Associação de resistências em série Numa ligação de resitências em série, a corrente que flui no circuito é a mesma e pode-se obter uma resistência equivalente do conjunto. R1 R2 R3 U2 U3 Rn I U1 CIRCUITOS LINEARES DE CORRENTE CONTÍNUA Req Un I U U U U 1 U 2 U 3 ... U n U I ( R1 R2 R3 ... Rn ) U R1 R2 R3 ... Rn I Req R1 R2 R3 ... Rn Analise de Circuitos 2014 1 Analise de Circuitos 2014 Associação de resistências em paralelo Transformações estrela-triângulo e vice-versa Os terminais das resistências encontram-se conectados entre si. Por isso mesmo deve-se cumprir a condição de que todas as resistências tenham a mesma tensão. A resistência medida entre dois terminais, tanto da ligação estrela como da ligação triângulo, deve ser a mesma. Assim: U AB b Para os terminais b e c: Req A I I1 I2 I3 R1 I B R ab Ra U AB (G1 G 2 G3 ... G n ) Rn Rb U Rc Rb R bc Rbc ( R ab R ca ) Rab Rbc R ca I I1 I 2 I 3 ... I n R2 R3 2 Para os terminais c e a: Rc Rca c a In G eq G1 G 2 G3 ... G n Rca ( R ab R bc ) R ab Rbc R ca Para os terminais a e b: R a Rb Analise de Circuitos 2014 Ra Rc 3 Rab ( Rbc Rca ) Rab Rbc Rca Analise de Circuitos 2014 4 1 Transformações estrela-triângulo e vice-versa Na transformação de triângulo para estrela, pode-se escrever: Ra R ab Rca R ab R bc R ca Rb Exemplo: Calcular as correntes do circuito dado aplicando o método de transformação. R ca Rbc Rc R ab R bc R ca Rbc R ab R ab R bc R ca R a Rb R a R c R b Rc Rc Rbc Analise de Circuitos 2014 a 1º passo: Transformando o triângulo constituído pelas resistências R2 , R3 e R5, obtemos : R R R a Rc Rb R c Rca a b Rb R a Rb Ra Rc Rb Rc Ra I5 J = 1A; R1 = 1; R2 = 1; R3 = 1; R4 = 4; R5 = 1, R6 = 2. Na transformação de estrela para triângulo, obtém-se: R ab Transformações estrela-triângulo e vice-versa 5 Análise de Circuitos de Corrente Contínua R 25 R2 R5 0,33 ; R 2 R3 R 5 R35 R3 R5 0,33 . R 2 R3 R5 R 23 R5 R2 c R2 R3 0,33 ; R 2 R 3 R5 R1 d I3 I2 J R3 R6 R4 I1 I6 I4 b Analise de Circuitos 2014 6 Transformações estrela-triângulo e vice-versa Transformações estrela-triângulo e vice-versa J 2º passo: Depois da transformação pode-se representar o circuito do seguinte modo: R 25 R 35 a 3º passo: Com o circuito simplificado d pode-se proceder ao cálculo do R 23 mesmo: c R1 I1 I4 I1 J R 25 p R 25 p R1 R6 R4 Rp 0 ,65 A ; I 6 I 25 I 4 0, 23 A ; Pc arg a R1 I 12 R2 I 22 R3 I 32 R4 I 42 R5 I 52 R6 I 62 0, 649 0, 65W PFonte U ab J I1 R1 J 0 ,65W R356 R35 R 6 2,33 ; R 234 R 23 R 4 4,33 ; I6 b Fazendo o equilíbrio de potências, obtém-se: R 356 R 234 1,51 ; R 25 p R p R 25 1,84 ; R 356 R 234 I 25 J I 1 0 ,35 A ; I 4 I 25 U ad I 25 R 25 I 6 R35 0,19 V ; R356 0,12 A ; R 356 R 234 I5 U ad 0,19 A ; R5 I 2 J I 1 I 5 0,16 A ; I 3 I 2 I 4 0 ,04 A . Analise de Circuitos 2014 7 Analise de Circuitos 2014 8 2 Associação de geradores Associação de geradores de tensao Neste caso pode-se obter uma fonte equivalente na qual a f.e.m. está em série com a resistência interna equivalente. Existem dois tipos principais de associação de geradores: a associação em série e em paralelo. A E eq Req I B Associação em série Os geradores são ligados de forma que sejam atravessados pela mesma corrente. A E1 E2 R1 E3 R2 R3 I E eq E1 E 2 E 3 No caso geral quando temos várias fontes em série, podemos escrever: B E eq Analise de Circuitos 2014 Os terminais ou pólos do mesmo nome do gerador encontram-se conectados entre si. Por isso mesmo deve-se cumprir a condição de que todos os geradores tenham a mesma f.e.m.. De outro modo os geradores com menor f.e.m. funcionariam como cargas. A I E2 R2 E3 R3 Req Ri i Analise de Circuitos 2014 10 Associação de geradores Associação em paralelo R1 E 9 Associação de geradores E1 Req R1 R 2 R3 Tal como no caso da ligação em série, pode-se obter uma fonte equivalente na qual a f.e.m. está em série com a resistência interna equivalente. E eq A Req I B I I1 I 2 I 3 I1 E eq I2 B G eq G1 G 2 G3 Admitindo a corrente total seja nula : I3 Analise de Circuitos 2014 E1 G1 E 2 G 2 E 3 G3 G1 G 2 G3 Seja : 11 E eq U BA G eq G n E1 E 2 E 3 E U BA E Analise de Circuitos 2014 12 3 Metodo das leis de Kirchoff Métodos de cálculo de corcuitos complexos Metodo das leis de Kirchoff As leis de Kirchoff são usadas nos problemas de circuitos eléctricos para calcular a corrente nos respectivos ramos. Consideremos que r seja o número total de ramos num circuito, rc o número de ramos contendo fontes de corrente e N o número de nós. Supondo conhecidas as correntes nos ramos com fontes de correntes, então o número de equações de Kirchoff é obtido como se segue: Para que as equações sejam independentes, as equações da 1ª lei de Kirchoff devem ser tantas, quantos são os nós menos uma, ou N -1. As que traduzem a 2ª lei de Kirchoff devem ser tantas quantos são os ramos sem fontes de corrente, menos o número de equações da 1ª lei de Kirchoff: N eq ( r rc ) ( N 1) r rc N 1 R1 R2 E2 A título de exemplo, consideremos o circuito dado. E1 Assinala-se no esquema com uma seta, o sentido positivo da Corrente em cada ramo; 13 Analise de Circuitos 2014 Metodo das leis de Kirchoff O circuito dado tem 2 nós, identificados pelas letras a, e b. Metodo das leis de Kirchoff R2 a E2 E1 = 12 V; E2 = 12 V; R1 = 4 ; R2 = 5 ; R3 = 5 ; R4 = 5 A solução será: I1 = 1,09 A; I2 = 0,44 A; I3 = 1,53 A E1 R3 R4 Fazendo o equilíbrio de potências: De acordo com a 1ª lei de Kirchoff devem ser escrita 1 equação, que Fica: I1 I 2 I 3 0 b PFonte E1 I 1 E 2 I 2 12 (1, 09 0, 44 ) 18 ,36 W De acordo com a 2ª lei de Kirchoff devem ser escritas 2 equações das malhas indicadas a tracejado: R1 I1 R 3 I 3 E1 14 Considerando os seguintes dados: R1 O número de ramos é 3 e não temos nenhuma fonte de corrente. R4 Fixa-se o sentido positivo de circulação em cada malha; Analise de Circuitos 2014 R3 Pc arg a R1 I 12 R3 I 32 ( R2 R4 ) I 22 4 x1,09 2 5 x1,53 2 10 x 0 , 44 2 18 ,39W ( R2 R4 ) I 2 R3 I 3 E 2 Analise de Circuitos 2014 15 Analise de Circuitos 2014 16 4 Método de sobreposição Método de sobreposição A aplicação do método de sobreposição é para circuitos com elementos lineares e consiste em obter a influência de cada fonte presente no circuito de forma isolada, para depois se fazer a sobreposição das soluções obtidas parcialmente. Devemos indicar os sentidos das correntes no circuito inicial. R1 Exemplo: Considerando o circuito dado, calcular todas as correntes usando o método de sobreposição: R2 E1 R3 I3 I1 E1 = 2 V; E2 = 4 V; R1 = 4 ; R2 = 5 ; R3 = 10 . R1 E1 R2 I2 Considerar o circuito com apenas uma das fontes de tensão de cada vez e calcular as respectivas correntes. E2 R3 Analise de Circuitos 2014 E2 17 Método de sobreposição Analise de Circuitos 2014 18 Método de sobreposição Correntes da fonte 1: R1 Finalmente calculamos as correntes totais: R2 E I1 Req I 2 E1 2 R2 5 0,27 A ; I 3 I1 0,27 . 0,09 7,33 R2 R3 15 I 2 I1 I 3 0,18 A I1 R3 I3 I1 R .R 50 Req R1 3 2 4 7,33 R3 R2 15 R1 E1 Correntes da fonte 2: R1 R2 E I 2 2 Req I 2 I1 R3 I 3 E2 I1 R eq R2 R3 I3 E2 I2 I1 I1 I1 0,09 A I 2 I 2 I 2 0,33 A I 3 I 3 I 3 0,24 A R .R 40 R2 3 1 5 7,86 R3 R1 14 R1 4 4 0,51 A ; I 3 I 2 0,51. 0,15 7,86 R1 R 3 14 I 1 I 2 I 3 0,36 A I 2 Analise de Circuitos 2014 19 Analise de Circuitos 2014 20 5 Método das tensões nos nós ou método de análise nodal No método de análise nodal escolhe-se como incógnitas as tensões nos nós e as equações são obtidas por aplicação da lei dos nós. A aplicação deste método pode ser sistematizada do seguinte modo: 1º passo: Identificar os nós que servem de incógnitas – Liga-se um dos nós do circuito à terra, este nó passa a ser o nó de referência e com tensão absoluta nula. Assim o número de nós com potenciais desconhecidos passa a ser N-1, sendo N o número de nós. Analise de Circuitos 2014 E1 32 V ; E 2 32 V R1 2 a R5 5 E1 R3 I2 I5 c 4º passo: Obter as correntes nos ramos por aplicação da lei de Ohm. Analise de Circuitos 2014 22 Método das tensões nos nós ou método de análise nodal I1 I 3 I 5 0 ; I 2 I5 I4 0 ; U ac I1 R1 E1 U ac a c a I 3 a G3 I 4 b G4 I 2 R2 U bc E 2 U bc b c b I 1 ( E1 a )G1 I 5 ( a b )G5 I 2 ( E 2 b )G 2 As equações ficam então: E2 R4 I3 R2 I1 R2 1 R3 5 b 3 passo: Estabelecer as N-1-T equações de nó, em função das tensões absolutas dos nós e resolver este sistema de equações. c 0 ; Exemplo: Calcular as correntes do circuito dado usando análise Nodal. R5 2º passo: Existindo fontes de tensão ideiais, determinar o número destas fontes e designar por T; 21 Método das tensões nos nós ou método de análise nodal R1 Método das tensões nos nós ou mesmo de análise nodal I4 ( E1 a )G1 a G 3 ( a b )G5 0 ( E 2 b )G 2 ( a b ) G5 b G 4 0 a (G1 G 3 G 5 ) b G5 E1G1 a G 5 b (G 2 G 4 G 5 ) E 2 G 2 R4 2 Analise de Circuitos 2014 23 G1 1 R1 0 ,5 S ; G 4 G2 1 R2 1 S ; G5 1 R5 G3 1 R3 0, 2 S 1 R4 0 ,5 S 0, 2 S 0,9 a 0, 2 b 16 0, 2 a 1,7 b 32 Analise de Circuitos 2014 24 6 Método das tensões nos nós ou método de análise nodal Tal como foi visto na aplicação do método das leis de Kirchoff, para que as equações sejam independentes, as equações que traduzem a 2ª lei de Kirchoff devem ser tantas quantos são os ramos sem fontes de corrente, menos o número de equações da 1ª lei de Kirchoff: Resolvendo o sistema de equações, obtemos: a 22 ,55 V b 21, 48 V As correntes resultam em: Método das correntes nas malhas (malhas independentes) I1 4 ,735 A I 10 ,52 A 2 I 3 4 ,51 A I 10 ,74 A 4 I 5 0, 214 A N eq ( r rc ) ( N 1) r rc N 1 Fazendo o balanço de potências obtemos: Sendo r o número de ramos do circuito, rc o número de ramos com fontes de corrente e N o número de nós. PF E1 I1 E 2 I 2 488 ,16 W 2 2 2 2 2 Pc R1 I1 R 2 I 2 R3 I 3 R 4 I 4 R 5 I 5 488 ,13 W Analise de Circuitos 2014 25 Exemplo: Calcular as correntes do circuito dado aplicando o método de análise de malhas. R1 R2 R3 J As malhas identificadas estão assinaladas no circuito pelas setas a azul. Assim temos as malhas A e B e as respectivas equações estão escritas no sistema abaixo. R1 R2 R3 J R4 E1 R4 E1 I A ( R1 R2 R3 ) I B R3 JR 2 0 I A R3 I B ( R3 R4 ) JR 4 E1 N eq 6 1 4 1 2 O número de equações de malhas independentes é então de 2, o que significa que devemos identificar duas malhas independentes. Analise de Circuitos 2014 26 Métodos das malhas independentes Métodos das malhas independentes E1 = 100 V; J = 6 A; R1 = 2,5 ; R2 = 10 ; R3 = 40 ; R4 = 20 . O circuito tem 6 ramos, 4 nós e um ramo com fonte de corrente, isto é, r = 6, N = 4 e rc=1. Assim: Analise de Circuitos 2014 27 52 ,5 I A 40 I B 60 40 I A 60 I B 220 IA 8 A I B 9 A 5, 25 I A 4 I B 6 4 I A 6 I B 22 Analise de Circuitos 2014 28 7 Métodos das malhas independentes I1 I A 8 A I I 9A B I 2 I A J 2 A I3 IB I A 1 A I 4 I B J 3 A Teorema de Thevenin a R1 I1 R3 R2 Qualquer circuito eléctrico em relação a dois terminais, pode ser substituído por uma fonte de tensão real. I2 I3 R E1 4 I J I4 Caixa-preta b RTh U ab I 2 R 2 I 4 R 4 80 V ; U ba U ab 80 V a R C arg a E Th PC arg a R1 I 12 R2 I 22 R3 I 32 R 4 I 42 420 W PFonte U ba J EI 420 W Analise de Circuitos 2014 b 29 Analise de Circuitos 2014 Teorema de Thevenin 30 Teorema de Thevenin Considerando o circuito dado, determinar a corrente I usando o método de Thevenin. Procedimento para obter o circuito equivalente de Thevenin: R1 1. Dividir o circuito nas partes da fonte e da carga, conectadas a um par de terminais; 2. Considerar o circuito da fonte isolado do circuito da carga e determinar a sua tensão de circuito aberto Uth; 3. Considerar o circuito da fonte isolado do circuito da carga e curto-circuitando as fontes de tensão e abrindo as fontes de corrente, determinar a resistência de Thevenin Rth; 4. Considerar o circuito de Thevenin conectado ao circuito da carga e determinar as variáveis de interesse. E1 = 24 V; E2 = 6 V; R1 = 8 ; R2 = 5 ; R3 = 4 ; R = 10 . 31 R3 E2 I R E th U ab , mv a R1 E1 R2 R3 U ab , mv I 3 mv R3 E 2 E2 U ab , mv I 3 mv b Analise de Circuitos 2014 E1 R2 I 3 mv E1 24 2A R1 R3 12 Analise de Circuitos 2014 32 8 Teorema de Thevenin U ab , mv I 3 mv R3 E 2 2 * 4 6 2 V ; Teorema de Norton E th 2 V Qualquer circuito eléctrico em relação a dois terminais, pode ser substituído por uma fonte de corrente real. a R1 R2 R th Rab R 2 R3 R1 R3 8*4 5 7 ,67 R1 R3 12 Caixa-preta a b a JN R th E th I R RN R C arg a E th 2 I 0 ,113 A R th R 7 ,67 10 b b Analise de Circuitos 2014 33 34 Teorema de Norton Teorema de Norton Considerando o circuito dado, determinar a corrente e a tensão na resistência R3 usando o método de Norton. Procedimento para obter o circuito equivalente de Norton 1. Dividir o circuito nas partes da fonte e da carga, conectadas a um par de terminais; 2. Considerar o circuito da fonte isolado do circuito da carga e determinar a sua corrente de curto-circuito; 3. Considerar o circuito da fonte isolado do circuito da carga e curto-circuitando as fontes de tensão e abrindo as fontes de corrente, determinar a resistência de Norton RN; 4. Considerar o circuito de Norton conectado ao circuito da carga e determinar as variáveis de interesse. Analise de Circuitos 2014 Analise de Circuitos 2014 35 E1 = 2 V; E2 = 4 V; R1 = 4 ; R2 = 5 ; R3 = 10 . R1 E1 Analise de Circuitos 2014 R2 E2 R3 36 9 Teorema de Norton Teorema de Norton a J N I 1cc I 2 cc a R1 E1 E 2 1,3 A R1 R 2 R2 E1 E2 I3 I cc J N I 2 cc I 1cc I3 J N RN 0 , 236 A R N R3 JN R3 RN b b U ab I 3 R3 2,36 V R N Rab R1 R2 2, 22 R1 R2 R1 a R2 b Analise de Circuitos 2014 37 Analise de Circuitos 2014 Máxima transferência de potência Máxima transferência de potência Uma rede pode ser considerada como contendo dois elementos, a fonte e a carga. A fonte pode ser substituída por um circuito equivalente de Thevenin ou um circuito de Norton. Assim para uma rede puramente resistiva, a representação da fonte equivalente de Thevenin e considerando uma carga RL, será: A potência na carga é dada por: P I L2 R L ; IL RTh a IL b Analise de Circuitos 2014 39 Atendendo que a corrente na carga é: E th ; Pode-se escrever a expressão da potência Rth R L como se segue: E th P Rth R L RL E Th 38 2 R L Derivando esta expressão em ordem a RL, pode-se determinar as condições de potência máxima na carga. Analise de Circuitos 2014 40 10 Máxima transferência de potência dP d dR L dR L E th Rth R L 2 Rth R L R L E th2 Rth R L 3 De onde se obtém, que para a potência máxima na carga: dP 0 dR L R L R th ; A potência máxima na carga será então dada por: Pmax Eth2 4 Rth Analise de Circuitos 2014 41 11