I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo e Tito Introdução Como nos

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I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo e Tito
Introdução
Como nos atrasamos um pouco no conteúdo, e há um interesse especial em
Apocalipse, vamos nos apressar um pouco. Durante a aula, apresentaremos
os esboços e destaques apenas.
I Tessalonicenses
CONTEXTO HISTÓRICO
Ocasião em que foi escrita.
A igreja em Tessalônica era fruto da segunda viagem missionária de Paulo
(Atos 17:1-9). Milagrosamente libertado da cadeia de Filipos, Paulo e seus
companheiros, Silas e Timóteo, seguiram lentamente para o sul e então para o
oeste ao longo da grande estrada romana até Tessalônica, centro comercial e
capital da Macedônia. Ali, apesar da oposição pertinaz, organizaram a segunda
igreja européia. Importunado pelos judeus em Tessalônica e Beréia (Atos
17:10-15), Paulo fugiu para Atenas, onde a preocupação com o bem-estar
espiritual dos crentes de Tessalônica, instigaram-no, com algum sacrifício
pessoal, a enviar Timóteo para sustentar a igreja nas ondas de perseguição (I
Ts. 3:1-3). Timóteo juntou-se novamente a Paulo em Corinto com a boa notícia
de que a semente do Evangelho caíra em boa terra. Então Paulo escreveu I
Tessalonicenses para elogiar seus fiéis irmãos pela sua inabalável dedicação a
Cristo e de uns para com os outros e para encorajá-los a progredirem mais no
amor e na santidade. (Moody P. 1).
Data e Lugar.
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Graças à inclinação de Lucas pelos detalhes históricos, as datas destas cartas
podem ser fixadas com razoável certeza. A referência que Lucas faz a Gálio,
procônsul da Acaia, em relação à viagem de Paulo a Corinto (Atos 18:12), foi
esclarecida pela descoberta em Delfos de uma inscrição que data do
proconsulado de Gálio dentro do reino do imperador Cláudio. A inscrição
parece indicar que Gálio tomou posse do seu posto no verão de 51 A.D. Uma
vez que Lucas parece sugerir que Paulo ficou em Corinto cerca de dezoito
meses antes de Gálio subir ao poder (Atos 18:11), o apóstolo provavelmente
chegou em Corinto no começo do ano 50 A.D. Não muito tempo depois disso,
Silas e Timóteo voltaram da Macedônia com a notícia que Paulo menciona
escrevendo I Tessalonicenses (Atos 18:5; I Ts. 3:1-6), provavelmente em
meados do ano 50 A.D... (Moody P. 1).
Pensamento-chave do livro
1 Ts. 1.9 Abandonando os ídolos para servir ao Deus verdadeiro.
ESBOÇO DO LIVRO
1. Saudações (1.1)
2. Como o Evangelho Chegou aos tessalonicenses (1.2 - 2.12)
A. Os motivos da oração de Paulo pelos tessalonicenses (1.2-5)
B. Paulo relembra sobre seu proceder entre os tessalonicenses (1.5-6)
C. Os tessalonicenses imitam a Paulo e o Senhor Jesus (1.6-7)
D. A repercussão da fé dos tessalonicenses (1.8-10)
3. Os tessalonicenses recebem a palavra de Deus e tornam-se exemplos (2.1316)
A. Os tessalonicenses recebem a pregação de Paulo como palavra de Deus
(2.13)
B. A perseguição por causa da palavra de Deus (2.13-16)
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4. Os resultados do Evangelho em meio tessalonicenses (2.17 - 3.13)
A. O desejo de Paulo de rever os tessalonicenses (2.17-20)
B. A preocupação de Paulo em relação à fé dos tessalonicenses (3.1-5)
C. Timóteo traz boas notícias a Paulo em relação à fé dos tessalonicenses
(3.6-9)
D. A oração de Paulo (3.11-13)
5. Orientações de como os tessalonicenses deveriam viver para agradar a
Deus (4.1-12)
A. Exortações para a santificação dos tessalonicenses (4.1-6)
B. Orientações para serem diligentes na fé (4.6-12)
6. Orientações sobre a volta de Cristo (4.13 – 5.11)
A. Explicações sobre a morte de Cristo e a ressurreição dos santos (4.13-15)
B. Como se dará a volta do Senhor e a ordem dos acontecimentos (4.15-18)
C. A destruição virá repentinamente (5.1-3)
D. Os cristãos não serão pegos de surpresa, pois, devem vigiar e orar (5.4-6)
E. O destino dos filhos da luz e dos filhos das trevas (5.7-11)
7. Orientações finais e saudação (5.12-28)
A. Consideração para com os líderes (5.12-13)
B. Várias exortações sobre o viver diário (5.14-22)
C. Saudação apostólica (5.23-24)
D. Saudações finais (5.25-28)
ESTUDO SINTÉTICO NA CARTA DE 1ª TESSALONICENSES.
Pensamento-chave do livro
1 Ts. 1.9 Abandonando os ídolos para servir ao Deus verdadeiro.
CAPÍTULO UM.
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Paulo, Silvano e Timóteo são os escritores desta carta (v. 1)
Os autores iniciam esta carta, declarando aos tessalonicenses que, eles
sempre dão graças a Deus pelas recordações que têm dos mesmos, tais como:
Operosidade da fé, do amor abnegado e da firme esperança em Cristo Jesus, e
assim reconhecendo que eles foram eleitos por Deus (v. 2-4)
1.5-10 Paulo, Silvano e Timóteo iniciam esta seção, relatando como o
evangelho chegou aos tessalonicenses através deles:
I. Não somente em palavras.
II. Mas, sobretudo em poder.
III. No Espírito Santo.
IV. E em plena convicção v.5
Por causa disto, eles obtiveram resultados entre os tessalonicenses, pois eles
tendo recebido a palavra do Senhor em meio ―a muita tribulação e com alegria
do Espírito Santo‖ (v. 6), tornaram-se imitadores deles (Paulo, Silvano e
Timóteo), e do Senhor Jesus (v. 6), e a fé deles, repercutiu pela Macedônia e
Acaia e também por toda parte; pois, ―deixando os ídolos, converteram-se a
Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro. Aguardando assim a volta do
Senhor Jesus. (vv 5-10).
CAPÍTULO DOIS
Os autores reconhecem que a estada deles entre os tessalonicenses não foi
infrutífera, pois ele mesmo depois de ter sido maltratado e ultrajado em Filipos,
não teve receio de pregar o evangelho em Tessalônica. (vv. 1-2)
2. 3-6 Nestes versículos, Paulo relembra o procedimento deles entre os
tessalonicenses, pois:
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I. Sua exortação não era enganosa;
II. Nem impura;
III. Nem se baseava em dolo (v. 3);
IV. Não usava de linguagem de bajulação;
V. Nem de intuitos gananciosos (v. 5);
VI. Não buscava a glória de homens;
VII. Nem deles (os tessalonicenses);
VIII. Nem de outros (v. 6);
IX. Porque eles eram aprovados por Deus;
X. Que lhes confiou o evangelho;
XI. Para falar de modo a agradar a Deus e não aos homens (v. 4).
2. 7-12. Neste ponto, Paulo retrata o amor que sentia pelos tessalonicenses,
pois ele diz que estava pronto não só para lhes oferecer o evangelho de Deus,
mais a sua própria vida, visto que eles se tornaram como filhos para Paulo;
para exemplificar isto, Paulo faz uso das figuras de linguagem, a materna e a
paterna.
2. 13-16. Paulo elogia a fé dos tessalonicenses e faz severas críticas aos
judeus, pois, estes estavam impedindo que ele levasse o evangelho aos
gentios, enquanto que aqueles suportavam as perseguições levantadas pelos
seus compatriotas. (v. 14)
2. 17-20. Aqui Paulo relata a vontade de rever os tessalonicenses, pois por
duas vezes quis ir vê-los, mais foi impedido por satanás (v.9). Paulo deixa bem
claro que o motivo de tal perseguição maligna era porque para ele, os
Tessalonicenses eram sua alegria e sua glória perante o Senhor Jesus.
CAPÍTULO TRÊS
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3.1-5. Paulo, não podendo suportar a sua curiosidade e sua ansiedade em
relação aos tessalonicenses, enviou Timóteo para saber como eles estavam
suportando as tribulações e perseguições e assim, verificar se por causa das
mesmas os tessalonicenses haviam abandonado a fé.
3. 6-10. Agora sabedor da situação e que os tessalonicenses se mantinham
firmes na fé, e que eles tinham gratas lembranças de Paulo e desejavam vê-lo,
ficou consolado a respeito deles, apesar das tribulações que ele passava, dava
sempre graças a Deus por causa dos tessalonicenses, por causa da alegria
que sentia em relação a ele, orando com máximo empenho para que pudesse
vê-los pessoalmente.
3.11-13. Aqui vemos a oração de Paulo para que Deus guie o seu caminho até
eles; e também pelos tessalonicenses, para que Deus os faça crescer e
aumente o seu amor de uns para com os outros; e para que o coração deles
seja confirmado em santidade para permanecerem isentos de culpa na
presença de Deus.
CAPÍTULO QUATRO
4.1-8. Paulo conclama aos tessalonicenses a continuarem a viver de modo
digno e irrepreensível para agradar a Deus; Pois a vontade de Deus é que:
I. Sejam Santos;
II. Abstendo-se da prostituição;
III. Que possuam seu corpo em santificação e;
IV. Em honra;
V. Sem desejo de lascívia.
Porque este modo de viver pertence aos gentios que não conhecem a Deus.
Paulo também os orienta que em relação a este assunto, ninguém deve
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ofender ou defraudar ao seu irmão, de modo que Deus não vos sobrevenha
como vingador, pois Deus não os chamou para serem impuros e sim santos.
Porque ao rejeitar estes preceitos, eles estariam rejeitando o próprio Deus.
4.9-12. Neste parágrafo, Paulo fala que os tessalonicenses não necessitam de
orientação quanto ao amor fraternal, pois eles têm praticado este amor para
com os da Macedônia. Também, dá-lhes algumas orientações para: Que vivam
tranquilamente, cuidando do que lhes pertence, trabalhando com suas próprias
mãos, portando-se com dignidade para com os de fora, para que nada venha à
lhes faltar.
4.13-18. Deste ponto em diante, Paulo passa a consolar os tessalonicenses,
em relação à vinda do Senhor Jesus, relatando o que vai acontecer aos que já
morreram e também aos que estão vivos, por isso diz:
7
I. Assim como Jesus ressuscitou;
II. Deus trará em sua companhia os que dormem (os mortos);
III. Pois os vivos, não iram preceder aos mortos na volta do Senhor;
IV. Eles (os mortos) precederão aos vivos, pois ressuscitarão primeiro;
V. Só depois os vivos irão se encontrar com o Senhor nos ares;
VI. Para viverem para sempre com Jesus.
Estas palavras devem servir de conforto para todos os irmãos, pois esta devia
ser a esperança dos tessalonicenses.
CAPÍTULO CINCO
5.1-3. Continuando com o mesmo assunto do capítulo anterior, Paulo orienta
aos tessalonicenses de que eles não devem andar preocupados em relação ao
tempo da volta do Senhor, pois eles já estavam orientados de que o Senhor
viria de surpresa, e para ilustrar a volta do Senhor, Paulo faz uso da figura de
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uma mulher que está para dar a luz, pois as dores do parto lhes são
inevitáveis, e estas dores viram sobre os gentios.
5.4-11. A partir deste momento faz-se uma comparação entre os
tessalonicenses e os filhos das trevas e mostra-lhes o porque deles não serem
apanhados de surpresa:
Quadro comparativo entre os...
Tessalonicenses
v.4 Não estão em trevas
v.4 Não serão apanhados de surpresa
v.5 São filhos da luz e do dia
v.6 Vigiam e são sóbrios
v.7 Não se embriagam e não dormem
8
v.8 São do dia
v.8 São sóbrios
v.8 Revestem-se da couraça da justiça
v.8 Revestem-se da couraça da fé
v.8 Revestem-se da couraça do amor
v.9 Não estão destinados à ira de Deus
v.9 Alcançarão a salvação em Cristo Jesus
v.10 Mesmo dormindo ou vigiando estão unidos a Cristo
v.11 Consolam uns aos outros
v.11 Edificam uns aos outros
Filhos das trevas
v.4 Estão em trevas
v.4 Serão surpreendidos
v.5 São filhos das trevas e da noite
v.6 Não são vigilantes e são ébrios
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v.7 Estão embriagados e dormindo
v.8 São da noite
v.8 São ébrios
v.8 Revestem-se da couraça da injustiça
v.8 Revestem-se da couraça da incredulidade
v.8 Revestem-se da couraça de indiferença
v.9 Estão destinados à ira de Deus
v.9 Serão condenados por Cristo Jesus
v.10 Estão separados de Cristo
v.11 Traem uns aos outros.
v.11 Destroem uns aos outros
5.12-28. Orientações finais.
Paulo trás suas últimas orientações aos tessalonicenses em forma de rogo e
exortação. Portanto, roga que: acateis com apresso os que trabalham e
presidem entre eles, admoesta para que tenham máxima consideração, por
causa do seu trabalho e para que vivam em paz uns com os outros. Paulo
também trás algumas palavras de exortação são elas:
I. Admoestar os insubmissos;
II. Consolar os desanimados;
III. Amparar os fracos;
IV. Serem longânimos para com todos (v.14);
V. Evitar que alguém retribua a outrem mal por mal;
VI. Seguir sempre o bem entre eles e com todos (v.15);
VII. Regozijar-se sempre (v.16);
VIII. Orar sem Cessar (v.17);
IX. Em tudo dar Graças (v.18);
X. Não apagar o Espírito (v. 19);
XI. Não desprezar as profecias (v.20);
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XII. Julgar todas as coisa e reter o que é bom (v.21);
XIII. Abster-se de toda forma de mal (v.22)
XIV.Pois, esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para com todos (v.18)
Tudo isso para que o Deus da paz os santificasse em tudo, conservando-os
íntegros e irrepreensíveis para a vinda de Cristo, pois Deus é fiel para mantêlos desta forma.
Encerra-se a carta com o pedido de oração por eles (Paulo, Silvano e Timóteo),
saudando a todos os irmãos com ósculo santo e advertindo que a carta seja
lida a todos os irmãos; desejando que a graça de Jesus esteja com todos.
II Tessalonicenses
Autor: Paulo
10
Data : 51 d.C.
Local: Corinto.
Tema: Segunda vinda de Cristo.
MOTIVO DA CARTA
Paulo escreveu a segunda epístola pouco tempo depois da primeira. Os
tessalonicenses ainda estavam confusos e perturbados sobre os fatos dos
últimos dias, "como se o dia de Cristo já tivesse chegado." (2.2). Talvez tenham
recebido uma falsa carta com o nome de Paulo. Por isso, o apóstolo coloca sua
assinatura em 3.17. Talvez tenha havido um erro de interpretação dos ensinos
da primeira epístola. Observe que nela, o próprio Paulo se incluía no
arrebatamento da igreja: "Nós, os que ficarmos vivos...‖ (I Tss.4.17).
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Alguns membros da igreja parecem ter deixado o trabalho, considerando que a
2ª vinda era iminente (3.6-12). Esse problema pode ocorrer ainda hoje, e até de
forma mais intensa. O cristão não pode usar a segunda vinda de Cristo como
uma desculpa para a preguiça. Espere a sua vinda, mas espere trabalhando,
afim de que ele nos ache servindo bem (Lc.12.43).
Na primeira epístola, Paulo falou sobre a segunda vinda de Cristo. Depois,
escreveu a segunda para avisar que antes deveriam ocorrer a manifestação do
iníquo e a apostasia.
ESBOÇO
I - Introdução e saudações - 1.1-2.
II - A igreja dos tessalonicenses e a 2a vinda de Cristo - 1.3-12.
III - Os eventos que devem preceder a 2a vinda - 2.1-17.
11
IV - Exortações éticas e práticas à luz da 2a vinda - 3.1-15.
V - Saudação final - 3.16-18.
COMENTÁRIO
Novamente, Paulo faz elogios à igreja em relação à sua fé, seu amor e firmeza
no meio das tribulações. A tribulação pode tê-los feito pensar que já se tratava
da "grande tribulação" escatológica.
Capítulo 1 - A segunda vinda de Cristo
Ao introduzir o assunto da segunda vinda de Cristo, Paulo mostra que ele trará
recompensa para os justos e ímpios (1.6-10), os quais serão encaminhados
aos seus destinos eternos. Não se assombre com a situação dos ímpios hoje
(Sal.73). Sua eventual prosperidade é passageira, mas sua perdição é eterna,
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a não ser que se convertam e se salvem, motivos pelos quais a igreja deve
trabalhar.
Capítulo 2 – A apostasia
Apostasia significa abandono da fé. O apóstolo sempre se preocupava com a
saúde doutrinária das igrejas, temendo que elas fossem desviadas do caminho
cristão (II Cor.11.3; I Tm.4.1; II Tm.4.3). Afinal, não se tratava apenas de um
temor mas de uma certeza: a apostasia aconteceria. Mas, que apostasia é
essa? Em todos os tempos houve quem se desviasse do caminho. Porém, o
desvio mencionado por Paulo parece assumir características peculiares, talvez
em função de sua profundidade doutrinária e da quantidade de desviados. Há
quem relacione tal apostasia ao estabelecimento do catolicismo romano sobre
as bases da verdadeira igreja. O desvio da fé teria ocorrido mediante a
imposição de doutrinas estranhas aos ensinamentos de Cristo. Tal hipótese é
digna de reflexão.
12
Capítulo 2 – O iníquo
O homem da iniqüidade, mencionado por Paulo, é normalmente identificado
como o Anticristo. Paulo mesmo nunca usou essa expressão em suas
epístolas. João foi o único que falou explicitamente em "anticristo" e
"anticristos" (I Jo.2.18-22; 4.3; II Jo.7). É bastante comum a posição dos
comentaristas sobre a identificação do anticristo no texto de II Tessalonicenses,
capítulo 2. Além disso, as próprias editoras que imprimem a bíblia colocam tal
entendimento no título do capítulo.
Anticristo é, antes de tudo, um espírito, ou uma atitude contra Cristo. Sob esse
enfoque, João diz que "muitos anticristos têm surgido". Uma forma de sua
manifestação é a oposição a Cristo. Outra maneira é a tentativa de se fazer
passar por Cristo, tentando assumir o seu lugar e tomar a sua honra. A
expectativa a respeito do Anticristo vem do Velho Testamento. O reino do
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Messias deveria ser precedido por uma grande manifestação maligna. Tal
personagem é, muitas vezes identificado como um homem, um grande líder
político.
Os títulos do Anticristo:
Homem violento - Is.16.4.
Homem do pecado - II Tss.2.3.
O príncipe que há de vir - Dn.9.26
O rei do norte - Dn.11.40.
O angustiador - Is.51.13.
O filho da perdição - II Tss.2.3.
13
O iníquo - II Tss.2.8.
O mentiroso - I Jo.2.22.
O enganador - II Jo.7
O anticristo - I Jo.2.18,22; 4.3.
A besta - Apc.11.7; 13.1,7.
O rei feroz - Dn.8.23-25.
Muitas têm sido as tentativas de se identificar o Anticristo na história. Grandes
líderes mundiais têm sido apontados como possíveis anticristos. Podem
realmente ter sido no sentido lato mas não no restrito. Se Hitler ou Napoleão
tivesse sido o Anticristo, então Jesus teria voltado naquela época.
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O texto diz que algo ou alguém impede a manifestação do Anticristo. Quem ou
o quê o detém? Ninguém sabe dizer. As especulações a esse respeito são tão
variadas que há quem diga que Satanás impede tal manifestação. Um grupo
bem maior acredita que o Espírito Santo o detém. No meio termo há quem
proponha que o empecilho seja o próprio Paulo, ou o Império Romano ou o
Imperador.
Suas ações - sinais e injustiça. Ele mostrará o poder do diabo em ação.
Embora muitos digam o contrário, o Diabo tem poder. O Diabo faz sinais. E é
importante que se diga que a realização de sinais não determina a origem
divina de um fato ou a autoridade divina de um líder. O Diabo faz sinais mas
não ensina a justiça. O objetivo dos seus sinais é manter o homem preso.
Assim aconteceu no Egito. O objetivo dos sinais dos magos de Faraó era
perpetuar a escravidão dos israelitas. Então, como vemos hoje, o maligno
oferece "trabalhos" para cura e "trabalhos" para matar as pessoas; "trabalhos"
para o sucesso e "trabalhos" para tomar o cônjuge de outra pessoa.
Em II Tss. 2, temos a associação dos seguintes elementos: sinais (poder) +
mentira + engano + injustiça + iniqüidade. Daí a importância de relacionarmos:
poder (eventual manifestação) + verdade (palavra / constante) + justiça (ação /
constante).
Os judeus querem sinal: I Cor.1.22. Então, terão sinais. João Batista não fez
nenhum sinal mas tudo o que ele disse era verdade. Os sinais são importantes,
mas são secundários. Jesus falou sobre sinais que seguiriam os que
cressem (Mc.16). Não somos nós que vamos seguir os sinais. A verdade está
em primeiro lugar.
A identificação do Anticristo: O sinal, o número 666 e o seu nome. Ap.13-16-17.
Sua destruição: aniquilado por Cristo, na sua 2a vinda.
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Capítulo 3 – Exortações éticas e práticas.
A ênfase nesse capítulo está sobre o trabalho. Não devemos usar a
expectativa da segunda vinda de Cristo como desculpa para a preguiça, a
ociosidade e a negligência.
Existe nesse ponto o risco de se adotarem posições extremas:
1 - Viver como se Cristo não fosse voltar. Isso poderia levar a um
comportamento errado como aconteceu com os israelitas quando pensaram
que Moisés não desceria mais do monte.
2 - Viver como se ele fosse voltar imediatamente.
É necessário que tenhamos uma postura equilibrada conjugando fé, trabalho e
vigilância.
15
I Timóteo
AUTOR: Esta carta está incluída entre as chamadas ―Epístolas Pastorais‖, as
quais alguns tentam negar a autoria paulina com argumentos não conclusivos.
Prevalece a afirmação de que foi escrita cerca do ano 63 d.C. na Macedônia
durante o intervalo entre o primeiro e o segundo aprisionamento de Paulo em
Roma.
PROPÓSITO: Vemos nesta carta o desígnio de Paulo em suprir a seu
discípulo, Timóteo, com exortações e encorajamentos, tanto para as presentes
como para as futuras responsabilidades. Timóteo, um pastor ainda sem
experiência, foi deixado incumbido da importante igreja de Éfeso. Quando
Paulo se despedia dos presbíteros de Éfeso, disse-lhes que não veriam mais o
seu rosto (At 20:25). Mas, ao que parece, sua longa prisão fê-lo mudar de
plano, e, uns seis ou sete anos mais tarde, depois de solto tornou a visitar
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Éfeso. Deixou Timóteo aí, esperando voltar logo, I Tm 1:3; 3:14. Detendo-se na
Macedônia mais tempo do que planejara, 3:15, escreveu esta Carta a Timóteo.
Como seu pai espiritual, escreveu para encorajá-lo e instruí-lo em relação a
assuntos práticos como a adoração publica, as qualificações dos ministérios da
igreja, e a confrontação do ensino falso na igreja. Também instruiu Timóteo
acerca de relações com diversos grupos da igreja, incluindo as viúvas, os
anciãos, os escravos e os falsos mestres. I Timóteo, por conseguinte, contém
muita informação acerca dos problemas da igreja em desenvolvimento no
primeiro século cristão. A epístola revela, do princípio ao fim, o calor pessoal do
grande apóstolo em favor de seu filho na fé e a ênfase que ele punha sobre a
grande qualificação do ministro cristão, a piedade.
ESBOÇO PARA ESTUDO
(
) SAUDAÇÃO, 1:2 – a responsabilidade em cuidar do filho espiritual estava
apoiada em Deus; Paulo de si mesmo nada poderia fazer por Timóteo, mas
16
apelava para a graça e a misericórdia do Senhor.
A SITUAÇÃO EM ÉFESO, 1:3-17
(
) Os falsos mestres, 1:3-11 – Paulo previra, ao deixar Éfeso sete anos
antes, que lobos vorazes assolariam o rebanho de cristãos efésios (At
20;29,20). Agora eles aparecem em toda a fúria e se constituem no principal
problema de Timóteo. Eram pessoas que se baseavam em doutrinas estranhas
e lendas judaicas apócrifas relacionadas com genealogias do Antigo
Testamento.
(
) A imperfeição de Paulo, 1:12-17 – o homem que em Cristo fez,
possivelmente, mais do que todos os outros reunidos, humilhava-se nas
profundezas do sentimento da sua própria indignidade. Quanto mais perto de
Cristo se andar, tanto mais será o senso de humildade. Considerava sua
conversão como destinada por Deus para ser um eterno exemplo da
longanimidade divina para com os pecadores.
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(
) A INCUMBÊNCIA DADA A TIMÓTEO, 1:18-20 – a incumbência do
discípulo era não se intimidar diante da luta. Os opositores mencionados são
dois cabeças dos falsos mestres, dos quais, por causa da autoridade
apostólica, Paulo cassou o direito de membros da igreja (―entreguei a Satanás‖,
v.20). Provavelmente, é o mesmo Alexandre de II Tm 4:14, que um pouco
depois foi a Roma depor contra Paulo, e talvez aquele que a princípio fôra seu
amigo devotado (At 19:33).
INSTRUÇÕES SOBRE A ADORAÇÃO PÚBLICA, 2:1-15
(
) Orações, 2:1-8 – a súplica pelas autoridades era uma necessidade
permanente. Nero, naquele tempo, era governante do Império Romano; na
vigência de seu governo Paulo foi preso e iria em breve ser executado. Isto
mostra que orações intercessórias devem ser feitas pela autoridade,
independente se a sua conduta nos agrada ou não.
(
) Conduta das mulheres, 2:9-15 – ver I Co 11:15; 14:34,35 – a advertência
aqui é contra a exibição de trajes, especialmente nos cultos; a mulher deve
manter toda a feminilidade, sem exageros, pois esta é uma dádiva divina. ―Será
preservada através de sua missão de mãe‖ v 15, se refere ao nascimento de
Jesus, que nasceu da mulher sem participação do homem. Se o pecado da
desobediência entrou no mundo através da mulher v. 14, pela mulher também
nasceu o Salvador.
QUALIFICAÇÕES DOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS, 3:1-13
(
) Presbíteros, 3:1-7 – provavelmente essas qualificações são dadas como
ideais, não como exigência legal, taxativa. ―Uma mulher‖ v.2, quer dizer que
ficam excluídos não os homens solteiros, mas os polígamos. Paulo
provavelmente era solteiro, ou viúvo, I Co 7:8.
(
) Diáconos, 3:8-13 – características semelhantes as dos presbíteros são
mencionadas aqui. ―Mulheres‖ v. 11, provavelmente querendo dizer
diaconisas.
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(
) PROPÓSITO DA INCUMBÊNCIA, 3:14-16 – ―coluna da verdade‖ v. 15,
não fosse a igreja, o nome de Cristo desapareceria. O propósito da vida de
Cristo foi cumprido plenamente v. 13 (possivelmente esse verso era trecho de
um cântico entoado na igreja).
INSTRUÇÕES SOBRE A APOSTASIA, 4:1-16
(
) A apostasia descrita, 4:1-5 – apesar da verdade estar dentro da igreja,
sistemas demoníacos procuravam ensinar a abstinência de alimentos e de
relações conjugais para tentar perturbar os cristãos.
(
) Métodos de tratar a apostasia, 4:6-16 – a melhor maneira de se vencer ao
engano e ensinos diabólicos e fundamentar os cristãos com as verdades do
Evangelho é através da
―leitura, exortação e ensino‖ v. 13. Tudo isso levará cada ovelha a se defender
do lobo voraz, que surge no meio do rebanho, buscando a quem possa
devorar.
18
INSTRUÇÕES SOBRE GRUPOS E INDIVÍDUOS NA IGREJA, 5:1-6:21
(
) Homens, mulheres, jovens e idosos, 5:1,2 – a repreensão deverá ser dada
com sabedoria, procurando de encaixar às necessidades individuais, com o
intuito de cooperar de forma positiva para com o irmão faltoso.
(
) Viúvas, 5:3-16 – a igreja em Éfeso tinha dez anos de existência, e sua
obra de beneficência estava bem desenvolvida e era bem administrada. O
cristão que não sustenta os que dele dependem é pior que o incrédulo, v. 8.
(
) Anciãos e anciãos em perspectiva, 5:17-25 – chamados ―bispos‖ em 3:17,
onde se mencionam suas qualificações. Temos agora como devem ser
tratados. Ali também surgiram os mexeriqueiros que murmuravam contra os
líderes de sua igreja, v. 19. A orientação de ingerir vinho era um conselho
medicinal, e não uma forma de incentivar a bebedice.
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(
) Escravos, 6:1,2 – comparar com I Co 7:20-24 - não importa se a pessoa é
escrava ou livre. Que se tornassem livres, se pudessem. Mas se não, que
fossem bons escravos. É assim que estes são, freqüentemente exortados, Ef.
6:5-9; Cl 3:22-25; Tt. 2:9,10. O cristianismo aboliu a escravatura, não por falar
contra ela, mas por ensinar a doutrina da fraternidade humana.
(
) Falsos mestres, 6:3-10 – os contendores aparecem com ensinamentos
aparentemente sadios e proveitosos, mas logo se revelam em sua malícia e
desígnio mau. Através dos séculos, doutrinas da igreja têm sido deturpadas
para que haja renda para seus cofres.
Timóteo, 6:11-21
(
) Incumbência do próprio Timóteo, 6:11-16 – as orientações dadas pelo
apóstolo se seguidas pelo discípulo, certamente o preservariam e o manteriam
fundamentado no mais puro ensino.
(
) Através dele aos ricos, 6:17-19 – a situação econômica financeira dos
cristãos, sejam elas boas ou ruins, não devem criar classes dentro da igreja.
Aos ricos é orientado que estejam prontos a ajudar aos necessitados e a não
se apegarem à riqueza que é tão instável.
(
) Um apelo final, 6:20,21 – o ensinamento recebido é para ser guardado e
aplicado em época oportuna, e não para ser discutido, pois muitos fazem dele
motivo de discussões e polêmicas infindáveis, o que nenhum proveito produz.
II Timóteo
AUTOR
De acordo com a saudação, o autor foi o apóstolo Paulo. Na tradição da Igreja
Primitiva há consenso sobre a autoria de Paulo.
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19
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QUANDO FOI ESCRITA
De acordo com Eusébio de Cesaréia, essa carta teria sido escrita durante a
prisão de Paulo em Roma, antes de sua iminente execução por ordem do
imperador Nero, por volta dos anos 66 ou 67 d.C.
Geralmente se crê que Paulo foi encarcerado duas vezes em Roma, e que foi
durante a segunda vez que escreveu esta carta. Anteriormente ele havia tido
alguma liberdade, pois vivia numa casa alugada (At 28.30). Durante esse
tempo tinha acesso aos amigos, mais agora estava numa situação de difícil
acesso, pois ele mesmo relata que Onesíforo teve dificuldade para encontrá-lo
(1.16-17).
Esta carta foi escrita quando a vida do apóstolo Paulo estava quase no fim. Ele
apresenta a Timóteo um breve resumo de seu evangelho e pede que o jovem
pastor fique do seu lado. Em seu julgamento no tribunal de Roma, Paulo já
havia passado por uma audiência preliminar (4.16-18), e queixa-se que foi
abandonado por seus companheiros durante essa fase de sua vida (4.1011). Paulo aguardava seu julgamento final, já convencido que a sentença seria
de morte (4.6-8). Mesmo em meio a todos esses problemas o apostolo dá
conselhos preciosos a Timóteo escrevendo seus pensamentos finais,
dando força para que este não desistisse do ministério que lhe havia sido
entregue (4.5).
CARACTERÍSTICAS E TEMAS
As duas cartas a Timóteo, fornecem importantes informações contextuais sobre
o jovem pastor da cidade de Éfeso. Nesta segunda carta cita sua mãe Eunice e
sua avó Lóide, identificando-as como cristãs (1.5). Fala que desde cedo
Timóteo foi ensinado sobre as Escrituras (3.15) e inclui uma provável referencia
à sua ordenação (1.6). Paulo admoesta Timóteo a aceitar os sofrimentos que
viriam por causa de seu testemunho a favor de Cristo e do evangelho, também
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20
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a lutar pela integridade e a veracidade da Palavra de Deus, que havia sido
pregada pelo próprio Paulo. Como na carta anterior, nesta segunda também
Paulo mostra uma forte preocupação pela sã doutrina (1.13-14; 2.2; 3) e
contém meditações maravilhosas sobre a graça de Deus (1.9-11), a fidelidade
de Cristo (2.11-13) e a natureza e função das Escrituras Sagradas (3.15-17).
Paulo queria que Timóteo ficasse com ele em Roma até sua morte. Seria um
período de rico aprendizado para o jovem evangelista. Para Timóteo era a hora
da verdade, não atender o chamado de Paulo, envergonhando-se de se
identificar com ele em sua prisão, seria o mesmo que se envergonhar de
proclamar Jesus Cristo como o seu Salvador e Senhor (2.1-3, 8,9).
O MOTIVO DA CARTA
O apóstolo Paulo, já com a idade avançada, estava próximo do final de sua
vida, mas continuava com o desejo ardente de continuar sua missão de
evangelista. Ele estava escrevendo para um de seus amigos mais próximos,
considerado por ele como filho. Eles viajaram juntos, sofreram, choraram e
também tiveram muitos motivos para rirem juntos. Agora Paulo entendia que o
jovem Timóteo precisava de maturidade e capacidade para continuar sua obra,
não deixando que com sua morte, a obra de Deus fosse prejudicada. Timóteo é
retratado como um jovem muito novo, tímido, carente de espírito enérgico, e
assim o apóstolo o exorta incisivamente a defender o evangelho, a pregar a
Palavra de Deus, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão até o fim.
Convém lembrar que esta foi a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. É uma
epístola muito pessoal. Nela ele menciona 23 pessoas. Embora sozinho e
tendo a certeza da morte para muito em breve, esqueceu-se de si mesmo para
pensar nos outros, nas igrejas que havia fundado e sempre preocupado em
defender a causa do evangelho.
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Nesta carta nós podemos conhecer o Paulo frágil, mas que mesmo em sua
fragilidade pela proximidade da morte ele tem certeza que Deus não o
abandonou (4.17).
VERSÍCULO CHAVE
O versículo chave dessa epístola está em 1.13 ―Conserva o modelo das sãs
palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus‖. A
vida de Paulo caracterizou-se por um esforço incessante de pregar o puro e
inestimável tesouro de fé cristã, o evangelho. Ele desejava que a Palavra
continuasse sendo anunciada sem distorções, após sua ―partida‖.
DIFICULDADES DE TIMÓTEO EM ÉFESO
Havia falsa doutrina em Éfeso, que Paulo descreveu como proveniente de
dentro da própria igreja (2.18; 4.4). As características desses falsos ensinos
eram as fábulas ou mitos (4.4), e que a ressurreição já acontecera (2.18). Esse
falso ensino sobre a ressurreição vinha da crença gnóstica que negava a futura
ressurreição corporal dos mortos em Cristo, afirmando que a ressurreição era
espiritual e acontecia no momento da conversão.
Algumas dessas características dos falsos ensinos doutrinários, sugere que
pode ter sido uma forma primitiva de gnosticismo, um movimento herético que
se tornou um forte competidor do desenvolvimento da Igreja nos séculos II e III.
QUEM ERAM JANES E JAMBRES
No capítulo 3, versiculo 8 é citado dois personagens, Janes e Jambres, de
acordo com o Targum (nome dado as traduções, paráfrases e comentários em
aramaico da Bíblia hebraica), eram dois mágicos de Faraó que se opuseram a
Moisés (Ex 7.11).
QUEM ERA TIMÓTEO
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22
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Timóteo era nativo de Listra, uma colônia romana na província da Galácia.
Filho de um casamento misto, seu pai era gentio e sua mãe judia (At 16.1).
Pouco é sabido sobre seu pai, que parece não ter se tornado cristão, mas sua
mãe Eunice era cristã. É muito provável que quando Paulo conheceu Timóteo
este já fosse cristão, pois em Atos 16, diz que ele era discípulo e tinha bom
testemunho entre os irmãos de Listra e Icônio, embora Paulo o trate como filho
na fé. O motivo mais provável para Paulo chamá-lo de filho na fé é que o
apóstolo tenha ensinado a Timóteo o evangelho. Desde a infância ele fora
instruído nas Escrituras judaicas por sua avó Lóide e sua mãe Eunice,
conforme afirma Paulo em sua segunda carta ao discípulo.
Timóteo estava com Paulo em Atenas e foi enviado pelo apóstolo a
Tessalônica para ministrar à comunidade local (1 Ts 3.2-6). No levante de
habitantes de Corinto contra as aulas na sinagoga e as pregações apostólicas
nas praças, Timóteo ficou com Paulo e Silas hospedado na casa do cidadão
Tício Justo, que morava ao lado da sinagoga.
Por volta do ano 57, Timóteo é enviado de Éfeso a Macedônia para recolher
ofertas que seriam enviadas aos cristãos de Jerusalém (At 19.22; 1 Co 4.17;
16.10). Em uma retrospectiva acerca da terceira viagem missionária de Paulo,
Timóteo consta entre os seus cooperadores (At 20.4-5).
Em missões Timóteo foi enviado pelo apóstolo Paulo a Corinto (1 Co 16.10);
dentre seus mandatos especiais viajou de Éfeso a Corinto para elucidar
determinadas normas cristãs (1 Co 4.17). A epístola aos Hebreus fornece uma
informação sobre uma prisão de Timóteo, mas anunciando que ele já estava
em liberdade (Hb 13.23).
Timóteo não chegou a ser reconhecido como apóstolo, mas destacou-se como
missionário e líder cristão altamente respeitado por toda a Igreja de sua época.
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ESBOÇO DE 2TIMÓTEO
I. Introdução 1.1-5
Saudação 1.1-2
Ação de graças 1.3-5
II. Fidelidade face às dificuldades 1.6-14
Devido à natureza da experiência cristã 1.6-8
Devido à grandeza do evangelho 1.9-11
Devido ao exemplo de Paulo 1.12-14
III. Fidelidade face à deserções 1.15-2.13
O exemplo de Onesíforo 1.15-18
O caráter da obra de Timóteo 2.1-7
24
A obra redentora de Cristo 2.8-13
IV. Fidelidade face ao erro 2.14-4.8
Erro doutrinário 2.14-26
Erro prático 3.1-4.8
V. Conclusão 4.9-22
Instrução 4.9-13
Advertência 4.14-15
Explicação 4.16-18
Saudações 4.19-21
Bênção 4.22
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Tito
AUTOR
Apóstolo Paulo
DATA E LOCAL DE COMPOSIÇÃO
É possível que Paulo tenha escrito a carta na Macedônia, pois ainda não
chegara a Nicópolis (3.12). A carta foi escrita após sua soltura do primeiro
encarceramento em Roma (At 28), provavelmente entre 63 e 65 d.C. Foi escrita
na mesma época da Primeira Carta a Timóteo.
QUEM ERA TITO
Seu nome significa ―louvável‖. Um cristão gentio, grego, convertido através da
pregação de Paulo (1.4), e excelente ajudador no ministério do apóstolo.
Quanto Paulo partiu de Antioquia da Síria para defender seu evangelho em
Jerusalém, levou Tito com ele (Gl 2.1-3). A aceitação de Tito como cristão sem
ser circuncidado deu força a tomada de posição de Paulo no Concílio de
Jerusalém (Gl 2.3-5). Supõe-se que Tito, que não é mencionado nenhuma vez
em Atos, trabalhava com Paulo em Éfeso durante a terceira viagem
missionária. De Éfeso Paulo o enviou a Corinto para ajudar aquela igreja (2 Co
2.12-13; 7.5-6; 8.6).
Depois que Paulo foi solto do primeiro encarceramento em Roma (At 28), ele e
Tito trabalharam por breve período em Creta (1.5), e em seguida ele
comissionou Tito para permanecer ali como seu representante e completar
alguns trabalhos necessários (1.5; 2.15; 3.12,13). Paulo pedia a Tito que o
encontrasse em Nicópolis (litoral oeste da Grécia) depois que chegasse em
Creta um substituto na obra (3.12). Posteriormente Tito foi em missão a
Dalmácia (região da antiga Iugoslávia, atual Eslovênia, Croácia e Bósnia) e
essas são as últimas informações que temos a respeito dele no Novo
Testamento.
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CRETA
A quarta maior ilha do Mediterrâneo, com aproximadamente 205 Km de
extensão, fica diretamente ao sul do mar Egeu. Distante da Europa, da Ásia e
da África, mas considerada como fazendo parte da Europa, integrado ao
território da Grécia. A ilha possuía mais de cem cidades. Nos tempos do Novo
Testamento a vida em Creta tinha se degradado, chegando a um nível moral
deplorável. A desonestidade a glutonaria e a preguiça dos seus habitantes
eram conhecidas de muitos (1.12).
TEMA
Instruções aos líderes da igreja. Paulo aconselha o jovem pastor como
proceder na escolha dos presbíteros, dando orientações sobre que tipo de
pessoa escolher para essa função. A conduta de cada um deles em seus lares
revelava a idoneidade para o serviço ministerial (1.5-9). Em seguida Paulo
enfatiza a importância de como se relacionar com pessoas de variadas faixas
etárias na igreja (2.2-7). Exorta a Tito para que ele próprio se tornasse um
exemplo para os fiéis. Por fim Paulo incentiva ao evangelista a ajudar as
pessoas no sentido do comportamento cristão exemplar.
Como em 1Timóteo, em Tito também Paulo mostra uma grande preocupação
na defesa da sã doutrina (1.9,13; 2.1-2).
Esta carta contém duas meditações teológicas maravilhosas sobre a graça que
Deus oferece aos homens através de Cristo Jesus (2.11-14; 3.4-7). Inclui
afirmações sobre a segunda vinda de Cristo (2.13), sobre a morte vicária de
Cristo (2.14), sobre a regeneração pelo Espírito Santo (3.5) e sobre a
justificação pela graça (3.7).
Nesta carta Paulo afirma mais uma vez a divindade de Cristo, usando
livremente o título de ―Salvador‖ nos mesmos contextos tanto para Deus (1.3;
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26
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2.10; 3.4) quanto para Cristo (1.4; 2.13; 3.6). Em 2.13 ele enfatiza ―Nosso
grande Deus e Salvador, Cristo Jesus‖.
OS MOTIVOS DA CARTA
Essa carta, como também as cartas a Timóteo, não é endereçada a
comunidade, mas aos seus ―pastores‖, a homens que exercem o ministério na
igreja. Sendo assim, talvez tenhamos nesses documentos os primeiros
testemunhos de ordenação eclesiástica na Igreja Primitiva. Neles podemos
encontrar as normas e regulamentações de como deve ser o comportamento
do ministro cristão.
Segundo parece, Paulo introduziu o cristianismo em Creta quando ele e Tito
visitaram a ilha; depois disso deixou Tito ali para organizar as comunidades
cristãs. Paulo enviou a carta junto com Zenas e Apolo numa viagem que incluía
Creta no itinerário (3.13), a fim de dar a Tito autorização e orientação para
enfrentar a oposição (2.1,7,8,15; 3.9), instruções a respeito da fé e da doutrina
e advertências a respeito dos falsos mestres.
As igrejas em Creta vinham sendo perturbadas por falsos mestres, os quais por
ganância estavam pervertendo casas inteiras (1.11). Isso provavelmente se
referia a congregações inteiras porque as igrejas primitivas se reuniam em
casas de convertidos. Paulo chama esses indivíduos de abomináveis e
desobedientes (1.16) e diz que é preciso que esse pessoal tenha a boca
fechada. Exige que sejam tratados com severidade.
CONCLUSÃO
Um ensinamento importante de Paulo nessa carta é que o cristão cultive o
hábito de fazer boas obras, até que isso se torne parte de sua natureza.
Sabendo que tal piedade não se afina facilmente com a natureza humana, o
apóstolo procura incentivar ainda mais o leitor, lembrando o passado de
pecados e a nova condição no presente (3.5-7).
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A ênfase nas boas obras está em 1.16; 2.7, 14; 3.1, 8, 14. Mas sem nenhuma
dúvida, essa carta não ensina salvação pelas obras, mas sim que o salvo deve
praticar boas obras.
ESBOÇO DE TITO
I. Introdução 1.1-5
Declaração do ofício, esperança e funções de Paulo 1.1-3
Saudação 1.4
Encargo de Tito 1.5
II. Instruções em relação aos presbíteros 1.6-16
Sua qualificações 1.6-9
A necessidade de administração adequada 1.10—16
28
III. Instruções em relação à conduta cristã 2.1-3-7
Entre eles mesmos 2.1-15
Em relação ao mundo todo 3.1-7
IV. Instruções finais 3.8-11
Para ensinar verdades espirituais 3.9-11
Pra evitar dissensões 3.9-11
V. Instruções e saudações 3.12-15
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