrado. A germinação do pimentão é de 10 a 12 dias. A aplicação do pó bordalês, de 15 em 15 dias, é bom preventivo contra a murcha das folhas e conservação dos frutos, na base de 50 a 100 gramas em cada 10 litros de água. QUIABO Terreno argilo-silícoso, bem estercado com adubos orgânicos bem curtidos. Pode-se melhorar o terreno com 20 gramas de superfosfato e 10 de potássio por cova. Semeiam-se em covas, distanciadas 60 X 60 cm, colocando-se 4 a 5 sementes a 2 cm de profundidade. A melhor época para seu plantio vai de agosto a janeiro, porém pode ser plantado durante todo o ano. A colheita se faz quando os quiabos estão verdoengos, com as pontas ainda não quebráveis, tenros e sem fibras. E que seja cada dois dias, para não se perder a produção. Após o nascimento das mudas, deixa-se apenas uma planta por cova ou, no máximo, dois pés, a fim de que se desenvolvam bem e produzam bastante. Quando se planta o quiabo, pode-se ainda em associação plantar outras espécies hortícolas, cujo ciclo vegetativo seja rápido, como o rabanete, por exemplo. A germinação do quiabo é de 8 dias e sua colheita se faz após.80 a 100 dias. TOMATE As sementes de tomate devem ser plantadas em viveiros, com terrisco bem preparado. Quando as plantas estiverem com 4 folhas, procede-se à repicagem, isto é, mudança para outro canteiro com maior espaço, conservando-se a distância de 10 cm para todos os lados.' Este serviço deve ser feito em dia não muito quente. Antes de arrancar as mudas, convém dar boa rega para não prejudicar as raízes, quando tiradas da terra. As mudas devem ser bem enterradas. Quando as mudas ficarem com 8 folhas, faz-se o transplante para os canteiros definitivos, em linhas distanciadas de 80 cm por 40 em. A terra para o tomate deve ser bem adubada, com esterco bem curtido e misturado com composto. Pode-se ainda auxiliar com adubos químicos, usando-se 400 gramas de superfosfato e 150 de potássio para cada 10 metros quadrados; Durante a vegetação, fazer regas com salitre-do-chile na base de 100 gramas em cada 10 litros de água. Colocar tutores de bambu ou varas comuns na altura de metro e meio. Deixar apenas a haste principal; os brotos que forem nascendo entre as folhas deverão ser eliminados e a planta ser conduzida em seus tutores, por meio de amarras com tábua ou embira, ou, na falta desta, com barbante mesmo, sem apertar muito. Quando a planta atingir a altura do tutor, a ponta deve ser cortada a fim de que os frutos se desenvolvam satisfatoriamente. Desde que as mudas estejam nos viveiros, fazem-se pulverizações com pó bordalês na base de 50 a 100 gramas em cada 10 litros de água. Quando os pés estiverem carregados de frutos, as pulverizações se fazem cada 15 dias. Os frutos podem ser colhidos quando começarem a tomar a cor amarela, e depois guardados em lugares bem arejados, para o seu completo amadurecimento. Quando eles amadurecem de vez nos pés, são atacados pelos pássaros e insetos. Para que amadureçam uniformemente, é preciso que a planta tome bastante sol. As regas devem ser feitas nos primeiros dias de sua plantação, principalmente no dia do plantio no canteiro definitivo, para que as raízes adiram bem à terra. RABANETE Cremos seja a cultura do rabanete das mais rápidas a produzir, pois, após a sua germinação, decorridos 30 dias, pode-se iniciar a colheita, que se prolonga por mais uns dez dias, enquanto ainda estão bem tenros, apanhando naturalmente os mais desenvolvidos. Os canteiros para a semeação em definitivo do rabanete devem ser bem adubados com esterco bem curtido e misturado com composto bem esfarelado. Para se proceder à semeação, dá-se preferência ao lanço; querendo-se outro processo, em sulcos riscados no canteiro, distanciados 10 centímetros. Colocam-se as sementes distanciadas entre si, no mínimo de 2 a 3 cm, para, quando as plantas tiverem quatro folhas, fazer-se o desbaste, deixando pelo menos de 5 a 8 cm distanciadas nos sulcos e cobertas com um cm de terra. Após a semeação procede-se a uma copiosa rega com regador de crivos bem finos, a fim de não levar o terrisco com que se cobriram as sementes. Colhem-se os rabanetes bem tenros, para aproveitá-los devidamente nas saladas ou como antepasto. Existem rabanetes brancos e vermelhos e também redondos e compridos. Para o pequeno horticultor, cremos que a melhor maneira será fazer o revezamento quanto à qualidade que vai semear, isto é, uma vez poderá optar pelo redondo, outra, pelo comprido e proceder assim sucessivamente. 0 rabanete pode ser plantado durante todo o ano, mas nos meses quentes convém fazer-lhe uma proteção com folhas de bananeira ou palmeira até que as plantinhas atinjam pelo menos 4 a 6 folhas. REPOLHO 0 repolho requer solo bem profundo, com bastante adubação orgânica, isto é, 5 quilos de esterco curtido por metro quadrado. A semeação faz-se em viveiros. Quando as plantas tiverem 3 a 4 folhas, procede-se à primeira repicagem. As regas deverão ser abundantes nos primeiros dias. Para auxiliar o crescimento do repolho, convém fazer uma rega a cada 10 dias, com salitre-do-chile na base de 10 gramas para cada 10 litros de água. Ao atingirem as mudas 15 cm de altura, procede-se ao transplante para o lugar definitivo, conservando-se o espaço de 40 X 40 cm. Algumas regas com caldo de esterco também auxiliam o desenvolvimento da planta; em seguida fazem-se regas com água limpa. O solo precisa ficar livre de ervas daninhas e estar sempre revolvido, não se deixando formar crosta, o que prejudica a infiltração da água -e a ventilação. Algumas doenças podem atacar os repolhos, porém podem ser combatidas com fungicidas, como o cuprosan azul, na base de 20 gramas para cada 10 litros de água. De acordo com a qualidade do repolho, a colheita se dará 90 a 130 dias após seu plantio. Quando as cabeças estão cheias e bem firmes, procede-se à colheita. Um tipo de lagarta costuma cortar as mudinhas quando novas, mas consegue-se sua eliminação revolvendo a terra ao redor da planta cortada, devendo ser esmagada. Trabalham durante a noite. Duas qualidades de repolhos são cultivadas, o roxo e o branco. A germinação das sementes de repolho é de 8 a 10 dias. RÚCULA Trata-se de planta da família das Folheaceas. O terreno deve ser preparado tal como para o almeirão ou outra cultura parecida. Não resta a menor dúvida de que o esterco de curral, bem curtido, e o composto devem fazer parte, pois com canteiro bem adubado as plantas crescem normalmente, sem criar fibras em suas folhas. A rúcula preparada como salada tem o gosto característico do amendoim e é de sabor bem agradável. Após a semeação, a germinação se dá após 4 a 5 dias. A colheita se faz após 70 ou 80 dias, podendo-se cortar apenas as tolhas, ou apenas arrancar os pés mais desenvolvidos. A rúcula, quando cortada, ainda adquire novas folhas, que crescem mas não serão tão tenras como as primeiras, motivo pelo qual muitos preferem tirar de vez a planta. As regas tem de ser constantes, todos os dias se for com pouca água; mas se se aguar bem, bastarão apenas duas ou três por semana. A semeação se faz a lanço, misturando-se as sementes com areia ou serragem, para que não fiquem muito juntas. Pode ainda ser semeada em sulcos distanciados 20 centímetros e, quando nascerem as plantinhas, fazer o desbaste para não se agruparem demais. A rúcula pode ser semeada durante todo o ano. SALSA Tal qual a cebolinha de todo o ano, a salsa deve figurar em qualquer tipo de horta/pois é condimento necessário para a cozinha. O canteiro tem de ser bem preparado com adubos orgânicos e a semeação se faz a lanço ou em fileiras, distanciadas 10 centímetros, com a profundidade de 1 centímetro. No início precisa receber boas regas para o seu bom desenvolvimento. A germinação das sementes da salsa se dá após 15 a 20 dias. Procede-se ao desbaste quando as plantinhas tiverem de 3 a 4 folhas, deixando distanciadas 5 centímetros umas das outras. Para usar a salsa, não será necessário o seu arrancamento com as raízes, mas sim cortar as folhas mais desenvolvidas, porque tornam a crescer outras até que o pendão floral cresça rapidamente. Como nas demais hortaliças, é necessário fazer a limpa das ervas daninhas, principalmente quando ainda estão crescendo. SALSÃO O salsão requer solo solto, adubado com esterco bem curtido, misturado a composto. Semeia-se em viveiro, durante todo o ano. A germinação do salsão é de 20 dias. Proceder à repicagem quando as mudas tenham entre 3 a 4 folhas, plantando a uma distância de 8 x 8 cm. Quando atingirem a altura de 15 cm, faz-se o transplante para os canteiros definitivos a uma distância de 30 cm para todos os lados. Quando as plantas estiverem em pleno desenvolvimento, deve-se chegar terra aos pés, isto é, proceder à amontoa, tendo-se o cuidado de não deixar cair terra em seu broto principal (coração). Os demais tratos culturais seguem-se à limpeza do terreno, bem como a regas constantes. O ciclo vegetativo do salsão é entre 120 a 150 dias depois de semeado. VAGEM Existem duas variedades de vagem que podem ser cultivadas na horta, o trepadeiro e o anão. Para o primeiro é necessário fazer a armação de tutores. Estes podem ser de bambu, ou varas comuns de mato. Canteiros bem adubados. Pode-se melhorar o solo com 300 gramas de superfosfato e 200 gramas de potássio para cada 10 metros quadrados. Se se preferir, poderá usar-se adubo já preparado nas casas especializadas, usando um copo em cada 10 metros quadrados. O feijão vagem semeia-se em lugar definitivo, distanciado em linhas de 50 por 40 cm, produzindo muito durante todo o ano, desde que se façam regações nos meses de calor intenso. Em cada cova colocam-se 4 sementes. Após 8 a 10 dias dá-se a germinação, fazendo-se então o desbaste para deixar apenas duas mudas sadias em cada cova, cortando-se com a unha, para não prejudicar as raízes das que ficaram. Os tutores para os trepadeiras poderão ser inclinados para o meio do canteiro, a fim de se juntar aos do outro lado, numa altura de dois metros, presos numa vara transversal. Quando as plantas tiverem 4 folhas, procede-se à limpeza do canteiro e à primeira amontoa, o que consiste em chegar terra ao colo das plantinhas, deixando um pequeno sulco para retenção da água. A colheita deve ser feita quando as vagens estejam em seu tamanho normal e bem tenras, evitando-se que formem as fibras. Cortando-se a ponta da vagem e puxando-se, costuma sair um fio na outra extremidade, quando são passadas. Os canteiros de vagem devem ser dispostos de maneira que apanhem bem o sol entre as plantas. Boa medida é conservar alguns pés com as vagens bem grandes; as, primeiras para aproveitamento de suas sementes para futuros canteiros. PLANTAS CONDIMENTAIS Em todas as hortas, por menor que seja o espaço, sempre se deve reservar um canteiro para as plantas condimentais. Desde que o terreno seja bem estercado, as plantas se desenvolverão satisfatoriamente. Não há necessidade de plantar muitos pés, apenas alguns para que se tenham o ano todo os condimentos, sempre à disposição, de acordo com as necessidades. As plantas condimentais essenciais são as seguintes: alecrim, erva-doce, manjericão, cominho, erva-cidreira, norteia, manjerona, pimenta (vários tipos), louro, sem contar a cebolinha de todo o ano, salsa, alho-porro, cebola e salsa, que estão descritas na parte de hortaliças. 2 2 Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source com a intenção de facilitar o acesso ao conhecimento a quem não pode pagar e também proporcionar aos Deficientes Visuais a oportunidade de conhecerem novas obras.Se quiser outros títulos nos procure http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros, será um prazer recebê-lo em nosso grupo. OUTRAS CULTURAS Quando se dispõe de uma área de terreno maior, outras culturas podem ser feitas, independentes das hortaliças, como o milho, que é semeado no mês de setembro, a mandioca, também no início das chuvas, e a batata-doce. A batatinha também pode ser plantada num espaço reservado, requerendo terra bem afofada e com boa adubação, a qual poderá ser orgânica ou química. Planta-se a mandioca mediante toletes de pés já arrancados, aproveitando-se os que tenham de 5 a 6 olhos para a formação de novos pés. Da batata-doce, por exemplo, plantam-se as ramas, em montes de terra bem afofados, onde mais tarde se possa chegar mais terra. O milho também se planta em covas ou em fileiras, distanciadas de 50 a 60 cm. Quando as plantas estiverem com 15 cm de altura, procede-se à primeira amontoa e carpa. INSETICIDAS Na atualidade não existem mais os problemas de outrora "quanto aos inseticidas. Com as novas descobertas no campo da Agricultura, produtos novos vão surgindo, graças ao trabalho de agrônomos e cientistas. Assim, é.mais fácil e seguro o combate às pragas e moléstias que atacam as plantas. Existe, por exemplo, no mercado especializado, o Carvin-85 M, em pó molhável, que serve para muitos insetos que atacam os legumes, tais como: lagartas, vaquinhas, pulgas, brocas de frutos, percevejos e outros. Nas pulverizações usam-se de 15 a 20 gramas em cada 10 litros de água, todas as vezes em que as plantas forem atacadas por tais insetos. A repetição convém ser feita cada 15 dias. O Granutox (inseticida) também atua contra o pulgão, cigarrinhas e minadores de folhas. É indicado para hortaliças, batata e tomate. A aplicação é de 15 gramas por metro quadrado, depois se esperam cinco dias para a semeação. Outro inseticida igualmente indicado é o Thiodan, que também ataca os pulgões, trips, lagartas, vaquinhas, brocas e outros. A dose a ser usada é de 15 a 20 cm3 para cada 10 litros de água; pulverizar. As plantas que recebem esse tratamento só podem ser consumidas uma semana após a aplicação. Malatol é um inseticida que combate mais de 100 pragas conhecidas na Agricultura, sendo de baixa toxidez ao homem e aos animais domésticos. Combate os pulgões, ácaros, cochonilhas, trips, lagartas, moscas de frutas e muitos outros. Existem três fórmulas desse inseticida. Para a horticultura o mais recomendado é o que vem pronto para uso imediato. Malatol 50 E, inseticida líquido, contendo 50% de malation, é indicado para pulverizações e encontrado em embalagens de 1 litro. A proporção é de 20 cm3 para cada 10 litros de água, para ser aplicado com o pulverizador. Os inseticidas mencionados acima podem ser substituídos por outras marcas, obedecendo-se sempre às instruções da bula, usando-os na quantidade exata para produzirem os efeitos desejados. FUNGICIDAS Cuprosan azul ou cuprofix substitui a caldalesa com grande vantagem, pois é preparado de tal maneira que a dosagem dos elementos que o compõem é de absoluta precisão. O cuprosan azul ou cuprofix deve ser aplicado como preventivo e combate à requeima, pinta preta e podridões. Também é indicado para a cebola, pois combate as principais pragas que a atacam. Batata Tomate 45 a 75 g para cada 10 litros de água 45 a 75 g para cada 10 litros de água Pode ainda ser misturado a inseticidas comuns, no combate aos insetos que atacam as plantas. Preventivos: pulverizar tomate, pimentão, quiabo — cada 2 semanas. Lagartas que entram nos frutos fazem apenas um furinho, mas crescem dentro deles e o destroem completamente. O melhor será colher os frutos, fazer um buraco e enterrá-los, ou destruí-los por meio de fogo para a praga não se alastrar. Existem no mercado inúmeros produtos que agem como fungicidas, os quais deverão ser usados de acordo com a bula dos fabricantes, para que surtam os efeitos convenientes. Caracóis, lesmas e tatuzinhos também são combatidos com iscas envenenadas, que são encontradas nas casas especializadas, como o Nitrosin, por exemplo. As iscas devem ser colocadas ao entardecer, isto é, quando o sol já se pôs, pois estas pragas da horta trabalham durante a noite. Após o uso do pulverizador, com inseticidas ou fungicidas, este deve ser muito bem lavado, enxugado e guardado. As mãos de quem fez o serviço, também devem ser bem lavadas com sabão, a fim de não ficar vestígios dos inseticidas e fungicidas, tomando-se sempre o máximo cuidado com a sua manipulação. http://groups.google.com/group/Viciados_em_Livros http://groups.google.com/group/digitalsource