Risco de câncer no Brasil atribuível ao estilo de vida, ambiente e ocupação Brasília, 05 de julho de 2014 Projeto RAC-Brasil Doll e Peto, 1981 Estimaram que 30% das mortes nos EUA: atribuíveis ao tagagismo e fatores da dieta Danaei et al, 2005 7 milhoões das mortes previstas por câncer em todo mundo, 35%: atribuídas a 9 fatores de risco modificáveis Boffetta et al., 2009 França em 2000: 35% dos óbitos por câner explicados por fatores de risco conhecidos Parkin et al., 2011 Reino Unido em 2010: 14 fatores de risco conhecidos atribuídos a 42,7% da ocorrência de câncer Wang et al., 2012 China 2005: fatores de risco modificáveis poderiam explicar 60% dos óbitos por câncer Shin et al, 2011 Koreia:1/4 dos casos e óbitos por câncer preveníveis por controle de agentes infecciosos Projeto RAC-Brasil Brasil Risco de câncer atribuível ao tabaco Menezes et al., 2002:. Rev Saúde Pública RAP ex-fumantes: 63% fumantes: 71% Oliveira et al., 2008. Clinics Em 2000: 48,8% dos anos de vida ajustados por incapacidade (DALY) por neolplasias malignas atribuídos ao tabagismo (81,4% ca pulmão e 79,5% ca laringe) Correa et al., 2009. BMC Public Health 1777543 mortes de pessoas com 35 a+ :atribuídas ao tabagismo Pinto e Ugá, 2010. Cad Saúde Pública Fração de câncer atribuível ao tabagismo: 69% em homens, 37% em mulheres Moura et al., 2014. BMJ Open Magnitude da associação e AF de tabagismo no desenvolvimento de vários tipos de câncer (dados de RCH entre 1998 e 2011, controles ca pele nãomelanoma) Projeto RAC-Brasil Brasil, homens Projeto RAC-Brasil Brasil, homens Projeto RAC-Brasil Homens, capitais Homens, interior Projeto RAC-Brasil Brasil, mulheres Projeto RAC-Brasil Brasil, mulheres Projeto RAC-Brasil Mulheres, capitais Mulheres, interior Projeto RAC-Brasil Como estimar? Risco atribuível (AR) (excesso de risco) AR = risco entre expostos – risco entre não expostos Fração atribuível (AF) (proporção da doença no grupo exposto atribuído a exposição: fração excedente ou fração etiológica) AF (%) = (RA/ risco entre expostos) x 100 ou = (RR –1 / RR) x 100 Projeto RAC-Brasil Como estimar? Fração atribuível na população (PAF) (proporção da doença na população atribuível à exposição: fração excedente na população) PAF (%) = (RA pop / Risco na população total) x 100 ou = P x (RR – 1) P x (RR– 1) + 1 Projeto RAC-Brasil O que considerar? Uso dos melhores dados disponíveis Para prevalência: inquéritos representativos Estimativas de risco: melhores estudos de associação entre os fatores de risco e o tipo específico de câncer (literatura extensa – monografias do IARC) Período de latência: Em geral considera-se uma latência de 10 a 15 anos, com exceção dos fatores hormonais e reprodutivos – onde a retirada do fator diminui rapidamente o risco. Projeto RAC-Brasil Período de latência: França – 15 anos Reino Unido – para a maior parte das exposições: 10 anos China – 15 anos (homônios exógenos: nenhum, fatores reprodutivos: 5 anos) Koreia, agentes infecciosos (incidência e mortalidade 2007) H pylori: soroprevalência de inquéritos de 1998 e 2005 -> 1990 HBV: artigos publicados entre 1980 e 1989 HCV: estimativas agregadas de 1990 a 1994 HPV: 3 estudos 2003-2004 Projeto RAC-Brasil Questões importantes Boffetta, 2012 1.A seleção dos fatores de risco; 2.Falta de dados sobre exposição ou desfecho; 3.Fatores de risco suspeitos; 4.Circunstâncias com exposições complexas; 5.Escolha do cenário contrafactual; 6.Estratificação por fumo; 7.Interação entre fatores de risco; 8.Hetererogeneidade entre estimativas de risco entre as populações e 9.Fontes de erros aleatórios e sistemáticos” Projeto RAC-Brasil Metodologia de trabalho 1ª Oficina de trabalho (Brasília, 04 e 05/08/2012) Os pesquisadores convidados foram divididos em três grupos de trabalho: Grupo 1. Revisão sistemática de estudos brasileiros sobre fatores de risco para câncer Grupo 2. Inquéritos Grupo 3. Bancos de dados secundários Projeto RAC-Brasil Fatores de risco incluídos Tabagismo (ativo e passivo) Uso de álcool Agentes infecciosos (HBV, HCV, HPV, H pylori, EBV) Fatores da dieta (baixo consumo de frutas e hortaliças, sal, carne vermelha e carnes processadas) Fatores reprodutivos (nuliparidade, no de fihos, idade da primeira gestação, amamentação) Sobrepeso e obesidade (IMC> 25 e >30) Inatividade física Hormônios exógenos (contraceptivos orais) Projeto RAC-Brasil Fatores de risco incluídos Ocupacionais Ambientais poeira madeira poeira couro benzeno asbestos níquel pintura sílica aço/ferro carvão borracha formaldeído radiação solar asbestos radiação gama benzopireno radônio fumo passivo exaustão de díezel radiação solar Projeto RAC-Brasil Esôfago Tabagismo Álcool Baixo consumo de frutas Baixo consumo de hortaliças Estômago Tabagismo Álcool Helicobacter Baixo consumo de frutas Baixo consumo de hortaliças Sal Carne processada Borracha Colorretal Álcool Obesidade Inatividade física Carne processada Radiação gama Fígado Tabaco HBV HVC Contraceptivos orais Projeto RAC-Brasil Pulmão Tabaco Baixo consumo de frutas Alumínio Pintura Sílica Aço/ferro Hematita Derivados do carvão Derivados do petróleo Borracha Amianto Bis-clormetil Gás mostarda Fuligem Níquel Radônio Plutônio Radiação gama Endométrio Obesidade TRH Mieloma múltiplo Formaldeído Melanoma Radiação solar SNC Radiação gama Coló do útero HPV Tabagismo Projeto RAC-Brasil Recomendações gerais .Criar estratégias para tratar aspectos adicionais como fontes de incerteza, variabilidade entre regiões e neste sentido - para alguns fatores: um estimador nacional - para outros: necessário desagregar estimativas por grandes regiões, populações segundo níveis socioeconômicos, urbano/ rural (ou capitais interior). .Cálculo do risco atribuível: simular cenários com valores dos intervalos de confiança das medidas de associação. . Estabelecer um comitê de especialistas nacional e outro internacional para avaliação externa do trabalho no momento em que estiver pronto o final draft. Ok Nacional Projeto RAC-Brasil Questões que surgiram no decorrer do trabalho: 1.Em algumas situações (por exemplo para câncer de pulmão) deveriámos priorizar as estimativas de risco levantadas em estudos de coorte ou de estudos de metanálise? 2.Como trabalhar a estratificação de risco quando os estudos apresentam definições de alto e baixo risco ou mesmo dose-resposta? 3.Como estimar a fração atribuível quando a variável é discreta, categórica ou contínua? 4. Para que exposições deveríamos considerar interação? 5.Deveríamos escollher os RR relativos dos melhores estudos dentro de uma metanálise no lugar da estimativa sumária? Projeto RAC-Brasil 2ª Oficina de trabalho (Rio de Janeiro, 19 e 20/08/2013) Redivisão dos grupos de trabalho para o cálculo das FA 1. Obesidade, dieta e inatividade física 2. Tabagismo 3. Uso de álcool 4. Fatores reprodutivos 5. Agentes infecciosos 6. Ocupacionais e ambientais 7. Fatores ambientais Projeto RAC-Brasil 2ª Oficina de trabalho (Rio de Janeiro, 19 e 20/08/2013) Metodologia de trabalho Seleção das estimativas de risco .revisão sistemática sem restrição temporal de estudos de internacionais de metanálise (na ausência: grande estudos) e .Monografias do IARC .revisão dos estudos brasileiros etiológicos em câncer Seleção de estimativas de prevalência .revisão dos inquéritos populacionais brasileiros PNSN, PNAD, PNDS, POF, Inquérito nacional de hepatites . revisão de estudos brasileiros de prevalência (agentes infecciosos e fatores ocupacionais e ambientais) Projeto RAC-Brasil 2ª Oficina de trabalho (Rio de Janeiro, 19 e 20/08/2013) Cronograma 1. Cálculo do PAF por grupos – novembro (passando o material) 2. Videoconferênca – 1ª semana dezembro 2014 3. Draft - março 2014 4. Avaliação externa 5. Primeiro relatório – junho 2014 Projeto RAC-Brasil Mortalidade por câncer , princiapis tipos, Brasil, 2012 Homens Mulheres Projeto RAC-Brasil Resultados preliminares Projeto RAC-Brasil Resultados preliminares Câncer de esôfago em homens Fator de risco Tabagismo Uso de álcool Baixo consumo de hortaliças Baixo consumo de frutas Risco Prevalência PAF PAF combinada (%) 0,172 0,401 64,6 2,27 (moderado) 0,0536 (uso diário) 0,064 1,12 0,463 0,200 1,39 0,878 0,210 Projeto RAC-Brasil Resultados preliminares Câncer de mama pós-menopausa Fator de risco Uso de àlcool Inatividade física Uso de contraceptivo oral Nuliparidade Baixa paridade Não amamentar Sobrepeso/obesidade Radiação Gama Risco 1,32 (moderado) 1,15 1,08 1,14 1,41 1,02 1,12 1,25 1,40 1,57 Prevalência 0,0116 (uso diário) 0,287 0,274 0,120 0,449 0,670 0,404 0,167 0,052 0,014 PAF PAF combinada (%) 0,004 34,5 0,086 0,021 0,016 0,155 0,014 0,103 Gulnar Azevedode e Silva –Instituto de Medicina Social - UERJ Equipe pesquisa Lenildo de Moura - Organização Pan-Americana da Saúde-Brasil Rosalina Koifman – ENSP/FIOCRUZ Ubirani Otero– INCA/Ministério da Saúde Fabio da Silva Gomes – INCA/Ministério da Saúde Deborah Carvalho Malta – SVS/Ministério da Saúde Zoha Abaakouk – PAHO-Brasil Marilia Lavocat Nunes – SVS/Ministério da Saúde João Carlos Guedes - SVS/Ministério da Saúde Raphael Mendonça Guimarães –IESC/UFRJ Tatiana Toporcov – FSP/USP Maria Isabel Nascimento – DSC/UFF Karina Cardoso Meira – EEN/UFRN Andréia Ayres –IMS/UERJ Thiago Guedes – IMS/UERJ Leandro Rezende – Dep Med Prev/FMUSP Pesquisadores internacionais: Paolo Boffetta – IPRI, França e Mount Sinai School of Medicine, EUA Maria Paula Curado – IPRI, França Letícia Nogueira – NCI/University of Texa, EUA Pesquisadores Projeto Estimativas: Regina Paiva Daumas – ENSP/FIOCRUZ Joaquim Gonçalves Valente – ENSP/FIOCRUZ Iuri Leite – ENSP/FIOCRUZ Ronaldo Ismério Moreira - ENSP/FIOCRUZ [email protected]