economia criativa: estratégia de desenvolvimento para

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ÁREA: COMUNICAÇÃO DE PESQUISA EM ANDAMENTO
Comunicação de pesquisa em andamento
ECONOMIA CRIATIVA: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PARA
VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA
Anais da XIII Semana de Economia da UESB - 19 a 24 de maio de 2014
Vitória da Conquista/BA
ÁREA: COMUNICAÇÃO DE PESQUISA EM ANDAMENTO
ECONOMIA CRIATIVA: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PARA
VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA
Gildásio Santana Júnior1
Marcos Santos de Oliveira Júnior2
RESUMO
Atualmente, os estudos destinados à economia criativa vem despertando a curiosidade
em todo o mundo, esse fato é evidenciando pelas diversas linhas de estudo que vem
sendo empreendidas tendo como alicerce o conceito, estas buscam aplica-lo de forma
que possa contribuir para o desenvolvimento local e regional. Ainda em estágio de
customização, a teoria demonstra que é cedo para reafirmar um consenso geral a
respeito do tema, não obstante, o presente trabalho, ainda em andamento. Propõe um
mapeamento das indústrias criativas da cidade de Vitória da Conquista, com o objetivo
de que através da expressão territorial local, possamos compreender se a cidade pode ser
denominada criativa ou possua parâmetros de potencial criativo. Em outras palavras, se
esta apresenta os fatores necessários para que a tornem atrativa, não somente aos
profissionais criativos, mas também, representam oportunidades para pessoas, regiões,
empresas e países promoverem a criação de riqueza, contribuindo com crescimento
econômico e o desenvolvimento em âmbito nacional e internacional.
Palavras-chave: Economia Criativa. Indústrias Criativa. Mapeamento em Vitória da
Conquista.
ABSTRACT
Currently, studies intended on the creative economy have been arousing the curiosity
around the world, this fact is evidenced by the miscellaneous lines of study that has
been endeavored having as foundation the concept, these pursuit to apply it in a way
that can contribute to local and regional development. Still in the stage of
customization, the theory shows that it is early to reaffirm a consensus on the matter,
however, this work, that still in progress. Proposes mapping the creative industries in
Vitória da Conquista, in order that through the local territorial expression, we can
understand if the city can be denominated creative or have parameters of potential
creativity. In other words, whether it has the necessary factors to make it attractive, not
only to creative professionals, but also represent opportunities for people, regions,
companies and countries to promote wealth creation, contributing to economic growth
and development at the national and international level .
Keywords : Creative Economy . Creative Industries. Mapping in Vitória da Conquista.
1.Tema e Problema
1
* Prof. Dr. Adjunto do curso de Ciências Econômicas/ UESB e tutor do Programa de Educação tutorial
em Ciências Ecônomicas da UESB/MEC.
2
** Discente do Curso de Ciências Econômicas/UESB e bolsista do Programa de Educação Tutorial em
Ciências Ecônomicas da UESB/MEC.
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Com os dilemas vividos atualmente. O tema “economia criativa” surge como
uma das alternativas de desenvolvimento socioeconômico, nas últimas décadas o tema
ganhou bastante destaque nas discussões governamentais, e surge uma preocupação
cada vez maior em buscar uma teoria única. Contudo alguns dos principais problema da
pesquisa está relacionada a segmentação e dispersão de dados relacionados às atividades
criativas. Não existe um indicador único que possa medir o potencial criativo de uma
cidade. A ideia do Indicador Potencial Criativo parte da concepção de estimar a
capacidade criativa da cidade de Vitória da Conquista, como forma de contribuir para o
seu desenvolvimento. Devido a esse obstáculo, a idealização do trabalho consiste no
mapeamento das indústrias criativas da cidade a partir dos parâmetros propostos pela
Secretaria de Economia Criativa do Brasil.
2. Apresentação (introdução e justificativa)
A economia criativa é uma área da economia que abrange a cultura e
desenvolvimento, e nos últimos anos vem chamando a atenção de estudiosos devida sua
significativa participação nos índices de atividade econômica, de acordo aos dados do
Banco Mundial estima-se que a Economia da Cultura responda por 7% do PIB mundial
(2003). Nos EUA a economia cultura é responsável por 7,7% do PIB, por 4% da força
de trabalho e os produtos culturais são o principal item de exportação do país (2001).
Na Inglaterra, corresponde a 8,2% do PIB (2004), emprega 6,4% da força de trabalho e
cresce 8% ao ano desde 1997. E o consenso geral é que esses índices tendem a um
crescimento ainda maior (HOWKINS, 2002).
De acordo ao Ministério da cultura (2008), atualmente o setor é considerado
maior dinamismo na economia mundial, tem registrado crescimento de 6,3% ao ano,
enquanto o conjunto da economia cresce a 5,7%. A Economia criativa imbui o
segmento de serviços e lazer, cuja projeção de crescimento é superior à de qualquer
outro setor, estima-se que cresça 10% ao ano na próxima década. Esse potencial de
crescimento é bastante elástico, pois o setor depende pouco de recursos esgotáveis, já
que seu insumo básico é a criação artística ou intelectual e a inovação.
Com isso o tema a cada dia ganha mais espaço e aprofundamento, devido ao seu
potencial econômico e de sua contribuição para o desenvolvimento da sociedade. A
complexidade do estudo da área de Economia Criativa, parte da definição de seu
conceito e sua abrangência, que segundo Miguez (2007, p.96), “conjunto distinto de
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atividades assentadas na criatividade [...] cujos produtos incorporam propriedade
intelectual e abarcam do artesanato tradicional às complexas cadeias produtivas das
indústrias culturais", e é partindo dessa miríade de atividades que deriva o seu conceito,
e permeia uma grande discussão, enfatizando a criatividade e as ideias como sua força
motora.
Nesse sentido é inconcebível não reconhecer a relevância do tema na atualidade,
acrescentando ainda, que a discussão sobre essa área do conhecimento ainda é nova,
então uma pesquisa exploratória sobre a economia criativa surge no sentido de
contribuir na apresentação do tema, e da análise a partir de uma nova abordagem. Na
segunda etapa, é proposto o mapeamento da Indústria Criativa de Vitória da Conquista,
a fim de vislumbrar o escopo teórico e as possibilidades que essas informações podem
oferecer as políticas públicas. As informações aqui apresentadas poderão servir de base
para o desenvolvimento de trabalhos futuros, com o intuito de permear e evoluir as
discussões acerca do tema.
3. Objetivos
3.1. Objetivo Geral:
O objetivo geral do presente trabalho é realizar uma revisão bibliográfica do tema
economia criativa, no sentido de auxiliar na estimava de um indicador de potencial
criativo que contemple as particularidades da cidade de Vitória da Conquista - Bahia,
contribuindo para auxiliar políticas públicas que influenciem o desenvolvimento local.
3. 2. Objetivos Específicos:
1) Identificar os principais conceitos da economia criativa, o quadro atual, perspectivas
e atual compreensão sobre o tema no Brasil.
2) Avaliar como as políticas públicas do setor podem contribuir para o
Desenvolvimento local.
3) Propor um índice de potencial criativo, através do mapeamento das Indústrias
Criativas para a cidade de Vitória da Conquista - Bahia.
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3.3. Metodologia
Inicialmente a pesquisa consistirá na realização de uma revisão bibliográfica das
principais produções sobre o tema economia criativa e criatividade, tendo como enfoque
as fontes produzidas na Academia através de livros, artigos, teses e monografias. A
pesquisa também utilizará de fontes que contemplem novas linguagens como as obtidos
na internet em blogs, jornais e revistas, e vídeos.
A pesquisa documental será realizada principalmente em sites governamentais,
principalmente no portal do Ministério da Cultura do Brasil – Minc, do ministério da
cultura do Reino Unido, e Organização das Nações Unidas.
Em seguida, será realizada uma investigação empírica que consistirá no
mapeamento das indústrias criativas da cidade de Vitória da Conquista Bahias, a fim de
inseri-la em um modelo que auxilie nas políticas de desenvolvimento local, a pesquisa
será realizada a partir da utilização das definições propostas pela Secretaria de
Economia Criativa do Brasil e do plano plurianual do ano de 2011-2014, que possui
basicamente duas finalidades: a primeira, procura agrupar as variáveis segundo um
padrão de similaridade de perfis, enquanto a segunda, busca agrupar variáveis para
delinear padrões de variação nas características. Como fontes de dados, serão utilizados
dados disponíveis em diferentes entidades como: RAIS (Relação Anual de Informações
Sociais), PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e na própria
Secretaria municipal de cultura da cidade.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 Criatividade
O século XX representa um salto nas transformações da humanidade, tornando
evidente para alguns autores que estamos em meio a uma transição histórica em que há
um declínio das teorizações gerais até então vigentes, para uma nova era de pensamento
que tem como um dos principais fios condutores as ideias voltadas às inovações
tecnológicas (FLORIDA,2004; DE MASI, 1999; HOWKINS, 2002, LUCCI, 2008).
Autores como Crawford (1983), afirmam que estamos presenciando a transição de
novas relações dentro da sociedade, denominada pós industrialismo, que em tocante à
economia, consiste na transição da industrialização para os serviços, essa mudança
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estabelece novos bens de valor inestimável: a informação e o conhecimento. A área de
informação, permitiu às novas tecnologias influenciarem no estreitamento das
sociedades do globo terrestre, permitindo uma maior socialização do conhecimento, que
por sua vez, promove mutações ainda mais aceleradas nos âmbitos científico e
tecnológico.
Esse novo fator relacionado aos efeitos multiplicadores das economias de escala
produtiva
da
era
industrial,
catalisam
as
transformações
que
influenciam
simultaneamente diversos âmbitos da vida em sociedade como a economia, o meio
social e cultural. Os novos paradigmas proporcionados pela era pós-industrial, pósfordista ou era do conhecimento, da informação e aprendizado, são considerados como
produtos da “terceira revolução industrial” e geram a necessidade de criação de novas
expressões que se comuniquem com a economia (MIGUEZ, 2007). Os postulados de
Celso Furtado, no entanto, compreendem essa manifestação apenas como mais um
movimento natural do sistema capitalista, em outras palavras, uma forma de
manutenção da acumulação de excedente, que na concepção do autor, é uma das
características indissolúveis do capital, utilizar o progresso tecnológico como fator
dinâmico (FURTADO, 1978).
A sociedade agora passa por um momento de adaptação em que os meios de
produção tomam novos formatos em consonância com a interação mundial,
disseminando novas formas de consumo, comunicação e dinâmicas dos indivíduos.
Alçando voos mais altos, alguns os autores veem a despontar no horizonte um novo
mundo, em que o trabalho físico será realizado por máquinas, o trabalho mental será
realizado por computadores, e a humanidade será incumbida a realização de sua tarefa
mais insubstituível e subjetiva, ter ideias e ser criativo. (DE MASI, 1999; LUCCI,
2008).
O relatório elaborado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (2010), reconhece a complexidade em definir a criatividade, não
significando, no entanto, uma busca consensual e definitiva sobre o tema. A tentativa
consiste, na articulação de diferentes áreas que auxiliem no mapeamento da
criatividade, esta dimensionada em três áreas conceituais, suscetíveis a alterações, são
relacionadas a um mesmo expoente, a tecnologia, seja ela em maior ou menor
quantidade.
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6.3. Economia Criativa
O conceito de Economia Criativa apesar de completar décadas de discussão,
ainda encontrar-se em estado de gestação, muitas discussões sobre o tema vem sendo
suscitadas em busca de um consenso geral. A primeira discussão advém da criação de
um projeto multissetorial proposto pelo Reino Unido, na década de 90, nesse projeto
foram empreendidas as primeiras tentativa da nação em compreender um novo conjunto
de setores na economia que recebeu a alcunha de “Creative Industries”. Essa ação do
Reino Unido consistia no debate sobre a contribuição da cultura e da arte para a
economia do país que enfrentava baixos níveis de produtividade, inspirando-se em
planos de países como a África e Austrália, que possuíam projeto como “Creative
Nation”, com o objetivo de discutir umas estratégia de defesa e valoração dos trabalhos
artísticos, culturais e criativos capazes de contribuir para o desenvolvimento econômico
(REIS 2008, UNCTAD, 2008; 2010).
Foi a partir do manifesto pré-eleitoral do partido “New Labour”, que a
identificação dos novos setores na economia, passaram a ser um objeto de políticas
públicas, o governo deparando-se com uma competição econômica global
crescentemente acirrada, identificou o crescimento expressivo das indústrias criativas,
como um setor promissor da economia e do desenvolvimento. A propaganda
revitalizadora do conceito reconheceu a necessidade de assumir os setores como de vital
importância para estratégia de desenvolvimento, contribuindo para a reinserção do país
no comércio mundial a partir da utilização de novas tecnologias. Era preciso reconhecer
as novas demandas mundiais, e desenvolver os seus respectivos setores tecnológicos,
que serviriam posteriormente para inserção desses setores na área das indústrias
criativas (BRITISH COUNCIL, 2005).
O expoente que abaliza as novas tentativas de teorização da Economia Criativa
na academia, tem como um dos principais teóricos. John Howkins (2002) que indica a
base da compreensão, através da criação da equação, criatividade e economia. Em
outras palavras, a união dos conceitos que dão origem a “Economia Criativa”, somente
existirão quando a criatividade for interligado à atividade econômica, em sua concepção
é preciso haver o intuito de produzir implicações econômicas e produtos cambiáveis.
O autor alega assim que a criatividade por si só, não tem capacidade de gerar
valor econômico, é preciso que tome forma e se transforme em um produto
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comercializável, tendo a criatividade como principal vantagem fato de não demandar
recursos e ser um recurso ilimitado, segundo Florida (2004), a criatividade é
virtualmente um recurso sem limites, possuída por todos os humanos, nesse contexto
que consiste a diferença entre Criatividade e Economia Criativa. Nas palavras de
Izerrougene, B.; Coelho Almeida, L.; Mata, H. T. C. (2012, p.667)
A EC é fundamentalmente uma economia do conhecimento que escapa da lei
do rendimento decrescente e, a fortiori, da lei da escassez. Suas trocas não
comportam nem perda nem sacrifício, e o seu consumo não é destruidor e não
implica a depreciação ou o esgotamento da sua utilidade [...] O seu custo de
reprodução é muito baixo, o seu valor agregado é elevado e, em razão da
cumulatividade, o seu custo marginal é decrescente.
Em linhas gerais a relação entre criatividade e economia, não consiste em uma
conceituação nova para a Ciência Econômica, mas devido as diversas transformações
ocorridas no Século XX, alguns autores da literatura científica, empregam distintos
recortes. A nível histórico os conceitos de economia cultural e sua ligação a outros
campos, serviram para guiar o novo conceito, nas palavras de Silva (2012, p.688) “Não
se trata de uma nova economia, mas de um novo recorte do tema contextualizado em
seus modelos e arranjos econômicos [...]”.
A economia sendo estudada da perspectiva da criatividade demonstra grande
potencial de dinamizar e criar novas riquezas, despertando assim o interesse não apenas
econômico de organizações, mas de estudiosos que empregam o conceito de
criatividade na ciência. A nova abordagem gerou a demanda de novos estudos
ampliando seu escopo, ocasionando assim vasto número de conceitos na academia
como indústrias criativas, cidades criativas, classe criativa, capital criativo, produtos
criativos, e outros. (COSTA e SOUZA-SANTOS, 2011). Segundo Izerrougene et al, a
economia criativa (2012, p.666) “ [...] um setor movido essencialmente pela energia
intelectual, cuja fonte deriva do patrimônio cultural e natural, e cuja dinâmica se
encontra no capital humano, [...] nas aptidões educacionais e informacionais do fator
trabalho”.
Não existindo então um conceito exclusivo de “economia criativa”, vários
conceitos subjetivos vêm sendo moldados no decorrer das décadas. No âmbito
acadêmico: Alguns expoentes da Economia Criativa, são: John Howkins (2002), que
conceitua a economia criativa da perspectiva das atividades criativas, preocupando-se
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principalmente com a criação de novas riquezas e valores. Richard Florida (2004)
propõe-se a estudar o tema, sob a perspectiva de uma nova classe de trabalhadores, e
como se darão as novas formas de trabalho, apesar de também se preocupar com os
níveis de produtividade e a criatividade como recurso. A abordagem proposta por Caves
(2000) é voltada para os setores artístico apenas, tratando o conceito como ligado
diretamente aos setores artísticos.
A Definição da Confederação das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
para economia criativa UNCTAD (2010, p.10):
1) Ele pode estimular geração de renda, a criação de empregos e a exportação de
ganhos, ao mesmo tempo que promove inclusão social, diversidade cultural e
desenvolvimento humano.
2) Ela abraça os aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com objetivos
de tecnologia, propriedade intelectual e turismo.
3) É um conjunto de atividades econômicas baseadas em conhecimento, com uma
dimensão de desenvolvimento e interligações cruzadas em macro e micro níveis para a
economia geral.
4) É uma opção de desenvolvimento viável que demanda respostas de políticas
inovadoras e multidisciplinares, além da ação interministerial.
5) No centro da economia criativa, localizam-se as indústrias criativas.
4.4. Indústria Criativa
O conceito de indústrias criativas atualmente continua a perpassar por intensa
discussão devido à complexidade inerente ao tema, as perspectivas culturais de cada
nação intuitivamente altera o conceito aos seus próprios contextos, desde então este
sofre inúmeras transformações, inicialmente o entendimento que se tinha era que o
conceito estava ligado a tecnologia e cultura. Segundo Miguez (2007): “o marketing
cultural, os mercados e os públicos culturais, a convergência sócio tecnológica que
alinha comunicação, telecomunicações e informática, à emergência dos gigantescos
conglomerados de produção de cultura e a inter-relação crescente entre cultura,
entretenimento e turismo”.
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A discussão do conceito de indústrias criativas de acordo ao Relatório de
Economia Criativa (2010), iniciou-se na Austrália, no ano de 1994, enquanto se discutia
o relatório da Nação Criativa, que visava políticas de incentivo à cultura. Este termo
volta a ser utilizado pelo ministro britânico Tony Blair em 1997, como estratégia
fundamental para o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido, que
propusera a formação de um grupo multissetorial que identificasse nas contas nacionais,
tendências e vantagens da nação que visem a valoração do trabalho artístico aliado a
novas tecnologias para promover o desenvolvimento econômico e auxiliar o aumento de
produtividade, que estava em declínio na Inglaterra, nesse estudo foram identificados
alguns setores de maior potencial, as indústrias criativas (REIS, 2008).
Na concepção de Caves (2000), o conceito de indústrias criativas está intrínseco
aos valores culturais, artísticos e de entretenimento, a sua obra busca compreender
principalmente, o relacionamento dinâmico entre os artistas e os mediadores (produtores
e gestores) que são responsáveis pela reprodução dos bens e serviços. O setor proposto
pelo autor é composto pelas artes visuais, performativas, literária, música, cinema, moda
e jogos.
A indústria criativa, na proposta de Howkins (2002), amplia o conceito
abrangendo diversos setores das mais diversas formas, entretanto, a grande problemática
que envolve o núcleo das indústrias criativas, são suas características nada
convencionais de bens intangíveis, na sua concepção é preciso formalizar incentivos as
transações financeiras dos produtos criativos. Para tal, é preciso que sejam definidos
formas de proteção mais eficientes que protejam as propriedades intelectuais: patente,
direitos autorais, design e marca. Em sua contextualização a indústria criativa é formada
pelos seguintes setores: Publicidade, Arquitetura, Artes, Artesanato, Design, Fashion,
Filmes, Música, Artes Performáticas, Editorial, P&D, Softwares, Brinquedos e jogos,
TV/Radio, Vídeo Games.
Apesar do conceito ser apresentado, sob diversos pontos de vista, o “contexto
comum” proposto pela Unesco, é que os setores de indústria criativa residiriam na
junção entre as artes, os negócios e a tecnologia. Em outras palavras, foi enaltecido
forte relação entre as diferentes manifestações artísticas e as distintas atividades
econômicas, essa ligação vai de atividades como artesanato, literatura e artes visuais até
as atividades mais complexas como marketing, design e publicações relacionadas as
diferentes mídias, alguma das “artes aplicadas” são mais próximas a uma aplicação
tradicional no mercado de venda e compra até o artesanato, o fato a ser discutido, e
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aproveitado pela política pública, é que as novas atividades artísticas tem um alto valor
comercial e um baixo custo de produção (UNCTAD, 2004).
Assim apesar do conceito de “indústria criativa” ter apenas duas décadas de
existência, os antecedentes da teoria rivalizam mas também proporcionam alternativas
de discussão da noção de criatividade. Parecendo assim na visão de Hartley (2007), que
os velhos conceitos apesar de estarem inseridos em outra dinâmica do sistema, compete
ativamente com os novos, que por sua vez evoluem de forma vertiginosa.
Apesar da tentativa de delimitação do conceito, a abrangência dos setores e suas
implicações a outros, ainda o torna ambíguo, as discussões no âmbito acadêmico e
político continuam em constante adensamento .Segundo Brasil (2011, p.25) “ [...] falar
de economia criativa é falar de transversalidade, de intersetorialidade, de complexidade
[...]”.
A Unesco propor um modelo de mensuração de atividades econômicas associadas à
cultura, com referencial internacional objetivando formas de expressar por meio de
relatórios quantitativos, as atividades humanas sua inserção no âmbito econômico e com
as bases do desenvolvimento sustentável. Com a evolução da discussão, a Organização
das Nações Unidas, construiu um escopo de categorias culturais, baseada no The
Framework for Cultura Statistics (PROCOPIUK, M. FREDER, M. S. 2013).
A estrutura a seguir, apresentada pela Tabela 1. Foi customizada com o intuito de
auxiliar na produção de estatísticas culturais em âmbitos nacionais e internacionais. A
tentativa proposta, planeja considerar o amplo espectro de expressões culturais
independentemente de modalidades econômicas ou sociais de Produção, apresentada a
partir de duas macro categorias: A dos setores criativos nucleares e da dos setores
relacionados, havendo, também um melhoramento da mensuração da dimensão econômica
da cultura e social, ambas de vital importância. A dimensão social houve, implementações com
a inclusão da participação na cultura e do patrimônio cultural imaterial. (BRASIL, 2011).
TAbela 1: Tabela de Atividades associadas aos Setores Criativos Nucleares UNESCO
Setores Criativos Nucleares
Atividades Associadas
Macrocategorias
A. Patrimônio Natural e Cultural
. Museus
. Sítios históricos e arqueológicos
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. Paisagens culturais
. Patrimônio natural
B. Espetáculos e celebrações
. Artes de espetáculo
. Festas e festivais
. Feiras
C. Artes visuais e artesanato
. Pintura
. Escultura
. Fotografia
. Artesanato
D. Livros e periódicos
. Livros
. Jornais e Revistas
. Outros materiais impressos.
. Bibliotecas (incluindo as virtuais)
. Feiras do livro
E. Audiovisual e mídias interativas
. Cinema e vídeo
. Tv e rádio (incluindo internet)
. Internet podcasting
. Videogames (incluindo online)
F. Design e serviços criativos
. Design de moda
. Design Gráfico
. Design de interiores e paisagístico
. Serviços de arquitetura
. Serviços de Publicidade
Tabela de atividades associadas aos Setores Criativos Relacionados
G. Turismo
. Roteiros de viagens e serviços turísticos
. Serviços de hospitalidade
H. Esportes e Lazer
. Esportes
. Preparação Física e bem estar
. Parques temáticos e de diversão
Patrimônio Imaterial
(Expressões e tradições orais, rituais, línguas e práticas sociais)
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Educação e Capacitação
Registro, memória e preservação
Equipamentos e materiais de apoio
5. RESULTADOS E DIFICULDADES
Como relatado na problemática do tema, o maior desafio enfrentado no estudo consiste
no ineditismo e no patamar em que se encontra a discussão do tema Economia Criativa.
Até então, se verificou no estudo, que essa nova abordagem sobre esta área econômica,
ganha importância crescente por ter em sua concepção o fato de realçar os paradigmas
tecnológicos e produtivos relativos a atualidade do mundo globalizado.
Em primeiro lugar, busquei ressaltar as definições do tema, e o atual patamar em que se
encontra o debate, ficando evidente que a abordagem na literatura que relaciona a
criatividade e economia com sua maturação, cria os alicerces e dá subsidio à abordagem
da perspectiva das nações, mas são ligeiramente distintas já que cada nação incorpora a
sua agenda política suas particularidades culturais, e tem uma visão particular de como
utilizar setor de acordo com suas estratégias de desenvolvimento através de políticas
públicas.
No que tange às políticas públicas é evidente os impactos socioeconômicos positivos
do setor criativo, mas ainda são demandadas formas de garantir o aproveitamento das
vantagens advindas do setor. A abrangência e vastidão do setor ainda é uma das grandes
dificuldades, para a criação de políticas. Que vão da produção, circulação/distribuição
até o consumo/fruição de bens e serviços criativos. Mas não somente isso, é preciso
perceber que além das implicações econômicas, as sociais são de grande valia para o
desenvolvimento cultural da sociedade.
Em segundo lugar, o trabalho encontra-se em fase de andamento, no momento vem
sendo realizada uma pesquisa empírica, que consiste no mapeamento dos serviços,
patrimônios e atividades que possam ser enquadradas no conceito de Indústria Criativa
propostas pela Secretaria de Economia Criativa do Brasil. A partir dos resultados
obtidos, será possível enquadrar e discutir em que conceito se encaixa as características
da cidade de Vitória da Conquista.
6. REFERÊNCIAS
Anais da XIII Semana de Economia da UESB - 19 a 24 de maio de 2014
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