2 3 Programa e Resumos Instituição Promotora: Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental Presidente: Carmem Beatriz Neufeld Comissão Organizadora: Anelisa Vaz de Carvalho Caroline C. Pavan Candido Gabriela Affonso Isabela Maria Freitas Ferreira Juliana Maltoni Kátia Alessandra de Souza Caetano Priscila de Camargo Palma 01, 02 e 03 de junho de 2016 Ribeirão Preto / São Paulo / Brasil Preto). 82j Ficha catalográfica Jornada de Terapias Cognitivo-Comportamentais (4. : 2016 : Ribeirão Programa e resumos da IV Jornada de Terapias CognitivoComportamentais / organizado por Carmem Beatriz Neufeld, Priscila de Camargo Palma e Caroline C. Pavan-Cândido. - Ribeirão Preto : Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP, 2016. 100 p. ISBN: 978-85-85367-16-9 Disponível em: http://sites.ffclrp.usp.br/lapicc/ijotcc.pdf 1. Terapia Cognitivo-Comportamental. 2. Psicologia clínica. 3. Terapia Comportamental. 4. Terapia Cognitiva. I. Neufeld, Carmem Beatriz. II. Palma, Priscila de Camargo. III. Pavan-Cândido, Caroline C. CDU 616.8-085.851 Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023 4 Comissão Organizadora Presidente: Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Comissão Organizadora: Anelisa Vaz de Carvalho Caroline C. Pavan Candido Gabriela Affonso Isabela Maria Freitas Ferreira Juliana Maltoni Kátia Alessandra de Souza Caetano Priscila de Camargo Palma Membros da Comissão Científica e Julgadora Aline Henriques Reis- PR Priscila de Camargo Palma - SP Priscila G. Brust-Renck - EUA Ricardo Padovani – SP Wilson Vieira Melo - RS 5 SUMÁRIO PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL ...................................... 7 RESUMOS ......................................................................................19 WORKSHOP INTERNACIONAL ........................................................19 CONFERÊNCIAS .............................................................................19 CONFERÊNCIA 1 ................................................................................... 19 SIMPÓSIOS ....................................................................................19 SIMPÓSIO 1: EVIDÊNCIAS EM TCC ..................................................... 19 SIMPÓSIO 2: TCC, INFÂNCIA E FAMÍLIA .............................................. 22 SIMPÓSIO 3: TÓPICOS ESPECIAIS EM TCC.......................................... 26 SIMPÓSIO 4: PROCESSO TERAPÊUTICO EM TCC E TAC ...................... 29 SIMPÓSIO 4: TCC E SAÚDE ................................................................. 32 SESSÃO ESPECIAL: “DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO” ....................35 COMUNICAÇÕES ORAIS .................................................................37 PAINÉIS .........................................................................................42 PAINEL 1 ............................................................................................ 42 PAINEL 2 ............................................................................................ 44 PAINEL 3 ............................................................................................ 44 PAINEL 4 ............................................................................................ 45 PAINEL 5 ............................................................................................ 47 PAINEL 6 ............................................................................................ 48 PAINEL 7 ............................................................................................ 49 PAINEL 8 ............................................................................................ 50 PAINEL 9 ............................................................................................ 51 PAINEL 10 .......................................................................................... 52 PAINEL 11 .......................................................................................... 53 PAINEL 12 .......................................................................................... 53 PAINEL 13 .......................................................................................... 54 PAINEL 14 .......................................................................................... 55 PAINEL 15 .......................................................................................... 56 PAINEL 17 .......................................................................................... 58 PAINEL 18 .......................................................................................... 59 PAINEL 19 .......................................................................................... 60 PAINEL 20 .......................................................................................... 61 PAINEL 21 .......................................................................................... 61 PAINEL 22 .......................................................................................... 62 PAINEL 23 .......................................................................................... 63 PAINEL 24 .......................................................................................... 64 PAINEL 25 .......................................................................................... 65 PAINEL 26 .......................................................................................... 66 PAINEL 27 .......................................................................................... 67 PAINEL 28 .......................................................................................... 68 PAINEL 29 .......................................................................................... 68 PAINEL 30 .......................................................................................... 69 PAINEL 31 .......................................................................................... 70 PAINEL 32 .......................................................................................... 71 PAINEL 33 .......................................................................................... 72 PAINEL 34 .......................................................................................... 73 PAINEL 35 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.......................................................................................... 98 7 PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL “TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE” QUARTA-FEIRA - 01/06/2016 Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP Primeiro dia: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE Convidado Internacional: Martin Antony Coordenadora: Priscila de Camargo Palma 7:30 – 8:30 Credenciamento Workshop Internacional 8:30 – 10:00h – Workshop Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:00 – Workshop Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE 14:00 – 16:00h – Workshop Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE 16:00 – 16:30 – Coffee Break 16:30 – 18:00h – Workshop Tema: TRATAMENTO TRANSDIAGNÓSTICO PARA ANSIEDADE 18:30 – Confraternização por Adesão PROGRAMA IV JORNADA DE TCC QUINTA-FEIRA - 02/06/2016 Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP 7:30 – 8:30 – Credenciamento IV JoTCC 8:30 – 10:00 – Conferência de Abertura da IV JoTCC Tema: TCC para perfeccionismo Convidado Internacional: Martin Antony Coordenadora: Carmem Beatriz Neufeld 8 Local: Anfiteatro da Faculdade de Direito da USP-RP 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:30 – Simpósio 1 Título: Evidências em TCC Coordenador: Dr. Wilson Vieira Melo (ITP - RS) Convidados: 1) Bernard Rangé (UFRJ) – Dados de evidências do uso de Mindfulness no contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental 2) Priscila Goergen Brust-Renck (RS) – Como pesquisa básica pode ajudar a psicoterapia: Uma revisão sobre pesquisa translacional 3) Neri Maurício Piccoloto(WP – RS) - Bases neurobiológicas e tratamento combinado em terapia cognitivo-comportamental 4) Tamara Melnik (UNIFESP) - Evidências em Psicoterapia e Terapia CognitivoComportamental 12:30 – 13:30 – Intervalo 13:30 – 15:30 – Simpósio 2 Título: TCC, Infância e Família Coordenadora: Mariangela Gentil Savoia (USP) Convidados: 1) Marina Gusmão Caminha (InTCC)- Terapia de reciclagem infantil (TRI) Protocolo clínico 2) Renato Maiato Caminha (InTCC) – O modelo TRI de regulação emocional 3) Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams (UFSCAR) – O que o psicoterapeuta precisaria saber sobre violência intrafamiliar 4) Márcia H. S. Melo Bertolla (USP) – Intervenções preventivas voltadas para pais de crianças e adolescentes 15:30 – 16:30 - Sessão de Painéis e Lançamento de Livros Sessão de Painéis Debatedores: Aline Henriques Reis- PR Priscila de Camargo Palma - SP Priscila G. Brust-Renck – RS Ricardo Padovani – SP Wilson Vieira Melo - RS Expositores: 1) AS ESCALAS DE MINDFULNESS AVALIAM O MESMO CONSTRUTO? Alessandra de Fátima Almeida Assumpção (Universidade Federal de Minas Gerais); Marina Rezende Oliveira (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção 9 Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG). 2) CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DO MODELO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS LIGADOS AO ESTILO DE VIDA NO TRATAMENTO DO DIABETES. Alessandra de Fátima Almeida Assumpção(Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins Teodoro(Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG). 3) DEPRESSÃO MATERNA, RECURSOS E ADVERSIDADES DO AMBIENTE FAMILIAR: ASSOCIAÇÕES COM O COMPORTAMENTO DE ESCOLARES. Ana Karina Braguim Martineli; Fernanda Aguiar Pizeta e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo). 4) ASSOCIAÇÃO ENTRE HABILIDADES SOCIAIS E DESEMPENHO ACADÊMICO EM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS QUE FREQUENTAM O ENSINO REGULAR. Ana Luiza Lemes Pinto e Luciana Carla dos Santos Elias (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo). 5) PERFECCIONISMO COMO MEDIADOR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 6) ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE PROCRASTINAÇÃO E PERFECCIONISMO A PARTIR DA ÓTICA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 7) A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CLÍNICA NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Chaielen M. B. Martinez; Larissa Ap. Alexandrino de Azevedo; Giovanna Zacarini Ambrósio Stelin; Christian Guilherme Capobianco dos Santos; Maria Clara Jacinto; Reinaldo Rodrigo de Oliveira e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (IPC Instituto de Psicoterapia Cognitivo-comportamental, Araçatuba, SP). 8) INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS APLICADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DISPONÍVEIS NO IDIOMA PORTUGUÊS. Cirlei Carla Gurgel do Amaral; Márcia dos Anjos; Lilian Zolet e Ruy Bueno (Uniamerica, Foz do Iguaçu, PR). 10 9) TCCG PARA TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL. Cristina Santana Cruz; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 10) OBSERVAÇÃO DE UM GRUPO DE TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL VOLTADO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR. Cristina Santana Cruz; Luíza Almeida Amoroso; Gabriela Affonso; Carmem Beatriz Neufeld; Carlos Bueno Júnior e Rosane Pilot Pessa (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 11) CONSTITUIÇÃO FAMILIAR E QUEIXA DE COMPORTAMENTO EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA. Franciele do Vale Geraldi; Amanda Dourado; Dayanne Emiliano Pigossi, Franciane Carla de Almeida e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, UNIP- Universidade Paulista. Campus Araçatuba). 12) RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE HABILIDADES PARA A VIDA EM GRUPO DE CRIANÇAS. Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 13) TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DISRUPTIVO. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo e Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP). 14) O QUESTIONÁRIO DE ESQUEMAS PARA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE VALIDAÇÃO SEMÂNTICA ATRAVÉS DE PROVA DE JUÍZES. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo; Renata Ferrarez Fernandes Lopes e Maria Clara Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP). 15) PERCEPÇÃO DE SAÚDE E SATISFAÇÃO DE VIDA EM ADOLESCENTES DE 13 ANOS: DADOS PRELIMINARES. Juliana Maltoni Nogueira e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 16) PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM TERAPIA COGNITIVA NA SAÚDE: ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS. Laudelino Henrique de Oliveira Vicente e Karen P. del Rio Szupszynski (Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS). 17) HABILIDADES SOCIAIS EDUCATIVAS PARENTAIS: REVISÃO DA LITERATURA NACIONAL. Lívia Lira de Lima Guerra e Bruno Luiz Avelino Cardoso (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP). 11 18) CRENÇA SOBRE O SENTIDO DA VIDA: RELATOS DE ADOLESCENTES. Lívia Lira de Lima Guerra (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP). 19) USO DE BENZODIAZEPÍNICO COMO BUSCA DE SEGURANÇA: SUPERANDO UM CICLO DE MANUTENÇÃO COM A TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Aline Gerbasi Balestra; Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). 20) A IMPORTÂNCIA DAS INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DO TRANSTORNO DE PÂNICO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Glauce Andreotti Mazo; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). 21) A TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE DA DOENÇA. Maria Fabrícia Queiroga da Costa (Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE, João Pessoa, PB). 22) TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA ABORDAGEM COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM UM CASO DE DEPRESSÃO E EXTRACONJUGALIDADE. Mariana Fortuna Donadon; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). 23) INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DE ESQUIVA: UM ESTUDO DE CASO. Mariana Fortuna Donadon; Laís Ferrarez; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). 24) SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA NO CONTEXTO PRISIONAL FEMININO: UMA ANÁLISE COGNITIVA. Odineuza Castro Cavalcante; Maria Renata Florêncio de Azevedo; Rebeca Cruz Montenegro Pires e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB). 25) AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES ATENTIVAS E FLEXIBILIDADE MENTAL EM DEPENDENTES QUÍMICOS. Polyana Alvarenga Matumoto e Joaquim Carlos Rossini (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). 26) TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Polyana Alvarenga Matumoto e Dárcio Tadeu Lisboa Oliveira (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). 12 27) DEPENDÊNCIA À INTERNET E DEPRESSÃO: UMA INTERCESSÃO REAL, NÃO VIRTUAL. Rebeca Cruz Montenegro Pires; Lígia Caroline Lucena da Silva; Odineuza Castro Cavalcante e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB). 28) IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO NA PREVENÇÃO DE RECAÍDA NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Rita de Cassia de Oliveira Cano; Mariana Fortuna Donadon; Aline Gerbasi; Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). 29) ALIANÇA TERAPÊUTICA EM UM CASO ATENDIDO NA ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Thalita Roque Martins; Mariana Fortuna Donadon; Tatiana de Abreu Braga Soares; Juliana Brasileiro; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). 30) RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE PSICOLOGIA EM OPERADORA DE SAÚDE. Thaysa Castro Molina; Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Letícia Carla Appendino; Andreia Mara Angelo Gonçalves Luiz; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde). 31) GRUPO EM SALA DE ESPERA: PROPOSTA PSICOEDUCATIVA. Thaysa Castro Molina e Tatiane Fernanda Trevizan de Morais (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, Ribeirão Preto - SP). 16:30 – 18:30 – Simpósio 3 Título: Tópicos Especiais em TCC Coordenadora: Anelisa Vaz Carvalho Convidados: 1) Eliane Mary de Oliveira Falcone (UERJ) - As duas faces do altruísmo: Implicações para a clínica e a saúde 2) Renata Brasil Araújo (Cognitá) – Dependência tecnológica e terapia cognitivo-comportamental 3) Ricardo da Costa Padovani (UNIFESP)–Psicologia do esporte e terapia cognitivo-comportamental 4) Renata Ferrarez Fernandes Lopes (UFU)–Contribuições da escola alemã para o modelo teórico, terapia infantil e orientação de pais da terapia cognitiva focada em esquemas 18:30 – 19:30 – Sessão especial Título: Discussão de caso clínico Coordenadora: Aline Henriques Reis Convidados: 1) Ricardo Wainer (PUCRS) – Visão do caso no enfoque da Terapia de esquemas. 13 2) Wilson Melo (ITP – RS) – Visão do caso no enfoque da Terapia Comportamental Dialética Caso: TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE. Caroline da Cruz PavanCândido e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 20:00 – Confraternização por adesão SEXTA-FEIRA – 03/06/2016 Local: Campus da USP - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto 07:30 – 08:30 – Credenciamento 08:00 – 10:00 – Comunicações orais Coordenador: Priscila Brust-Renck Convidados: 1) Flávia Andressa Farnocchi Marucci; Sonia Regina Loureiro (FMRP) Depressão materna, cognições negativas e o impacto para crianças e adolescentes: uma revisão sistemática 2) Karina Pereira – Lima; Sonia Regina Loureiro (FMRP) – Saúde mental de residentes médicos: associações com habilidades sociais, personalidade e características organizacionais 3) Gabriela Salim Xavier; Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP) – Adaptação transcultural de um programa de promoção da autoestima e imagem corporal positiva. 4) Priscila de Camargo Palma; Carmem Beatriz Neufeld, Cristina Santana Cruz (FFCLRP) – Avaliação do efeito de uma intervenção em grupo para transtorno de ansiedade social. 5) Veruska Andréa dos Santos, Antonio Egidio Nardi, Anna Lucia Spear King (UFRJ) – Tratamento de transtorno de ansiedade e dependência de internet. 6) Daniela Schneider Bakos; Alex Eduardo Gallo; Ricardo Wainer (UEL/ PUCRS) – Pesquisas de efetividade clínica na Terapia de Esquemas: Considerações quanto ao status quo e perspectivas futuras. 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:30 – Simpósios 4 Título: Processo Terapêutico em TCC e TAC Coordenadora: Caroline da Cruz Pavan-Cândido Convidados: 1) Roberto Alves Banaco (ABPMC) –Processos terapêutico em terapia analíticocomportamental. 14 2) Mariangela Gentil Savoia (USP) – Terapia de aceitação e compromisso. 3) Valquiria Aparecida Cintra Tricoli (Faculdades Atibaia) - Processo terapêutico em terapia racional emotiva comportamental (TREC) 4) Aline Henriques Reis (UFMS)- Terapia focada na compaixão e modo pais disfuncionais da terapia do esquema – Uma proposta de intersecção. 12:30 – 13:30 – Intervalo para Almoço 13:30 – 15:30 – Simpósio 5 Título: TCC e Saúde Coordenador: Ricardo Costa Padovani (UNIFESP – Santos) Convidados: 1) Ricardo Gorayeb (FMRP-USP) – Cardiologia comportamental 2) Marilda Emmanuel Novaes Lipp (PUCCAMP) – O treino cognitivo de controle da raiva e seus efeitos na reatividade cardiovascular em momentos de stress interpessoal 3) Maria Cristina O. S. Miyazaki (FAMERP) –Cuidando dos cuidadores de pacientes com doenças crônicas. 4) Neide Micelli Domingos (FAMERP)- O cuidado com o profissional de saúde 15:30 – 16:30 – Sessão de Painéis e Lançamento de Livros Sessão de Painéis Debatedores: Aline Henriques Reis- PR Priscila de Camargo Palma - SP Priscila G. Brust-Renck - RS Ricardo Padovani – SP Wilson Vieira Melo - RS 32) PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS E COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Aline Politi (Departamento de Psicologia da FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, SP); Ana Paula C. Silva e Sonia Regina Loureiro (Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP) 33) TREINO DE ASSERTIVIDADE NA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL. Anielle Batista de Sousa; Mariana Fortuna Donadon; Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto – SP). 34) APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PROBLEM BASED LEARNING - PBL): UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DISCENTE. Bianca de Aguiar Campanini; Igor de Andrade Albano Lopes; Fabiana Maris VersutiStoque (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade 15 de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 35) HABILIDADES SOCIAIS CONJUGAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA NACIONAL. Bruno Luiz Avelino Cardoso; Lívia Lira de Lima Guerra e Zilda Aparecida Pereira Del Prette (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP). 36) EFETIVIDADE DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ASSOCIADA A ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO TRATAMENTO DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Carolina de Toledo Piza Kleiner e Adriana Marcassa Tucci (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). 37) PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADA EM MINDFULNESS PARA TRANSTORNO POR USO DE SUBSTANCIAS PSICOATIVAS. Clarice Mottola de Oliveira Oppermann (Instituto WP). 38) ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM OPERADORA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Thaysa Castro Molina; Andreia Mara Angelo Gonçalves Luiz; Letícia Carla Appendino; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde- HB Saúde). 39) AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM GRUPO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR COM GRUPOS DE COMPARAÇÃO. Gabriela Affonso e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 40) TERAPIA COGNITIVA NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO NACIONAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS. Gabriela Lellis Pizzi; Dieine Fernanda Silva e Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto – SP). 41) ROMPENDO O SILÊNCIO...MUITO MAIS QUE DORES FÍSICAS: ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO EM VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E FIBROMIALGIA. Gilson de Assis Pinheiro; Rosangela das Dores Gomes e Daniela Soares de Loiola Araujo (CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB, Brasília, DF). 42) CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM RELAÇÃO A DEPRESSÃO, ANSIEDADE E DESESPERANÇA. Isabela Lamante Scotton e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 16 43) MINHA VIDA EM UM LIVRO. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM). 44) INSTRUMENTOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS ADAPTADAS COM ADOLESCENTE. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM) e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 45) ATENDIMENTO EM UM CENTRO DE APOIO PSICOLÓGICO E EDUCACIONAL A UNIVERSITÁRIOS À LUZ DA PSICÓLOGA COGNITIVO COMPORTAMENTAL. Karolina Murakami (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão Preto, SP). 46) INTERVENÇÕES EM GRUPO COM CRIANÇAS ESCOLARES COM SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE A PARTIR DA VIVENCIA DE MINDFULNESS E ARTETERAPIA. Layana Fernanda Gimenes da Silva e Liziane Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR). 47) A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR PROTETOR EM UM CASO DE ANSIEDADE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Lilian C. Prado Jacintho Mendonça Ribeiro (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). 48) A PENITENCIÁRIA COMO VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Mariana Aparecida Teixeira Andrade; Keleen Cristina Conte Novaes e Liziane Souza Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR). 49) EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÃO BÁSICAS EM BEBÊS: CRIAÇÃO DE UM SET DE ESTÍMULOS. Mariana Fortuna Donadon; Flávia de Lima Osório (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). 50) ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO TRADICIONAL EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL CLÁSSICA E EM TERAPIA DO ESQUEMA. Marília Consolini Teodoro e Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). 51) ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE INTERVENÇÕES COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS EM GRUPO PARA FILHOS DO DIVÓRCIO. Mayron Pereira Picolo Ribeiro (Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR); Liziane Leite (Psicologia, Faculdade Pitágoras de Londrina, Londrina, PR). 52) PADRÕES ORGANIZACIONAIS FAMILIARES DE CRIANÇAS QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Marina Delduca Cilino e Sonia 17 Regina Loureiro (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto USP RP, Ribeirão Preto, SP). 53) INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA. Maytê Mayara Amorim Mussato; Ricardo da Costa Padovani; Túllio Pieroni Toledo e Nara Rejane Cruz de Oliveira. (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). 54) MECANISMOS FUNCIONAIS SUBJACENTES AOS EFEITOS DAS IBM (INTERVENÇÕES BASEADAS EM MINDFULNESS) E DAS TCBM (TERAPIA COGNITIVAS BASEADAS E MINDFULNESS). Nazaré de Oliveira Almeida; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 55) INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE ESCOLARES AVALIADOS POR MÃES E PROFESSORES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). 56) ASSOCIAÇÕES ENTRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DE MÃES E ESCOLARES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). 57) ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO EM ENFOQUE COGNITIVOCOMPORTAMENTAL: CARACTERÍSTICAS DA CLIENTELA ATENDIDA EM UM NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA A UNIVERSITÁRIOS. Regina de Cassia Rondina (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília, SP). 58) PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES NO PRÉOPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA. Sabrina Fernandes Liberatore (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP). 59) PROGRAMA COMVIDA: DESENVOLVENDO HABILIDADES DE CONVIVÊNCIA ENTRE ADOLESCENTES. Shirley de Souza Silva Simeão e Ludmila Xavier Rodrigues (Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB). 60) CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ADULTA E DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS REALIZADOS PELO LABORATÓRIO DE PESQUISA E INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (LAPICC-USP). Suzana Peron e Carmem Beatriz Neufeld. (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 61) CARACTERIZAÇÃO DAS DEMANDAS DE TERAPIA INDIVIDUAL INFANTIL E ADOLESCENTE DO LAPICC-USP. Thaís Barbosa Benedetti e Carmem Beatriz 18 Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 62) AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E MEDICINA. Túllio Pieroni Toledo; Nara Rejane Cruz de Oliveira e Ricardo da Costa Padovani (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). 16:30 – 18:30 – Sessão especial – “TCC: Ciência & Arte” Coordenadora: Melanie Ogliari Pereira Convidados: 1) Irismar Reis de Oliveira (UFBA) e Melanie Ogliari Pereira (UFBA) – A arte de ensinar e aprender TCC com Arte 2) Crônicas vendedoras do I Premio LaPICC-USP de Crônicas: Aline Sardinha (RJ); Eliane Mary de Oliveira Falcone (UERJ); Renata Martins (MG). 18:30 – 19:00 – Encerramento e Premiação das Comunicações orais e Painéis Coordenadora: Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP). 19 WORKSHOP INTERNACIONAL RESUMOS TRATAMENTOS TRANSDIAGNÓSTICOS PARA A ANSIEDADE E DISTÚRBIOS RELACIONADOS. Martin Antony (Departamento de Psicologia da Ryerson University, Canada). Generally, treatment approaches for anxiety-based problems tend to emphasize the use of unique treatment protocols for each major disorder, even though most people with anxiety problems have more than one disorder, and the treatment strategies that are best supported tend to be similar across disorders. This workshop focuses on strategies for treating anxiety-related problems, regardless of the specific diagnosis. Participants will learn about: (1) recently developed individual and group transdiagnostic treatments for anxiety and related disorders; (2) the latest research on transdiagnostic treatments; (3) case formulation from a transdiagnostic perspective; (4) behavioural strategies; (5) cognitive strategies; (6) acceptance and mindfulness-based approaches; and (7) strategies for enhancing motivation and compliance. Strategies will be illustrated with video-recorded vignettes. CONFERÊNCIAS Conferência 1 TCC para perfeccionismo. Martin Antony (Departamento de Psicologia da Ryerson University, Canada). Perfectionism is a tendency to hold standards for oneself or others that are unreasonably high and overly rigid. It is associated with a wide range of psychological disorders including obsessive-compulsive personality disorder, obsessive-compulsive disorder, social phobia, generalized anxiety disorder depression, eating disorders, and pathological anger. This presentation will provide an overview of pathological perfectionism, and will review evidence-based strategies for assessing and treating this problem, with an emphasis on cognitive strategies, exposure-based strategies, and acceptance-based strategies SIMPÓSIOS Simpósio 1: Evidências em TCC DADOS DE EVIDÊNCIAS DO USO DE MINDFULNESS NO CONTEXTO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Bernard Rangé. Programa de Pósgraduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ. Desde os anos 70 que começaram a surgir artigos sobre mindfulness na literatura científica (Kabat-Zinn, 1970). O crescimento exponencial de cerca de 30 artigos nos anos 80 até os atuais 600 artigos nos útimos cinco anos demonstra um interesse crescente na area. Não apenas houve um crescimento específico neste tema, mas diversas intervenções passaram a também utilizar 20 estratégias de meditação, yoga e outras técnicas comtemplativas como a terapia comportamental dialética de Marsha Linhehan (1993), a terapia de aceitação e compromisso de Steven Hayes (Hayes, Strosahl & Wilson (1999) que usam a aceitação como um aspect essencial dessas intervenções. De forma mais consistente, as estratégias de mindfunness tem sido usadas para manejo de dores crônicas (Kabat-Zinn, 1970); para redução de estresse e de estados de ansiedade, como no transtorno de pânico, no transtorno de ansiedade generalizada (Rangé, 1991; 2008); no manejo de depressão recorrente (Segal, Williams & Teasdale, 2002); no manejo de comportamentos aditivos (Bowen, Chawla & Marlatt, 2015); no manejo do transtorno déficit de atenção e hiperatividade; no manejo de binge-eating nos transtornos alimentares; no jogo patológico; em disfunções sexuais; em psoríase; problemas médicos como doença coronariana, câncer e diabetes . [email protected] COMO PESQUISA BÁSICA PODE AJUDAR A PSICOTERAPIA: UMA REVISÃO SOBRE PESQUISA TRANSLACIONAL. Priscila Goergen Brust-Renck. PósDoutoranda CAPES no Programa de Pós-Graduação em Direito da UniRitter; pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Bioética e Ética na Ciência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Palavras-chave: Pesquisa Translacional, Terapia Cognitivo-Comportamental, Processos Psicológicos Básicos. A pesquisa translacional em psicologia é aquela que se utiliza do conhecimento sobre processos psicológicos básicos para aprimorar diagnóstico, prevenção, e tratamento de transtornos mentais. Os processos psicológicos básicos são aqueles envolvidos em atividades diárias, tais como pensamento, raciocínio, memória, e atenção. Tais processos se desenvolvem na interação do ser humano com o ambiente de forma pessoal e subjetiva. Pesquisas atuais destacam a importância desses processos na compreensão do ser humano como um todo, inclusive quando o comportamento é disfuncional. É nesse contexto que a pesquisa translacional pode contribuir para a psicoterapia, uma vez que esse tipo de pesquisa é responsável pela tradução do conhecimento de áreas básicas para áreas aplicadas, tais como a Terapia Cognitivo-Comportamental. Portanto, o presente trabalho visa apresentar os benefícios da Pesquisa Translacional para a Terapia Cognitivo-Comportamental. O objetivo é fornecer embasamento teórico para novas discussões e pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental utilizando o método da pesquisa translacional. Para isso, será apresentada uma revisão da literatura sobre os métodos de pesquisa mais utilizados em Pesquisa Translacional e atuais aplicações para Terapia Cognitivo-Comportamental. Apesar de grande incentivo do National Institute of Mental Health (NIMH) dos Estados Unidos em 2000 para produção de conhecimento sobre tratamentos psicoterápicos inovadores partindo de pesquisa básica, ainda são poucas as publicações desde então: menos de 50 publicações foram encontradas com os descritores “pesquisa translacional” e “psicoterapia”, e menos de 30 quando o segundo descritor foi substituído por “terapia cognitivo-comportamental” na base de dados Web of Science. Dentre estes artigos, a maioria tem seu foco em aplicações da pesquisa básica biológica (advinda da fisiologia ou neurociência) 21 para psicoterapia e poucas seguem a recomendação do NIMH de utilização de conhecimento de ciências comportamentais e sociais para inovação. Não há dúvida de que a pesquisa translacional tem uma longa tradição em neurofisiologia, com aplicações importantes para psicoterapia. No entanto, pesquisas advindas da psicologia básica são escassas, apesar de apresentarem uma abordagem promissora para aplicação da pesquisa de laboratório para a prática psicoterápica. Através de uma exposição dos principais métodos e resultados de pesquisa translacional, espera-se incentivar a utilização dessa abordagem para novas pesquisas visando o desenvolvimento de técnicas de diagnóstico ou tratamento de doenças mentais [email protected] BASES NEUROBIOLÓGICAS E TRATAMENTO COMBINADO EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Neri Maurício Piccoloto - Professor de pósgraduação do Instituto WP. Há décadas psicólogos e psiquiatras vivenciam questionamentos sobre a eficácia terapêutica da psicoterapia e da farmacoterapia associadas no tratamento de transtornos mentais. Ao longo do tempo essas divergências dificultaram uma compreensão e tratamento mais abrangentes para diversas patologias. Os avanços de cada modalidade terapêutica embasados em pesquisas, entretanto, favoreceram uma maior aceitação dos potenciais benefícios da combinação das abordagens e o interesse dos profissionais pelo conhecimento do tema. As medicações psiquiátricas tem aumentado seu nível de tolerabilidade e eficácia com o surgimento de novas classes e princípios ativos. Da mesma forma, as psicoterapias tem desenvolvido modelos explicativos e técnicas progressivamente mais abrangentes e eficazes. A interface com as neurociências tem igualmente contribuído para a integração entre as psicoterapias e a farmacoterapia, por meio de novas técnicas de neuroimagem que permitem um maior conhecimento da fisiologia cerebral, bem como uma maior capacidade de identificação de efeitos diretos de ambos os tratamentos sobre essa fisiologia. A etiologia multifatorial dos transtornos mentais é outro aspecto que ratifica a abordagem combinada, tendo em vista o aumento da amplitude do tratamento diante de fatores biológicos, psicológicos, familiares, interpessoais e culturais que podem contribuir para a gênese de uma patologia. As psicoterapias cognitivo-comportamentais tiveram um papel crucial nessa interação, visto que seus modelos explicativos integram aspectos biológicos na etiologia e tratamento dos transtornos mentais. As possíveis vantagens do tratamento combinado foram avaliadas ao longo dos anos e efeitos de interação positiva e negativa foram descritos. Por meio de uma revisão dos dados mais atuais e confiáveis da literatura, os objetivos da apresentação incluem a compreensão dos fundamentos do tratamento farmacológico associado à prática psicoterápica, a identificação dos efeitos interativos do tratamento combinado, o reconhecimento dos mecanismos de ação propostos para essa interação e a abordagem de fatores de não adesão e das principais distorções cognitivas subjacentes. Há um vasto espaço para pesquisas futuras em torno do tratamento combinado, tendo em vista a sua larga utilização na prática clínica e o grande número de variáveis envolvidas no resultado dessa interação. [email protected] 22 EVIDÊNCIAS EM PSICOTERAPIA E TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Tamara Melnik - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp – SP) Palavras-chave: Psicologia Baseada em Evidências; Revisões Sistemáticas; TCC Introdução: A terapia cognitiva comportamental (TCC) é baseada na suposição de que a forma como percebemos situações influencia o modo como nos sentimos emocionalmente e como agimos em situações diferentes. A TCC ajuda as pessoas a identificar seus pensamentos disfuncionais e avaliar quão realista esses pensamentos são na sua vida. O foco está em aprender a mudar “pensamentos distorcidos”. A ênfase está na resolução de problemas e iniciar a mudança comportamental. Objetivos: Avaliar as Revisões Sistemáticas da Cochrane (RSs) que incluiram ensaios clinicos randomizados que avaliaram a eficácia da TCC na prevenção e tratamento de transtornos mentais, em termos de suas recomendações para a prática clínica e pesquisa na TCC. Métodos: Estudo transversal de revisões sistemáticas publicadas na Biblioteca Cochrane. Foram avaliadas todas os revisões sistemáticas concluídas publicados sobre a eficácia e efetividade da TCC na prevenção e tratamento dos transtornos mentais. Resultados: Foram analisados 84 SRs concluídas. Destas, 44 (52,4%) concluíram que as intervenções estudadas tinham provas de eficácia e todas eles recomendam estudos adicionais. Além disso, duas RSs concluiram que as intervenções não foram úteis, uma das quais não recomendam mais estudos e uma RS recomenda estudos adicionais. No total, 38 das RSs informaram que as conclusões não apoiam qualquer benefício ou dano, duas não recomendam novos estudos e 36 recomendam estudos adicionais. Portanto, 81 do total de 84 SRs concluídas recomendam mais pesquisas. Conclusões: Quarenta e quatro Cochrane SRs que investigaram a eficácia da TCC para prevenção e tratamento de transtornos mentais concluíram que as intervenções estudadas sugerem eficácia no tratamento e prevenção dos transtornos mentais e todas RSs recomendam pesquisas adicionais. Trinta e oito RSs informaram que as evidências de eficácia sao inconclusivas, ou seja, não apoiam qualquer benefício ou dano. Com base nestes resultados recomendamos a elaboração de estudos primários de alta qualidade na TCC em colaboração ativa com Sociedades Nacionais e Internacionais de TCC e a Academia. Esta colaboração representará um importante componente para o avanço da pesquisa na Psicologia e na disseminação da Psicologia Baseada em Evidências. [email protected] Simpósio 2: TCC, INFÂNCIA E FAMÍLIA TERAPIA DE RECICLAGEM INFANTIL (TRI) – PROTOCOLO CLÍNICO. Marina Gusmão Caminha. Instituto da Família de Porto Alegre (InTCC). Palavras-chave: protocolo, infância, ansiedade 23 A partir da utilização de três ferramentas básicas, o Baralho das Emoções (2007), o Baralho dos Pensamentos (2011) e o Baralho dos Comportamentos (2012), os autores Caminha e Caminha desenvolveram o protocolo clínico TRI, um acrônimo que significa primeiramente Terapia de Reciclagem Infantil. Num segundo momento o acrônimo sugere as etapas de tratamento, sendo elas: TTrabalhe suas emoções; R-Recicle seus Pensamentos e I – Inove seus comportamentos. O primeiro passo da T.R.I. consiste no uso do Baralho das Emoções que é um instrumento responsável pela regulação emocional, incluindo etapas como avaliar a criança a partir da sua capacidade de reconhecer, ativar, evocar, quantificar, discriminar, validar e adequar o uso das emoções. Além disso, nessa etapa, busca-se desenvolver conceitos como empatia e resiliência. O Baralho dos Pensamentos também é capaz de ajudar no diagnóstico, bem como acompanhar através de monitoramentos e registros de pensamentos o funcionamento e a evolução do processo de terapia infantil. O Baralho dos Pensamentos, por sua vez, trabalha através das crenças intermediárias a reciclagem dos pensamentos infantis transformando pensamentos que não ajudam em pensamentos que ajudam utilizando uma série de técnicas como a máquina da reciclagem a máquina da difusão e os cartões de enfrentamento SOS (acrônimo de Saque seu cartão, Olhe seu cartão e Siga o seu cartão). A terceira parte da T.R.I. consiste no Baralho dos Comportamentos que objetiva organizar algoritmos de comportamentos capazes de transformar comportamentos que não ajudam em comportamentos que ajudam, finalizando desta forma o modelo cognitivo que envolve os três pilares Emoção, Pensamento e Comportamento. No Baralho dos Comportamentos são introduzidos conceitos como o bem estar e o efeito bumerangue dos comportamentos, cabendo ao terapeuta trabalhar com a criança e seus familiares os diagramas de modificação e implantação de novos comportamentos. Entre o uso dos três baralhos são utilizados uma série de instrumentos complementares e psicoeducativos que fazem parte dos elementos complementares do modelo T.R.I., como alguns livros psicoeducativos que também serão citados. O protocolo, utilizado para trabalhar sintomatologia ansiosa e depressiva em crianças, é apresentado em 20 sessões. Segundo Viana (2015), crianças com TAG e Ansiedade de Separação são as maiores beneficiadas com o TRI. Os resultados de sua pesquisa apontam para 70% dos casos com remissão total dos sintomas. O presente trabalho pretende apresentar as bases teóricas do TRI, bem como os principais tópicos do trabalho clínico protocolar. [email protected] O MODELO TRI DE REGULAÇÃO EMOCIONAL. Renato Maiato Caminha. Instituto da Família de Porto Alegre (InTCC). Palavras-chave: regulação emocional, resiliência, empatia. As terapias cognitivas têm avançado significativamente na expansão de seu modelo teórico explicativo e explanatório. Um dos tópicos significativos do momento envolve o despertar da importância da regulação emocional dentro da clínica psicoterápica. Nos últimos tempos inúmeros trabalhos tem surgido nesta direção. Todavia, a maioria dos trabalhos de regulação emocional surgidos recentemente nas TCCs envolvem dois tópicos significativos e limitados em se 24 tratando de regulação emocional num sentido mais amplo. O foco restringe-se apenas a aceitação e validação das emoções. O modelo TRI desenvolvido por Caminha e Caminha (2014) de regulação emocional, desenvolvido a partir da biologia das emoções, com exercícios exclusivos e específicos de regulação emocional, possui 12 passos sequenciais na aplicação clínica da regulação emocional. O objetivo deste modelo é o desenvolvimento das funções básicas e inatas derivadas do processamento emocional, qual seja: empatia, altruísmo, compaixão e cooperação. Todas elas profundamente arraigadas ao conceito de resiliência. Atualmente a TRI utiliza deste modelo de regulação emocional tanto na sua modalidade clínica quanto na sua modalidade preventiva, aplicada individualmente e em grupos, desde a população clínica à população universal. Conforme os resultados científicos recentes da eficácia da TRI clínica e preventiva, as principais alterações na estrutura psicopatológica apresentada pelas crianças ocorre durante as sessões de regulação emocional. Passadas as sessões de regulação emocional um índice elevado de pacientes com transtornos de ansiedade, na ordem de 70% (Viana, 2015) deixam de apresentar manifestações clínicas. Assim sendo é de suprema importância um modelo eficiente e abrangente de regulação emocional nas psicoterapias cognitivas, ampliando o modelo apenas focada no racionalismo tradicional. [email protected] O QUE O PSICOTERAPEUTA PRECISARIA SABER SOBRE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR. Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams. niversidade Federal de São Carlos, Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência) Palavras-chave: Violência na família, violência sexual, violência física, violência psicológica, negligência, maus-tratos. Essa apresentação pretende resumir e sistematizar o conhecimento do Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da violência), do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar,) ao longo de 17 anos, sobre violência intrafamiliar, apontando conhecimentos importantes para o profissional que atua em prática clínica. Serão apresentados dados do atendimento a mulheres com histórico de Violência por Parceiros Íntimos, analisando os objetivos necessários para a intervenção clínica com tal clientela, exemplos de intervenções cognitivo-comportamentais exitosas, medidas de avaliação recomendáveis, ressaltando a lacuna na literatura em geral de intervenções baseadas em evidências e fornecendo exemplos concretos com estudos de caso. Em seguida a intervenção com agressores conjugais será abordada, chamando atenção ao fato de que não há apenas um só perfil para o homem que agride sua parceira. Dados a respeito de crianças expostas à violência do pai contra a mãe serão apresentados em sequência, com exemplos de intervenções bem sucedidas com tais crianças. A apresentação retoma a definição de violência (e suas modalidades) proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), resumindo o impacto da violência sexual para o desenvolvimento humano e a dificuldade que tal fenômeno apresenta para sua comprovação no Sistema Judiciário. Em seguida, serão apresentados exemplos de como a negligência e a violência física na infância e adolescência podem estar 25 associadas a sérios comprometimentos e sequelas, finalizando com uma discussão do que a violência psicológica engloba e o quanto o seu impacto é minimizado por profissionais e leigos, com exemplos advindos de mulheres em situação de violência e de escolares. A apresentação se encerra com a argumentação da importância em se intervir com famílias para a prevenção da violência e exemplos de programas parentais de prevenção universal como o Programa ACT para Educar Crianças em Ambientes Seguros, da Associação Americana de Psicologia (APA) e programas de prevenção secundária e terciária como o Projeto Parceria desenvolvido pelo Laprev para ensinar a maternagem apropriada a mães com histórico de violência e pais que praticam o castigo corporal. [email protected] INTERVENÇÕES PREVENTIVAS VOLTADAS PARA PAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Márcia H. S. Melo. Departamento de Psicologia Clínica Universidade de São Paulo, SP. Palavras-chave: pais, intervenções preventivas. Nos últimos 50 anos, muitas intervenções com padrões de evidência criteriosos têm sido desenvolvidas no intuito de ajudar os pais a diminuir interações coercivas e, por conseguinte estabelecer relacionamentos saudáveis com seus filhos. O Centro para o Estudo e a Prevenção da Violência, na Universidade do Colorado desenvolve um projeto de pesquisa (Blueprints for Healthy Youth Development) cujo objetivo é identificar intervenções com altos padrões científicos de eficácia destinadas a crianças e adolescentes, envolvendo a família, a escola e a comunidade. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever programas baseados em evidência, avaliados pelo Blueprints for Healthy Youth Developmen, voltados para pais. Foram selecionados 25 programas a partir de consulta ao banco de intervenções do blueprints, digitando o termo parents na caixa de busca. Estabeleceu-se como critério de inclusão que a intervenção tivesse como alvo somente os pais ou em associação aos filhos, colegas ou professores. Foram excluídos os programas em que a participação dos pais se limitava a ser respondentes de instrumentos de avaliação e a receber informações sobre o programa que estava sendo implementado. Foram localizados inicialmente 46 programas. Após a leitura dos resumos foram aplicados os critérios de exclusão e de inclusão, e o número de intervenções reduziu para 25. A maioria dos programas (n=17) está incluída na categoria promising programs pois já possuem boas evidências de efetividade, com disponibilidade para a disseminação em larga escala, possuindo a capacidade organizacional necessária para implementação com fidelidade junto às comunidades e às instituições públicas. Observa-se preocupação em delinear programas nos três níveis de prevenção (universal, seletiva e indicada), com impacto mais frequentemente esperado na delinquência, violência, vitimização, abuso de álcool e drogas ilícitas, comportamento sexual de risco, desempenho acadêmico. Para tanto, o trabalho com os pais tem se dado com base no treino de pais e na terapia familiar. Pais de crianças e de adolescentes até 14 anos são os alvos mais frequentes dos programas analisados, sendo encontrados nove 26 programas para pais de adolescentes entre 15 e 18 anos. Esses dados nos levam a pensar que um próximo passo a ser alcançado é que essas intervenções sejam efetivamente utilizadas pela sociedade. Na medida em que disseminarmos amplamente tais intervenções produziremos alcances de grande impacto em vários problemas como o abuso de drogas e a violência, reduzindo expressivamente custos emocionais e sociais. [email protected] Simpósio 3: TÓPICOS ESPECIAIS EM TCC AS DUAS FACES DO ALTRUÍSMO: IMPLICAÇÕES PARA A CLÍNICA E A SAÚDE. Eliane Mary de Oliveira Falcone. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Palavras-chave: Comportamento Comportamento de ajuda. pró-social; Empatia; Compaixão; O comportamento altruísta é manifestado por todos os mamíferos e, de acordo com a perspectiva evolucionista, originou-se da necessidade de beneficiar os parentes, com o propósito de manter a perpetuação dos genes. Além disso, o compartilhamento de alimentos e a cooperação propiciavam vantagens e segurança à sobrevivência. Com o passar dos séculos, a cooperação evoluiu para além do benefício aos parentes, provavelmente porque os indivíduos passaram a considerar esse ato gratificante. Assim, emoções positivas, além de saúde e bem estar relacionadas ao altruísmo fazem com que esse tipo de ação seja considerado importante para os seres humanos. Embora existam controvérsias sobre a definição do que vem a ser uma reação altruísta, muitos pesquisadores concordam que tal ação se refere a uma ajuda que implica necessariamente em algum custo pessoal. Além disso, os benefícios são dirigidos exclusivamente ao outro, sem nenhuma intenção de recompensa ou recíproca pessoal. A única recompensa seria a sensação de bem estar emanada pela satisfação do outro. Assim, uma vez que o bem estar vem da satisfação experimentada pelo outro, essa condição permite considerar a ação como altruísta. Diversos estudos têm relacionado o comportamento altruísta a saúde e bem estar. Em pesquisas realizadas com indivíduos que praticam trabalho voluntário, verificam-se níveis significativamente superiores de empatia e de satisfação com a vida entre esses participantes, quando comparados aos não praticantes desta atividade. Tais resultados confirmam estudos anteriores indicando que a ação altruísta é ativada pela empatia e que esta promove bem estar naquele que ajuda. Entretanto, a literatura também tem indicado um padrão de comportamento, ativado pelo esquema de auto sacrifício, caracterizado por ações de ajuda excessivas, motivadas principalmente pela evitação de sentimento de culpa, que se revelam através de ajuda incondicional, gerando prejuízo significativo para o ator. Tal padrão é característico de indivíduos que agem de forma altruísta em seus relacionamentos, à custa de prejuízo pessoal, gerando como consequência sentimentos de mágoa e depressão. Pretende-se nesta apresentação estabelecer as diferenças entre as duas faces do altruísmo: o altruísmo saudável (que promove satisfação com a vida) e o altruísmo não saudável (que promove mágoa e depressão), com suas motivações e consequências. Tais diferenças se 27 constituem como base para a psicologia clínica e da saúde. [email protected] DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA E TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Renata Brasil Araújo - Psicóloga, Doutora em Psicologia, Porto Alegre, Rio Grande do Sul Palavras-chave: Dependência Tecnológica - Terapia Cognitivo-Comportamental Instrumento terapêutico Com o aumento da disponibilidade e acessibilidade de diferentes tecnologias como: celulares de última geração, Tablets, computadores, laptops e suas inúmeras utilizações e aplicativos com acesso à internet, tem sido obervado, nos últimos anos, um fenômeno clínico que é a Dependência Tecnológica. Esse tipo de descontrole faz parte do que são denominados “Transtornos do Exagero” (dependência tecnológica, dependência química, de sexo, comer compulsivo, jogo patológico, etc) e seus tratamentos possuem características em comum como a necessidade de trabalhar a motivação para mudança, as Crenças Centrais e Adictivas e a Prevenção à Recaída. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um novo instrumento terapêutico desenvolvido para trabalhar as Crenças em pacientes dependentes de tecnologias e com outros Transtornos do Exagero. O instrumento é um tipo de quebra-cabeças que tem peças com Crenças Centrais, Crenças Adictivas do tipo antecipatórias, de alívio e permissivas e Crenças de Controle. O terapeuta irá avaliar as Crenças Centrais dos pacientes por meio da técnica desenvolvida por Aaron Beck denominada “Flecha Descendente”, a partir dos Pensamentos Automáticos descritos no Registro da Fissura. Ele selecionará, entre as peças “Crenças Centrais” do instrumento, a que corresponde à crença acionada em cada coluna do Registro da Fissura e irá ver, com o paciente, que Crenças Adictivas se conectam àquela Crença Central para desencadear a fissura. Após, a dupla terapêutica irá selecionar que Crenças de Controle servem como Respostas Racionais ás Crenças Centrais e Adictivas, completando o quebra-cabeças. A partir deste quebra-cabeças montado, será elaborado um cartão de enfrentamento para lidar com a fissura que o paciente com dependência tecnológica (ou com outro Transtorno do Exagero) poderá levar no bolso e ler no momento em que tiver alguma situação de risco. Conclui-se que o uso deste instrumento pode aumentar a autoeficácia do pacientes ajudando-os a iniciar ou manter a abstinência do comportamento disfuncional no uso das tecnologias. [email protected] PSICOLOGIA DO ESPORTE E TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Ricardo da Costa Padovani - Departamento de Saúde, Educação e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo-Campus Baixada Santista, Santos, SP. Palavras-chave: intervenção. psicologia do esporte; terapia cognitivo-comportamental, Considerada uma subárea das Ciências do Esporte, a Psicologia do Esporte foi reconhecida como uma especialidade pela American Psychological Association 28 (APA), Divisão 47, em 1986. No Brasil, por sua vez, o reconhecimento ocorreu apenas no ano 2000 a partir da Resolução nº 014/2000 do Conselho Federal de Psicologia. O esforço do Conselho Federal de Psicologia no reconhecimento da Psicologia do Esporte como uma especialidade somado ao interesse crescente por este campo favorecem não apenas a aproximação de profissionais buscando trocar experiências, como também fomenta novas reflexões para o desenvolvimento de pesquisas futuras. O objeto de estudo da Psicologia do Esporte e do Exercício consiste no estudo científico de pessoas e seus comportamentos em atividades esportivas e físicas. As principais áreas de atuação da Psicologia do Esporte são: esporte de rendimento; esporte escolar; iniciação esportiva; esporte recreativo; reabilitação; projetos sociais. O objetivo do presente estudo é refletir sobre a aplicação da terapia cognitivocomportamental no esporte de alto rendimento A metodologia baseou-se na análise crítica da literatura dos principais temas relacionados à terapia cognitivo-comportamental e o esporte de alto rendimento. As bases de dados consultadas foram livros, dissertações/teses, artigos científicos e resoluções do Conselho Federal de Psicologia. Estudos apontam o manejo das emoções (positivas e negativas), o controle da ativação, a capacidade de manter a concentração e a autoconfiança como principais desafios para o atleta e para os membros da comissão técnica. A importância dos aspectos psicológicos fica mais evidente ao constatar que diferentes estudos apontam que quanto mais elevado é o nível da competição, mais semelhantes os atletas se revelam em termos das capacidades físicas, táticas e técnicas. Nesse processo, os fatores psicológicos assumem papel de grande importância no resultado final da competição. Tais considerações deixam evidente a importância dos aspectos cognitivos na otimização da performance esportiva, na capacidade de enfrentamento das adversidades impostas pelo ambiente esportivo e na manutenção da qualidade de vida ao longo da carreira profissional do atleta. [email protected] CONTRIBUIÇÕES DA ESCOLA ALEMÃ PARA O MODELO TEÓRICO, TERAPIA INFANTIL E ORIENTAÇÃO DE PAIS DA TERAPIA COGNITIVA FOCADA EM ESQUEMAS. Renata Ferrarez Fernandes Lopes - Laboratório de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Uberlândia, MG. Palavras-chave: Terapia cognitiva focada em esquemas; crianças; orientação de pais. Este simpósio está inserido no campo da Terapia do Esquema elaborada e desenvolvida por Jeffrey Young. Trata-se de um trabalho que visa apresentar aos terapeutas cognitivos o protocolo direcionado a crianças na fase escolar e orientação de pais desenvolvido pela escola alemã de terapia cognitiva focada em esquemas . Na visão da escola alemã, o que torna a terapia do esquema interessante é a combinação de um modelo de desenvolvimento humano baseado na interação entre ambiente e genética com um arsenal interventivo que se baseia em técnicas cognitivas, comportamentais e vivenciais que visam melhorar a qualidade relacional das pessoas e, no caso da terapia infantil, que visa melhorar a qualidade relacional do par (criança- pais/cuidadores). A 29 ludoterapia é feita a partir de um modelo de seis estágios interventivos: a) criação de um vínculo estável entre terapeuta-criança; b) ampliação da motivação da criança para a mudança (o que exatamente em minha vida deve ser diferente e por quê?; c) análise do próprio comportamento: descrição da criança do problema e do que sustenta as condições problemáticas; d) estabelecimento de metas individuais ; e) escolha, planejamento e condução de métodos para mudança; f) avaliação de resultados e consolidação da terapia. Em todas essas etapas o trabalho com os modos de esquema é muito mais utilizado. Há também uma ênfase em todas as publicações da escola alemã sobre a necessidade da colaboração dos pais no tratamento. Esse modelo leva a uma orientação de pais diferente daquela comumente conduzida, que para além do problema-queixa trazido pela família, envolve a discussão de padrões de comportamentos paternos que têm origem nos esquemas desadaptativos iniciais dos pais, discutindo-se aspectos da infância deles. Além disso trabalhase extensivamente com psicoeducação e o coaching de esquemas (esquemas desadaptados partilhados pelos pais e pela crianças). Conclui-se que se trata de um modelo teórico e de intervenção abrangente que pode ser utilizado em crianças brasileiras com pequenas adaptações. Apoio- FAPEMIG. [email protected] Simpósio 4: PROCESSO TERAPÊUTICO EM TCC E TAC PROCESSO TERAPÊUTICO EM TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL. Roberto Alves Banaco. Paradigma – Centro de Ciências e Tecnologia do Comportamento, São Paulo, SP, Brasil. Palavras-chave: Relação comportamento verbal terapêutica, contingências entrelaçadas, A análise do comportamento aplicada é a origem de procedimentos que aplicados à pratica clínica receberam nos EUA o título de "clinical behavior analysis" e no Brasil "terapia analítico-comportamental". Esta nova nomenclatura se fez necessária quando os analistas do comportamento procuraram incorporar aos procedimentos de controle de contingências, os conhecimentos gerados pelo estudo do comportamento verbal, assumindo sua utilização na prática de gabinete e/ou em ambiente natural. Os estudos aplicados sobre o comportamento verbal geraram também o que se denomina “terceira onda da terapia comportamental”. Por outro lado, estudos sobre contingências entrelaçadas ampliaram o conhecimento e as possibilidades de interpretação de como o comportamento verbal em clínica de gabinete (e mesmo fora dele) pode modificar repertórios não verbais dos clientes. Trabalhos a respeito de processo terapêutico que se declara “inclusivo” (por se utilizarem dos vários conhecimentos já obtidos pela aplicação de técnicas respondentes e operantes) têm demonstrado como partes dos comportamentos dos clientes são facilitadas por meio de classes verbais de terapeutas analítico-comportamentais. Este trabalho enfocará algumas dessas classes verbais que operam na manutenção da relação terapêutica, tomando por base os efeitos que elas produzem em respostas do tipo “solucionar problemas” por parte dos clientes. Essencialmente serão analisadas as respostas verbais do terapeuta: “Empatia”, “Solicitação de 30 relato”, “Interpretação” e “Solicitação de reflexão”. As respostas do cliente analisadas serão “Relato”, “Metas”, “Estabelecimento de Relações” e “Melhora”. Estas categorias de respostas verbais entrelaçam-se num tipo de comportamento social categorizado como “Troca recíproca”, ou seja, respostas de uma classe do terapeuta estabelecem-se com funções reforçadoras para classes de respostas do cliente e vice-versa. Obviamente outras contingências de suporte operam sobre essas relações, mantendo-as também, amplificando a complexidade da análise possível. Assim, quando a mudança do comportamento atinge a “melhora” ou a “meta” estabelecida, também produz um efeito sobre a manutenção da relação terapêutica pelo menos enquanto busca da solução de outros problemas presentes ou vindouros. É a melhoria da qualidade de vida dos clientes e dos terapeutas que em última análise virá a ser o produto agregado da prática cultural. No entanto, sem que essas relações recíprocas sejam mantidas, a prática cultural não poderia ser obtida. [email protected] TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO. Mariangela Gentil Savoia. Instituto de Psiquiatria Universidade de São Paulo, Programa de Ansiedade., São Paulo, SP, Brasil. Palavras-chave: Terapia de Aceitação e Compromisso, flexibilidade psicológica, esquiva experiencial. No panorama atual das terapias da terceira onda, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), aliada ao desenvolvimento do tema Comportamento Verbal, apresenta uma filosofia clínica especificamente elaborada para o manejo do sofrimento humano. Entende-se por sofrimento (psicológico) uma experiência reservada aos seres humanos, uma vez que, descrever e analisar a experiência vivida, olhar para a sua própria história ou mesmo antecipar o futuro, pode ser uma experiência considerada eminentemente verbal (Wilson e Soriano, 2002). O que possibilitou este desenvolvimento teórico e clínico foram alguns acontecimentos que convergiram no momento de sua teorização. Em primeiro lugar, a disponibilidade de dados mais prováveis do funcionamento da condição humana. Além disso, houve uma conceituação radicalmente funcional sobre o comportamento humano que durante muitos anos tinha sido compreendido por leis científicas sobre o papel das contingências no desenvolvimento e manutenção de numerosos comportamentos e acrescente investigação básica da linguagem e da cognição em uma perspectiva funcional. O resultado foi um sistema terapêutico que reúne como características um modelo funcional sobre a cognição e a linguagem, sustentando uma nova perspectiva de psicopatologia que resulta no conceito funcional de esquiva (experiencial). A ACT oferece uma série de ferramentas clínicas para que se tenha consciência da evitação dos eventos privados e também promove a aceitação e tolerância a eventos emocionais aversivos, o que geralmente tira o foco da ação do cliente na busca por seus valores. Para tanto, ela utiliza seis princípios que são representadas para fins didáticos como `O Hexágono de Flexibilidade Psicológica`. O hexágono consiste apenas em uma representação gráfica de todos os processos da ACT. O objetivo desta fala é apresentar alguns conceitos básicos da teoria, como flexibilidade psicológica, esquiva experiencial, desfusão e aceitação. Serão 31 descritas possibilidades de intervenção ilustradas por exemplos clínicos, bem como seus embasamentos teóricos. [email protected] PROCESSO TERAPÊUTICO EM TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL (TREC). Valquiria Aparecida Cintra Tricoli. CETEPEA e FAAT, Faculdades Atibaia – SP. Palavras-chave: intervenção, processo terapêutico, TREC. A Terapia Racional Emotivo Comportamental foi fundada em 1955 por Albert Ellis, sob a influência de diversos filósofos. Pode ser considerado um reflexo da metodologia científica, contrapondo-se ao absolutismo da cultura. A TREC pressupõe que a causa dos problemas estão nas crenças irracionais que promovem um estado de desadaptação do indivíduo ao seu meio ambiente, devido a tendências absolutistas. Objetivo: O objetivo desta abordagem é possibilitar a compreensão do funcionamento cognitivo do ser humano. Método: A metodologia básica consiste em trabalhar com o A-B-C-D. “A” seria o evento ativador, ou seja, algum evento que o indivíduo se expôs e que ativem os pensamentos sobre o referido evento. “B” o pensamento pessoal sobre o evento ativador, refere-se à “belief” (do inglês, crença), pois Ellis acredita que o ser humano tem uma tendência a irracionalidade, que o impede de ser feliz. “C” a consequência demonstrada pelo sentimento pessoal e o comportamento. “D” o disputar a crença, a fim de reestruturá-la. Resultado: O processo não é tão simples, como pode parecer. O conceito central passa a ser o que é “racional” e o que é “irracional”. A TREC é uma forma ativa e direta de terapia, os terapeutas são ativos para direcionar seus clientes ao longo da identificação das crenças, que constitui a base de seus problemas. O processo terapêutico baseia-se em um modelo educacional de atuação, no qual, o terapeuta ensina o cliente a compreender-se melhor, para assim, modificar o seu comportamento. Apesar de ser uma abordagem diretiva, a base fundamental é a empatia e a aceitação incondicional do paciente pelo terapeuta, pois as pessoas são falíveis, apresentam comportamentos inadequados, o que não significa que são bons ou maus. Para compreender o problema do cliente utiliza-se a avaliação cognitiva, emocional e comportamental, visando auxiliar o cliente a reconhecer e descrever suas crenças racionais e irracionais, buscando leva-lo a identificar os sentimentos negativos que as acompanham. Conclusão: A TREC é um tipo de psicoterapia efetiva indicada para pessoas que buscam uma mudança rápida e eficaz em sua filosofia básica de vida. [email protected] TERAPIA FOCADA NA COMPAIXÃO E MODO PAIS DISFUNCIONAIS DA TERAPIA DO ESQUEMA- UMA PROPOSTA DE INTERSECÇÃO. Aline Henriques Reis. Professora Adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS. Palavras-chave: Terapia focada na compaixão; Terapia de esquemas; Modo pais disfuncionais. 32 A Terapia focada na compaixão (TFC) visa desenvolver a mente compassiva que busca compreender o sofrimento de uma forma não avaliativa. Para tanto, busca promover habilidades de tolerância, aceitação, calor, empatia e não julgamento, aceitando a experiência tal como ela ocorre, sem julgamentos ou críticas. Ao desenvolver autocompaixão, o sofrimento e os erros passam a ser percebidos como parte da experiência humana, o que diminui o esforço em bani-los do cotidiano. Quando o indivíduo se torna compassivo, possibilita a auto tranquilização e a validação das emoções negativas. Tal postura, quando aplicada a si mesmo e ao outro aumenta a sensação de bem-estar, confiança, conexão social e diminui a experiência de emoções negativas intensas. A TFC é indicada a pacientes que lutam contra sentimentos de vergonha e inadequação e que apresentam frequentemente pensamentos autocríticos. Nesse sentido, possibilita-se a aplicação da TFC ao trabalho com os modos disfuncionais pais internalizados da Terapia de Esquemas (TE). Quando o paciente está no modo pais disfuncionais age consigo da mesma maneira que os pais agiam quando era criança. Em especial, o modo pai/mãe punitivo pune com raiva, critica ou restringe a criança que expressa as próprias necessidades ou que comete erros. Por sua vez, o modo pai/mãe exigente pressiona a criança para que atinja expectativas demasiado elevadas e quando isso não ocorre é comum o sentimento de culpa e vergonha. Nesse sentido, esta exposição objetiva apresentar uma proposta de aplicação dos preceitos da TFC aplicada ao trabalho com os modos pais punitivo e exigente da terapia do esquema. Para tanto, apresentará brevemente os conceitos da TFC, conceituará os referidos modos disfuncionais e contará ainda com a apresentação de uma música (“Perfect – Alanis Morissette) que ilustra de que maneira pais exigentes podem fomentar o senso de inadequação na criança. A partir da noção de desenvolvimento do modo pais disfuncionais será realizada a proposta de intervenção em TFC. [email protected] SIMPÓSIOS Simpósio 4: TCC E SAÚDE CARDIOLOGIA COMPORTAMENTAL. Ricardo Gorayeb. Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Palavras-chave: Cardiologia, análise funcional do comportamento, terapia cognitivo comportamental Cardiologia comportamental é a área da psicologia que analisa os impactos do comportamento, das emoções e do pensamento sobre a relação saúde-doença em pacientes cardiopatas. Abrange tanto a prevenção da ocorrência ou do agravamento de doenças cardíacas, como a intervenção com indivíduos acometidos por uma cardiopatia para reduzir as chances de progressão da enfermidade, aumentar a aceitação do diagnóstico e a adesão ao tratamento proposto. O uso dos recursos da análise funcional do comportamento e da terapia cognitivo comportamental tem se mostrado útil para a melhora da qualidade de vida dos indivíduos atendidos. Além das técnicas terapêuticas, destaca-se no âmbito das doenças crônicas, em particular das cardiopatias, a 33 importância de ações psicoeducativas que auxiliem os pacientes na compreensão dos processos do organismo que estão associados aos seus sintomas, dos comportamentos que podem aumentar ou controlar tais sintomas e das possíveis consequências decorrentes de seus comportamentos para o controle ou o agravamento da doença. Apesar da reconhecida importância destas ações, pouco se tem feito no Brasil para sistematizar e avaliar estratégias de educação em saúde. O estudo científico e a avaliação de tais estratégias podem contribuir para a construção de técnicas mais adequadas à população brasileira e mais efetivas para a promoção de saúde destes indivíduos, promovendo também mais autonomia e satisfação para o autocuidado à saúde. Nesta apresentação, serão descritas as etapas e resultados do processo de elaboração de um material educativo para pacientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em tratamento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP-USP). Trata-se de uma cartilha com instruções para prevenir e tratar a HAS, incluindo estratégias comportamentais para manejo de estresse e redução de outros fatores de risco cardiovascular. Além disso, serão apresentados resultados da avaliação da eficácia deste material no processo educativo de pacientes hipertensos, e discutidos aspectos de pesquisas futuras a serem desenvolvidas na área. [email protected] O TREINO COGNITIVO DE CONTROLE DA RAIVA E SEUS EFEITOS NA REATIVIDADE CARDIOVASCULAR EM MOMENTOS DE STRESS INTERPESSOAL. Marilda Emmanuel Novaes Lipp. Pontífice Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Palavras-chave: Cardiologia, raiva, treino cognitivo A incidência de morte por doença arterial coronariana (DAC) é alta mundialmente. Pessoas com reatividade cardiovascular exacerbada frente a situações de stress têm um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares, principalmente DAC. Estudos revelam que a raiva, tanto a raiva para fora quanto a raiva para dentro, está relacionada à reatividade cardiovascular exacerbada e ao desenvolvimento da DAC. Neste contexto, o tratamento de controle da raiva, com base cognitivo comportamental torna-se importante. O objetivo deste estudo foi avaliar experimentalmente se o treino cognitivo de controle da raiva (TCCR) é eficaz na redução da raiva e da reatividade cardiovascular. Os seguintes procedimentos foram utilizados: encaminhamento médico de 21 mulheres diagnosticadas como tendo DAC, avaliação psicológica e experimental, oito sessões de TCCR, reavaliação psicológica e experimental, análise estatística comparativa entre os dados da primeira e segunda avaliação. Para a coleta de dados foram utilizados: o Inventario de Sintomas de Stress de Lipp, o Inventário de Expressão de Raiva Traço e Estado de Spielberger, o Manual do TCCR e o aparelho de pressão arterial Finapress. Resultados: a fim de testar a eficácia do TCCR na redução da raiva para fora e para dentro foi utilizado o teste t para amostras pareadas. Verificou-se que os índices tanto de raiva para dentro como para fora sofreram mudanças significativas comparando-se os dois momentos. Após o TCCR os índices de raiva para fora (t=2,554,p=0,019) e raiva para dentro (t=2,05,p=0,05) encontravam-se significativamente reduzidos . Os dados indicaram que a raiva pode ser um desencadeador do stress, em que após 34 o TCCR os participantes apresentaram níveis mais baixos de stress. As médias de reatividade cardiovascular aferidas antes e após o TCCR indicaram diferença significativa (t=2,07,p=0,05).Conclusão: O TCCR se mostrou eficaz na redução da raiva, do stress e da reatividade cardiovascular na amostra de mulheres diagnosticadas com DAC. Estudos com amostras maiores e também com pacientes do sexo masculino são necessários para confirmar a eficácia mutativa do TCCR na população esstudada. Auxilio à pesquisa CNPq [email protected] CUIDADNO DOS CUIDADORES DE PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS. Maria Cristina O. S. Miyazaki. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e IPECS. Palavras-chave: doença crônica; cuidadores; efeitos psicossociais da doença. Pacientes com doenças crônicas podem necessitar cuidados e auxílio para realizar tarefas da vida diária, que são frequentemente prestados por cuidadores. Os cuidadores podem ser formais (profissionais pagos para cuidar) ou informais (familiares ou amigos que proporcionam auxílio voluntário). A literatura sobre cuidadores indica que estes são principalmente familiares, portanto cuidadores informais, do sexo feminino e que sofrem sobrecarga associada à tarefa de cuidar. O objetivo deste estudo foi sintetizar pesquisas sobre cuidadores de pacientes com doenças crônicas atendidos no Hospital de Base de São José do Rio Preto pelo Sistema Único de Saúde. Método: foram identificados e analisados artigos publicados, dissertações, teses e trabalhos de conclusão do Curso de Aprimoramento em Psicologia da Saúde. Resultados: As pesquisas identificadas foram realizadas com pacientes (crianças, adolescentes e adultos) com diferentes tipos de doenças crônicas (hepatopatias, câncer, asma, artrite reumatoide, doenças cardiovasculares e transtornos mentais) e em tratamento ambulatorial ou hospitalar. Os cuidadores eram principalmente informais, familiares do paciente e do sexo feminino (principalmente esposas quando o paciente era adulto e mães no caso de crianças e adolescentes). As atividades do cuidador mostraram-se associadas ao estado funcional do paciente, ao número e duração das tarefas que precisam ser realizadas ou supervisionadas. Tempo gasto no cuidar, tipo de tarefas realizadas e dedicação podem interromper ou reduzir de forma importante a prática de atividades de lazer, aumentar o nível de estresse e impor elevada sobrecarga física sobre o cuidador. Foram identificados entre os cuidadores sintomas elevados de depressão, estresse, sobrecarga e preocupações com o fornecimento de cuidados adequados, problemas financeiros, mudanças na rotina familiar e nos papéis desempenhados pelos membros da família. Cuidar tem importante impacto sobre o funcionamento físico, social, econômico e psicológico do cuidador, especialmente no caso de cuidadores informais. Conclusões: cuidadores informais de pacientes com doenças crônicas relataram sobrecarga e sintomas de transtornos mentais. Necessitam, portanto, receber cuidados de saúde em função do seu próprio funcionamento global e do impacto que o cuidar tem sobre a evolução da doença e sobre a qualidade de vida do paciente. [email protected] 35 O CUIDADO COM O PROFISSIONAL DE SAÚDE. Neide Micelli Domingos. Instituto de Psicologia, Educação, Comportamento e Saúde Rio Preto / Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São José do Rio Preto/SP. Palavras-chave: Burnout; Qualidade de Vida; Atividade Física; Unidade de Terapia Intensiva. Trabalhar na saúde, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), tem sido associado a altos níveis de estresse e burnout. Objetivo: Avaliar burnout, qualidade de vida e prática de atividade física entre profissionais que trabalham em UTIS de um hospital de alta complexidade. Participantes: profissionais das áreas de enfermagem, medicina e fisioterapia que trabalham em UTIs (SUS - Sistema Único de Saúde, Convênio, Emergência e Cardiologia UCor) de um hospital escola. Materiais: Questionário de identificação, Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), Maslach Burnout Inventory (MBI) e Questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref). Os participantes responderam individualmente os questionários. Resultados: Participaram 141 profissionais. A média de idade dos participantes foi 34,55 ± 8,74 anos, 70% eram do sexo feminino e 47,1% eram solteiros. Os profissionais relataram trabalhar de 30 a 120 horas por semana (média: 48,97 ± 17,4), 53 (38,1%) tinham mais que um emprego e 46 (35,9%) eram plantonistas. Os resultados do IPAQ indicaram que 30,7% (N=43) realizavam nível baixo de atividade física, 35% (N=49) nível moderado e 34,3% (N=48) nível alto. Nenhum dos participantes do estudo apresentou burnout, apesar de sintomas estarem presentes. Diferenças significantes foram encontradas entre os grupos: a) o índice de despersonalização no grupo Ucor foi menor que o encontrado no grupo SUS (p=0,021); b) o grupo da Emergência relatou uma prática de atividade física mais intensa quando comparada ao grupo do SUS (p=0,03); c) o índice de despersonalização do grupo Emergência foi menor que o do grupo SUS (p=0,039). Profissionais da Ucor apresentaram melhores índices de qualidade de vida em relação aos funcionários das outras unidades. Conclusões: a prática de atividade física relatada pelos participantes foi superior à encontrada na literatura. Não foram identificados profissionais com burnout, embora sintomas estivessem presentes. Houve diferença entre profissionais de diferentes UTIs em relação à despersonalização e qualidade de vida. [email protected] SESSÃO ESPECIAL: “DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO” SUPERVISORES: VISÃO DO CASO NO ENFOQUE DA TERAPIA DE ESQUEMAS. Ricardo Wainer. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, diretor da Wainer-WP Centro de Psicoterapia Cognitivo-comportamental. VISÃO DO CASO NO ENFOQUE DA TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA. Wilson Melo. Instituto de Terapias Cognitivas do Rio Grande do Sul. 36 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE. Caroline da Cruz PavanCândido, Carmem Beatriz Neufeld. Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Juliana, 33 anos, auxiliar administrativo em uma empresa pública, divorciada de seu segundo marido há poucos meses; mãe de 3 filhos (menino, 13 anos; menina, 12 anos; menino, 2 anos), sendo dois do primeiro casamento e o terceiro, do segundo casamento. Foi encaminhada por sua ginecologista para avaliação e acompanhamento psicológico após separação de seu segundo casamento. Seu ex-marido mantivera um caso extraconjugal por aproximadamente dois anos e, pouco antes do encaminhamento, havia pedido o divórcio e ido morar com a mulher com quem vinha se relacionando. Segundo a médica, o motivo do encaminhamento se deu pois percebera a paciente emocionalmente bastante abalada durante a consulta, vinha apresentando sangramento persistente sem causa orgânica aparente - avaliado como tendo etiologia emocional - desde a separação, além de comportamentos de automutilação (arranhões nas pernas e nádegas). Durante a avaliação, a paciente relatou como queixas: separação do segundo marido e muitas dificuldades para aceitar a separação e as mudanças, especialmente porque o fim do casamento se deu em função de traição e o porque o marido continua se relacionando com a mulher com quem a traiu. Além disso, relatou tristeza, desânimo muito forte, choro frequente, irritação e pouca paciência com os filhos, vontade de morrer e ideação suicida. Apresentava comportamentos impulsivos e agressivos nas relações com as pessoas, fossem os filhos, os vizinhos, os amigos, os colegas de trabalho ou de faculdade. Sua opinião sobre as pessoas oscilava drasticamente; em alguns momentos elas eram perfeitas e incapazes de fazer algo que Juliana considerava errado, em um momento subsequente, rompia totalmente com a pessoa, devido a algum erro considerado grave por ela, mas que era uma atitude corriqueira, como recusar um convite ou não estar disponível para ajuda-la da forma como ela gostaria, a qualquer momento. Apresentava dificuldades em aceitar os comportamentos e valores das pessoas que divergiam dos seus, especialmente se não estavam focados na execução perfeita da atividade a que a pessoa estava se propondo. Por exemplo, não aceitava que os colegas de trabalho não desenvolvessem suas atividades com perfeição e capricho como ela fazia, e acabava discutindo com eles com frequência. Todos estes sintomas traziam importantes prejuízos em sua vida e muito sofrimento, o que justifica a atribuição do diagnóstico de transtorno de personalidade borderline e a indicação para tratamento. [email protected] Sessão especial: Terapia Cognitivo-Comportamental: Ciência & Arte A ARTE DE ENSINAR E APRENDER TCC COM ARTE . Irismar Reis de Oliveira, Melanie Ogliari Pereira (Departamento de Neurociências e Saúde Mental. Universidade Federal da Bahia) 37 COMUNICAÇÕES ORAIS DEPRESSÃO MATERNA, COGNIÇÕES NEGATIVAS E O IMPACTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTRES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Flávia Andressa Farnocchi Marucci; Sonia Regina Loureito. Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Palavras-chave: depressão materna; cognições negativas; comportamento infantil A depressão materna é uma condição reconhecida de adversidade com impacto negativo para o comportamento e desenvolvimento infantil. Dentre as variáveis que influenciam o cuidado materno com seus filhos, constitui-se em uma lacuna da literatura estudos que ampliem a compreensão sobre os mecanismos envolvidos na associação entre depressão e cognições negativas. Cognições negativas são pensamentos liderados por vieses negativos, com avaliações críticas de si mesmo e dos outros e caracterizados pela presença de ruminações. Segundo a hipótese da vulnerabilidade cognitiva de Beck, as cognições negativas constituem-se em uma condição que favorece distúrbios emocionais, com uma relação recíproca entre afeto e cognição. Neste contexto, objetivou-se por meio de uma revisão sistemática identificar e analisar artigos empíricos recentes (2010 - 2015) sobre a temática depressão materna, cognições negativas e suas influências para os problemas de comportamento e psicopatologia de crianças e adolescentes. Procedeu-se a busca de artigos indexados nas bases dados PubMed, PsycInfo, Web of Science, LILACS, SciELO e Scopus, a partir das palavras-chave Maternal Depression, Rumination, Negative Cognitive e Negative Thinking. Por meio da aplicação de critérios de inclusão e exclusão selecionou-se 17 artigos, os quais foram analisados quanto à qualidade metodológica dos estudos e características dos delineamentos. Verificou-se que as cognições negativas foram mais frequentemente identificadas como mediadoras da relação entre depressão materna e problemas de comportamento e da relação entre depressão materna e psicopatologia, especialmente depressão infantil. As associações entre depressão materna e cognições negativas foram frequentemente confirmadas, no entanto na maioria dos estudos esta foi uma relação mediada e não uma relação direta, o que evidencia que, apesar de muitas vezes as cognições negativas serem um pressuposto da depressão, é relevante diante do diagnóstico de depressão, avaliar também presença das cognições negativas. Os estudos apresentaram boa qualidade metodológica, sendo a maioria preditivos e com análise multivariada. Alguns limites foram verificados, como a ausência de estudos multicêntricos, o uso de amostras de conveniência e a avaliação da depressão, predominantemente, por instrumentos de rastreamento, sem a confirmação diagnóstica e sem descrição de gravidade e duração do transtorno. Os dados sugerem que as cognições negativas devem ser consideradas e avaliadas de forma específica, de modo a elucidar como esta dimensão influencia negativamente os desfechos de crianças e adolescentes no contexto da depressão materna, requerendo assim mais estudos. Apoio Financeiro: FAPESP, CAPES e CNPq. 38 [email protected] SAÚDE MENTAL DE RESIDENTES MÉDICOS: ASSOCIAÇÕES COM HABILIDADES SOCIAIS, PERSONALIDADE E CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS. Karina Pereira-Lima; Sonia Regina Loureiro. Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Palavras-chave: habilidades sociais; personalidade; residência médica A residência médica possui características reconhecidamente estressantes que contribuem para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, dentre os quais se destacam a ansiedade, a depressão e a dependência de álcool. A identificação de tais problemas favorece a proposição de programas de prevenção e intervenção, os quais são relevantes, dada a sua potencial contribuição para a relação médico - paciente. Verifica-se como lacuna da literatura, estudos que abordem condições de risco e proteção para o desenvolvimento desses problemas em residentes médicos. O presente estudo se insere nessa lacuna, tendo por objetivo verificar o papel preditivo das variáveis relativas ao repertório de habilidades sociais, às características de personalidade e às variáveis organizacionais para os desfechos de ansiedade, depressão e dependência de álcool em residentes médicos de áreas clínicas e cirúrgicas. Estabeleceu-se como hipótese que tais variáveis seriam preditoras dos desfechos de saúde mental, com características de risco ou proteção. Avaliou-se 270 médicos residentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP, por meio dos seguintes instrumentos: Inventário de Habilidades Sociais, Inventário de Cinco Fatores NEO - Revisado, Patient Health Questionnaire - 4, Alcohol Use Disorders Identification Test - 3 e um questionário complementar relativo às características sociodemográficas e às variáveis organizacionais dos programas cursados. Os dados foram analisados por meio de procedimentos de regressão logística univariada e multivariada. O modelo preditivo multivariado final para cada problema foi aquele que apresentou apenas variáveis estatisticamente significativas (p < 0,05). Verificou-se alta prevalência de problemas de saúde mental, sendo 39,3% para ansiedade, 22,2% para depressão e 15,9% para dependência de álcool. O modelo preditivo final para presença de indicadores de ansiedade e/ou depressão incluiu como riscos o fator de personalidade neuroticismo e o número superior a oito plantões mensais, e como proteção, o repertório de habilidades sociais satisfatório. O modelo preditivo final para a presença de indicadores de dependência de álcool incluiu como riscos o sexo masculino, o fator de personalidade extroversão, o número superior a oito plantões mensais, bem como pertencer a especialidades cirúrgicas. Ambos os modelos incluíram variáveis de diferentes naturezas (pessoais, organizacionais e sociodemográficas), confirmando a hipótese do estudo. A análise dos dados coloca em destaque a aplicabilidade de programas de treinamento em habilidades sociais que considerem as características de personalidade dos médicos residentes, bem como coloca em foco a relevância das condições organizacionais como favorecedoras da saúde mental desses profissionais. Apoio Financeiro: FAPESP, CAPES e CNPq. [email protected] 39 ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA AUTOESTIMA E IMAGEM CORPORAL POSITIVA. Gabriela Salim Xavier Moreira; Carmem Beatriz Neufeld, Sebastião de Sousa Almeida. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP. Palavras-chave: imagem corporal; autoestima; adolescentes Diante da prevalência crescente dos quadros de Transtornos Alimentares e obesidade, bem como dos comportamentos de risco que precedem seu desenvolvimento, e somando-se ainda às dificuldades e custos dos tratamentos disponíveis, torna-se necessária a implementação de estratégias preventivas no contexto brasileiro. Programas que abordam o desenvolvimento da autoestima e a educação em mídia levam a aquisição de uma imagem corporal positiva, a qual, por sua vez, está associada crenças, comportamentos e atitudes saudáveis em relação à saúde física e mental de crianças e adolescentes. O Objetivo do estudo foi adaptar transculturalmente o programa australiano “Everybody’s Different” para o contexto brasileiro, visando sua aplicação em amostras de adolescentes com idades entre 10 e 13 anos. O programa destacase pelos bons resultados obtidos combinando o desenvolvimento da imagem corporal positiva e da autoestima geral com a educação em mídia. Consiste de nove atividades cujo foco é elevar a autoestima, com maior ênfase na diversidade das potencialidades e qualidades dos participantes, diminuindo a importância da aparência física ao rejeitar os estereótipos culturais de corpo. O processo de adaptação transcultural do programa foi realizado de acordo com as principais recomendações internacionais para o processo de tradução de instrumentos avaliativos (traduções, síntese das traduções, retrotraduções, síntese das retrotraduções e comitê de juízes). Foram selecionados cuidadosamente os tradutores, respeitando sua origem e conhecimento do tema em estudo, tanto para o procedimento de tradução das atividades quanto para a retrotradução das mesmas. A pesquisadora solicitou permissão da autora do programa para sua adaptação em adolescentes brasileiros, a qual foi concedida. A fim de manter o mesmo conteúdo das atividades originais, priorizou-se a avaliação das equivalências: semântica, idiomática, cultural e conceitual. Na etapa de tradução alguns termos não foram traduzidos literalmente, pois houve preocupação em combinar os conteúdos presentes na versão original com o contexto cultural brasileiro, considerando os hábitos e costumas dessa população. Houve também o cuidado de selecionar um vocabulário de fácil compreensão para a faixa etária e de abrangência nacional, evitando, assim, aqueles que são utilizados regionalmente. Duas atividades do protocolo original foram excluídas para viabilizar aplicação do programa com duração de até quatro meses em escolas de Ensino Fundamental. As atividades do programa “Todos são Diferentes”, resultante da adaptação transcultural do “Everybody’s Different”, encontram-se disponíveis para serem utilizadas com a população adolescente brasileira. É fundamental que o profissional que as utilize tenha acesso às instruções descritas para todas as atividades, no protocolo original. Apoio Financeiro: FAPESP 40 [email protected] AVALIAÇÃO DO EFEITO DE UMA INTERVENÇÃO EM GRUPO PARA TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL. Priscila de Camargo Palma; Carmem Beatriz Neufeld; Cristina Santana Cruz. Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP Palavras-chave: transtorno de ansiedade social, terapia cognitivocomportamental em grupo, exposição. O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) consiste em um medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho nas quais o indivíduo poderia sentir vergonha. O TAS está entre os transtornos psiquiátricos mais autoimagem negativa, não se sentem habilidosos socialmente e se percebem como incompetentes, acreditando que serão sempre alvos de rejeição e humilhação. A Ansiedade Social vem recorrentes na população e ainda assim, a busca por tratamento é muito baixa. Os portadores de TAS possuem sendo considerada um problema de saúde pública em função de suas consequências incapacitantes no desempenho pessoal e profissional e nas interações sociais. Assim sendo, esse trabalho foi composto por três grupos distintos, o grupo 1 foi composto de participantes diagnosticados com TAS, os quais realizaram a intervenção em grupo (grupo experimental, composto por 15 participantes), o grupo 2 também foi composto por participantes diagnosticados com TAS, os quais não realizaram a intervenção em grupo (grupo lista de espera, comporto por 15 participantes, os quais receberão ao fim da pesquisa) e o grupo 3 composto de 15 participantes saudáveis, ou seja, sem nenhum indicativo de transtorno mental comum. Em suma, o objetivo desse trabalho é apresentar os dados relativos a uma intervenção em Terapia Cognitiva Comportamental em Grupo (TCCG) para ansiedade social baseada no protocolo proposto por Hofmann e Otto (2008) e comparar os escores dos grupos (experimental, lista de espera e controles saudáveis) durante o pré-teste e o pós-teste. Participaram desta pesquisa 45 jovens adultos. Os instrumentos utilizados foram: SPIN, BAI e BDI, com intuído de avaliar ansiedade social, ansiedade e depressão. Por meio dos dados obtidos, a análise estatística dos resultados empregou testes paramétricos (Anova One Way, Teste de Bonferrani) tendo em vista que a amostra segue distribuição normal (teste de normalidade de Shapiro-Wilk). Os resultados evidenciaram diferença estatisticamente significava no grupo experimental antes e depois da intervenção em todas as escalas utilizadas, além disso, também foi evidenciado diferença significava entre os grupos experimental e lista de espera durante a fase de pós-teste, evidenciando que as diferenças encontradas são efeito da intervenção e não de nenhuma outra variável não controlada no estudo. O grupo saudável se diferenciou dos grupos diagnosticados com TAS em todos os momentos da pesquisa. Apoio financeiro: FAPESP e CAPES [email protected] 41 TRATAMENTO DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DEPENDÊNCIA DE INTERNET. Veruska Andréa dos Santos; Antonio Egidio Nardi; Anna Lucia Spear King. Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A internet revolucionou o mundo e as relações produzindo mudanças significativas e se tornando parte integrante da sociedade moderna fornecendo aos seus usuários inúmeras facilidades, mas seu uso excessivo evoca dependência potencial e grave prejuízo na vida social, acadêmica, financeira, psicológica e ocupacional. Alguns estudos ressaltam o uso excessivo de internet como um sintoma de transtorno de ansiedade ou depressão e outros consideram como transtorno do controle do impulso. O comportamento dependente é definido como falta de habilidade para controlar o uso da tecnologia em questão (internet, jogos etc.) causando prejuízos no manejo do tempo gasto resultando em problemas sociais, ocupacionais, financeiros e psicológicos. A prevalência varia de 0,7% a 37,9%. Há um consenso na literatura de que a terapia cognitivo-comportamental fornece modelos eficientes para o tratamento que incluem três dimensões principais: habilidade de resolução de problemas, reestruturação cognitiva dos pensamentos distorcidos associados ao comportamento impulsivo e a prevenção de recaídas. O objetivo do presente trabalho é apresentar relato de pesquisa realizada no mestrado introduzindo protocolo de atendimento para transtornos de ansiedade e dependência de internet (DI). A pesquisa ofereceu tratamento medicamentoso e psicoterápico a 84 pacientes sendo 42 com transtornos de ansiedade e dependência de internet e 42 com dependência de internet ressaltando a relação da ansiedade e da dependência de internet. O tratamento inclui técnicas cognitivas como: psicoeducação, registro de pensamentos disfuncionais, identificação de erros cognitivos e a reestruturação cognitiva e técnicas comportamentais como: respirações e relaxamentos para manejar a ansiedade, a realização de análise funcional, modificar e diminuir o reforço positivo associado aos comportamentos impulsivos e produzir reforço positivo nos comportamentos não impulsivos, exposição e prevenção de resposta, ensaio comportamental envolvendo terapia aversiva e criar fontes alternativas de satisfação. Além dessas técnicas, treinamento em habilidades sociais específicas como: treino em solução de problemas e treino em assertividade são importantes para aquisição e manutenção de comportamentos essenciais para o tratamento. Os resultados mostraram que o protocolo de psicoterapia desenvolvido foi eficaz para tratar ansiedade e a dependência de internet, uma vez que todos os pacientes aprenderam a manejar a ansiedade fora da internet, apresentaram comportamento de uso consciente da mesma ao final do atendimento e se mostraram confiantes para gerenciar o uso da Internet em suas vidas. Este estudo é pioneiro em pesquisa clinica de tratamento para DI em população brasileira e chama atenção para necessidade de futuras pesquisas investigando DI tratamentos, associações e maior promoção do uso consciente da internet. [email protected] PESQUISAS DE EFETIVIDADE CLÍNICA NA TERAPIA DE ESQUEMAS: CONSIDERAÇÕES QUANTO AO STATUS QUO E PERSPECTIVAS FUTURAS. 42 Daniela Schneider Bakos; Alex Eduardo Gallo; Ricardo Wainer. Universidade Estadual de Londrina; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Palavras-chave: terapia de esquemas, efetividade clínica, transtorno da personalidade. A Terapia de Esquemas (TE) foi originalmente desenvolvida em 1994 por Jeffrey Young para tratar transtornos da personalidade (TP) e, atualmente, tem sido adaptada para um número cada vez maior de transtornos psiquiátricos. Consiste em um modelo de terapia integrativa, que combina estratégias cognitivas, comportamentais, psicodinâmicas e experienciais. Embora seu modelo teórico tenha evoluído significativamente nas últimas décadas, as investigações acerca de sua efetividade clínica ainda estão mais incipientes. Isto se deve, em parte, às dificuldades inerentes aos processos de pesquisas envolvendo tanto tratamentos psicoterápicos de longo prazo quanto populações com sintomas caracterológicos. Estudos que na efetividade clínica são necessários para o desenvolvimento e maturação de uma abordagem terapêutica, uma vez que identificam áreas críticas e carentes investigações adicionais. Neste sentido, o atual trabalho objetivou uma revisão sistemática dos estudos de efetividade clínica da TE, publicados entre os anos de 2011 e 2015. Um total de 3.200 abstracts foram identificados, dos quais apenas 9 foram incluídos no estudo, após considerados os critérios de inclusão. Destes, um comparou a TE com a terapia cognitivo-comportamental no tratamento da depressão e outro investigou a efetividade da TE no tratamento de pacientes com depressão crônica. Os outros sete avaliaram a TE em diferentes amostras com transtornos da personalidade. De modo geral, esta revisão evidencia um significativo aumento na condução de pesquisas abordando a efetividade clínica da TE em diferentes populações psiquiátricas, especialmente por parte de pesquisadores Europeus. Um grande número de estudos examinando o modelo do esquema em outros TP (além do transtorno da personalidade borderline) vem sendo conduzido, incluindo pacientes do cluster C e a personalidade antissocial. Ademais, investigações acerca de outras modalidades e contextos de aplicação da TE, como tratamento em grupo e com pacientes hospitalizados, tem ampliado esta área de pesquisa e possibilitado o desenvolvimento de protocolos mais especializados. Com base nestes achados, tanto o status quo quanto as perspectivas futuras da TE são considerados. Apoio financeiro: CAPES [email protected] PAINÉIS Painel 1 AS ESCALAS DE MINDFULNESS AVALIAM O MESMO CONSTRUTO? Alessandra de Fátima Almeida Assumpção (Universidade Federal de Minas Gerais); Marina Rezende Oliveira (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG). 43 Palavras-chave: mindfulness, escala de autorrelato, construto O construto mindfulness tem atraído grande atenção de pesquisadores da psicologia e áreas afins. No presente trabalho adota-se a conceituação de mindfulness proposta por Bishop e colegas (2004) na qual o construto significa uma consciência não elaborada sobre a experiência presente orientada pela curiosidade, abertura experiencial e aceitação. As pesquisas atuais se concentram na compreensão de como o processo de mudança acontece, isto é, busca-se entender como o mindfulness influencia positivamente modificações na saúde mental e no aumento da qualidade de vida dos indivíduos. Na tentativa de responder como esse processo acontece, é necessário medir o construto por meio de instrumentos e, atualmente, os instrumentos mais precisos para avaliar o fenômeno são as escalas de autorrelato. O presente estudo tem como objetivo mapear as principais escalas de autorrelato que avaliam mindfulness e analisar a operacionalização do construto nas medidas disponíveis. Foi realizada uma busca sistemática nos bancos de dados Pubmed e BVS-Psi. As palavras-chave utilizadas foram: “mindfulness” AND “assessment” AND “scale” AND “instruments” AND “questionnaires” AND “psychometric properties”, totalizando 41 artigos, desses, 24 foram excluídos por não serem estudos de validação de escalas de mindfulness e, 8 por estarem sobrepostos. A amostra final foi composta de 14 artigos e um total de 9 instrumentos. Foram avaliados os seguintes instrumentos: Escala de Consciência e Atenção Mindfulness, Inventário Kentuck de Habilidades de Mindfulness, Inventário Freiburg de Mindfulness, Escala Toronto de Mindfulness, Escala Cognitiva e Afetiva de Mindfulness Revisada, Questionário das Cinco Facetas de Mindfulness, Escala Filadélfia de Mindfulness, Escala Mindfulness de Southampton e Medida de Mindfulness para crianças e adolescentes. Observou-se que as diferentes concepções de mindfulness adotada pelos autores refletem nas características priorizadas nos instrumentos de medida. Verificou-se uma convergência geral nos instrumentos de autorrelato (acessar, por meio de exemplos, a tendência de observar, perceber e prestar atenção em experiências internas e externas no presente). Além disso, todos apresentam a descrição de situações que indicam aceitação, não julgamento, não reatividade e não evitação em relação às experiências. Duas críticas sobre os questionários de mindfulness são: (1) a dificuldade de alguns respondentes de perceberem e monitorarem o seu próprio funcionamento o que pode enviesar as respostas (2) uso de populações clínicas restritas. Já no que diz respeito à dimensionalidade, constatou-se que as escalas variam de 1 a 5 fatores, dos quais os mais destacados foram: aceitação, não reatividade e consciência e, por outro lado, o fator atenção foi o menos operacionalizado. Finalmente, os instrumentos encontrados parecem não medir o mesmo construto,visto que há uma grande variação entre o número e tipo de fatores apresentados por elas, por isso, são recomendáveis novos estudos de construção de instrumentos para mindfulness, de modo a fornecer ferramentas adequadas para atuação do psicólogo com interesse no fenômeno. Apoio financeiro: CAPES [email protected] 44 Painel 2 CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DO MODELO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS LIGADOS AO ESTILO DE VIDA NO TRATAMENTO DO DIABETES. Alessandra de Fátima Almeida Assumpção (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG); Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Maycoln Leôni Martins Teodoro (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG). Palavras-chave: diabetes, tcc, sintomas de depressão O presente estudo clínico tem por objetivo relatar a intervenção de uma cliente com diabetes do tipo 1 (DM1), sintomas de depressão e burnout de diabetes, ocorrida no ano de 2015, em um contexto ambulatorial. Para tanto, utilizou-se como referencial teórico a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), bem como o Modelo de mudança de comportamentos ligados ao estilo de vida para indivíduos com DM. Em tal modelo, são representadas as fases e as etapas que os clientes devem percorrer para chegar à modificação de comportamentos ligados ao estilo de vida. Tal processo é constituído por três fases: motivação, ação e manutenção. O DM é uma doença crônica na qual os desfechos de curto, médio e longo prazo são intensamente dependentes de um bom automanejo da doença. Problemas emocionais como sintomas depressivos, burnout de diabetes e sintomas de ansiedade podem ser obstáculos para o autocuidado satisfatório. Esses problemas emocionais são associados à redução da qualidade de vida, automanejo precário, e pior controle glicêmico – e em consequência, tais dificuldades podem acarretar em um pior prognóstico. Devido a essas implicações negativas advindas dos problemas emocionais em clientes com DM, ela merece atenção psicoterápica. No tratamento de DM um desafio central é a mudança de comportamentos ligados ao estilo de vida, visto que o desfecho do DM são fortemente determinados pelo estilo de vida e pelas escolhas diárias dos portadores da doença. No caso da cliente, suas principais metas de tratamento eram: diminuir as crises de hipoglicemia; detectar os sintomas de hipoglicemia; fortalecer a rede de apoio social; iniciar uma atividade física e aumentar o repertório de atividades de lazer. Ao longo da intervenção, observou-se melhora clínica significativa em relação às metas estabelecidas de controle glicêmico, de reconhecimento de sintomas de hipoglicemia, melhora na autoeficácia, sintomas depressivos e sintomas de burnout. Basta ressaltar que, durante o processo psicoterapêutico, a postura comprometida da cliente contribuiu de forma decisiva para os resultados alcançados. Por fim, considerou-se o caso relevante, pois é possível perceber que a intervenção psicológica pode contribuir sobremaneira no cuidado de uma doença crônica como o DM. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 3 DEPRESSÃO MATERNA, RECURSOS E ADVERSIDADES DO AMBIENTE FAMILIAR: ASSOCIAÇÕES COM O COMPORTAMENTO DE ESCOLARES. Ana 45 Karina Braguim Martineli; Fernanda Aguiar Pizeta e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo). Palavras-chave: comportamento; depressão; estressores A depressão materna reconhecidamente se associa a problemas comportamentais por parte das crianças em idade escolar, contudo, são necessários estudos que abordem as condições contextuais de risco e proteção do ambiente familiar de convivência com a depressão materna e suas influencias para adaptação das crianças. Objetivou-se comparar os recursos e eventos estressores do ambiente familiar de crianças que convivem com a depressão materna e apresentam problemas de comportamento, com os apresentados por crianças que convivem com a ausência de depressão materna e ausência de problemas comportamentais. Avaliou-se uma amostra de conveniência composta por 85 díades mães-crianças, distribuídas em três grupos, a saber: G1 = 26 mães com indicadores de depressão e crianças com problemas comportamentais; G2 = 29 mães sem indicadores de depressão e crianças com problemas comportamentais e G3 = 30 mães sem indicadores de depressão e crianças sem problemas comportamentais. A identificação das mães e crianças participantes ocorreu junto a uma escola do interior do estado de São Paulo. Foram incluídas crianças de ambos os sexos, na faixa etária de sete a 10 anos. Procedeu-se à avaliação em sessões individual, face a face, com as mães e crianças. Aplicou-se com as mães os instrumentos: Questionário Geral, Questionário sobre a Saúde do Paciente (PHQ-9), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar, Escala de Eventos Adversos, Escala de Adversidade Crônica e Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) - versão pais. As crianças foram avaliadas pelo teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven – Escala Especial. Os dados obtidos nos testes e escalas foram codificados de acordo com as proposições técnicas e procedeu-se a análise dos mesmos por meio de procedimentos estatísticos, adotando-se o nível de significância de p≤0,05. Verificou-se diferenças significativas quando da comparação entre os grupos, tendo as famílias que convivem com a depressão materna (G1) apresentado mais indicadores de estressores e de adversidades crônicas; e as crianças com problemas comportamentais (G1 e G2) menos recursos e mais adversidades crônicas do ambiente familiar. Constatou-se que as crianças que convivem com a depressão materna estão expostas a um ambiente familiar com múltiplos estressores o que pode estar favorecendo os problemas comportamentais. Considera-se que programas de orientação familiar voltados para tais famílias, podem favorecer o enfrentamento das adversidades, com possíveis benefícios para o comportamento das crianças. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 4 ASSOCIAÇÃO ENTRE HABILIDADES SOCIAIS E DESEMPENHO ACADÊMICO EM ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS QUE FREQUENTAM O ENSINO REGULAR. Ana Luiza Lemes Pinto e Luciana Carla dos Santos Elias (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo). 46 Palavras-chave: habilidades sociais; deficiência visual; desempenho acadêmico Respaldados pela política da educação especial inserta em 1996 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), vê-se a partir de dados governamentais o aumento do número de deficientes visuais (DVs) matriculados nas escolas, porém este número de inscritos não garante a existência da devida inclusão, pois estes indivíduos requerem condições diferenciadas para que a aprendizagem ocorra no nível de proficiência desejável. Conjuntamente à aprendizagem dos conteúdos pedagógicos, as interações sociais no contexto escolar são de suma importância para a formação dos repertórios individuais dos DVs, conferindo melhor qualidade das vivências educacionais, ajudando suas compreensões de mundo, desenvolvendo conexões e evitando problemas futuros no desenvolvimento psicossocial. Dentro desse contexto inserem-se as habilidades sociais que são compreendidas como classes de comportamentos sociais presentes no repertório de um indivíduo, que favorecem relacionamentos produtivos e saudáveis com as demais pessoas. Déficits nas habilidades sociais frequentemente aparecem associados a problemas no relacionamento interpessoal, dificuldades comportamentais e baixo rendimento escolar. Diante desse contexto o presente estudo tem por objetivo verificar a associação entre habilidades sociais e o desempenho acadêmico de alunos DVs que frequentam o ensino regular. Participaram 14 DVs de uma escola pública estadual de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, de uma cidade do interior paulista. A coleta de dados foi feita por meio dos seguintes instrumentos: Inventário de Habilidades Sociais para adolescentes- IHSA; Instrumento de Medição das Competências Socioemocionais – apenas para estudantes DVs do Ensino Médio e; médias das notas presentes no boletim do aluno. A coleta foi realizada nas dependências escolares após a assinatura do TCLE. A pesquisa está em andamento, porém seus resultados parciais obtidos pela correção informatizada do IHSA sugerem que os alunos DVs apresentam reservas comportamentais nas seguintes habilidades: autocontrole, empatia (nos estudantes do Ensino Fundamental II), além de abordagem afetiva e desenvoltura social (para os participantes do Ensino Médio). Em ambos os níveis os DVs apresentaram maiores déficits na habilidade de assertividade, apontando para a possibilidade de treinamentos de caráter preventivo com essa população, articulando as habilidades sociais presentes como recursos facilitadores nas intervenções. O desempenho acadêmico fornecido pela instituição sugere que a maioria dos alunos apresenta um desempenho dentro da média, demonstrando que estão acompanhando as atividades escolares dentro do esperado para as respectivas séries. Os resultados positivos nas reservas comportamentais e no desempenho acadêmico dos DVs são respaldados pelas práticas realizadas há 17 anos na instituição com essa população-alvo, apontado para os benefícios escolares e sociais de uma inclusão focalizada. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] 47 Painel 5 PERFECCIONISMO COMO MEDIADOR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: perfeccionismo; universitários; depressão; ansiedade Estudos sobre o perfeccionismo aumentaram exponencialmente nas últimas décadas no campo da Psicologia Clínica. Embora existam muitas maneiras de definir este conceito, geralmente concebido como uma característica ou estilo de personalidade disfuncional, no âmbito das Terapias Cognitivo-Comportamentais [TCC] ele é entendido a partir de quatro componentes centrais: 1. Pelo estabelecimento de padrões elevados; 2. Por uma avaliação excessivamente crítica acerca do próprio desempenho; 3. Pela forte preocupação sobre cometer erros; 4. Pelo prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo que advém dele. Estudos recentes neste campo também evidenciaram que há um lado adaptativo no perfeccionismo, em geral, caracterizado por metas elevadas, porém tangíveis, e pela capacidade de aprendizagem e reparação de erros. Nas primeiras duas décadas de vida, onde geralmente se encontra a população universitária, observa-se as maior taxa de prevalência de depressão e de transtornos de ansiedade. Neste sentido, estudos com universitários tem buscado compreender os efeitos de crenças e padrões perfeccionistas sobre o desempenho acadêmico, qualidade de vida e a existência de correlação entre perfeccionismo disfuncional e sintomas de depressão e ansiedade. Destarte, o presente trabalho objetiva apresentar, através da análise da literatura científica nacional e internacional, o estado da arte acerca da relação entre perfeccionismo e bem estar psicológico em estudantes universitários, sob a perspectiva da TCC. O levantamento da literatura científica foi realizado nas bases de dados PsycNet (APA), Web of Science e SciELO, utilizando como palavras-chave combinações dos termos “perfeccionismo”, “ansiedade”, “depressão”, “universitários”, “terapia cognitiva” e “terapia cognitivo-comportamental (em português, inglês e espanhol). Foram considerados apenas trabalhos publicados nos últimos 6 anos. Os resultados encontrados em análise preliminar apontam que o perfeccionismo no âmbito acadêmico é dado pelo excessivo rigor nos estudos e distorções cognitivas dadas pela intensa e constante preocupação quanto a manutenção de altos níveis de desempenho, baixa autoindulgência quanto ao cometimento de erros e preocupação constante quanto a não cometer falhas acadêmicas. Embora a realidade brasileira ainda não tenha sido mapeada, pesquisas indicam que quase 60% da população universitária dos EUA e cerca 50% dos estudantes de países europeus possuem características perfeccionistas desadaptativas. Adicionalmente, a literatura aponta que o perfeccionismo mal adaptativo possui uma correlação positiva com prejuízos acadêmicos entre universitários, hábitos frequentes de procrastinação, sofrimento psicológico significativo, traço de humor ansioso e/ou deprimido, stress e baixa qualidade de vida auto percebida. Conclui-se, portanto, que o levantamento e análise da correlação entre o perfeccionismo e variáveis psicológicas devem ser consideradas em estudos com universitários brasileiros. Adicionalmente são imprescindíveis estudos que 48 promovam reflexões e subsidiem o planejamento de medidas preventivas e interventivas adequadas. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 6 ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE PROCRASTINAÇÃO E PERFECCIONISMO A PARTIR DA ÓTICA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Anelisa Vaz de Carvalho e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: comportamental perfeccionismo; procrastinação; terapia cognitivo- No âmbito da clínica cognitivo-comportamental contemporânea o perfeccionismo vem sendo compreendido através de uma perspectiva multidimensional; há o reconhecimento de que ele pode exercer tanto a função adaptativa quanto mal-adaptativa sobre a cognição, emoção e comportamento. O aspecto adaptativo do perfeccionismo centra-se em níveis elevados de organização, em altos padrões de desempenho (porém atingíveis) e, também, na motivação para o alcance metas. Por sua vez, seu aspecto mal-adaptivo assume caráter negativo, sendo definido pelo estabelecimento de padrões elevados (quase sempre inatingíveis), combinado com avaliações excessivamente críticas e com a frequente preocupação quanto ao cometimento de erros, culminando em grande sofrimento psicológico e no declínio da motivação para o alcance das metas. A procrastinação, por sua vez, consiste na tendência de postergar a realização de tarefas, levando a um estado de sofrimento emocional secundário, e, eventualmente, a prejuízos de diferentes ordens. Há na literatura científica a assunção da procrastinação crônica em duas categorias: ela pode ocorrer por “ativação”, que se refere às alterações fisiológicas precipitantes - indivíduos com esta tendência indicam que esperam até o último momento a fim de experimentar um surto de energia e obter possíveis benefícios associados - e, também, por “esquiva” – onde se entende que o atraso da tarefa ocorre por fatores como medo da falha e pela busca de reforçadores positivos imediatos. Nas últimas décadas a comunidade científica vem examinando estas duas instâncias, buscando compreendê-las e, também, relacioná-las. Por sua vez este trabalho tem como objetivo realizar a análise do estado da arte acerca de estudos nacionais e internacionais que examinam a relação destas variáveis e, também, evidenciar suas contribuições para a clínica cognitivo-comportamental. Para tanto foram verificadas as bases de dados PsycNet, Scielo, Scopus, Web of Science, utilizando descritores “terapia cognitivo-comportamental\", “perfeccionismo”, “procrastinação”, em inglês e português e suas combinações. Ora, os achados da análise preliminar indicam uma correlação positiva entre o perfeccionismo mal adaptativo e a procrastinação. O perfeccionismo também está relacionado com o sofrimento psicológico, desempenhando o papel de fator de risco para a depressão e transtornos de ansiedade, podendo também ser um preditor para o stress e 49 relações disfuncionais com pares. Achados importantes demonstram que a procrastinação correlaciona-se a baixa autoestima, impulsividade, depressão e ansiedade. Prejuízos acadêmicos e baixa qualidade de vida também são relatados em ambas as categorias. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 7 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CLÍNICA NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Chaielen M. B. Martinez; Larissa Ap. Alexandrino de Azevedo; Giovanna Zacarini Ambrósio Stelin; Christian Guilherme Capobianco dos Santos; Maria Clara Jacinto; Reinaldo Rodrigo de Oliveira e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (IPC Instituto de Psicoterapia Cognitivo-comportamental, Araçatuba, SP). Palavras-chave: comportamental psicoterapeuta; formação clínica; terapia cognitivo- Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 2011) os cursos de graduação em Psicologia têm como objetivo a formação do psicólogo direcionada a atuação profissional, pesquisa e ensino de psicologia, abrangendo a multiplicidade dos referenciais que visam abarcar a amplitude do fenômeno psicológico. Visto a generalidade nos cursos de graduação, inferese a necessidade de constante busca por aperfeiçoamento e especialização na área de escolha do psicólogo. Os cursos lato sensu (pós-graduação) auxiliam a preencher lacunas deixadas pela falta de aprofundamento nos cursos de graduação, e tem sido o modo de formação mais frequente entre os psicólogos brasileiros, uma modalidade essencialmente profissionalizante (Bastos & Gondin, 2010). A prática clínica na abordagem cognitivo-comportamental pode parecer simples para um observador não treinado, contudo Beck (2013) afirma que para ser um terapeuta cognitivo-comportamental experiente requer o desenvolvimento de várias habilidades básicas e expertise na aplicação de técnicas. Foi objetivo deste trabalho, identificar e conhecer as contribuições da formação clínica na atuação do terapeuta cognitivo-comportamental. Participaram desta pesquisa 20 sujeitos, sendo 19 mulheres e 1 homem, com média de idade de 28 anos, todos graduados em Psicologia em instituição particular. Foi utilizado questionário semiestruturado desenvolvido pelos pesquisadores, com estudantes de formação clínica de um instituto de psicologia privado de duas cidades do noroeste paulista. 45% dos participantes sentiram necessidade durante o último ano de graduação em fazer uma formação, e 95% justificaram a busca da formação para melhorar suas habilidades terapêuticas. Os participantes, após ingressarem no curso de formação, perceberam aumento nas habilidades pertinentes à abordagem escolhida, como 74% de melhora no domínio teórico da abordagem cognitivocomportamental, 83% na aplicação das técnicas, 111% na elaboração do plano de tratamento, 98% na realização de ponte entre as sessões, 88% na obtenção de feedback, 84% no fluxo de assuntos por sessão, 80% na identificação, avaliação e reestruturação de pensamentos disfuncionais. De forma geral, 90% consideram de máxima relevância da realização de um curso complementar. 50 Podemos concluir que os estudantes que buscaram a formação complementar em terapia cognitivo-comportamental obtiveram melhora esperada de suas habilidades terapêuticas, inferindo a importância da formação complementar à graduação, posto que, como apontado na bibliografia, esta supre as necessidades do profissional psicólogo. [email protected] Painel 8 INSTRUMENTOS E ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS APLICADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL DISPONÍVEIS NO IDIOMA PORTUGUÊS. Cirlei Carla Gurgel do Amaral; Márcia dos Anjos; Lilian Zolet e Ruy Bueno (Uniamerica, Foz do Iguaçu, PR). Palavras-chave: criança, habilidades, instrumentos A temática do trabalho Instrumentos e estratégias terapêuticas aplicadas em crianças e adolescentes na Terapia Cognitivo-comportamental disponíveis no idioma português surgiu da importância e necessidade da realização de um levantamento bibliográfico de todos os instrumentos e estratégias terapêuticas aplicadas no Brasil com faixa etária. Conforme o trabalho avançava, percebemos a demanda por um material de praticidade e solidez designado para auxiliar o terapeuta como um guia na seleção de métodos e estratégias. Dessa demanda resultou a publicação do livro: Terapia CognitivoComportamental com Crianças e Adolescentes: guia de referência de ferramentas e estratégias terapêuticas. Percebe-se, atualmente, a crescente necessidade de instrumentos técnicos auxiliares no tratamento dos mais variados distúrbios infantis na TCC, abordagem recente e inicialmente desenvolvida para o tratamento de transtornos mentais em adultos. Nesse contexto, há uma variedade de problemas de saúde mental e/ou comportamental apresentados por crianças e adolescentes os quais pais e a escola têm dificuldade em administrar. O trabalho terapêutico com esse grupo exige especial envolvimento para ocorrer o engajamento no tratamento, demandando maior quantidade de trabalho, pois abrange também a família, o colégio e demais grupos sociais. Por ser uma área relativamente recente na terapia cognitivocomportamental (TCC), muitos psicólogos se deparam com inúmeros questionamentos quanto ao instrumento ou estratégia terapêutica mais adequada e assertiva para estes pacientes entenderem e assimilarem os conceitos chave da TCC. O trabalho objetiva auxiliar profissionais de Psicologia na implementação de aspectos inovadores na prática clínica em crianças e adolescentes, possibilitando a seleção de melhores instrumentos conforme o perfil e dificuldades do paciente, assim como novas adaptações de estratégias terapêuticas. Sendo assim, o conhecimento aprofundado da filosofia da terapia cognitiva garante melhor seleção, adequação e uso de técnicas e jogos lúdicos. Essa instrumentalização aumenta o repertório do profissional para acessar e lidar com determinados problemas específicos da criança, sejam eles quadros de ansiedade, humor, problemas de comportamento, impulsividade ou inabilidade social. A técnica é um processo que auxilia o terapeuta a ter mais eficiência no tratamento, mas não dispensa sua criatividade. Nesse estudo, o 51 jogo terapêutico revelou-se uma ferramenta importante para que haja, em conjunto com a Ciência da Terapia Cognitiva, espaço para a Arte do encontro humano com empatia, disposição de ajuda e efetividade no tratamento. [email protected] Painel 9 TCCG PARA TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL. Cristina Santana Cruz; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: fobia social; terapia cognitivo-comportamental em grupo A ansiedade é uma resposta adaptativa, passando a ser patológica quando é desproporcional diante da situação desencadeante, uma das formas de ansiedade patológica é o transtorno de ansiedade social (TAS). O TAS consiste em um medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, nas quais o indivíduo poderia sentir vergonha. A exposição social ou de desempenho provoca uma resposta de ansiedade, essas situações são geralmente evitadas ou suportadas com pavor. A Terapia CognitivoComportamental (TCC) tem demonstrado grande eficácia na remissão dos sintomas e no aumento da qualidade de vida dos pacientes, tendo como objetivo propiciar alívio dos sintomas e redução da ansiedade, a partir da identificação e modificação de pensamentos, emoção e comportamentos disfuncionais. A Terapia Cognitivo-Comportamental em grupo (TCCG), assim como a TCC, objetiva reestruturação de cognições negativas e disfuncionais sobre as situações sociais, para este objetivo a terapia consiste em reestruturação cognitiva, sessões de exposição autoguiada e in vivo. O grupo é eficaz em função da constante exposição a uma situação social, ou seja, o próprio grupo. Esse trabalho visa relatar um atendimento realizado em grupo com sessões estruturadas baseado no protocolo do Hoffman e Otto (2008). O atendimento ocorreu em 16 sessões semanais conduzido por uma terapeuta e uma coterapeuta, ambas psicólogas, nos quais as grandes temáticas consistiram em: psicoeducação sobre ansiedade e sobre os objetivos da terapia, exposições comportamentais e reestruturação cognitiva. Durante o tratamento os participantes aprenderam a definir objetivos durante uma situação social, estratégias para redirecionar atenção, formas de lidar com a ansiedade e estratégias para interromper o processo ruminativo. O grupo era composto de 6 participantes, com média de idade de 26,66 anos (dp=3,44), sendo 3 homens e 3 mulheres, o qual finalizou com 3 participantes. Os resultados foram evidenciados a partir dos instrumentos SPIN, BAI e BDI, com intuído de avaliar ansiedade social, ansiedade e depressão. Os resultados sugerem mudanças significava antes e depois da intervenção em todas as escalas utilizadas, evidenciando melhora significativa dos sintomas ao final das sessões. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] 52 Painel 10 OBSERVAÇÃO DE UM GRUPO DE TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL VOLTADO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR. Cristina Santana Cruz; Luíza Almeida Amoroso; Gabriela Affonso; Carmem Beatriz Neufeld; Carlos Bueno Júnior e Rosane Pilot Pessa (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental; reeducação alimentar; grupo A organização mundial da saúde (OMS) define a obesidade como uma acumulação anormal ou excessiva de gordura que pode prejudicar a saúde. Considerando os níveis epidêmicos de sobrepeso e obesidade no Brasil, faz-se necessário intervenções eficazes e multidisciplinares para combater essa condição. Sabe-se que fatores psicológicos e emocionais podem atuar na etiologia e manutenção da obesidade. A Terapia cognitivo-comportamental (TCC) auxilia o paciente a identificar, flexibilizar e modificar seus pensamentos distorcidos e disfuncionais a fim de desenvolver uma interpretação mais adaptativa da realidade, organizando assim as contingências para a mudança de peso, comportamentos, pensamentos e emoções ligados ao autocontrole em contextos alimentares O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados observados de uma intervenção em grupo de TCC voltada para educação alimentar associada a orientações nutricionais do Programa de Educação Alimentar da Universidade de São Paulo (PRAUSP) comparando uma avaliação feita antes da intervenção e uma avaliação ao final. A intervenção de TCC contou com 12 sessões, o grupo teve início com 14 participantes e foi finalizado, com 7, sendo 5 mulheres (71,43%) e 2 homens (28,57%). A amostra analisada no presente estudo corresponde aos participantes que participaram do grupo até seu término, de modo que a idade média destes é de 44,4 anos (dp=13,30). Os instrumentos utilizados foram o Inventário Beck de Ansiedade (BAI) e o Inventário Beck de Depressão (BDI). A análise quantitativa descritiva dos dados mostrou uma redução clínica dos escores médios referentes à ansiedade e depressão dos participantes no final do programa. A média do escore dos participantes no início do programa na BAI (n=7) foi de 12,14 (dp=4,24), correspondendo à ansiedade leve, e de 7,42 (dp=2,82), nível mínimo de ansiedade no final. No BDI (n=7), os participantes pontuaram em média 12,14 (dp=4,24), o que corresponde ao nível leve de depressão, enquanto que no final do programa, a média foi reduzida 7,57 (dp=2,12), correspondendo ao nível mínimo de depressão. O IMC médio inicial dos participantes foi de 31,58Kg/m² (dp=3,52), e ao final programa reduziu para 30,34Kg/m² (dp=4,23). Os resultados mostram redução dos sintomas psicológicos e do IMC, indicando a potencialidade da intervenção. Entretanto salienta-se que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] 53 Painel 11 CONSTITUIÇÃO FAMILIAR E QUEIXA DE COMPORTAMENTO EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA-ESCOLA. Franciele do Vale Geraldi; Amanda Dourado; Dayanne Emiliano Pigossi, Franciane Carla de Almeida e Luciana de Toledo Bernardes da Rosa (Curso de Psicologia, Instituto de Ciências Humanas, UNIP- Universidade Paulista. Campus Araçatuba). Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a constituição familiar e sua relação com as queixas de comportamento em crianças atendidas no processo de psicodiagnóstico interventivo no Centro de Psicologia Aplicada da Universidade Paulista – campus Araçatuba. Foi escolhida aleatoriamente uma amostra de 10 prontuários dentre a demanda recebida durante o ano de 2013, sendo estas crianças entre sete e onze anos. O estudo caracterizou-se como descritivo e retrospectivo, pretendendo descrever, os fatos e fenômenos de determinada realidade, onde um dos caminhos utilizados foi à análise e pesquisa documental. A mesma consistiu na examinação de materiais de natureza diversa, propondo um olhar analítico e reexaminando os conteúdos apresentados pelos prontuários. Os dados foram coletados seguindo um protocolo de vinte questões que buscou informações sobre a família e sobre a queixa da criança. Esses dados foram tabulados de acordo com a escala nominal e correlacionados entre si, caracterizando a pesquisa de análise quantitativa. Após a pré-análise dos conteúdos contidos nos prontuários, organizado o material e sistematizado as ideias iniciais, foram definidas as categorias de queixas e registros orientadas pelas hipóteses e referenciais teóricos, efetuando-se por fim o tratamento dos resultados. As famílias que apresentaram menor número de queixas por crianças foram as nucleares, sendo uma queixa por família representada, já as demais constituições apresentaram média de três queixas por prontuário. Os desenhos gráficos significativos sobre a família também apareceram em sua maioria no prontuário de crianças que já não estavam inseridas na família nuclear. Embora a amostra recolhida neste estudo não seja o suficiente para afirmar que exista uma relação entre constituição familiar e queixa de comportamento, pode-se afirmar que a maior parte das crianças que passaram por atendimento são provenientes de famílias não nucleares, e que apresentaram maior quantidade de queixas, levando à possibilidade da existência de relação entre as queixas comportamentais e a constituição familiar. [email protected] Painel 12 RESULTADOS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO DE HABILIDADES PARA A VIDA EM GRUPO DE CRIANÇAS. Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: promoção de saúde mental; infância; habilidades de vida A prevalência de problemas de saúde mental em crianças vem aumentando com o passar dos anos. A depressão é um transtorno de humor que está afetando 54 cada vez mais a população infato-juvenil, causando diversos prejuízos para essa população, como baixa autoestima, isolamento social, queda no rendimento escolar, retraimento e labilidade emocional. Como uma forma de evitar tais sofrimentos, promover o bem estar e a qualidade de vida para as crianças e proporcionar a elas um desenvolvimento saudável ao longo da vida, a literatura vem direcionando este cenário para os programas de promoção de saúde mental na infância, baseados na Terapia Cognitivo-Comportamental. As Habilidades Sociais (HS) e de Vida (HV) são partes importantes deste contexto de promoção de saúde, contribuindo para um enfrentamento saudável diante das demandas cotidianas. É nesse cenário que foi criado o Programa de Promoção de Habilidades para a Vida (PRHAVIDA) que visa a promoção de saúde mental para crianças e adolescentes em contexto escolar, por meio do treinamento de HS e HV, embasado na abordagem Cognitivo-Comportamental. O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar o PRHAVIDA em grupos de crianças, visando investigar seus efeitos sobre as medidas de depressão e HS. A pesquisa envolveu um delineamento quase-experimental, com uma metodologia pré e pós-teste com grupo lista de espera não equivalente, utilizando-se de dados secundários. Foram incluídas, na amostra, os dados referentes de 70 crianças de 8 a 10 anos, divididas em 3 grupos intervenção e 3 grupos lista de espera, que participaram do PRHAVIDA entre os anos de 2012 e 2014. Os instrumentos utilizados no estudo foram oInventário de Depressão Infantil e o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais em Crianças. Para a análise de dados utilizou-se do tratamento estatístico paramétrico. Os resultados preliminares evidenciaram uma redução nos escores de depressão, e na frequência e adequação da resposta não habilidosa ativa após a intervenção. Dessa forma, apesar do programa ser do tipo universal e não ser focado em nenhum transtorno específico, hipotetiza-se a possibilidade dele ter contribuído na redução dos índices de depressão da amostra, bem como auxiliar as crianças a evitar os comportamentos agressivos e questionar a adequação desses comportamentos. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 13 TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DISRUPTIVO. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo e Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP). Palavras-chave: terapia de esquema, transtornos disruptivos, infância e adolescência Transtornos disruptivos são transtornos psiquiátricos muito frequentes na infância caracterizados por comportamentos de transgressão a normas, desafiadores e antissociais, com implicações graves, gerando incômodo nas pessoas e ambiente social. Segundo DSM-V transtornos disruptivos são de Conduta (TC) e Desafiador de Oposição (TDO). A Terapia Cognitiva Focada em Esquemas (TE) para crianças, desenvolveu protocolo para atendimento de crianças com sintomas disruptivos. Crianças com esse transtorno tendem a ser excepcionalmente opositivas e com comportamento agressivo. Elas não são 55 temporariamente raivosas ou desafiantes, seus sintomas são claramente distintos do desenvolvimento normal e tem ativos os seguintes modos: Modo de Ataque; Intimidator; Criança irritada; Criança impulsiva; Pai punitivo; Protetor irritado. Segundo a TE nos transtornos disruptivos, um importante instrumento clínico é avaliação e análise funcional das interações entre filhos e pais, pois são nos relacionamentos familiares onde começam construções de modelo de conduta e modo de funcionamento de cada comportamento. O objetivo desse trabalho é apresentar o processo de tradução e validação de instrumentos da TE para o atendimento de crianças com TC e TDO. O procedimento visou a versão e adaptação para o português de seis instrumentos da TE desenvolvidos para trabalho com transtornos disruptivos, sendo cinco destinados aos pacientes e um a orientação de pais: a) esquema modo detetive (identificação pensamentos negativos, modos ativos nos transtornos disruptivos e seus respectivos gatilhos). b) elaboração de plano de ação e mudança dos Esquemas Desadaptativos Iniciais para esquemas positivos; c) técnica da estatística para crianças (ensina criança ponderar pensamento sobre si, evitando denegrir auto-imagem); d) escada de pontos fortes e fracos (auto-avaliação que busca identificar habilidades fortes na criança bem como pontos fracos, para se conhecer e reagir melhor em situações de conflito (nessa técnica os pontos fortes devem compensar os pontos fracos); e) técnica que avalia níveis de responsabilidade (estabelece compromissos a serem cumpridos e consequências em caso de descumprimento); f) elaboração de lista de valores e normas (questionamentos feitos aos pais para reflexão de normas e valores da própria educação e que transmitem aos filhos). Os resultados iniciais mostram que o protocolo da TE parece ser mais abrangente que os demais protocolos em Terapia Cognitiva para crianças porque trabalha também esferas comportamentais e vivenciais da criança. Além disso, incluir técnicas para ampliar a compreensão dos estados dissociativos (modos de esquemas) típicos dos transtornos disruptivos das crianças, parecem favorecer o engajamento dos pais no tratamento. Apoio financeiro: FAPEMIG [email protected] Painel 14 O QUESTIONÁRIO DE ESQUEMAS PARA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE VALIDAÇÃO SEMÂNTICA ATRAVÉS DE PROVA DE JUÍZES. Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo; Renata Ferrarez Fernandes Lopes e Maria Clara Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, SP). Palavras-chave: questionário de esquemas; crianças e adolescentes; esquemas iniciais desadaptativos; terapia cognitiva focada em esquemas A Terapia focada no Esquema para crianças é um campo das Terapias Cognitivas recentemente desenvolvido em nosso país. Estudos recentes apontam para um protocolo focado no esquema eficaz de avaliação e intervenção com seis etapas. A primeira dessas etapas é a avaliação dos Esquemas Iniciais Desadaptativos ( EIDs) das crianças. Para isso é possível utilizar o Questionário de Esquemas para Crianças desenvolvido pela equipe de Rijkeboer e Boo a fim de avaliar os EIDs de crianças de 8 a 14 anos. O 56 objetivo deste trabalho foi realizar uma validação semântica desse questionário para o uso em amostras infanto-juvenis brasileiras. Para isso, realizou-se uma prova de juízes com o objetivo de verificar o grau de concordância sobre as afirmações que compõem o instrumento. Participaram dessa pesquisa 4 juízes, com média de 32 anos de idade, com experiência clínica em terapia cognitiva ou terapia focada no esquema. As 40 afirmações do questionário foram agrupadas com base nos 11 fatores (EIDs) que compõem o instrumento: abandono (5 afirmações); vulnerabilidade (6) abuso e desconfiança (3); defectividade(3), fracasso (3); subjugação(5); padrões inflexíveis(3); autossacrifício(3); emaranhamento (3), autoengrandecimento (3) autocontrole insuficiente (3). A tarefa dos juízes consistiu em avaliar se a afirmativa era ou não representativa do fator avaliado previamente descrito de forma operacionalizada. Para a análise dos resultados, calculou-se o índice de concordância Kappa (к). Quanto mais próximo de 1, maior a concordância entre juízes e quanto mais distante de 1, menor a concordância. Os resultados mostraram que os fatores abuso (0,92), defectividade (0,95); fracasso (0,98), padrões inflexíveis (0,95) e autoengrandecimento (0,97) obtiveram uma concordância quase perfeita. Por sua vez, o fator autocontrole insuficiente (0,68) e abandono (0,70) alcançaram uma concordância substancial, e os fatores vulnerabilidade (0,57) autossacrifício (0,59) e emaranhamento (0,54) e subjugação (0,53) apresentaram concordância moderada. O conjunto dos dados indica que o questionário de esquemas para crianças pode ser um instrumento de avaliação consistente para a investigação dos EIDs presentes em crianças. Apoio financeiro: FAPEMIG [email protected] Painel 15 PERCEPÇÃO DE SAÚDE E SATISFAÇÃO DE VIDA EM ADOLESCENTES DE 13 ANOS: DADOS PRELIMINARES. Juliana Maltoni Nogueira e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: adolescência; saúde do adolescente; qualidade de vida A adolescência é um período complexo marcado por intensas transformações de ordem biológica, cognitiva e social, ocorrendo entre os 10 e 19 anos, não existindo, porém, um consenso quanto a este período. Apesar de ser propícia ao desenvolvimento, características como comportamentos de risco e aumento da prevalência de transtornos mentais aparecem. Um levantamento internacional, com mesmo instrumento desta pesquisa, aponta uma média de 17% de percepção razoável ou ruim em relação à saúde em adolescentes de 13 anos. A média da satisfação de vida pontuada abaixo de 6 numa escala de 0 a 10 foi de 15%. A investigação de indicadores de saúde e bem-estar nesta população possui importância incontestável, ainda considerando a influência deste período em questões centrais da vida adulta. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar a percepção de estudantes de 13 anos, matriculados em escolas estaduais do interior de São Paulo, em relação a saúde e satisfação de 57 vida. As coletas ocorreram em grupo nas próprias escolas com o questionário autoaplicável Health Behavior in School-aged Children (HBSC), em versão traduzida, que avalia comportamentos relacionados à saúde, bem-estar e ambientes sociais em indivíduos de 11, 13 e 15 anos. Este trabalho faz parte de um projeto maior do Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental (LAPICC-USP) que encontra-se em andamento. Os dados foram analisados pelo Statistical Package for Social Sciencies (SPSS), versão 16.0, calculando-se frequência e porcentagem. A amostra foi composta por 55 adolescentes, sendo 32 (58,2%) meninas. 23,6% consideraram sua saúde como excelente, 50,9% boa e 25,5% razoável. 25,5% dos adolescentes indicaram uma satisfação de vida menor que 6, na referida escala de 0 a 10. Os resultados preliminares indicam uma percepção positiva quanto aos itens avaliados, mas revelam um número significativo de jovens avaliando a saúde como razoável e pouco ou não satisfeitos em relação a vida, mesmo com tão pouca idade. Apesar de ser um bom indicativo de saúde, a percepção do adolescente não garante que isto reflita seu verdadeiro estado de saúde, física ou mental, nem que ele não esteja engajado ou exposto a fatores de risco. Espera-se como etapa posterior do trabalho verificar as possíveis relações das demais variáveis acessadas no estudo maior, como nível socioeconômico, sintomas depressivos e ansiosos e outros indicadores de saúde. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 16 PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA EM TERAPIA COGNITIVA NA SAÚDE: ANÁLISE DOS NÍVEIS DE EVIDÊNCIAS. Laudelino Henrique de Oliveira Vicente e Karen P. del Rio Szupszynski (Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS). Palavras-chave: terapia cognitiva, psicologia da saúde, psicologia baseada em evidências A atuação do psicólogo em locais onde a preocupação maior é a saúde geral do individuo, e não apenas sua saúde mental, tem sofrido diversas mudanças. O aumento de critérios que buscam evidências da eficácia, eficiência e efetividade das intervenções utilizadas por profissionais de saúde vem possibilitando um aumento dos campos de atuação de abordagens que já são consideradas consagradas no ambiente clínico, como acontece com a Terapia Cognitiva, e algumas de suas variações mais recentes. A pesquisa nesta área cresce a cada ano, e vem ganhando espaço dentro de intervenções que estão voltadas ao acompanhamento de pessoas em processo de saúde-doença, bem como no aumento da qualidade de vida e em instituições de saúde propriamente ditas. Diante desta realidade, pretende-se analisar a produção científica brasileira sobre as intervenções em saúde pautadas na abordagem da Terapia Cognitiva, á luz do modelo de Psicologia Baseada em Evidências, através de uma revisão sistemática de literatura. Para tanto, foram realizadas buscas nas bases de dados Lilacs, Pepsic, e Scielo, combinando os descritores “terapia cognitiva” com “serviços de saúde”, “saúde”, “instituições de saúde”, “psicologia hospitalar”, “psicologia da saúde”, “qualidade de vida”, “saúde pública”, “saúde 58 coletiva”, além dos descritores “terapia cognitivo comportamental” e “psicoterapia cognitivo comportamental” de forma isolada. Até o momento, foram encontrados 37 artigos, dois quais foram excluídos trabalhos em língua portuguesa cuja autoria não era de brasileiros (n=2), além de trabalhos que não podiam ser completamente acessados (n=10). Dos 25 trabalhos restantes, sete são revisões de literatura, cinco são estudos de caso, quatro revisões sistemáticas de literatura, três artigos conceituais, um estudo longitudinal, um ensaio clínico randomizado, um estudo de casos múltiplos, um estudo piloto e dois estudos caso-controle. Diante dos dados encontrados até o momento, percebe-se, pelos tipos e quantidades de estudos, que a produção nacional nesta área se concentra principalmente em estudos de caso e revisões bibliográficas de literatura, que não são foco da Psicologia Baseada em Evidências, estimulando assim que novos estudos que considerem tal abordagem sejam desenvolvidos em cenário nacional. [email protected] Painel 17 HABILIDADES SOCIAIS EDUCATIVAS PARENTAIS: REVISÃO DA LITERATURA NACIONAL. Lívia Lira de Lima Guerra (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP) e Bruno Luiz Avelino Cardoso (Universidade Federal do Maranhão/ Instituto Wainer & Piccoloto). Palavras-chave: habilidades sociais; habilidades sociais educativas; habilidades sociais educativas parentais. O conceito de Habilidades Sociais Educativas (HSE) integra o campo teóricoprático das Habilidades Sociais (HS) e refere-se às classes de HS utilizadas intencionalmente para promover o desenvolvimento e aprendizagem do outro, incluindo o desenvolvimento cognitivo e comportamental do indivíduo. As habilidades dos pais nas interações e na educação dos seus filhos têm se mostrado decisivas na promoção de comportamentos socialmente habilidosos ou na ocorrência de problemas de comportamento. A infância é um período de grandes demandas sociais, crucial para o aprendizado de HS, por isso, o envolvimento e o desempenho dos pais são fundamentais para o estabelecimento de relações educativas que efetivamente promovam a competência social. Devido à importância dos estudos sobre HSE, especificamente as parentais e sua relação com problemas de comportamento dos filhos, aponta-se a necessidade de investigação nacional das pesquisas que estão sendo desenvolvidas, bem como das categorias que elas pertencem no campo científico. Com objetivo de realizar uma revisão da literatura nacional, foi realizado um levantamento bibliográfico inicial, no portal de periódicos da CAPES, e logo após, nas bases de dados SciELO Brazil, Lilacs, IndexPsi. Como requisito fundamental para inclusão nessa pesquisa, delimitou-se a presença de pelo menos uma das seguintes (combinações de) palavras-chave: “habilidades sociais educativas parentais” “habilidades sociais educativas x práticas educativas parentais”, e/ou a presença dessas no título da pesquisa. Não constaram nessa pesquisa livros, capítulos de livros, teses e dissertações. Foram encontrados 25 artigos no Portal Periódicos da CAPES, sendo 20 na base de dados Scielo; 22 na base de dados Lilacs e 08 no Index Psi. Retirando-se os artigos repetidos e considerando os critérios de 59 inclusão na pesquisa, chegou-se a um n de 16 artigos sobre HSE (100%). Os estudos foram sistematizados e apontaram os resultados nas categorias: (a) Teóricos (0%); (b) Aplicados (0%); (c) caracterização e/ou correlações (68,75%), (d) intervenções (25%), (e) construção, adaptação e validação de instrumentos (6,25%); (f) outros (0%). Considera-se necessária a ampliação de estudos e pesquisas sobre HSE, carecendo de estudos aprofundados sobre os diversos campos categóricos, entre os quais, destacam-se os teóricos e aplicados sob esse referencial das HS. [email protected]. Painel 18 CRENÇA SOBRE O SENTIDO DA VIDA: RELATOS DE ADOLESCENTES. Lívia Lira de Lima Guerra(Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP). Palavras-chave: percepção; adolescência, sentido da vida A premissa básica da Terapia Cognitiva é de que a maneira como as pessoas interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam. Tais ideias, ou interpretações, são incorporadas como verdades absolutas, podendo gerar sofrimento psicológico. Para a Logoterapia, o fato de problematizar a própria existência e perguntar pelo seu sentido é uma característica específica do ser humano, que se inicia geralmente com o processo de maturação, na adolescência. Sendo assim, cabe destacar que nesta fase, ocasionalmente, podem aparecer ideias suicidas, uma vez que fazem parte do processo de questionar o sentido da vida. Entende-se que a carência de sentido pleno nessa faixa etária da adolescência é um estágio passageiro normal, mas que pode se tornar um fator de risco para ocorrência de problemas existenciais. A vivência dos valores, também é uma característica fundamentalmente presente na condição humana, eles podem ser criadores (aquilo que se faz no mundo), vivenciais (experiências com a natureza, a beleza, o amor) ou de atitudes (perante um destino imutável) e contribuem na tarefa de perceber significado em cada situação e atribuir sentido à existência. Devido à importância dos estudos sobre a adolescência, aponta-se a necessidade de investigação acerca da percepção do sentido de vida. Sendo assim, o presente estudo teve por objetivo discutir as percepções de adolescentes acerca do sentido da vida e quais os valores que eles vivenciam. O estudo foi do tipo descritivo, de corte transversal e abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa dez estudantes das três séries do ensino médio, de ambos os sexos e na faixa etária de 14 a 17 anos. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo, emergindo oito categorias. A frequência de presença da categoria no relato dos participantes (n=10) segue em parênteses: valores vivenciais (10); valores criativos (7); valores atitudinais (2); propósito da vida humana (10); percepção do sentido da vida (9); carência de sentido (6); percepção da vivência de valores (9); e envolvimento social (8). Os resultados sugerem que os sujeitos atribuíram um sentido as suas vidas, devido à vivência de valores, principalmente nas interações interpessoais. Sugere-se que novas pesquisas possam ser realizadas, ampliando-se o número de participantes. 60 [email protected]. Painel 19 USO DE BENZODIAZEPÍNICO COMO BUSCA DE SEGURANÇA: SUPERANDO UM CICLO DE MANUTENÇÃO COM A TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Aline Gerbasi Balestra; Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). O uso de benzodiazepínicos (BDZ) tem demonstrado eficácia no tratamento do Transtorno do Pânico (TP). Entretanto, os benefícios associados aos BDZs são atenuados pelas dificuldades na descontinuação do tratamento com possibilidades de dependência. Pacientes ansiosos podem associar o medicamento a um método rápido de diminuição ou evitação dos sintomas de ansiedade, percebendo como uma segurança que os protegem de possíveis ameaças, deixando de avaliar seus próprios recursos de enfrentamento. O objetivo deste estudo de caso foi relatar um processo de tratamento, através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), de descontinuação do uso de BDZ como busca de segurança em um paciente com TP. O presente relato de caso descreve o atendimento individual a um paciente, 28 anos, solteiro, residente do interior de São Paulo. Foram utilizados como instrumentos os inventários Beck de depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS). O tratamento procedeu através de 30 sessões estruturadas na abordagem cognitivo-comportamental. O curso do tratamento seguiu através da reestruturação cognitiva, flexibilizando pensamentos distorcidos e crenças disfuncionais por meio de busca de evidências, e exposição gradual em situações temidas sem o recurso medicamentoso. Como resultado, o paciente apresentou a descontinuação do uso do BDZ sublingual e uma melhora significativa em sua funcionalidade. Os comportamentos de esquiva de situações sociais diminuíram consideravelmente. O paciente voltou a frequentar, através da exposição gradual, locais tidos como aversivos. Em todas estas situações, houveram uma diminuição gradual do uso do BDZ , até a sua retirada total na 11ª sessão, através da quebra de seu ciclo de busca de segurança, por meio de flexibilização e reestruturação cognitiva. Observou-se a importância da associação entre reestruturação cognitiva e técnicas de exposição como auxiliares para o tratamento no processo de descontinuação do uso de BDZ, principalmente para pacientes com histórico de insucesso na retirada do medicamento. Uma vez avaliados os pensamentos distorcidos associados à situações temidas, o paciente poderá examinar diretamente, em situações testes, seus reais recursos para lidar com essas situações aversivas. Desta maneira, a utilização da TCC possibilitou um tratamento importante para a quebra do ciclo de manutenção de busca de segurança e retirada total do BDZ sublingual. Estudos com um maior controle das variáveis poderiam ampliar as possibilidades de intervenção em TP e no processo de descontinuação medicamentosa. [email protected] 61 Painel 20 A IMPORTÂNCIA DAS INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DO TRANSTORNO DE PÂNICO EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL. Maria Claudia Rodrigues; Glauce Andreotti Mazo; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). Palavras-chave: terapia cognitiva; transtorno do pânico; ciclos de manutenção Ciclos de manutenção são processos psicológicos que mantém a dificuldade do paciente, podendo conduzir o indivíduo a cometer interpretações irreais, incluindo avaliações negativas e a subestimação de sua capacidade de enfrentamento, gerando reações fisiológicas associadas. O objetivo do trabalho foi relatar, através de um estudo de caso, a importância de intervenções nos ciclos de manutenção no Transtorno de Pânico (TP) através da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). O presente relato descreve o caso de uma paciente, 28 anos, Enfermeira, casada, residente do interior de São Paulo, sem filhos, católica. Buscou atendimento psicoterápico, encaminhada pelo psiquiatra, relatando crises ansiedade e preocupação excessiva com o trabalho -“todos os procedimentos que eu faço, acredito que tem que ser perfeito”. Foram utilizados como técnicas de intervenção: psicoeducação sobre ansiedade, treino de relaxamento, questionamento de pensamentos e crenças, intervenções sobre o ciclo de manutenção do perfeccionismo e de esquiva. Como principais resultados, através das técnicas descritas, a paciente conseguiu reduzir os sintomas de ansiedade, percebendo os gatilhos que desencadeavam o transtorno, quebrando seu ciclo de manutenção perfeccionista e de esquiva, o que fez aumentar sua sensação de controle, e diminuísse a hipervigilância nos sintomas. Conseguiu-se reestruturar os pensamentos relacionados à ansiedade, fazendo com que a paciente retornasse ao trabalho, e realizasse os as suas atividades no trabalho sem ficar extremamente ansiosa, e diminuindo sua auto-cobrança e a esquiva – “Vou dar o meu melhor, mas sei que às vezes falharei e isso não será o fim”. Através deste relato de caso foi possível observar a importância da TCC em intervenções no ciclo de manutenção perfeccionista e de esquiva como auxiliar no tratamento do Transtorno de Pânico. Aponta-se que a estabilização do humor ansiogênico da paciente foi fundamental para a facilitação da aplicação de técnicas de questionamentos de pensamentos e quebra dos ciclos que mantinham o transtorno. São necessários mais estudos, objetivando investigar formas teóricas e práticas interventivas, sobre os ciclos de manutenção do TP. [email protected] Painel 21 A TERAPIA RACIONAL EMOTIVA COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE DA DOENÇA. Maria Fabrícia Queiroga da Costa (Centro Universitário de João Pessoa – UNIPE, João Pessoa, PB). Palavras-chave: ansiedade; emoção; doença 62 O presente trabalho trata-se de um estudo de caso de um jovem, sexo masculino, 31 anos, diagnosticado com transtorno de ansiedade da doença. Para o tratamento de tal problemática foi associado o acompanhamento psiquiátrico com medicação, e psicológico com foco na terapia racional emotiva comportamental. O transtorno de ansiedade da doença, segundo o DSM- V, se caracteriza por preocupação com ter ou contrair uma doença grave, estando ou não presente sintomas somáticos e preocupação, que é claramente excessiva ou desproporcional, levando a alto nível de ansiedade. O indivíduo tem comportamentos excessivos relacionados à saúde ou exibe evitação maladaptativa. A terapia racional-emotiva-comportamental (TREC), desenvolvida por Albert Ellis, mostra eficiência em aliviar as perturbações emocionais de seus pacientes, e ao mesmo tempo propiciar uma mudança filosófica profunda. A técnica tem como objetivo de auxiliar numa maior compreensão do processo terapêutico, propondo um modelo “ABCDE dos distúrbios emocionais”. O caso chegou ao consultório já diagnosticado por um médico especialista, e já fazendo uso de ansiolíticos. O mesmo temia está doente e por isso buscava profissionais para confirmar tal hipótese, causando-lhe sofrimento físico e emocional. Foi realizado, em terapia, avaliação do estado emocional do mesmo, e em seguida aplicação da TREC, através da investigação do acontecimento ativador; suas crenças disfuncionais; análise das consequências emocionais e comportamentais; passando a questionar suas crenças e seus efeitos. Posterior a tais questionamentos, foi confeccionado cartões de enfrentamento para aumentar o impacto emocional das novas filosofias, e técnicas comportamentais, como a dessensibilização sistemática, se expondo comportamentalmente ao seu medo, que seria passar em frente a hospitais, ficar em salas de espera de consultórios médicos, assim como fazer visitar a pessoas próximas que estavam enfermos. Com as sessões de psicoterapia o paciente mostrou resultados positivos, e posteriormente a diminuição da medicação. Foi realizada a prevenção de recaída e progressivamente o jovem foi finalizando seu acompanhamento. [email protected] Painel 22 TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA ABORDAGEM COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM UM CASO DE DEPRESSÃO E EXTRACONJUGALIDADE. Mariana Fortuna Donadon; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). Introdução: A vivência de relações extraconjugais pode ser um dos fatores de risco para o desenvolvimento da depressão devido a uma série de consequências negativas decorrentes desta relação ambígua, incluindo a formação de culpa, a raiva, pensamentos ou crenças disfuncionais e déficits no repertório de habilidades sociais. Objetivos: objetiva-se demonstrar a importância do treinamento de habilidades sociais (THS) na terapia cognitivocomportamental (TCC) em um caso de depressão e extraconjugalidade. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 26 anos, submetida a 45 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental 63 na modalidade individual. Na avaliação diagnóstica, foram utilizados os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) e os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). Para avaliação do repertótio de habilidades sociais foi utilizado o inventário de habilidades sociais (IHS) aplicado pré e pós intervenção nas habilidades sociais. Tal inventário avaliou os seguintes domínios ou fatores: (F1) Enfrentamento e autoafirmação de risco, (F2) Autoafirmação na expressão de sentimentos, (F3) Conversação e desenvoltura social, (F4) Auto exposição a situações novas, (F5) Autocontrole da agressividade e Total. O plano de tratamento envolveu técnicas cognitivo-comportamentais tais como psicoeducação, reestruturação cognitiva, treino de habilidades sociais e prevenção de recaídas. Resultados: Como resultados verificou-se uma diminuição do humor depressivo com escores pré-teste (BDI=17; BAI=6; BHS=4) e pós-teste (BDI=0; BAI=0; BHS=0). Além disso, foi observada uma melhora no repertório de habilidades sociais no pós-teste ((F1)=35; (F2) =40; (F3)=97; (F4)=50; (F5)=60 e total = 60), em relação ao pré-teste ((F1)=35; (F2) =35; (F3)=85; (F4)=15; (F5)=15 e total = 50). Por fim, após o questionamento de crenças a paciente passou a adotar um padrão de crenças mais funcionais e menos rígidas, o que provocou progressivas mudanças no repertório comportamental, incluindo-se não procrastinar o término da relação e a independência frente ao parceiro, colaborando com a percepção da paciente dos seus recursos e aumentando a autoconfiança. Discussão/conclusão: Tais fatores, em conjunto, colaboraram para um melhor funcionamento biopsicossocial da paciente, contribuindo para a tomada de decisão de encerrar o relacionamento extraconjugal e apontando um impacto positivo do THS no tratamento de pacientes com depressão e envolvimento extraconjugal. [email protected] Painel 23 INTERVENÇÕES NO CICLO DE MANUTENÇÃO DE ESQUIVA: UM ESTUDO DE CASO. Mariana Fortuna Donadon; Laís Ferrarez; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). Palavras-chave: terapia cognitiva; comportamento de esquiva; intervenção Introdução: A formulação de caso, utilizada na terapia cognitiva comportamental (TCC), visa elaborar uma imagem individualizada do modo de funcionamento do paciente, descrevendo suas dificuldades, crenças e os principais ciclos de manutenção dos problemas com o objetivo de orientar o plano de tratamento.Um aspecto importante da formulação de caso é o entendimento dos ciclos de manutenção da dificuldade do paciente. Tais ciclos funcionam como loops de retroalimentação visto que pensamentos, emoções, comportamentos ou respostas fisiológicas podem dar origem a efeitos que acabam retroalimentando o sintoma original, mantendo-o ou priorando-o. Conhecer tais ciclos é de extrema importância para orientar intervenções. Objetivo: demonstrar intervenções na abordagem cognitivacomportamentalsobre o ciclo de manutenção da fuga e esquiva em um 64 atendimento individual.Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 40 anos submetida a psicoterapia cognitivacomportamental na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS), bem comoo registro de pensamentos disfuncionais, questionamento de pensamentos automáticos disfuncionais e crenças disfuncionais, exposição, experimentos comportamentais, psicoeducação e inventários de custo/benefício e vantagem/desvantagem. Resultados:Após intervenções no ciclo de manutenção de esquiva a paciente passou a apresentar comportamentos mais funcionais, tendo a oportunidade de testar suas cognições disfuncionais e melhorar seu humor. Passou a enfrentar situações que anteriormente esquivava-se como procurar outro emprego, distribuir currículos, participar de entrevistas, sair com amigas, fazer vestibular e conversar de forma assertiva com os familiares sinalizando quando algo lhe incomodava. A redução da esquiva em conjunto com o questionamento de pensamentos automáticos disfuncionais foram importantes para a flexibilização de crenças disfuncionais da paciente que passou a relatar uma avlaição mais positiva de si mesma.Discussão/conclusão: O presente estudo aponta que as intervenções no ciclo de manutenção de fuga/esquiva foram fundamentais para o tratamento da paciente. A modificação do ciclo de manutenção facilitou o processo de flexibilização das crenças centrais e promoveram importantes mudanças afetivas e comportamentais. Tais intervenções também foram úteis para a prevenção de recaídas visto que a paciente tornou-se capaz de identificar o próprio ciclo de manutenção podendo procurar por recursos e estratégias diferentes a fim de recorrer ao enfrentamento. [email protected] Painel 24 SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA NO CONTEXTO PRISIONAL FEMININO: UMA ANÁLISE COGNITIVA. Odineuza Castro Cavalcante; Maria Renata Florêncio de Azevedo; Rebeca Cruz Montenegro Pires e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB). Palavras-chave: depressão, presídio, mulheres, cognitivo Dentre os quadros clínicos patológicos do humor mais comuns se encontra o transtorno depressivo. O objetivo do presente estudo foi investigar a sintomatologia depressiva em mulheres encarceradas, tendo como base uma análise a luz da teoria cognitivo-comportamental proposta por Aaron Beck. Tratou-se de um estudo do tipo descritivo de cunho quantitativo e qualitativo. A amostra foi constituída por 60 mulheres que se encontravam reclusas no Presídio Feminino da cidade de Patos, PB. Os instrumentos utilizados foram o questionário sócio demográfico, Inventário de Depressão de Beck e uma entrevista semiestruturada. A análise do questionário e da escala foi realizada através da utilização do software estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS), sendo empregada uma estatística descritiva. Para a análise das entrevistas foi utilizada a análise categorial temática. A faixa etária entre 25 a 38 anos emergiu em maior frequência ilustrando 43,4% da amostra total. 65 48,3% das mulheres se declararam solteiras. 33,3 % não tinham nenhum grau de escolaridade, 50% disseram ter o ensino fundamental completo. A religião mais frequente foi a católica com 53,3%, 40% disseram que eram domésticas e 60% estão presas num período de tempo de 1 a 22 meses. Foi identificado um nível de depressão de moderado a severo nas mulheres, totalizando 39%. Importante enfatizar que 25% não apresentam estes sintomas e, 36% sintomas mínimos. Nas entrevistas emergiram três classes temáticas (eu mesma, os outros e o futuro), três categorias (autoestima, erros cognitivos e depressão) e seis subcategorias (inferiorioridade, culpa, maximização, abstração seletiva, tristeza, desesperança). Os dados quantitativos demonstram a pauperização no contexto prisional, bem como a necessidade de intervenção psicológica nestas mulheres, haja vista o percentual sintomatológico ter sido considerado alto e relevante. Para aquelas que não apresentaram sintomas depressivos ou apresentaram sintomas leves, a intervenção deve acontecer como forma de prevenção. Na análise das entrevistas, foi identificada a presença da tríade cognitiva da depressão, desenvolvida na perspectiva de Beck. As categorias deixam claras a presença de crenças nucleares do tipo desvalor e desamparo. Verificou-se que as mulheres traziam suas elaborações, acerca da própria vida, de maneira negativa antecipando resultados desfavoráveis. Daí, foram identificados pensamentos disfuncionais como inferência arbitrária, abstração seletiva, supergeneralização e personalização. Sabe-se que é natural um quadro depressivo em pessoas reclusas. No entanto, verificou-se que, no ambiente investigado, é necessária a presença de um psicólogo cognitivo para prevenção e tratamento de quadros depressivos no ambiente. [email protected] Painel 25 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES ATENTIVAS E FLEXIBILIDADE MENTAL EM DEPENDENTES QUÍMICOS. Polyana Alvarenga Matumoto e Joaquim Carlos Rossini (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). Palavras-chave: dependência química, flexibilidade mental, funções executivas O consumo de cocaína, álcool e Cannabis sativa (maconha) contribuem significativamente para o aumento de problemas graves relacionados à saúde pública, elevando os índices de violência, e acarretando uma série de complicações médicas e psiquiátricas. Vários estudos demonstram que processos cognitivos básicos estão envolvidos no comportamento do uso de drogas, no desenvolvimento da dependência e no processo de recaída. Sendo assim, o estudo da cognição humana pode ser fundamental para a compreensão dos efeitos cognitivos e emocionais das substâncias psicoativas nos comportamentos aditivos. Estes estudos mostram que usuários nocivos e dependentes de substâncias psicoativas apresentam tendência a importantes alterações cognitivas, principalmente nas funções mnemônicas, executivas, atentivas e motoras. As funções executivas, de modo geral, são processos cognitivos superiores que permitem a manutenção de um funcionamento mental apropriado para alcançar um objetivo futuro, sendo responsável, em parte, pela capacidade de iniciar ações, planejar e prever meios de solucionar problemas, adiantar consequências e modificar estratégias de forma flexível. O 66 objetivo da presente pesquisa foi investigar possíveis alterações em processos cognitivos de sujeitos que foram diagnosticados como dependentes de substâncias psicoativas como álcool, cocaína/crack e/ou maconha, e estavam em tratamento intensivo em caráter de internação–dia. Dentre as funções cognitivas avaliadas, destacam-se a focalização atentiva e a flexibilidade mental de sujeitos diagnosticados com dependência química (G1; n= 20) quando comparados a um grupo controle que não faz uso nocivo de substâncias psicoativas (G2; n= 20). Os participantes foram avaliados através do Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST) e um Teste de Desempenho Contínuo (TDC). Os resultados sugerem que os indivíduos do grupo G1 apresentaram um desempenho significativamente inferior no teste WCST e na maioria dos índices do teste TDC. Em conjunto, os resultados observados sugerem um déficit na flexibilidade cognitiva e um quadro de desatenção apresentado pelos participantes do grupo G1 em comparação ao grupo G2. Os achados são discutidos em termos de possíveis implicações para o tratamento de dependentes químicos. [email protected] Painel 26 TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL E AS CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Polyana Alvarenga Matumoto e Dárcio Tadeu Lisboa Oliveira (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). Palavras-chave: transtorno disfórico pré-mentrual, terapia cognitiva, técnicas comportamentais Alterações manifestadas durante o ciclo menstrual da mulher estão presentes em relatos desde os primórdios da humanidade. No entanto, ainda hoje é um tema passível de tabus e dúvidas. Somente em 1985 a Associação Psiquiátrica Americana (APA) considerou a inclusão de uma categoria diagnóstica para um subgrupo de mudanças pré-menstruais na terceira edição revisada do Manual Diagnóstico e Estatístico – DSM III-R, caracterizado por predomínio de sintomas emocionais e alterações comportamentais, com gravidade clinicamente significativa, e acompanhada de consequências incapacitantes nas atividades familiares, ocupacionais e sociais. Com a publicação da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), em 2013, o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que figurava como Apêndice B no DSM-IV-TR, passou a integrar a categoria dos Transtornos Depressivos. Consta de um trabalho teórico cuja revisão bibliográfica foi a metodologia de pesquisa utilizada. Foram analisados 34 artigos e publicações sobre o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual e Terapia Cognitivo- Comportamental no período de 1953 a 2015. Foi possível concluir que trata-se de um assunto que carece de mais estudos e pesquisas conclusivas, o que não exclui o fato de que é um problema real para muitas mulheres e por isso necessita de atenção e cuidado por parte dos profissionais da saúde. Se pensamentos disfuncionais, sem base integral na realidade, influenciam de forma significativa o humor e o comportamento do indivíduo, e a intensidade dos sentimentos depende em grande parte da forma como a situação é avaliada, técnicas de reestruturação 67 cognitiva se fazem necessárias para o alívio dos sintomas. Assim, o principal objetivo da Terapia Cognitivo- Comportamental para tratar o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual refere-se a uma intervenção terapêutica para identificar as percepções e pensamentos distorcidos e os comportamentos disfuncionais. É necessário que as mulheres aprendam o papel das cognições no bem-estar e na doença. Posteriormente, o foco passa a ser um reenquadramento e uma solução de problemas racional, onde são apresentados e ensinados comportamentos e verbalizações de enfrentamento centradas na emoção e no problema. Os componentes cognitivos altamente específicos do Transtorno Disfórico PréMenstrual continuam constituindo áreas frutíferas para uma pesquisa futura. [email protected] Painel 27 DEPENDÊNCIA À INTERNET E DEPRESSÃO: UMA INTERCESSÃO REAL, NÃO VIRTUAL. Rebeca Cruz Montenegro Pires; Lígia Caroline Lucena da Silva; Odineuza Castro Cavalcante e Regina Lígia W. de Azevedo (Faculdade Mauricio de Nassau, João Pessoa, PB). Palavras-chave: depressão, dependência à internet, cognitivo-comportamental A utilização da internet se torna cada vez mais necessária e indispensável no cotidiano das pessoas. É inegável as vantagens que ela oferece, porém, a atração pela internet fez com que o uso sadio e funcional desse lugar ao abuso e ao uso desmedido, criando severos prejuízos na vida cotidiana dos usuários. Neste enfoque, o presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão sistemática da literatura científica sobre a abordagem cognitivocomportamental acerca da relação da depressão e dependência à internet. Para tanto, foi realizada uma busca nas redes de indexação LILACS, SciELO-Brasil e PePSIC, usando-se como parâmetros os termos: "depressão", "uso patológico da internet", "depressão + internet" e, "terapia cognitivo-comportamental". Nesta busca eletrônica foram recuperados 10 artigos e um trabalho de conclusão de pós-graduação. Tais materiais, em linhas gerais, não trazem nos seus objetivos a busca da relação entre estes dois construtos, no entanto, é apontado nos seus resultados, um consenso acerca da possível interseção e/ou proximidade dos dois transtornos. Os estudos, em sua maioria é revisão sistemática da literatura científica, bem como pesquisas qualitativas. Foi possível identificar que estudos são realizados em diferentes países e apontam para prevalências diversas, deixando os estudiosos cientistas vulneráveis à adoção de distintos critérios diagnósticos. Verificou-se ainda, uma visão consensual acerca da dificuldade em diagnosticar precisamente a dependência à internet tendo como comorbidade a depressão, já que faltam critérios para definir a dependência à internet e sua relação com os transtornos de humor. Além do exposto, foi apurado que não é explicito se é a dependência da internet que causa a depressão ou se é a depressão que causa a dependência da internet. Os achados apontam o relato de muitos pacientes pondo em evidência que o uso abusivo e dependência à internet são disfuncionais, ou seja, apresentam prejuízos significativos na vida profissional, social e familiar. Assim, percebese que estes prejuízos direcionam essas pessoas à uma sintomatologia depressiva, passando a viver isoladamente e com uma distorção de si mesmo, 68 do mundo e do futuro. A terapia cognitivo-comportamental é apontada por oitos dos dez artigos, como uma forma eficiente de intervenção e tratamento. Assim, é apontada a importância de um tratamento combinado com psicotrópicos específicos. A partir deste estudo, verificou-se a necessidade de elaboração de novas pesquisas e publicações destas acerca da possível relação entre estes dois transtornos, bem como as formas de tratamento para este quadro conjunto. [email protected] Painel 28 IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO NA PREVENÇÃO DE RECAÍDA NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Rita de Cassia de Oliveira Cano; Mariana Fortuna Donadon; Aline Gerbasi; Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti(Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). A psicoeducação é uma intervenção amplamente utilizada na terapia cognitivocomportamental (TCC), pois permite que o paciente seja capaz de compreender as diferenças entre suas características pessoais e características do transtorno. Assim, quanto mais informações o paciente obtiver acerca do seu funcionamento frente ao problema, mais será capaz de identificar sinais referentes ao surgimento do mesmo, podendo desenvolver estratégias apropriadas para enfrentá-lo durante o processo terapêutico e também após a finalização do mesmo. Alguns autores ressaltam que a psicoeducação pode ser um instrumento de motivação para mudança e prevenção de recaídas na TCC. Objetivo: demonstrar a importância da psicoeducação no processo de prevenção de recaídas. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 31 anos submetida a 39 sessões de TCC na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS) para avaliação do humor e as seguintes intervenções: técnicas de psicoeducação, quadro de atividades, experimentos comportamentais, role play, inventário negativo/positivo, relaxamento e respiração diafragmática, registro de pensamentos disfuncionais e questionamento de pensamentos e crenças. Resultados: A paciente obteve melhoras importantes ao informar-se sobre o seu funcionamento e sobre o modelo cognitivo compreendendo a importância da avaliação dos próprios pensamentos para obter melhor controle emocional e, assim, não precisar comportar-se de forma disfuncional. A psicoeducação foi bastante útil no processo como um todo, primordialmente na prevenção recaída quando surgiram dúvidas sobre sua capacidade de lidar sozinha com as adversidades. Discussão/conclusão: Em suma, este caso ilustra como a psicoeducação pode favorecer o processo de psicoterapia em TCC e contribuir para a prevenção de recaídas, facilitando o sucesso da terapia. [email protected] Painel 29 ALIANÇA TERAPÊUTICA EM UM CASO ATENDIDO NA ABORDAGEM COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Thalita Roque Martins; Mariana Fortuna 69 Donadon; Tatiana de Abreu Braga Soares; Juliana Brasileiro; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de Ribeirão Preto – CTC VEDA RP, Ribeirão Preto - SP). Introdução: A psicoterapia envolve, invariavelmente, a interação entre paciente e terapeuta, que tem sido comumente chamada de aliança terapêutica e tem se destacado como parte fundamental do processo terapêutico na TCC. O paciente que se sente apoiado e compreendido pelo terapeuta pode tornar-se mais motivado para a mudança, aderindo melhor ao tratamento. Objetivo: apresentar um estudo de caso de um atendimento em TCC enfatizando o aspecto da aliança terapêutica. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 48 anos submetida a 31 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS), bem como a torta de responsabilidades, o registro de pensamentos disfuncionais, psicoeducação e questionamento de pensamentos e crenças. Resultados: Foram observadas melhoras consideráveis no humor ao final da terapia com diminuição significativa dos escores das escalas Beck. O estabelecimento da aliança terapêutica pôde ser observado através da assiduidade da paciente, empenho na realização das tarefas de casa, entusiasmo com as conquistas, feedbacks positivos sobre a terapia e permanência na terapia. Além disso, a paciente foi capaz de compreender seu funcionamento cognitivo e tornou-se apta para identificar e questionar pensamentos disfuncionais e suas próprias crenças de desamor. Ao longo das sessões, a paciente ofereceufeedbacks positivos sobre o aumento da confiança em relação à terapia e ao trabalho da terapeuta, o que deixou claro a importância do fortalecimento da aliança terapêutica para a evolução do tratamento. Discussão/conclusão: o trabalho realizado com a paciente vai ao encontro do que a literatura tem ressaltado de que a boa aliança terapêutica é fundamental para que o paciente se sinta acolhido, seguro e engajado no processo de mudança. Uma vez que o conceito de aliança terapêutica não se originou na TCC, já que também é discutida em outras abordagens, percebe-se a necessidade de que os pesquisadores estejam atentos às descobertas de outras áreas da psicologia, a fim de ampliarem seu conhecimento a respeito do assunto. [email protected] Painel 30 RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE PSICOLOGIA EM OPERADORA DE SAÚDE. Thaysa Castro Molina; Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Letícia Carla Appendino; Andreia Mara Angelo Gonçalves Luiz; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde). Palavras-chave: operadora de saúde, grupo psicoeducativo A Agência Nacional de Saúde Suplementar é o órgão responsável pelo setor das operadoras de saúde do Brasil. Estas são destinadas aos beneficiários de contratos firmados a partir de janeiro de 1999, quando entrou em vigor a lei 70 que regulamentava as operadoras. Nesta lista se encontra sessões de psicoterapia, terapias ocupacionais, fisioterapia e nutrição. O objetivo deste estudo foi relatar a experiência do atendimento psicológico de adultos no Serviço de Psicologia de uma operadora de saúde do interior de São Paulo. A instituição possui, no momento, cinco psicólogos da abordagem cognitivocomportamental, para os atendimentos em grupo e psicólogos credenciados e prestadores, de diversas abordagens, para o atendimento individual. O cliente é encaminhado para a psicologia por meio de solicitação médica. Primeiramente é realizado uma triagem, com entrevista semi-estruturada, na qual é feito o acolhimento, identificação das queixas, história de vida e é traçado uma hipótese diagnóstica inicial. Após a triagem, o cliente é encaminhado para atendimento individual ou grupo, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os critérios de inclusão para o encaminhamento em grupo são: dificuldades em habilidades sociais, sintomas leves de ansiedade e/ou depressão, dor crônica, compulsão alimentar e tabagismo; são excluídos do grupo e encaminhados para atendimento individual os indivíduos com deficiência intelectual, abuso físico, transtornos mentais graves e com sintomas psicóticos. São disponibilizadas 12 sessões anuais, que são distribuídas uma vez por semana, durante uma hora. Os grupos têm a estrutura aberta e o enfoque é educativo. Os grupos são compostos por no máximo cinco participantes. Os grupos são divididos pelas queixas, e, no momento, os grupos existentes são: habilidades sociais, ansiedade e depressão; dor crônica; compulsão alimentar; tabagismo e grupos destinados a adultos acima de 60 anos. Foi observado na atual estrutura do serviço, que muitos clientes relatam satisfação com o atendimento prestado, redução das queixas iniciais e mudanças de comportamento. A busca pelo serviço de psicologia nas operadoras de saúde vem crescendo e, com isso, novas formas de atendimento, como o grupo, possibilitam um custo menor às operadoras. Pode-se inferir que a estrutura a qual se encontra o serviço de psicologia possibilita um atendimento psicológico de melhor qualidade e um custo menor a empresa. Os grupos permitem um número maior de atendimentos com menor tempo. Pesquisas que avaliem a estrutura e satisfação dos clientes são importantes para o desenvolvimento e qualidade do atendimento da psicologia nas operadoras de saúde. [email protected] Painel 31 GRUPO EM SALA DE ESPERA: PROPOSTA PSICOEDUCATIVA. Thaysa Castro Molina e Tatiane Fernanda Trevizan de Morais (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, Ribeirão Preto - SP). Palavras-chave: sala de espera, satisfação dos usuários, grupo psicoeducativo O desenvolvimento de práticas parentais positivas pode contribuir com o manejo dos transtornos mentais infantis e o seu prognóstico. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a satisfação de pais e/ou cuidadores após o grupo de sala de espera – orientações psicoeducativas, das crianças e adolescentes atendidos no Ambulatório de Psiquiatria Infantil de um hospital terciário do interior de São Paulo. Os acompanhantes foram convidados pela própria pesquisadora durante a reunião do grupo em sala de espera para participarem da pesquisa. 71 Participaram do estudo 47 pais e/ou cuidadores, os quais responderam a uma ficha de identificação e questionário de satisfação, este abarcou 11 questões de múltipla escolha, com mais de uma alternativa possível a ser escolhida, parte deste questionário foi extraído do questionário elaborado por Barbosa et al. (2008), que autorizaram seu uso. A ficha de identificação e o questionário foram aplicados em um único evento de forma individual e entregue aos participantes para responderam após o grupo. Para serem incluídos no estudo, os participantes deveriam ser pais e/ou cuidadores que acompanhavam o paciente na consulta médica. Realizou-se a pesquisa entre julho a outubro de 2015, no grupo de sala de espera com proposta psicoeducativa, o qual é realizado uma vez por semana, durante 45 minutos, com temas específicos. Os principais resultados indicaram: 79,18% dos cuidadores são as mães, com média de idade de 41,17, sendo 62,5% casados e ensino fundamental incompleto 64,58%. Buscaram ajuda especializada em razão dos comportamentos internalizantes (46%), externalizantes (30%) e/ou dificuldades de aprendizagem dos pacientes (24%). Através do questionário de satisfação obteve-se: 53,19% realizam tratamentos neste ambulatório há mais de um ano, 89,36% participaram do grupo nos retornos das consultas, 65,95% participaram do grupo para lidar melhor com a criança, 78,72% compreenderam as orientações do profissional e 65,96% relataram de sentimento de esperança após a participação no grupo. Quando questionados sobre a relevância do grupo em sala de espera 95,74% relataram ser de muita importância; 72,34% das crianças e/ou adolescentes acompanhados no ambulatório realizam psicoterapia e 100% dos participantes declararam que voltariam a participar o grupo. Pode-se concluir que os cuidadores são peças-chave no desenvolvimento dos pacientes e é por meio dos grupos psicoeducativos que muitos conseguem compreender melhor as doenças e os tratamentos aos quais seus filhos são submetidos. A maioria dos cuidadores sente-se esperançoso após a participação do grupo, avaliaram como importantes às orientações recebidas e todos voltariam a participar do grupo. [email protected] Painel 32 PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS E COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Aline Politi (Departamento de Psicologia da FFCLRP-USP, Ribeirão Preto, SP); Ana Paula C. Silva e Sonia Regina Loureiro (Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP, Ribeirão Preto, SP) Palavras-chave: depressão, práticas educativas parentais, comportamento As práticas parentais são consideradas promotoras de comportamentos socialmente adequados, assim como responsáveis pelo surgimento e/ou pela manutenção de comportamentos socialmente inadequados. No contexto de convivência com a depressão materna, a participação paterna se reveste de importância. Objetivou-se comparar as práticas educativas parentais, de mães e pais, de famílias com mães com indicadores de depressão as de famílias com mães sem indicadores de depressão, tendo como foco o comportamento das crianças em idade escolar. Para tal, propôs-se um estudo (apoio financeiro CNPq) transversal, de comparação entre grupos. A amostra, de conveniência foi 72 composta por 42 famílias nucleares intactas, constituídas por pai, mãe e filho(a), distribuídas em dois grupos: G1 – 17 famílias, cujas mães apresentaram indicadores de depressão sistematicamente avaliados e G2 – 25 famílias, cujas mães não apresentaram indicadores atuais de depressão. Procedeu-se a coleta de dados com os pais, com as mães e com as crianças, individualmente, face a face, por meio dos seguintes instrumentos: (a) Questionário sobre a Saúde do Paciente – PHQ-9 (mães), avaliação de depressão; b) Questionário Geral (mães); (c) Inventário de Estilos Parentais – IEP (mães e pais), (d) Questionário de Capacidades e Dificuldades da Criança – SDQ (mães e pais) e e) Matrizes Progressivas de Raven (crianças), avaliação do desempenho intelectual. Os dados foram tratados por estatística descritiva e por procedimentos de comparação entre grupos. Nas comparações entre os grupos, com relação aos aspectos comportamentais das crianças, segundo a avaliação das mães, G1 apresentou significativamente mais indicadores de dificuldades com relação ao escore total (x ̅G1 = 15,35 e x ̅G2 = 10,20) e hiperatividade (x ̅G1 = 5,35 e x ̅G2 = 3,08). Nas comparações quanto às práticas educativas, segundo as mães verificou-se com significância estatística que G1 apresentou mais monitoria negativa em comparação com o G2 (x ̅G1 = 8,71 e x ̅G2 = 7,52). As mães apresentaram com significância estatística mais práticas positivas em relação aos pais (x ̅Mães = 21,67 e x ̅Pais = 19,93). Identificou-se peculiaridades quanto as práticas educativas de mães e pais que convivem com a depressão materna, assim como quanto aos comportamentos das crianças, tais dados colocam em foco a relevância de programas de orientação à famílias que convivem com a depressão materna. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 33 TREINO DE ASSERTIVIDADE NA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL. Anielle Batista de Sousa; Mariana Fortuna Donadon; Adriana Montewka; Sabrina Kerr Bullamah Correia; Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda CTC Veda, Ribeirão Preto – SP). Palavras-chave: Ansiedade. Assertividade. Terapia Cognitiva Introdução: A assertividade é uma habilidade social de expressão dos sentimentos, pensamentos e crenças de forma direta, sem inferir no direito do outro. O déficit dessa habilidade pode trazer impacto tanto nas relações sociais como no humor do paciente. sendo o treino de assertividade uma intervenção importante. A terapia cognitiva comportamental (TCC) utiliza-se dessa intervenção com o objetivo de melhorar a comunicação e desenvolver a empatia e a habilidade de expressar pensamentos e sentimentos de forma adequada. Objetivo: descrever os resultados da aplicação de um treino de assertividade, submetido em uma paciente com transtornos de ansiedade. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 22 anos, submetida a 17 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na modalidade individual. Foram aplicados, no início de todas as sessões, os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e a escala de 73 desesperança (BHS). Como principais intervenções, foram utilizados, a psicoeducação sobre o modelo cognitivo, treinamento assertivo, questionamento de pensamentos e crenças, a identificação e o registro de situações ansiosas, treino de respiração diafragmática, bem como o treino de relaxamento progressivo. Resultados: Foi possível perceber após o treino de assertividade, juntamente com outras intervenções comportamentais e cognitivas, houve a diminuição dos escores de ansiedade, bem como dos sintomas de depressão e desesperança que a paciente apresentara. Além disso, foi observado melhora nos relacionamentos interpessoais e familiares da pacientes. A mesma passou a ter comportamentos mais assertivos em seus relacionamentos. As sensações físicas de ansiedade e depressão se reduziram e logo a paciente passou a não se preocupar tanto com a reação das pessoas, desenvolvendo recursos para identificar situações que gerassem ansiedade e fizesse com que seu comportamento fosse passivo/agressivo, conseguindo elaborar estratégias para resolver problemas. A paciente também conseguiu ser mais assertiva nas relações familiares expressando de forma adequada seus sentimentos, vontades e expectativas. Na sua relação afetiva também obteve ganhos na comunicação respeitando a opinião do seu namorado mas sem deixar de expressar e de compartilhar seus próprios pensamentos e emoções. Em consequência da redução de seu comportamento passivo houve diminuição das discussões tanto no ambiente familiar como no namoro. Discussão/conclusão: Entende-se que o treino assertivo é uma intervenção importante na TCC por ajudar o paciente a adquirir ou aprimorar a habilidades, além de contribuir para a modificação de pensamentos, crenças sobre si mesmo e comportamentos disfuncionais. [email protected]. Painel 34 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PROBLEM BASED LEARNING - PBL): UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DISCENTE. Bianca de Aguiar Campanini; Igor de Andrade Albano Lopes; Fabiana Maris Versuti-Stoque (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP) e Carmem Beatriz Neufeld(Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: aprendizagem baseada em problemas; ensino de psicologia; universitários. As mudanças das novas tecnologias, da mídia, do mercado de trabalho exige cada vez mais que o indivíduo acompanhe cada transformação utilizando suas competências e habilidades. A estrutura das aprendizagens também precisa acompanhar essas mudanças, priorizando a aprendizagem significativa, o pensamento crítico, resolução de problemas, informação e tecnologia. A Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning – PBL) é uma metodologia centrada no aluno e caracterizada pelo uso de problemas como suporte ao desenvolvimento do aprendizado e das habilidades do aluno. A partir dos benefícios que esse método pode trazer e com o propósito de potencializar o aprendizado, três disciplinas do curso de graduação em Psicologia da 74 Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) foram planejadas e desenvolvidas assumindo a metodologia PBL, para além da instrumentalização do domínio técnico da metodologia, como também para a apropriação de uma nova forma de ensinoaprendizagem, possível de ser coletivamente construída, atualizada e reformulada. O objetivo do presente estudo é avaliar a percepção dos alunos, que cursaram uma ou mais disciplinas descritas acima embasadas no PBL, utilizando para isso estatística descritiva e inferencial. Serão convidados a participar 200 alunos com mais de 18 anos do curso de graduação de Psicologia da FFCLRP-USP, que cursaram uma ou mais disciplinas na metodologia PBL entre os anos de 2014 e 2015. A coleta de dados acontecerá de forma online, isto é, os participantes responderão o questionário que será disponibilizado via e-mail. Neste momento, o questionário foi inserido na plataforma Google Docs e a coleta de dados iniciou-se. Os dados obtidos por meio do questionário estão sendo armazenados no banco de dados e analisados por meio da estatística descritiva e inferencial. Com esse estudo espera-se identificar os principais benefícios e dificuldades encontradas pelos alunos que cursaram as disciplinas baseadas no PBL, almejamos assim, discutir propostas para a melhoria do ensino superior. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 35 HABILIDADES SOCIAIS CONJUGAIS: UMA REVISÃO DE LITERATURA NACIONAL. Bruno Luiz Avelino Cardoso; Lívia Lira de Lima Guerra e Zilda Aparecida Pereira Del Prette (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP). Palavras-chave: habilidades relacionamento conjugal sociais conjugais, habilidades sociais, Os estudos sobre Habilidades Sociais (HS) encontram-se em fase ascendente em diversos contextos que abarcam os relacionamentos interpessoais, nas áreas clínica e saúde, educação, educação especial e trabalho. Entre essas, encontram-se as pesquisas direcionadas às habilidades sociais do casal, que são fundamentais na relação amorosa. Por Habilidades Sociais Conjugais (HSC), compreendem-se as classes comportamentais utilizadas para responder de forma adequada às situações interpessoais no contexto conjugal. Entendese que satisfação conjugal e HS/HSC são diretamente associadas e, devido à importância dos estudos sobre HS no contexto conjugal, aponta-se a necessidade de investigação nacional das pesquisas que estão sendo desenvolvidas, bem como as categorias de análise e delineamentos de pesquisa em que elas pertencem no campo científico. Com objetivo de uma revisão da literatura nacional sobre as habilidades sociais conjugais, foi realizado um levantamento bibliográfico inicial, no portal de dissertações e teses da CAPES, e logo após, nas bases de dadosSciELO Brazil, Lilacs, IndexPsi, Pepsic. Como requisito mínimo para inclusão nessa pesquisa, delimitou-se a presença de pelo menos uma das seguintes (combinações de) palavras-chave: “habilidades sociais conjugais”, “habilidades sociais x satisfação conjugal”, “habilidades 75 sociais x relacionamento conjugal”, e/ou a presença destas no título da pesquisa. Não compuseram esse estudo, os livros e capítulos de livros, bem como os trabalhos anteriores ao ano de 2000.Como resultado, 17 artigos (06 – SciELO, 04 Lilacs, 05 IndexPsi, 02 Pepsic), 01 dissertação de mestrado e 01 tese de doutorado (Portal CAPES) formularam uma base documental. 07 artigos foram selecionados nas bases de dados pesquisadas, e 14 artigos foram excluídos, pois se repetiram ao longo das buscas. A dissertação de mestrado e a tese de doutorado também foram selecionadas por corresponderem aos critérios dessa pesquisa, finalizando um n de 09 estudos sobre HSC (100%), que foram sistematizados, e apontaram os resultados nas categorias (a) teóricos (11,1%); (b) aplicados (0%), (c) caracterização e/ou correlações (44,4%); (d) intervenções (0%); (e) construção, adaptação e validação de instrumentos (0%); (f) outros (11,1% aplicado + caracterização; 11,1% correlação + construção de instrumento). Considera-se necessário a ampliação de estudos e pesquisas sobre HSC, carecendo de estudos aprofundados sobre os diversos campos categóricos, entre os quais, destacam-se os teóricos e de intervenção sob esse referencial das HS. Apoio financeiro: FAPEMA [email protected] Painel 36 EFETIVIDADE DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ASSOCIADA A ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO TRATAMENTO DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Carolina de Toledo Piza Kleiner e Adriana Marcassa Tucci (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). Palavras-chave: terapia cognitivo-comportamental; entrevista motivacional; usuários de álcool A associação da Terapia Cognitivo-Comportamental e da Entrevista Motivacional vem sendo apresentada na literatura com bons resultados no tratamento do uso abusivo de substâncias psicoativas. O objetivo deste estudo foi apresentar uma revisão da literatura sobre a efetividade de intervenções que fizeram uso da Terapia Cognitivo-Comportamental associada à Entrevista Motivacional no tratamento de usuários de álcool. Foi realizada revisão nas bases de dados SciELO, PEPsic e MEDLINE Complete (EBSCO). Os descritores utilizados foram: Cognitivo Comportamental (CC) AND Entrevista Motivacional (EM) AND Alcoolismo (A); CC AND EM AND Transtornos induzidos por álcool (TIA); CC AND EM AND Transtornos relacionados ao álcool (TRA); CC AND EM AND Álcool (Al); Intervenção Cognitivo-Comportamental Motivacional (ICCM) AND A; ICCM AND TIA; ICCM AND TRA; ICCM AND Al e os mesmos descritores e combinações em inglês. Os critérios de inclusão do estudo foram: a língua (inglês, português ou espanhol), artigos publicados entre os anos 2000 e 2015, serem acessados na sua versão completa e com enfoque na efetividade dessa intervenção. Foram localizados 32 artigos, sete foram selecionados por preencherem os critérios de inclusão. A utilização conjunta da Terapia Cognitivo-Comportamental e Entrevista Motivacional foi considerada efetiva quando ocorreu feedback positivo por parte dos participantes ou houve aumento da autoconfiança ou diminuição do uso de álcool. Como resultado, pode-se perceber que essa intervenção parece 76 ser efetiva no tratamento de usuários de álcool, tanto individual como em grupo. A intervenção ocorreu também no período pós-tratamento via telefone para se avaliar a percepção de adolescentes acerca dessa modalidade, sendo que se mostrou viável e aceita. Demonstrou ser eficaz quando utilizada em conjunto com medicação ou placebo, sendo que indivíduos que recebiam placebo e participavam das intervenções estavam mais confiantes em permanecer no tratamento sem o uso deste recurso. Assim, percebe-se que, apesar da escassez de estudos, o uso dessa intervenção tem se mostrado eficaz com usuários de álcool, também parece ser uma intervenção na qual há amplas possibilidades de execução, como individual, em grupo e via telefone. Reforça-se a necessidade de mais estudos para melhor avaliação de sua efetividade. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 37 PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADA EM MINDFULNESS PARA TRANSTORNO POR USO DE SUBSTANCIAS PSICOATIVAS. Clarice Mottola de Oliveira Oppermann (Instituto WP). Palavras-chave: mindfulness Esta produção oral tem por objetivo apresentar as bases teóricas sobre o Programa de Prevenção à Recaída baseado em Mindfulness (MBPR) e demonstrar alguns resultados preliminares que suportam a eficácia desta intervenção como coadjuvante no tratamento de prevenção à recaída na dependência química. O MBRP é um protocolo complementar de tratamento da dependência química, que integra princípios da TCC e PR com práticas de mindfulness. O modelo foi desenvolvido no Addictive Behaviors Research Center, na University of Washington, nos Estados Unidos, e chega ao Brasil a partir da pesquisa iniciada no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2011. Método: Foi realizada uma pesquisa nos bancos de dados do Medline PsycINFO, PubMed, Scielo, de artigos indexados, publicados entre os anos de 1993 e 2013. Os descritores utilizados foram: Terapia Cognitivo-Comportamental, Dependência Química, Prevenção à Recaída e Mindfulness. O estudo se justifica em função da necessidade de ampliação do escopo de tratamento da dependência química, uma vez que tratamentos padrão ouro, como a TCC, ainda não se mostram suficientes para prevenir recaídas no abuso de drogas. É necessário que se continue na investigação de modelos de tratamento que possam contribuir neste sentido e que sejam baseados em evidências. Resultados: estudos clínicos apontam que a técnica de Prevenção à Recaída para o uso de drogas, que consiste na combinação de intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, recentemente vem sendo complementada por práticas de meditação. Estudos randomizados com pacientes dependentes de álcool e outras drogas demonstram sobre a viabilidade e a eficácia da prática de mindfulness na prevenção de recaída - os participantes dos grupos apresentam significativamente menos uso de substâncias psicoativas e sintomas psiquiátricos do que aqueles de tratamentos mais tradicionais. Conclusão: o MBPR apresenta-se como uma boa ferramenta cognitiva e comportamental, 77 oferecendo apoio importante no tratamento de pacientes dependentes de substâncias químicas, no entanto existem lacunas na literatura sobre os resultados do MBPR e ainda não se tem evidências suficientes para afirmar que o mesmo apresenta efeitos duradouros a longo prazo, o que demandaria estudos clínicos com seguimentos maiores. [email protected] Painel 38 ATENDIMENTO PSICOLÓGICO EM GRUPO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM OPERADORA DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Fernanda do Nascimento Pessatto Quessada; Thaysa Castro Molina; Andreia Mara Angelo Gonçalves Luiz; Letícia Carla Appendino; Fernando Macedo Magalhães e Daniele Buriola (Operadora de Saúde- HB Saúde). Palavras-chave: grupo educativo, operadora de saúde, crianças e adolescentes O atendimento psicológico da criança e do adolescente torna-se fundamental, visto que os transtornos da infância podem ser preditores de problemas emocionais e comportamentais ao longo da vida. O objetivo deste estudo foi relatar a experiência do atendimento psicológico em grupo de crianças e adolescentes no Serviço de Psicologia de um plano de saúde do interior de São Paulo. A instituição possui, no momento, cinco psicólogos da abordagem cognitivo-comportamental, para os atendimentos em grupo e psicólogos, de diversas abordagens, conveniados e prestadores para o atendimento individual. O cliente é encaminhado para a psicologia por meio de solicitação médica. Primeiramente é realizado uma triagem, com entrevista semi-estruturada, na qual é feito o acolhimento, identificação das queixas, história de vida e é traçado uma hipótese diagnóstica inicial. Após a triagem o cliente é encaminhado para atendimento individual ou grupo, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os grupos são divididos por faixas etárias. Os critérios de inclusão estão relacionados às queixas de regras e limites, sintomas leves de ansiedade e/ou depressão e dificuldades escolares; são excluídos do grupo e encaminhados para atendimento individual os indivíduos com deficiência intelectual, abuso físico, transtornos mentais graves e com sintomas psicóticos. São disponibilizadas 12 sessões anuais, as quais são distribuídas uma vez por semana, durante uma hora. Os grupos têm a estrutura aberta, o enfoque é educativo e é empregado de acordo com o modelo teórico da Terapia CognitivoComportamental. Os grupos são compostos por no máximo cinco participantes. No grupo, há sessões que acontecem apenas com os pais, onde é realizada a orientação parental, e as sessões com as crianças e/ou adolescentes. Percebese por meio do relato dos clientes e da equipe de saúde que o impacto do atendimento psicológico realizado, baseado no modelo cognitivo – comportamental, é positivo. Diminui a intensidade das queixas e melhora o relacionamento familiar. Argumenta-se que atuações como estas podem ser aplicadas com crianças e adolescentes a fim de favorecer a melhora da qualidade de vida e diminuir o sofrimento da criança, dos adolescentes e dos familiares. No entanto, são necessários estudos nesta área que confirmem os efeitos deste tipo de intervenção. [email protected] 78 Painel 39 AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE TERAPIA COGNITIVOCOMPORTAMENTAL EM GRUPO PARA EDUCAÇÃO ALIMENTAR COM GRUPOS DE COMPARAÇÃO. Gabriela Affonso e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: obesidade; grupos; terapia cognitivo-comportamental O sobrepeso e a obesidade são considerados epidemia mundial, são fatores de risco para um grande número de doenças crônicas, estando associados à maior mortalidade geral e à maior morbidez. Sabe-se que tais condições são multifacetadas e seus correlatos psicológicos podem ser relevantes para o manejo clínico dos indivíduos portadores de tais condições, sendo esta uma importante lacuna a ser estudada. O objetivo desta pesquisa é avaliar se os participantes que foram submetidos a um Programa CognitivoComportamental de Educação Alimentar (TCC) aliado a orientações nutricionais, no período de 2010 a 2013, tiveram resultados de melhora, quando consideradas as variáveis: sintomas de ansiedade, depressão, desesperança, compulsão alimentar, percepção da imagem corporal e índice de massa corporal (IMC), quando comparados ao grupo sem intervenção de TCC que recebeu apenas a intervenção habitual de nutrição. A amostra final do estudo constitui-se de 186 adultos, sendo que 92 participaram do grupo de intervenção, sendo 79,3% mulheres, e com média de idade de 43,3 (DP=12,3). Já o grupo controle contou com 94 participantes, sendo 79,8% mulheres, com idade média 42,3 (DP=13,0). Em ambos os grupos mais de 50% dos participantes possuíam ensino superior. Os instrumentos utilizados antes dos grupos terem início (pré-teste) e após os grupos terminarem (pós-teste) foram o Inventário Beck de Ansiedade, Depressão e Desesperança, a Escala de Compulsão Alimentar Periódica e a Escala de Figuras de Silhuetas. Foi feita uma comparação das médias, através do teste t de medidas repetidas, de préteste e pós-teste para cada grupo e observou-se que ambos os grupos apresentaram redução em todas as variáveis estudadas ao final da intervenção (p<0,05). Também foi realizado, através do teste t para amostras independentes, uma comparação das médias do grupo de intervenção e controle, no pós-teste. Foi apontado diferença para o IMC (p=0,02), para a estimação da percepção com a imagem corporal (p=0,03), e para a desesperança (p=0,05) todos menores para o grupo de intervenção. O tamanho do efeito encontrado através do coeficiente de correlação r de Pearson para cada um é considerado médio. Conclui-se, portanto, que apesar dos dois grupos terem reduzidos os sintomas, o grupo que recebeu a intervenção de TCC teve maior diminuição no IMC, da estimação e da desesperança com um tamanho do efeito médio. Apoio financeiro: CNPq [email protected] 79 Painel 40 TERAPIA COGNITIVA NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO NACIONAL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS. Gabriela Lellis Pizzi; Dieine Fernanda Silva e Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto – SP). Palavras-chave: terapia cognitiva, gestação e pós-parto. O ciclo gravídico puerperal é um importante momento de transição na vida de mulheres e suas famílias, produzindo mudanças intensas e permanentes. Variáveis psicossoais influenciam diretamente a experiência da mulher neste período e interferem em sua capacidade de enfrentamento de estressores e adaptação aos novos papeis e funções sociais, o que aponta para a importância do uso de estratégias psicológicas no âmbito perinatal. A terapia cognitiva oferece um instrumental valioso para intervenções neste período, por sua característica breve e focal, além de fornecer recursos para reestruturação cognitiva, favorecendo uma melhor adaptação às novas demandas. Este estudo consistiu de um levantamento da produção científica nacional sobre a utilização da terapia cognitiva no âmbito da gravidez e pós-parto nos últimos 10 anos. Realizou-se uma busca das palavras-chave terapia cognitiva, terapia cognitivo-comportamental, intervenção cognitiva, intervenção cognitivocomportamental, gestantes, gravidez, gestação, puérpera, puerpério e pósparto nas bases de dados Bireme, Scielo, PePsi e BVPsi. Tal levantamento apontou 209 trabalhos. Após leitura e análise dos resumos e exclusão dos trabalhos repetidos e publicações em periódicos nacionais de trabalhos internacionais, foram incluídos neste levantamento apenas dois estudos que refletem a produção nacional. Tais trabalhos representam intervenções clínicas, sendo uma delas na modalidade grupal e um estudo de caso. As intervenções cognitivas foram realizadas com puérperas com bebês a termo e pré-termo e uma mulher enlutada após perda gestacional. Instrumentos de avaliação como as escalas Beck foram utilizadas apenas em um estudo, proporcionando um paramêtro para avaliação da intervenção. Não foram encontrados trabalhos com foco no tratamento ou prevenção da depressão gestacional e puerperal. A intervenção cognitiva se mostrou eficaz na melhora da qualidade de vida, redução de ansiedade, desesperança e estresse nas populações estudadas. Tais resultados fornecem conhecimento para a criação de protolocos de tratamentos cognitivos específicos para a mulher no ciclo gravídico puerperal. Todavia, a produção nacional sobre o uso da terapia cognitiva neste período ainda é escassa, embora diversos estudos internacionais já tenham comprovado sua eficácia em múltiplas situações de atenção à gestante e à puérpera, especialmente no cuidado preventivo à depressão pós-parto e no tratamento da depressão gestacional e puerperal, nas modalidades individual, grupal e online. [email protected] 80 Painel 41 ROMPENDO O SILÊNCIO...MUITO MAIS QUE DORES FÍSICAS: ATENDIMENTO PSICOTERÁPICO EM VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL E FIBROMIALGIA. Gilson de Assis Pinheiro; Rosangela das Dores Gomes e Daniela Soares de Loiola Araujo (CENTRO UNIVERSITÁRIO IESB, Brasília, DF). Palavras-chave: psicoterapia, abuso sexual, fibromialgia Evidências indicam que situações de abandono, negligência e abuso são fatores de risco para desencadeamento de quadros psicopatológicos como ansiedade e depressão na vida adulta. Fibromialgia é síndrome caracterizada por dor musculoesquelética e seus fatores etiológicos são desconhecidos, contudo revisões tem apresentado o papel de diferentes variáveis de conteúdo emocional na manutenção e exacerbação da dor, destacando o papel do abuso sexual. Este estudo objetiva, através de relato de caso registrar ocorrência de interação entre abuso sexual e fibromialgia. Após assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido iniciou-se a psicoterapia cognitiva comportamental. Ana (nome fictício), sexo feminino, 47 anos, casada, evangélica, relata mãe alcoólatra, história de privação (de afeto, atenção e financeira), dificuldades de sono, depressão e muitas dores difusamente pelo corpo. Está em tratamento psiquiátrico (usa nortriptilina). Sua queixa inicial é depressão e dores que têm interferido em sua qualidade de vida, na vida matrimonial, impede fazer as atividades da vida diária e reduz o repertório social. Estabelecido vinculo terapêutico, foram explicitados os esquemas iniciais desaptativos (EID) com clara relação com a história de abuso sexual na infância e dificuldades atuais. Ao relatar abuso sexual na infância chora muito. Nos atendimentos seguintes apresenta-se com ótima aparência física, com os cabelos arrumados e melhor vestida, porém ainda expressando ansiedade e tristeza. Os pensamentos automáticos relatavam abandono, solidão, vergonha, isolamento e indesejabilidade social e catastrofização. As dores corporais aumentavam diante de situações estressoras em suas relações familiares. Falar sobre abuso sexual (seu maior segredo) era muito doloroso e a partir desse momento percebe-se que o corpo é o meio de expressão do sofrimento, registrado na fibromialgia. Passou-se a estimular e aumentar suporte social, relaxamento, treinamento assertivo, reestruturação cognitiva, ficha das distorções cognitivas, confrontação empática, melhorou-se a autoestima, o relacionamento com familiares, e melhorou sua qualidade de vida. Sugere-se existir relação entre abuso sexual/fibromialgia e a TCC é eficaz diante deste quadro. [email protected] Painel 42 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM RELAÇÃO A DEPRESSÃO, ANSIEDADE E DESESPERANÇA. Isabela Lamante Scotton e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). 81 Palavras-chave: obesidade; caracterização; variáveis psicológicas A prevalência da obesidade e do sobrepeso vem aumentando na sociedade, atingindo proporções epidêmicas, sendo assim considerado um problema de saúde pública. Por ser um fenômeno de etiologia complexa e não muito bem definida, recomenda-se um tratamento multidisciplinar. Para melhor cuidar de indivíduos obesos, é essencial ao profissional de saúde mental conhecer e entender seus correlatos psicológicos para o manejo clínico destes. O objetivo desse estudo foi investigar quais são as características que mais aparecem em indivíduos com sobrepeso e obesidade em termos de depressão, ansiedade e desesperança em níveis mais graves, e que procuraram o atendimento em um programa de educação alimentar em grupo (PRAUSP) da USP-RP, a partir da análise item a item dos instrumentos preenchidos por eles, antes da intervenção. São participantes dessa amostra 184 adultos (80,4% mulheres), com idade média de 43,36 anos (dp=12,38), e com MC médio de 33,7 kg/m² (dp=5,9). Os instrumentos utilizados nessa coleta foram os questionários clínicos de auto avaliação para constatação dos níveis de ansiedade (BAI), depressão (BDI), desesperança (BHS), preenchidos pelos participantes do programa desde 2010 até o primeiro semestre de 2013, após terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A partir dos dados armazenados do programa, foi elaborado um banco de dados virtual com os escores gerais e as respostas item a item de cada instrumento supracitado. A análise se deu em etapas: primeiramente foi investigada a distribuição dos escores gerais dentre os níveis crescentes de intensidade e só então foi realizada a análise item a item. Finalmente, foi feito o uso de estatística inferencial, para verificar se houve diferença estatisticamente significativa na pontuação de cada item entre homens e mulheres. Considerando a faixa de classificação de moderado à grave, 18,9% das pessoas pontuaram para sintomas de depressão, 16,9% para os sintomas de ansiedade e 11,1% para os sintomas de desesperança. Dentre esses indivíduos, os itens mais pontuados no BDI foram aqueles relacionados à auto-acusações, indecisão e retração da imagem corporal; no BAI, nove itens foram pontuados pela maioria das pessoas nas intensidades mais graves e na BHS, cinco itens foram pontuados por mais de 80% dos indivíduos. Com relação às análises inferenciais, apenas um item do BDI apresentou diferença estatisticamente significativa entre os sexos (relacionado a auto-depreciação). Assim é importante atentar para as características dessa amostra para poder desenvolver intervenções cada vez mais eficazes para esses indivíduos. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 43 MINHA VIDA EM UM LIVRO. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM). Palavras-chave: técnicas terapêuticas, adolescência, instrumentos “Minha vida em um livro”, técnica desenvolvida para acessar informações importantes acerca de suas queixas, crenças e história de vida do adolescente. 82 Essa técnica tem sido aplicada com adolescentes na faixa etária de 12 a 16 anos de idade em consultório particular. Observa-se que o perfil do adolescente que se adapta bem a essa técnica possuem características peculiares de pais afetivamente distantes, expressando um perfil depressivo e por vezes com ideação suicida. Esta população apresenta desconforto em revelar fatos significativos de sua história de vida, e por vezes chegam a acreditar que não vale à pena nem relatar. Partindo desse princípio, considera-se que o acompanhamento psicológico desse perfil de adolescente necessita de artifícios que possam tornar esse momento menos dificultoso. Desta forma, emergiu a necessidade de desenvolver essa técnica que estimula com riqueza de detalhes a história pessoal desse adolescente tornando-a em narrativas de personagens em uma história contada com ajuda do terapeuta. Isto posto, “Minha vida em um livro” propõe que o adolescente apresente sua história de vida por meio de narrativas de uma história que, juntamente com o terapeuta, iniciam as escolhas das informações principais, sendo algumas fictícias, como o ano que sucedeu, local, nome dos personagens, características físicas, profissões e etc. Partindo dessas informações o terapeuta vai auxiliando o adolescente a ceder sua história de vida aos personagens nomeados, desenvolvendo juntos o enredo da história além de elencarem as crenças à cerca do mundo, de si mesmo, do outro e de futuro. O objetivo principal dessa estratégia se dá pela troca de informações através do auxílio ao paciente neste processo de acesso as informações importantes que permitem detalhes acerca dos eventos importantes de sua vida bem como ajudar o adolescente a perceber as construções de suas crenças envolvidas e consequentemente o fortalecimento do vínculo terapêutico, favorecendo o tratamento proposto. [email protected] Painel 44 INSTRUMENTOS, TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS ADAPTADAS COM ADOLESCENTE. Julie Almeida Gurgel do Amaral (InTCC, Manaus, AM) e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). O processo de intervenção, no acompanhamento psicológico do pré-adolescente e do adolescente, nos alude a uma peculiar dificuldade de que, geralmente, o adolescente não costuma procurar espontaneamente atendimento psicológico, estando acompanhado de pouca ou quase nenhuma motivação para o tratamento, apesar de muitas vezes apresentar aparente sofrimento. Desta forma, a atuação do profissional da área da saúde deve recorrer a adaptações e concepções de técnicas para que o atendimento seja facilitado de maneira a despertar interesse e curiosidade no adolescente e consequentemente a aderência ao processo terapêutico. O objetivo se evidencia na necessidade de engajar o adolescente no tratamento, no que tange a se predispor ao estabelecimento do vínculo terapêutico, manifestando um repertório de emoções e pensamentos, podendo ainda ser uma forma de auxiliarem a identificação, avaliação, controle e até modificação das crenças que comandam a visão de mundo e que podem ser disfuncionais, destarte que o manejo das crenças possam ser melhor acessadas por intermédio de uma expressão de comunicação 83 mais próxima, apropriada, e estimulante para o adolescente. Desta forma, consideramos a indicação de algumas técnicas e propostas de técnicas com sugestões de adaptações como meios e instrumentos à serem utilizados dentro da faixa etária do pré-adolescente ao adolescente. Há como indicação o uso de técnicas com o uso tecnologia que tem promovido algumas contribuições nesse processo de incentivo ao adolescente na participação efetiva na terapia. A utilização de alguns aplicativos apresenta, para o adolescente, alguns benefícios como a sensação de que as informações estão seguras, além de evitar a prática exaustiva de registros com o uso de papéis. Observa-se que, se faz necessário uma percepção mais clara do terapeuta em considerar as características apresentadas pelo adolescentes de forma a propor quais dessas técnicas podem ajustar-se ao trabalho, bem como suas necessidades de adaptações de acordo com os interesses levantados. [email protected] Painel 45 ATENDIMENTO EM UM CENTRO DE APOIO PSICOLÓGICO E EDUCACIONAL A UNIVERSITÁRIOS À LUZ DA PSICÓLOGA COGNITIVO COMPORTAMENTAL. Karolina Murakami (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: apoio psicológico, ansiedade, universitários A transição para o ensino superior é uma fase que expõe jovens adultos a complexos desafios em diferentes áreas da vida, como separação do ambiente familiar, estabelecimento de novos vínculos interpessoais, e a própria natureza dos cursos de formação da área da saúde, que conduz a população universitária ao contato com dor e sofrimento. Nesse sentido, a organização de serviços de apoio psicológico e educacional que atendem população discente nas Universidades públicas procuram subsidiar propostas de promoção e intervenção nos cuidados a esta população. Este trabalho consiste em um relato de caso de uma estudante de Informática Biomédica atendida em centro de apoio psicológico de faculdade pública no interior do estado de São Paulo. Este serviço disponibiliza atendimento aos discentes dos cursos de graduação na área da saúde. A intervenção foi realizada à luz da psicologia cognitivo comportamental. A principal queixa trazida pela aluna referia-se a fobia social, gerando intensa ansiedade. É sabido que a ansiedade excessiva causa grande desconforto e tem consequências negativas no desempenho acadêmico, podendo levar à evasão escolar. Foram realizadas 21 sessões de psicoterapia, individualmente, com duração de 50 minutos. A estudante mostrou-se assídua durante a psicoterapia sem nenhuma falta. Inicialmente, as queixas foram levantadas e aprofundadas e foi realizada psicoeducação sobre ansiedade. Após esta etapa, realizou-se o levantamento da história de vida, que trouxe clareza sobre a origem dos sintomas de fobia social. Aplicou-se a escala Beck de ansiedade com o escore de 30 inicialmente. Foram ensinadas técnicas de manejo de ansiedade como relaxamento muscular e respiração diafragmática, que como relatou a estudante a ajudou a enfrentar suas dificuldades. Foi estabelecida uma hierarquia de medos e feita a dessensibilização sistemática, começando das situações menos para as mais ansiogênicas. Os principais medos hierarquizados pela estudante 84 foram: medo de dar branco durante apresentações acadêmicas, medo de ser questionada e aceitar críticas e elogios dos professores e colegas universitários sem ficar constrangida. A partir da 11ª sessão, a aluna passou a relatar melhora dos sintomas ansiosos. A escala Beck de Ansiedade foi novamente aplicada na 17ª sessão com escore de 7 pontos. Com a redução e controle da ansiedade, a aluna apresentou mudanças na esfera afetiva como menor grau de sofrimento emocional em sua rotina, passou a apresentar assertividade nos relacionamentos interpessoais e maior facilidade em apresentar trabalhos acadêmicos em público. Este relato de caso evidencia a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental em intervenções à população universitária. [email protected] Painel 46 INTERVENÇÕES EM GRUPO COM CRIANÇAS ESCOLARES COM SINTOMAS DE HIPERATIVIDADE A PARTIR DA VIVENCIA DE MINDFULNESS E ARTETERAPIA. Layana Fernanda Gimenes da Silva e Liziane Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR). Palavras-chave: palavras-chaves: terapia cognitivo-comportamental; sintomas de hiperatividade; mindfulness; arteterapia. O Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, hiperativo e/ou hiperatividade-impulsividade.O tratamento psicoterapêutico, segundo a Terapia Cognitivo-comportamental, visa interromper um ciclo vicioso e ensinar maneiras efetivas de compensar os prejuízos. Mindfuness, é um forma especifica de atenção plena, uma percepção não julgadora, no momento presente, o que esta acontecendo dentro de nós e ao nosso redor. Na maioria das vezes não nos preocupamos com o agora e sim com o futuro ou com que já passou, fazendo as coisa automaticamente e não percebemos aquilo que está diante de nós, no nosso cotidiano. Psicoeducação, o manejo dos problemas emocionais, treino de habilidades e estratégias de enfrentamento, são algumas das intervenções a serem realizadas. Estratégias como Mindfulness e Arteterapia, para crianças com sintomas de TDAH do tipo hiperativo, são estratégias de enfrentamento, que podem habilitar o indivíduo a desenvolver-se fortalecendo-o para lidar com as áreas comprometidas de sua vida. O objetivo deste trabalho foi desenvolver intervenções baseadas na técnica de Mindfulness e Arteterapia com meninos em fase escolar, de uma Escola Municipal no interior do Paraná. Foi desenvolvido um protocolo de dados sóciodemográficos e escolar, questionário de entrevista semi-estruturada e materiais para psicoeducação. Inicialmente foi realizado entrevistas individuais com os responsáveis para explanação do trabalho. Posteriormente, dado início as atividades com as crianças, que culminaram em oito encontros, semanais, com duração em média de 90 minutos. Todos os encontros foram trabalhados a partir da psicoeducação sobre emoções, dificuldades atencionais, mindfulness e realização de atividades com arteterapia. No último encontro, foi realizado um encontro feedback aos pais e professores. Os resultados alcançados possibilitaram desenvolvimento de novas habilidades de enfrentamento, 85 desenvolvimento educacional sobre limitações, melhora no desempenho escolar e nos relacionamentos interpessoais. [email protected] Painel 47 A ESPIRITUALIDADE COMO FATOR PROTETOR EM UM CASO DE ANSIEDADE NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Lilian C. Prado Jacintho Mendonça Ribeiro (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda, Ribeirão Preto - SP). Introdução: A ansiedade engloba um sistema complexo de resposta cognitiva, afetiva, fisiológica e comportamental que são ativados quando certos eventos antecipados são considerados altamente aversivos, imprevisíveis e incontroláveis, e/ou que colocariam em jogo os interesses vitais de um indivíduo. Dessa forma, o indivíduo anseia se proteger de um mundo cheio de ameaças por meio de recursos supostamente ineficazes ou defeituosos. A literatura mostra que oenvolvimento religioso e a espiritualidade estão associados com melhores índices de saúde, maior longevidade, habilidades de manejo e qualidade de vida, assim como podem colaborar para a redução da ansiedade, depressão e suicídio. Objetivo: investigar os aspectos psicológicos e espirituais em uma paciente submetida a sessões de Terapia na abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento de Ansiedade. Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 23 anos submetida a 22 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão (BDI) e ansiedade (BAI) e a escala de desesperança (BHS), bem como o registro de pensamentos disfuncionais, psicoeducação, questionamento de pensamentos e crenças. Resultados: A paciente apresentou diminuição dos sintomas de ansiedade com a auxílio dadimensão espiritual/religiosa, a qual constituiu-se como um importante recurso para lidar com situações de crise, ajudando-a a manter-se focada e centrada em seus objetivos. Dessa forma, levar uma vida espiritual ativa, propiciou-a estar em maior sintonia consigo mesma e com os acontecimentos ao seu redor; maior lucidez e clareza a respeito das próprias cognições. Além disso, foi observado grande flexibilização em relação a pensamentos e às crenças centrais (desamparo, desvalor, desamor) que no início do tratamento eram rígidas e globais. Discussão/conclusão: tais resultados sublinham a importância de pesquisadores e psicólogos clínicos reconhecerem e estarem atentos quanto à influência e presença da espiritualidade/religiosidade na vida dos pacientes. Além disso, também mostrou-se eficaz a diminuição dos pensamentos pessimistas e catastróficos proporcionando um maior enfrentamento das situações cotidianas. [email protected] Painel 48 A PENITENCIÁRIA COMO VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Mariana Aparecida Teixeira Andrade; Keleen Cristina Conte Novaes e Liziane Souza Leite (Faculdade Pitágoras, Londrina PR). Palavras-chave: penitenciária, relato de experiência, psicologia 86 Ao remeter-se a história, depara-se ao comum fenômeno do encarceramento, que sempre existiu, mas era um meio e não o fim da punição. O sistema penitenciário contempla diversas subdivisões, entre elas, aqueles destinados aos indivíduos que necessitam o cumprimento de pena privativa de liberdade no regime fechado. O presente trabalho visou relatar a experiência de estágio realizada em uma Penitenciária Estadual no interior do Paraná. A vivência do estágio ocorreu em atividades de acompanhamento aos presos que exerciam atividades laborativas, visando a compreensão da condição de trabalhador neste contexto, bem como, a importância e os significados que os presos atribuíam a esta condição. Foram realizadas observações sistemáticas e entrevistas semiestruturadas com os funcionários e presos da instituição. Aos presos esta experiência possibilitou a reflexão e verbalizações sobre questões atuais relacionadas a realidade, tais como significações sobre exploração, forma de controle e remissão de pena. As entrevistas permitiram a eles a expressão da fala, expressão dos sentimentos e contato com a própria história, visto que poucos possuem esta oportunidade de fala e escuta. As entrevistas realizadas com os funcionários, permitiram o entendimento da dinâmica institucional, das formas de controle e consequentemente sobre o a função de remissão de pena. A partir desta vivência, concluiu-se que as atividades laborais exercidas pelos presos não ocorrem puramente como fator ressocializador no sistema prisional. Ele apresenta a função de remissão de pena. Tal observação permitiu questionamento quanto as práticas definidas de reinserção social e a atuação das práticas psicológicas. A dinâmica institucional, bem como, dificuldades para a realização de projetos elaborados, não incentivam as ações de reintegração social. Existem diversos argumentos que contestam a efetividade de programas de reabilitação, muitas vezes já préestabelecidos. Contudo, a adoção de práticas cognitivo-comportamentais, em todos os níveis de e não apenas em programas de reabilitação; avaliadas conforme o nível do risco do criminoso e/ou sua probabilidade de reincidência, apresentam eficácia e efetividade. A partir desta experiência, e a eficácia das práticas da terapia cognitivo-comportamental em grupos para população prisional, apontamos a importância e necessidade de elaborações de intervenções futuras. [email protected] Painel 49 EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÃO BÁSICAS EM BEBÊS: CRIAÇÃO DE UM SET DE ESTÍMULOS. Mariana Fortuna Donadon; Flávia de Lima Osório (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: Emoção. Bebês. Expressão Facial As emoções constituem um fenômeno central para os seres humanos, de forma que estudá-las é essencial para a compressão dos mecanismos de regulação, expressão e percepção das mesmas. Acredita-se que desde os dois meses de idade os bebês já são capazes de manifestarem emoções através da face, sendo esta, uma das principais formas de interação e comunicação social entre a mãe e o bebê, recebendo assim especial importância. Estudos com expressões faciais 87 de adultos são extensamente explorados pela literatura, porém, com bebês, poucos estudos são conhecidos, sobretudo quando se refere a set de estímulos para uso em contextos clínicos. Objetivos: Criar uma série de estímulos de faces de bebês (de 7 a 12 meses) representando as emoções básicas (alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa e neutro), de acordo com os preceitos desenvolvido por Nishitani et al. (2011). Material e Métodos: Um grupo de estudiosos da área, comporto por 3 psicólogos, por meio de discussão de literatura da área e, tendo por referência o estudo de Nishitani et al. (2011), propuseram um protocolo de atividades a serem realizadas com os bebês de forma a eliciar as emoções, a saber: a) eliciação de medo: uma pessoa estranha à criança entra na sala de filmagem com adornos do tipo máscaras e peruca; b) eliciação de raiva: retira-se da criança o estímulo com o qual estiver interagindo; c) eliciação de alegria: brincadeiras com estímulos da preferência da criança; d) eliciação da tristeza: criança é deixada na sala experimental sozinha por alguns minutos; e) eliciação da surpresa: emite-se um ruído sonoro por meio de uma buzina (até 80Db). Um total de 12 bebês foram selecionados e submetidos ao experimento (6 do sexo feminino e 6 do sexo masculino), de diferentes etnias (oriental, caucasiana e negra), de forma individual e tendo a sessão gravada. Resultados: 12 bebês efetivamente participaram do experimento, tendo cada sessão a duração média de 30 minutos. Após a filmagens, foram capturadas 6 imagens de emoções de cada criança (alegria, raiva, medo, neutro, tristeza e surpresa), através de software de computador VLC, dentro do contexto de estimulação e, duas psicólogas entraram em consenso sobre quais eram as imagens que melhor representavam as emoções de interesse, totalizando um total de 72 estímulos disponíveis (12 crianças; 6 emoções). Discussão/Conclusão: Percebeu-se que os 12 bebês foram capazes de expressar as 6 emoções, em concordância com a literatura da área que aponta que bebês já com dois meses de idade são capazes de manifestarem emoções básicas através da face, por meio de estimulação. Como passos futuros, validar-se-á os estímulos em uma amostra sujeitos de diferentes faixas etárias para compor uma tarefa computacional envolvendo emoções em bebês. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 50 ATENDIMENTO A CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: COMPARAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO TRADICIONAL EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL CLÁSSICA E EM TERAPIA DO ESQUEMA. Marília Consolini Teodoro e Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG). Palavras-chave: Autismo; Terapia Cognitivo Comportamental; Terapia do Esquema O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por déficit ou ausência de contato social, comportamento repetitivo e estereotipado, dificuldade para compreensão e uso da linguagem, repertório restrito e baixa tolerância à frustração. Duas abordagens que o estudam são a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e a Terapia Cognitiva Focada nos Esquemas (TE), para 88 crianças e adolescentes autistas de alto funcionamento. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nas duas abordagens. Utilizou-se os unitermos: “Schema Therapy and autism”; “cognitive therapy and austism”; “terapia cognitiva e autismo”; “terapia do esquema e autismo” e “schematherapie und austism” nos indexadores Latindex, Lilacs, BVS saúde, PePSIC, Google scholar, ZDB e WZB. Foram selecionados 13 artigos para TC e TEA e 15 para TE e TEA, entre 2010 e 2015 e excluídos trabalhos com adultos ou sem intervenções. A revisão mostrou que a TCC Beckiana compreende o TEA como um transtorno envolvendo sintomas cognitivos e comportamentais, focalizando principalmente ansiedade e regulação emocional. Os trabalhos ressaltam a eficácia da TCC e mostram adaptações das técnicas, que incluem aumento de auxílios visuais, associação de emoções e sentimentos com objetos, estratégias de enfrentamento comportamentais sem linguagem, comunicação alternativa, uso de interesses do paciente e treino de habilidades sociais e reconhecimento de emoções. Os poucos trabalhos encontrados na TE restringiam-se aos da escola alemã. Essas pesquisas indicam que adolescentes autistas geralmente apresentam os EIDs: inadequação, isolamento social, privação emocional, sentimento de grandiosidade, padrões excessivos e isolamento social. Estão presentes os três modos de enfrentamento: capitulador complacente, evitativo, e hipercompensação. Há ainda o modo inteligente que visa estabelecer interrelações mais adaptadas. As técnicas na TE alemã são adaptadas às experiências autistas de pré-adolescentes e adolescentes. As intervenções baseiam-se em psicoeducação dos pais e do adolescente sobre o autismo, definição de metas terapêuticas, trabalhos com o autoconceito através de flipchart, uso de bonecos representativos dos modos, técnica da casa interna, etc. Os resultados sugerem que ambas as abordagens visam mudanças em esquemas, trabalham com técnicas comportamentais e dialogam com aspectos neurobiológicos do TEA. A escola alemã apresenta um protocolo de atendimento com foco na orientação de pais, que passam a ter um quadro explicativo e formas de interação mais amplas frente aos estados dissociativos dos filhos. A TCC apresenta mais pesquisas empíricas, entretanto, sem protocolo fechado ou definição conceitual clara sobre o transtorno. Essa revisão mostra a necessidade de ampliação dos estudos empíricos com crianças com TEA na TE e TCC, especialmente no Brasil. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 51 PADRÕES ORGANIZACIONAIS FAMILIARES DE CRIANÇAS QUE CONVIVEM COM A DEPRESSÃO MATERNA. Marina Delduca Cilino e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP RP, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: comportamento infantil; depressão materna; família A depressão materna, pelas suas características, tem sido reconhecida como uma condição de adversidade que afeta a convivência familiar e o desenvolvimento infantil. Para as crianças em idade escolar o comportamento é um indicador reconhecido de adaptação. Objetivou-se comparar os padrões organizacionais familiares de crianças, em idade escolar, que convivem com a 89 depressão materna com os de crianças que convivem com mães sem história psiquiátrica, tendo como foco o comportamento das crianças. Adotou-se um delineamento transversal de comparação entre grupos. A amostra incluiu 100 díades mães-crianças, distribuídas em dois grupos: G1 - 50 díades mãescrianças, cujas mulheres/mães apresentam história de depressão recorrente; e G2 - 50 díades mães-crianças, cujas mulheres/mães não apresentam história de depressão ou de qualquer transtorno psiquiátrico. Foram incluídas mulheres na faixa etária entre 25 e 45 anos, e seus filhos biológicos, de ambos os sexos, com idade escolar (7 a 12 anos), com nível intelectual maior ou igual ao nível médio inferior. A coleta de dados foi realizada em sessões individuais, com a aplicação dos seguintes instrumentos: (a)Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV; (b) Questionário sobre a saúde do paciente- PHQ-9; (c) Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (d) Questionário Geral; (e) Questionário de Capacidades e Dificuldades; e (f) Entrevista com Roteiro SemiEstruturado para avaliação dos padrões organizacionais. Foram realizadas comparações entre os grupos por meio de testes estatísticos, adotando-se o nível de significância de p ≤ 0,05, nos quais as crianças de G1 apresentaram significativamente mais indicadores de problemas comportamentais em comparação a G2 (G1x̄=15,12 e G2x̄=9,08). Com relação aos padrões de organização familiar, G1 em comparação a G2 apresentou medianas menores quanto à Flexibilidade no estabelecimento de Disciplina, Regras e Controle, e na Manutenção e Distribuição de Papéis, assim como apresentou indicadores de menos Suporte Econômico e Sóciocomunitário, caracterizando mais dificuldades quanto à organização das rotinas de convivência familiar. Tais dados evidenciam que as crianças que convivem com a depressão materna estão sujeitas a condições contextuais familiares de menos recursos favorecedores do seu desenvolvimento; considera-se que identificar tais padrões pode nortear o planejamento de programas de orientação familiar. [email protected] Painel 52 ORIENTAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE INTERVENÇÕES COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS EM GRUPO PARA FILHOS DO DIVÓRCIO. Mayron Pereira Picolo Ribeiro (Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR); Liziane Leite (Psicologia, Faculdade Pitágoras de Londrina, Londrina, PR). Palavras-chave: Terapia em Grupo, Cognitivo-Comportamental, Filhos do Divórcio. Nos últimos anos, houve um crescimento considerável no número de divórcios oficializados no Brasil. Estima-se que cerca de 140 mil ocorram todo ano, representando um crescimento de 75% quando comparado aos números de 2010. As consequências da separação dos pais podem ser agudas e de longa duração nos filhos, já que a criança que se vê em meio à separação de seus pais é fortemente impactada, podendo o impacto perdurar por toda a vida. Tendo em vista tal realidade, o presente trabalho pretendeu levantar a bibliografia relacionada a terapias cognitivo-comportamentais em grupo para filhos de pais separados (filhos do divórcio). As palavras-chave foram utilizadas nos portais de 90 pesquisa disponíveis pela CAPES e os artigos em inglês e português que envolviam intervenções em grupo para filhos do divórcio foram considerados. Apenas as pesquisas que envolviam abordagens cognitiva foram utilizadas. As pesquisas mostram que uma gama de grupos tem sido realizada, em áreas como psicologia, assistência social e enfermagem, principalmente com crianças até 12 anos, indicando que grupos com adolescentes podem ser mais desafiadores. Os grupos têm sido desenvolvidos por profissionais e/ou pessoas preparadas para tal ainda que sem formação específica em uma das áreas previamente mencionadas. Protocolos têm focado no estabelecimento e fortalecimento de vínculo entre os terapeutas e o grupo e entre os próprios participantes; na expressão dos sentimentos e enfrentamento da realidade; no desenvolvimento de repertório de coping e construção de uma identidade saudável, utilizando-se da psicoeducação e técnicas vivenciais e cognitivo-comportamentais; e na terminalidade do grupo e continuidade do processo de forma individual. Intervenções em grupo têm se mostrado eficaz no oferecimento de suporte e apoio a filhos de pais separados, favorecendo o vínculo e a reparação parental limitada, bem como sentimento de pertencimento a um grupo, sendo uma ferramenta eficiente na reestruturação e enfrentamento de filhos do divórcio. [email protected] Painel 53 INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DE ESTUDANTES DE PSICOLOGIA. Maytê Mayara Amorim Mussato; Ricardo da Costa Padovani; Túllio Pieroni Toledo e Nara Rejane Cruz de Oliveira. (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). Palavras-chave: estudantes de psicologia; qualidade de vida; estratégias de enfrentamento A formação acadêmica é marcada por inúmeras mudanças no cotidiano do estudante. A exposição a um novo ambiente acadêmico e social, a exigência de autonomia na construção dos novos saberes, a constituição de novas moradias e a distância da família e de amigos constituem alguns dos desafios do estudante universitário. O presente estudo teve como objetivo investigar a percepção dos recursos de enfretamento na qualidade de vida e no processo de adaptação ao ambiente universitário de estudantes do curso de psicologia. A escolha do curso foi definida em função da grade curricular abordar temáticas relacionadas à construção da subjetividade e do sofrimento humano. Participaram do estudo 16 estudantes do curso de psicologia, 13 do gênero feminino e 3 do gênero masculino. Instrumentos: Questionário adaptado do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Públicas Federais Brasileiras; Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL – BREF); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse – 21 (DASS- 21); Roteiro de entrevista semiestruturada para investigação da qualidade de vida e estratégias de enfrentamento dos estudantes universitários. A aplicação dos instrumentos foi realizada individualmente, com duração média de 50 minutos. O grupo investigado foi constituído em sua maioria por solteiros, residentes em repúblicas, oriundos do ensino médio particular e que não trabalhavam. Metade dos participantes 91 havia procurado atendimento psicológico e quatro psiquiátrico. O nível médio mais elevado na qualidade de vida foi no domínio meio ambiente e o mais baixo, no psicológico. Constatou-se que os sintomas do estresse foram os mais frequentes e relevantes clinicamente no grupo investigado (n=7). As entrevistas realizadas demonstraram que as exigências e a sobrecarga de atividades influenciam significativamente na qualidade de vida e no tempo disponível para lazer, bem como na sua saúde mental. As estratégias mais utilizadas para enfrentar as adversidades advindas desses fatores foram respostas de fuga/esquiva e afastamento social. As principais fontes de apoio foram a família, os amigos e o namoro. Conclui-se que as contingências impostas pelo ensino superior têm impacto significativo na qualidade de vida e na saúde mental dessa população. Desta maneira, programas que promovam acolhimento das demandas emocionais do estudante, bem como favoreçam a qualidade de sua permanência merecem destaque. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 54 MECANISMOS FUNCIONAIS SUBJACENTES AOS EFEITOS DAS IBM (INTERVENÇÕES BASEADAS EM MINDFULNESS) E DAS TCBM (TERAPIA COGNITIVAS BASEADAS E MINDFULNESS). Nazaré de Oliveira Almeida; Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: mindfulness mindfulness, meditação, terapia cognitiva baseada em Um crescente número de estudos empíricos, desde a década de 1950, têm demonstrado os efeitos clínicos benéficos das práticas de mindfulness para a saúde e bem-estar. Contudo, os mecanismos funcionais subjacentes a esses benefícios, tanto do ponto de vista biológico quanto psicológico, não têm sido investigados mais detidamente. O objetivo da presente pesquisa foi realizar uma revisão bibliográfica sistemática acerca dos mecanismos funcionais subjacentes aos efeitos das IBM (Intervenções Baseadas em Mindfulness) e das TCBM (Terapia Cognitivas Baseadas e Mindfulness). Para identificação e seleção dos artigos que se relacionassem com o tema, foram consultadas cinco bases de dados: BVS, PePsic, PsycArticles, PubMed e Scielo. Os descritores selecionados foram: Mindfulness, Meditation, Mindfulness-Based Cognitive Therapy, Mindfulness-Based Stress Reduction, Mindfulness-Based Inteventions e Cognitive Therapy. Na primeira busca não houve limite, sendo lidos e analisados todos os artigos que apresentassem relações com o tema e possuíssem alguma referência relacionada às IBM e TCBM. Os textos selecionados foram resumidos e analisados qualitativamente, de modo a avaliar os mecanismos funcionais subjacentes aos efeitos das IBM e TCBM. A maioria dos autores convergem suas conclusões para os mecanismos de estratégias de regulação emocional, principalmente na redução do estresse, visto que as práticas diminuem as taxas do hormônio cortisona, muito destrutivo para os 92 neurônios, a reconfiguração voluntária da rede cerebral ativada, quando se cria uma espécie de realidade virtual diante de uma preocupação, promoção de um estado de “satisfação feliz”, desconectando a pessoa das preocupações e a conectado com o momento presente e com o ambiente ao redor. Outros mecanismos reconhecidos são a metacognição e a descentralização, o reconhecimento dos pensamentos automáticos como distintos da própria identidade, o distanciamento dos pensamentos automáticos e a descrença acerca do que os pensamentos automáticos afirmam sobre a realidade. Além disso, é comum a identificação de uma autoconsciência, a percepção do que ocorre internamente, sem a interferência das ruminações da mente, a autorreflexão e o pensamento reflexivo e não automático, quanto mais a pessoa se concentra no momento presente. Alguns autores sugerem que mindfulness deve ser descrito como uma estratégia de regulação emocional “top-down”, enquanto outros como uma estratégia de regulação emocional “bottom-up”. Por fim, discute-se as limitações da evidência atual e sugestões para futuras pesquisas sobre este tema. [email protected] Painel 55 INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE ESCOLARES AVALIADOS POR MÃES E PROFESSORES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: comportamento, escolares, sdq Os indicadores comportamentais para as crianças em idade escolar refletem seus recursos e as dificuldades adaptativas, podendo representar um fator de vulnerabilidade ou de proteção frente a adversidades. O Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) é um instrumento com qualidades psicométricas aferidas em muitos países, inclusive no Brasil, tendo validade reconhecida na avaliação do comportamento de crianças e jovens, tendo versões para pais, professores e para jovens após os 11 anos, avaliando problemas emocionais, de hiperatividade, de conduta, de relacionamentos e comportamento pró-sociais. Objetivou-se verificar as associações entre as avaliações comportamentais realizadas por mães e professores de crianças em idade escolar. Como participantes, selecionou-se uma amostra aleatória de 27 crianças, sem déficit cognitivo, com idade média de 9,5 anos (DP=0,50) de ambos os sexos, alunos do ensino fundamental, suas mães, com escolaridade mínima de ensino fundamental incompleto, e seus professores. Procedeu-se a aplicação dos instrumentos em situação individual, face a face, sendo aplicado com as crianças o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala Especial, para a exclusão de déficit intelectual. Com as mães e professores foi aplicado o SDQ, visando a avaliação do comportamento. Os dados foram codificados, submetidos a análise descritiva e tratados por estatística não paramétrica, por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman (p≤0,10). Na avaliação das mães 60% das crianças apresentaram dificuldades comportamentais e segundo os professores 30% das crianças apresentaram dificuldades comportamentais. Constatou-se associação significativa entre a avaliação de dificuldades comportamentais por parte dos professores e a 93 avaliação de problemas de conduta por parte das mães (r=0,352; p≤0,07). Conclui-se que as mães identificaram mais problemas comportamentais por parte das crianças, possivelmente por pautar suas observações por um contexto de convivência mais amplo no tempo e nas situações, em comparação aos professores. A concordância das avaliações quanto aos problemas de conduta coloca em evidência a relevância dessas dificuldades nos dois contextos, familiar e escolar. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 56 ASSOCIAÇÕES ENTRE A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO DE MÃES E ESCOLARES. Paola Passareli-Carrazzoni; Bianca Rahal de Mattos e Sonia Regina Loureiro (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: desempenho cognitivo, mães, escolares A avaliação do desempenho cognitivo de crianças em idade escolar e suas implicações constituem-se em um importante campo de investigação e intervenção. Estudos diversos têm demonstrado correlação entre a memória de trabalho e a inteligência fluida, apontando a memória de trabalho como uma medida relativamente pura do potencial de aprendizagem das crianças. Nestes estudos uma questão relevante diz respeito às relações entre as variações do QI em função de componentes genéticos, enquanto herdabilidade, e do ambiente compartilhado. Considerando as hipóteses relativas à associação de inteligência fluida e memória de trabalho e da herdabilidade da inteligência, objetivou-se correlacionar o desempenho cognitivo de mães e de crianças em idade escolar, em medidas de inteligência fluida e de memória de trabalho. Como participantes, selecionou-se uma amostra aleatória de 69 díades mães/crianças, estas com nove e 10 anos no momento da coleta, de ambos os sexos, alunos do ensino fundamental, e suas mães, com escolaridade mínima de ensino fundamental incompleto. Procedeu-se a aplicação dos instrumentos em situação individual, face a face, a saber: Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala Especial (crianças) e teste R1 (mães) como medidas de inteligência fluida, e os subtestes dígitos, aritmética e sequencia de números e letras (WAIS-III e WISC-IV) como medidas de memória de trabalho. Os dados foram codificados, submetidos a análise descritiva e tratados por estatística não paramétrica, por meio do Coeficiente de Correlação de Spearman (p≤0,01). Verificou-se correlações moderadas e significativas para as medidas de inteligência fluida e memória de trabalho de mães e de crianças, mas não foram verificadas correlações significativas nas comparações intersujeitos, reiterando a relevância do ambiente compartilhado em contraposição à herdabilidade. Destaca-se como desdobramento do estudo a importância de se promover práticas de intervenção precoce, de caráter preventivo, que favoreçam o desempenho cognitivo por meio da promoção dos recursos do ambiente de desenvolvimento das crianças, tendo em vista que a inteligência fluída e a memória de trabalho são relevantes para o contexto da aprendizagem. Apoio financeiro: CNPq 94 [email protected] Painel 57 CARACTERISTICAS DA CLIENTELA ATENDIDA EM UM NUCLEO DE ASSISTENCIA A UNIVERSITARIOS : UM ESTUDO DESCRITIVO DE NATUREZA DOCUMENTAL. Regina de Cassia Rondina (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Filosofia e Ciências - Campus de Marília, SP). Atualmente, há um consenso quanto à importância de oferecer serviços de apoio / assistência psicológica e psiquiátrica a estudantes de graduação, no sentido de minimizar os índices de fracasso e/ou evasão no ensino superior. O presente trabalho teve como meta central, conhecer o perfil de estudantes atendidos pelo serviço de Psicologia de uma universidade pública do Oeste Paulista. Foi realizada uma pesquisa descritiva preliminar de cunho documental, sobre características clínicas e sociodemográficas de universitários que buscaram auxílio junto ao Núcleo de Assistência Psicológica e Psicoeducacional e de Pesquisa (NAPEP/UNESP, Marília). O NAPEP oferece assistência psicológica a acadêmicos regularmente matriculados em cursos de graduação e de pós graduação da Unidade, sob enfoque cognitivo-comportamental. Foi efetuado um levantamento e sistematização de informações, através de consultas junto às fichas cadastrais dos estudantes, preenchidas durante as entrevistas para cadastro junto ao núcleo. As queixas que motivaram a busca pelo serviço de Psicologia foram compiladas e agrupadas em categorias temáticas, com as respectivas frequências percentuais. Entre fevereiro do ano letivo de 2011 e junho de 2013, 165 estudantes efetuaram inscrição, sendo 76% do sexo feminino. Dentre o total dos inscritos, 80% informaram queixas que sugerem a possibilidade de sintomatologia depressiva e 13,3%, condutas do Espectro Suicida. Foram encontrados também elevados percentuais de queixas relacionadas a dificuldades na área dos relacionamentos interpessoais (afetivos, familiares e sociais, em geral). Os resultados sugerem que possa haver uma complexa inter-relação entre as principais dificuldades/problemas informados pelos acadêmicos. Os elevados percentuais de queixas na esfera dos relacionamentos interpessoais, aqui encontrados, levam a crer que a implantação de programas de intervenção de cunho preventivo e terapêutico, sob a modalidade de psicoterapia em grupo, poderia contribuir com a assistência a essa população. Supõe-se que estratégias como o treinamento em habilidades sociais, por exemplo, poderiam minimizar as dificuldades dos estudantes. Programas de natureza multidisciplinar, envolvendo profissionais das áreas de Psicologia, Terapia Ocupacional e áreas afins, poderiam promover a qualidade de vida dos universitários e melhor adaptação à vida acadêmica. [email protected] Painel 58 PREVALÊNCIA DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES NO PRÉOPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA. Sabrina Fernandes Liberatore (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, SP). 95 Palavras-chave: Ansiedade, Depressão, Bariátrica. Obesidade é uma doença crônica multifatorial, que envolve questões psicológicas, genéticas e ambientais. A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais desafios de saúde pública deste século. Pessoas que sofrem de obesidade mórbida podem contar desde a década de setenta com outro tipo de tratamento como a cirurgia bariátrica. A cirurgia bariátrica, também conhecida como gastroplastia e cirurgia de redução de estômago, é uma opção para pessoas com obesidade mórbida que não conseguem perder peso pelos métodos tradicionais ou para quem sofre de problemas crônicos de saúde relacionados a essa doença. As indicações para a cirurgia como tratamento da obesidade mórbida baseiam-se em diversos fatores: IMC acima de 40 kg/m², ou acima de 35 kg/m² na presença de doenças associadas. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de sintomas de ansiedade e de depressão em pacientes candidatos à Cirurgia Bariátrica, pois estes são os transtornos mais comuns em pacientes com obesidade. Foram analisados dados dos prontuários de 188 pacientes de ambos os sexos, avaliados no período entre 2010 e 2015 em um serviço privado de psicologia em São José do Rio Preto. Foram incluídos na análise: peso, altura e Índice de Massa Corporal (IMC), dados de entrevista semi-estruturada e dos Inventários Beck de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI). Resultados: a idade dos pacientes variou entre 14 e 65 anos (Média: 34,65 anos), 73 % (n = 137) eram mulheres, 27 % (n= 51) eram homens, 69,5 % (n = 95) eram casados ou estavam em união estável, 43,1 % (n= 81) eram solteiros, 6,4 % (n= 12) eram viúvos e separados e o IMC variou entre 30 e 67 (Média: 42,81). Em relação a sintomas de ansiedade, 26% (n = 49) apresentaram sintomas leves e 20% (n = 39) moderados a graves; 39% (n = 73) apresentaram sintomas leves de depressão e 13% (n = 24) sintomas moderados a graves. Conclusão: Houve predominância de mulheres, com importantes sintomas de depressão e de ansiedade. Os dados indicam necessidade de acompanhamento psicológico para aqueles com sintomas moderados e graves e reavaliação para aqueles com sintomas leves. [email protected] Painel 59 PROGRAMA COMVIDA: DESENVOLVENDO HABILIDADES DE CONVIVÊNCIA ENTRE ADOLESCENTES. Shirley de Souza Silva Simeão e Ludmila Xavier Rodrigues (Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB). Palavras-chave: adolescência. habilidades sociais. intervenções. As habilidades sociais são consideradas competências adquiridas que propiciam o início e manutenção de relacionamentos sociais adequados e positivos, favorecendo relações satisfatórias. A literatura aponta que déficits em habilidades sociais estão sendo associados cada vez mais à presença de distúrbios na adolescência, tas como condutas delinquentes, agressividade e desenvolvimento de transtornos psicológicos. Assim, o objetivo do presente trabalho é apresentar o Programa COMVIDA que é uma proposta intervenção voltada para o desenvolvimento de habilidades de convivência entre os jovens, 96 e que foi realizada com adolescentes de uma escola pública da cidade de João Pessoa - PB. O programa iniciou a partir da realização da avaliação das principais dificuldades vivenciadas pelos adolescentes, de forma que tal avaliação direcionasse as atividades propostas. Para isso, foram entrevistados professores, coordenadores e os pais, no sentido de obter informações sobre possíveis comportamentos disfuncionais que o indivíduo venha a apresentar e que se relacionem com possíveis dificuldades de relacionamento/convivência. Em seguida, foi realizada avaliação das HS dos adolescentes, por meio da aplicação do Inventário de habilidades sociais para adolescentes (IHSA), por meio do qual se evidenciou um repertório deficitário, principalmente em relação à assertividade. Após avaliação deu-se início a proposta de intervenção que teve um formato grupal e se estruturou ao longo de seis encontros, com 90 minutos de duração, em que foram utilizadas vivências com a proposta de desenvolver habilidades de fazer amizades, assertividade, autocontrole emocional e empatia. Como resultado, a partir da aplicação do programa, foi possível evidenciar mudanças de alguns comportamentos dos adolescentes, tais como maior interação entre os grupos, respeito às diferenças, fortalecimento de vínculos de amizade e melhora na comunicação. Além disso, as atividades proporcionaram a aprendizagem de elementos importantes para a convivência entre eles, percebendo-se que o treino de habilidades sociais se mostrou uma possibilidade efetiva e possível no contexto escolar, contribuindo para a melhoria das relações estabelecidas entre os adolescentes. [email protected] Painel 60 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ADULTA E DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS REALIZADOS PELO LABORATÓRIO DE PESQUISA E INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (LAPICC-USP). Suzana Peron e Carmem Beatriz Neufeld. (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: serviços-escola de psicologia; atendimento caracterização de clientela; terapia cognitivo-comportamental. psicológico; Os serviços-escola de psicologia tiveram início com o artigo 16 da Lei nº 4.119, de agosto de 1962, que estabeleceu que os cursos de formação em Psicologia deveriam instituir serviços de atendimento voltado ao público, de forma gratuita ou remunerada. Com fundamento semelhante, o Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de São Paulo (LaPICC-USP) foi fundado em 2009, na tentativa de integração entre pesquisa, formação, e oferta de serviço de qualidade para a população. A Terapia Cognitivo-Comportamental tem como premissa que as emoções e os comportamentos dos indivíduos são influenciados pela percepção que estes apresentam em relação aos eventos a sua volta e busca produzir mudanças no pensamento para promover modificações emocionais e comportamentais duradouras. Este estudo possui como objetivo a caracterização da clientela e dos atendimentos realizado no estágio de atendimento individual de adultos oferecidos pelo LaPICC-USP, vinculado ao Centro de Psicologia Aplicada da 97 FFCLRP. A literatura aponta a importância da caracterização da população atendida nestes serviços para a avaliação da efetividade dos atendimentos oferecidos e proposição de novas estratégias. Trata-se de uma pesquisa documental, com metodologia quantitativa e descritiva. Como procedimento de coleta de dados foi feito o levantado dos prontuários dos pacientes que tiveram o atendimento iniciado e encerrado no período entre 2009 e 2015, e a catalogação das informações disponíveis, por meio da entrevista inicial e do histórico de evolução dos atendimentos. As variáveis consideradas foram sexo, idade, raça, escolaridade, religião, ocupação, estado civil, indicação de atendimento, histórico de acompanhamento psicológico, demanda, diagnóstico, encaminhamento e duração do atendimento. Os resultados foram analisados a partir de estatística descritiva (frequência). No período apresentado, foram atendidos 80 pacientes, havendo prevalência na busca espontânea por atendimento (63,75%) por clientela na faixa dos 20-29 anos (41,25%), com ensino superior completo (47,50%), economicamente ativa (53,75%), solteira (60%), de raça branca (58,75%) e do sexo feminino (63,75%). Quanto aos atendimentos, pôde-se notar uma média de 10 meses de duração, com a demanda mais recorrente referente a dificuldades de relacionamento (58,57%), sendo os diagnósticos mais frequentes relacionados aos transtornos de ansiedade, seguidos dos transtornos de personalidade; quanto ao encaminhamento, a taxa de condição de alta foi de 32,50% dos atendimentos e a de desistência, de 25%. Os resultados obtidos corroboram a literatura, quando a sexo, idade e procura pelo atendimento, enquanto que as taxas de abandono e de alta do atendimento se mostraram mais positivas do que o apontado por outros estudos. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 61 CARACTERIZAÇÃO DAS DEMANDAS DE TERAPIA INDIVIDUAL INFANTIL E ADOLESCENTE DO LAPICC-USP. Thaís Barbosa Benedetti e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: demandas, crianças e adolescentes, propais Crianças e adolescentes são comumente encaminhados à terapia em função de seus problemas com comportamentos e emoções. Mediante a importância de se intervir nesses problemas apresentados, diversas intervenções com pais têm sido desenvolvidas. O Programa de Orientação de Pais (PROPAIS I) consiste em um programa estruturado de orientação de pais em grupo, para pais cujos filhos se encontram em atendimento psicoterapêutico no estágio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental da Universidade de São Paulo (LaPICC-USP). O presente estudo tem como objetivo levantar as demandas nos prontuários de terapia individual infantil e adolescente do LaPICC-USP e nos instrumentos Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) e Child Behavior Check List (CBCL) respondidos pelos pais antes de sua participação no grupo de pais e antes do início do atendimento da 98 criança/adolescente. Os participantes do estudo foram advindos de um banco de dados composto por 31 pais/cuidadores participantes do PROPAIS I desde o ano de 2009 até 2014 com seus filhos, estando em atendimento psicoterápico individual no serviço-escola da USP-RP. Os dados foram analisados em uma análise descritiva e qualitativa comparativa com base nas categorias das demandas contidas nos prontuários e nas categorias dos instrumentos SDQ e CBCL. Após levantar suas frequências, verificou-se o quão condizentes são as demandas dos prontuários e a percepção dos pais/cuidadores com base nesses instrumentos. Considerando que 13 participantes responderam ao instrumento SDQ e 18 participantes responderam ao CBCL, o estudo foi analisado separadamente devido às diferentes escalas dos instrumentos. As demandas observadas com maiores frequências nos prontuários cujos pais/cuidadores responderam o SDQ foram: “Sintomas Emocionais” e “Hiperatividade”, e nos prontuários dos respondentes do CBCL predominou a escala “Comportamento Agressivo”. Em relação à percepção dos pais/cuidadores observada nos instrumentos, a escala clínica com maior frequência no SDQ se referiu aos “Problemas de Conduta”, e a escala “Ansiedade e Depressão” no CBCL. Os resultados corroboraram aos estudos de caracterização da clientela de serviços-escola e atendimento infantil/adolescente, levando em consideração a prevalência de crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 13 anos, estudantes do ensino fundamental, com várias demandas relacionadas ao contexto escolar. A literatura relaciona a faixa etária predominante da clientela ao período de escolarização, desta forma, são notadas maiores demandas relacionadas às dificuldades escolares. Contudo, essas demandas foram verificadas mais especificamente na descrição dos prontuários Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 62 AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA E MEDICINA. Túllio Pieroni Toledo; Nara Rejane Cruz de Oliveira e Ricardo da Costa Padovani (Universidade Federal de São Paulo, Santos, SP). Palavras-chave: atividade física; qualidade de vida; estudantes universitários A atividade física está associada positivamente à saúde e ao bem-estar psicológico. No contexto universitário questões como a exigência de longas horas de estudo e a autonomia na construção do conhecimento podem interferir significativamente na qualidade de vida do estudante, assim como favorecer a adoção de um estilo de vida sedentário. O presente estudo teve como objetivo investigar o nível de atividade física, a qualidade de vida e a saúde mental em estudantes de psicologia e medicina. Participaram do estudo 111 estudantes de uma Universidade Pública Federal, sendo 63 do curso de psicologia (27 primeiro ano e 36 segundo ano) e 48 do curso de medicina (23 primeiro ano e 25 segundo ano). Instrumentos: Questionário adaptado do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Públicas Federais Brasileiras, Questionário Internacional de Atividade 99 Física (IPAQ), Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL – BREF) e Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse – 21 (DASS - 21). A amostra foi composta em sua maioria por estudantes do gênero feminino, solteiros, sem filhos, oriundos do ensino médio particular e que não trabalhavam. O curso de psicologia apresentou maior número de mulheres e de estudantes residentes em repúblicas, já o curso de medicina maior número de homens e de estudantes que residem com os pais. Os graduandos em medicina se mostraram mais ativos, apresentaram níveis superiores para qualidade de vida, exceto domínio físico, e menor incidência de estresse, ansiedade e depressão. Os alunos de primeiro ano, de ambos os cursos, se revelaram mais ativos e apresentaram menor incidência de estresse, ansiedade e depressão. No que se refere à qualidade de vida, os alunos do primeiro ano do curso de psicologia, quando comparados aos do segundo, apresentaram níveis superiores em todos os domínios, a saber: físico, meio ambiente, psicológico e social. Os alunos do primeiro ano de medicina apresentaram níveis superiores aos do segundo apenas no domínio meio ambiente. Ansiedade, insônia e sensação de desamparo foram as principais dificuldades emocionais indicadas como intervenientes no desempenho acadêmico, em especial pelos alunos de primeiro ano. A alta carga horária e o excesso de trabalhos acadêmicos também foram destacados, em especial pelos graduandos em psicologia. [email protected]