FILOSOFIA DA CONTABILIDADE Rodrigo Antonio Chaves da Silva Contador, Professor de Contabilidade Membro da Escola do Neopatrimonialismo Membro do clube Tablero Comando de Balanced Scorecard Ganhador honorífico do prêmio internacional de História da Contabilidade prof. Martim Noel Monteiro – Edição 2007 Longo foi o curso do pensamento contábil no passar dos séculos, desde a “pré-conta” na idade da pedra, até o inicio da fase cientifica, quase na metade do século XIX com a obra do francês, J. P. Coffy (1836). Diversas foram as abordagens sobre o objeto contábil, mas a autonomia da qualidade cientifica da contabilidade se deve a Vincenzo Masi, que no inicio do século XX lhe abstraiu, como objeto, o patrimônio das células sociais. Com a definição de objeto e método especifico, a contabilidade passou a caminhar célere buscando maior alcance cognitivo, a teoria Contábil, então, passou a ser tratada com mais veemência, sendo aceita já nas cadeiras de ensino superior universitário, e diversas foram as buscas das essências de nosso conhecimento, surgindo aqui, portanto, o papel da filosofia da contabilidade, como resultado desta aspiração. A filosofia da contabilidade busca raciocinar com coerência a essencialidade, dimensionalidade e ambientalidade dos fenômenos patrimoniais, buscando explicações e interpretações holísticas, que ultrapassam os rigores do espaço e do tempo. Tal ambição ao saber superior, é, pois, imprescindível e relevante, não somente para a reflexão rigorosa da certeza de nosso conhecimento, mas para também aprimorar a grandeza cultural que a contabilidade adquiriu e transmitiu, por tantos milênios à humanidade. Palavras Chave: Filosofia, Ciência, Filosofia e Ciência, Filosofia da Contabilidade, Abordagens cientificas e filosóficas na contabilidade, Neopatrimonialismo Contábil. 1-INTRODUÇAO Uma abordagem filosófica em nosso conhecimento é, pois, uma atitude plausível e imprescindível, além de justa, ainda mais, no tempo hodierno no qual existe um “sincretismo”, ou melhor, “sincretismo científico”, que invade os campos demarcados de nosso conhecimento, emitindo um amalgama surpreendente de visão cientifica, que confunde a verdadeira visão contábil relacionada com o seu verdadeiro objeto, exigindo assim uma ostentação rigorosa da certeza e qualidade de nosso método e objeto de estudos e indagações. A posição filosófica exige esta posição: a de buscar as razões, os critérios, os fundamentos de uma ciência especifica; como a contabilidade é uma ciência, ela poderá ser abordada filosoficamente, quando se busca contextualizar criticamente todo o arcabouço cognitivo que os pesquisadores contábeis emitiram no passar dos séculos. A filosofia surgiu de uma necessidade importante: uma aspiração de explicar e entender o universo em que vivemos, a vida que temos, as coisas que existem, os processos existentes, os fenômenos perceptíveis e não perceptíveis, de forma a fugir das interpretações fantasiosas relacionadas com o mito, ou com os pensamentos quiméricos que o ser humano, todavia, utilizou com abundancia, no auge da produção de sua criatividade. O professor Vincenzo Masi, foi muito claro ao conceber a filosofia como um caminho, e não o saber em si, porém, o melhor caminho para a ciência e para o método: “... Mas ela se ocupa dissemos disto que se propõe a fazer filosofia daquela ciência, e não em generalizar a filosofia, como se a filosofia agora fosse dotada de um poder sobre-humano, já que, não só para esta ou aquela ciência mas para todas as ciências deveria estar em grau de pôr em luz os erros, as observações, o resultado, e assim por diante, isto é assumiria em si o saber, e não seria mais, como do contrário também é, e sempre foi, não Sophia, mas filosofia. (MASI, Vincenzo. Filosofia della Ragioneria. Bologna: Dott. Cesare Zuffi Editore, 1955. P. 12.) (O Itálico é do autor). Portanto, a filosofia é um esforço para se tornar “amiga do saber”, e não o próprio saber em si, que é Deus. Ora, o que fazemos é “filosofia” se esta fosse a senhora da verdade não seria mais concebida como tal, mas, “Sofia”; ora a “Sofia” é Deus que é a razão de tudo e só podemos fazer, com nossas limitações, uma amizade com o saber puro. Masi (1971, p. 189), portanto, fora claro que o esforço do espírito divino estava em nosso espírito na busca da verdade, pois, o “nosso espírito, é uma partícula infinitesimal do espírito Divino, que opera”, portanto, a Sophia nada mais é que Deus. Um dos grandes filósofos do período considerado como clássico pelos filósofos (pois, neste período surgiriam grandes gênios do saber), foi Sócrates (V a.C.), que apesar de não ter uma aparência muito atraente, como dizem os historiadores, possuía o dom da oratória e da critica, que persuadia milhares de indivíduos que ouviam os seus discursos e idéias (Praticamente a filosofia grega se divide na figura de Sócrates, ou seja, antes, durante e depois deste mestre). A postura de Sócrates em seu tempo, era a de ser um pensador que buscava o conteúdo de seu conhecimento, ele questionava e criticava, não era um homem com fortes poderes públicos (além de sua popularidade), mas, possuía talentos cognitivos admiráveis, mesmo com a sua incrível inteligência, ele dizia que “nada sabia”, postura admirável, que, inclusive, não permitiu que reconhecesse os “deuses” de sua época e “subvertendo” a juventude, com suas idéias, foi condenado à morte. Quantas vezes uma postura filosófica – isto é real – causa inúmeras agressões ou incompreensões, da parte dos que não entendem os que a defendem. No entanto, o exemplo de Sócrates deve ser seguido pelos indivíduos que amam o seu conhecimento e buscam as bases que fomentam o mesmo, para assim o tornar mais prospero e avançado através da filosofia (Aliás, a palavra filosofia significa “amizade e amor à sabedoria”). As influências dos poderes, podem, contudo, destruir a forma de expressão filosófica, mas nunca prejudicar a essência da sabedoria pura (Foi o que aconteceu com Sócrates, mataram o seu corpo, mas não destruíram o seu pensamento, sendo que mesmo no dia de sua sentença de morte, discutia com seus discípulos, a questão da imortalidade da alma, e até hoje é discutido nos meios acadêmicos). Este trabalho tem este intuito, o de buscar uma posição filosófica do conhecimento contábil, explicando, interpretando e discutindo o seu método, o seu objeto de estudos, o seu grau de rigorosidade, sua evolução no tempo, suas doutrinas, suas concepções modernas e a sua qualidade gnosiológica, que surgiram como um produto de reflexão e maturidade dos insignes pensadores da historia contábil. 2-O QUE É A FILOSOFIA Muitos pensam que a filosofia é uma disciplina, abstrata, subjetiva, contudo, esta afirmação não condiz com a realidade. A filosofia, obstante, não está á margem de tudo o que acontece, no universo objetivo e real do conhecimento, apenas para emitir observações de aspectos que traduzem conclusões e paradoxos. A filosofia deve ser entendida, e é considerada, como uma visão sublime do conhecimento, ultrapassando aquela forma vulgar de interpretação (doxa), para buscar uma abordagem mais avançada e perfeita (episteme). O píncaro mais alto de um conhecimento só é alcançado pela visão filosófica. Portanto, a filosofia seria uma visão critica e contextual de um movimento gnosiológico, buscando o grau de certeza, valor, e qualidade do mesmo (o estudo da rigorosidade de todo o aspecto de um conhecimento cientifico, é definido como epistemologia, que largamente é utilizada pela filosofia, senão como campo até autônomo ou especial de investigação). No entanto, a filosofia é uma disciplina teórica, com interesses também práticos. A teoria segundo Manoel da Silva Santos (2001) provém do termo grego “Theos” que significa Deus, ou seja, a teoria é uma visão divina, profunda, espiritual daquilo que se vê com os olhos físicos. Mas, acima de tudo a filosofia é uma atitude, pois, exige “ação” e postura da parte de quem contextualiza e aborda determinado tipo de conhecimento. É de suma utilidade a posição filosófica, ainda mais, nos dias de hoje, que vemos posições emitidas de mesclas dos conhecimentos definidos, misturando gnoses, que possuem pontos de vistas diferentes, provocando deste modo, uma incrível confusão e prejuízo na mente dos pensadores que se consagram a estes mesmos ramos do saber. Contudo, alguns indivíduos consideram a filosofia uma ciência inútil, devido esta posição teórica, que deriva de aspectos específicos. Realmente, se observássemos singelamente a visão teórica, saberíamos que ela é produtos de gênios com estruturas mentais privilegiadas, portanto, a posição filosófica, insofismavelmente, não é privilegio de muitos, mas virtudes de poucos que buscam a perfeição do conhecimento em questão (episteme). Então na realidade para a “maioria” ela é inútil. A filosofia busca o movimento de retroceder no tempo (retroceder é “Voltar”, nunca regredir), para verificar a causa de determinada atitude, pensamento, inclinação mental emitida na historia do conhecimento. Por isso ela “Volta atrás”, daquilo já relativamente consagrado como certo, a fim de verificar a relatividade daquilo que se acha “Verdadeiro”, para assim, afitar as imperfeições do conhecimento. Aqueles que se consagram à ciência, especialmente à contabilidade, devem adotar a postura filosófica, para a busca da razão de sua praticas e de seus conhecimentos (ainda mais, no tempo moderno, quando na área contábil os programas de computador e sistemas de informática e telemática, tomaram a parte da função mecânica e formal dos registros ou processos informativos contábeis, quando há trinta anos atrás tal condição não existia com severidade) Portanto, o futuro de nossa gnose seguramente estará na cultura e intelectualização do profissional contábil. Inefável seria, se todos seguissem os exemplos de Heráclito, Parmênides, Sócrates, Platão, Xenofontes, Aristóteles, Pitágoras, Descartes, Kant, e muitos outros que buscaram os ápices do saber, consagrando, muitas vezes, toda a sua vida por esta causa sublime, sendo que, merecidamente todos estes, e muitos outros, tem os seus nomes eternamente gravados na historia do conhecimento intelectual e espiritual, mundial da humanidade. 3 - CIÊNCIA E FILOSOFIA E A FILOSOFIA DA CIÊNCIA Várias dúvidas pairam no ar, quanto tratamos da ciência e filosofia. Neste questionamento produzimos muitas vezes um nevoeiro de perguntas em nossas mentes. A filosofia é uma ciência? A ciência é filosofia? Qual é a diferença das duas? Porque a diferença? A que e a quem se atribui esta diferença? São estes os questionamentos básicos que pairam na mente do leitor que tentaremos explicar da melhor maneira possível. Na verdade a filosofia é o inicio o fim de uma ciência, isto é, ela é a base, e ponto mais alto de um conhecimento. Ou seja, nunca existiu uma ciência que não se tenha derivado da filosofia, e nunca existirá uma ciência que queira chegar nos pontos gnosiológicos mais altos se não buscarem na filosofia, tal intuito. Portanto, todo o conhecimento deriva e termina na filosofia. A filosofia é o alfa e o Omega de um conhecimento humano organizado. A filosofia é considerada a mãe de todas as ciências, pois, todos os tipos de conhecimentos estavam fundidos em um só, na mente dos filósofos. Pitágoras, por exemplo, era um filósofo e matemático, Xenofonte, emitia o seu pensamento filosófico juntamente com as idéias da riqueza, Aristóteles, além dessa sua função, exprimiu conceitos da Economia, Física, e também da Contabilidade, Euclides, acrescentava em suas idéias pensamentos da Geometria, e assim por diante, todos os filósofos produziram ensaios sobre todos os tipos de conhecimento existentes nos dias de hoje. A verdade é que nos períodos que compreendem o século V antes de cristo até o século XVII depois de cristo, a ciência e a filosofia eram uma coisa só, sem haver diferença alguma; não havia uma ciência especifica, todas eram misturadas em um só tipo de conhecimento, que era o filosófico, que envolvia muitos outros ramos do conhecimento (Só como exemplo, basta citar a “suma de aritmética” da autoria de Luca Pacioli (1494), que tratava de vários tipos de conhecimento, que estavam sendo divulgados entre Geometria, Matemática e Contabilidade). Coube a Galileu-Galilei (1564-1642), a ruptura da ciência com a filosofia, pois, Galileu atribuiu a gnose cientifica, uma nova forma de pensar, com um objeto selecionado abstratamente em um universo, ou em uma realidade. Ele havia também criado o método, ou seja, o caminho experimental para a busca das certezas em torno dos fenômenos. Portanto, as ciências passaram a ser analíticas, e a serem “recortes” da filosofia, ou partes de um conhecimento geral. Toda ciência é específica a um tipo de método, finalidade, função, e objeto. De Galileu em diante, a ciência se separou da filosofia, contudo, não se “divorciou” dela, pois, tal condição prejudicaria a própria ciência. A separação formal da filosofia com a ciência estaria traçada, mas, contudo, também marcada para “coitos” periódicos que se realizariam, na busca da mais pura razão (logos), e na verificação da validade dos métodos utilizados, dos pontos de vistas ou ângulos de observação adotados, ou mesmo, para alcançar os píncaros do conhecimento. Mas a filosofia também é uma ciência (entendida como conhecimento), que tem autonomia e cooperação interdependente com as outras disciplinas. Como já dissemos foi na filosofia que a ciência surgiu, incrustada na mente dos filósofos, que provocaram ilações sobre todos os ramos do conhecimento que existem hoje; basta verificar como as explicações de Aristóteles (384-322 a.C.) sobre “O primeiro motor”, serviram, logo depois, a Tomás de Aquino na elaboração da sua “Suma de Teologia”, obra consagrada que permitiu a este autor a qualidade de Doutor da Igreja, por conseguir, de alguma forma, conciliar a razão com a fé, sendo até hoje consagrada, por indivíduos de todas as partes do mundo, devido à eternidade de seus escritos que exprimiam verdades sublimes. Depois do século XVII as ciências passaram a ser “recortes” da gnose geral, ou seja, cada ciência haveria de ter um método especifico, próprio, e um objeto de estudos que seria analisado com um determinado parâmetro de visão. Pode existir, por exemplo, um mesmo objeto estudado por ciências diferentes, o que modifica, todavia, seria a maneira de se estudar o mesmo. Como ocorre com a contabilidade e a administração, que estudam um mesmo objeto, sem, no entanto, se confundirem, pois, enquanto aquela estuda a riqueza pelo ângulo de comportamento derivado da dinâmica das funções, capacidades funcionais, e causas ambientais, esta estuda a riqueza pelo ângulo de governo. A diferença básica entre a filosofia, e a ciência, é que, enquanto aquela é multidisciplinar, esta possui uma visão especifica de estudo a um pertinente objeto, por isso existe ciência para tudo, mas, em cada coisa em particular, pois, cada coisa que existe, pode produzir indagações que exprimem a necessidade de teorização e raciocínios organizados. Por sua vez a filosofia não possui um objeto próprio, pois, tudo é objeto da filosofia: o pensamento, a alma, as idéias, o pensar, o corpo, a vida, o ser, as ações, as paixões, a política, a matéria, os seres vivos, a natureza, os vegetais, a sociedade, o átomo, as estrelas, o direito, a convivência, o comportamento, o fato, o fenômeno, a família, a riqueza, a existência, o tempo, o espaço, a substância, o homem, o conhecimento, a razão, o futuro, o presente, o passado, a inspiração, a religião, portanto, tudo é objeto para as questões filosóficas. Também não existe um método especifico na filosofia, tudo é método, ou melhor, o método da filosofia é aquele mais abrangente, que engloba todos os métodos, ou é a crítica, a episteme ou epistemologia, o questionamento axiológico, a ontologia, como não apenas caminhos, mas, especialidades que revelam estradas para o saber filosófico, permitindo conclusões importantes. Outro aspecto importante de diferença entre a filosofia e a ciência, é que a ciência adota um critério de juízo e observação, ou seja, investiga-se de acordo com um parâmetro, diferente de outro parâmetro adotado por outra gnose, pode-se, por exemplo, estudar a matéria com ângulos diferentes pela biologia, química, física, engenharia, e até mesmo pela contabilidade (os bens da riqueza não deixam de ser constituídos de matéria), o que vai alterar é o ângulo de observação que cada ciência pretende estudar. Já o ângulo de observação da filosofia é o todo. Não existe na filosofia um critério de observação, pois, todos são os critérios, sendo a filosofia interdisciplinar, todos são os juízos. Não existe uma especificidade na filosofia. Todos os objetos, métodos, juízos, ou seja, tudo, todo, e qualquer cerne de estudos, poderá ser investigado pela filosofia, tudo pode alcançar píncaros sublimes quando se enfatiza filosoficamente. A ciência tem como objetivo o bem do seu objeto. Como Aristóteles (384-322 a.C.) dizia na sua “Ética a Nicômaco”, todo e qualquer conhecimento visa o bem do seu objeto. Isto na ciência. Por exemplo, se colocarmos a Contabilidade nesta perspectiva veremos que o seu ideal seria o mesmo, isto é, buscar o bem do seu objeto, na forma de concretização da prosperidade patrimonial, por seu conhecimento tecnológico e analítico. Portanto, a ciência contábil busca fazer o bem ao seu alvo de estudo por meio da prosperidade concreta. A filosofia busca o bem, não de um objeto, mas, o bem de tudo o que investiga, como conhecimento, como método, ou como fenômeno. Portanto, também a filosofia busca o “bem”. Todavia, este bem é a verificação, e crítica da veracidade, e qualidade, de tudo aquilo que fora afirmado, ainda, um aperfeiçoamento de tudo o que foi teorizado, senão, uma comprovação da segurança dos lastros já fornecidos, das vigas mestras já implementadas, das tendências dos conhecimentos, das pontes cognitivas, e da verdade, ou do saber puro contido naquelas opiniões e afirmações. O bem da filosofia, ou aquilo que ela busca, é a essência do bem em cada objeto, conhecimento, e coisa, ou melhor, a validade das medidas aludidas, o ponto de verdade de tudo o que foi consagrado, ou ora concebido como tal. Portanto, a finalidade da filosofia é a verificação e comprovação da própria verdade do conhecimento. Nisto, temos então, uma introdução à correlação entre a ciência e a filosofia, ou melhor, a filosofia da ciência, e a ciência da filosofia, visto que, o objetivo da filosofia, e da atividade filosófica, está em verificar a amizade ou inimizade com a sabedoria, ou com a verdade que cada conhecimento possui, ou diz ter. O objetivo da própria filosofia, senão um deles, seria verificar a qualidade e a essência de cada ciência, a sua validade, e o seu aperfeiçoamento, de acordo com as críticas, observações, investigações, teorias, hipóteses, teoremas, experimentações, e lógicas explanadas. Toda e qualquer ciência aspira a qualidade filosófica quando questiona e argumenta sobre, o seu método, objeto, e critério de observação. A filosofia não possui método próprio como já dissemos, pois, ela ressalta o valor do método pela critica, buscando a razão pura que formula e exige a postura para tal requisito. Está é a maior validade da filosofia na ciência: verificar o valor do método utilizado, a sua importância, sua qualidade, ou sua inadequação; também apontar para o valor do objeto estudado de acordo com a exigência social e da pesquisa. Quando se penetra nas causas do conhecimento (História, reflexão, e razão causante), que esboçaram o método e o critério de juízo, suas argumentações, sua validade, então, estamos penetrando na filosofia da ciência. A filosofia busca o questionamento da realidade gnosiológica, buscando raciocínios para a coerência dos mesmos conceitos formados, buscando a razão do conhecimento e a essência do mesmo, buscando afitar as imperfeições que a forma expressa, ou aquilo que as inadequações conceituais causaram. Este é o objetivo da filosofia da ciência. Para se observar filosoficamente uma ciência, deve existir um parâmetro entre o ceticismo de Górgias (IV a. C) e o dogmatismo exagerado, para existir uma analise critica da razão pura, igual àquela pregada originalmente por Kant (1724-1804) que é indiferente aos conhecimentos impuros, profanados pela política e sensação. A filosofia sempre estará se prendendo às causas racionais do próprio pensamento humano, sem se limitar nas mesmas, alcançando a metafísica, a idéia crítica-racional , a meta-filosofia( cuja aplicação é impossível), a metagnose, e a extralógica, que ultrapassam as formas convencionais de se pensar. A filosofia da ciência exige uma visão ontológica do próprio conhecimento formado, buscando a sua lógica, a sua razão, o seu “porque” de ser, a sua qualidade, enfim, a filosofia da ciência busca a própria explicação do conhecimento cientifico, ou melhor, do pensamento cientifico, para que tal conhecimento tenha uma abordagem mais ampla e rigorosa como aquela proposta por Gaston Bachelard (1996). 4 - FILOSOFIA DA CONTABILIDADE Uma abordagem filosófica exige, pois, um amolde critico dos fundamentos da gnose, também da razão lógica que implicou o seu aparecimento. A contabilidade como ciência autônoma possui a sua filosofia quando busca a interpretação do seu objeto, método, e ângulo de visão. As obras que abordam questões filosóficas são escassas, como disse Sá (1999), que expressa algumas obras de cientistas contábeis (são poucos os livros e artigos dessa temática em nossa disciplina), que conseguiram o teor filosófico, contudo, muitas também foram as tentativas de retratar a filosofia de nosso conhecimento, mas pouco era o feitio teórico dessas tentativas, que se limitaram nos aspectos formais de nossa gnose( contas e registros apenas, na pior das hipóteses, até contratos). Ainda hoje as tentativas consideradas de “pura teoria” de nossa ciência são essencialmente de outra disciplina, senão, ligadas a aspectos meramente práticos, ou formais que não penetram nas relações do fenômeno patrimonial. Portanto, a filosofia na contabilidade não é uma visão inerente e estranha, mas sim uma visão interpretativa da essência de nosso conhecimento, uma visão critica de suas argumentações, conceitos, teoremas, teorias e hipóteses. De acordo com Masi (Apud Sá - 1997) o objeto, e panorama global da filosofia contábil seria: A filosofia da Contabilidade existe portanto igual à filosofia das outras ciências: que, indubitavelmente, também a Contabilidade, enquanto ciência, tem uma filosofia sua que nada mais é senão aquela que possui por objeto o porquê da existência desta ciência, o seu território, a sua problemática: notadamente o problema epistemológico, isto é aquele que reconhece as fontes, os fundamentos, os métodos de desenvolvimento, os critérios de controle dos conhecimentos que se reputam certos ou estabelecidos a torná-lo no campo da nossa ciência e por isto, em particular, o problema crítico, que esta nas raízes de toda ciência...”(MASI, Vincenzo. Filosofia della Ragioneria. Bologna: Dott. Cesare Zuffi Editore, 1955. P. 10.)( O negrito é nosso). Contudo, discrepantes foram os caminhos que muitos trilharam no pensamento contábil, considerando que a primeira exposição da contabilidade cientifica foi aquela feita por Coffy(1836), na qual já havia traços filosóficos quando este pregava sobre o capital, e dizia que a riqueza das células sociais é o verdadeiro objeto de estudos da contabilidade. Mas, nossa ciência não tinha ainda a autonomia cientifica, pois, era misturada com outros ramos do conhecimento e confundida com os seus instrumentos de informação, e principalmente ligada aos instrumentos do direito (normas). A contabilidade como já sabemos sempre esteve presente na mente humana, nas épocas mais remotas (paleolítico, Neolítico), teve progressos na área instrumental informativa, no período entre 4.000 a 3000 anos antes de cristo, na Suméria, como também progressos na época clássica do império GrecoRomano, na idade média e idade contemporânea, mas foi a partir do desligamento do empírico e pragmático, que ela trilhou os caminhos da ciência e filosofia. No século XIX, então, os investigadores buscaram o método e objeto contábil, tendo estes pensadores expressados várias concepções, iguais às ideologias especificas traçadas por eles mesmos, que interpretaram, em um ponto de vista, a gnose contábil. Diversas foram, então, as fases da doutrina e tese contábil, que atribuíram à contabilidade, objetos diferentes daqueles consagrados atualmente, são elas: Cientificidade Contábil – Tese doutrinal exposta por Coffy e Costay (1836) que formaram um embrião nos estudos científicos da Contabilidade, não era necessariamente uma corrente de pensamentos, mas, ela alterou a visão da academia de ciências, e das idéias pregadas em França naquele século. Materialismo Substancial: Teve como “pai” Francesco Villa (1840), figura pública Italiana, contador do estado e escritor científico premiado e homenageado, dizia que o objeto da contabilidade era a substância da conta, ou seja, uma matéria que se chama riqueza; fundamentouse a sua tese em doutrina reconhecida, que formou uma escola de pensamento chamada Lombarda. Personalismo - Doutrina que ligava a contabilidade a aspectos jurídicos, dizendo que o objeto contábil seria os direitos e as obrigações que se relacionavam com a riqueza, sendo o Ativo igual aos deveres ou direitos do patrimônio e Passivo igual às obrigações do mesmo conjunto de riquezas; seus defensores diversos na Itália foram, Giuseppe Cerboni (1886) e Giovanni Rossi (1882), principalmente; tal doutrina teve membros no Brasil, na pessoa do professor Carlos de Carvalho e Rogério Pfaltzgraf em tempos (pois, depois o mestre aderiu à mentalidade patrimonial). Controlismo - O objeto da contabilidade seria então o controle, ou o estudo da gestão nas suas causas e efeitos, o governo prudente e econômico, a administração econômica da riqueza, teve como criador Fabio Besta(1922). Reditualismo - atribuíram ser o objeto da contabilidade, o lucro das empresas, ou o rédito (tal derivativo no latim é igual ao lucro), se desenvolveu mais na Alemanha, teve como ícone Eugen Schmalenbach. Economia Aziendal ou Aziendalismo - De acordo com esta doutrina o objeto da contabilidade seria apenas a relevação, pois, fora dado lugar para uma dita “Economia aziendal”, cujo interesse era o de estudar todos os fenômenos da azienda, ou a organização social, em si, por meio não só da contabilidade como levantamento simplesmente, mas, da organização de empresas e administração; tal doutrina surgiu na Itália, teve como defensores, Gino Zappa(1950), Aldo Amaduzzi, Pietro Onida, Alberto Ceccherelli(1950)- em parte também, pois, depois Ceccherelli seguiu baseado na Economia Aziendal, doutrina própria, o que fez a chamada “Escola de Florença”-, e muitos outros. Patrimonialismo - Doutrina que afirmou que o objeto contábil seria o patrimônio das aziendas, conforme as obras de seu criador científico e fundamentador, Vincenzo Masi (1893-1977), tal doutrina praticamente garantiu a qualidade cientifica da Contabilidade, pois, lhe abstraiu objeto e método próprios demonstrando três campos principais para o seu estudo: a relevação como levantamento e conjunto de instrumentos metodológicos para nos fazer conhecer os fenômenos patrimoniais (a qual Masi dedicara dois volumes insuperáveis de doutrina); a Estática Patrimonial, como o estudo do patrimônio em dado momento, e no seu equilíbrio de valores e qualidades, no aspecto estrutural e financeiro (que dedicara também, dois volumes extensos, sobre os problemas estáticos das empresas e entidades); e a Dinâmica Patrimonial como estudo do patrimônio na sua incessante movimentação, nos seus investimentos, financiamentos, custos, receitas e resultados (que dedicara dois volumes também, ligando-os quase que exclusivamente aos problemas de investimentos ligados às aplicações em ativo, financiamentos que originam Ativo, custos, recuperações dos mesmos, e resultados da atividade, passividade, e operacionalidade do capital); assim, o mestre garantia portentosos aspectos e campos para o estudo e pesquisa patrimonial em torno do governo e administração econômica, da prosperidade do patrimônio. Depois de definido o objeto da contabilidade, como sendo este: o patrimônio, ou a riqueza das células sociais, tratada anteriormente por Coffy e Villa, o patrimonialismo é que garantiu um maior número de adeptos perdurando até hoje pela lógica. No Brasil teve vários seguidores, Francisco D´auria , Frederico Herrmann Júnior, Hilário Franco, Américo Mateus Florentino, Antonio Lopes de Sá entre outros. Esta doutrina é aceita oficialmente pelo Conselho Federal de Contabilidade (e obviamente pelos conselhos regionais). Portanto, estas foram as doutrinas da contabilidade cientifica, que fomentaram pensamentos, mas todas abordando de forma consciente ou inconsciente o objeto contábil como sendo o patrimônio das células sociais, ou aziendas. Os contistas expressavam o patrimônio na conta, os materialistas atribuíram à riqueza patrimonial o aspecto de estudos, os controlistas pregavam o controle patrimonial, os reditualistas estudavam o lucro do patrimônio, os aziendalistas abordavam sobre a célula social que envolve o patrimônio, todos abordavam o patrimônio em uma forma inconsciente, mas atribuíram à contabilidade, outros objetos que não fossem os seus, conscientemente. Por isso, não podemos atribuir conteúdo nitidamente patrimonial, mas, essência latente em respeito a este princípio, nas obras dos contistas, personalistas, controlistas, reditualistas, aziendalistas, e muito menos uma ostensiva publicidade ou tratamento da “Filosofia da Contabilidade”, já que, também, a contabilidade não tinha sequer a sua autonomia e qualidade cientifica (se não existe ainda a ciência, muito menos, se terá a filosofia da mesma), pois, também, tais doutrinas misturavam a contabilidade com outros segmentos do saber. Todos os doutrinadores na figura de Cerboni, Rossi, Besta, Schmalenbach, e Zappa foram verdadeiros filósofos da Contabilidade (num sentido figurado do termo, pois, todo o filósofo tem que fazer filosofia autêntica), quando estudavam a validade das afirmações sobre o objeto, finalidade, função, e método contábil, todavia, não podemos garantir que tenha existido uma verdadeira filosofia da Contabilidade, pois, esta teria, por lógica, que respeitar o princípio patrimonial, como ponto básico ou fundamental. Todos, porém, queriam a verdade, por isto, é justo o designativo de filósofos. Podemos, contudo, apregoar traços filosóficos nas obras, de Coffy (1836) e Villa (1840), de Cerboni (1886) e Rossi (1882), de Besta (1922) e Zappa (1950), senão dos demais que foram criadores e formadores de doutrinas tacitamente patrimoniais, que sempre buscaram a substância de nossos estudos. Tais cientistas buscavam a essência de nosso conhecimento que se expressava pela sua forma: a informação. Todas as doutrinas da contabilidade (com exceção rigorosa do Patrimonialismo), que não conseguiram dar à mesma ciência uma autonomia expressa, mas contribuíram do mesmo modo para esta liberdade gnosiológica, são cientificas, mas, a doutrina contista, expressa dúvidas nas suas emissões contextuais, que nos inspira uma semicientificidade de seu conteúdo, pois, propenderam pensamentos nos instrumentos contábeis, ou melhor, na parte mais “mecânica” de nossos estudos, por isto não podemos garantir posições cientificas muito menos filosóficas às obras dos contistas (contudo, esta doutrina foi importantíssima para o estágio atual da contabilidade). Para se chegar na filosofia deve-se ter raciocínios estáveis sobre o objeto de estudos, antes da comprovação do objeto contábil ser o patrimonial, não existia certeza de método e nem certeza de objeto, visto que se misturava a contabilidade com outras gnoses, portanto, não existia uma ciência totalmente madura nem tampouco uma filosofia de nosso conhecimento de forma explícita, mas, tentativas de se adentrar neste conteúdo. Foi o patrimonialismo de Vincenzo Masi (1893-1977), que garantiria uma nova visão da contabilidade, sempre existente, mas nunca expressa, de forma consciente, cientifica, epistemológica. Ele pregava e afirmava uma nova posição para os estudos, definindo o método (relevação, e estudo científico) e objeto próprio da contabilidade (o fenômeno patrimonial na sua estática e dinâmica). Todas as doutrinas antes da Patrimonialista (com exceção da escola contista), foram cientificas, pois, anunciaram verdades com respaldo, mas não englobaram suficientemente tais idéias, para se definir uma contabilidade “pura”, com objeto e métodos científicos (Logicamente, como sabemos, os traços desta ciência “pura” se encontram nos escritos de Coffy, Villa, e alguns dos demais). Sem mistura com outros conhecimentos, muitos menos com atribuições de identidade, com seus instrumentos formais de registros. Apesar de cada doutrina ter um ângulo especifico, todos os esforços foram louváveis para a busca da verdade e serviriam de base para o patrimonialismo de Masi. Para que exista uma filosofia da ciência é necessário, primeiro, que exista uma ciência; estruturada, com teoremas e teorias próprias. Com a posição que a contabilidade assumiu, no segundo decênio do século XX, depois do patrimonialismo de Masi, teríamos o estuque para a criação de obras filosóficas. Aliás, a filosofia da ciência, não admite ilações subjetivas que produzam simbioses com vários tipos de disciplina (quando se analisa a ciência em si), ou impregnações de fusão, da forma de entender com a mesma forma de se praticar através dos instrumentos da gnose pertinente; pelo contrário na analise filosófica, não existe uma osmose entre estes aspectos, mas uma separação entre o que é substancia e superfície, o que é essência e forma, o que é aparente e o que é real. Não podemos ter a audácia de afirmar que antes de Masi, que definiu a dignidade contábil tornando-a cientifica, existiu uma obra de conteúdo explicitamente filosófico na contabilidade, também não existiram aspirações que produziram e possuíram valor total com o teor abordado, mas apenas, sinais dos mesmos. Visto que, nas concepções da filosofia da Contabilidade, não poderia haver misturas com os instrumentos contábeis e outras disciplinas, posição que até mesmo Masi (1950, 1955, 1968, 1969, 1971) defendeu de forma veemente. As obras do personalismo, controlismo, reditualismo, etc., tinham aspirações aos conteúdos filosóficos, apesar de não conseguirem de forma especial, o almejado, por estarem impregnadas de mesclas de outros conhecimentos. Todas foram cientificas, pois, explanavam de forma categórica e refinada o objeto (apesar da maioria delas tratarem o objeto contábil por outros ângulos), mas o conteúdo não era nitidamente filosófico (a ciência não estava esboçada totalmente), e muito menos claramente patrimonial, e não ser, por uma filtragem de nossa interpretação. Não existe filosofia da ciência, que busca a forma de seu objeto, relacionados com os seus aspectos correlativos, mas existe sim, uma filosofia da ciência, quando se busca a essência dos objetos de indagação, que existem em ambientes específicos, com dimensionalidades diversas, esta busca realmente seria a filosófica, que penetra na “alma do conhecimento”, ou seja, nos fenômenos do objeto. 5 -O OBJETO DA CONTABILIDADE SOB O ASPECTO FILOSOFICO NATURAL Muitas foram as tentativas, como já vimos, de observar o objeto de estudos contábeis, e também de filosofar contabilmente. A Contabilidade já foi ligada a aspectos diversos de observação, e seu objeto muitas vezes foi ligado às estruturas formais, vínculos jurídicos, formas de controle, estados, aspectos econômicos, contudo, uma abordagem pitoresca havia em todas estas concepções: o estudo do patrimônio. Portanto, muitas foram as formas de se observar o objeto de estudos contábeis, mas todas com paralogismos em torno dos mesmos raciocínios emitidos. Não obstante, todos os movimentos doutrinários foram importantes para o esboçar o arcabouço régio cientifico da contabilidade, que serviria de base para a postura filosófica de nosso conhecimento. Em uma analise filosófica deve-se buscar o verdadeiro objeto que motiva o estudo em uma disciplina. A contabilidade estuda o patrimônio, e como a visão filosófica busca a sublimidade do estudo, podemos dizer que o objeto de nossos estudos é o fenômeno patrimonial. Na contabilidade o verdadeiro objeto de estudos é o acontecimento ou o fenômeno em si, sendo este, a essência de estudos de nosso conhecimento. Fenômeno patrimonial seria tudo aquilo que acontece na riqueza, ou seja, tudo aquilo que vai gerar, movimento com velocidade especifica e transformação. Ou seja, as compras de mercadorias, as vendas de mercadorias, os recebimentos e pagamentos, os custos e receitas, os reditos, os fundos de reintegração, as defesas contra os riscos, o potencial de capitalização e produção, o nível de endividamento e giros, as imobilizações, os bens de especulação ou resultado, etc., todas estas ocorrências são fenômenos patrimoniais, que merecem indagações, por serem eles os verdadeiros objetos de estudos de nossa gnose. Fenômeno contábil ou patrimonial não seria a conta “Compra de Mercadorias”, ou a expressão “Maquinas e Utensílios”, ou a cifra “Despesas com Vendas”. Contas apenas expressam os fenômenos. A conta nada mais é que o “nome do fenômeno”. Isto em linguagem inteligível às nossas mentes. O conteúdo da conta, ou seja, aquilo que ela significa, que é o objeto de nossos estudos, isto é, a conta “Custo das Mercadorias Vendidas” apenas representa o fenômeno dos Custos técnicos das Mercadorias Vendidas; a conta tem uma dimensão especifica, mas a expressão nunca seria o objeto, e sim aquele fenômeno que motivou a mesma a advir na existência, que após ser dimensionalisada pela informação, servirá de instrumento para a busca da razão da eficácia desse acontecimento patrimonial. A tentativa que se diz filosófica e avançada, de especificar o fenômeno contábil com a conta, foram tentadas pelos contistas há séculos, e não possuem ao menos um caráter cientifico (não se aspira necessariamente a entender os fenômenos), pois, não se busca explicar o espírito da representação, e sim a mecânica que a faz produzir. Confundiram, pois, o objeto de estudos com as representações formais dos mesmos, por isto, “adormeceram” na conta ou informação dos fenômenos contábeis patrimoniais. Mas, a história se repete novamente: movimento semelhante ao dos contistas, surge agora na doutrina pragmática, que atribui a finalidade e objetivo dos estudos contábeis, na produção de informações contábeis do objeto, tais afirmações merecem abordagens filosóficas com questionamentos. Aristóteles (384-322 a.C.) quando propunha uma proposição, também propunha um problema dialético. No mesmo caso quando se afirma que “a contabilidade é uma ciência da informação”, se está enunciado uma idéia que deve ser discutida, pois, tal ilação seguramente foi criada a partir de um problema. Ou seja, quando dizemos que a contabilidade é uma ciência da informação, tal proposta merece questionamento, até porque, não somos sábios o suficiente, para negá-la, e nem subservientes o bastante, para aceitá-la como verdade. A contabilidade é uma ciência da informação? Existe rigor nesta afirmação? Tal afirmação não fere os princípios doutrinários consagrados no tempo? Tal afirmação não quebra algo que já foi comprovado e dificilmente se deixará de comprovar? É o objeto da contabilidade os registros e demonstrações? As Teorias da contabilidade são meros esclarecimentos de coisas praticas? Qual foi a intenção de quem emitiu tal afirmação? São questionamentos comuns que passam na mente de qualquer individuo que conheça a contabilidade e que tenha em vista esta afirmação. O nascimento da contabilidade data das épocas mais remotas da humanidade como já dizia Mattesich (2005). A simbologia contábil surgiu primeiro que a escrita contábil. Tudo isto é histórico. Mas, o que podemos relatar é que os registros e as informações contábeis tinham uma motivação, um objetivo comum, ou seja, o de representar algum acontecimento que existia e motivava indagações. Visto que mesmo na fase de evolução, o homem, se preocupava em informar aquilo que existira, mesmo sem saber o que estava significado na informação, contudo, mesmo empiricamente, ele se preocupou com aquilo que fez existir o símbolo, isto é, a informação nunca existiria se não existisse aquilo que lhe desse significado e surgimento, ou seja: o fenômeno patrimonial. Os vestígios históricos que se tem das épocas mais antigas nas quais se inicia a contabilidade, aquelas desde antanho, na idade da pedra, que vemos uma Contabilidade natural, àquela das épocas clássicas e da idade média, relatadas por diversos historiadores, vemos claramente que as informações representavam semoventes( na idade da pedra), atividades de agricultura( culturas rurais, plantações e colheitas), outros alimentos, gastos, dinheiro, clientes, tributos, construções, terras e propriedades, ou seja, os registros demonstravam coisas que já existiam antes da razão dos mesmos. O fato de o registro ter nascido antes de sua razão, ou porquê de ser, não dá o caráter de atribuir a ele a essência da Contabilidade. No século XIX, as explanações dos cientistas divergiram daquilo que defendia os contistas: a contabilidade não tinha como objeto a informação, mas aquilo que ela representava( por isso em todas as doutrinas cientificas houve negações ao contismo impregnado naquela época), tal fato foi expresso por todos os ícones das historia geral da contabilidade. Se alguns pesquisadores afirmaram que a contabilidade tinha como objeto a riqueza das aziendas, e a doutrina contista, os registros, e visto que, esta se perdeu no tempo, como doutrina norteadora, pela incoerência de conteúdo, e aquela perdura até os dias de hoje na mentes dos homens do mundo, cabe a nós e a todos, afastar o que é vetusto e aceitar aquilo que Coffy, Villa, Besta, Masi ( este principalmente) e outros defenderam sobre os estudos dos fenômenos patrimoniais. O pragmatismo então, não possui epistemologia em suas concepções, nem no aspecto histórico, doutrinal, natural, social, comum, cientifico, teórico, ou analógico que norteia um conhecimento, portanto, tal concepção nos campos da contabilidade deve ser tratada com cautela (apesar de que uma grande parte dos indivíduos são adeptos desta mentalidade). A contabilidade perde a sua atual posição cultural, quando indivíduos, apregoam o seu objeto, centralizado nas informações, e não na orientação, entendimento, explicação, e razão das mesmas informações. A Contabilidade sempre “possuiu” um sistema informação, que lhe serviria como intermediário para definir conclusões sobre o seu objeto. Mas existe uma larga diferença entre o “possuir”, com o “ser”. A Contabilidade não “é um sistema de informação” apenas, e sim “possui” em sua estrutura tecnológica o sistema de informação, que seria nada mais nada menos, que o meio para o alcance do seu fim: o de estudar o fenômeno patrimonial a fim de verificar e promover a sua eficácia. A falta de discernimento intelectivo prejudica e deprecia a nossa ciência. A ciência Contábil sim possui um sistema de informação, ou informes, que lhe é apenas uma parte de tão vasta disciplina que se estende aos campos da análise, auditoria, e peritagem de contas, registros, e estudos de qualquer caráter patrimonial. A relevação é apenas uma periferia, uma unha de um pé, cujo corpo é representado simbolicamente por toda a classe de cognições e conhecimentos pesquisados, conquistados, e defendidos durante a sua história. Não pode em pleno século XXI chegar a uma confusão paralógica, entre instrumentos e objetos de conhecimento científico, mas, isto acontece. Com tal influência, de propriedade até norte-americana, no Brasil, e em outras partes do mundo se divulga uma pseudoteoria chamada “teoria contratual da firma” que almeja, infelizmente e malograda, esforçar-se para assumir na ciência do patrimônio um caráter jurídico-contratual. Obstante, inócuo sentido possui, coisa que nem no direito é aceitável ter, alguns contadores querem assumir; alguns especialistas que já possuem o título de doutor em nossa disciplina, acham por melhor via fazer, senão, por uma conseqüência fantástica do que seria a ausência do mínimo de respeito aos conceitos científicos de nossa ciência, e noções simples dos fundamentos da filosofia da Contabilidade. Assim, a influência pragmática anglo-saxônica, chegou ao cúmulo do absurdo, até voltar ao sentido personalista, o qual, visa uma observação “dos contratos”, ou seja, são os acordos contratuais e colocados em papel que importam, ainda mais do que os fenômenos patrimoniais; e em outro caminho são os fenômenos de compensação que acreditam terem o poder de substituir a estrutura patrimonial. Dessa maneira, a “evolução” do pragmatismo nada mais foi do que a “teoria contratual da firma” que no Brasil, ousou chamar-se positiva, o que mais certo seria “positiva-jurídica”. Mas, o tempo, e as pesquisas hão de vingar tal mentalidade, felizmente discutível, e totalmente abalável para servir à Contabilidade como teoria especial fundamental. Portanto, o objeto de nossos estudos sempre foi o fenômeno patrimonial, que motivou os registros, e os maiores estudos contábeis da historia, refletido até mesmo nas épocas empíricas de nosso conhecimento, quando o homem praticava a contabilidade, expressando o seu pensamento pela informação, mas no sentido causal da ocorrência de fenômenos que existiam na matéria de riqueza, que debelavam as suas necessidades, causando-lhe fascínio e motivo de indagações ao espírito, e ao seu intelecto. 6 - FILOSOFIA DA CONTABILIDADE E NEOPATRIMONIALISMO O fenômeno patrimonial é o objeto de estudos de nossa ciência e as informações contábeis constituem apenas instrumentos para o alcance de conhecimentos dos comportamentos patrimoniais ideais. Portanto, nunca antes na contabilidade existiu uma visão tal voltada para os fenômenos da riqueza, como aquela proposta pelo Neopatrimonialismo Contábil. O neopatrimonialismo, doutrina contábil, criada por Sá (1992), por sugestão do próprio Masi, possui uma visão mais abrangente, que, acreditamos, já se mostra filosófica, por ter penetrado nas essências dos conhecimentos, quando em seu lastro, a “Teoria Geral do Conhecimento Contábil”, Sá abordou sobre as essencialidades em todas as dimensionalidades possíveis, explicando a lógica das mesmas, e os aspectos sistemáticos de funções que existem em ambientes específicos. O novo patrimonialismo assume uma ótica mais profunda de observação do que a proposta por Masi sem, contudo, destruí-la , o que seria esdrúxulo nos padrões filosóficos, já que a epistemológica deste mestre se tem considerado verdadeira, pela lógica e inferência de seus argumentos. A missão do Neopatrimonialismo seria aperfeiçoar e respaldar aquilo que os grandes cientistas tinham feito de verdadeiro na contabilidade. Entendemos que quando o Neopatrimonialismo adotou uma visão holística do fenômeno patrimonial, abordando todas as dimensionalidades possíveis de acontecimento, ele penetrou na filosofia de nosso conhecimento. Quando, na natureza do fenômeno, podemos afirmar pela ótica neopatrimonialista, que, em suas dimensões, pode existir uma causa, um efeito, uma qualidade, uma quantidade, um tempo, e espaço, para expressar uma necessidade, finalidade meio e função, e relacionamos todas estas variáveis, uma a uma, e uma com outra, estamos praticamente penetrando em um campo holístico, sublime, profundo até mesmo matematicamente infinito, do conhecimento contábil. A visão do patrimônio sobre o ângulo de funções e sistemas, que existem de maneira, simultânea, hereditária, autônoma e interdependente de modo constante, sujeito às ineficácias e ineficácias, tendendo ao infinito, penetra de forma contundente no holismo filosófico gnosiológico. Todas as abordagens do Neopatrimonialismo apresentam um grau rigoroso de universalidade comprobatória (no que concerne ao equilíbrio, participação dos capitais, velocidade, movimento, sistemas, eficácia, prosperidade patrimonial, etc). A tendência do Neopatrimonialismo é ultrapassar os rigores do espaço e tempo, já que esta em uma visão que ultrapassa a ciência, por ser nitidamente filosófica. Mais do que fazer, o Neopatrimonialismo ensina a pensar e interpretar (o que é comum à filosofia) os fenômenos patrimoniais, que ocorrem em dimensões diversas, dentro dos ambientes específicos que envolvem e encerram o patrimônio aziendal. Tal visão é importante para o mundo de hoje onde a era pragmática tende a arrefecer pelo uso de computadores e tecnologias modernas (Sem conhecermos o conteúdo do que era pragmático aderimos inocentemente a este movimento, por ausência de conhecimento. Até que por coerência, depois de inúmeras reflexões na busca da verdade, percebemos que o Neopatrimonialismo oferecia uma realidade realmente verdadeira e indubitável para a ciência contábil, portanto, convertemos a esta lógica). Mais do que informar o que se passa na riqueza o contador moderno deve saber explicar os fenômenos patrimoniais, buscando interpretar os seus efeitos na riqueza, a fim de saber realmente os “porquês” que motivaram aquele determinado comportamento, que pode ter sido proveitoso ou não, para a célula social. Hoje, o empresário não que saber simplesmente se ele tem $ 10.000,00 de despesas ou $8.000,00 de Imobilizado, mais do que isso, ele precisa saber se estes valores expressos em informações foram eficazes no exercício. A eficácia é uma evidência que o Neopatrimonialismo prega, e com ele, pode-se afirmar o estado de sanidade patrimonial. O neopatrimonialismo realmente auxilia aos seus seguidores, a tomarem uma visão critica da riqueza, interpretando as suas essências fenomenológicas, que se expressam em determinadas dimensões dentro de ambientes; somente com este tipo de visão holística e interpretativa podemos buscar a eficácia e prosperidade das células sociais. Resumindo, a Filosofia da Contabilidade já se encontra no Neopatrimonialismo, e o tempo já é maduro, para se demonstrar a tese da “Filosofia Neopatrimonialista” que busca aperfeiçoar os problemas levantados pela mesma doutrina, em geral são eles: a relatividade-interdependente das funções, a noção de espaço-tempo patrimonial, e a dimensão substancial, com vistas na prosperidade da riqueza. Estes temas, estas teorias que formarão o futuro da doutrina Contábil, senão a concretização da holisticidade da doutrina Neopatrimonial, no campo da história da interpretação filosófica em nossa ciência. 7 - CONCLUSÃO A ciência contábil que sempre acompanhou o homem no correto uso da riqueza dos empreendimentos, merece uma abordagem filosófica, que busca o valor do método de estudos, e as argumentações lógicas de sua estrutura cientifica teórica, que se formou no passar dos séculos e milênios. O neopatrimonialismo, como doutrina contábil, oferece uma visão holística de argumentação filosófica quando penetra nas essencialidades de nosso conhecimento, estudando os fenômenos patrimoniais, que são retratados em dimensionalidades especificas dentro de ambientes que envolvem e encerram a riqueza organizada, merecendo agora ostentar a sua filosofia que a melhora e aperfeiçoa. A filosofia da contabilidade não é, pois, alheia ao problema gnosiológico da contabilidade, mas antes de tudo é uma visão critica, holística, universal, e fundamental, que engloba consideravelmente métodos e explicitações axiomáticas, aperfeiçoando as estruturas cognitivas formadas, suas doutrinas, suas concepções derivadas do bom senso, para a qualidade substancial e sublime da interpretação, baseada nas relações lógicas, do objeto de nossos estudos, que ocorrem nas células sociais, ou seja: o fenômeno patrimonial. BIBLIOGRAFIA ALVES, Rubens. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras. 20. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994. ANTINORI, Carlos. La contabilitá prima di luca pacioli: origine della partita doppia. Pesquisa realizada no site http//www.decomputis.org/ em 10/10/2005. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2ªedição. São Paulo: Ed. Moderna, 1993. ARISTOTELES. Tópicos; Dos argumentos sofísticos. 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