Comparação entre malha termo-refletora e malha negra na cultura da mini-rosa em estufa em Holambra-SP, Brasil A cultura da mini-rosa é muito importante para a floricultura do estado de São Paulo, Brasil e o principal problema é a dificuldade de produção durante todo o verão e outono, quando as temperaturas dentro das estufas são muito altas. O produtor se vê obrigado a usar outra malha para proteção mas os resultados com malhas negras não satisfazem, pelo contrário, além de não resolver o problema da temperatura, aumenta mais o ciclo devido à falta de luz. Muitos produtores já passam a trocar as malhas negras por malha termo-refletora Aluminet e tem-se observado grandes vantagens. Para explicá-las cientificamente a pesquisadora PhD. Maria Ângela Fagnani, da Universidade de Campinas – UNICAMP em conjunto com Cícero A. Leite, da Polysack fizeram uma pesquisa na propriedade do Sr. Luciano van Heijen em Holambra-SP. Comparou-se uma área de 45 x 12,6 com mini-rosas se desenvolvendo sob Aluminet 50% I e outra área de mesmas dimensões como mini-rosas crescendo sob malha negra de 50% de sombreamento. A área experimental está mostrada nas figuras 1 e 2. Figura1 Malha negra Figura 2 Aluminet As rosas foram plantadas em 15 de setembro de 2001 e podadas em 15 de novembro do mesmo ano. As flores sob malha termo-refletora Aluminet foram colhidas em 21 de dezembro e aquelas sobre malha negra foram colhidas 27 de Dezembro. Isto significa 6 dias a menos de trabalho, de água, energia, fertilizantes e pesticidas. O diâmetro das plantas produzidas sob malha termo-refletora Aluminet foi maior: 25 Plant diameter 20 15 10 5 0 Aluminet Black Figura 3 Diâmetro das plantas produzidas sob malha negra e sob malha termo-refletora Aluminet (média de 10 plantas). A altura da planta também foi maior sob Aluminet indicando um maior desenvolvimento vegetativo. A apresentação visual da planta se mostrou melhor e conseguiu um sobre preço de 15%. Plant high (cm) 25 20 15 10 5 0 Aluminet Figura 4 Black Altura das plantas sob malha negra e sob malha termo-refletora aluminet (média de 10 plantas). O número de flores também foi maior sob malha termo-refletora, o que concorda com Mastalers, 1987 que demonstrou que altas taxas de fotossíntese implicam em maior número de folhas por planta e quanto maior a área foliar, mais flores há. E vai de encontro também a Moreshet et al. (1976) que verificaram que havia mais botões florais nas linhas do leste que do oeste por motivo do primeiro receber menos excesso de radiação. Number of flowers 14 12 10 8 6 4 2 0 Aluminet Black Figura 5 Número de flores por planta de mini-rosa sob malha negra e sob malha termo-refletora Aluminet (média de 10 plantas). As diferenças de dimensão e vigor da planta podem ser facilmente vistas nas figuras 6 e 7. A B Figura 6. Planta produzida em estufa sob malha negra (A) e sob malha termo-refletora Aluminet (B) dois dias antes da colheita A B Figura 7. Plantas com flores abertas produzidas em estufa sob malha negra (A) e sob malha termo-refletora Aluminet (B). Estas diferenças entre as plantas podem ser atribuídas ao melhor microclima gerado sob Aluminet. A Figura 8 mostra que sob malha termo-refletora a temperatura foi bem menor que a temperatura do ar e nunca foi superior a 30oC. Sob malha negra a diferença entre temperatura da planta e do ar foi menor e por horas a planta esteve com mais de 30oC, que representa a temperatura limite para o desenvolvimento fisiológico das plantas. As plantas sob malha negra estiveram expostas a condições de estresse, o que diminuiu ou cessou o processo de fotossíntese. 36 temperature (centigrade) 34 32 30 28 26 24 8 Plant Aluminet 10 12 hour of the day Plant Black 14 Air Aluminet 16 Air Black Figura 8 Temperatura do ar e da planta sob malha termo-refletora Aluminet e sob malha negra (a temperatura da planta representa a média de 10 plantas). A umidade relativa sob Aluminet (figura 9) pode ser explicada pela diminuição da temperatura do ar devido à reflexão da radiação térmica. Com Aluminet a umidade nunca abaixou de 62% e com malha negra, mesmo sendo em um dia parcialmente nublado, das 11:00h às 14 a umidade esteve abaixo de 60 % o que é extremamente prejudicial ao cultivo. 80 Relative humidity 75 70 65 60 55 50 8 10 12 Hour of the day Aluminet Light (lux) Figura 9. 14 16 Black Umidade relativa do ar sob malha termo-refletora Aluminet e sob malha negra.. 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 8 10 12 14 16 Hour of the day Out horiz. Figura 10 Aluminet horiz. Black horiz. Luz dentro de estufa com Aluminet 50%I, com malha negra de 50% de sombra e do lado de fora da estufa. Não houve diferenças na quantidade de luz transmitida através das malhas, mas quando se usou o sensor de luz na posição vertical (figure11), principalmente do lado norte, A quantidade de luz medida sob Aluminet chegou ser cerca de 70% maior que sob malha negra. Consequentemente, sob Aluminet houve maior quantidade de luz difusa, o que fez outra diferença entre os dois ambientes comparados. Estes dados estão em concordância com Stanhill et al. (1973) e Silva et al.(1991), que afirmam que a maior quantidade de luz difusa pode prover mais produtividade às plantas de rosas 9500 Light (lux) 8500 7500 6500 5500 4500 3500 8 10 12 14 16 Hour of the day Aluminet vert.North Figura 11 Black vert. North Aluminet vert.Suth Black vert. Suth Luz dentro de estufa com Aluminet 50%i e com malha negra de 50% de sombra. As medidas foram tomadas com sensor de luz na posição vertical voltada para o norte e voltado para o sul. Como conclusões temos que a substituição das malhas negras por Aluminet é altamente recomendável pois com a melhoria da qualidade das plantas o produtor conseguiu melhores preços de sua mercadoria que lhe permite ter o retorno do investimento na nova tecnologia em poucos meses. Além disso a precocidade das plantas permitiu maior otimização da estufa diminuindo significativamente os custos de produção. Referências Mastalerz, J.W. enviromental factors light, temperature, andcarbon dioxide. In Langhans, R.W. Roses: A manual on the culture, management, diseases and insects of greenhouse roses. New York: Roses Incorporatted, 1987. cap15, p.147-170. Moreshet, S.; Plaut, Z.; Zieslin, N. Spatial variation in glasshouse rose flower production in relation to solar radiation. Scientia Horticulturae, n.5, p.269-276, 1976. Silva, A.M.; Miguel, A.; Rosa, R. Thermal radiation inside a single span greenhouse with a thermal. Journal-of-Agricultural-EngineeringResearch. 1991, 49: 4, 285-298; 12 ref. Stanhill, G. et al.. The radiation balance of a glashouse rose crop. Agric Meteor. 11:385-404. 1973. Produtor mostrando planta produzida sob malha negra (esquerda) e sob Aluminet (direita) Agradecimento Gostaria de agradecer o Sr Van Heiejen por sua cooperação e permissão para que entrássemos em sua propriedade comercial para fazer medições. Cícero Alexandre Leite Engenheiro Agrônomo MSc. em Agronomia Departamento de Desenvolvimento e Pesquisas Polysack