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Programa e Resumos
Instituição Promotora:
Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental
Presidente:
Carmem Beatriz Neufeld
Comissão Organizadora:
Anelisa Vaz de Carvalho
Caroline C. Pavan Candido
Gabriela Affonso
Isabela Maria Freitas Ferreira
Juliana Maltoni
Kátia Alessandra de Souza Caetano
Priscila de Camargo Palma
01, 02 e 03 de junho de 2016
Ribeirão Preto / São Paulo / Brasil
Preto).
82j
Ficha catalográfica
Jornada de Terapias Cognitivo-Comportamentais (4. : 2016 : Ribeirão
Programa e resumos da IV Jornada de Terapias CognitivoComportamentais
/ organizado por Carmem Beatriz Neufeld, Priscila de Camargo Palma e Caroline
C. Pavan-Cândido. - Ribeirão Preto : Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto/USP,
2016.
100 p.
ISBN: 978-85-85367-16-9
Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/lapicc/ijotcc.pdf
1. Terapia Cognitivo-Comportamental. 2. Psicologia clínica. 3. Terapia
Comportamental. 4. Terapia Cognitiva. I. Neufeld, Carmem Beatriz. II. Palma,
Priscila
de Camargo. III. Pavan-Cândido, Caroline C.
CDU 616.8-085.851
Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023
4
Comissão Organizadora
Presidente: Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP)
Comissão Organizadora:
Anelisa Vaz de Carvalho
Caroline C. Pavan Candido
Gabriela Affonso
Isabela Maria Freitas Ferreira
Juliana Maltoni
Kátia Alessandra de Souza Caetano
Priscila de Camargo Palma
Membros da Comissão Científica e Julgadora
Aline Henriques Reis- PR
Priscila de Camargo Palma - SP
Priscila G. Brust-Renck - EUA
Ricardo Padovani – SP
Wilson Vieira Melo - RS
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SUMÁRIO
PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL ...................................... 7
RESUMOS ......................................................................................19
WORKSHOP INTERNACIONAL ........................................................19
CONFERÊNCIAS .............................................................................19
CONFERÊNCIA 1 ................................................................................... 19
SIMPÓSIOS ....................................................................................19
SIMPÓSIO 1: EVIDÊNCIAS EM TCC ..................................................... 19
SIMPÓSIO 2: TCC, INFÂNCIA E FAMÍLIA .............................................. 22
SIMPÓSIO 3: TÓPICOS ESPECIAIS EM TCC.......................................... 26
SIMPÓSIO 4: PROCESSO TERAPÊUTICO EM TCC E TAC ...................... 29
SIMPÓSIO 4: TCC E SAÚDE ................................................................. 32
SESSÃO ESPECIAL: “DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO” ....................35
COMUNICAÇÕES ORAIS .................................................................37
PAINÉIS .........................................................................................42
PAINEL 1 ............................................................................................ 42
PAINEL 2 ............................................................................................ 44
PAINEL 3 ............................................................................................ 44
PAINEL 4 ............................................................................................ 45
PAINEL 5 ............................................................................................ 47
PAINEL 6 ............................................................................................ 48
PAINEL 7 ............................................................................................ 49
PAINEL 8 ............................................................................................ 50
PAINEL 9 ............................................................................................ 51
PAINEL 10 .......................................................................................... 52
PAINEL 11 .......................................................................................... 53
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PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL
“TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE”
QUARTA-FEIRA - 01/06/2016
Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO
PRETO - CAMPUS USP-RP
Primeiro dia: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE
Convidado Internacional: Martin Antony
Coordenadora: Priscila de Camargo Palma
7:30 – 8:30 Credenciamento Workshop Internacional
8:30 – 10:00h – Workshop
Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE
10:00 – 10:30 – Coffee Break
10:30 – 12:00 – Workshop
Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE
14:00 – 16:00h – Workshop
Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE
16:00 – 16:30 – Coffee Break
16:30 – 18:00h – Workshop
Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE
18:30 – Confraternização por Adesão
PROGRAMA IV JORNADA DE TCC
QUINTA-FEIRA - 02/06/2016
Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO
PRETO - CAMPUS USP-RP
7:30 – 8:30 – Credenciamento IV JoTCC
8:30 – 10:00 – Conferência de Abertura da IV JoTCC
Tema: TCC para perfeccionismo
Convidado Internacional: Martin Antony
Coordenadora: Carmem Beatriz Neufeld
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Local: Anfiteatro da Faculdade de Direito da USP-RP
10:00 – 10:30 – Coffee Break
10:30 – 12:30 – Simpósio 1
Título: Evidências em TCC
Coordenador: Dr. Wilson Vieira Melo (ITP - RS)
Convidados:
1) Bernard Rangé (UFRJ) – Dados de evidências do uso de Mindfulness no
contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental
2) Priscila Goergen Brust-Renck (RS) – Como pesquisa básica pode ajudar a
psicoterapia: Uma revisão sobre pesquisa translacional
3) Neri Maurício Piccoloto(WP – RS) - Bases neurobiológicas e tratamento
combinado em terapia cognitivo-comportamental
4) Tamara Melnik (UNIFESP) - Evidências em Psicoterapia e Terapia CognitivoComportamental
12:30 – 13:30 – Intervalo
13:30 – 15:30 – Simpósio 2
Título: TCC, Infância e Família
Coordenadora: Mariangela Gentil Savoia (USP)
Convidados:
1) Marina Gusmão Caminha (InTCC)- Terapia de reciclagem infantil (TRI) Protocolo clínico
2) Renato Maiato Caminha (InTCC) – O modelo TRI de regulação emocional
3) Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams (UFSCAR) – O que o psicoterapeuta
precisaria saber sobre violência intrafamiliar
4) Márcia H. S. Melo Bertolla (USP) – Intervenções preventivas voltadas para pais
de crianças e adolescentes
15:30 – 16:30 - Sessão de Painéis e Lançamento de Livros
Sessão de Painéis
Debatedores:
Aline Henriques Reis- PR
Priscila de Camargo Palma - SP
Priscila G. Brust-Renck – RS
Ricardo Padovani – SP
Wilson Vieira Melo - RS
Expositores:
1) AS ESCALAS DE MINDFULNESS AVALIAM O MESMO CONSTRUTO?
Alessandra de Fátima Almeida Assumpção (Universidade Federal de Minas
Gerais); Marina Rezende Oliveira (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção
9
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln
Leôni Martins Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
MG).
2) CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DO
MODELO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS LIGADOS AO ESTILO DE
VIDA NO TRATAMENTO DO DIABETES. Alessandra de Fátima Almeida
Assumpção(Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG);
Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins
Teodoro(Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG).
3) DEPRESSÃO MATERNA, RECURSOS E ADVERSIDADES DO AMBIENTE
FAMILIAR: ASSOCIAÇÕES COM O COMPORTAMENTO DE ESCOLARES. Ana
Karina Braguim Martineli; Fernanda Aguiar Pizeta e Sonia Regina Loureiro
(Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de
São Paulo).
4) ASSOCIAÇÃO ENTRE HABILIDADES SOCIAIS E DESEMPENHO ACADÊMICO
EM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS QUE FREQUENTAM O ENSINO REGULAR.
Ana Luiza Lemes Pinto e Luciana Carla dos Santos Elias (Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo).
5) PERFECCIONISMO COMO MEDIADOR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz
Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
6) ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE PROCRASTINAÇÃO E PERFECCIONISMO A
PARTIR DA ÓTICA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Anelisa Vaz
de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
7) A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CLÍNICA NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Chaielen M. B. Martinez; Larissa Ap.
Alexandrino de Azevedo; Giovanna Zacarini Ambrósio Stelin; Christian
Guilherme Capobianco dos Santos; Maria Clara Jacinto; Reinaldo Rodrigo de
Oliveira e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (IPC Instituto de Psicoterapia
Cognitivo-comportamental, Araçatuba, SP).
8) INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS APLICADAS EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
DISPONÍVEIS NO IDIOMA PORTUGUÊS. Cirlei Carla Gurgel do Amaral; Márcia
dos Anjos; Lilian Zolet e Ruy Bueno (Uniamerica, Foz do Iguaçu, PR).
10
9) TCCG PARA TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL.
Cristina Santana Cruz; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld
(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP).
10)
OBSERVAÇÃO
DE
UM
GRUPO
DE
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL VOLTADO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR. Cristina
Santana Cruz; Luíza Almeida Amoroso; Gabriela Affonso; Carmem Beatriz
Neufeld; Carlos Bueno Júnior e Rosane Pilot Pessa (Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
11) CONSTITUIÇÃO FAMILIAR E QUEIXA DE COMPORTAMENTO EM
CRIANÇAS ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA. Franciele do Vale Geraldi;
Amanda Dourado; Dayanne Emiliano Pigossi, Franciane Carla de Almeida e
Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (Curso de Psicologia, Instituto de Ciências
Humanas, UNIP- Universidade Paulista. Campus Araçatuba).
12) RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE HABILIDADES PARA
A VIDA EM GRUPO DE CRIANÇAS. Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem
Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
13) TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO
DISRUPTIVO. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo e Renata Ferrarez
Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP).
14) O QUESTIONÁRIO DE ESQUEMAS PARA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE
VALIDAÇÃO SEMÂNTICA ATRAVÉS DE PROVA DE JUÍZES. Ivana de Cássia
Ribeiro Rosa Camilo; Renata Ferrarez Fernandes Lopes e Maria Clara Ferrarez
Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP).
15) PERCEPÇÃO DE SAÚDE E SATISFAÇÃO DE VIDA EM ADOLESCENTES DE
13 ANOS: DADOS PRELIMINARES. Juliana Maltoni Nogueira e Carmem
Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
16) PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM TERAPIA COGNITIVA NA SAÚDE:
ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS. Laudelino Henrique de Oliveira
Vicente e Karen P. del Rio Szupszynski (Universidade Federal da Grande
Dourados, Dourados, MS).
17) HABILIDADES SOCIAIS EDUCATIVAS PARENTAIS: REVISÃO DA
LITERATURA NACIONAL. Lívia Lira de Lima Guerra e Bruno Luiz Avelino
Cardoso (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP).
11
18) CRENÇA SOBRE O SENTIDO DA VIDA: RELATOS DE ADOLESCENTES.
Lívia Lira de Lima Guerra (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
SP).
19) USO DE BENZODIAZEPÍNICO COMO BUSCA DE SEGURANÇA:
SUPERANDO UM CICLO DE MANUTENÇÃO COM A TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Aline Gerbasi Balestra;
Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia
Cognitiva Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP).
20) A IMPORTÂNCIA DAS INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DO
TRANSTORNO DE PÂNICO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL.
Maria Claudia Rodrigues; Glauce Andreotti Mazo; Cássia Cristina da Silva
Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto - SP).
21) A TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO
DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE DA DOENÇA. Maria Fabrícia Queiroga da
Costa (Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE, João Pessoa, PB).
22) TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA ABORDAGEM COGNITIVOCOMPORTAMENTAL
EM
UM
CASO
DE
DEPRESSÃO
E
EXTRACONJUGALIDADE. Mariana Fortuna Donadon; Sabrina Kerr Bullamah
Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti
(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto
- SP).
23) INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DE ESQUIVA: UM ESTUDO
DE CASO. Mariana Fortuna Donadon; Laís Ferrarez; Sabrina Kerr Bullamah
Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti
(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto
- SP).
24) SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA NO CONTEXTO PRISIONAL FEMININO:
UMA ANÁLISE COGNITIVA. Odineuza Castro Cavalcante; Maria Renata
Florêncio de Azevedo; Rebeca Cruz Montenegro Pires e Regina Lígia W. de
Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB).
25) AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES ATENTIVAS E FLEXIBILIDADE MENTAL EM
DEPENDENTES QUÍMICOS. Polyana Alvarenga Matumoto e Joaquim Carlos
Rossini (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG).
26) TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Polyana Alvarenga Matumoto e
Dárcio Tadeu Lisboa Oliveira (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
MG).
12
27) DEPENDÊNCIA À INTERNET E DEPRESSÃO: UMA INTERCESSÃO REAL,
NÃO VIRTUAL. Rebeca Cruz Montenegro Pires; Lígia Caroline Lucena da Silva;
Odineuza Castro Cavalcante e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio
de Nassau, João Pessoa, PB).
28) IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO NA PREVENÇÃO DE RECAÍDA NA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Rita de Cassia de Oliveira Cano;
Mariana Fortuna Donadon; Aline Gerbasi; Adriana Montewka; Sabrina Kerr
Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida
Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP,
Ribeirão Preto - SP).
29) ALIANÇA TERAPÊUTICA EM UM CASO ATENDIDO NA ABORDAGEM
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Thalita Roque Martins; Mariana Fortuna
Donadon; Tatiana de Abreu Braga Soares; Juliana Brasileiro; Sabrina Kerr
Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida
Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP,
Ribeirão Preto - SP).
30) RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE PSICOLOGIA EM
OPERADORA DE SAÚDE. Thaysa Castro Molina; Fernanda do Nascimento
Pessatto Quessada; Letícia Carla Appendino; Andreia Mara Angelo Gonçalves
Luiz; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde).
31) GRUPO EM SALA DE ESPERA: PROPOSTA PSICOEDUCATIVA. Thaysa
Castro Molina e Tatiane Fernanda Trevizan de Morais (Faculdade de Medicina
de São José do Rio Preto – FAMERP, Ribeirão Preto - SP).
16:30 – 18:30 – Simpósio 3
Título: Tópicos Especiais em TCC
Coordenadora: Anelisa Vaz Carvalho
Convidados:
1) Eliane Mary de Oliveira Falcone (UERJ) - As duas faces do altruísmo:
Implicações para a clínica e a saúde
2) Renata Brasil Araújo (Cognitá) – Dependência tecnológica e terapia
cognitivo-comportamental
3) Ricardo da Costa Padovani (UNIFESP)–Psicologia do esporte e terapia
cognitivo-comportamental
4) Renata Ferrarez Fernandes Lopes (UFU)–Contribuições da escola alemã para
o modelo teórico, terapia infantil e orientação de pais da terapia cognitiva
focada em esquemas
18:30 – 19:30 – Sessão especial
Título: Discussão de caso clínico
Coordenadora: Aline Henriques Reis
Convidados:
1) Ricardo Wainer (PUCRS) – Visão do caso no enfoque da Terapia de esquemas.
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2) Wilson Melo (ITP – RS) – Visão do caso no enfoque da Terapia Comportamental
Dialética
Caso:
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE. Caroline da Cruz PavanCândido e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
20:00 – Confraternização por adesão
SEXTA-FEIRA – 03/06/2016
Local: Campus da USP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão
Preto
07:30 – 08:30 – Credenciamento
08:00 – 10:00 – Comunicações orais
Coordenador: Priscila Brust-Renck
Convidados:
1) Flávia Andressa Farnocchi Marucci; Sonia Regina Loureiro (FMRP) Depressão materna, cognições negativas e o impacto para crianças e
adolescentes: uma revisão sistemática
2) Karina Pereira – Lima; Sonia Regina Loureiro (FMRP) – Saúde mental de
residentes médicos: associações com habilidades sociais, personalidade e
características organizacionais
3) Gabriela Salim Xavier; Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP) – Adaptação
transcultural de um programa de promoção da autoestima e imagem corporal
positiva.
4) Priscila de Camargo Palma; Carmem Beatriz Neufeld, Cristina Santana Cruz
(FFCLRP) – Avaliação do efeito de uma intervenção em grupo para transtorno de
ansiedade social.
5) Veruska Andréa dos Santos, Antonio Egidio Nardi, Anna Lucia Spear King
(UFRJ) – Tratamento de transtorno de ansiedade e dependência de internet.
6) Daniela Schneider Bakos; Alex Eduardo Gallo; Ricardo Wainer (UEL/ PUCRS) – Pesquisas de efetividade clínica na Terapia de Esquemas: Considerações
quanto ao status quo e perspectivas futuras.
10:00 – 10:30 – Coffee Break
10:30 – 12:30 – Simpósios 4
Título: Processo Terapêutico em TCC e TAC
Coordenadora: Caroline da Cruz Pavan-Cândido
Convidados:
1) Roberto Alves Banaco (ABPMC) –Processos terapêutico em terapia analíticocomportamental.
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2) Mariangela Gentil Savoia (USP) – Terapia de aceitação e compromisso.
3) Valquiria Aparecida Cintra Tricoli (Faculdades Atibaia) - Processo terapêutico
em terapia racional emotiva comportamental (TREC)
4) Aline Henriques Reis (UFMS)- Terapia focada na compaixão e modo pais
disfuncionais da terapia do esquema – Uma proposta de intersecção.
12:30 – 13:30 – Intervalo para Almoço
13:30 – 15:30 – Simpósio 5
Título: TCC e Saúde
Coordenador: Ricardo Costa Padovani (UNIFESP – Santos)
Convidados:
1) Ricardo Gorayeb (FMRP-USP) – Cardiologia comportamental
2) Marilda Emmanuel Novaes Lipp (PUCCAMP) – O treino cognitivo de controle
da raiva e seus efeitos na reatividade cardiovascular em momentos de stress
interpessoal
3) Maria Cristina O. S. Miyazaki (FAMERP) –Cuidando dos cuidadores de
pacientes com doenças crônicas.
4) Neide Micelli Domingos (FAMERP)- O cuidado com o profissional de saúde
15:30 – 16:30 – Sessão de Painéis e Lançamento de Livros
Sessão de Painéis
Debatedores:
Aline Henriques Reis- PR
Priscila de Camargo Palma - SP
Priscila G. Brust-Renck - RS
Ricardo Padovani – SP
Wilson Vieira Melo - RS
32) PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS E COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS
QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Aline Politi (Departamento
de Psicologia da FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, SP); Ana Paula C. Silva e Sonia
Regina Loureiro (Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento
da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP)
33)
TREINO
DE
ASSERTIVIDADE
NA
TERAPIA
COGNITIVA
COMPORTAMENTAL. Anielle Batista de Sousa; Mariana Fortuna Donadon;
Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva
Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto – SP).
34) APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PROBLEM BASED
LEARNING - PBL): UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DISCENTE. Bianca de
Aguiar Campanini; Igor de Andrade Albano Lopes; Fabiana Maris VersutiStoque (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
15
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de
Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, SP).
35) HABILIDADES SOCIAIS CONJUGAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
NACIONAL. Bruno Luiz Avelino Cardoso; Lívia Lira de Lima Guerra e Zilda
Aparecida Pereira Del Prette (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
SP).
36) EFETIVIDADE DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ASSOCIADA
A ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO TRATAMENTO DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL:
UMA REVISÃO DE LITERATURA. Carolina de Toledo Piza Kleiner e Adriana
Marcassa Tucci (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
37) PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADA EM MINDFULNESS PARA
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTANCIAS PSICOATIVAS. Clarice Mottola de
Oliveira Oppermann (Instituto WP).
38) ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO COM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM OPERADORA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Thaysa Castro Molina; Andreia
Mara Angelo Gonçalves Luiz; Letícia Carla Appendino; Fernando Macedo
Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde- HB Saúde).
39) AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM GRUPO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR COM GRUPOS
DE COMPARAÇÃO. Gabriela Affonso e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de
Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, SP).
40) TERAPIA COGNITIVA NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: UMA ANÁLISE
DA PRODUÇÃO NACIONAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS. Gabriela Lellis Pizzi;
Dieine Fernanda Silva e Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão
de Mauá - Ribeirão Preto – SP).
41) ROMPENDO O SILÊNCIO...MUITO MAIS QUE DORES FÍSICAS:
ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO EM VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E
FIBROMIALGIA. Gilson de Assis Pinheiro; Rosangela das Dores Gomes e
Daniela Soares de Loiola Araujo (CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB, Brasília, DF).
42) CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE
REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM RELAÇÃO A DEPRESSÃO, ANSIEDADE E
DESESPERANÇA. Isabela Lamante Scotton e Carmem Beatriz Neufeld
(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP).
16
43) MINHA VIDA EM UM LIVRO. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC,
Manaus, AM).
44) INSTRUMENTOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS ADAPTADAS COM
ADOLESCENTE. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM) e
Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
45) ATENDIMENTO EM UM CENTRO DE APOIO PSICOLÓGICO E
EDUCACIONAL A UNIVERSITÁRIOS À LUZ DA PSICÓLOGA COGNITIVO
COMPORTAMENTAL. Karolina Murakami (Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão Preto, SP).
46) INTERVENÇÕES EM GRUPO COM CRIANÇAS ESCOLARES COM
SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE A PARTIR DA VIVENCIA DE MINDFULNESS E
ARTETERAPIA. Layana Fernanda Gimenes da Silva e Liziane Leite (Faculdade
Pitágoras, Londrina PR).
47) A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR PROTETOR EM UM CASO DE
ANSIEDADE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Lilian C. Prado
Jacintho Mendonça Ribeiro (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda,
Ribeirão Preto - SP).
48) A PENITENCIÁRIA COMO VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: RELATO DE
EXPERIÊNCIA. Mariana Aparecida Teixeira Andrade; Keleen Cristina Conte
Novaes e Liziane Souza Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR).
49) EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÃO BÁSICAS EM BEBÊS: CRIAÇÃO DE
UM SET DE ESTÍMULOS. Mariana Fortuna Donadon; Flávia de Lima Osório
(Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP).
50) ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA: COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO TRADICIONAL EM
TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL CLÁSSICA E EM TERAPIA DO
ESQUEMA. Marília Consolini Teodoro e Renata Ferrarez Fernandes Lopes
(Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG).
51) ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE INTERVENÇÕES
COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS EM GRUPO PARA FILHOS DO DIVÓRCIO.
Mayron Pereira Picolo Ribeiro (Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR);
Liziane Leite (Psicologia, Faculdade Pitágoras de Londrina, Londrina, PR).
52) PADRÕES ORGANIZACIONAIS FAMILIARES DE CRIANÇAS QUE
CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Marina Delduca Cilino e Sonia
17
Regina Loureiro (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto USP RP, Ribeirão Preto, SP).
53) INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA. Maytê Mayara Amorim
Mussato; Ricardo da Costa Padovani; Túllio Pieroni Toledo e Nara Rejane Cruz
de Oliveira. (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
54) MECANISMOS FUNCIONAIS SUBJACENTES AOS EFEITOS DAS IBM
(INTERVENÇÕES BASEADAS EM MINDFULNESS) E DAS TCBM (TERAPIA
COGNITIVAS BASEADAS E MINDFULNESS). Nazaré de Oliveira Almeida;
Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa
e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
55) INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE ESCOLARES AVALIADOS POR
MÃES E PROFESSORES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos
e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP,
Ribeirão Preto, SP).
56) ASSOCIAÇÕES ENTRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DE
MÃES E ESCOLARES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e
Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão
Preto, SP).
57)
ATENDIMENTO
PSICOTERÁPICO
EM
ENFOQUE
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL: CARACTERÍSTICAS DA CLIENTELA ATENDIDA EM UM
NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA A UNIVERSITÁRIOS. Regina de Cassia Rondina
(Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Filosofia
e Ciências - Campus de Marília, SP).
58) PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES NO PRÉOPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA. Sabrina Fernandes Liberatore
(Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP).
59)
PROGRAMA
COMVIDA:
DESENVOLVENDO
HABILIDADES
DE
CONVIVÊNCIA ENTRE ADOLESCENTES. Shirley de Souza Silva Simeão e
Ludmila Xavier Rodrigues (Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB).
60) CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ADULTA E DOS ATENDIMENTOS
CLÍNICOS REALIZADOS PELO LABORATÓRIO DE PESQUISA E INTERVENÇÃO
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (LAPICC-USP). Suzana Peron e Carmem
Beatriz Neufeld. (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
61) CARACTERIZAÇÃO DAS DEMANDAS DE TERAPIA INDIVIDUAL INFANTIL E
ADOLESCENTE DO LAPICC-USP. Thaís Barbosa Benedetti e Carmem Beatriz
18
Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
62) AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA E
SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E MEDICINA. Túllio
Pieroni Toledo; Nara Rejane Cruz de Oliveira e Ricardo da Costa Padovani
(Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
16:30 – 18:30 – Sessão especial – “TCC: Ciência & Arte”
Coordenadora: Melanie Ogliari Pereira
Convidados:
1) Irismar Reis de Oliveira (UFBA) e Melanie Ogliari Pereira (UFBA) – A arte de
ensinar e aprender TCC com Arte
2) Crônicas vendedoras do I Premio LaPICC-USP de Crônicas:
Aline Sardinha (RJ);
Eliane Mary de Oliveira Falcone (UERJ);
Renata Martins (MG).
18:30 – 19:00 – Encerramento e Premiação das Comunicações orais e
Painéis
Coordenadora: Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP).
19
WORKSHOP INTERNACIONAL
RESUMOS
TRATAMENTOS TRANSDIAGNÓSTICOS PARA A ANSIEDADE E DISTÚRBIOS
RELACIONADOS. Martin Antony (Departamento de Psicologia da Ryerson
University, Canada).
Generally, treatment approaches for anxiety-based problems tend to emphasize
the use of unique treatment protocols for each major disorder, even though most
people with anxiety problems have more than one disorder, and the treatment
strategies that are best supported tend to be similar across disorders. This
workshop focuses on strategies for treating anxiety-related problems, regardless
of the specific diagnosis. Participants will learn about: (1) recently developed
individual and group transdiagnostic treatments for anxiety and related
disorders; (2) the latest research on transdiagnostic treatments; (3) case
formulation from a transdiagnostic perspective; (4) behavioural strategies; (5)
cognitive strategies; (6) acceptance and mindfulness-based approaches; and (7)
strategies for enhancing motivation and compliance.
Strategies will be
illustrated with video-recorded vignettes.
CONFERÊNCIAS
Conferência 1
TCC para perfeccionismo. Martin Antony (Departamento de Psicologia da
Ryerson University, Canada).
Perfectionism is a tendency to hold standards for oneself or others that are
unreasonably high and overly rigid. It is associated with a wide range of
psychological disorders including obsessive-compulsive personality disorder,
obsessive-compulsive disorder, social phobia, generalized anxiety disorder
depression, eating disorders, and pathological anger. This presentation will
provide an overview of pathological perfectionism, and will review evidence-based
strategies for assessing and treating this problem, with an emphasis on cognitive
strategies, exposure-based strategies, and acceptance-based strategies
SIMPÓSIOS
Simpósio 1: Evidências em TCC
DADOS DE EVIDÊNCIAS DO USO DE MINDFULNESS NO CONTEXTO DA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Bernard Rangé. Programa de Pósgraduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ.
Desde os anos 70 que começaram a surgir artigos sobre mindfulness na
literatura científica (Kabat-Zinn, 1970). O crescimento exponencial de cerca de
30 artigos nos anos 80 até os atuais 600 artigos nos útimos cinco anos
demonstra um interesse crescente na area. Não apenas houve um crescimento
específico neste tema, mas diversas intervenções passaram a também utilizar
20
estratégias de meditação, yoga e outras técnicas comtemplativas como a terapia
comportamental dialética de Marsha Linhehan (1993), a terapia de aceitação e
compromisso de Steven Hayes (Hayes, Strosahl & Wilson (1999) que usam a
aceitação como um aspect essencial dessas intervenções. De forma mais
consistente, as estratégias de mindfunness tem sido usadas para manejo de
dores crônicas (Kabat-Zinn, 1970); para redução de estresse e de estados de
ansiedade, como no transtorno de pânico, no transtorno de ansiedade
generalizada (Rangé, 1991; 2008); no manejo de depressão recorrente (Segal,
Williams & Teasdale, 2002); no manejo de comportamentos aditivos (Bowen,
Chawla & Marlatt, 2015); no manejo do transtorno déficit de atenção e
hiperatividade; no manejo de binge-eating nos transtornos alimentares; no jogo
patológico; em disfunções sexuais; em psoríase; problemas médicos como
doença coronariana, câncer e diabetes .
[email protected]
COMO PESQUISA BÁSICA PODE AJUDAR A PSICOTERAPIA: UMA REVISÃO
SOBRE PESQUISA TRANSLACIONAL. Priscila Goergen Brust-Renck. PósDoutoranda CAPES no Programa de Pós-Graduação em Direito da UniRitter;
pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Bioética e Ética na Ciência do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Palavras-chave: Pesquisa Translacional, Terapia Cognitivo-Comportamental,
Processos Psicológicos Básicos.
A pesquisa translacional em psicologia é aquela que se utiliza do conhecimento
sobre processos psicológicos básicos para aprimorar diagnóstico, prevenção, e
tratamento de transtornos mentais. Os processos psicológicos básicos são
aqueles envolvidos em atividades diárias, tais como pensamento, raciocínio,
memória, e atenção. Tais processos se desenvolvem na interação do ser humano
com o ambiente de forma pessoal e subjetiva. Pesquisas atuais destacam a
importância desses processos na compreensão do ser humano como um todo,
inclusive quando o comportamento é disfuncional. É nesse contexto que a
pesquisa translacional pode contribuir para a psicoterapia, uma vez que esse
tipo de pesquisa é responsável pela tradução do conhecimento de áreas básicas
para áreas aplicadas, tais como a Terapia Cognitivo-Comportamental. Portanto,
o presente trabalho visa apresentar os benefícios da Pesquisa Translacional para
a Terapia Cognitivo-Comportamental. O objetivo é fornecer embasamento teórico
para novas discussões e pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental
utilizando o método da pesquisa translacional. Para isso, será apresentada uma
revisão da literatura sobre os métodos de pesquisa mais utilizados em Pesquisa
Translacional e atuais aplicações para Terapia Cognitivo-Comportamental.
Apesar de grande incentivo do National Institute of Mental Health (NIMH) dos
Estados Unidos em 2000 para produção de conhecimento sobre tratamentos
psicoterápicos inovadores partindo de pesquisa básica, ainda são poucas as
publicações desde então: menos de 50 publicações foram encontradas com os
descritores “pesquisa translacional” e “psicoterapia”, e menos de 30 quando o
segundo descritor foi substituído por “terapia cognitivo-comportamental” na
base de dados Web of Science. Dentre estes artigos, a maioria tem seu foco em
aplicações da pesquisa básica biológica (advinda da fisiologia ou neurociência)
21
para psicoterapia e poucas seguem a recomendação do NIMH de utilização de
conhecimento de ciências comportamentais e sociais para inovação. Não há
dúvida de que a pesquisa translacional tem uma longa tradição em
neurofisiologia, com aplicações importantes para psicoterapia. No entanto,
pesquisas advindas da psicologia básica são escassas, apesar de apresentarem
uma abordagem promissora para aplicação da pesquisa de laboratório para a
prática psicoterápica. Através de uma exposição dos principais métodos e
resultados de pesquisa translacional, espera-se incentivar a utilização dessa
abordagem para novas pesquisas visando o desenvolvimento de técnicas de
diagnóstico ou tratamento de doenças mentais
[email protected]
BASES NEUROBIOLÓGICAS E TRATAMENTO COMBINADO EM TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Neri Maurício Piccoloto - Professor de pósgraduação do Instituto WP.
Há décadas psicólogos e psiquiatras vivenciam questionamentos sobre a eficácia
terapêutica da psicoterapia e da farmacoterapia associadas no tratamento de
transtornos mentais. Ao longo do tempo essas divergências dificultaram uma
compreensão e tratamento mais abrangentes para diversas patologias. Os
avanços de cada modalidade terapêutica embasados em pesquisas, entretanto,
favoreceram uma maior aceitação dos potenciais benefícios da combinação das
abordagens e o interesse dos profissionais pelo conhecimento do tema. As
medicações psiquiátricas tem aumentado seu nível de tolerabilidade e eficácia
com o surgimento de novas classes e princípios ativos. Da mesma forma, as
psicoterapias
tem
desenvolvido
modelos
explicativos
e
técnicas
progressivamente mais abrangentes e eficazes. A interface com as neurociências
tem igualmente contribuído para a integração entre as psicoterapias e a
farmacoterapia, por meio de novas técnicas de neuroimagem que permitem um
maior conhecimento da fisiologia cerebral, bem como uma maior capacidade de
identificação de efeitos diretos de ambos os tratamentos sobre essa fisiologia. A
etiologia multifatorial dos transtornos mentais é outro aspecto que ratifica a
abordagem combinada, tendo em vista o aumento da amplitude do tratamento
diante de fatores biológicos, psicológicos, familiares, interpessoais e culturais
que podem contribuir para a gênese de uma patologia. As psicoterapias
cognitivo-comportamentais tiveram um papel crucial nessa interação, visto que
seus modelos explicativos integram aspectos biológicos na etiologia e tratamento
dos transtornos mentais. As possíveis vantagens do tratamento combinado
foram avaliadas ao longo dos anos e efeitos de interação positiva e negativa foram
descritos. Por meio de uma revisão dos dados mais atuais e confiáveis da
literatura, os objetivos da apresentação incluem a compreensão dos
fundamentos do tratamento farmacológico associado à prática psicoterápica, a
identificação dos efeitos interativos do tratamento combinado, o reconhecimento
dos mecanismos de ação propostos para essa interação e a abordagem de fatores
de não adesão e das principais distorções cognitivas subjacentes. Há um vasto
espaço para pesquisas futuras em torno do tratamento combinado, tendo em
vista a sua larga utilização na prática clínica e o grande número de variáveis
envolvidas no resultado dessa interação.
[email protected]
22
EVIDÊNCIAS
EM
PSICOTERAPIA
E
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Tamara Melnik - Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp – SP)
Palavras-chave: Psicologia Baseada em Evidências; Revisões Sistemáticas; TCC
Introdução: A terapia cognitiva comportamental (TCC) é baseada na suposição
de que a forma como percebemos situações influencia o modo como nos
sentimos emocionalmente e como agimos em situações diferentes. A TCC ajuda
as pessoas a identificar seus pensamentos disfuncionais e avaliar quão
realista esses pensamentos são na sua vida. O foco está em aprender a mudar
“pensamentos distorcidos”. A ênfase está na resolução de problemas e iniciar a
mudança comportamental. Objetivos: Avaliar as Revisões Sistemáticas da
Cochrane (RSs) que incluiram ensaios clinicos randomizados que avaliaram
a eficácia da TCC na prevenção e tratamento de transtornos mentais, em
termos de suas recomendações para a prática clínica e pesquisa na TCC.
Métodos:
Estudo transversal de revisões sistemáticas publicadas na
Biblioteca Cochrane. Foram avaliadas todas os revisões sistemáticas
concluídas publicados sobre a eficácia e efetividade da TCC na prevenção
e tratamento dos transtornos mentais. Resultados: Foram analisados 84
SRs concluídas. Destas, 44 (52,4%) concluíram que as intervenções
estudadas tinham provas de eficácia e todas eles recomendam
estudos adicionais. Além disso, duas RSs concluiram que as intervenções
não foram úteis, uma das quais não recomendam mais estudos e uma RS
recomenda estudos adicionais. No total, 38 das RSs informaram que as
conclusões não apoiam qualquer benefício ou dano, duas não recomendam
novos estudos e 36 recomendam estudos adicionais. Portanto, 81 do total
de 84 SRs concluídas recomendam mais pesquisas. Conclusões: Quarenta e
quatro Cochrane SRs que investigaram a eficácia da TCC para prevenção e
tratamento de transtornos mentais concluíram que as intervenções estudadas
sugerem eficácia no tratamento e prevenção dos transtornos mentais e todas
RSs recomendam pesquisas adicionais. Trinta e oito RSs informaram que as
evidências de eficácia sao inconclusivas, ou seja, não apoiam qualquer
benefício ou dano. Com base nestes resultados recomendamos a elaboração de
estudos primários de alta qualidade na TCC em colaboração ativa com
Sociedades Nacionais e Internacionais de TCC e a Academia. Esta colaboração
representará um importante componente para o avanço da pesquisa na
Psicologia e na disseminação da Psicologia Baseada em Evidências.
[email protected]
Simpósio 2: TCC, INFÂNCIA E FAMÍLIA
TERAPIA DE RECICLAGEM INFANTIL (TRI) – PROTOCOLO CLÍNICO. Marina
Gusmão Caminha. Instituto da Família de Porto Alegre (InTCC).
Palavras-chave: protocolo, infância, ansiedade
23
A partir da utilização de três ferramentas básicas, o Baralho das Emoções (2007),
o Baralho dos Pensamentos (2011) e o Baralho dos Comportamentos (2012), os
autores Caminha e Caminha desenvolveram o protocolo clínico TRI, um
acrônimo que significa primeiramente Terapia de Reciclagem Infantil. Num
segundo momento o acrônimo sugere as etapas de tratamento, sendo elas: TTrabalhe suas emoções; R-Recicle seus Pensamentos e I – Inove seus
comportamentos. O primeiro passo da T.R.I. consiste no uso do Baralho das
Emoções que é um instrumento responsável pela regulação emocional, incluindo
etapas como avaliar a criança a partir da sua capacidade de reconhecer, ativar,
evocar, quantificar, discriminar, validar e adequar o uso das emoções. Além
disso, nessa etapa, busca-se desenvolver conceitos como empatia e resiliência.
O Baralho dos Pensamentos também é capaz de ajudar no diagnóstico, bem
como acompanhar através de monitoramentos e registros de pensamentos o
funcionamento e a evolução do processo de terapia infantil. O Baralho dos
Pensamentos, por sua vez, trabalha através das crenças intermediárias a
reciclagem dos pensamentos infantis transformando pensamentos que não
ajudam em pensamentos que ajudam utilizando uma série de técnicas como a
máquina da reciclagem a máquina da difusão e os cartões de enfrentamento SOS
(acrônimo de Saque seu cartão, Olhe seu cartão e Siga o seu cartão). A terceira
parte da T.R.I. consiste no Baralho dos Comportamentos que objetiva organizar
algoritmos de comportamentos capazes de transformar comportamentos que não
ajudam em comportamentos que ajudam, finalizando desta forma o modelo
cognitivo que envolve os três pilares Emoção, Pensamento e Comportamento. No
Baralho dos Comportamentos são introduzidos conceitos como o bem estar e o
efeito bumerangue dos comportamentos, cabendo ao terapeuta trabalhar com a
criança e seus familiares os diagramas de modificação e implantação de novos
comportamentos. Entre o uso dos três baralhos são utilizados uma série de
instrumentos complementares e psicoeducativos que fazem parte dos elementos
complementares do modelo T.R.I., como alguns livros psicoeducativos que
também serão citados. O protocolo, utilizado para trabalhar sintomatologia
ansiosa e depressiva em crianças, é apresentado em 20 sessões. Segundo Viana
(2015), crianças com TAG e Ansiedade de Separação são as maiores beneficiadas
com o TRI. Os resultados de sua pesquisa apontam para 70% dos casos com
remissão total dos sintomas. O presente trabalho pretende apresentar as bases
teóricas do TRI, bem como os principais tópicos do trabalho clínico protocolar.
[email protected]
O MODELO TRI DE REGULAÇÃO EMOCIONAL. Renato Maiato Caminha.
Instituto da Família de Porto Alegre (InTCC).
Palavras-chave: regulação emocional, resiliência, empatia.
As terapias cognitivas têm avançado significativamente na expansão de seu
modelo teórico explicativo e explanatório. Um dos tópicos significativos do
momento envolve o despertar da importância da regulação emocional dentro da
clínica psicoterápica. Nos últimos tempos inúmeros trabalhos tem surgido nesta
direção. Todavia, a maioria dos trabalhos de regulação emocional surgidos
recentemente nas TCCs envolvem dois tópicos significativos e limitados em se
24
tratando de regulação emocional num sentido mais amplo. O foco restringe-se
apenas a aceitação e validação das emoções. O modelo TRI desenvolvido por
Caminha e Caminha (2014) de regulação emocional, desenvolvido a partir da
biologia das emoções, com exercícios exclusivos e específicos de regulação
emocional, possui 12 passos sequenciais na aplicação clínica da regulação
emocional. O objetivo deste modelo é o desenvolvimento das funções básicas e
inatas derivadas do processamento emocional, qual seja: empatia, altruísmo,
compaixão e cooperação. Todas elas profundamente arraigadas ao conceito de
resiliência. Atualmente a TRI utiliza deste modelo de regulação emocional tanto
na sua modalidade clínica quanto na sua modalidade preventiva, aplicada
individualmente e em grupos, desde a população clínica à população universal.
Conforme os resultados científicos recentes da eficácia da TRI clínica e
preventiva, as principais alterações na estrutura psicopatológica apresentada
pelas crianças ocorre durante as sessões de regulação emocional. Passadas as
sessões de regulação emocional um índice elevado de pacientes com transtornos
de ansiedade, na ordem de 70% (Viana, 2015) deixam de apresentar
manifestações clínicas. Assim sendo é de suprema importância um modelo
eficiente e abrangente de regulação emocional nas psicoterapias cognitivas,
ampliando o modelo apenas focada no racionalismo tradicional.
[email protected]
O QUE O PSICOTERAPEUTA PRECISARIA SABER SOBRE VIOLÊNCIA
INTRAFAMILIAR. Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams. niversidade
Federal de São Carlos, Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência)
Palavras-chave: Violência na família, violência sexual, violência física, violência
psicológica, negligência, maus-tratos.
Essa apresentação pretende resumir e sistematizar o conhecimento do Laprev
(Laboratório de Análise e Prevenção da violência), do Departamento de Psicologia
da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar,) ao longo de 17 anos, sobre
violência intrafamiliar, apontando conhecimentos importantes para o
profissional que atua em prática clínica.
Serão apresentados dados do
atendimento a mulheres com histórico de Violência por Parceiros Íntimos,
analisando os objetivos necessários para a intervenção clínica com tal clientela,
exemplos de intervenções cognitivo-comportamentais exitosas, medidas de
avaliação recomendáveis, ressaltando a lacuna na literatura em geral de
intervenções baseadas em evidências e fornecendo exemplos concretos com
estudos de caso. Em seguida a intervenção com agressores conjugais será
abordada, chamando atenção ao fato de que não há apenas um só perfil para o
homem que agride sua parceira. Dados a respeito de crianças expostas à
violência do pai contra a mãe serão apresentados em sequência, com exemplos
de intervenções bem sucedidas com tais crianças. A apresentação retoma a
definição de violência (e suas modalidades) proposta pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), resumindo o impacto da violência sexual para o
desenvolvimento humano e a dificuldade que tal fenômeno apresenta para sua
comprovação no Sistema Judiciário. Em seguida, serão apresentados exemplos
de como a negligência e a violência física na infância e adolescência podem estar
25
associadas a sérios comprometimentos e sequelas, finalizando com uma
discussão do que a violência psicológica engloba e o quanto o seu impacto é
minimizado por profissionais e leigos, com exemplos advindos de mulheres em
situação de violência e de escolares. A apresentação se encerra com a
argumentação da importância em se intervir com famílias para a prevenção da
violência e exemplos de programas parentais de prevenção universal como o
Programa ACT para Educar Crianças em Ambientes Seguros, da Associação
Americana de Psicologia (APA) e programas de prevenção secundária e terciária
como o Projeto Parceria desenvolvido pelo Laprev para ensinar a maternagem
apropriada a mães com histórico de violência e pais que praticam o castigo
corporal.
[email protected]
INTERVENÇÕES PREVENTIVAS VOLTADAS PARA PAIS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES. Márcia H. S. Melo. Departamento de Psicologia Clínica Universidade de São Paulo, SP.
Palavras-chave: pais, intervenções preventivas.
Nos últimos 50 anos, muitas intervenções com padrões de evidência criteriosos
têm sido desenvolvidas no intuito de ajudar os pais a diminuir interações
coercivas e, por conseguinte estabelecer relacionamentos saudáveis com seus
filhos. O Centro para o Estudo e a Prevenção da Violência, na Universidade do
Colorado desenvolve um projeto de pesquisa (Blueprints for Healthy Youth
Development) cujo objetivo é identificar intervenções com altos padrões
científicos de eficácia destinadas a crianças e adolescentes, envolvendo a família,
a escola e a comunidade. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever
programas baseados em evidência, avaliados pelo Blueprints for Healthy Youth
Developmen, voltados para pais. Foram selecionados 25 programas a partir de
consulta ao banco de intervenções do blueprints, digitando o termo parents na
caixa de busca. Estabeleceu-se como critério de inclusão que a intervenção
tivesse como alvo somente os pais ou em associação aos filhos, colegas ou
professores. Foram excluídos os programas em que a participação dos pais se
limitava a ser respondentes de instrumentos de avaliação e a receber
informações sobre o programa que estava sendo implementado. Foram
localizados inicialmente 46 programas. Após a leitura dos resumos foram
aplicados os critérios de exclusão e de inclusão, e o número de intervenções
reduziu para 25. A maioria dos programas (n=17) está incluída na categoria
promising programs pois já possuem boas evidências de efetividade, com
disponibilidade para a disseminação em larga escala, possuindo a capacidade
organizacional necessária para implementação com fidelidade junto às
comunidades e às instituições públicas. Observa-se preocupação em delinear
programas nos três níveis de prevenção (universal, seletiva e indicada), com
impacto mais frequentemente esperado na delinquência, violência, vitimização,
abuso de álcool e drogas ilícitas, comportamento sexual de risco, desempenho
acadêmico. Para tanto, o trabalho com os pais tem se dado com base no treino
de pais e na terapia familiar. Pais de crianças e de adolescentes até 14 anos são
os alvos mais frequentes dos programas analisados, sendo encontrados nove
26
programas para pais de adolescentes entre 15 e 18 anos. Esses dados nos levam
a pensar que um próximo passo a ser alcançado é que essas intervenções sejam
efetivamente utilizadas pela sociedade. Na medida em que disseminarmos
amplamente tais intervenções produziremos alcances de grande impacto em
vários problemas como o abuso de drogas e a violência, reduzindo
expressivamente custos emocionais e sociais.
[email protected]
Simpósio 3: TÓPICOS ESPECIAIS EM TCC
AS DUAS FACES DO ALTRUÍSMO: IMPLICAÇÕES PARA A CLÍNICA E A
SAÚDE. Eliane Mary de Oliveira Falcone. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro.
Palavras-chave:
Comportamento
Comportamento de ajuda.
pró-social;
Empatia;
Compaixão;
O comportamento altruísta é manifestado por todos os mamíferos e, de acordo
com a perspectiva evolucionista, originou-se da necessidade de beneficiar os
parentes, com o propósito de manter a perpetuação dos genes. Além disso, o
compartilhamento de alimentos e a cooperação propiciavam vantagens e
segurança à sobrevivência. Com o passar dos séculos, a cooperação evoluiu para
além do benefício aos parentes, provavelmente porque os indivíduos passaram a
considerar esse ato gratificante. Assim, emoções positivas, além de saúde e bem
estar relacionadas ao altruísmo fazem com que esse tipo de ação seja
considerado importante para os seres humanos. Embora existam controvérsias
sobre a definição do que vem a ser uma reação altruísta, muitos pesquisadores
concordam que tal ação se refere a uma ajuda que implica necessariamente em
algum custo pessoal. Além disso, os benefícios são dirigidos exclusivamente ao
outro, sem nenhuma intenção de recompensa ou recíproca pessoal. A única
recompensa seria a sensação de bem estar emanada pela satisfação do outro.
Assim, uma vez que o bem estar vem da satisfação experimentada pelo outro,
essa condição permite considerar a ação como altruísta. Diversos estudos têm
relacionado o comportamento altruísta a saúde e bem estar. Em pesquisas
realizadas com indivíduos que praticam trabalho voluntário, verificam-se níveis
significativamente superiores de empatia e de satisfação com a vida entre esses
participantes, quando comparados aos não praticantes desta atividade. Tais
resultados confirmam estudos anteriores indicando que a ação altruísta é
ativada pela empatia e que esta promove bem estar naquele que ajuda.
Entretanto, a literatura também tem indicado um padrão de comportamento,
ativado pelo esquema de auto sacrifício, caracterizado por ações de ajuda
excessivas, motivadas principalmente pela evitação de sentimento de culpa, que
se revelam através de ajuda incondicional, gerando prejuízo significativo para o
ator. Tal padrão é característico de indivíduos que agem de forma altruísta em
seus relacionamentos, à custa de prejuízo pessoal, gerando como consequência
sentimentos de mágoa e depressão. Pretende-se nesta apresentação estabelecer
as diferenças entre as duas faces do altruísmo: o altruísmo saudável (que
promove satisfação com a vida) e o altruísmo não saudável (que promove mágoa
e depressão), com suas motivações e consequências. Tais diferenças se
27
constituem como base para a psicologia clínica e da saúde.
[email protected]
DEPENDÊNCIA
TECNOLÓGICA
E
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Renata Brasil Araújo - Psicóloga, Doutora em Psicologia,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Palavras-chave: Dependência Tecnológica - Terapia Cognitivo-Comportamental Instrumento terapêutico
Com o aumento da disponibilidade e acessibilidade de diferentes tecnologias
como: celulares de última geração, Tablets, computadores, laptops e suas
inúmeras utilizações e aplicativos com acesso à internet, tem sido obervado, nos
últimos anos, um fenômeno clínico que é a Dependência Tecnológica. Esse tipo
de descontrole faz parte do que são denominados “Transtornos do Exagero”
(dependência tecnológica, dependência química, de sexo, comer compulsivo, jogo
patológico, etc) e seus tratamentos possuem características em comum como a
necessidade de trabalhar a motivação para mudança, as Crenças Centrais e
Adictivas e a Prevenção à Recaída. O presente trabalho tem como objetivo
apresentar um novo instrumento terapêutico desenvolvido para trabalhar as
Crenças em pacientes dependentes de tecnologias e com outros Transtornos do
Exagero. O instrumento é um tipo de quebra-cabeças que tem peças com
Crenças
Centrais, Crenças Adictivas do tipo antecipatórias, de alívio e
permissivas e Crenças de Controle. O terapeuta irá avaliar as Crenças Centrais
dos pacientes por meio da técnica desenvolvida por Aaron Beck denominada
“Flecha Descendente”, a partir dos Pensamentos Automáticos descritos no
Registro da Fissura. Ele selecionará, entre as peças “Crenças Centrais” do
instrumento, a que corresponde à crença acionada em cada coluna do Registro
da Fissura e irá ver, com o paciente, que Crenças Adictivas se conectam àquela
Crença Central para desencadear a fissura. Após, a dupla terapêutica irá
selecionar que Crenças de Controle servem como Respostas Racionais ás
Crenças Centrais e Adictivas, completando o quebra-cabeças. A partir deste
quebra-cabeças montado, será elaborado um cartão de enfrentamento para lidar
com a fissura que o paciente com dependência tecnológica (ou com outro
Transtorno do Exagero) poderá levar no bolso e ler no momento em que tiver
alguma situação de risco. Conclui-se que o uso deste instrumento pode
aumentar a autoeficácia do pacientes ajudando-os a iniciar ou manter a
abstinência do comportamento disfuncional no uso das tecnologias.
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PSICOLOGIA DO ESPORTE E TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL.
Ricardo da Costa Padovani - Departamento de Saúde, Educação e Sociedade,
Universidade Federal de São Paulo-Campus Baixada Santista, Santos, SP.
Palavras-chave:
intervenção.
psicologia
do
esporte;
terapia
cognitivo-comportamental,
Considerada uma subárea das Ciências do Esporte, a Psicologia do Esporte foi
reconhecida como uma especialidade pela American Psychological Association
28
(APA), Divisão 47, em 1986. No Brasil, por sua vez, o reconhecimento ocorreu
apenas no ano 2000 a partir da Resolução nº 014/2000 do Conselho Federal de
Psicologia. O esforço do Conselho Federal de Psicologia no reconhecimento da
Psicologia do Esporte como uma especialidade somado ao interesse crescente
por este campo favorecem não apenas a aproximação de profissionais buscando
trocar experiências, como também fomenta novas reflexões para o
desenvolvimento de pesquisas futuras. O objeto de estudo da Psicologia do
Esporte e do Exercício consiste no estudo científico de pessoas e seus
comportamentos em atividades esportivas e físicas. As principais áreas de
atuação da Psicologia do Esporte são: esporte de rendimento; esporte escolar;
iniciação esportiva; esporte recreativo; reabilitação; projetos sociais. O objetivo
do presente estudo é refletir sobre a aplicação da terapia cognitivocomportamental no esporte de alto rendimento A metodologia baseou-se na
análise crítica da literatura dos principais temas relacionados à terapia
cognitivo-comportamental e o esporte de alto rendimento. As bases de dados
consultadas foram livros, dissertações/teses, artigos científicos e resoluções do
Conselho Federal de Psicologia. Estudos apontam o manejo das emoções
(positivas e negativas), o controle da ativação, a capacidade de manter a
concentração e a autoconfiança como principais desafios para o atleta e para os
membros da comissão técnica. A importância dos aspectos psicológicos fica mais
evidente ao constatar que diferentes estudos apontam que quanto mais elevado
é o nível da competição, mais semelhantes os atletas se revelam em termos das
capacidades físicas, táticas e técnicas. Nesse processo, os fatores psicológicos
assumem papel de grande importância no resultado final da competição. Tais
considerações deixam evidente a importância dos aspectos cognitivos na
otimização da performance esportiva, na capacidade de enfrentamento das
adversidades impostas pelo ambiente esportivo e na manutenção da qualidade
de vida ao longo da carreira profissional do atleta.
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CONTRIBUIÇÕES DA ESCOLA ALEMÃ PARA O MODELO TEÓRICO, TERAPIA
INFANTIL E ORIENTAÇÃO DE PAIS DA TERAPIA COGNITIVA FOCADA EM
ESQUEMAS. Renata Ferrarez Fernandes Lopes - Laboratório de Psicologia
Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia
– UFU, Uberlândia, MG.
Palavras-chave: Terapia cognitiva focada em esquemas; crianças; orientação de
pais.
Este simpósio está inserido no campo da Terapia do Esquema elaborada e
desenvolvida por Jeffrey Young. Trata-se de um trabalho que visa apresentar
aos terapeutas cognitivos o protocolo direcionado a crianças na fase escolar e
orientação de pais desenvolvido pela escola alemã de terapia cognitiva focada
em esquemas . Na visão da escola alemã, o que torna a terapia do esquema
interessante é a combinação de um modelo de desenvolvimento humano
baseado na interação entre ambiente e genética com um arsenal interventivo
que se baseia em técnicas cognitivas, comportamentais e vivenciais que visam
melhorar a qualidade relacional das pessoas e, no caso da terapia infantil, que
visa melhorar a qualidade relacional do par (criança- pais/cuidadores). A
29
ludoterapia é feita a partir de um modelo de seis estágios interventivos: a)
criação de um vínculo estável entre terapeuta-criança; b) ampliação da
motivação da criança para a mudança (o que exatamente em minha vida deve
ser diferente e por quê?; c) análise do próprio comportamento: descrição da
criança do problema e do que sustenta as condições problemáticas; d)
estabelecimento de metas individuais ; e) escolha, planejamento e condução de
métodos para mudança; f) avaliação de resultados e consolidação da terapia. Em
todas essas etapas o trabalho com os modos de esquema é muito mais utilizado.
Há também uma ênfase em todas as publicações da escola alemã sobre a
necessidade da colaboração dos pais no tratamento. Esse modelo leva a uma
orientação de pais diferente daquela comumente conduzida, que para além do
problema-queixa trazido pela família, envolve a discussão de padrões de
comportamentos paternos que têm origem nos esquemas desadaptativos
iniciais dos pais, discutindo-se aspectos da infância deles. Além disso trabalhase extensivamente com psicoeducação e o coaching de esquemas (esquemas
desadaptados partilhados pelos pais e pela crianças). Conclui-se que se trata de
um modelo teórico e de intervenção abrangente que pode ser utilizado em
crianças brasileiras com pequenas adaptações.
Apoio- FAPEMIG.
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Simpósio 4: PROCESSO TERAPÊUTICO EM TCC E TAC
PROCESSO TERAPÊUTICO EM TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL.
Roberto Alves Banaco. Paradigma – Centro de Ciências e Tecnologia do
Comportamento, São Paulo, SP, Brasil.
Palavras-chave:
Relação
comportamento verbal
terapêutica,
contingências
entrelaçadas,
A análise do comportamento aplicada é a origem de procedimentos que aplicados
à pratica clínica receberam nos EUA o título de "clinical behavior analysis" e no
Brasil "terapia analítico-comportamental". Esta nova nomenclatura se fez
necessária quando os analistas do comportamento procuraram incorporar aos
procedimentos de controle de contingências, os conhecimentos gerados pelo
estudo do comportamento verbal, assumindo sua utilização na prática de
gabinete e/ou em ambiente natural. Os estudos aplicados sobre o
comportamento verbal geraram também o que se denomina “terceira onda da
terapia comportamental”. Por outro lado, estudos sobre contingências
entrelaçadas ampliaram o conhecimento e as possibilidades de interpretação de
como o comportamento verbal em clínica de gabinete (e mesmo fora dele) pode
modificar repertórios não verbais dos clientes. Trabalhos a respeito de processo
terapêutico que se declara “inclusivo” (por se utilizarem dos vários
conhecimentos já obtidos pela aplicação de técnicas respondentes e operantes)
têm demonstrado como partes dos comportamentos dos clientes são facilitadas
por meio de classes verbais de terapeutas analítico-comportamentais. Este
trabalho enfocará algumas dessas classes verbais que operam na manutenção
da relação terapêutica, tomando por base os efeitos que elas produzem em
respostas do tipo “solucionar problemas” por parte dos clientes. Essencialmente
serão analisadas as respostas verbais do terapeuta: “Empatia”, “Solicitação de
30
relato”, “Interpretação” e “Solicitação de reflexão”. As respostas do cliente
analisadas serão “Relato”, “Metas”, “Estabelecimento de Relações” e “Melhora”.
Estas categorias de respostas verbais entrelaçam-se num tipo de comportamento
social categorizado como “Troca recíproca”, ou seja, respostas de uma classe do
terapeuta estabelecem-se com funções reforçadoras para classes de respostas
do cliente e vice-versa. Obviamente outras contingências de suporte operam
sobre essas relações, mantendo-as também, amplificando a complexidade da
análise possível. Assim, quando a mudança do comportamento atinge a
“melhora” ou a “meta” estabelecida, também produz um efeito sobre a
manutenção da relação terapêutica pelo menos enquanto busca da solução de
outros problemas presentes ou vindouros. É a melhoria da qualidade de vida dos
clientes e dos terapeutas que em última análise virá a ser o produto agregado da
prática cultural. No entanto, sem que essas relações recíprocas sejam mantidas,
a prática cultural não poderia ser obtida.
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TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO. Mariangela Gentil Savoia.
Instituto de Psiquiatria Universidade de São Paulo, Programa de Ansiedade., São
Paulo, SP, Brasil.
Palavras-chave: Terapia de Aceitação e Compromisso, flexibilidade psicológica,
esquiva experiencial.
No panorama atual das terapias da terceira onda, a Terapia de Aceitação e
Compromisso (ACT), aliada ao desenvolvimento do tema Comportamento Verbal,
apresenta uma filosofia clínica especificamente elaborada para o manejo do
sofrimento humano. Entende-se por sofrimento (psicológico) uma experiência
reservada aos seres humanos, uma vez que, descrever e analisar a experiência
vivida, olhar para a sua própria história ou mesmo antecipar o futuro, pode ser
uma experiência considerada eminentemente verbal (Wilson e Soriano, 2002). O
que possibilitou este desenvolvimento teórico e clínico foram alguns
acontecimentos que convergiram no momento de sua teorização. Em primeiro
lugar, a disponibilidade de dados mais prováveis do funcionamento da condição
humana. Além disso, houve uma conceituação radicalmente funcional sobre o
comportamento humano que durante muitos anos tinha sido compreendido por
leis científicas sobre o papel das contingências no desenvolvimento e
manutenção de numerosos comportamentos e acrescente investigação básica da
linguagem e da cognição em uma perspectiva funcional. O resultado foi um
sistema terapêutico que reúne como características um modelo funcional sobre
a cognição e a linguagem, sustentando uma nova perspectiva de psicopatologia
que resulta no conceito funcional de esquiva (experiencial). A ACT oferece uma
série de ferramentas clínicas para que se tenha consciência da evitação dos
eventos privados e também promove a aceitação e tolerância a eventos
emocionais aversivos, o que geralmente tira o foco da ação do cliente na busca
por seus valores. Para tanto, ela utiliza seis princípios que são representadas
para fins didáticos como `O Hexágono de Flexibilidade Psicológica`. O hexágono
consiste apenas em uma representação gráfica de todos os processos da ACT. O
objetivo desta fala é apresentar alguns conceitos básicos da teoria, como
flexibilidade psicológica, esquiva experiencial, desfusão e aceitação. Serão
31
descritas possibilidades de intervenção ilustradas por exemplos clínicos, bem
como seus embasamentos teóricos.
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PROCESSO
TERAPÊUTICO
EM
TERAPIA
RACIONAL
EMOTIVA
COMPORTAMENTAL (TREC). Valquiria Aparecida Cintra Tricoli. CETEPEA e
FAAT, Faculdades Atibaia – SP.
Palavras-chave: intervenção, processo terapêutico, TREC.
A Terapia Racional Emotivo Comportamental foi fundada em 1955 por Albert
Ellis, sob a influência de diversos filósofos. Pode ser considerado um reflexo da
metodologia científica, contrapondo-se ao absolutismo da cultura. A TREC
pressupõe que a causa dos problemas estão nas crenças irracionais que
promovem um estado de desadaptação do indivíduo ao seu meio ambiente,
devido a tendências absolutistas. Objetivo: O objetivo desta abordagem é
possibilitar a compreensão do funcionamento cognitivo do ser humano.
Método: A metodologia básica consiste em trabalhar com o A-B-C-D. “A” seria o
evento ativador, ou seja, algum evento que o indivíduo se expôs e que ativem os
pensamentos sobre o referido evento. “B” o pensamento pessoal sobre o evento
ativador, refere-se à “belief” (do inglês, crença), pois Ellis acredita que o ser
humano tem uma tendência a irracionalidade, que o impede de ser feliz. “C” a
consequência demonstrada pelo sentimento pessoal e o comportamento. “D” o
disputar a crença, a fim de reestruturá-la. Resultado: O processo não é tão
simples, como pode parecer. O conceito central passa a ser o que é “racional” e
o que é “irracional”. A TREC é uma forma ativa e direta de terapia, os terapeutas
são ativos para direcionar seus clientes ao longo da identificação das crenças,
que constitui a base de seus problemas. O processo terapêutico baseia-se em
um modelo educacional de atuação, no qual, o terapeuta ensina o cliente a
compreender-se melhor, para assim, modificar o seu comportamento. Apesar de
ser uma abordagem diretiva, a base fundamental é a empatia e a aceitação
incondicional do paciente pelo terapeuta, pois as pessoas são falíveis,
apresentam comportamentos inadequados, o que não significa que são bons ou
maus. Para compreender o problema do cliente utiliza-se a avaliação cognitiva,
emocional e comportamental, visando auxiliar o cliente a reconhecer e descrever
suas crenças racionais e irracionais, buscando leva-lo a identificar os
sentimentos negativos que as acompanham. Conclusão: A TREC é um tipo de
psicoterapia efetiva indicada para pessoas que buscam uma mudança rápida e
eficaz em sua filosofia básica de vida.
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TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO E MODO PAIS DISFUNCIONAIS DA
TERAPIA DO ESQUEMA- UMA PROPOSTA DE INTERSECÇÃO. Aline
Henriques Reis. Professora Adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande-MS.
Palavras-chave: Terapia focada na compaixão; Terapia de esquemas; Modo pais
disfuncionais.
32
A Terapia focada na compaixão (TFC) visa desenvolver a mente compassiva que
busca compreender o sofrimento de uma forma não avaliativa. Para tanto, busca
promover habilidades de tolerância, aceitação, calor, empatia e não julgamento,
aceitando a experiência tal como ela ocorre, sem julgamentos ou críticas. Ao
desenvolver autocompaixão, o sofrimento e os erros passam a ser percebidos
como parte da experiência humana, o que diminui o esforço em bani-los do
cotidiano. Quando o indivíduo se torna compassivo, possibilita a auto
tranquilização e a validação das emoções negativas. Tal postura, quando
aplicada a si mesmo e ao outro aumenta a sensação de bem-estar, confiança,
conexão social e diminui a experiência de emoções negativas intensas. A TFC é
indicada a pacientes que lutam contra sentimentos de vergonha e inadequação
e que apresentam frequentemente pensamentos autocríticos. Nesse sentido,
possibilita-se a aplicação da TFC ao trabalho com os modos disfuncionais pais
internalizados da Terapia de Esquemas (TE). Quando o paciente está no modo
pais disfuncionais age consigo da mesma maneira que os pais agiam quando era
criança. Em especial, o modo pai/mãe punitivo pune com raiva, critica ou
restringe a criança que expressa as próprias necessidades ou que comete erros.
Por sua vez, o modo pai/mãe exigente pressiona a criança para que atinja
expectativas demasiado elevadas e quando isso não ocorre é comum o
sentimento de culpa e vergonha. Nesse sentido, esta exposição objetiva
apresentar uma proposta de aplicação dos preceitos da TFC aplicada ao trabalho
com os modos pais punitivo e exigente da terapia do esquema. Para tanto,
apresentará brevemente os conceitos da TFC, conceituará os referidos modos
disfuncionais e contará ainda com a apresentação de uma música (“Perfect –
Alanis Morissette) que ilustra de que maneira pais exigentes podem fomentar o
senso de inadequação na criança. A partir da noção de desenvolvimento do modo
pais disfuncionais será realizada a proposta de intervenção em TFC.
[email protected]
SIMPÓSIOS
Simpósio 4: TCC E SAÚDE
CARDIOLOGIA COMPORTAMENTAL. Ricardo Gorayeb. Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.
Palavras-chave: Cardiologia, análise funcional do comportamento, terapia
cognitivo comportamental
Cardiologia comportamental é a área da psicologia que analisa os impactos do
comportamento, das emoções e do pensamento sobre a relação saúde-doença
em pacientes cardiopatas. Abrange tanto a prevenção da ocorrência ou do
agravamento de doenças cardíacas, como a intervenção com indivíduos
acometidos por uma cardiopatia para reduzir as chances de progressão da
enfermidade, aumentar a aceitação do diagnóstico e a adesão ao tratamento
proposto. O uso dos recursos da análise funcional do comportamento e da
terapia cognitivo comportamental tem se mostrado útil para a melhora da
qualidade de vida dos indivíduos atendidos. Além das técnicas terapêuticas,
destaca-se no âmbito das doenças crônicas, em particular das cardiopatias, a
33
importância de ações psicoeducativas que auxiliem os pacientes na compreensão
dos processos do organismo que estão associados aos seus sintomas, dos
comportamentos que podem aumentar ou controlar tais sintomas e das possíveis
consequências decorrentes de seus comportamentos para o controle ou o
agravamento da doença. Apesar da reconhecida importância destas ações, pouco
se tem feito no Brasil para sistematizar e avaliar estratégias de educação em
saúde. O estudo científico e a avaliação de tais estratégias podem contribuir para
a construção de técnicas mais adequadas à população brasileira e mais efetivas
para a promoção de saúde destes indivíduos, promovendo também mais
autonomia e satisfação para o autocuidado à saúde. Nesta apresentação, serão
descritas as etapas e resultados do processo de elaboração de um material
educativo para pacientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em
tratamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(HCFMRP-USP). Trata-se de uma cartilha com instruções para prevenir e tratar
a HAS, incluindo estratégias comportamentais para manejo de estresse e
redução de outros fatores de risco cardiovascular. Além disso, serão
apresentados resultados da avaliação da eficácia deste material no processo
educativo de pacientes hipertensos, e discutidos aspectos de pesquisas futuras
a serem desenvolvidas na área. [email protected]
O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA RAIVA E SEUS EFEITOS NA
REATIVIDADE
CARDIOVASCULAR
EM
MOMENTOS
DE
STRESS
INTERPESSOAL. Marilda Emmanuel Novaes Lipp. Pontífice Universidade
Católica de Campinas (PUCCAMP).
Palavras-chave: Cardiologia, raiva, treino cognitivo
A incidência de morte por doença arterial coronariana (DAC) é alta
mundialmente. Pessoas com reatividade cardiovascular exacerbada frente a
situações de stress têm um risco maior de desenvolver doenças
cardiovasculares, principalmente DAC. Estudos revelam que a raiva, tanto a
raiva para fora quanto a raiva para dentro, está relacionada à reatividade
cardiovascular exacerbada e ao desenvolvimento da DAC. Neste contexto, o
tratamento de controle da raiva, com base cognitivo comportamental torna-se
importante. O objetivo deste estudo foi avaliar experimentalmente se o treino
cognitivo de controle da raiva (TCCR) é eficaz na redução da raiva e da reatividade
cardiovascular. Os seguintes procedimentos foram utilizados: encaminhamento
médico de 21 mulheres diagnosticadas como tendo DAC, avaliação psicológica e
experimental, oito sessões de TCCR, reavaliação psicológica e experimental,
análise estatística comparativa entre os dados da primeira e segunda avaliação.
Para a coleta de dados foram utilizados: o Inventario de Sintomas de Stress de
Lipp, o Inventário de Expressão de Raiva Traço e Estado de Spielberger, o Manual
do TCCR e o aparelho de pressão arterial Finapress. Resultados: a fim de testar
a eficácia do TCCR na redução da raiva para fora e para dentro foi utilizado o
teste t para amostras pareadas. Verificou-se que os índices tanto de raiva para
dentro como para fora sofreram mudanças significativas comparando-se os dois
momentos. Após o TCCR os índices de raiva para fora (t=2,554,p=0,019) e raiva
para dentro (t=2,05,p=0,05) encontravam-se significativamente reduzidos . Os
dados indicaram que a raiva pode ser um desencadeador do stress, em que após
34
o TCCR os participantes apresentaram níveis mais baixos de stress. As médias
de reatividade cardiovascular aferidas antes e após o TCCR indicaram diferença
significativa (t=2,07,p=0,05).Conclusão: O TCCR se mostrou eficaz na redução
da raiva, do stress e da reatividade cardiovascular na amostra de mulheres
diagnosticadas com DAC. Estudos com amostras maiores e também com
pacientes do sexo masculino são necessários para confirmar a eficácia mutativa
do TCCR na população esstudada.
Auxilio à pesquisa CNPq
[email protected]
CUIDADNO DOS CUIDADORES DE PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS.
Maria Cristina O. S. Miyazaki. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
e IPECS.
Palavras-chave: doença crônica; cuidadores; efeitos psicossociais da doença.
Pacientes com doenças crônicas podem necessitar cuidados e auxílio para
realizar tarefas da vida diária, que são frequentemente prestados por cuidadores.
Os cuidadores podem ser formais (profissionais pagos para cuidar) ou informais
(familiares ou amigos que proporcionam auxílio voluntário). A literatura sobre
cuidadores indica que estes são principalmente familiares, portanto cuidadores
informais, do sexo feminino e que sofrem sobrecarga associada à tarefa de
cuidar. O objetivo deste estudo foi sintetizar pesquisas sobre cuidadores de
pacientes com doenças crônicas atendidos no Hospital de Base de São José do
Rio Preto pelo Sistema Único de Saúde. Método: foram identificados e analisados
artigos publicados, dissertações, teses e trabalhos de conclusão do Curso de
Aprimoramento em Psicologia da Saúde. Resultados: As pesquisas identificadas
foram realizadas com pacientes (crianças, adolescentes e adultos) com diferentes
tipos de doenças crônicas (hepatopatias, câncer, asma, artrite reumatoide,
doenças cardiovasculares e transtornos mentais) e em tratamento ambulatorial
ou hospitalar. Os cuidadores eram principalmente informais, familiares do
paciente e do sexo feminino (principalmente esposas quando o paciente era
adulto e mães no caso de crianças e adolescentes). As atividades do cuidador
mostraram-se associadas ao estado funcional do paciente, ao número e duração
das tarefas que precisam ser realizadas ou supervisionadas. Tempo gasto no
cuidar, tipo de tarefas realizadas e dedicação podem interromper ou reduzir de
forma importante a prática de atividades de lazer, aumentar o nível de estresse
e impor elevada sobrecarga física sobre o cuidador. Foram identificados entre os
cuidadores sintomas elevados de depressão, estresse, sobrecarga e
preocupações com o fornecimento de cuidados adequados, problemas
financeiros, mudanças na rotina familiar e nos papéis desempenhados pelos
membros da família. Cuidar tem importante impacto sobre o funcionamento
físico, social, econômico e psicológico do cuidador, especialmente no caso de
cuidadores informais. Conclusões: cuidadores informais de pacientes com
doenças crônicas relataram sobrecarga e sintomas de transtornos mentais.
Necessitam, portanto, receber cuidados de saúde em função do seu próprio
funcionamento global e do impacto que o cuidar tem sobre a evolução da doença
e sobre a qualidade de vida do paciente.
[email protected]
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O CUIDADO COM O PROFISSIONAL DE SAÚDE. Neide Micelli Domingos.
Instituto de Psicologia, Educação, Comportamento e Saúde Rio Preto /
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São José do Rio Preto/SP.
Palavras-chave: Burnout; Qualidade de Vida; Atividade Física; Unidade de
Terapia Intensiva.
Trabalhar na saúde, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs),
tem sido associado a altos níveis de estresse e burnout. Objetivo: Avaliar
burnout, qualidade de vida e prática de atividade física entre profissionais que
trabalham em UTIS de um hospital de alta complexidade. Participantes:
profissionais das áreas de enfermagem, medicina e fisioterapia que trabalham
em UTIs (SUS - Sistema Único de Saúde, Convênio, Emergência e Cardiologia UCor) de um hospital escola. Materiais: Questionário de identificação,
Questionário Internacional
de
Atividade
Física
(IPAQ),
Maslach Burnout Inventory (MBI) e Questionário de Qualidade de Vida da
Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref). Os participantes responderam
individualmente os questionários. Resultados: Participaram 141 profissionais.
A média de idade dos participantes foi 34,55 ± 8,74 anos, 70% eram do sexo
feminino e 47,1% eram solteiros. Os profissionais relataram trabalhar de 30 a
120 horas por semana (média: 48,97 ± 17,4), 53 (38,1%) tinham mais que um
emprego e 46 (35,9%) eram plantonistas. Os resultados do IPAQ indicaram que
30,7% (N=43) realizavam nível baixo de atividade física, 35% (N=49) nível
moderado e 34,3% (N=48) nível alto. Nenhum dos participantes do estudo
apresentou burnout, apesar de sintomas estarem presentes. Diferenças
significantes foram encontradas entre os grupos: a) o índice de
despersonalização no grupo Ucor foi menor que o encontrado no grupo SUS
(p=0,021); b) o grupo da Emergência relatou uma prática de atividade física mais
intensa quando comparada ao grupo do SUS (p=0,03); c) o índice de
despersonalização do grupo Emergência foi menor que o do grupo SUS
(p=0,039). Profissionais da Ucor apresentaram melhores índices de qualidade de
vida em relação aos funcionários das outras unidades. Conclusões: a prática de
atividade física relatada pelos participantes foi superior à encontrada na
literatura. Não foram identificados profissionais com burnout, embora sintomas
estivessem presentes. Houve diferença entre profissionais de diferentes UTIs em
relação à despersonalização e qualidade de vida.
[email protected]
SESSÃO ESPECIAL: “DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO”
SUPERVISORES:
VISÃO DO CASO NO ENFOQUE DA TERAPIA DE ESQUEMAS. Ricardo
Wainer. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, diretor da
Wainer-WP Centro de Psicoterapia Cognitivo-comportamental.
VISÃO DO CASO NO ENFOQUE DA TERAPIA COMPORTAMENTAL
DIALÉTICA. Wilson Melo. Instituto de Terapias Cognitivas do Rio Grande do
Sul.
36
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE. Caroline da Cruz PavanCândido, Carmem Beatriz Neufeld. Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Juliana, 33 anos, auxiliar administrativo em uma empresa pública, divorciada
de seu segundo marido há poucos meses; mãe de 3 filhos (menino, 13 anos;
menina, 12 anos; menino, 2 anos), sendo dois do primeiro casamento e o
terceiro, do segundo casamento. Foi encaminhada por sua ginecologista para
avaliação e acompanhamento psicológico após separação de seu segundo
casamento. Seu ex-marido mantivera um caso extraconjugal por
aproximadamente dois anos e, pouco antes do encaminhamento, havia pedido
o divórcio e ido morar com a mulher com quem vinha se relacionando. Segundo
a médica, o motivo do encaminhamento se deu pois percebera a paciente
emocionalmente bastante abalada durante a consulta, vinha apresentando
sangramento persistente sem causa orgânica aparente - avaliado como tendo
etiologia emocional - desde a separação, além de comportamentos de
automutilação (arranhões nas pernas e nádegas). Durante a avaliação, a
paciente relatou como queixas: separação do segundo marido e muitas
dificuldades para aceitar a separação e as mudanças, especialmente porque o
fim do casamento se deu em função de traição e o porque o marido continua se
relacionando com a mulher com quem a traiu. Além disso, relatou tristeza,
desânimo muito forte, choro frequente, irritação e pouca paciência com os
filhos, vontade de morrer e ideação suicida. Apresentava comportamentos
impulsivos e agressivos nas relações com as pessoas, fossem os filhos, os
vizinhos, os amigos, os colegas de trabalho ou de faculdade. Sua opinião sobre
as pessoas oscilava drasticamente; em alguns momentos elas eram perfeitas e
incapazes de fazer algo que Juliana considerava errado, em um momento
subsequente, rompia totalmente com a pessoa, devido a algum erro
considerado grave por ela, mas que era uma atitude corriqueira, como recusar
um convite ou não estar disponível para ajuda-la da forma como ela gostaria,
a qualquer momento. Apresentava dificuldades em aceitar os comportamentos
e valores das pessoas que divergiam dos seus, especialmente se não estavam
focados na execução perfeita da atividade a que a pessoa estava se propondo.
Por exemplo, não aceitava que os colegas de trabalho não desenvolvessem suas
atividades com perfeição e capricho como ela fazia, e acabava discutindo com
eles com frequência. Todos estes sintomas traziam importantes prejuízos em
sua vida e muito sofrimento, o que justifica a atribuição do diagnóstico de
transtorno de personalidade borderline e a indicação para tratamento.
[email protected]
Sessão especial: Terapia Cognitivo-Comportamental: Ciência & Arte
A ARTE DE ENSINAR E APRENDER TCC COM ARTE . Irismar Reis de Oliveira,
Melanie Ogliari Pereira (Departamento de Neurociências e Saúde Mental.
Universidade Federal da Bahia)
37
COMUNICAÇÕES ORAIS
DEPRESSÃO MATERNA, COGNIÇÕES NEGATIVAS E O IMPACTO PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTRES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Flávia
Andressa Farnocchi Marucci; Sonia Regina Loureito. Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.
Palavras-chave: depressão materna; cognições negativas; comportamento
infantil
A depressão materna é uma condição reconhecida de adversidade com impacto
negativo para o comportamento e desenvolvimento infantil. Dentre as variáveis
que influenciam o cuidado materno com seus filhos, constitui-se em uma
lacuna da literatura estudos que ampliem a compreensão sobre os mecanismos
envolvidos na associação entre depressão e cognições negativas. Cognições
negativas são pensamentos liderados por vieses negativos, com avaliações
críticas de si mesmo e dos outros e caracterizados pela presença de
ruminações. Segundo a hipótese da vulnerabilidade cognitiva de Beck, as
cognições negativas constituem-se em uma condição que favorece distúrbios
emocionais, com uma relação recíproca entre afeto e cognição. Neste
contexto, objetivou-se por meio de uma revisão sistemática identificar e
analisar artigos empíricos recentes (2010 - 2015) sobre a temática depressão
materna, cognições negativas e suas influências para os problemas de
comportamento e psicopatologia de crianças e adolescentes. Procedeu-se a
busca de artigos indexados nas bases dados PubMed, PsycInfo, Web of Science,
LILACS, SciELO e Scopus, a partir das palavras-chave Maternal Depression,
Rumination, Negative Cognitive e Negative Thinking. Por meio da aplicação de
critérios de inclusão e exclusão selecionou-se 17 artigos, os quais foram
analisados quanto à qualidade metodológica dos estudos e características dos
delineamentos. Verificou-se que as cognições negativas foram mais
frequentemente identificadas como mediadoras da relação entre depressão
materna e problemas de comportamento e da relação entre depressão materna
e psicopatologia, especialmente depressão infantil. As associações entre
depressão materna e cognições negativas foram frequentemente confirmadas,
no entanto na maioria dos estudos esta foi uma relação mediada e não uma
relação direta, o que evidencia que, apesar de muitas vezes as cognições
negativas serem um pressuposto da depressão, é relevante diante do
diagnóstico de depressão, avaliar também presença das cognições negativas.
Os estudos apresentaram boa qualidade metodológica, sendo a maioria
preditivos e com análise multivariada. Alguns limites foram verificados, como
a ausência de estudos multicêntricos, o uso de amostras de conveniência e a
avaliação da depressão, predominantemente, por instrumentos de
rastreamento, sem a confirmação diagnóstica e sem descrição de gravidade e
duração do transtorno. Os dados sugerem que as cognições negativas devem
ser consideradas e avaliadas de forma específica, de modo a elucidar como esta
dimensão influencia negativamente os desfechos de crianças e adolescentes no
contexto da depressão materna, requerendo assim mais estudos.
Apoio Financeiro: FAPESP, CAPES e CNPq.
38
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SAÚDE MENTAL DE RESIDENTES MÉDICOS: ASSOCIAÇÕES COM
HABILIDADES
SOCIAIS,
PERSONALIDADE
E
CARACTERÍSTICAS
ORGANIZACIONAIS.
Karina
Pereira-Lima;
Sonia
Regina
Loureiro.
Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP.
Palavras-chave: habilidades sociais; personalidade; residência médica
A residência médica possui características reconhecidamente estressantes que
contribuem para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, dentre os
quais se destacam a ansiedade, a depressão e a dependência de álcool. A
identificação de tais problemas favorece a proposição de programas de prevenção
e intervenção, os quais são relevantes, dada a sua potencial contribuição para a
relação médico - paciente. Verifica-se como lacuna da literatura, estudos que
abordem condições de risco e proteção para o desenvolvimento desses problemas
em residentes médicos. O presente estudo se insere nessa lacuna, tendo por
objetivo verificar o papel preditivo das variáveis relativas ao repertório de
habilidades sociais, às características de personalidade e às variáveis
organizacionais para os desfechos de ansiedade, depressão e dependência de
álcool em residentes médicos de áreas clínicas e cirúrgicas. Estabeleceu-se como
hipótese que tais variáveis seriam preditoras dos desfechos de saúde mental,
com características de risco ou proteção. Avaliou-se 270 médicos residentes do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, por
meio dos seguintes instrumentos: Inventário de Habilidades Sociais, Inventário
de Cinco Fatores NEO - Revisado, Patient Health Questionnaire - 4, Alcohol Use
Disorders Identification Test - 3 e um questionário complementar relativo às
características sociodemográficas e às variáveis organizacionais dos programas
cursados. Os dados foram analisados por meio de procedimentos de regressão
logística univariada e multivariada. O modelo preditivo multivariado final para
cada problema foi aquele que apresentou apenas variáveis estatisticamente
significativas (p < 0,05). Verificou-se alta prevalência de problemas de saúde
mental, sendo 39,3% para ansiedade, 22,2% para depressão e 15,9% para
dependência de álcool. O modelo preditivo final para presença de indicadores de
ansiedade e/ou depressão incluiu como riscos o fator de personalidade
neuroticismo e o número superior a oito plantões mensais, e como proteção, o
repertório de habilidades sociais satisfatório. O modelo preditivo final para a
presença de indicadores de dependência de álcool incluiu como riscos o sexo
masculino, o fator de personalidade extroversão, o número superior a oito
plantões mensais, bem como pertencer a especialidades cirúrgicas. Ambos os
modelos incluíram variáveis de diferentes naturezas (pessoais, organizacionais e
sociodemográficas), confirmando a hipótese do estudo. A análise dos dados
coloca em destaque a aplicabilidade de programas de treinamento em
habilidades sociais que considerem as características de personalidade dos
médicos residentes, bem como coloca em foco a relevância das condições
organizacionais como favorecedoras da saúde mental desses profissionais.
Apoio Financeiro: FAPESP, CAPES e CNPq.
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39
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA
AUTOESTIMA E IMAGEM CORPORAL POSITIVA. Gabriela Salim Xavier
Moreira; Carmem Beatriz Neufeld, Sebastião de Sousa Almeida. Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, SP.
Palavras-chave: imagem corporal; autoestima; adolescentes
Diante da prevalência crescente dos quadros de Transtornos Alimentares e
obesidade, bem como dos comportamentos de risco que precedem seu
desenvolvimento, e somando-se ainda às dificuldades e custos dos tratamentos
disponíveis, torna-se necessária a implementação de estratégias preventivas no
contexto brasileiro. Programas que abordam o desenvolvimento da autoestima
e a educação em mídia levam a aquisição de uma imagem corporal positiva, a
qual, por sua vez, está associada crenças, comportamentos e atitudes
saudáveis em relação à saúde física e mental de crianças e adolescentes. O
Objetivo do estudo foi adaptar transculturalmente o programa australiano
“Everybody’s Different” para o contexto brasileiro, visando sua aplicação em
amostras de adolescentes com idades entre 10 e 13 anos. O programa destacase pelos bons resultados obtidos combinando o desenvolvimento da imagem
corporal positiva e da autoestima geral com a educação em mídia. Consiste de
nove atividades cujo foco é elevar a autoestima, com maior ênfase na
diversidade das potencialidades e qualidades dos participantes, diminuindo a
importância da aparência física ao rejeitar os estereótipos culturais de corpo. O
processo de adaptação transcultural do programa foi realizado de acordo com
as principais recomendações internacionais para o processo de tradução de
instrumentos avaliativos (traduções, síntese das traduções, retrotraduções,
síntese das retrotraduções e comitê de juízes). Foram selecionados
cuidadosamente os tradutores, respeitando sua origem e conhecimento do
tema em estudo, tanto para o procedimento de tradução das atividades quanto
para a retrotradução das mesmas. A pesquisadora solicitou permissão da
autora do programa para sua adaptação em adolescentes brasileiros, a qual foi
concedida. A fim de manter o mesmo conteúdo das atividades originais,
priorizou-se a avaliação das equivalências: semântica, idiomática, cultural e
conceitual. Na etapa de tradução alguns termos não foram traduzidos
literalmente, pois houve preocupação em combinar os conteúdos presentes na
versão original com o contexto cultural brasileiro, considerando os hábitos e
costumas dessa população. Houve também o cuidado de selecionar um
vocabulário de fácil compreensão para a faixa etária e de abrangência nacional,
evitando, assim, aqueles que são utilizados regionalmente. Duas atividades do
protocolo original foram excluídas para viabilizar aplicação do programa com
duração de até quatro meses em escolas de Ensino Fundamental. As atividades
do programa “Todos são Diferentes”, resultante da adaptação transcultural do
“Everybody’s Different”, encontram-se disponíveis para serem utilizadas com a
população adolescente brasileira. É fundamental que o profissional que as
utilize tenha acesso às instruções descritas para todas as atividades, no
protocolo original.
Apoio Financeiro: FAPESP
40
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AVALIAÇÃO DO EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO PARA
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL. Priscila de Camargo Palma; Carmem
Beatriz Neufeld; Cristina Santana Cruz. Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP
Palavras-chave: transtorno de ansiedade social, terapia cognitivocomportamental em grupo, exposição.
O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) consiste em um medo acentuado e
persistente de situações sociais ou de desempenho nas quais o indivíduo
poderia sentir vergonha. O TAS está entre os transtornos psiquiátricos mais
autoimagem negativa, não se sentem habilidosos socialmente e se percebem
como incompetentes, acreditando que serão sempre alvos de rejeição e
humilhação. A Ansiedade Social vem recorrentes na população e ainda assim,
a busca por tratamento é muito baixa. Os portadores de TAS possuem sendo
considerada um problema de saúde pública em função de suas consequências
incapacitantes no desempenho pessoal e profissional e nas interações
sociais. Assim sendo, esse trabalho foi composto por três grupos distintos, o
grupo 1 foi composto de participantes diagnosticados com TAS, os quais
realizaram a intervenção em grupo (grupo experimental, composto por 15
participantes), o grupo 2 também foi composto por participantes diagnosticados
com TAS, os quais não realizaram a intervenção em grupo (grupo lista de
espera, comporto por 15 participantes, os quais receberão ao fim da pesquisa)
e o grupo 3 composto de 15 participantes saudáveis, ou seja, sem nenhum
indicativo de transtorno mental comum. Em suma, o objetivo desse trabalho é
apresentar os dados relativos a uma intervenção em Terapia Cognitiva
Comportamental em Grupo (TCCG) para ansiedade social baseada no protocolo
proposto por Hofmann e Otto (2008) e comparar os escores dos grupos
(experimental, lista de espera e controles saudáveis) durante o pré-teste e o
pós-teste. Participaram desta pesquisa 45 jovens adultos. Os instrumentos
utilizados foram: SPIN, BAI e BDI, com intuído de avaliar ansiedade social,
ansiedade e depressão. Por meio dos dados obtidos, a análise estatística dos
resultados empregou testes paramétricos (Anova One Way, Teste de Bonferrani)
tendo em vista que a amostra segue distribuição normal (teste de normalidade
de Shapiro-Wilk). Os resultados evidenciaram diferença estatisticamente
significava no grupo experimental antes e depois da intervenção em todas as
escalas utilizadas, além disso, também foi evidenciado diferença significava
entre os grupos experimental e lista de espera durante a fase de pós-teste,
evidenciando que as diferenças encontradas são efeito da intervenção e não de
nenhuma outra variável não controlada no estudo. O grupo saudável se
diferenciou dos grupos diagnosticados com TAS em todos os momentos da
pesquisa.
Apoio financeiro: FAPESP e CAPES
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41
TRATAMENTO DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DEPENDÊNCIA DE
INTERNET. Veruska Andréa dos Santos; Antonio Egidio Nardi; Anna Lucia
Spear King. Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A internet revolucionou o mundo e as relações produzindo mudanças
significativas e se tornando parte integrante da sociedade moderna fornecendo
aos seus usuários inúmeras facilidades, mas seu uso excessivo evoca
dependência potencial e grave prejuízo na vida social, acadêmica, financeira,
psicológica e ocupacional. Alguns estudos ressaltam o uso excessivo de internet
como um sintoma de transtorno de ansiedade ou depressão e outros
consideram como transtorno do controle do impulso. O comportamento
dependente é definido como falta de habilidade para controlar o uso da
tecnologia em questão (internet, jogos etc.) causando prejuízos no manejo do
tempo gasto resultando em problemas sociais, ocupacionais, financeiros e
psicológicos. A prevalência varia de 0,7% a 37,9%. Há um consenso na
literatura de que a terapia cognitivo-comportamental fornece modelos eficientes
para o tratamento que incluem três dimensões principais: habilidade de
resolução de problemas, reestruturação cognitiva dos pensamentos distorcidos
associados ao comportamento impulsivo e a prevenção de recaídas. O objetivo
do presente trabalho é apresentar relato de pesquisa realizada no mestrado
introduzindo protocolo de atendimento para transtornos de ansiedade e
dependência de internet (DI). A pesquisa ofereceu tratamento medicamentoso
e psicoterápico a 84 pacientes sendo 42 com transtornos de ansiedade e
dependência de internet e 42 com dependência de internet ressaltando a
relação da ansiedade e da dependência de internet. O tratamento inclui
técnicas cognitivas como: psicoeducação, registro de pensamentos
disfuncionais, identificação de erros cognitivos e a reestruturação cognitiva e
técnicas comportamentais como: respirações e relaxamentos para manejar a
ansiedade, a realização de análise funcional, modificar e diminuir o reforço
positivo associado aos comportamentos impulsivos e produzir reforço positivo
nos comportamentos não impulsivos, exposição e prevenção de resposta,
ensaio comportamental envolvendo terapia aversiva e criar fontes alternativas
de satisfação. Além dessas técnicas, treinamento em habilidades sociais
específicas como: treino em solução de problemas e treino em assertividade são
importantes para aquisição e manutenção de comportamentos essenciais para
o tratamento. Os resultados mostraram que o protocolo de psicoterapia
desenvolvido foi eficaz para tratar ansiedade e a dependência de internet, uma
vez que todos os pacientes aprenderam a manejar a ansiedade fora da internet,
apresentaram comportamento de uso consciente da mesma ao final do
atendimento e se mostraram confiantes para gerenciar o uso da Internet em
suas vidas. Este estudo é pioneiro em pesquisa clinica de tratamento para DI
em população brasileira e chama atenção para necessidade de futuras
pesquisas investigando DI tratamentos, associações e maior promoção do uso
consciente da internet.
[email protected]
PESQUISAS DE EFETIVIDADE CLÍNICA NA TERAPIA DE ESQUEMAS:
CONSIDERAÇÕES QUANTO AO STATUS QUO E PERSPECTIVAS FUTURAS.
42
Daniela Schneider Bakos; Alex Eduardo Gallo; Ricardo Wainer. Universidade
Estadual de Londrina; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: terapia
de esquemas, efetividade clínica, transtorno da
personalidade.
A Terapia de Esquemas (TE) foi originalmente desenvolvida em 1994 por Jeffrey
Young para tratar transtornos da personalidade (TP) e, atualmente, tem sido
adaptada para um número cada vez maior de transtornos psiquiátricos. Consiste
em um modelo de terapia integrativa, que combina estratégias cognitivas,
comportamentais, psicodinâmicas e experienciais. Embora seu modelo teórico
tenha evoluído significativamente nas últimas décadas, as investigações acerca
de sua efetividade clínica ainda estão mais incipientes. Isto se deve, em parte,
às dificuldades inerentes aos processos de pesquisas envolvendo tanto
tratamentos psicoterápicos de longo prazo quanto populações com sintomas
caracterológicos. Estudos que na efetividade clínica são necessários para o
desenvolvimento e maturação de uma abordagem terapêutica, uma vez que
identificam áreas críticas e carentes investigações adicionais. Neste sentido, o
atual trabalho objetivou uma revisão sistemática dos estudos de efetividade
clínica da TE, publicados entre os anos de 2011 e 2015. Um total de 3.200
abstracts foram identificados, dos quais apenas 9 foram incluídos no estudo,
após considerados os critérios de inclusão. Destes, um comparou a TE com a
terapia cognitivo-comportamental no tratamento da depressão e outro investigou
a efetividade da TE no tratamento de pacientes com depressão crônica. Os outros
sete avaliaram a TE em diferentes amostras com transtornos da personalidade.
De modo geral, esta revisão evidencia um significativo aumento na condução de
pesquisas abordando a efetividade clínica da TE em diferentes populações
psiquiátricas, especialmente por parte de pesquisadores Europeus. Um grande
número de estudos examinando o modelo do esquema em outros TP (além do
transtorno da personalidade borderline) vem sendo conduzido, incluindo
pacientes do cluster C e a personalidade antissocial. Ademais, investigações
acerca de outras modalidades e contextos de aplicação da TE, como tratamento
em grupo e com pacientes hospitalizados, tem ampliado esta área de pesquisa e
possibilitado o desenvolvimento de protocolos mais especializados. Com base
nestes achados, tanto o status quo quanto as perspectivas futuras da TE são
considerados.
Apoio financeiro: CAPES
[email protected]
PAINÉIS
Painel 1
AS ESCALAS DE MINDFULNESS AVALIAM O MESMO CONSTRUTO?
Alessandra de Fátima Almeida Assumpção (Universidade Federal de Minas
Gerais); Marina Rezende Oliveira (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln
Leôni Martins Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
MG).
43
Palavras-chave: mindfulness, escala de autorrelato, construto
O construto mindfulness tem atraído grande atenção de pesquisadores da
psicologia e áreas afins. No presente trabalho adota-se a conceituação de
mindfulness proposta por Bishop e colegas (2004) na qual o construto significa
uma consciência não elaborada sobre a experiência presente orientada pela
curiosidade, abertura experiencial e aceitação. As pesquisas atuais se
concentram na compreensão de como o processo de mudança acontece, isto é,
busca-se entender como o mindfulness influencia positivamente modificações na
saúde mental e no aumento da qualidade de vida dos indivíduos. Na tentativa
de responder como esse processo acontece, é necessário medir o construto por
meio de instrumentos e, atualmente, os instrumentos mais precisos para avaliar
o fenômeno são as escalas de autorrelato. O presente estudo tem como objetivo
mapear as principais escalas de autorrelato que avaliam mindfulness e analisar
a operacionalização do construto nas medidas disponíveis. Foi realizada uma
busca sistemática nos bancos de dados Pubmed e BVS-Psi. As palavras-chave
utilizadas foram: “mindfulness” AND “assessment” AND “scale” AND
“instruments” AND “questionnaires” AND “psychometric properties”, totalizando
41 artigos, desses, 24 foram excluídos por não serem estudos de validação de
escalas de mindfulness e, 8 por estarem sobrepostos. A amostra final foi
composta de 14 artigos e um total de 9 instrumentos. Foram avaliados os
seguintes instrumentos: Escala de Consciência e Atenção Mindfulness,
Inventário Kentuck de Habilidades de Mindfulness, Inventário Freiburg de
Mindfulness, Escala Toronto de Mindfulness, Escala Cognitiva e Afetiva de
Mindfulness Revisada, Questionário das Cinco Facetas de Mindfulness, Escala
Filadélfia de Mindfulness, Escala Mindfulness de Southampton e Medida de
Mindfulness para crianças e adolescentes. Observou-se que as diferentes
concepções de mindfulness adotada pelos autores refletem nas características
priorizadas nos instrumentos de medida. Verificou-se uma convergência geral
nos instrumentos de autorrelato (acessar, por meio de exemplos, a tendência de
observar, perceber e prestar atenção em experiências internas e externas no
presente). Além disso, todos apresentam a descrição de situações que indicam
aceitação, não julgamento, não reatividade e não evitação em relação às
experiências. Duas críticas sobre os questionários de mindfulness são: (1) a
dificuldade de alguns respondentes de perceberem e monitorarem o seu próprio
funcionamento o que pode enviesar as respostas (2) uso de populações clínicas
restritas. Já no que diz respeito à dimensionalidade, constatou-se que as escalas
variam de 1 a 5 fatores, dos quais os mais destacados foram: aceitação, não
reatividade e consciência e, por outro lado, o fator atenção foi o menos
operacionalizado. Finalmente, os instrumentos encontrados parecem não medir
o mesmo construto,visto que há uma grande variação entre o número e tipo de
fatores apresentados por elas, por isso, são recomendáveis novos estudos de
construção de instrumentos para mindfulness, de modo a fornecer ferramentas
adequadas para atuação do psicólogo com interesse no fenômeno.
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44
Painel 2
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DO
MODELO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS LIGADOS AO ESTILO DE
VIDA NO TRATAMENTO DO DIABETES. Alessandra de Fátima Almeida
Assumpção (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG);
Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins
Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG).
Palavras-chave: diabetes, tcc, sintomas de depressão
O presente estudo clínico tem por objetivo relatar a intervenção de uma cliente
com diabetes do tipo 1 (DM1), sintomas de depressão e burnout de diabetes,
ocorrida no ano de 2015, em um contexto ambulatorial. Para tanto, utilizou-se
como referencial teórico a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), bem como
o Modelo de mudança de comportamentos ligados ao estilo de vida para
indivíduos com DM. Em tal modelo, são representadas as fases e as etapas que
os clientes devem percorrer para chegar à modificação de comportamentos
ligados ao estilo de vida. Tal processo é constituído por três fases: motivação,
ação e manutenção. O DM é uma doença crônica na qual os desfechos de curto,
médio e longo prazo são intensamente dependentes de um bom automanejo da
doença. Problemas emocionais como sintomas depressivos, burnout de
diabetes e sintomas de ansiedade podem ser obstáculos para o autocuidado
satisfatório. Esses problemas emocionais são associados à redução da
qualidade de vida, automanejo precário, e pior controle glicêmico – e em
consequência, tais dificuldades podem acarretar em um pior prognóstico.
Devido a essas implicações negativas advindas dos problemas emocionais em
clientes com DM, ela merece atenção psicoterápica. No tratamento de DM um
desafio central é a mudança de comportamentos ligados ao estilo de vida, visto
que o desfecho do DM são fortemente determinados pelo estilo de vida e pelas
escolhas diárias dos portadores da doença. No caso da cliente, suas principais
metas de tratamento eram: diminuir as crises de hipoglicemia; detectar os
sintomas de hipoglicemia; fortalecer a rede de apoio social; iniciar uma
atividade física e aumentar o repertório de atividades de lazer. Ao longo da
intervenção, observou-se melhora clínica significativa em relação às metas
estabelecidas de controle glicêmico, de reconhecimento de sintomas de
hipoglicemia, melhora na autoeficácia, sintomas depressivos e sintomas
de burnout. Basta ressaltar que, durante o processo psicoterapêutico, a postura
comprometida da cliente contribuiu de forma decisiva para os resultados
alcançados. Por fim, considerou-se o caso relevante, pois é possível perceber
que a intervenção psicológica pode contribuir sobremaneira no cuidado de uma
doença crônica como o DM.
Apoio financeiro: CAPES
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Painel 3
DEPRESSÃO MATERNA, RECURSOS E ADVERSIDADES DO AMBIENTE
FAMILIAR: ASSOCIAÇÕES COM O COMPORTAMENTO DE ESCOLARES. Ana
45
Karina Braguim Martineli; Fernanda Aguiar Pizeta e Sonia Regina Loureiro
(Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de
São Paulo).
Palavras-chave: comportamento; depressão; estressores
A depressão materna reconhecidamente se associa a problemas
comportamentais por parte das crianças em idade escolar, contudo, são
necessários estudos que abordem as condições contextuais de risco e proteção
do ambiente familiar de convivência com a depressão materna e suas
influencias para adaptação das crianças. Objetivou-se comparar os recursos e
eventos estressores do ambiente familiar de crianças que convivem com a
depressão materna e apresentam problemas de comportamento, com os
apresentados por crianças que convivem com a ausência de depressão materna
e ausência de problemas comportamentais. Avaliou-se uma amostra de
conveniência composta por 85 díades mães-crianças, distribuídas em três
grupos, a saber: G1 = 26 mães com indicadores de depressão e crianças com
problemas comportamentais; G2 = 29 mães sem indicadores de depressão e
crianças com problemas comportamentais e G3 = 30 mães sem indicadores de
depressão e crianças sem problemas comportamentais. A identificação das
mães e crianças participantes ocorreu junto a uma escola do interior do estado
de São Paulo. Foram incluídas crianças de ambos os sexos, na faixa etária de
sete a 10 anos. Procedeu-se à avaliação em sessões individual, face a face, com
as mães e crianças. Aplicou-se com as mães os instrumentos: Questionário
Geral, Questionário sobre a Saúde do Paciente (PHQ-9), Inventário de Recursos
do Ambiente Familiar, Escala de Eventos Adversos, Escala de Adversidade
Crônica e Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) - versão pais. As
crianças foram avaliadas pelo teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven –
Escala Especial. Os dados obtidos nos testes e escalas foram codificados de
acordo com as proposições técnicas e procedeu-se a análise dos mesmos por
meio de procedimentos estatísticos, adotando-se o nível de significância de
p≤0,05. Verificou-se diferenças significativas quando da comparação entre os
grupos, tendo as famílias que convivem com a depressão materna (G1)
apresentado mais indicadores de estressores e de adversidades crônicas; e as
crianças com problemas comportamentais (G1 e G2) menos recursos e mais
adversidades crônicas do ambiente familiar. Constatou-se que as crianças que
convivem com a depressão materna estão expostas a um ambiente familiar com
múltiplos estressores o que pode estar favorecendo os problemas
comportamentais. Considera-se que programas de orientação familiar voltados
para tais famílias, podem favorecer o enfrentamento das adversidades, com
possíveis benefícios para o comportamento das crianças.
Apoio financeiro: CNPq
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Painel 4
ASSOCIAÇÃO ENTRE HABILIDADES SOCIAIS E DESEMPENHO ACADÊMICO
EM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS QUE FREQUENTAM O ENSINO
REGULAR. Ana Luiza Lemes Pinto e Luciana Carla dos Santos Elias (Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo).
46
Palavras-chave: habilidades sociais; deficiência visual; desempenho acadêmico
Respaldados pela política da educação especial inserta em 1996 na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), vê-se a partir de dados
governamentais o aumento do número de deficientes visuais (DVs)
matriculados nas escolas, porém este número de inscritos não garante a
existência da devida inclusão, pois estes indivíduos requerem condições
diferenciadas para que a aprendizagem ocorra no nível de proficiência
desejável. Conjuntamente à aprendizagem dos conteúdos pedagógicos, as
interações sociais no contexto escolar são de suma importância para a
formação dos repertórios individuais dos DVs, conferindo melhor qualidade das
vivências educacionais, ajudando suas compreensões de mundo,
desenvolvendo conexões e evitando problemas futuros no desenvolvimento
psicossocial. Dentro desse contexto inserem-se as habilidades sociais que são
compreendidas como classes de comportamentos sociais presentes no
repertório de um indivíduo, que favorecem relacionamentos produtivos e
saudáveis com as demais pessoas. Déficits nas habilidades sociais
frequentemente aparecem associados a problemas no relacionamento
interpessoal, dificuldades comportamentais e baixo rendimento escolar. Diante
desse contexto o presente estudo tem por objetivo verificar a associação entre
habilidades sociais e o desempenho acadêmico de alunos DVs que frequentam
o ensino regular. Participaram 14 DVs de uma escola pública estadual de
Ensino Fundamental II e Ensino Médio, de uma cidade do interior paulista. A
coleta de dados foi feita por meio dos seguintes instrumentos: Inventário de
Habilidades Sociais para adolescentes- IHSA; Instrumento de Medição das
Competências Socioemocionais – apenas para estudantes DVs do Ensino Médio
e; médias das notas presentes no boletim do aluno. A coleta foi realizada nas
dependências escolares após a assinatura do TCLE. A pesquisa está em
andamento, porém seus resultados parciais obtidos pela correção
informatizada do IHSA sugerem que os alunos DVs apresentam reservas
comportamentais nas seguintes habilidades: autocontrole, empatia (nos
estudantes do Ensino Fundamental II), além de abordagem afetiva e
desenvoltura social (para os participantes do Ensino Médio). Em ambos os
níveis os DVs apresentaram maiores déficits na habilidade de assertividade,
apontando para a possibilidade de treinamentos de caráter preventivo com essa
população, articulando as habilidades sociais presentes como recursos
facilitadores nas intervenções. O desempenho acadêmico fornecido pela
instituição sugere que a maioria dos alunos apresenta um desempenho dentro
da média, demonstrando que estão acompanhando as atividades escolares
dentro do esperado para as respectivas séries. Os resultados positivos nas
reservas comportamentais e no desempenho acadêmico dos DVs são
respaldados pelas práticas realizadas há 17 anos na instituição com essa
população-alvo, apontado para os benefícios escolares e sociais de uma
inclusão focalizada.
Apoio financeiro: FAPESP
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47
Painel 5
PERFECCIONISMO COMO MEDIADOR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz
Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: perfeccionismo; universitários; depressão; ansiedade
Estudos sobre o perfeccionismo aumentaram exponencialmente nas últimas
décadas no campo da Psicologia Clínica. Embora existam muitas maneiras de
definir este conceito, geralmente concebido como uma característica ou estilo de
personalidade disfuncional, no âmbito das Terapias Cognitivo-Comportamentais
[TCC] ele é entendido a partir de quatro componentes centrais: 1. Pelo
estabelecimento de padrões elevados; 2. Por uma avaliação excessivamente
crítica acerca do próprio desempenho; 3. Pela forte preocupação sobre cometer
erros; 4. Pelo prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo que advém dele.
Estudos recentes neste campo também evidenciaram que há um lado adaptativo
no perfeccionismo, em geral, caracterizado por metas elevadas, porém tangíveis,
e pela capacidade de aprendizagem e reparação de erros. Nas primeiras duas
décadas de vida, onde geralmente se encontra a população universitária,
observa-se as maior taxa de prevalência de depressão e de transtornos de
ansiedade. Neste sentido, estudos com universitários tem buscado compreender
os efeitos de crenças e padrões perfeccionistas sobre o desempenho acadêmico,
qualidade de vida e a existência de correlação entre perfeccionismo disfuncional
e sintomas de depressão e ansiedade. Destarte, o presente trabalho objetiva
apresentar, através da análise da literatura científica nacional e internacional, o
estado da arte acerca da relação entre perfeccionismo e bem estar psicológico
em estudantes universitários, sob a perspectiva da TCC. O levantamento da
literatura científica foi realizado nas bases de dados PsycNet (APA), Web of
Science e SciELO, utilizando como palavras-chave combinações dos termos
“perfeccionismo”, “ansiedade”, “depressão”, “universitários”, “terapia cognitiva” e
“terapia cognitivo-comportamental (em português, inglês e espanhol). Foram
considerados apenas trabalhos publicados nos últimos 6 anos. Os resultados
encontrados em análise preliminar apontam que o perfeccionismo no âmbito
acadêmico é dado pelo excessivo rigor nos estudos e distorções cognitivas dadas
pela intensa e constante preocupação quanto a manutenção de altos níveis de
desempenho, baixa autoindulgência quanto ao cometimento de erros e
preocupação constante quanto a não cometer falhas acadêmicas. Embora a
realidade brasileira ainda não tenha sido mapeada, pesquisas indicam que
quase 60% da população universitária dos EUA e cerca 50% dos estudantes de
países europeus possuem características perfeccionistas desadaptativas.
Adicionalmente, a literatura aponta que o perfeccionismo mal adaptativo possui
uma correlação positiva com prejuízos acadêmicos entre universitários, hábitos
frequentes de procrastinação, sofrimento psicológico significativo, traço de
humor ansioso e/ou deprimido, stress e baixa qualidade de vida auto percebida.
Conclui-se, portanto, que o levantamento e análise da correlação entre o
perfeccionismo e variáveis psicológicas devem ser consideradas em estudos com
universitários brasileiros. Adicionalmente são imprescindíveis estudos que
48
promovam reflexões e subsidiem o planejamento de medidas preventivas e
interventivas adequadas.
Apoio financeiro: CAPES
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Painel 6
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE PROCRASTINAÇÃO E PERFECCIONISMO A
PARTIR DA ÓTICA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Anelisa
Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
Palavras-chave:
comportamental
perfeccionismo;
procrastinação;
terapia
cognitivo-
No âmbito da clínica cognitivo-comportamental contemporânea o
perfeccionismo vem sendo compreendido através de uma perspectiva
multidimensional; há o reconhecimento de que ele pode exercer tanto a função
adaptativa quanto mal-adaptativa sobre a cognição, emoção e comportamento.
O aspecto adaptativo do perfeccionismo centra-se em níveis elevados de
organização, em altos padrões de desempenho (porém atingíveis) e, também,
na motivação para o alcance metas. Por sua vez, seu aspecto mal-adaptivo
assume caráter negativo, sendo definido pelo estabelecimento de padrões
elevados
(quase
sempre
inatingíveis),
combinado
com
avaliações
excessivamente críticas e com a frequente preocupação quanto ao cometimento
de erros, culminando em grande sofrimento psicológico e no declínio da
motivação para o alcance das metas. A procrastinação, por sua vez, consiste
na tendência de postergar a realização de tarefas, levando a um estado de
sofrimento emocional secundário, e, eventualmente, a prejuízos de diferentes
ordens. Há na literatura científica a assunção da procrastinação crônica em
duas categorias: ela pode ocorrer por “ativação”, que se refere às alterações
fisiológicas precipitantes - indivíduos com esta tendência indicam que esperam
até o último momento a fim de experimentar um surto de energia e obter
possíveis benefícios associados - e, também, por “esquiva” – onde se entende
que o atraso da tarefa ocorre por fatores como medo da falha e pela busca de
reforçadores positivos imediatos. Nas últimas décadas a comunidade científica
vem examinando estas duas instâncias, buscando compreendê-las e, também,
relacioná-las. Por sua vez este trabalho tem como objetivo realizar a análise do
estado da arte acerca de estudos nacionais e internacionais que examinam a
relação destas variáveis e, também, evidenciar suas contribuições para a clínica
cognitivo-comportamental. Para tanto foram verificadas as bases de dados
PsycNet, Scielo, Scopus, Web of Science, utilizando descritores “terapia
cognitivo-comportamental\", “perfeccionismo”, “procrastinação”, em inglês e
português e suas combinações. Ora, os achados da análise preliminar indicam
uma correlação positiva entre o perfeccionismo mal adaptativo e a
procrastinação. O perfeccionismo também está relacionado com o sofrimento
psicológico, desempenhando o papel de fator de risco para a depressão e
transtornos de ansiedade, podendo também ser um preditor para o stress e
49
relações disfuncionais com pares. Achados importantes demonstram que a
procrastinação correlaciona-se a baixa autoestima, impulsividade, depressão e
ansiedade. Prejuízos acadêmicos e baixa qualidade de vida também são
relatados em ambas as categorias.
Apoio financeiro: CAPES
[email protected]
Painel 7
A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CLÍNICA NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Chaielen M. B. Martinez; Larissa Ap.
Alexandrino de Azevedo; Giovanna Zacarini Ambrósio Stelin; Christian
Guilherme Capobianco dos Santos; Maria Clara Jacinto; Reinaldo Rodrigo de
Oliveira e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (IPC Instituto de Psicoterapia
Cognitivo-comportamental, Araçatuba, SP).
Palavras-chave:
comportamental
psicoterapeuta;
formação
clínica;
terapia
cognitivo-
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 2011) os cursos de
graduação em Psicologia têm como objetivo a formação do psicólogo
direcionada a atuação profissional, pesquisa e ensino de psicologia,
abrangendo a multiplicidade dos referenciais que visam abarcar a amplitude
do fenômeno psicológico. Visto a generalidade nos cursos de graduação, inferese a necessidade de constante busca por aperfeiçoamento e especialização na
área de escolha do psicólogo. Os cursos lato sensu (pós-graduação) auxiliam a
preencher lacunas deixadas pela falta de aprofundamento nos cursos de
graduação, e tem sido o modo de formação mais frequente entre os psicólogos
brasileiros, uma modalidade essencialmente profissionalizante (Bastos &
Gondin, 2010). A prática clínica na abordagem cognitivo-comportamental pode
parecer simples para um observador não treinado, contudo Beck (2013) afirma
que para ser um terapeuta cognitivo-comportamental experiente requer o
desenvolvimento de várias habilidades básicas e expertise na aplicação de
técnicas. Foi objetivo deste trabalho, identificar e conhecer as contribuições da
formação clínica na atuação do terapeuta cognitivo-comportamental.
Participaram desta pesquisa 20 sujeitos, sendo 19 mulheres e 1 homem, com
média de idade de 28 anos, todos graduados em Psicologia em instituição
particular. Foi utilizado questionário semiestruturado desenvolvido pelos
pesquisadores, com estudantes de formação clínica de um instituto de
psicologia privado de duas cidades do noroeste paulista. 45% dos participantes
sentiram necessidade durante o último ano de graduação em fazer uma
formação, e 95% justificaram a busca da formação para melhorar suas
habilidades terapêuticas. Os participantes, após ingressarem no curso de
formação, perceberam aumento nas habilidades pertinentes à abordagem
escolhida, como 74% de melhora no domínio teórico da abordagem cognitivocomportamental, 83% na aplicação das técnicas, 111% na elaboração do plano
de tratamento, 98% na realização de ponte entre as sessões, 88% na obtenção
de feedback, 84% no fluxo de assuntos por sessão, 80% na identificação,
avaliação e reestruturação de pensamentos disfuncionais. De forma geral, 90%
consideram de máxima relevância da realização de um curso complementar.
50
Podemos concluir que os estudantes que buscaram a formação complementar
em terapia cognitivo-comportamental obtiveram melhora esperada de suas
habilidades terapêuticas, inferindo a importância da formação complementar à
graduação, posto que, como apontado na bibliografia, esta supre as
necessidades do profissional psicólogo.
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Painel 8
INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS APLICADAS EM
CRIANÇAS
E
ADOLESCENTES
NA
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL DISPONÍVEIS NO IDIOMA PORTUGUÊS. Cirlei Carla
Gurgel do Amaral; Márcia dos Anjos; Lilian Zolet e Ruy Bueno (Uniamerica, Foz
do Iguaçu, PR).
Palavras-chave: criança, habilidades, instrumentos
A temática do trabalho Instrumentos e estratégias terapêuticas aplicadas em
crianças e adolescentes na Terapia Cognitivo-comportamental disponíveis no
idioma português surgiu da importância e necessidade da realização de um
levantamento bibliográfico de todos os instrumentos e estratégias terapêuticas
aplicadas no Brasil com faixa etária. Conforme o trabalho avançava,
percebemos a demanda por um material de praticidade e solidez designado
para auxiliar o terapeuta como um guia na seleção de métodos e estratégias.
Dessa demanda resultou a publicação do livro: Terapia CognitivoComportamental com Crianças e Adolescentes: guia de referência de ferramentas
e estratégias terapêuticas. Percebe-se, atualmente, a crescente necessidade de
instrumentos técnicos auxiliares no tratamento dos mais variados distúrbios
infantis na TCC, abordagem recente e inicialmente desenvolvida para o
tratamento de transtornos mentais em adultos. Nesse contexto, há uma
variedade de problemas de saúde mental e/ou comportamental apresentados
por crianças e adolescentes os quais pais e a escola têm dificuldade em
administrar. O trabalho terapêutico com esse grupo exige especial
envolvimento para ocorrer o engajamento no tratamento, demandando maior
quantidade de trabalho, pois abrange também a família, o colégio e demais
grupos sociais. Por ser uma área relativamente recente na terapia cognitivocomportamental (TCC), muitos psicólogos se deparam com inúmeros
questionamentos quanto ao instrumento ou estratégia terapêutica mais
adequada e assertiva para estes pacientes entenderem e assimilarem os
conceitos chave da TCC. O trabalho objetiva auxiliar profissionais de Psicologia
na implementação de aspectos inovadores na prática clínica em crianças e
adolescentes, possibilitando a seleção de melhores instrumentos conforme o
perfil e dificuldades do paciente, assim como novas adaptações de estratégias
terapêuticas. Sendo assim, o conhecimento aprofundado da filosofia da terapia
cognitiva garante melhor seleção, adequação e uso de técnicas e jogos lúdicos.
Essa instrumentalização aumenta o repertório do profissional para acessar e
lidar com determinados problemas específicos da criança, sejam eles quadros
de ansiedade, humor, problemas de comportamento, impulsividade ou
inabilidade social. A técnica é um processo que auxilia o terapeuta a ter mais
eficiência no tratamento, mas não dispensa sua criatividade. Nesse estudo, o
51
jogo terapêutico revelou-se uma ferramenta importante para que haja, em
conjunto com a Ciência da Terapia Cognitiva, espaço para a Arte do encontro
humano com empatia, disposição de ajuda e efetividade no tratamento.
[email protected]
Painel 9
TCCG PARA TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL.
Cristina Santana Cruz; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld
(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: fobia social; terapia cognitivo-comportamental em grupo
A ansiedade é uma resposta adaptativa, passando a ser patológica quando é
desproporcional diante da situação desencadeante, uma das formas de
ansiedade patológica é o transtorno de ansiedade social (TAS). O TAS consiste
em um medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho,
nas quais o indivíduo poderia sentir vergonha. A exposição social ou de
desempenho provoca uma resposta de ansiedade, essas situações são
geralmente evitadas ou suportadas com pavor. A Terapia CognitivoComportamental (TCC) tem demonstrado grande eficácia na remissão dos
sintomas e no aumento da qualidade de vida dos pacientes, tendo como objetivo
propiciar alívio dos sintomas e redução da ansiedade, a partir da identificação
e modificação de pensamentos, emoção e comportamentos disfuncionais. A
Terapia Cognitivo-Comportamental em grupo (TCCG), assim como a TCC,
objetiva reestruturação de cognições negativas e disfuncionais sobre as
situações sociais, para este objetivo a terapia consiste em reestruturação
cognitiva, sessões de exposição autoguiada e in vivo. O grupo é eficaz em função
da constante exposição a uma situação social, ou seja, o próprio grupo. Esse
trabalho visa relatar um atendimento realizado em grupo com sessões
estruturadas baseado no protocolo do Hoffman e Otto (2008). O atendimento
ocorreu em 16 sessões semanais conduzido por uma terapeuta e uma coterapeuta, ambas psicólogas, nos quais as grandes temáticas consistiram em:
psicoeducação sobre ansiedade e sobre os objetivos da terapia, exposições
comportamentais e reestruturação cognitiva. Durante o tratamento os
participantes aprenderam a definir objetivos durante uma situação social,
estratégias para redirecionar atenção, formas de lidar com a ansiedade e
estratégias para interromper o processo ruminativo. O grupo era composto de
6 participantes, com média de idade de 26,66 anos (dp=3,44), sendo 3 homens
e 3 mulheres, o qual finalizou com 3 participantes. Os resultados foram
evidenciados a partir dos instrumentos SPIN, BAI e BDI, com intuído de avaliar
ansiedade social, ansiedade e depressão. Os resultados sugerem mudanças
significava antes e depois da intervenção em todas as escalas utilizadas,
evidenciando melhora significativa dos sintomas ao final das sessões.
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
52
Painel 10
OBSERVAÇÃO
DE
UM
GRUPO
DE
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL VOLTADO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR. Cristina
Santana Cruz; Luíza Almeida Amoroso; Gabriela Affonso; Carmem Beatriz
Neufeld; Carlos Bueno Júnior e Rosane Pilot Pessa (Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental; reeducação alimentar;
grupo
A organização mundial da saúde (OMS) define a obesidade como uma
acumulação anormal ou excessiva de gordura que pode prejudicar a saúde.
Considerando os níveis epidêmicos de sobrepeso e obesidade no Brasil, faz-se
necessário intervenções eficazes e multidisciplinares para combater essa
condição. Sabe-se que fatores psicológicos e emocionais podem atuar na
etiologia e manutenção da obesidade. A Terapia cognitivo-comportamental
(TCC) auxilia o paciente a identificar, flexibilizar e modificar seus pensamentos
distorcidos e disfuncionais a fim de desenvolver uma interpretação mais
adaptativa da realidade, organizando assim as contingências para a mudança
de peso, comportamentos, pensamentos e emoções ligados ao autocontrole em
contextos alimentares O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados
observados de uma intervenção em grupo de TCC voltada para educação
alimentar associada a orientações nutricionais do Programa de Educação
Alimentar da Universidade de São Paulo (PRAUSP) comparando uma avaliação
feita antes da intervenção e uma avaliação ao final. A intervenção de TCC
contou com 12 sessões, o grupo teve início com 14 participantes e foi finalizado,
com 7, sendo 5 mulheres (71,43%) e 2 homens (28,57%). A amostra analisada
no presente estudo corresponde aos participantes que participaram do grupo
até seu término, de modo que a idade média destes é de 44,4 anos (dp=13,30).
Os instrumentos utilizados foram o Inventário Beck de Ansiedade (BAI) e o
Inventário Beck de Depressão (BDI). A análise quantitativa descritiva dos dados
mostrou uma redução clínica dos escores médios referentes à ansiedade e
depressão dos participantes no final do programa. A média do escore dos
participantes no início do programa na BAI (n=7) foi de 12,14 (dp=4,24),
correspondendo à ansiedade leve, e de 7,42 (dp=2,82), nível mínimo de
ansiedade no final. No BDI (n=7), os participantes pontuaram em média 12,14
(dp=4,24), o que corresponde ao nível leve de depressão, enquanto que no final
do programa, a média foi reduzida 7,57 (dp=2,12), correspondendo ao nível
mínimo de depressão. O IMC médio inicial dos participantes foi de 31,58Kg/m²
(dp=3,52), e ao final programa reduziu para 30,34Kg/m² (dp=4,23). Os
resultados mostram redução dos sintomas psicológicos e do IMC, indicando a
potencialidade da intervenção. Entretanto salienta-se que estudos mais
aprofundados devem ser conduzidos.
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
53
Painel 11
CONSTITUIÇÃO FAMILIAR E QUEIXA DE COMPORTAMENTO EM CRIANÇAS
ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA. Franciele do Vale Geraldi; Amanda
Dourado; Dayanne Emiliano Pigossi, Franciane Carla de Almeida e Luciana de
Toledo Bernardes da Rosa (Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas,
UNIP- Universidade Paulista. Campus Araçatuba).
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a constituição familiar e sua relação
com as queixas de comportamento em crianças atendidas no processo de
psicodiagnóstico interventivo no Centro de Psicologia Aplicada da Universidade
Paulista – campus Araçatuba. Foi escolhida aleatoriamente uma amostra de 10
prontuários dentre a demanda recebida durante o ano de 2013, sendo estas
crianças entre sete e onze anos. O estudo caracterizou-se como descritivo e
retrospectivo, pretendendo descrever, os fatos e fenômenos de determinada
realidade, onde um dos caminhos utilizados foi à análise e pesquisa
documental. A mesma consistiu na examinação de materiais de natureza
diversa, propondo um olhar analítico e reexaminando os conteúdos
apresentados pelos prontuários. Os dados foram coletados seguindo um
protocolo de vinte questões que buscou informações sobre a família e sobre a
queixa da criança. Esses dados foram tabulados de acordo com a escala
nominal e correlacionados entre si, caracterizando a pesquisa de análise
quantitativa. Após a pré-análise dos conteúdos contidos nos prontuários,
organizado o material e sistematizado as ideias iniciais, foram definidas as
categorias de queixas e registros orientadas pelas hipóteses e referenciais
teóricos, efetuando-se por fim o tratamento dos resultados. As famílias que
apresentaram menor número de queixas por crianças foram as nucleares,
sendo uma queixa por família representada, já as demais constituições
apresentaram média de três queixas por prontuário. Os desenhos gráficos
significativos sobre a família também apareceram em sua maioria no
prontuário de crianças que já não estavam inseridas na família nuclear.
Embora a amostra recolhida neste estudo não seja o suficiente para afirmar
que exista uma relação entre constituição familiar e queixa de comportamento,
pode-se afirmar que a maior parte das crianças que passaram por atendimento
são provenientes de famílias não nucleares, e que apresentaram maior
quantidade de queixas, levando à possibilidade da existência de relação entre
as queixas comportamentais e a constituição familiar.
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Painel 12
RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE HABILIDADES PARA
A VIDA EM GRUPO DE CRIANÇAS.
Isabela Maria Freitas Ferreira e
Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: promoção de saúde mental; infância; habilidades de vida
A prevalência de problemas de saúde mental em crianças vem aumentando com
o passar dos anos. A depressão é um transtorno de humor que está afetando
54
cada vez mais a população infato-juvenil, causando diversos prejuízos para
essa população, como baixa autoestima, isolamento social, queda no
rendimento escolar, retraimento e labilidade emocional. Como uma forma de
evitar tais sofrimentos, promover o bem estar e a qualidade de vida para as
crianças e proporcionar a elas um desenvolvimento saudável ao longo da vida,
a literatura vem direcionando este cenário para os programas de promoção de
saúde mental na infância, baseados na Terapia Cognitivo-Comportamental. As
Habilidades Sociais (HS) e de Vida (HV) são partes importantes deste contexto
de promoção de saúde, contribuindo para um enfrentamento saudável diante
das demandas cotidianas. É nesse cenário que foi criado o Programa de
Promoção de Habilidades para a Vida (PRHAVIDA) que visa a promoção de
saúde mental para crianças e adolescentes em contexto escolar, por meio do
treinamento de HS e HV, embasado na abordagem Cognitivo-Comportamental.
O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar o PRHAVIDA em grupos de
crianças, visando investigar seus efeitos sobre as medidas de depressão e HS.
A pesquisa envolveu um delineamento quase-experimental, com uma
metodologia pré e pós-teste com grupo lista de espera não equivalente,
utilizando-se de dados secundários. Foram incluídas, na amostra, os dados
referentes de 70 crianças de 8 a 10 anos, divididas em 3 grupos intervenção e
3 grupos lista de espera, que participaram do PRHAVIDA entre os anos de 2012
e 2014. Os instrumentos utilizados no estudo foram oInventário de Depressão
Infantil e o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais em Crianças. Para a
análise de dados utilizou-se do tratamento estatístico paramétrico. Os
resultados preliminares evidenciaram uma redução nos escores de depressão,
e na frequência e adequação da resposta não habilidosa ativa após a
intervenção. Dessa forma, apesar do programa ser do tipo universal e não ser
focado em nenhum transtorno específico, hipotetiza-se a possibilidade dele ter
contribuído na redução dos índices de depressão da amostra, bem como
auxiliar as crianças a evitar os comportamentos agressivos e questionar a
adequação desses comportamentos.
Apoio financeiro: CAPES
[email protected]
Painel 13
TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO
DISRUPTIVO. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo e Renata Ferrarez Fernandes
Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP).
Palavras-chave: terapia de esquema, transtornos disruptivos, infância e
adolescência
Transtornos disruptivos são transtornos psiquiátricos muito frequentes na
infância caracterizados por comportamentos de transgressão a normas,
desafiadores e antissociais, com implicações graves, gerando incômodo nas
pessoas e ambiente social. Segundo DSM-V transtornos disruptivos são de
Conduta (TC) e Desafiador de Oposição (TDO). A Terapia Cognitiva Focada em
Esquemas (TE) para crianças, desenvolveu protocolo para atendimento de
crianças com sintomas disruptivos. Crianças com esse transtorno tendem a ser
excepcionalmente opositivas e com comportamento agressivo. Elas não são
55
temporariamente raivosas ou desafiantes, seus sintomas são claramente
distintos do desenvolvimento normal e tem ativos os seguintes modos: Modo de
Ataque; Intimidator; Criança irritada; Criança impulsiva; Pai punitivo; Protetor
irritado. Segundo a TE nos transtornos disruptivos, um importante
instrumento clínico é avaliação e análise funcional das interações entre filhos
e pais, pois são nos relacionamentos familiares onde começam construções de
modelo de conduta e modo de funcionamento de cada comportamento. O
objetivo desse trabalho é apresentar o processo de tradução e validação de
instrumentos da TE para o atendimento de crianças com TC e TDO. O
procedimento visou a versão e adaptação para o português de seis
instrumentos da TE desenvolvidos para trabalho com transtornos disruptivos,
sendo cinco destinados aos pacientes e um a orientação de pais: a) esquema
modo detetive (identificação pensamentos negativos, modos ativos nos
transtornos disruptivos e seus respectivos gatilhos). b) elaboração de plano de
ação e mudança dos Esquemas Desadaptativos Iniciais para esquemas
positivos; c) técnica da estatística para crianças (ensina criança ponderar
pensamento sobre si, evitando denegrir auto-imagem); d) escada de pontos
fortes e fracos (auto-avaliação que busca identificar habilidades fortes na
criança bem como pontos fracos, para se conhecer e reagir melhor em situações
de conflito (nessa técnica os pontos fortes devem compensar os pontos fracos);
e) técnica que avalia níveis de responsabilidade (estabelece compromissos a
serem cumpridos e consequências em caso de descumprimento); f) elaboração
de lista de valores e normas (questionamentos feitos aos pais para reflexão de
normas e valores da própria educação e que transmitem aos filhos). Os
resultados iniciais mostram que o protocolo da TE parece ser mais abrangente
que os demais protocolos em Terapia Cognitiva para crianças porque trabalha
também esferas comportamentais e vivenciais da criança. Além disso, incluir
técnicas para ampliar a compreensão dos estados dissociativos (modos de
esquemas) típicos dos transtornos disruptivos das crianças, parecem favorecer
o engajamento dos pais no tratamento.
Apoio financeiro: FAPEMIG
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Painel 14
O QUESTIONÁRIO DE ESQUEMAS PARA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE
VALIDAÇÃO SEMÂNTICA ATRAVÉS DE PROVA DE JUÍZES. Ivana de Cássia
Ribeiro Rosa Camilo; Renata Ferrarez Fernandes Lopes e Maria Clara Ferrarez
Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP).
Palavras-chave: questionário de esquemas; crianças e adolescentes; esquemas
iniciais desadaptativos; terapia cognitiva focada em esquemas
A Terapia focada no Esquema para crianças é um campo das Terapias
Cognitivas recentemente desenvolvido em nosso país. Estudos recentes
apontam para um protocolo focado no esquema eficaz de avaliação e
intervenção com seis etapas. A primeira dessas etapas é a avaliação dos
Esquemas Iniciais Desadaptativos ( EIDs) das crianças. Para isso é possível
utilizar o Questionário de Esquemas para Crianças desenvolvido pela equipe
de Rijkeboer e Boo a fim de avaliar os EIDs de crianças de 8 a 14 anos. O
56
objetivo deste trabalho foi realizar uma validação semântica desse questionário
para o uso em amostras infanto-juvenis brasileiras. Para isso, realizou-se uma
prova de juízes com o objetivo de verificar o grau de concordância sobre
as afirmações que compõem o instrumento. Participaram dessa pesquisa 4
juízes, com média de 32 anos de idade, com experiência clínica em terapia
cognitiva ou terapia focada no esquema. As 40 afirmações do questionário
foram agrupadas com base nos 11 fatores (EIDs) que compõem o instrumento:
abandono (5 afirmações); vulnerabilidade (6) abuso e desconfiança (3);
defectividade(3),
fracasso
(3);
subjugação(5);
padrões
inflexíveis(3);
autossacrifício(3); emaranhamento (3), autoengrandecimento (3) autocontrole
insuficiente (3). A tarefa dos juízes consistiu em avaliar se a afirmativa era ou
não representativa do fator avaliado previamente descrito de forma
operacionalizada. Para a análise dos resultados, calculou-se o índice de
concordância Kappa (к). Quanto mais próximo de 1, maior a concordância entre
juízes e quanto mais distante de 1, menor a concordância. Os resultados
mostraram que os fatores abuso (0,92), defectividade (0,95); fracasso (0,98),
padrões inflexíveis (0,95) e autoengrandecimento (0,97) obtiveram uma
concordância quase perfeita. Por sua vez, o fator autocontrole insuficiente
(0,68) e abandono (0,70) alcançaram uma concordância substancial, e os
fatores vulnerabilidade (0,57) autossacrifício (0,59) e emaranhamento (0,54) e
subjugação (0,53) apresentaram concordância moderada. O conjunto dos
dados indica que o questionário de esquemas para crianças pode ser um
instrumento de avaliação consistente para a investigação dos EIDs presentes
em crianças.
Apoio financeiro: FAPEMIG
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Painel 15
PERCEPÇÃO DE SAÚDE E SATISFAÇÃO DE VIDA EM ADOLESCENTES DE
13 ANOS: DADOS PRELIMINARES. Juliana Maltoni Nogueira e Carmem Beatriz
Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: adolescência; saúde do adolescente; qualidade de vida
A adolescência é um período complexo marcado por intensas transformações
de ordem biológica, cognitiva e social, ocorrendo entre os 10 e 19 anos, não
existindo, porém, um consenso quanto a este período. Apesar de ser propícia
ao desenvolvimento, características como comportamentos de risco e aumento
da prevalência de transtornos mentais aparecem. Um levantamento
internacional, com mesmo instrumento desta pesquisa, aponta uma média de
17% de percepção razoável ou ruim em relação à saúde em adolescentes de 13
anos. A média da satisfação de vida pontuada abaixo de 6 numa escala de 0 a
10 foi de 15%. A investigação de indicadores de saúde e bem-estar nesta
população possui importância incontestável, ainda considerando a influência
deste período em questões centrais da vida adulta. O objetivo principal deste
trabalho foi avaliar a percepção de estudantes de 13 anos, matriculados em
escolas estaduais do interior de São Paulo, em relação a saúde e satisfação de
57
vida. As coletas ocorreram em grupo nas próprias escolas com o questionário
autoaplicável Health Behavior in School-aged Children (HBSC), em versão
traduzida, que avalia comportamentos relacionados à saúde, bem-estar e
ambientes sociais em indivíduos de 11, 13 e 15 anos. Este trabalho faz parte
de um projeto maior do Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental (LAPICC-USP) que encontra-se em andamento. Os dados
foram analisados pelo Statistical Package for Social Sciencies (SPSS), versão
16.0, calculando-se frequência e porcentagem. A amostra foi composta por 55
adolescentes, sendo 32 (58,2%) meninas. 23,6% consideraram sua saúde como
excelente, 50,9% boa e 25,5% razoável. 25,5% dos adolescentes indicaram uma
satisfação de vida menor que 6, na referida escala de 0 a 10. Os resultados
preliminares indicam uma percepção positiva quanto aos itens avaliados, mas
revelam um número significativo de jovens avaliando a saúde como razoável e
pouco ou não satisfeitos em relação a vida, mesmo com tão pouca idade. Apesar
de ser um bom indicativo de saúde, a percepção do adolescente não garante
que isto reflita seu verdadeiro estado de saúde, física ou mental, nem que ele
não esteja engajado ou exposto a fatores de risco. Espera-se como etapa
posterior do trabalho verificar as possíveis relações das demais variáveis
acessadas no estudo maior, como nível socioeconômico, sintomas depressivos
e ansiosos e outros indicadores de saúde.
Apoio financeiro: CAPES
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Painel 16
PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM TERAPIA COGNITIVA NA SAÚDE:
ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS. Laudelino Henrique de Oliveira Vicente
e Karen P. del Rio Szupszynski (Universidade Federal da Grande Dourados,
Dourados, MS).
Palavras-chave: terapia cognitiva, psicologia da saúde, psicologia baseada em
evidências
A atuação do psicólogo em locais onde a preocupação maior é a saúde geral do
individuo, e não apenas sua saúde mental, tem sofrido diversas mudanças. O
aumento de critérios que buscam evidências da eficácia, eficiência e efetividade
das intervenções utilizadas por profissionais de saúde vem possibilitando um
aumento dos campos de atuação de abordagens que já são consideradas
consagradas no ambiente clínico, como acontece com a Terapia Cognitiva, e
algumas de suas variações mais recentes. A pesquisa nesta área cresce a cada
ano, e vem ganhando espaço dentro de intervenções que estão voltadas ao
acompanhamento de pessoas em processo de saúde-doença, bem como no
aumento da qualidade de vida e em instituições de saúde propriamente ditas.
Diante desta realidade, pretende-se analisar a produção científica brasileira
sobre as intervenções em saúde pautadas na abordagem da Terapia Cognitiva,
á luz do modelo de Psicologia Baseada em Evidências, através de uma revisão
sistemática de literatura. Para tanto, foram realizadas  buscas  nas bases de
dados Lilacs, Pepsic, e Scielo, combinando os descritores “terapia cognitiva”
com “serviços de saúde”, “saúde”, “instituições de saúde”, “psicologia
hospitalar”, “psicologia da saúde”, “qualidade de vida”, “saúde pública”, “saúde
58
coletiva”, além dos descritores “terapia cognitivo comportamental” e
“psicoterapia cognitivo comportamental” de forma isolada. Até o momento,
foram encontrados 37 artigos, dois quais foram excluídos trabalhos em língua
portuguesa cuja autoria não era de brasileiros (n=2), além de trabalhos que não
podiam ser completamente acessados (n=10). Dos 25  trabalhos restantes, sete
são revisões de literatura, cinco são estudos de caso, quatro revisões
sistemáticas de literatura, três artigos conceituais, um estudo longitudinal, um
ensaio clínico randomizado, um estudo de casos múltiplos, um estudo piloto e
dois estudos caso-controle. Diante dos dados encontrados até o
momento, percebe-se, pelos tipos e quantidades de estudos, que a produção
nacional nesta área se concentra principalmente em estudos de caso e
revisões bibliográficas de literatura, que não são foco da Psicologia Baseada em
Evidências, estimulando assim que novos estudos que considerem tal
abordagem sejam desenvolvidos em cenário nacional.
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Painel 17
HABILIDADES
SOCIAIS
EDUCATIVAS
PARENTAIS:
REVISÃO
DA
LITERATURA NACIONAL. Lívia Lira de Lima Guerra (Universidade Federal de
São Carlos, São Carlos, SP) e Bruno Luiz Avelino Cardoso (Universidade Federal
do Maranhão/ Instituto Wainer & Piccoloto).
Palavras-chave: habilidades sociais; habilidades sociais educativas; habilidades
sociais educativas parentais.
O conceito de Habilidades Sociais Educativas (HSE) integra o campo teóricoprático das Habilidades Sociais (HS) e refere-se às classes de HS utilizadas
intencionalmente para promover o desenvolvimento e aprendizagem do outro,
incluindo o desenvolvimento cognitivo e comportamental do indivíduo. As
habilidades dos pais nas interações e na educação dos seus filhos têm se
mostrado decisivas na promoção de comportamentos socialmente habilidosos ou
na ocorrência de problemas de comportamento. A infância é um período de
grandes demandas sociais, crucial para o aprendizado de HS, por isso, o
envolvimento e o desempenho dos pais são fundamentais para o estabelecimento
de relações educativas que efetivamente promovam a competência social. Devido
à importância dos estudos sobre HSE, especificamente as parentais e sua
relação com problemas de comportamento dos filhos, aponta-se a necessidade
de investigação nacional das pesquisas que estão sendo desenvolvidas, bem
como das categorias que elas pertencem no campo científico. Com objetivo de
realizar uma revisão da literatura nacional, foi realizado um levantamento
bibliográfico inicial, no portal de periódicos da CAPES, e logo após, nas bases de
dados SciELO Brazil, Lilacs, IndexPsi. Como requisito fundamental para inclusão
nessa pesquisa, delimitou-se a presença de pelo menos uma das seguintes
(combinações de) palavras-chave: “habilidades sociais educativas parentais”
“habilidades sociais educativas x práticas educativas parentais”, e/ou a presença
dessas no título da pesquisa. Não constaram nessa pesquisa livros, capítulos de
livros, teses e dissertações. Foram encontrados 25 artigos no Portal Periódicos
da CAPES, sendo 20 na base de dados Scielo; 22 na base de dados Lilacs e 08 no
Index Psi. Retirando-se os artigos repetidos e considerando os critérios de
59
inclusão na pesquisa, chegou-se a um n de 16 artigos sobre HSE (100%). Os
estudos foram sistematizados e apontaram os resultados nas categorias: (a)
Teóricos (0%); (b) Aplicados (0%); (c) caracterização e/ou correlações (68,75%),
(d) intervenções (25%), (e) construção, adaptação e validação de instrumentos
(6,25%); (f) outros (0%). Considera-se necessária a ampliação de estudos e
pesquisas sobre HSE, carecendo de estudos aprofundados sobre os diversos
campos categóricos, entre os quais, destacam-se os teóricos e aplicados sob esse
referencial das HS.
[email protected].
Painel 18
CRENÇA SOBRE O SENTIDO DA VIDA: RELATOS DE ADOLESCENTES. Lívia
Lira de Lima Guerra(Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP).
Palavras-chave: percepção; adolescência, sentido da vida
A premissa básica da Terapia Cognitiva é de que a maneira como as pessoas
interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam.
Tais ideias, ou interpretações, são incorporadas como verdades absolutas,
podendo gerar sofrimento psicológico. Para a Logoterapia, o fato de
problematizar a própria existência e perguntar pelo seu sentido é uma
característica específica do ser humano, que se inicia geralmente com o processo
de maturação, na adolescência. Sendo assim, cabe destacar que nesta fase,
ocasionalmente, podem aparecer ideias suicidas, uma vez que fazem parte do
processo de questionar o sentido da vida. Entende-se que a carência de sentido
pleno nessa faixa etária da adolescência é um estágio passageiro normal, mas
que pode se tornar um fator de risco para ocorrência de problemas existenciais.
A vivência dos valores, também é uma característica fundamentalmente presente
na condição humana, eles podem ser criadores (aquilo que se faz no mundo),
vivenciais (experiências com a natureza, a beleza, o amor) ou de atitudes (perante
um destino imutável) e contribuem na tarefa de perceber significado em cada
situação e atribuir sentido à existência. Devido à importância dos estudos sobre
a adolescência, aponta-se a necessidade de investigação acerca da percepção do
sentido de vida. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo discutir as
percepções de adolescentes acerca do sentido da vida e quais os valores que eles
vivenciam. O estudo foi do tipo descritivo, de corte transversal e abordagem
qualitativa. Participaram da pesquisa dez estudantes das três séries do ensino
médio, de ambos os sexos e na faixa etária de 14 a 17 anos. Utilizou-se um
questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. Os dados foram
analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo, emergindo oito
categorias. A frequência de presença da categoria no relato dos participantes
(n=10) segue em parênteses: valores vivenciais (10); valores criativos (7); valores
atitudinais (2); propósito da vida humana (10); percepção do sentido da vida (9);
carência de sentido (6); percepção da vivência de valores (9); e envolvimento
social (8). Os resultados sugerem que os sujeitos atribuíram um sentido as suas
vidas, devido à vivência de valores, principalmente nas interações interpessoais.
Sugere-se que novas pesquisas possam ser realizadas, ampliando-se o número
de participantes.
60
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Painel 19
USO DE BENZODIAZEPÍNICO COMO BUSCA DE SEGURANÇA: SUPERANDO
UM
CICLO
DE
MANUTENÇÃO
COM
A
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Aline Gerbasi Balestra; Sabrina
Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva
Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP).
O uso de benzodiazepínicos (BDZ) tem demonstrado eficácia no tratamento do
Transtorno do Pânico (TP). Entretanto, os benefícios associados aos BDZs são
atenuados pelas dificuldades na descontinuação do tratamento com
possibilidades de dependência. Pacientes ansiosos podem associar o
medicamento a um método rápido de diminuição ou evitação dos sintomas de
ansiedade, percebendo como uma segurança que os protegem de possíveis
ameaças, deixando de avaliar seus próprios recursos de enfrentamento. O
objetivo deste estudo de caso foi relatar um processo de tratamento, através da
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), de descontinuação do uso de BDZ
como busca de segurança em um paciente com TP. O presente relato de caso
descreve o atendimento individual a um paciente, 28 anos, solteiro, residente
do interior de São Paulo. Foram utilizados como instrumentos os inventários
Beck de depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS). O
tratamento procedeu através de 30 sessões estruturadas na abordagem
cognitivo-comportamental. O curso do tratamento seguiu através da
reestruturação cognitiva, flexibilizando pensamentos distorcidos e crenças
disfuncionais por meio de busca de evidências, e exposição gradual em
situações temidas sem o recurso medicamentoso. Como resultado, o paciente
apresentou a descontinuação do uso do BDZ sublingual e uma melhora
significativa em sua funcionalidade. Os comportamentos de esquiva de
situações sociais diminuíram consideravelmente. O paciente voltou a
frequentar, através da exposição gradual, locais tidos como aversivos. Em todas
estas situações, houveram uma diminuição gradual do uso do BDZ , até a sua
retirada total na 11ª sessão, através da quebra de seu ciclo de busca de
segurança, por meio de flexibilização e reestruturação cognitiva. Observou-se
a importância da associação entre reestruturação cognitiva e técnicas de
exposição como auxiliares para o tratamento no processo de descontinuação
do uso de BDZ, principalmente para pacientes com histórico de insucesso na
retirada do medicamento. Uma vez avaliados os pensamentos distorcidos
associados à situações temidas, o paciente poderá examinar diretamente, em
situações testes, seus reais recursos para lidar com essas situações aversivas.
Desta maneira, a utilização da TCC possibilitou um tratamento importante
para a quebra do ciclo de manutenção de busca de segurança e retirada total
do BDZ sublingual. Estudos com um maior controle das variáveis poderiam
ampliar as possibilidades de intervenção em TP e no processo de
descontinuação medicamentosa.
[email protected]
61
Painel 20
A IMPORTÂNCIA DAS INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DO
TRANSTORNO DE PÂNICO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL.
Maria Claudia Rodrigues; Glauce Andreotti Mazo; Cássia Cristina da Silva
Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto - SP).
Palavras-chave: terapia cognitiva; transtorno do pânico; ciclos de manutenção
Ciclos de manutenção são processos psicológicos que mantém a dificuldade do
paciente, podendo conduzir o indivíduo a cometer interpretações irreais,
incluindo avaliações negativas e a subestimação de sua capacidade de
enfrentamento, gerando reações fisiológicas associadas. O objetivo do trabalho
foi relatar, através de um estudo de caso, a importância de intervenções nos
ciclos de manutenção no Transtorno de Pânico (TP) através da Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). O presente relato descreve o caso de uma
paciente, 28 anos, Enfermeira, casada, residente do interior de São Paulo, sem
filhos, católica. Buscou atendimento psicoterápico, encaminhada pelo
psiquiatra, relatando crises ansiedade e preocupação excessiva com o trabalho
-“todos os procedimentos que eu faço, acredito que tem que ser perfeito”. Foram
utilizados como técnicas de intervenção: psicoeducação sobre ansiedade, treino
de relaxamento, questionamento de pensamentos e crenças, intervenções sobre
o ciclo de manutenção do perfeccionismo e de esquiva. Como principais
resultados, através das técnicas descritas, a paciente conseguiu reduzir os
sintomas de ansiedade, percebendo os gatilhos que desencadeavam o
transtorno, quebrando seu ciclo de manutenção perfeccionista e de esquiva, o
que fez aumentar sua sensação de controle, e diminuísse a hipervigilância nos
sintomas. Conseguiu-se reestruturar os pensamentos relacionados à
ansiedade, fazendo com que a paciente retornasse ao trabalho, e realizasse os
as suas atividades no trabalho sem ficar extremamente ansiosa, e diminuindo
sua auto-cobrança e a esquiva – “Vou dar o meu melhor, mas sei que às vezes
falharei e isso não será o fim”. Através deste relato de caso foi possível observar
a importância da TCC em intervenções no ciclo de manutenção perfeccionista
e de esquiva como auxiliar no tratamento do Transtorno de Pânico. Aponta-se
que a estabilização do humor ansiogênico da paciente foi fundamental para a
facilitação da aplicação de técnicas de questionamentos de pensamentos e
quebra dos ciclos que mantinham o transtorno. São necessários mais estudos,
objetivando investigar formas teóricas e práticas interventivas, sobre os ciclos
de manutenção do TP.
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Painel 21
A TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO
DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE DA DOENÇA. Maria Fabrícia Queiroga da
Costa (Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE, João Pessoa, PB).
Palavras-chave: ansiedade; emoção; doença
62
O presente trabalho trata-se de um estudo de caso de um jovem, sexo
masculino, 31 anos, diagnosticado com transtorno de ansiedade da doença.
Para o tratamento de tal problemática foi associado o acompanhamento
psiquiátrico com medicação, e psicológico com foco na terapia racional emotiva
comportamental. O transtorno de ansiedade da doença, segundo o DSM- V, se
caracteriza por preocupação com ter ou contrair uma doença grave, estando ou
não presente sintomas somáticos e preocupação, que é claramente excessiva
ou desproporcional, levando a alto nível de ansiedade. O indivíduo tem
comportamentos excessivos relacionados à saúde ou exibe evitação maladaptativa. A terapia racional-emotiva-comportamental (TREC), desenvolvida
por Albert Ellis, mostra eficiência em aliviar as perturbações emocionais de
seus pacientes, e ao mesmo tempo propiciar uma mudança filosófica profunda.
A técnica tem como objetivo de auxiliar numa maior compreensão do processo
terapêutico, propondo um modelo “ABCDE dos distúrbios emocionais”. O caso
chegou ao consultório já diagnosticado por um médico especialista, e já fazendo
uso de ansiolíticos. O mesmo temia está doente e por isso buscava profissionais
para confirmar tal hipótese, causando-lhe sofrimento físico e emocional. Foi
realizado, em terapia, avaliação do estado emocional do mesmo, e em seguida
aplicação da TREC, através da investigação do acontecimento ativador; suas
crenças
disfuncionais;
análise
das
consequências
emocionais
e
comportamentais; passando a questionar suas crenças e seus efeitos. Posterior
a tais questionamentos, foi confeccionado cartões de enfrentamento para
aumentar o impacto emocional das novas filosofias, e técnicas
comportamentais, como a dessensibilização sistemática, se expondo
comportamentalmente ao seu medo, que seria passar em frente a hospitais,
ficar em salas de espera de consultórios médicos, assim como fazer visitar a
pessoas próximas que estavam enfermos. Com as sessões de psicoterapia o
paciente mostrou resultados positivos, e posteriormente a diminuição da
medicação. Foi realizada a prevenção de recaída e progressivamente o jovem foi
finalizando seu acompanhamento.
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Painel 22
TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA ABORDAGEM COGNITIVOCOMPORTAMENTAL
EM
UM
CASO
DE
DEPRESSÃO
E
EXTRACONJUGALIDADE. Mariana Fortuna Donadon; Sabrina Kerr Bullamah
Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida
Nicoletti(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP,
Ribeirão Preto - SP).
Introdução: A vivência de relações extraconjugais pode ser um dos fatores de
risco para o desenvolvimento da depressão devido a uma série de
consequências negativas decorrentes desta relação ambígua, incluindo a
formação de culpa, a raiva, pensamentos ou crenças disfuncionais e déficits no
repertório de habilidades sociais. Objetivos: objetiva-se demonstrar a
importância do treinamento de habilidades sociais (THS) na terapia cognitivocomportamental (TCC) em um caso de depressão e extraconjugalidade. Material
e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente
de 26 anos, submetida a 45 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental
63
na modalidade individual. Na avaliação diagnóstica, foram utilizados os
critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V)
e os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança
(BHS). Para avaliação do repertótio de habilidades sociais foi utilizado o
inventário de habilidades sociais (IHS) aplicado pré e pós intervenção nas
habilidades sociais. Tal inventário avaliou os seguintes domínios ou fatores:
(F1) Enfrentamento e autoafirmação de risco, (F2) Autoafirmação na expressão
de sentimentos, (F3) Conversação e desenvoltura social, (F4) Auto exposição a
situações novas, (F5) Autocontrole da agressividade e Total. O plano de
tratamento envolveu técnicas cognitivo-comportamentais tais como
psicoeducação, reestruturação cognitiva, treino de habilidades sociais e
prevenção de recaídas. Resultados: Como resultados verificou-se uma
diminuição do humor depressivo com escores pré-teste (BDI=17; BAI=6;
BHS=4) e pós-teste (BDI=0; BAI=0; BHS=0). Além disso, foi observada uma
melhora no repertório de habilidades sociais no pós-teste ((F1)=35; (F2) =40;
(F3)=97; (F4)=50; (F5)=60 e total = 60), em relação ao pré-teste ((F1)=35; (F2)
=35; (F3)=85; (F4)=15; (F5)=15 e total = 50). Por fim, após o questionamento de
crenças a paciente passou a adotar um padrão de crenças mais funcionais e
menos rígidas, o que provocou progressivas mudanças no repertório
comportamental, incluindo-se não procrastinar o término da relação e a
independência frente ao parceiro, colaborando com a percepção da paciente
dos seus recursos e aumentando a autoconfiança. Discussão/conclusão: Tais
fatores, em conjunto, colaboraram para um melhor funcionamento
biopsicossocial da paciente, contribuindo para a tomada de decisão de encerrar
o relacionamento extraconjugal e apontando um impacto positivo do THS no
tratamento de pacientes com depressão e envolvimento extraconjugal.
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Painel 23
INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DE ESQUIVA: UM ESTUDO DE
CASO. Mariana Fortuna Donadon; Laís Ferrarez; Sabrina Kerr Bullamah
Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti
(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto
- SP).
Palavras-chave: terapia cognitiva; comportamento de esquiva; intervenção
Introdução: A formulação de caso, utilizada na terapia cognitiva
comportamental (TCC), visa elaborar uma imagem individualizada do modo de
funcionamento do paciente, descrevendo suas dificuldades, crenças e os
principais ciclos de manutenção dos problemas com o objetivo de orientar o
plano de tratamento.Um aspecto importante da formulação de caso é o
entendimento dos ciclos de manutenção da dificuldade do paciente. Tais ciclos
funcionam como loops de retroalimentação visto que pensamentos, emoções,
comportamentos ou respostas fisiológicas podem dar origem a efeitos que
acabam retroalimentando o sintoma original, mantendo-o ou priorando-o.
Conhecer tais ciclos é de extrema importância para orientar
intervenções. Objetivo: demonstrar intervenções na abordagem cognitivacomportamentalsobre o ciclo de manutenção da fuga e esquiva em um
64
atendimento individual.Material e Métodos: O presente relato de caso descreve
o atendimento de uma paciente de 40 anos submetida a psicoterapia cognitivacomportamental na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de
Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS),
bem comoo registro de pensamentos disfuncionais, questionamento de
pensamentos automáticos disfuncionais e crenças disfuncionais, exposição,
experimentos
comportamentais,
psicoeducação
e
inventários
de
custo/benefício e vantagem/desvantagem. Resultados:Após intervenções no
ciclo de manutenção de esquiva a paciente passou a apresentar
comportamentos mais funcionais, tendo a oportunidade de testar suas
cognições disfuncionais e melhorar seu humor. Passou a enfrentar situações
que anteriormente esquivava-se como procurar outro emprego, distribuir
currículos, participar de entrevistas, sair com amigas, fazer vestibular e
conversar de forma assertiva com os familiares sinalizando quando algo lhe
incomodava. A redução da esquiva em conjunto com o questionamento de
pensamentos automáticos disfuncionais foram importantes para a
flexibilização de crenças disfuncionais da paciente que passou a relatar uma
avlaição mais positiva de si mesma.Discussão/conclusão: O presente estudo
aponta que as intervenções no ciclo de manutenção de fuga/esquiva foram
fundamentais para o tratamento da paciente. A modificação do ciclo de
manutenção facilitou o processo de flexibilização das crenças centrais e
promoveram importantes mudanças afetivas e comportamentais. Tais
intervenções também foram úteis para a prevenção de recaídas visto que a
paciente tornou-se capaz de identificar o próprio ciclo de manutenção podendo
procurar por recursos e estratégias diferentes a fim de recorrer ao
enfrentamento.
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Painel 24
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA NO CONTEXTO PRISIONAL FEMININO:
UMA ANÁLISE COGNITIVA. Odineuza Castro Cavalcante; Maria Renata
Florêncio de Azevedo; Rebeca Cruz Montenegro Pires e Regina Lígia W. de
Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB).
Palavras-chave: depressão, presídio, mulheres, cognitivo
Dentre os quadros clínicos patológicos do humor mais comuns se encontra o
transtorno depressivo. O objetivo do presente estudo foi investigar a
sintomatologia depressiva em mulheres encarceradas, tendo como base uma
análise a luz da teoria cognitivo-comportamental proposta por Aaron Beck.
Tratou-se de um estudo do tipo descritivo de cunho quantitativo e qualitativo.
A amostra foi constituída por 60 mulheres que se encontravam reclusas no
Presídio Feminino da cidade de Patos, PB. Os instrumentos utilizados foram o
questionário sócio demográfico, Inventário de Depressão de Beck e uma
entrevista semiestruturada. A análise do questionário e da escala foi realizada
através da utilização do software estatístico Statistical Package for Social
Science (SPSS), sendo empregada uma estatística descritiva. Para a análise das
entrevistas foi utilizada a análise categorial temática. A faixa etária entre 25 a
38 anos emergiu em maior frequência ilustrando 43,4% da amostra total.
65
48,3% das mulheres se declararam solteiras. 33,3 % não tinham nenhum grau
de escolaridade, 50% disseram ter o ensino fundamental completo. A religião
mais frequente foi a católica com 53,3%, 40% disseram que eram domésticas e
60% estão presas num período de tempo de 1 a 22 meses. Foi identificado um
nível de depressão de moderado a severo nas mulheres, totalizando 39%.
Importante enfatizar que 25% não apresentam estes sintomas e, 36% sintomas
mínimos. Nas entrevistas emergiram três classes temáticas (eu mesma, os
outros e o futuro), três categorias (autoestima, erros cognitivos e depressão) e
seis subcategorias (inferiorioridade, culpa, maximização, abstração seletiva,
tristeza, desesperança). Os dados quantitativos demonstram a pauperização no
contexto prisional, bem como a necessidade de intervenção psicológica nestas
mulheres, haja vista o percentual sintomatológico ter sido considerado alto e
relevante. Para aquelas que não apresentaram sintomas depressivos ou
apresentaram sintomas leves, a intervenção deve acontecer como forma de
prevenção. Na análise das entrevistas, foi identificada a presença da tríade
cognitiva da depressão, desenvolvida na perspectiva de Beck. As categorias
deixam claras a presença de crenças nucleares do tipo desvalor e desamparo.
Verificou-se que as mulheres traziam suas elaborações, acerca da própria vida,
de maneira negativa antecipando resultados desfavoráveis. Daí, foram
identificados pensamentos disfuncionais como inferência arbitrária, abstração
seletiva, supergeneralização e personalização. Sabe-se que é natural um
quadro depressivo em pessoas reclusas. No entanto, verificou-se que, no
ambiente investigado, é necessária a presença de um psicólogo cognitivo para
prevenção e tratamento de quadros depressivos no ambiente.
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Painel 25
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES ATENTIVAS E FLEXIBILIDADE MENTAL EM
DEPENDENTES QUÍMICOS. Polyana Alvarenga Matumoto e Joaquim Carlos
Rossini (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG).
Palavras-chave: dependência química, flexibilidade mental, funções executivas
O consumo de cocaína, álcool e Cannabis sativa (maconha) contribuem
significativamente para o aumento de problemas graves relacionados à saúde
pública, elevando os índices de violência, e acarretando uma série de
complicações médicas e psiquiátricas. Vários estudos demonstram que
processos cognitivos básicos estão envolvidos no comportamento do uso de
drogas, no desenvolvimento da dependência e no processo de recaída. Sendo
assim, o estudo da cognição humana pode ser fundamental para a
compreensão dos efeitos cognitivos e emocionais das substâncias psicoativas
nos comportamentos aditivos. Estes estudos mostram que usuários nocivos e
dependentes de substâncias psicoativas apresentam tendência a importantes
alterações cognitivas, principalmente nas funções mnemônicas, executivas,
atentivas e motoras. As funções executivas, de modo geral, são processos
cognitivos superiores que permitem a manutenção de um funcionamento
mental apropriado para alcançar um objetivo futuro, sendo responsável, em
parte, pela capacidade de iniciar ações, planejar e prever meios de solucionar
problemas, adiantar consequências e modificar estratégias de forma flexível. O
66
objetivo da presente pesquisa foi investigar possíveis alterações em processos
cognitivos de sujeitos que foram diagnosticados como dependentes de
substâncias psicoativas como álcool, cocaína/crack e/ou maconha, e estavam
em tratamento intensivo em caráter de internação–dia. Dentre as funções
cognitivas avaliadas, destacam-se a focalização atentiva e a flexibilidade mental
de sujeitos diagnosticados com dependência química (G1; n= 20) quando
comparados a um grupo controle que não faz uso nocivo de substâncias
psicoativas (G2; n= 20). Os participantes foram avaliados através do Teste
Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST) e um Teste de Desempenho
Contínuo (TDC). Os resultados sugerem que os indivíduos do grupo G1
apresentaram um desempenho significativamente inferior no teste WCST e na
maioria dos índices do teste TDC. Em conjunto, os resultados observados
sugerem um déficit na flexibilidade cognitiva e um quadro de desatenção
apresentado pelos participantes do grupo G1 em comparação ao grupo G2. Os
achados são discutidos em termos de possíveis implicações para o tratamento
de dependentes químicos.
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Painel 26
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Polyana Alvarenga Matumoto e
Dárcio Tadeu Lisboa Oliveira (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,
MG).
Palavras-chave: transtorno disfórico pré-mentrual, terapia cognitiva, técnicas
comportamentais
Alterações manifestadas durante o ciclo menstrual da mulher estão presentes
em relatos desde os primórdios da humanidade. No entanto, ainda hoje é um
tema passível de tabus e dúvidas. Somente em 1985 a Associação Psiquiátrica
Americana (APA) considerou a inclusão de uma categoria diagnóstica para um
subgrupo de mudanças pré-menstruais na terceira edição revisada do Manual
Diagnóstico e Estatístico – DSM III-R, caracterizado por predomínio de sintomas
emocionais e alterações comportamentais, com gravidade clinicamente
significativa, e acompanhada de consequências incapacitantes nas atividades
familiares, ocupacionais e sociais. Com a publicação da quinta edição do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), em 2013, o
transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que figurava como Apêndice B no
DSM-IV-TR, passou a integrar a categoria dos Transtornos Depressivos. Consta
de um trabalho teórico cuja revisão bibliográfica foi a metodologia de pesquisa
utilizada. Foram analisados 34 artigos e publicações sobre o Transtorno
Disfórico Pré-Menstrual e Terapia Cognitivo- Comportamental no período de
1953 a 2015. Foi possível concluir que trata-se de um assunto que carece de
mais estudos e pesquisas conclusivas, o que não exclui o fato de que é um
problema real para muitas mulheres e por isso necessita de atenção e cuidado
por parte dos profissionais da saúde. Se pensamentos disfuncionais, sem base
integral na realidade, influenciam de forma significativa o humor e o
comportamento do indivíduo, e a intensidade dos sentimentos depende em
grande parte da forma como a situação é avaliada, técnicas de reestruturação
67
cognitiva se fazem necessárias para o alívio dos sintomas. Assim, o principal
objetivo da Terapia Cognitivo- Comportamental para tratar o Transtorno
Disfórico Pré-Menstrual refere-se a uma intervenção terapêutica para identificar
as percepções e pensamentos distorcidos e os comportamentos disfuncionais. É
necessário que as mulheres aprendam o papel das cognições no bem-estar e na
doença. Posteriormente, o foco passa a ser um reenquadramento e uma solução
de problemas racional, onde são apresentados e ensinados comportamentos e
verbalizações de enfrentamento centradas na emoção e no problema. Os
componentes cognitivos altamente específicos do Transtorno Disfórico PréMenstrual continuam constituindo áreas frutíferas para uma pesquisa futura.
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Painel 27
DEPENDÊNCIA À INTERNET E DEPRESSÃO: UMA INTERCESSÃO REAL,
NÃO VIRTUAL. Rebeca Cruz Montenegro Pires; Lígia Caroline Lucena da Silva;
Odineuza Castro Cavalcante e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio
de Nassau, João Pessoa, PB).
Palavras-chave: depressão, dependência à internet, cognitivo-comportamental
A utilização da internet se torna cada vez mais necessária e indispensável no
cotidiano das pessoas. É inegável as vantagens que ela oferece, porém, a
atração pela internet fez com que o uso sadio e funcional desse lugar ao abuso
e ao uso desmedido, criando severos prejuízos na vida cotidiana dos usuários.
Neste enfoque, o presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão
sistemática da literatura científica sobre a abordagem cognitivocomportamental acerca da relação da depressão e dependência à internet. Para
tanto, foi realizada uma busca nas redes de indexação LILACS, SciELO-Brasil
e PePSIC, usando-se como parâmetros os termos: "depressão", "uso patológico
da internet", "depressão + internet" e, "terapia cognitivo-comportamental". Nesta
busca eletrônica foram recuperados 10 artigos e um trabalho de conclusão de
pós-graduação. Tais materiais, em linhas gerais, não trazem nos seus objetivos
a busca da relação entre estes dois construtos, no entanto, é apontado nos seus
resultados, um consenso acerca da possível interseção e/ou proximidade dos
dois transtornos. Os estudos, em sua maioria é revisão sistemática da
literatura científica, bem como pesquisas qualitativas. Foi possível identificar
que estudos são realizados em diferentes países e apontam para prevalências
diversas, deixando os estudiosos cientistas vulneráveis à adoção de distintos
critérios diagnósticos. Verificou-se ainda, uma visão consensual acerca da
dificuldade em diagnosticar precisamente a dependência à internet tendo como
comorbidade a depressão, já que faltam critérios para definir a dependência à
internet e sua relação com os transtornos de humor. Além do exposto, foi
apurado que não é explicito se é a dependência da internet que causa a
depressão ou se é a depressão que causa a dependência da internet. Os
achados apontam o relato de muitos pacientes pondo em evidência que o uso
abusivo e dependência à internet são disfuncionais, ou seja, apresentam
prejuízos significativos na vida profissional, social e familiar. Assim, percebese que estes prejuízos direcionam essas pessoas à uma sintomatologia
depressiva, passando a viver isoladamente e com uma distorção de si mesmo,
68
do mundo e do futuro. A terapia cognitivo-comportamental é apontada por oitos
dos dez artigos, como uma forma eficiente de intervenção e tratamento. Assim,
é apontada a importância de um tratamento combinado com psicotrópicos
específicos. A partir deste estudo, verificou-se a necessidade de elaboração de
novas pesquisas e publicações destas acerca da possível relação entre estes
dois transtornos, bem como as formas de tratamento para este quadro
conjunto.
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Painel 28
IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO NA PREVENÇÃO DE RECAÍDA NA
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Rita de Cassia de Oliveira Cano;
Mariana Fortuna Donadon; Aline Gerbasi; Adriana Montewka; Sabrina Kerr
Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida
Nicoletti(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP,
Ribeirão Preto - SP).
A psicoeducação é uma intervenção amplamente utilizada na terapia cognitivocomportamental (TCC), pois permite que o paciente seja capaz de compreender
as diferenças entre suas características pessoais e características do
transtorno. Assim, quanto mais informações o paciente obtiver acerca do seu
funcionamento frente ao problema, mais será capaz de identificar sinais
referentes ao surgimento do mesmo, podendo desenvolver estratégias
apropriadas para enfrentá-lo durante o processo terapêutico e também após a
finalização do mesmo. Alguns autores ressaltam que a psicoeducação pode ser
um instrumento de motivação para mudança e prevenção de recaídas na
TCC. Objetivo: demonstrar a importância da psicoeducação no processo de
prevenção de recaídas. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve
o atendimento de uma paciente de 31 anos submetida a 39 sessões de TCC na
modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão
(BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS) para avaliação do
humor e as seguintes intervenções: técnicas de psicoeducação, quadro de
atividades,
experimentos
comportamentais,
role
play,
inventário
negativo/positivo, relaxamento e respiração diafragmática, registro de
pensamentos
disfuncionais
e
questionamento
de
pensamentos
e
crenças. Resultados: A paciente obteve melhoras importantes ao informar-se
sobre o seu funcionamento e sobre o modelo cognitivo compreendendo a
importância da avaliação dos próprios pensamentos para obter melhor controle
emocional e, assim, não precisar comportar-se de forma disfuncional. A
psicoeducação foi bastante útil no processo como um todo, primordialmente na
prevenção recaída quando surgiram dúvidas sobre sua capacidade de lidar
sozinha com as adversidades. Discussão/conclusão: Em suma, este caso
ilustra como a psicoeducação pode favorecer o processo de psicoterapia em TCC
e contribuir para a prevenção de recaídas, facilitando o sucesso da terapia.
[email protected]
Painel 29
ALIANÇA TERAPÊUTICA EM UM CASO ATENDIDO NA ABORDAGEM
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Thalita Roque Martins; Mariana Fortuna
69
Donadon; Tatiana de Abreu Braga Soares; Juliana Brasileiro; Sabrina Kerr
Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida
Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP,
Ribeirão Preto - SP).
Introdução: A psicoterapia envolve, invariavelmente, a interação entre paciente
e terapeuta, que tem sido comumente chamada de aliança terapêutica e tem se
destacado como parte fundamental do processo terapêutico na TCC. O paciente
que se sente apoiado e compreendido pelo terapeuta pode tornar-se mais
motivado
para
a
mudança,
aderindo
melhor
ao
tratamento. Objetivo: apresentar um estudo de caso de um atendimento em
TCC enfatizando o aspecto da aliança terapêutica. Material e Métodos: O
presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 48 anos
submetida a 31 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na
modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão
(BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS), bem como a torta de
responsabilidades, o registro de pensamentos disfuncionais, psicoeducação e
questionamento de pensamentos e crenças. Resultados: Foram observadas
melhoras consideráveis no humor ao final da terapia com diminuição
significativa dos escores das escalas Beck. O estabelecimento da aliança
terapêutica pôde ser observado através da assiduidade da paciente, empenho
na
realização
das
tarefas
de
casa,
entusiasmo
com
as
conquistas, feedbacks positivos sobre a terapia e permanência na terapia.
Além disso, a paciente foi capaz de compreender seu funcionamento cognitivo
e tornou-se apta para identificar e questionar pensamentos disfuncionais e
suas próprias crenças de desamor. Ao longo das sessões, a paciente
ofereceufeedbacks positivos sobre o aumento da confiança em relação à terapia
e ao trabalho da terapeuta, o que deixou claro a importância do fortalecimento
da aliança terapêutica para a evolução do tratamento. Discussão/conclusão: o
trabalho realizado com a paciente vai ao encontro do que a literatura tem
ressaltado de que a boa aliança terapêutica é fundamental para que o paciente
se sinta acolhido, seguro e engajado no processo de mudança. Uma vez que o
conceito de aliança terapêutica não se originou na TCC, já que também é
discutida em outras abordagens, percebe-se a necessidade de que os
pesquisadores estejam atentos às descobertas de outras áreas da psicologia, a
fim de ampliarem seu conhecimento a respeito do assunto.
[email protected]
Painel 30
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE PSICOLOGIA EM
OPERADORA DE SAÚDE. Thaysa Castro Molina; Fernanda do Nascimento
Pessatto Quessada; Letícia Carla Appendino; Andreia Mara Angelo Gonçalves
Luiz; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde).
Palavras-chave: operadora de saúde, grupo psicoeducativo
A Agência Nacional de Saúde Suplementar é o órgão responsável pelo setor das
operadoras de saúde do Brasil. Estas são destinadas aos beneficiários de
contratos firmados a partir de janeiro de 1999, quando entrou em vigor a lei
70
que regulamentava as operadoras. Nesta lista se encontra sessões de
psicoterapia, terapias ocupacionais, fisioterapia e nutrição. O objetivo deste
estudo foi relatar a experiência do atendimento psicológico de adultos no
Serviço de Psicologia de uma operadora de saúde do interior de São Paulo. A
instituição possui, no momento, cinco psicólogos da abordagem cognitivocomportamental, para os atendimentos em grupo e psicólogos credenciados e
prestadores, de diversas abordagens, para o atendimento individual. O cliente
é encaminhado para a psicologia por meio de solicitação médica. Primeiramente
é realizado uma triagem, com entrevista semi-estruturada, na qual é feito o
acolhimento, identificação das queixas, história de vida e é traçado uma
hipótese diagnóstica inicial. Após a triagem, o cliente é encaminhado para
atendimento individual ou grupo, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os
critérios de inclusão para o encaminhamento em grupo são: dificuldades em
habilidades sociais, sintomas leves de ansiedade e/ou depressão, dor crônica,
compulsão alimentar e tabagismo; são excluídos do grupo e encaminhados para
atendimento individual os indivíduos com deficiência intelectual, abuso físico,
transtornos mentais graves e com sintomas psicóticos. São disponibilizadas 12
sessões anuais, que são distribuídas uma vez por semana, durante uma hora.
Os grupos têm a estrutura aberta e o enfoque é educativo. Os grupos são
compostos por no máximo cinco participantes. Os grupos são divididos pelas
queixas, e, no momento, os grupos existentes são: habilidades sociais,
ansiedade e depressão; dor crônica; compulsão alimentar; tabagismo e grupos
destinados a adultos acima de 60 anos. Foi observado na atual estrutura do
serviço, que muitos clientes relatam satisfação com o atendimento prestado,
redução das queixas iniciais e mudanças de comportamento. A busca pelo
serviço de psicologia nas operadoras de saúde vem crescendo e, com isso, novas
formas de atendimento, como o grupo, possibilitam um custo menor às
operadoras. Pode-se inferir que a estrutura a qual se encontra o serviço de
psicologia possibilita um atendimento psicológico de melhor qualidade e um
custo menor a empresa. Os grupos permitem um número maior de
atendimentos com menor tempo. Pesquisas que avaliem a estrutura e
satisfação dos clientes são importantes para o desenvolvimento e qualidade do
atendimento da psicologia nas operadoras de saúde.
[email protected]
Painel 31
GRUPO EM SALA DE ESPERA: PROPOSTA PSICOEDUCATIVA. Thaysa Castro
Molina e Tatiane Fernanda Trevizan de Morais (Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto – FAMERP, Ribeirão Preto - SP).
Palavras-chave: sala de espera, satisfação dos usuários, grupo psicoeducativo
O desenvolvimento de práticas parentais positivas pode contribuir com o manejo
dos transtornos mentais infantis e o seu prognóstico. Esta pesquisa teve como
objetivo avaliar a satisfação de pais e/ou cuidadores após o grupo de sala de
espera – orientações psicoeducativas, das crianças e adolescentes atendidos no
Ambulatório de Psiquiatria Infantil de um hospital terciário do interior de São
Paulo. Os acompanhantes foram convidados pela própria pesquisadora durante
a reunião do grupo em sala de espera para participarem da pesquisa.
71
Participaram do estudo 47 pais e/ou cuidadores, os quais responderam a uma
ficha de identificação e questionário de satisfação, este abarcou 11 questões de
múltipla escolha, com mais de uma alternativa possível a ser escolhida, parte
deste questionário foi extraído do questionário elaborado por Barbosa et al.
(2008), que autorizaram seu uso. A ficha de identificação e o questionário foram
aplicados em um único evento de forma individual e entregue aos participantes
para responderam após o grupo. Para serem incluídos no estudo, os
participantes deveriam ser pais e/ou cuidadores que acompanhavam o paciente
na consulta médica. Realizou-se a pesquisa entre julho a outubro de 2015, no
grupo de sala de espera com proposta psicoeducativa, o qual é realizado uma
vez por semana, durante 45 minutos, com temas específicos. Os principais
resultados indicaram: 79,18% dos cuidadores são as mães, com média de idade
de 41,17, sendo 62,5% casados e ensino fundamental incompleto 64,58%.
Buscaram ajuda especializada em razão dos comportamentos internalizantes
(46%), externalizantes (30%) e/ou dificuldades de aprendizagem dos pacientes
(24%). Através do questionário de satisfação obteve-se: 53,19% realizam
tratamentos neste ambulatório há mais de um ano, 89,36% participaram do
grupo nos retornos das consultas, 65,95% participaram do grupo para lidar
melhor com a criança, 78,72% compreenderam as orientações do profissional e
65,96% relataram de sentimento de esperança após a participação no grupo.
Quando questionados sobre a relevância do grupo em sala de espera 95,74%
relataram ser de muita importância; 72,34% das crianças e/ou adolescentes
acompanhados no ambulatório realizam psicoterapia e 100% dos participantes
declararam que voltariam a participar o grupo. Pode-se concluir que os
cuidadores são peças-chave no desenvolvimento dos pacientes e é por meio dos
grupos psicoeducativos que muitos conseguem compreender melhor as doenças
e os tratamentos aos quais seus filhos são submetidos. A maioria dos cuidadores
sente-se esperançoso após a participação do grupo, avaliaram como importantes
às orientações recebidas e todos voltariam a participar do grupo.
[email protected]
Painel 32
PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS E COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS
QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Aline Politi (Departamento
de Psicologia da FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, SP); Ana Paula C. Silva e Sonia
Regina Loureiro (Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento
da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP)
Palavras-chave: depressão, práticas educativas parentais, comportamento
As práticas parentais são consideradas promotoras de comportamentos
socialmente adequados, assim como responsáveis pelo surgimento e/ou pela
manutenção de comportamentos socialmente inadequados. No contexto de
convivência com a depressão materna, a participação paterna se reveste de
importância. Objetivou-se comparar as práticas educativas parentais, de mães
e pais, de famílias com mães com indicadores de depressão as de famílias com
mães sem indicadores de depressão, tendo como foco o comportamento das
crianças em idade escolar. Para tal, propôs-se um estudo (apoio financeiro
CNPq) transversal, de comparação entre grupos. A amostra, de conveniência foi
72
composta por 42 famílias nucleares intactas, constituídas por pai, mãe e
filho(a), distribuídas em dois grupos: G1 – 17 famílias, cujas mães
apresentaram indicadores de depressão sistematicamente avaliados e G2 – 25
famílias, cujas mães não apresentaram indicadores atuais de depressão.
Procedeu-se a coleta de dados com os pais, com as mães e com as crianças,
individualmente, face a face, por meio dos seguintes instrumentos: (a)
Questionário sobre a Saúde do Paciente – PHQ-9 (mães), avaliação de
depressão; b) Questionário Geral (mães); (c) Inventário de Estilos Parentais –
IEP (mães e pais), (d) Questionário de Capacidades e Dificuldades da Criança –
SDQ (mães e pais) e e) Matrizes Progressivas de Raven (crianças), avaliação do
desempenho intelectual. Os dados foram tratados por estatística descritiva e
por procedimentos de comparação entre grupos. Nas comparações entre os
grupos, com relação aos aspectos comportamentais das crianças, segundo a
avaliação das mães, G1 apresentou significativamente mais indicadores de
dificuldades com relação ao escore total (x ̅G1 = 15,35 e x ̅G2 = 10,20) e
hiperatividade (x ̅G1 = 5,35 e x ̅G2 = 3,08). Nas comparações quanto às práticas
educativas, segundo as mães verificou-se com significância estatística que G1
apresentou mais monitoria negativa em comparação com o G2 (x ̅G1 = 8,71 e x
̅G2 = 7,52). As mães apresentaram com significância estatística mais práticas
positivas em relação aos pais (x ̅Mães = 21,67 e x ̅Pais = 19,93). Identificou-se
peculiaridades quanto as práticas educativas de mães e pais que convivem com
a depressão materna, assim como quanto aos comportamentos das crianças,
tais dados colocam em foco a relevância de programas de orientação à famílias
que convivem com a depressão materna.
Apoio financeiro: CAPES
[email protected]
Painel 33
TREINO
DE
ASSERTIVIDADE
NA
TERAPIA
COGNITIVA
COMPORTAMENTAL. Anielle Batista de Sousa; Mariana Fortuna Donadon;
Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva
Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto – SP).
Palavras-chave: Ansiedade. Assertividade. Terapia Cognitiva
Introdução: A assertividade é uma habilidade social de expressão dos
sentimentos, pensamentos e crenças de forma direta, sem inferir no direito do
outro. O déficit dessa habilidade pode trazer impacto tanto nas relações sociais
como no humor do paciente. sendo o treino de assertividade uma intervenção
importante. A terapia cognitiva comportamental (TCC) utiliza-se dessa
intervenção com o objetivo de melhorar a comunicação e desenvolver a empatia
e a habilidade de expressar pensamentos e sentimentos de forma adequada.
Objetivo: descrever os resultados da aplicação de um treino de assertividade,
submetido em uma paciente com transtornos de ansiedade. Material e Métodos:
O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 22 anos,
submetida a 17 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na
modalidade individual. Foram aplicados, no início de todas as sessões, os
inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de
73
desesperança (BHS). Como principais intervenções, foram utilizados, a
psicoeducação sobre o modelo cognitivo, treinamento assertivo, questionamento
de pensamentos e crenças, a identificação e o registro de situações ansiosas,
treino de respiração diafragmática, bem como o treino de relaxamento
progressivo. Resultados: Foi possível perceber após o treino de assertividade,
juntamente com outras intervenções comportamentais e cognitivas, houve a
diminuição dos escores de ansiedade, bem como dos sintomas de depressão e
desesperança que a paciente apresentara. Além disso, foi observado melhora nos
relacionamentos interpessoais e familiares da pacientes. A mesma passou a ter
comportamentos mais assertivos em seus relacionamentos. As sensações físicas
de ansiedade e depressão se reduziram e logo a paciente passou a não se
preocupar tanto com a reação das pessoas, desenvolvendo recursos para
identificar situações que gerassem ansiedade e fizesse com que seu
comportamento fosse passivo/agressivo, conseguindo elaborar estratégias para
resolver problemas. A paciente também conseguiu ser mais assertiva nas
relações familiares expressando de forma adequada seus sentimentos, vontades
e expectativas. Na sua relação afetiva também obteve ganhos na comunicação
respeitando a opinião do seu namorado mas sem deixar de expressar e de
compartilhar seus próprios pensamentos e emoções. Em consequência da
redução de seu comportamento passivo houve diminuição das discussões tanto
no ambiente familiar como no namoro. Discussão/conclusão: Entende-se que o
treino assertivo é uma intervenção importante na TCC por ajudar o paciente a
adquirir ou aprimorar a habilidades, além de contribuir para a modificação de
pensamentos, crenças sobre si mesmo e comportamentos disfuncionais.
[email protected].
Painel 34
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PROBLEM BASED LEARNING
- PBL): UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DISCENTE. Bianca de Aguiar
Campanini; Igor de Andrade Albano Lopes; Fabiana Maris Versuti-Stoque
(Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Carmem Beatriz Neufeld(Laboratório de Pesquisa e
Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
Palavras-chave: aprendizagem baseada em problemas; ensino de psicologia;
universitários.
As mudanças das novas tecnologias, da mídia, do mercado de trabalho exige
cada vez mais que o indivíduo acompanhe cada transformação utilizando suas
competências e habilidades. A estrutura das aprendizagens também precisa
acompanhar essas mudanças, priorizando a aprendizagem significativa, o
pensamento crítico, resolução de problemas, informação e tecnologia. A
Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning – PBL) é uma
metodologia centrada no aluno e caracterizada pelo uso de problemas como
suporte ao desenvolvimento do aprendizado e das habilidades do aluno. A partir
dos benefícios que esse método pode trazer e com o propósito de potencializar
o aprendizado, três disciplinas do curso de graduação em Psicologia da
74
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de
São Paulo (FFCLRP-USP) foram planejadas e desenvolvidas assumindo a
metodologia PBL, para além da instrumentalização do domínio técnico da
metodologia, como também para a apropriação de uma nova forma de ensinoaprendizagem, possível de ser coletivamente construída, atualizada e
reformulada. O objetivo do presente estudo é avaliar a percepção dos alunos,
que cursaram uma ou mais disciplinas descritas acima embasadas no PBL,
utilizando para isso estatística descritiva e inferencial. Serão convidados a
participar 200 alunos com mais de 18 anos do curso de graduação de Psicologia
da FFCLRP-USP, que cursaram uma ou mais disciplinas na metodologia PBL
entre os anos de 2014 e 2015. A coleta de dados acontecerá de forma online,
isto é, os participantes responderão o questionário que será disponibilizado via
e-mail. Neste momento, o questionário foi inserido na plataforma Google Docs
e a coleta de dados iniciou-se. Os dados obtidos por meio do questionário estão
sendo armazenados no banco de dados e analisados por meio da estatística
descritiva e inferencial. Com esse estudo espera-se identificar os principais
benefícios e dificuldades encontradas pelos alunos que cursaram as disciplinas
baseadas no PBL, almejamos assim, discutir propostas para a melhoria do
ensino superior.
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
Painel 35
HABILIDADES SOCIAIS CONJUGAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
NACIONAL. Bruno Luiz Avelino Cardoso; Lívia Lira de Lima Guerra e Zilda
Aparecida Pereira Del Prette (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
SP).
Palavras-chave:
habilidades
relacionamento conjugal
sociais
conjugais,
habilidades
sociais,
Os estudos sobre Habilidades Sociais (HS) encontram-se em fase ascendente
em diversos contextos que abarcam os relacionamentos interpessoais, nas
áreas clínica e saúde, educação, educação especial e trabalho. Entre essas,
encontram-se as pesquisas direcionadas às habilidades sociais do casal, que
são fundamentais na relação amorosa. Por Habilidades Sociais Conjugais
(HSC), compreendem-se as classes comportamentais utilizadas para responder
de forma adequada às situações interpessoais no contexto conjugal. Entendese que satisfação conjugal e HS/HSC são diretamente associadas e, devido à
importância dos estudos sobre HS no contexto conjugal, aponta-se a
necessidade de investigação nacional das pesquisas que estão sendo
desenvolvidas, bem como as categorias de análise e delineamentos de pesquisa
em que elas pertencem no campo científico. Com objetivo de uma revisão da
literatura nacional sobre as habilidades sociais conjugais, foi realizado um
levantamento bibliográfico inicial, no portal de dissertações e teses da CAPES,
e logo após, nas bases de dadosSciELO Brazil, Lilacs, IndexPsi, Pepsic. Como
requisito mínimo para inclusão nessa pesquisa, delimitou-se a presença de pelo
menos uma das seguintes (combinações de) palavras-chave: “habilidades
sociais conjugais”, “habilidades sociais x satisfação conjugal”, “habilidades
75
sociais x relacionamento conjugal”, e/ou a presença destas no título da
pesquisa. Não compuseram esse estudo, os livros e capítulos de livros, bem
como os trabalhos anteriores ao ano de 2000.Como resultado, 17 artigos (06
– SciELO, 04 Lilacs, 05 IndexPsi, 02 Pepsic), 01 dissertação de mestrado e 01
tese de doutorado (Portal CAPES) formularam uma base documental. 07 artigos
foram selecionados nas bases de dados pesquisadas, e 14 artigos foram
excluídos, pois se repetiram ao longo das buscas. A dissertação de mestrado e
a tese de doutorado também foram selecionadas por corresponderem aos
critérios dessa pesquisa, finalizando um n de 09 estudos sobre HSC (100%),
que foram sistematizados, e apontaram os resultados nas categorias (a) teóricos
(11,1%); (b) aplicados (0%), (c) caracterização e/ou correlações (44,4%); (d)
intervenções (0%); (e) construção, adaptação e validação de instrumentos (0%);
(f) outros (11,1% aplicado + caracterização; 11,1% correlação + construção de
instrumento). Considera-se necessário a ampliação de estudos e pesquisas
sobre HSC, carecendo de estudos aprofundados sobre os diversos campos
categóricos, entre os quais, destacam-se os teóricos e de intervenção sob esse
referencial das HS.
Apoio financeiro: FAPEMA
[email protected]
Painel 36
EFETIVIDADE DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ASSOCIADA A
ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO TRATAMENTO DE USUÁRIOS DE
ÁLCOOL: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Carolina de Toledo Piza Kleiner e
Adriana Marcassa Tucci (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental; entrevista motivacional;
usuários de álcool
A associação da Terapia Cognitivo-Comportamental e da Entrevista Motivacional
vem sendo apresentada na literatura com bons resultados no tratamento do uso
abusivo de substâncias psicoativas. O objetivo deste estudo foi apresentar uma
revisão da literatura sobre a efetividade de intervenções que fizeram uso da
Terapia Cognitivo-Comportamental associada à Entrevista Motivacional no
tratamento de usuários de álcool. Foi realizada revisão nas bases de dados
SciELO, PEPsic e MEDLINE Complete (EBSCO). Os descritores utilizados foram:
Cognitivo Comportamental (CC) AND Entrevista Motivacional (EM) AND
Alcoolismo (A); CC AND EM AND Transtornos induzidos por álcool (TIA); CC AND
EM AND Transtornos relacionados ao álcool (TRA); CC AND EM AND Álcool (Al);
Intervenção Cognitivo-Comportamental Motivacional (ICCM) AND A; ICCM AND
TIA; ICCM AND TRA; ICCM AND Al e os mesmos descritores e combinações em
inglês. Os critérios de inclusão do estudo foram: a língua (inglês, português ou
espanhol), artigos publicados entre os anos 2000 e 2015, serem acessados na
sua versão completa e com enfoque na efetividade dessa intervenção. Foram
localizados 32 artigos, sete foram selecionados por preencherem os critérios de
inclusão. A utilização conjunta da Terapia Cognitivo-Comportamental e
Entrevista Motivacional foi considerada efetiva quando ocorreu feedback positivo
por parte dos participantes ou houve aumento da autoconfiança ou diminuição
do uso de álcool. Como resultado, pode-se perceber que essa intervenção parece
76
ser efetiva no tratamento de usuários de álcool, tanto individual como em grupo.
A intervenção ocorreu também no período pós-tratamento via telefone para se
avaliar a percepção de adolescentes acerca dessa modalidade, sendo que se
mostrou viável e aceita. Demonstrou ser eficaz quando utilizada em conjunto
com medicação ou placebo, sendo que indivíduos que recebiam placebo e
participavam das intervenções estavam mais confiantes em permanecer no
tratamento sem o uso deste recurso. Assim, percebe-se que, apesar da escassez
de estudos, o uso dessa intervenção tem se mostrado eficaz com usuários de
álcool, também parece ser uma intervenção na qual há amplas possibilidades de
execução, como individual, em grupo e via telefone. Reforça-se a necessidade de
mais estudos para melhor avaliação de sua efetividade.
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
Painel 37
PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADA EM MINDFULNESS PARA
TRANSTORNO POR USO DE SUBSTANCIAS PSICOATIVAS. Clarice Mottola de
Oliveira Oppermann (Instituto WP).
Palavras-chave: mindfulness
Esta produção oral tem por objetivo apresentar as bases teóricas sobre o
Programa de Prevenção à Recaída baseado em Mindfulness (MBPR) e
demonstrar alguns resultados preliminares que suportam a eficácia desta
intervenção como coadjuvante no tratamento de prevenção à recaída na
dependência química. O MBRP é um protocolo complementar de tratamento da
dependência química, que integra princípios da TCC e PR com práticas de
mindfulness. O modelo foi desenvolvido no Addictive Behaviors Research
Center, na University of Washington, nos Estados Unidos, e chega ao Brasil a
partir da pesquisa iniciada no Departamento de Psicobiologia da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) em 2011. Método: Foi realizada uma pesquisa
nos bancos de dados do Medline PsycINFO, PubMed, Scielo, de artigos
indexados, publicados entre os anos de 1993 e 2013. Os descritores utilizados
foram: Terapia Cognitivo-Comportamental, Dependência Química, Prevenção à
Recaída e Mindfulness. O estudo se justifica em função da necessidade de
ampliação do escopo de tratamento da dependência química, uma vez que
tratamentos padrão ouro, como a TCC, ainda não se mostram suficientes para
prevenir recaídas no abuso de drogas. É necessário que se continue na
investigação de modelos de tratamento que possam contribuir neste sentido e
que sejam baseados em evidências. Resultados: estudos clínicos apontam que
a técnica de Prevenção à Recaída para o uso de drogas, que consiste na
combinação de intervenções cognitivas com treinamento de habilidades
comportamentais, recentemente vem sendo complementada por práticas de
meditação. Estudos randomizados com pacientes dependentes de álcool e
outras drogas demonstram sobre a viabilidade e a eficácia da prática de
mindfulness na prevenção de recaída - os participantes dos grupos apresentam
significativamente menos uso de substâncias psicoativas e sintomas
psiquiátricos do que aqueles de tratamentos mais tradicionais. Conclusão: o
MBPR apresenta-se como uma boa ferramenta cognitiva e comportamental,
77
oferecendo apoio importante no tratamento de pacientes dependentes de
substâncias químicas, no entanto existem lacunas na literatura sobre os
resultados do MBPR e ainda não se tem evidências suficientes para afirmar que
o mesmo apresenta efeitos duradouros a longo prazo, o que demandaria
estudos clínicos com seguimentos maiores.
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Painel 38
ATENDIMENTO
PSICOLÓGICO
EM
GRUPO
COM
CRIANÇAS
E
ADOLESCENTES EM OPERADORA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Thaysa Castro Molina; Andreia
Mara Angelo Gonçalves Luiz; Letícia Carla Appendino; Fernando Macedo
Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde- HB Saúde).
Palavras-chave: grupo educativo, operadora de saúde, crianças e adolescentes
O atendimento psicológico da criança e do adolescente torna-se fundamental,
visto que os transtornos da infância podem ser preditores de problemas
emocionais e comportamentais ao longo da vida. O objetivo deste estudo foi
relatar a experiência do atendimento psicológico em grupo de crianças e
adolescentes no Serviço de Psicologia de um plano de saúde do interior de São
Paulo. A instituição possui, no momento, cinco psicólogos da abordagem
cognitivo-comportamental, para os atendimentos em grupo e psicólogos, de
diversas abordagens, conveniados e prestadores para o atendimento individual.
O cliente é encaminhado para a psicologia por meio de solicitação médica.
Primeiramente é realizado uma triagem, com entrevista semi-estruturada, na
qual é feito o acolhimento, identificação das queixas, história de vida e é traçado
uma hipótese diagnóstica inicial. Após a triagem o cliente é encaminhado para
atendimento individual ou grupo, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os
grupos são divididos por faixas etárias. Os critérios de inclusão estão
relacionados às queixas de regras e limites, sintomas leves de ansiedade e/ou
depressão e dificuldades escolares; são excluídos do grupo e encaminhados
para atendimento individual os indivíduos com deficiência intelectual, abuso
físico, transtornos mentais graves e com sintomas psicóticos. São
disponibilizadas 12 sessões anuais, as quais são distribuídas uma vez por
semana, durante uma hora. Os grupos têm a estrutura aberta, o enfoque é
educativo e é empregado de acordo com o modelo teórico da Terapia CognitivoComportamental. Os grupos são compostos por no máximo cinco participantes.
No grupo, há sessões que acontecem apenas com os pais, onde é realizada a
orientação parental, e as sessões com as crianças e/ou adolescentes. Percebese por meio do relato dos clientes e da equipe de saúde que o impacto do
atendimento psicológico realizado, baseado no modelo cognitivo –
comportamental, é positivo. Diminui a intensidade das queixas e melhora o
relacionamento familiar. Argumenta-se que atuações como estas podem ser
aplicadas com crianças e adolescentes a fim de favorecer a melhora da
qualidade de vida e diminuir o sofrimento da criança, dos adolescentes e dos
familiares. No entanto, são necessários estudos nesta área que confirmem os
efeitos deste tipo de intervenção.
[email protected]
78
Painel 39
AVALIAÇÃO
DE
UM
PROGRAMA
DE
TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM GRUPO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR COM
GRUPOS DE COMPARAÇÃO. Gabriela Affonso e Carmem Beatriz Neufeld
(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: obesidade; grupos; terapia cognitivo-comportamental
O sobrepeso e a obesidade são considerados epidemia mundial, são fatores de
risco para um grande número de doenças crônicas, estando associados à maior
mortalidade geral e à maior morbidez. Sabe-se que tais condições são
multifacetadas e seus correlatos psicológicos podem ser relevantes para o
manejo clínico dos indivíduos portadores de tais condições, sendo esta uma
importante lacuna a ser estudada. O objetivo desta pesquisa é avaliar se os
participantes que foram submetidos a um Programa CognitivoComportamental de Educação Alimentar (TCC) aliado a orientações
nutricionais, no período de 2010 a 2013, tiveram resultados de melhora,
quando consideradas as variáveis: sintomas de ansiedade, depressão,
desesperança, compulsão alimentar, percepção da imagem corporal e índice de
massa corporal (IMC), quando comparados ao grupo sem intervenção de TCC
que recebeu apenas a intervenção habitual de nutrição. A amostra final do
estudo constitui-se de 186 adultos, sendo que 92 participaram do grupo de
intervenção, sendo 79,3% mulheres, e com média de idade de 43,3 (DP=12,3).
Já o grupo controle contou com 94 participantes, sendo 79,8% mulheres, com
idade média 42,3 (DP=13,0). Em ambos os grupos mais de 50% dos
participantes possuíam ensino superior. Os instrumentos utilizados antes dos
grupos terem início (pré-teste) e após os grupos terminarem (pós-teste) foram o
Inventário Beck de Ansiedade, Depressão e Desesperança, a Escala de
Compulsão Alimentar Periódica e a Escala de Figuras de Silhuetas. Foi feita
uma comparação das médias, através do teste t de medidas repetidas, de préteste e pós-teste para cada grupo e observou-se que ambos os grupos
apresentaram redução em todas as variáveis estudadas ao final da intervenção
(p<0,05). Também foi realizado, através do teste t para amostras
independentes, uma comparação das médias do grupo de intervenção e
controle, no pós-teste. Foi apontado diferença para o IMC (p=0,02), para a
estimação da percepção com a imagem corporal (p=0,03), e para a desesperança
(p=0,05) todos menores para o grupo de intervenção. O tamanho do efeito
encontrado através do coeficiente de correlação r de Pearson para cada um é
considerado médio. Conclui-se, portanto, que apesar dos dois grupos terem
reduzidos os sintomas, o grupo que recebeu a intervenção de TCC teve maior
diminuição no IMC, da estimação e da desesperança com um tamanho do efeito
médio.
Apoio financeiro: CNPq
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79
Painel 40
TERAPIA COGNITIVA NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: UMA ANÁLISE
DA PRODUÇÃO NACIONAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS. Gabriela Lellis Pizzi;
Dieine Fernanda Silva e Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão
de Mauá - Ribeirão Preto – SP).
Palavras-chave: terapia cognitiva, gestação e pós-parto.
O ciclo gravídico puerperal é um importante momento de transição na vida de
mulheres e suas famílias, produzindo mudanças intensas e permanentes.
Variáveis psicossoais influenciam diretamente a experiência da mulher neste
período e interferem em sua capacidade de enfrentamento de estressores e
adaptação aos novos papeis e funções sociais, o que aponta para a importância
do uso de estratégias psicológicas no âmbito perinatal. A terapia cognitiva
oferece um instrumental valioso para intervenções neste período, por sua
característica breve e focal, além de fornecer recursos para reestruturação
cognitiva, favorecendo uma melhor adaptação às novas demandas. Este estudo
consistiu de um levantamento da produção científica nacional sobre a
utilização da terapia cognitiva no âmbito da gravidez e pós-parto nos últimos
10 anos. Realizou-se uma busca das palavras-chave terapia cognitiva, terapia
cognitivo-comportamental, intervenção cognitiva, intervenção cognitivocomportamental, gestantes, gravidez, gestação, puérpera, puerpério e pósparto nas bases de dados Bireme, Scielo, PePsi e BVPsi. Tal levantamento
apontou 209 trabalhos. Após leitura e análise dos resumos e exclusão dos
trabalhos repetidos e publicações em periódicos nacionais de trabalhos
internacionais, foram incluídos neste levantamento apenas dois estudos que
refletem a produção nacional. Tais trabalhos representam intervenções
clínicas, sendo uma delas na modalidade grupal e um estudo de caso. As
intervenções cognitivas foram realizadas com puérperas com bebês a termo e
pré-termo e uma mulher enlutada após perda gestacional. Instrumentos de
avaliação como as escalas Beck foram utilizadas apenas em um estudo,
proporcionando um paramêtro para avaliação da intervenção. Não foram
encontrados trabalhos com foco no tratamento ou prevenção da depressão
gestacional e puerperal. A intervenção cognitiva se mostrou eficaz na melhora
da qualidade de vida, redução de ansiedade, desesperança e estresse nas
populações estudadas. Tais resultados fornecem conhecimento para a criação
de protolocos de tratamentos cognitivos específicos para a mulher no ciclo
gravídico puerperal. Todavia, a produção nacional sobre o uso da terapia
cognitiva neste período ainda é escassa, embora diversos estudos
internacionais já tenham comprovado sua eficácia em múltiplas situações de
atenção à gestante e à puérpera, especialmente no cuidado preventivo à
depressão pós-parto e no tratamento da depressão gestacional e puerperal, nas
modalidades individual, grupal e online.
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80
Painel 41
ROMPENDO O
SILÊNCIO...MUITO
MAIS QUE DORES FÍSICAS:
ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO EM VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E
FIBROMIALGIA. Gilson de Assis Pinheiro; Rosangela das Dores Gomes e
Daniela Soares de Loiola Araujo (CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB, Brasília, DF).
Palavras-chave: psicoterapia, abuso sexual, fibromialgia
Evidências indicam que situações de abandono, negligência e abuso são fatores
de risco para desencadeamento de quadros psicopatológicos como ansiedade e
depressão na vida adulta. Fibromialgia é síndrome caracterizada por dor
musculoesquelética e seus fatores etiológicos são desconhecidos, contudo
revisões tem apresentado o papel de diferentes variáveis de conteúdo emocional
na manutenção e exacerbação da dor, destacando o papel do abuso sexual.
Este estudo objetiva, através de relato de caso registrar ocorrência de interação
entre abuso sexual e fibromialgia. Após assinado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido iniciou-se a psicoterapia cognitiva comportamental. Ana
(nome fictício), sexo feminino, 47 anos, casada, evangélica, relata mãe
alcoólatra, história de privação (de afeto, atenção e financeira), dificuldades de
sono, depressão e muitas dores difusamente pelo corpo. Está em tratamento
psiquiátrico (usa nortriptilina). Sua queixa inicial é depressão e dores que têm
interferido em sua qualidade de vida, na vida matrimonial, impede fazer as
atividades da vida diária e reduz o repertório social. Estabelecido vinculo
terapêutico, foram explicitados os esquemas iniciais desaptativos (EID) com
clara relação com a história de abuso sexual na infância e dificuldades atuais.
Ao relatar abuso sexual na infância chora muito. Nos atendimentos seguintes
apresenta-se com ótima aparência física, com os cabelos arrumados e melhor
vestida, porém ainda expressando ansiedade e tristeza. Os pensamentos
automáticos relatavam abandono, solidão, vergonha, isolamento e
indesejabilidade social e catastrofização. As dores corporais aumentavam
diante de situações estressoras em suas relações familiares. Falar sobre abuso
sexual (seu maior segredo) era muito doloroso e a partir desse momento
percebe-se que o corpo é o meio de expressão do sofrimento, registrado na
fibromialgia. Passou-se a estimular e aumentar suporte social, relaxamento,
treinamento assertivo, reestruturação cognitiva, ficha das distorções
cognitivas,
confrontação
empática,
melhorou-se
a
autoestima,
o
relacionamento com familiares, e melhorou sua qualidade de vida. Sugere-se
existir relação entre abuso sexual/fibromialgia e a TCC é eficaz diante deste
quadro.
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Painel 42
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE
REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM RELAÇÃO A DEPRESSÃO, ANSIEDADE E
DESESPERANÇA. Isabela Lamante Scotton e Carmem Beatriz Neufeld
(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Ribeirão Preto, SP).
81
Palavras-chave: obesidade; caracterização; variáveis psicológicas
A prevalência da obesidade e do sobrepeso vem aumentando na sociedade,
atingindo proporções epidêmicas, sendo assim considerado um problema de
saúde pública. Por ser um fenômeno de etiologia complexa e não muito bem
definida, recomenda-se um tratamento multidisciplinar. Para melhor cuidar de
indivíduos obesos, é essencial ao profissional de saúde mental conhecer e
entender seus correlatos psicológicos para o manejo clínico destes. O objetivo
desse estudo foi investigar quais são as características que mais aparecem em
indivíduos com sobrepeso e obesidade em termos de depressão, ansiedade e
desesperança em níveis mais graves, e que procuraram o atendimento em um
programa de educação alimentar em grupo (PRAUSP) da USP-RP, a partir da
análise item a item dos instrumentos preenchidos por eles, antes da
intervenção. São participantes dessa amostra 184 adultos (80,4% mulheres),
com idade média de 43,36 anos (dp=12,38), e com MC médio de 33,7 kg/m²
(dp=5,9). Os instrumentos utilizados nessa coleta foram os questionários
clínicos de auto avaliação para constatação dos níveis de ansiedade (BAI),
depressão (BDI), desesperança (BHS), preenchidos pelos participantes do
programa desde 2010 até o primeiro semestre de 2013, após terem assinado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A partir dos dados
armazenados do programa, foi elaborado um banco de dados virtual com os
escores gerais e as respostas item a item de cada instrumento supracitado. A
análise se deu em etapas: primeiramente foi investigada a distribuição dos
escores gerais dentre os níveis crescentes de intensidade e só então foi realizada
a análise item a item. Finalmente, foi feito o uso de estatística inferencial, para
verificar se houve diferença estatisticamente significativa na pontuação de cada
item entre homens e mulheres. Considerando a faixa de classificação de
moderado à grave, 18,9% das pessoas pontuaram para sintomas de depressão,
16,9% para os sintomas de ansiedade e 11,1% para os sintomas de
desesperança. Dentre esses indivíduos, os itens mais pontuados no BDI foram
aqueles relacionados à auto-acusações, indecisão e retração da imagem
corporal; no BAI, nove itens foram pontuados pela maioria das pessoas nas
intensidades mais graves e na BHS, cinco itens foram pontuados por mais de
80% dos indivíduos. Com relação às análises inferenciais, apenas um item do
BDI apresentou diferença estatisticamente significativa entre os sexos
(relacionado a auto-depreciação). Assim é importante atentar para as
características dessa amostra para poder desenvolver intervenções cada vez
mais eficazes para esses indivíduos.
Apoio financeiro: CNPq
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Painel 43
MINHA VIDA EM UM LIVRO. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus,
AM).
Palavras-chave: técnicas terapêuticas, adolescência, instrumentos
“Minha vida em um livro”, técnica desenvolvida para acessar informações
importantes acerca de suas queixas, crenças e história de vida do adolescente.
82
Essa técnica tem sido aplicada com adolescentes na faixa etária de 12 a 16
anos de idade em consultório particular. Observa-se que o perfil do adolescente
que se adapta bem a essa técnica possuem características peculiares de pais
afetivamente distantes, expressando um perfil depressivo e por vezes com
ideação suicida. Esta população apresenta desconforto em revelar fatos
significativos de sua história de vida, e por vezes chegam a acreditar que não
vale à pena nem relatar. Partindo desse princípio, considera-se que o
acompanhamento psicológico desse perfil de adolescente necessita de artifícios
que possam tornar esse momento menos dificultoso. Desta forma, emergiu a
necessidade de desenvolver essa técnica que estimula com riqueza de detalhes
a história pessoal desse adolescente tornando-a em narrativas de personagens
em uma história contada com ajuda do terapeuta. Isto posto, “Minha vida em
um livro” propõe que o adolescente apresente sua história de vida por meio de
narrativas de uma história que, juntamente com o terapeuta, iniciam as
escolhas das informações principais, sendo algumas fictícias, como o ano que
sucedeu, local, nome dos personagens, características físicas, profissões e etc.
Partindo dessas informações o terapeuta vai auxiliando o adolescente a ceder
sua história de vida aos personagens nomeados, desenvolvendo juntos o
enredo da história além de elencarem as crenças à cerca do mundo, de si
mesmo, do outro e de futuro. O objetivo principal dessa estratégia se dá
pela troca de informações através do auxílio ao paciente neste processo de
acesso as informações importantes que permitem detalhes acerca dos eventos
importantes de sua vida bem como ajudar o adolescente a perceber as
construções de suas crenças envolvidas e consequentemente o fortalecimento
do vínculo terapêutico, favorecendo o tratamento proposto.
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Painel 44
INSTRUMENTOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS ADAPTADAS COM
ADOLESCENTE. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM) e
Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
O processo de intervenção, no acompanhamento psicológico do pré-adolescente
e do adolescente, nos alude a uma peculiar dificuldade de que, geralmente, o
adolescente não costuma procurar espontaneamente atendimento psicológico,
estando acompanhado de pouca ou quase nenhuma motivação para o
tratamento, apesar de muitas vezes apresentar aparente sofrimento. Desta
forma, a atuação do profissional da área da saúde deve recorrer a adaptações e
concepções de técnicas para que o atendimento seja facilitado de maneira a
despertar interesse e curiosidade no adolescente e consequentemente a
aderência ao processo terapêutico. O objetivo se evidencia na necessidade de
engajar o adolescente no tratamento, no que tange a se predispor ao
estabelecimento do vínculo terapêutico, manifestando um repertório de emoções
e pensamentos, podendo ainda ser uma forma de auxiliarem a identificação,
avaliação, controle e até modificação das crenças que comandam a visão de
mundo e que podem ser disfuncionais, destarte que o manejo das crenças
possam ser melhor acessadas por intermédio de uma expressão de comunicação
83
mais próxima, apropriada, e estimulante para o adolescente. Desta forma,
consideramos a indicação de algumas técnicas e propostas de técnicas com
sugestões de adaptações como meios e instrumentos à serem utilizados dentro
da faixa etária do pré-adolescente ao adolescente. Há como indicação o uso de
técnicas com o uso tecnologia que tem promovido algumas contribuições nesse
processo de incentivo ao adolescente na participação efetiva na terapia. A
utilização de alguns aplicativos apresenta, para o adolescente, alguns benefícios
como a sensação de que as informações estão seguras, além de evitar a prática
exaustiva de registros com o uso de papéis. Observa-se que, se faz necessário
uma percepção mais clara do terapeuta em considerar as características
apresentadas pelo adolescentes de forma a propor quais dessas técnicas podem
ajustar-se ao trabalho, bem como suas necessidades de adaptações de acordo
com os interesses levantados.
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Painel 45
ATENDIMENTO EM UM CENTRO DE APOIO PSICOLÓGICO E EDUCACIONAL
A
UNIVERSITÁRIOS
À
LUZ
DA
PSICÓLOGA
COGNITIVO
COMPORTAMENTAL. Karolina Murakami (Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: apoio psicológico, ansiedade, universitários
A transição para o ensino superior é uma fase que expõe jovens adultos a
complexos desafios em diferentes áreas da vida, como separação do ambiente
familiar, estabelecimento de novos vínculos interpessoais, e a própria natureza
dos cursos de formação da área da saúde, que conduz a população universitária
ao contato com dor e sofrimento. Nesse sentido, a organização de serviços de
apoio psicológico e educacional que atendem população discente nas
Universidades públicas procuram subsidiar propostas de promoção e
intervenção nos cuidados a esta população. Este trabalho consiste em um relato
de caso de uma estudante de Informática Biomédica atendida em centro de apoio
psicológico de faculdade pública no interior do estado de São Paulo. Este serviço
disponibiliza atendimento aos discentes dos cursos de graduação na área da
saúde. A intervenção foi realizada à luz da psicologia cognitivo comportamental.
A principal queixa trazida pela aluna referia-se a fobia social, gerando intensa
ansiedade. É sabido que a ansiedade excessiva causa grande desconforto e tem
consequências negativas no desempenho acadêmico, podendo levar à evasão
escolar. Foram realizadas 21 sessões de psicoterapia, individualmente, com
duração de 50 minutos. A estudante mostrou-se assídua durante a psicoterapia
sem nenhuma falta. Inicialmente, as queixas foram levantadas e aprofundadas
e foi realizada psicoeducação sobre ansiedade. Após esta etapa, realizou-se o
levantamento da história de vida, que trouxe clareza sobre a origem dos sintomas
de fobia social. Aplicou-se a escala Beck de ansiedade com o escore de 30
inicialmente. Foram ensinadas técnicas de manejo de ansiedade como
relaxamento muscular e respiração diafragmática, que como relatou a estudante
a ajudou a enfrentar suas dificuldades. Foi estabelecida uma hierarquia de
medos e feita a dessensibilização sistemática, começando das situações menos
para as mais ansiogênicas. Os principais medos hierarquizados pela estudante
84
foram: medo de dar branco durante apresentações acadêmicas, medo de ser
questionada e aceitar críticas e elogios dos professores e colegas universitários
sem ficar constrangida. A partir da 11ª sessão, a aluna passou a relatar melhora
dos sintomas ansiosos. A escala Beck de Ansiedade foi novamente aplicada na
17ª sessão com escore de 7 pontos. Com a redução e controle da ansiedade, a
aluna apresentou mudanças na esfera afetiva como menor grau de sofrimento
emocional em sua rotina, passou a apresentar assertividade nos
relacionamentos interpessoais e maior facilidade em apresentar trabalhos
acadêmicos em público. Este relato de caso evidencia a eficácia da Terapia
Cognitivo-Comportamental em intervenções à população universitária.
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Painel 46
INTERVENÇÕES EM GRUPO COM CRIANÇAS ESCOLARES COM SINTOMAS
DE HIPERATIVIDADE A PARTIR DA VIVENCIA DE MINDFULNESS E
ARTETERAPIA. Layana Fernanda Gimenes da Silva e Liziane Leite (Faculdade
Pitágoras, Londrina PR).
Palavras-chave: palavras-chaves: terapia cognitivo-comportamental; sintomas
de hiperatividade; mindfulness; arteterapia.
O Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de
desatenção, hiperativo e/ou hiperatividade-impulsividade.O tratamento
psicoterapêutico, segundo a Terapia Cognitivo-comportamental, visa
interromper um ciclo vicioso e ensinar maneiras efetivas de compensar os
prejuízos. Mindfuness, é um forma especifica de atenção plena, uma percepção
não julgadora, no momento presente, o que esta acontecendo dentro de nós e
ao nosso redor. Na maioria das vezes não nos preocupamos com o agora e sim
com o futuro ou com que já passou, fazendo as coisa automaticamente e não
percebemos aquilo que está diante de nós, no nosso cotidiano. Psicoeducação,
o manejo dos problemas emocionais, treino de habilidades e estratégias de
enfrentamento, são algumas das intervenções a serem realizadas. Estratégias
como Mindfulness e Arteterapia, para crianças com sintomas de TDAH do tipo
hiperativo, são estratégias de enfrentamento, que podem habilitar o indivíduo
a desenvolver-se fortalecendo-o para lidar com as áreas comprometidas de sua
vida. O objetivo deste trabalho foi desenvolver intervenções baseadas na técnica
de Mindfulness e Arteterapia com meninos em fase escolar, de uma Escola
Municipal no interior do Paraná. Foi desenvolvido um protocolo de dados sóciodemográficos e escolar, questionário de entrevista semi-estruturada e materiais
para psicoeducação. Inicialmente foi realizado entrevistas individuais com os
responsáveis para explanação do trabalho. Posteriormente, dado início as
atividades com as crianças, que culminaram em oito encontros, semanais, com
duração em média de 90 minutos. Todos os encontros foram trabalhados a
partir da psicoeducação sobre emoções, dificuldades atencionais, mindfulness
e realização de atividades com arteterapia. No último encontro, foi realizado um
encontro feedback aos pais e professores. Os resultados alcançados
possibilitaram desenvolvimento de novas habilidades de enfrentamento,
85
desenvolvimento educacional sobre limitações, melhora no desempenho escolar
e nos relacionamentos interpessoais.
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Painel 47
A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR PROTETOR EM UM CASO DE
ANSIEDADE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Lilian C. Prado
Jacintho Mendonça Ribeiro (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda,
Ribeirão Preto - SP).
Introdução: A ansiedade engloba um sistema complexo de resposta cognitiva,
afetiva, fisiológica e comportamental que são ativados quando certos eventos
antecipados são considerados altamente aversivos, imprevisíveis e
incontroláveis, e/ou que colocariam em jogo os interesses vitais de um
indivíduo. Dessa forma, o indivíduo anseia se proteger de um mundo cheio de
ameaças por meio de recursos supostamente ineficazes ou defeituosos. A
literatura mostra que oenvolvimento religioso e a espiritualidade estão
associados com melhores índices de saúde, maior longevidade, habilidades de
manejo e qualidade de vida, assim como podem colaborar para a redução da
ansiedade, depressão e suicídio. Objetivo: investigar os aspectos psicológicos
e espirituais em uma paciente submetida a sessões de Terapia na abordagem
Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento de Ansiedade. Material e
Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente
de 23 anos submetida a 22 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental
na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para
depressão (BDI) e ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS), bem como
o registro de pensamentos disfuncionais, psicoeducação, questionamento de
pensamentos e crenças. Resultados: A paciente apresentou diminuição dos
sintomas de ansiedade com a auxílio dadimensão espiritual/religiosa, a qual
constituiu-se como um importante recurso para lidar com situações de crise,
ajudando-a a manter-se focada e centrada em seus objetivos. Dessa forma,
levar uma vida espiritual ativa, propiciou-a estar em maior sintonia consigo
mesma e com os acontecimentos ao seu redor; maior lucidez e clareza a respeito
das próprias cognições. Além disso, foi observado grande flexibilização em
relação a pensamentos e às crenças centrais (desamparo, desvalor, desamor)
que no início do tratamento eram rígidas e globais. Discussão/conclusão: tais
resultados sublinham a importância de pesquisadores e psicólogos clínicos
reconhecerem e estarem atentos quanto à influência e presença da
espiritualidade/religiosidade na vida dos pacientes. Além disso, também
mostrou-se eficaz a diminuição dos pensamentos pessimistas e catastróficos
proporcionando um maior enfrentamento das situações cotidianas.
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Painel 48
A PENITENCIÁRIA COMO VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: RELATO DE
EXPERIÊNCIA. Mariana Aparecida Teixeira Andrade; Keleen Cristina Conte
Novaes e Liziane Souza Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR).
Palavras-chave: penitenciária, relato de experiência, psicologia
86
Ao remeter-se a história, depara-se ao comum fenômeno do encarceramento,
que sempre existiu, mas era um meio e não o fim da punição. O sistema
penitenciário contempla diversas subdivisões, entre elas, aqueles destinados
aos indivíduos que necessitam o cumprimento de pena privativa de liberdade
no regime fechado. O presente trabalho visou relatar a experiência de estágio
realizada em uma Penitenciária Estadual no interior do Paraná. A vivência do
estágio ocorreu em atividades de acompanhamento aos presos que exerciam
atividades laborativas, visando a compreensão da condição de trabalhador
neste contexto, bem como, a importância e os significados que os presos
atribuíam a esta condição. Foram realizadas observações sistemáticas e
entrevistas semiestruturadas com os funcionários e presos da instituição. Aos
presos esta experiência possibilitou a reflexão e verbalizações sobre questões
atuais relacionadas a realidade, tais como significações sobre exploração,
forma de controle e remissão de pena. As entrevistas permitiram a eles a
expressão da fala, expressão dos sentimentos e contato com a própria história,
visto que poucos possuem esta oportunidade de fala e escuta. As entrevistas
realizadas com os funcionários, permitiram o entendimento da dinâmica
institucional, das formas de controle e consequentemente sobre o a função de
remissão de pena. A partir desta vivência, concluiu-se que as atividades
laborais exercidas pelos presos não ocorrem puramente como fator
ressocializador no sistema prisional. Ele apresenta a função de remissão de
pena. Tal observação permitiu questionamento quanto as práticas definidas de
reinserção social e a atuação das práticas psicológicas. A dinâmica
institucional, bem como, dificuldades para a realização de projetos elaborados,
não incentivam as ações de reintegração social. Existem diversos argumentos
que contestam a efetividade de programas de reabilitação, muitas vezes já préestabelecidos. Contudo, a adoção de práticas cognitivo-comportamentais, em
todos os níveis de e não apenas em programas de reabilitação; avaliadas
conforme o nível do risco do criminoso e/ou sua probabilidade de reincidência,
apresentam eficácia e efetividade. A partir desta experiência, e a eficácia das
práticas da terapia cognitivo-comportamental em grupos para população
prisional, apontamos a importância e necessidade de elaborações de
intervenções futuras.
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Painel 49
EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÃO BÁSICAS EM BEBÊS: CRIAÇÃO DE UM
SET DE ESTÍMULOS. Mariana Fortuna Donadon; Flávia de Lima Osório
(Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: Emoção. Bebês. Expressão Facial
As emoções constituem um fenômeno central para os seres humanos, de forma
que estudá-las é essencial para a compressão dos mecanismos de regulação,
expressão e percepção das mesmas. Acredita-se que desde os dois meses de
idade os bebês já são capazes de manifestarem emoções através da face, sendo
esta, uma das principais formas de interação e comunicação social entre a mãe
e o bebê, recebendo assim especial importância. Estudos com expressões faciais
87
de adultos são extensamente explorados pela literatura, porém, com bebês,
poucos estudos são conhecidos, sobretudo quando se refere a set de estímulos
para uso em contextos clínicos. Objetivos: Criar uma série de estímulos de faces
de bebês (de 7 a 12 meses) representando as emoções básicas (alegria, tristeza,
medo, raiva, surpresa e neutro), de acordo com os preceitos desenvolvido por
Nishitani et al. (2011). Material e Métodos: Um grupo de estudiosos da área,
comporto por 3 psicólogos, por meio de discussão de literatura da área e, tendo
por referência o estudo de Nishitani et al. (2011), propuseram um protocolo de
atividades a serem realizadas com os bebês de forma a eliciar as emoções, a
saber: a) eliciação de medo: uma pessoa estranha à criança entra na sala de
filmagem com adornos do tipo máscaras e peruca; b) eliciação de raiva: retira-se
da criança o estímulo com o qual estiver interagindo; c) eliciação de alegria:
brincadeiras com estímulos da preferência da criança; d) eliciação da tristeza:
criança é deixada na sala experimental sozinha por alguns minutos; e) eliciação
da surpresa: emite-se um ruído sonoro por meio de uma buzina (até 80Db). Um
total de 12 bebês foram selecionados e submetidos ao experimento (6 do sexo
feminino e 6 do sexo masculino), de diferentes etnias (oriental, caucasiana e
negra), de forma individual e tendo a sessão gravada. Resultados: 12 bebês
efetivamente participaram do experimento, tendo cada sessão a duração média
de 30 minutos. Após a filmagens, foram capturadas 6 imagens de emoções de
cada criança (alegria, raiva, medo, neutro, tristeza e surpresa), através de
software de computador VLC, dentro do contexto de estimulação e, duas
psicólogas entraram em consenso sobre quais eram as imagens que melhor
representavam as emoções de interesse, totalizando um total de 72 estímulos
disponíveis (12 crianças; 6 emoções). Discussão/Conclusão: Percebeu-se que
os 12 bebês foram capazes de expressar as 6 emoções, em concordância com a
literatura da área que aponta que bebês já com dois meses de idade são capazes
de manifestarem emoções básicas através da face, por meio de estimulação.
Como passos futuros, validar-se-á os estímulos em uma amostra sujeitos de
diferentes faixas etárias para compor uma tarefa computacional envolvendo
emoções em bebês.
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Painel 50
ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA: COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO TRADICIONAL
EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL CLÁSSICA E EM TERAPIA
DO ESQUEMA. Marília Consolini Teodoro e Renata Ferrarez Fernandes Lopes
(Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG).
Palavras-chave: Autismo; Terapia Cognitivo Comportamental; Terapia do
Esquema
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por déficit ou ausência de
contato social, comportamento repetitivo e estereotipado, dificuldade para
compreensão e uso da linguagem, repertório restrito e baixa tolerância à
frustração. Duas abordagens que o estudam são a Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC) e a Terapia Cognitiva Focada nos Esquemas (TE), para
88
crianças e adolescentes autistas de alto funcionamento. Realizou-se uma revisão
sistemática da literatura nas duas abordagens. Utilizou-se os unitermos:
“Schema Therapy and autism”; “cognitive therapy and austism”; “terapia
cognitiva e autismo”; “terapia do esquema e autismo” e “schematherapie und
austism” nos indexadores Latindex, Lilacs, BVS saúde, PePSIC, Google scholar,
ZDB e WZB. Foram selecionados 13 artigos para TC e TEA e 15 para TE e TEA,
entre 2010 e 2015 e excluídos trabalhos com adultos ou sem intervenções. A
revisão mostrou que a TCC Beckiana compreende o TEA como um transtorno
envolvendo sintomas cognitivos e comportamentais, focalizando principalmente
ansiedade e regulação emocional. Os trabalhos ressaltam a eficácia da TCC e
mostram adaptações das técnicas, que incluem aumento de auxílios visuais,
associação de emoções e sentimentos com objetos, estratégias de enfrentamento
comportamentais sem linguagem, comunicação alternativa, uso de interesses do
paciente e treino de habilidades sociais e reconhecimento de emoções. Os poucos
trabalhos encontrados na TE restringiam-se aos da escola alemã. Essas
pesquisas indicam que adolescentes autistas geralmente apresentam os EIDs:
inadequação, isolamento social, privação emocional, sentimento de
grandiosidade, padrões excessivos e isolamento social. Estão presentes os três
modos
de
enfrentamento:
capitulador
complacente,
evitativo,
e
hipercompensação. Há ainda o modo inteligente que visa estabelecer interrelações mais adaptadas. As técnicas na TE alemã são adaptadas às experiências
autistas de pré-adolescentes e adolescentes. As intervenções baseiam-se em
psicoeducação dos pais e do adolescente sobre o autismo, definição de metas
terapêuticas, trabalhos com o autoconceito através de flipchart, uso de bonecos
representativos dos modos, técnica da casa interna, etc. Os resultados sugerem
que ambas as abordagens visam mudanças em esquemas, trabalham com
técnicas comportamentais e dialogam com aspectos neurobiológicos do TEA. A
escola alemã apresenta um protocolo de atendimento com foco na orientação de
pais, que passam a ter um quadro explicativo e formas de interação mais amplas
frente aos estados dissociativos dos filhos. A TCC apresenta mais pesquisas
empíricas, entretanto, sem protocolo fechado ou definição conceitual clara sobre
o transtorno. Essa revisão mostra a necessidade de ampliação dos estudos
empíricos com crianças com TEA na TE e TCC, especialmente no Brasil.
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Painel 51
PADRÕES ORGANIZACIONAIS FAMILIARES DE CRIANÇAS QUE CONVIVEM
COM A DEPRESSÃO MATERNA. Marina Delduca Cilino e Sonia Regina Loureiro
(Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão
Preto, SP).
Palavras-chave: comportamento infantil; depressão materna; família
A depressão materna, pelas suas características, tem sido reconhecida como
uma condição de adversidade que afeta a convivência familiar e o
desenvolvimento infantil. Para as crianças em idade escolar o comportamento
é um indicador reconhecido de adaptação. Objetivou-se comparar os padrões
organizacionais familiares de crianças, em idade escolar, que convivem com a
89
depressão materna com os de crianças que convivem com mães sem história
psiquiátrica, tendo como foco o comportamento das crianças. Adotou-se um
delineamento transversal de comparação entre grupos. A amostra incluiu 100
díades mães-crianças, distribuídas em dois grupos: G1 - 50 díades mãescrianças, cujas mulheres/mães apresentam história de depressão recorrente;
e G2 - 50 díades mães-crianças, cujas mulheres/mães não apresentam história
de depressão ou de qualquer transtorno psiquiátrico. Foram incluídas
mulheres na faixa etária entre 25 e 45 anos, e seus filhos biológicos, de ambos
os sexos, com idade escolar (7 a 12 anos), com nível intelectual maior ou igual
ao nível médio inferior. A coleta de dados foi realizada em sessões individuais,
com a aplicação dos seguintes instrumentos: (a)Entrevista Clínica Estruturada
para o DSM-IV; (b) Questionário sobre a saúde do paciente- PHQ-9; (c) Teste
das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (d) Questionário Geral; (e)
Questionário de Capacidades e Dificuldades; e (f) Entrevista com Roteiro SemiEstruturado para avaliação dos padrões organizacionais. Foram realizadas
comparações entre os grupos por meio de testes estatísticos, adotando-se o
nível de significância de p ≤ 0,05, nos quais as crianças de G1 apresentaram
significativamente mais indicadores de problemas comportamentais em
comparação a G2 (G1x̄=15,12 e G2x̄=9,08). Com relação aos padrões de
organização familiar, G1 em comparação a G2 apresentou medianas menores
quanto à Flexibilidade no estabelecimento de Disciplina, Regras e Controle,
e na Manutenção e Distribuição de Papéis, assim como apresentou indicadores
de menos Suporte Econômico e Sóciocomunitário, caracterizando mais
dificuldades quanto à organização das rotinas de convivência familiar. Tais
dados evidenciam que as crianças que convivem com a depressão materna
estão sujeitas a condições contextuais familiares de menos recursos
favorecedores do seu desenvolvimento; considera-se que identificar tais
padrões pode nortear o planejamento de programas de orientação familiar.
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Painel 52
ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE INTERVENÇÕES
COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS EM GRUPO PARA FILHOS DO DIVÓRCIO.
Mayron Pereira Picolo Ribeiro (Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR);
Liziane Leite (Psicologia, Faculdade Pitágoras de Londrina, Londrina, PR).
Palavras-chave: Terapia em Grupo, Cognitivo-Comportamental, Filhos do
Divórcio.
Nos últimos anos, houve um crescimento considerável no número de divórcios
oficializados no Brasil. Estima-se que cerca de 140 mil ocorram todo ano,
representando um crescimento de 75% quando comparado aos números de
2010. As consequências da separação dos pais podem ser agudas e de longa
duração nos filhos, já que a criança que se vê em meio à separação de seus pais
é fortemente impactada, podendo o impacto perdurar por toda a vida. Tendo em
vista tal realidade, o presente trabalho pretendeu levantar a bibliografia
relacionada a terapias cognitivo-comportamentais em grupo para filhos de pais
separados (filhos do divórcio). As palavras-chave foram utilizadas nos portais de
90
pesquisa disponíveis pela CAPES e os artigos em inglês e português que
envolviam intervenções em grupo para filhos do divórcio foram considerados.
Apenas as pesquisas que envolviam abordagens cognitiva foram utilizadas. As
pesquisas mostram que uma gama de grupos tem sido realizada, em áreas como
psicologia, assistência social e enfermagem, principalmente com crianças até 12
anos, indicando que grupos com adolescentes podem ser mais desafiadores. Os
grupos têm sido desenvolvidos por profissionais e/ou pessoas preparadas para
tal ainda que sem formação específica em uma das áreas previamente
mencionadas. Protocolos têm focado no estabelecimento e fortalecimento de
vínculo entre os terapeutas e o grupo e entre os próprios participantes; na
expressão dos sentimentos e enfrentamento da realidade; no desenvolvimento
de repertório de coping e construção de uma identidade saudável, utilizando-se
da psicoeducação e técnicas vivenciais e cognitivo-comportamentais; e na
terminalidade do grupo e continuidade do processo de forma individual.
Intervenções em grupo têm se mostrado eficaz no oferecimento de suporte e
apoio a filhos de pais separados, favorecendo o vínculo e a reparação parental
limitada, bem como sentimento de pertencimento a um grupo, sendo uma
ferramenta eficiente na reestruturação e enfrentamento de filhos do divórcio.
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Painel 53
INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E ESTRATÉGIAS DE
ENFRENTAMENTO DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA. Maytê Mayara Amorim
Mussato; Ricardo da Costa Padovani; Túllio Pieroni Toledo e Nara Rejane Cruz
de Oliveira. (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
Palavras-chave: estudantes de psicologia; qualidade de vida; estratégias de
enfrentamento
A formação acadêmica é marcada por inúmeras mudanças no cotidiano do
estudante. A exposição a um novo ambiente acadêmico e social, a exigência de
autonomia na construção dos novos saberes, a constituição de novas moradias
e a distância da família e de amigos constituem alguns dos desafios do
estudante universitário. O presente estudo teve como objetivo investigar a
percepção dos recursos de enfretamento na qualidade de vida e no processo de
adaptação ao ambiente universitário de estudantes do curso de psicologia. A
escolha do curso foi definida em função da grade curricular abordar temáticas
relacionadas à construção da subjetividade e do sofrimento humano.
Participaram do estudo 16 estudantes do curso de psicologia, 13 do gênero
feminino e 3 do gênero masculino. Instrumentos: Questionário adaptado do
Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das
Universidades Públicas Federais Brasileiras; Questionário de Qualidade de
Vida (WHOQOL – BREF); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse – 21
(DASS- 21); Roteiro de entrevista semiestruturada para investigação da
qualidade
de
vida
e
estratégias
de
enfrentamento
dos
estudantes universitários. A aplicação dos instrumentos foi realizada
individualmente, com duração média de 50 minutos. O grupo investigado foi
constituído em sua maioria por solteiros, residentes em repúblicas, oriundos
do ensino médio particular e que não trabalhavam. Metade dos participantes
91
havia procurado atendimento psicológico e quatro psiquiátrico. O nível médio
mais elevado na qualidade de vida foi no domínio meio ambiente e o mais baixo,
no psicológico. Constatou-se que os sintomas do estresse foram os mais
frequentes e relevantes clinicamente no grupo investigado (n=7). As entrevistas
realizadas demonstraram que as exigências e a sobrecarga de atividades
influenciam significativamente na qualidade de vida e no tempo disponível para
lazer, bem como na sua saúde mental. As estratégias mais utilizadas para
enfrentar as adversidades advindas desses fatores foram respostas de
fuga/esquiva e afastamento social. As principais fontes de apoio foram a
família, os amigos e o namoro. Conclui-se que as contingências impostas pelo
ensino superior têm impacto significativo na qualidade de vida e na saúde
mental dessa população. Desta maneira, programas que promovam
acolhimento das demandas emocionais do estudante, bem como favoreçam a
qualidade de sua permanência merecem destaque.
Apoio financeiro: CNPq
[email protected]
Painel 54
MECANISMOS FUNCIONAIS SUBJACENTES AOS EFEITOS DAS IBM
(INTERVENÇÕES BASEADAS EM MINDFULNESS) E DAS TCBM (TERAPIA
COGNITIVAS BASEADAS E MINDFULNESS). Nazaré de Oliveira Almeida;
Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa
e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto,
SP).
Palavras-chave:
mindfulness
mindfulness,
meditação,
terapia
cognitiva baseada
em
Um crescente número de estudos empíricos, desde a década de 1950, têm
demonstrado os efeitos clínicos benéficos das práticas de mindfulness para a
saúde e bem-estar. Contudo, os mecanismos funcionais subjacentes a esses
benefícios, tanto do ponto de vista biológico quanto psicológico, não têm sido
investigados mais detidamente. O objetivo da presente pesquisa foi realizar
uma revisão bibliográfica sistemática acerca dos mecanismos funcionais
subjacentes aos efeitos das IBM (Intervenções Baseadas em Mindfulness) e das
TCBM (Terapia Cognitivas Baseadas e Mindfulness). Para identificação e
seleção dos artigos que se relacionassem com o tema, foram consultadas cinco
bases de dados: BVS, PePsic, PsycArticles, PubMed e Scielo. Os descritores
selecionados foram: Mindfulness, Meditation, Mindfulness-Based Cognitive
Therapy,
Mindfulness-Based
Stress
Reduction,
Mindfulness-Based
Inteventions e Cognitive Therapy. Na primeira busca não houve limite, sendo
lidos e analisados todos os artigos que apresentassem relações com o tema e
possuíssem alguma referência relacionada às IBM e TCBM. Os textos
selecionados foram resumidos e analisados qualitativamente, de modo a avaliar
os mecanismos funcionais subjacentes aos efeitos das IBM e TCBM. A maioria
dos autores convergem suas conclusões para os mecanismos de estratégias de
regulação emocional, principalmente na redução do estresse, visto que as
práticas diminuem as taxas do hormônio cortisona, muito destrutivo para os
92
neurônios, a reconfiguração voluntária da rede cerebral ativada, quando se cria
uma espécie de realidade virtual diante de uma preocupação, promoção de um
estado de “satisfação feliz”, desconectando a pessoa das preocupações e a
conectado com o momento presente e com o ambiente ao redor. Outros
mecanismos reconhecidos são a metacognição e a descentralização, o
reconhecimento dos pensamentos automáticos como distintos da própria
identidade, o distanciamento dos pensamentos automáticos e a descrença
acerca do que os pensamentos automáticos afirmam sobre a realidade. Além
disso, é comum a identificação de uma autoconsciência, a percepção do que
ocorre internamente, sem a interferência das ruminações da mente, a
autorreflexão e o pensamento reflexivo e não automático, quanto mais a pessoa
se concentra no momento presente. Alguns autores sugerem que mindfulness
deve ser descrito como uma estratégia de regulação emocional “top-down”,
enquanto outros como uma estratégia de regulação emocional “bottom-up”. Por
fim, discute-se as limitações da evidência atual e sugestões para futuras
pesquisas sobre este tema.
[email protected]
Painel 55
INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE ESCOLARES AVALIADOS POR
MÃES E PROFESSORES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e
Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP,
Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: comportamento, escolares, sdq
Os indicadores comportamentais para as crianças em idade escolar refletem
seus recursos e as dificuldades adaptativas, podendo representar um fator de
vulnerabilidade ou de proteção frente a adversidades. O Questionário de
Capacidades e Dificuldades (SDQ) é um instrumento com qualidades
psicométricas aferidas em muitos países, inclusive no Brasil, tendo validade
reconhecida na avaliação do comportamento de crianças e jovens, tendo
versões para pais, professores e para jovens após os 11 anos, avaliando
problemas emocionais, de hiperatividade, de conduta, de relacionamentos e
comportamento pró-sociais. Objetivou-se verificar as associações entre as
avaliações comportamentais realizadas por mães e professores de crianças em
idade escolar. Como participantes, selecionou-se uma amostra aleatória de 27
crianças, sem déficit cognitivo, com idade média de 9,5 anos (DP=0,50) de
ambos os sexos, alunos do ensino fundamental, suas mães, com escolaridade
mínima de ensino fundamental incompleto, e seus professores. Procedeu-se a
aplicação dos instrumentos em situação individual, face a face, sendo aplicado
com as crianças o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala
Especial, para a exclusão de déficit intelectual. Com as mães e professores foi
aplicado o SDQ, visando a avaliação do comportamento. Os dados foram
codificados, submetidos a análise descritiva e tratados por estatística não
paramétrica, por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman (p≤0,10). Na
avaliação das mães 60% das crianças apresentaram dificuldades
comportamentais e segundo os professores 30% das crianças apresentaram
dificuldades comportamentais. Constatou-se associação significativa entre a
avaliação de dificuldades comportamentais por parte dos professores e a
93
avaliação de problemas de conduta por parte das mães (r=0,352; p≤0,07).
Conclui-se que as mães identificaram mais problemas comportamentais por
parte das crianças, possivelmente por pautar suas observações por um
contexto de convivência mais amplo no tempo e nas situações, em comparação
aos professores. A concordância das avaliações quanto aos problemas de
conduta coloca em evidência a relevância dessas dificuldades nos dois
contextos, familiar e escolar.
Apoio financeiro: CNPq
[email protected]
Painel 56
ASSOCIAÇÕES ENTRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DE
MÃES E ESCOLARES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e
Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão
Preto, SP).
Palavras-chave: desempenho cognitivo, mães, escolares
A avaliação do desempenho cognitivo de crianças em idade escolar e suas
implicações constituem-se em um importante campo de investigação e
intervenção. Estudos diversos têm demonstrado correlação entre a memória de
trabalho e a inteligência fluida, apontando a memória de trabalho como uma
medida relativamente pura do potencial de aprendizagem das crianças. Nestes
estudos uma questão relevante diz respeito às relações entre as variações do
QI em função de componentes genéticos, enquanto herdabilidade, e do
ambiente compartilhado. Considerando as hipóteses relativas à associação de
inteligência fluida e memória de trabalho e da herdabilidade da inteligência,
objetivou-se correlacionar o desempenho cognitivo de mães e de crianças em
idade escolar, em medidas de inteligência fluida e de memória de trabalho.
Como participantes, selecionou-se uma amostra aleatória de 69 díades
mães/crianças, estas com nove e 10 anos no momento da coleta, de ambos os
sexos, alunos do ensino fundamental, e suas mães, com escolaridade mínima
de ensino fundamental incompleto. Procedeu-se a aplicação dos instrumentos
em situação individual, face a face, a saber: Teste das Matrizes Progressivas
Coloridas de Raven - Escala Especial (crianças) e teste R1 (mães) como medidas
de inteligência fluida, e os subtestes dígitos, aritmética e sequencia de números
e letras (WAIS-III e WISC-IV) como medidas de memória de trabalho. Os dados
foram codificados, submetidos a análise descritiva e tratados por estatística
não paramétrica, por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman (p≤0,01).
Verificou-se correlações moderadas e significativas para as medidas de
inteligência fluida e memória de trabalho de mães e de crianças, mas não foram
verificadas correlações significativas nas comparações intersujeitos, reiterando
a relevância do ambiente compartilhado em contraposição à herdabilidade.
Destaca-se como desdobramento do estudo a importância de se promover
práticas de intervenção precoce, de caráter preventivo, que favoreçam o
desempenho cognitivo por meio da promoção dos recursos do ambiente de
desenvolvimento das crianças, tendo em vista que a inteligência fluída e a
memória de trabalho são relevantes para o contexto da aprendizagem.
Apoio financeiro: CNPq
94
[email protected]
Painel 57
CARACTERISTICAS DA CLIENTELA ATENDIDA
EM UM NUCLEO DE
ASSISTENCIA A UNIVERSITARIOS : UM ESTUDO DESCRITIVO DE
NATUREZA DOCUMENTAL. Regina de Cassia Rondina (Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de
Marília, SP).
Atualmente, há um consenso quanto à importância de oferecer serviços de
apoio / assistência psicológica e psiquiátrica a estudantes de graduação, no
sentido de minimizar os índices de fracasso e/ou evasão no ensino superior.
O presente trabalho teve como meta central, conhecer o perfil de estudantes
atendidos pelo serviço de Psicologia de uma universidade pública do Oeste
Paulista. Foi realizada uma pesquisa descritiva preliminar de cunho
documental,
sobre características clínicas e sociodemográficas de
universitários que buscaram
auxílio junto ao Núcleo de Assistência
Psicológica e Psicoeducacional e de Pesquisa (NAPEP/UNESP, Marília). O
NAPEP oferece
assistência psicológica a acadêmicos regularmente
matriculados em cursos de graduação e de pós graduação da Unidade, sob
enfoque cognitivo-comportamental. Foi efetuado um levantamento e
sistematização de informações, através de consultas junto às fichas cadastrais
dos estudantes, preenchidas durante as entrevistas para cadastro junto ao
núcleo. As queixas que motivaram a busca pelo serviço de Psicologia foram
compiladas e agrupadas em categorias temáticas, com as respectivas
frequências percentuais. Entre fevereiro do ano letivo de 2011 e junho de
2013, 165 estudantes efetuaram inscrição, sendo 76% do sexo feminino.
Dentre o total dos inscritos, 80% informaram queixas que sugerem a
possibilidade de sintomatologia depressiva e 13,3%, condutas do Espectro
Suicida. Foram encontrados também elevados percentuais de queixas
relacionadas a dificuldades na área dos relacionamentos interpessoais
(afetivos, familiares e sociais, em geral). Os resultados sugerem que possa
haver uma complexa inter-relação entre as principais dificuldades/problemas
informados pelos acadêmicos. Os elevados percentuais de queixas na esfera
dos relacionamentos interpessoais, aqui encontrados, levam a crer que a
implantação de programas de intervenção de cunho preventivo e terapêutico,
sob a modalidade de psicoterapia em grupo, poderia contribuir com a
assistência a essa população. Supõe-se que estratégias como o treinamento
em habilidades sociais, por exemplo, poderiam minimizar as dificuldades dos
estudantes.
Programas
de
natureza
multidisciplinar, envolvendo profissionais das áreas de Psicologia, Terapia
Ocupacional e áreas afins, poderiam promover a qualidade de vida dos
universitários e melhor adaptação à vida acadêmica.
[email protected]
Painel 58
PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES NO PRÉOPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA. Sabrina Fernandes Liberatore
(Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP).
95
Palavras-chave: Ansiedade, Depressão, Bariátrica.
Obesidade é uma doença crônica multifatorial, que envolve questões
psicológicas, genéticas e ambientais. A prevalência da obesidade tem crescido
rapidamente e representa um dos principais desafios de saúde pública deste
século. Pessoas que sofrem de obesidade mórbida podem contar desde a década
de setenta com outro tipo de tratamento como a cirurgia bariátrica. A cirurgia
bariátrica, também conhecida como gastroplastia e cirurgia de redução de
estômago, é uma opção para pessoas com obesidade mórbida que não
conseguem perder peso pelos métodos tradicionais ou para quem sofre de
problemas crônicos de saúde relacionados a essa doença. As indicações para a
cirurgia como tratamento da obesidade mórbida baseiam-se em diversos
fatores: IMC acima de 40 kg/m², ou acima de 35 kg/m² na presença de doenças
associadas. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de sintomas de
ansiedade e de depressão em pacientes candidatos à Cirurgia Bariátrica, pois
estes são os transtornos mais comuns em pacientes com obesidade. Foram
analisados dados dos prontuários de 188 pacientes de ambos os sexos,
avaliados no período entre 2010 e 2015 em um serviço privado de psicologia
em São José do Rio Preto. Foram incluídos na análise: peso, altura e Índice de
Massa Corporal (IMC), dados de entrevista semi-estruturada e dos Inventários
Beck de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI). Resultados: a idade dos
pacientes variou entre 14 e 65 anos (Média: 34,65 anos), 73 % (n = 137) eram
mulheres, 27 % (n= 51) eram homens, 69,5 % (n = 95) eram casados ou estavam
em união estável, 43,1 % (n= 81) eram solteiros, 6,4 % (n= 12) eram viúvos e
separados e o IMC variou entre 30 e 67 (Média: 42,81). Em relação a sintomas
de ansiedade, 26% (n = 49) apresentaram sintomas leves e 20% (n = 39)
moderados a graves; 39% (n = 73) apresentaram sintomas leves de depressão e
13% (n = 24) sintomas moderados a graves. Conclusão: Houve predominância
de mulheres, com importantes sintomas de depressão e de ansiedade. Os dados
indicam necessidade de acompanhamento psicológico para aqueles com
sintomas moderados e graves e reavaliação para aqueles com sintomas leves.
[email protected]
Painel 59
PROGRAMA COMVIDA: DESENVOLVENDO HABILIDADES DE CONVIVÊNCIA
ENTRE ADOLESCENTES. Shirley de Souza Silva Simeão e Ludmila Xavier
Rodrigues (Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB).
Palavras-chave: adolescência. habilidades sociais. intervenções.
As habilidades sociais são consideradas competências adquiridas que
propiciam o início e manutenção de relacionamentos sociais adequados e
positivos, favorecendo relações satisfatórias. A literatura aponta que déficits
em habilidades sociais estão sendo associados cada vez mais à presença de
distúrbios na adolescência, tas como condutas delinquentes, agressividade e
desenvolvimento de transtornos psicológicos. Assim, o objetivo do presente
trabalho é apresentar o Programa COMVIDA que é uma proposta intervenção
voltada para o desenvolvimento de habilidades de convivência entre os jovens,
96
e que foi realizada com adolescentes de uma escola pública da cidade de João
Pessoa - PB. O programa iniciou a partir da realização da avaliação das
principais dificuldades vivenciadas pelos adolescentes, de forma que tal
avaliação direcionasse as atividades propostas. Para isso, foram entrevistados
professores, coordenadores e os pais, no sentido de obter informações sobre
possíveis comportamentos disfuncionais que o indivíduo venha a apresentar e
que se relacionem com possíveis dificuldades de relacionamento/convivência.
Em seguida, foi realizada avaliação das HS dos adolescentes, por meio da
aplicação do Inventário de habilidades sociais para adolescentes (IHSA), por
meio do qual se evidenciou um repertório deficitário, principalmente em relação
à assertividade. Após avaliação deu-se início a proposta de intervenção que teve
um formato grupal e se estruturou ao longo de seis encontros, com 90 minutos
de duração, em que foram utilizadas vivências com a proposta de desenvolver
habilidades de fazer amizades, assertividade, autocontrole emocional e
empatia. Como resultado, a partir da aplicação do programa, foi possível
evidenciar mudanças de alguns comportamentos dos adolescentes, tais como
maior interação entre os grupos, respeito às diferenças, fortalecimento de
vínculos de amizade e melhora na comunicação. Além disso, as atividades
proporcionaram a aprendizagem de elementos importantes para a convivência
entre eles, percebendo-se que o treino de habilidades sociais se mostrou uma
possibilidade efetiva e possível no contexto escolar, contribuindo para a
melhoria das relações estabelecidas entre os adolescentes.
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Painel 60
CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ADULTA E DOS ATENDIMENTOS
CLÍNICOS REALIZADOS PELO LABORATÓRIO DE PESQUISA E
INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (LAPICC-USP). Suzana
Peron e Carmem Beatriz Neufeld. (Laboratório de Pesquisa e Intervenção
Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: serviços-escola de psicologia; atendimento
caracterização de clientela; terapia cognitivo-comportamental.
psicológico;
Os serviços-escola de psicologia tiveram início com o artigo 16 da Lei nº 4.119,
de agosto de 1962, que estabeleceu que os cursos de formação em Psicologia
deveriam instituir serviços de atendimento voltado ao público, de forma
gratuita ou remunerada. Com fundamento semelhante, o Laboratório de
Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de São
Paulo (LaPICC-USP) foi fundado em 2009, na tentativa de integração entre
pesquisa, formação, e oferta de serviço de qualidade para a população. A
Terapia Cognitivo-Comportamental tem como premissa que as emoções e os
comportamentos dos indivíduos são influenciados pela percepção que estes
apresentam em relação aos eventos a sua volta e busca produzir mudanças no
pensamento para promover modificações emocionais e comportamentais
duradouras. Este estudo possui como objetivo a caracterização da clientela e
dos atendimentos realizado no estágio de atendimento individual de adultos
oferecidos pelo LaPICC-USP, vinculado ao Centro de Psicologia Aplicada da
97
FFCLRP. A literatura aponta a importância da caracterização da população
atendida nestes serviços para a avaliação da efetividade dos atendimentos
oferecidos e proposição de novas estratégias. Trata-se de uma pesquisa
documental, com metodologia quantitativa e descritiva. Como procedimento de
coleta de dados foi feito o levantado dos prontuários dos pacientes que tiveram
o atendimento iniciado e encerrado no período entre 2009 e 2015, e a
catalogação das informações disponíveis, por meio da entrevista inicial e do
histórico de evolução dos atendimentos. As variáveis consideradas foram sexo,
idade, raça, escolaridade, religião, ocupação, estado civil, indicação de
atendimento, histórico de acompanhamento psicológico, demanda, diagnóstico,
encaminhamento e duração do atendimento. Os resultados foram analisados a
partir de estatística descritiva (frequência). No período apresentado, foram
atendidos 80 pacientes, havendo prevalência na busca espontânea por
atendimento (63,75%) por clientela na faixa dos 20-29 anos (41,25%), com
ensino superior completo (47,50%), economicamente ativa (53,75%), solteira
(60%), de raça branca (58,75%) e do sexo feminino (63,75%). Quanto aos
atendimentos, pôde-se notar uma média de 10 meses de duração, com a
demanda mais recorrente referente a dificuldades de relacionamento (58,57%),
sendo os diagnósticos mais frequentes relacionados aos transtornos de
ansiedade, seguidos dos transtornos de personalidade; quanto ao
encaminhamento, a taxa de condição de alta foi de 32,50% dos atendimentos e
a de desistência, de 25%. Os resultados obtidos corroboram a literatura,
quando a sexo, idade e procura pelo atendimento, enquanto que as taxas de
abandono e de alta do atendimento se mostraram mais positivas do que o
apontado por outros estudos.
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
Painel 61
CARACTERIZAÇÃO DAS DEMANDAS DE TERAPIA INDIVIDUAL INFANTIL E
ADOLESCENTE DO LAPICC-USP. Thaís Barbosa Benedetti e Carmem Beatriz
Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).
Palavras-chave: demandas, crianças e adolescentes, propais
Crianças e adolescentes são comumente encaminhados à terapia em função de
seus problemas com comportamentos e emoções. Mediante a importância de
se intervir nesses problemas apresentados, diversas intervenções com pais têm
sido desenvolvidas. O Programa de Orientação de Pais (PROPAIS I) consiste em
um programa estruturado de orientação de pais em grupo, para pais cujos
filhos se encontram em atendimento psicoterapêutico no estágio do Laboratório
de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de São
Paulo (LaPICC-USP). O presente estudo tem como objetivo levantar as
demandas nos prontuários de terapia individual infantil e adolescente do
LaPICC-USP e nos instrumentos Strengths and Difficulties Questionnaire
(SDQ) e Child Behavior Check List (CBCL) respondidos pelos pais antes de sua
participação no grupo de pais e antes do início do atendimento da
98
criança/adolescente. Os participantes do estudo foram advindos de um banco
de dados composto por 31 pais/cuidadores participantes do PROPAIS I desde
o ano de 2009 até 2014 com seus filhos, estando em atendimento psicoterápico
individual no serviço-escola da USP-RP. Os dados foram analisados em uma
análise descritiva e qualitativa comparativa com base nas categorias das
demandas contidas nos prontuários e nas categorias dos instrumentos SDQ e
CBCL. Após levantar suas frequências, verificou-se o quão condizentes são as
demandas dos prontuários e a percepção dos pais/cuidadores com base nesses
instrumentos. Considerando que 13 participantes responderam ao
instrumento SDQ e 18 participantes responderam ao CBCL, o estudo foi
analisado separadamente devido às diferentes escalas dos instrumentos. As
demandas observadas com maiores frequências nos prontuários cujos
pais/cuidadores responderam o SDQ foram: “Sintomas Emocionais” e
“Hiperatividade”, e nos prontuários dos respondentes do CBCL predominou a
escala “Comportamento Agressivo”. Em relação à percepção dos
pais/cuidadores observada nos instrumentos, a escala clínica com maior
frequência no SDQ se referiu aos “Problemas de Conduta”, e a escala
“Ansiedade e Depressão” no CBCL. Os resultados corroboraram aos estudos de
caracterização
da
clientela
de
serviços-escola
e
atendimento
infantil/adolescente, levando em consideração a prevalência de crianças e
adolescentes na faixa etária de 7 a 13 anos, estudantes do ensino fundamental,
com várias demandas relacionadas ao contexto escolar. A literatura relaciona
a faixa etária predominante da clientela ao período de escolarização, desta
forma, são notadas maiores demandas relacionadas às dificuldades escolares.
Contudo, essas demandas foram verificadas mais especificamente na descrição
dos prontuários
Apoio financeiro: FAPESP
[email protected]
Painel 62
AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA E
SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E MEDICINA. Túllio
Pieroni Toledo; Nara Rejane Cruz de Oliveira e Ricardo da Costa Padovani
(Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP).
Palavras-chave: atividade física; qualidade de vida; estudantes universitários
A atividade física está associada positivamente à saúde e ao bem-estar
psicológico. No contexto universitário questões como a exigência de longas
horas de estudo e a autonomia na construção do conhecimento podem
interferir significativamente na qualidade de vida do estudante, assim como
favorecer a adoção de um estilo de vida sedentário. O presente estudo teve como
objetivo investigar o nível de atividade física, a qualidade de vida e a saúde
mental em estudantes de psicologia e medicina. Participaram do estudo 111
estudantes de uma Universidade Pública Federal, sendo 63 do curso de
psicologia (27 primeiro ano e 36 segundo ano) e 48 do curso de medicina (23
primeiro ano e 25 segundo ano). Instrumentos: Questionário adaptado do Perfil
Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades
Públicas Federais Brasileiras, Questionário Internacional de Atividade
99
Física (IPAQ), Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL – BREF) e Escala
de Depressão, Ansiedade e Estresse – 21 (DASS - 21). A amostra foi composta
em sua maioria por estudantes do gênero feminino, solteiros, sem filhos,
oriundos do ensino médio particular e que não trabalhavam. O curso de
psicologia apresentou maior número de mulheres e de estudantes residentes
em repúblicas, já o curso de medicina maior número de homens e de
estudantes que residem com os pais. Os graduandos em medicina se
mostraram mais ativos, apresentaram níveis superiores para qualidade de vida,
exceto domínio físico, e menor incidência de estresse, ansiedade e depressão.
Os alunos de primeiro ano, de ambos os cursos, se revelaram mais ativos e
apresentaram menor incidência de estresse, ansiedade e depressão. No que se
refere à qualidade de vida, os alunos do primeiro ano do curso de psicologia,
quando comparados aos do segundo, apresentaram níveis superiores em todos
os domínios, a saber: físico, meio ambiente, psicológico e social. Os alunos do
primeiro ano de medicina apresentaram níveis superiores aos do segundo
apenas no domínio meio ambiente. Ansiedade, insônia e sensação de
desamparo foram as principais dificuldades emocionais indicadas como
intervenientes no desempenho acadêmico, em especial pelos alunos de primeiro
ano. A alta carga horária e o excesso de trabalhos acadêmicos também foram
destacados, em especial pelos graduandos em psicologia.
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