AL MANAk_ Agosto, 26-2015 Índice

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GRATO PELA LEITURA E COLABORAÇÕES – P.Timm - Editor – www.paulotimm.com.br
AL MANAk_ Agosto, 26-2015
Índice
Destak– Era Vargas - pg 1-3
O berro dos gatos pingados – pg.4 e 5
Meu Brasil brasileiro – pg. 5
Máximas e Mínimas – pg. 6
Navegar é preciso – A Crise – P.Krugman -pg. 6 -9
Livre Pensar – Papa em Sta. Curz de la Sierra – F. Mazzucheli – pg 09-20
Nervo exposto - A crise chinesa
ARS GRATIA ARS
Poesia - J.Pontual: Dylan Thomas pg. 28
Video-Cine - TV5 do Canada, sobre projetos sociais no Brasil- pg29
TV Globonews Painel - Análise da conjuntura nacional pg.29-30
BOLETINS DE NOTICIAS - pg. 31-34
Destak
Ainda sob o impacto, senão do suicídio, da lembrança da morte
de Vargas, quem este editor chegou a conhecer pessoalmente em
1952 , em Santa Maria-RS
Depoimento do José Augusto Ribeiro ontem na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
https://www.youtube.com/watch?v=KazmTk-zqrU
A TV Senado produz documentários que resgatam a história política e social
do ... um reexame dos momentos que antecederam o suicídio de Getúlio
Vargas e ...
TV Senado exibe documentário sobre Getúlio Vargas ...
www12.senado.leg.br/.../tv-senado-exibe-documentario-sobre-getulio-va...

27 de ago de 2004 - A TV Senado exibe a partir deste domingo
o documentário Getúlio do Brasil, com direção e edição de Deraldo Goulart e
Chico Sant'Anna e ...
Getúlio Vargas - YouTube
▶ 1:16:29
www.youtube.com/watch?v=5aFa8TvWkOQ

31 de jul de 2014 - Vídeo enviado por Adhilac - Seção brasileira
Este documentário sobre o político brasileiro Getúlio Vargas é uma produção
da Globo Vídeo, dirigido por ...
A Carta Testamento de Getúlio Vargas é um documento endereçado ao
povo brasileiro escrito por Getúlio Vargas horas antes de seu suicídio, em
24 de Agosto de 1954.
Existe uma nota manuscrita do suicídio, e um documento datilografado
"Carta Testamento", da qual se conhecem 3 cópias, que foi lido em seu
enterro por João Goulart. Existe polêmica quanto a autenticidade do texto
datilografado.
Cópia da Carta-testamento de Getúlio Vargas, 24 de agosto de 1954:
Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e
novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não
me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam
sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a
defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e
espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me
chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e
instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao
governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos
internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime
de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no
Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se
desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa
esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi
obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da
espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das
empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações
de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais
de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o
nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi
uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos
obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão
constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo,
renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda
desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as
aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando
o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem,
sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à
vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e
vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força
para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a
vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama
imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a
resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era
escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de
quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício
ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu
resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do
povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não
abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a
minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no
caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
***
Notícias: EL PAÍS Brasil http://brasil.elpais.com/
Artigos diversos - http://indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
Confraria do COQRETIM
Forum 21
Democracia – Economia –Cultura
GATOS PINGADOS AOS BERROS
Paulo Timm
Foi-se o articulador da Política. Agora falta consumar-se os rumores da ida do
Senhor dos Anéis, quem, aliás, se revelou num medíocre tesoureiro de
condomínio. Aí , ou a Presidente assume o que lhe é de dever e direito e
assume as responsabilidade pelos rumos do país na recuperação da confiança
em si mesmo ou enfrentará, não o dilema de golpistas fascistas X
insurrecionalistas comunistas, mas as grandes tensões das ruas, de desfecho
incerto e grandes custos humanos. Ou seja, nem estamos em 1964, quando
Jango caiu, embora haja semelhanças, nem estamos em 1933, nos estertores
da República de Weimar que abriu as portas para Hitler, mas em direção
acelerada a 1848...
Paulo Timm
Não basta ser pai, tem que participar.
Não basta reconhecer os erros, tem que se desculpar.
Não basta ganhar as eleições, tem que comandar o barco
Não basta colher margaridas, tem que plantá-las...
E nem o mundo é tão vasto, nem a crise tão profunda,
que a rima não alcance...
Paulo Timm
Alguém ´já disse que a Política, pelo menos no Brasil, é como uma nuvem. A
gente olha, lá está ela, com suas tensões e agendas. Cinco minutos depois a
gente olha de novo e mudou tudo. E mudaram as cores. Dou um exemplo:
Onde foi parar a "Agenda Brasil" oferecida pelo Sen. Renan ao Governo e
vivamente aplaudida pela Presidente na semana passada?
Paulo Timm
Nem há perigo comunista, como pretende o Pres. da Câmara e alguns
seguidores dele, nem ameaça de golpe fascista, como pretendem alguns
petistas.. O que falta mesmo, no Brasil, é um debate qualificado tanto sobre a
realidade como sobre as perspectivas do país. Não que faltem profissionais
competentes. Mas eles não se expressam nos centros decisórios das
instituições públicas. Uma tragédia. Agora a Pres. Dilma acaba de reconhecer
que errou ao perceber a crise econômica só em novembro, justo depois das
eleições. (sic) Ainda assim, afirma que a crise não é tão grave quanto dizem.
Nenhum pedido de desculpas aos que ela ofendeu ao chamá-los "Velhos do
Restelo", "pessimistas"...
Paulo Timm
A questão que afeta a Sem. G.Hoffman, PT/PR, ligada à prisão do Diretor
da Empresa CONSIST, contratada pelo Ministério do Planejamento para
“administrar” a concessão de consignados aos seus funcionários, não é
de “pagamento de comissões” ilegais desta empresa à sua campanha. . É
de fraude e crime desta empresa e , provavelmente, algumas outras que
continuam “intermediando” consignados. Eu , aposentado do IPEA, órgão
vinculado ao Planejamento, fui vítima duas vezes, em 2011 e 2012 destas
fraudes e tive que recorrer à Justiça para cancelar débitos lançados em
meu contra-cheque, sem que jamais tivesse pedido os supostos
empréstimos a que se referiam, nem mesmo, recebido os créditos
correspondentes em conta. Um imbróglio, que me custou muito para me
livrar e que ainda não solucionei totalmente. Espero, enfim, que nada
fique provado contra a referida Senadora, mas que, confirmados os
crimes contra os servidores, os culpados e envolvidosr sejam
irremediavelmente punidos.
MEU BRASIL BRASILEIRO
Portal Brasil
Vem aí o I Festival Internacional de Folclore e Artes Tradicionais. A cidade de
Pirenópolis (GO), também conhecida como “Piri”, vai receber turistas de vários
estados, inclusive, estrangeiros. Os visitantes terão belezas naturais,
apresentações musicais, feiras de artesanatos, gastronomia e literatura. Se
programe:http://goo.gl/AdZCMv
Foto: Justine
MÁXIMAS E MÍNIMAS
Dura lex, sed lex...
NAVEGAR É PRECISO: Pero cuide que no naufrague tu vivir...
MUNDO MUNDO, VASTO MUNDO...
Antigo mapa do mundo feito por Henricus Martellus, em 1491, que teria sido usado por Cristóvão Colombo
Políticas atuais agravarão crise, não culpe a China
Estamos vivendo o que sempre ocorre quando muito dinheiro está em
busca de poucas oportunidades de investimento, e a austeridade vai
piorar tudo.
Paul Krugman, no site Outras Palavras - 25/08/2015 - Copyleft
Que está causando as quedas abruptas das bolsas de valores? O que elas
significam
para
o
futuro?
Ninguém
tem
muitas
respostas.
Tentativas de explicar as oscilações diárias nos mercados são normalmente
insanas: uma pesquisa em tempo real sobre o crash de 1987 da bolsa de Nova
York não encontrou evidência alguma para nenhuma das explicações que os
economistas e jornalistas ofereceram para o fato. Descobriram, ao invés disso,
que as pessoas estavam vendendo ações porque – você adivinhou! – os
preços caíam. E o mercado de ações é um péssimo guia sobre o futuro da
economia. Paul Samuelson brincou, certa vez, que os mercados haviam
previsto nove das cinco recessões anteriores, e nada havia mudado a este
respeito…
De qualquer forma, os investidores estão claramente nervosos – e têm boas
razões para isso. Nos EUA, as notícias econômicas mais recentes são boas
(ainda que não ótimas), mas o mundo como um todo parece muito propenso a
acidentes. Há sete anos, vivemos numa economia global que tropeça de crise
em crise. Cada vez que uma parte do mundo finalmente parece colocar-se em
pé,
outra
despenca.
Mas
por
que
a
economia
mundial
continua
capengando?
Na superfície, parece uma sucessão incomum de azares. Primeiro, o estouro
da bolha imobiliária e a crise bancária desencadeada em consequência. Então,
quando o pior parecia haver passado, a Europa mergulhou numa crise de
dívidas e numa recessão em dois mergulhos. A Europa ao fim alcançou uma
estabilidade precária e começou a crescer de novo – mas agora, assistimos a
grandes problemas na China e em outros mercados emergentes, que haviam
sido
pilares
de
força.
Contudo, não se trata de acidentes sem relação entre si. Estamos, na verdade,
vivendo o que sempre ocorre quando muito dinheiro está em busca de poucas
oportunidades
de
investimento
Mais de uma década atrás, Ben Bernanke, então o presidente do banco central
dos EUA (FED), argumentou que a disparada do déficit comercial norteamericano não era o resultado de fatores domésticos, mas de uma
“abundância global de poupança”. Um volume de poupança muito maior que o
de investimentos – na China e em outras nações em desenvolvimento,
provocado em parte pelas políticas adotadas em reação à crise asiática dos
anos 1990 – estava deslocando-se para os EUA, em busca de lucros. Ele
alertou levemente para o fato de que o capital que entrava não estava sendo
canalizado para investimentos produtivos, mas para imóveis. É claro que o
alerta deveria ter sido muito mais forte (alguns de nós o fizemos). Mas a
sugestão de que o boom imobiliário dos EUA era em parte causado por
fraqueza
em
economias
de
outros países
permanece
válido.
É claro que o boom converteu-se numa bolha, que provocou enorme estrago
ao estourar. E não foi o fim da história. Houve também uma inundação de
capitais, da Alemanha e outros países do norte da Europa, para a Espanha,
Portugal e Grécia. Isso também provocou a formação de uma bolha, cujo
estouro,
em
2009-2010
precipitou
a
crise
do
euro.
E ainda não acabou. Quando os EUA e a Europa deixaram de ser destinos
atraentes para o capital [devido à redução das taxas de juro a quase zero], a
abundância global saiu em busca de novas bolhas a inflar, levando moedas
como o real brasileiro a altas insustentáveis. Não poderia durar e agora
estamos em meio a uma crise de mercados emergentes que faz alguns
observadores lembrarem-se da Ásia nos anos 1990 – lembre-se, onde tudo
começou.
Portanto, para onde o fluxo cambiante da abundância aponta agora? Talvez, de
novo para os EUA, onde um novo fluxo de capitais externos provoca a alta do
dólar
e
pode
tornar
a
indústria
novamente
não-competitiva.
O que provoca a abundância global? Provavelmente, uma soma de fatores. O
crescimento populacional está arrefecendo em todo o mundo e, apesar de toda
a fanfarra com as últimas tecnologias, elas não parecem criar nem um grande
aumento de produtividade, nem demanda para investimentos. A ideologia da
austeridade, que conduziu a um enfraquecimento sem precedentes dos gastos
públicos, ampliou o problema. E a inflação baixa, em todo mundo, que significa
taxas de juros baixas, mesmo quando as economias estão crescendo
aceleradamente, reduziu o espaço para cortar estas taxas, quando as
economias se contraem. Qualquer que seja o mix preciso das causas, o
importante agora é que os governos assumam seriamente a possibilidade – eu
diria probabilidade – de que excesso de poupança e fraqueza econômica global
tenha
se
tornado
a
nova
normalidade.
Minha percepção é de que há, hoje, uma profunda falta de vontade política,
mesmo entre governantes sofisticados, para aceitar esta realidade. Em parte, é
devido a interesses especiais: Wall Street e os mercados não gostam de ouvir
que um mundo instável requer regulação financeira, e os políticos que desejam
matar o estado de bem-estar social não querem ouvir que os gastos
governamentais
não
são
um
problema,
no
cenário
atual.
Mas há também, estou convencido, uma espécie de preconceito emocional
contra a própria noção de abundância global. Políticos e tecnocratas gostam de
se enxergar como pessoas sérias, que tomam decisões difíceis – como cortar
programas populares e elevar taxas de juros. Eles não querem ser informados
de que estamos num mundo em que políticas aparentemente rigorosas irão
tornar
as
coisas
piores.
Mas
nós
estamos,
e
elas
vão.
Tradução de Antonio Martins
Créditos da foto: CCO domínio Público
-Notícias, Informações e Debates
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LIVRE PENSAR: Só de pensar
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Francisco em Santa Cruz de la Sierra
Frederico Mazzucchelli
O discurso do Papa Francisco em Santa Cruz de la Sierra, em 09/07/15
passou praticamente despercebido pela grande imprensa. O destaque foi
apenas discreto e a repercussão mínima. Rotulado como “anticapitalista”, o
discurso suscita indagações pertinentes.
Será o Papa um denunciante banal?
É manifesta a preocupação do Papa com o destino dos deserdados e
excluídos: “reconhecemos que as coisas não andam bem num mundo onde
há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos
trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas em sua dignidade”. Os
“mais elementares direitos econômicos, sociais e culturais” são negados “a
milhares de milhões de irmãos”. Para o Sumo Pontífice, um sistema que
promove tamanhas “situações de injustiça (de) que padecem os excluídos de
todo o mundo (...) atenta contra o projeto de Jesus”.
Não é possível contrariar os fatos. Salta a olhos vistos a gravidade da situação
social por todo o mundo. Não se trata apenas dos desempregados,
subempregados, despossuídos ou precariamente ocupados da Bolívia, a
quem o Papa dirigiu suas palavras. Nos Estados Unidos (sim, nos Estados
Unidos!), na América Latina, na Europa Central e do Leste, na Europa
Ocidental, na Ásia ou na África é flagrante a degradação das condições de
vida por todo o mundo. Quer na Colômbia, na República Dominicana, na
Jamaica, na Irlanda, na Grécia, em Portugal, na Eslováquia, na Espanha, na
Bósnia, na Hungria, na Sérvia, na Letônia, na Turquia, no Irã, na Jordânia –
para mencionar apenas alguns países – as taxas de desemprego são
superiores a dez por cento e, em certos casos, superiores até a vinte por
cento. O drama dos africanos que morrem no Mediterrâneo buscando chegar
à Europa é uma ofensa aos mais elementares sentimentos humanitários. É
importante sublinhar que se assiste, hoje, à marcha de um processo
regressivo. Existe uma indiscutível deterioração das condições de vida,
emprego e trabalho por todo o mundo. É essencial repudiar a constatação
simplista, cínica e resignada de que “sempre foi assim”. Não é verdade: a
piora das condições de emprego e trabalho é correlata às transformações da
economia capitalista a partir da desorganização dos anos 1970. O colapso das
normas de cooperação e solidariedade forjadas no pós-guerra (o chamado
“consenso keynesiano”) e a reentronização da lógica pura e dura dos
mercados produziram impactos avassaladores sobre o equilíbrio das
sociedades. A recente crise de 2007-8, cujos efeitos ainda não foram
dissipados, tornou o quadro social apenas mais deprimente.
Não, o Papa não é um denunciante banal!
Será o Papa um ambientalista retrógrado, contrário à marcha inexorável
do progresso?
Segundo Francisco, não só os homens são vitimados pela “economia que
exclui e mata”. A mesma economia que lança milhões de trabalhadores ao
desamparo e à pobreza, também “destrói a Mãe Terra”: “reconhecemos que
as coisas não andam bem quando o solo, a água, o ar e todos os seres da
criação estão sob ameaça constante”.
Não é necessário nenhum esforço especial para perceber que existe uma
tensão permanente entre a preservação do meio ambiente e a expansão da
agricultura, da pecuária, da infraestrutura ou da indústria. Os indicadores de
crescimento (taxa de variação do PIB; milhões de veículos automotivos
produzidos; milhões de metros quadrados construídos; milhões de hectares
plantados) não forçosamente captam a melhoria das condições gerais de vida
das populações. Podem até significar o seu contrário. As violências
perpetradas ao meio ambiente, digamos, nos últimos duzentos anos foram
assustadoras. Qual foi o impacto ambiental da Revolução Industrial na
Inglaterra? O quê sucedeu com os lagos, os rios, as florestas, o solo e o ar
dos EUA a partir da expansão frenética posterior à Guerra de Secessão? O
quê ocorreu na URSS durante a “industrialização forçada” de Stalin? O quê
ainda hoje ocorre na China? A formação da consciência é sempre uma
resposta a situações intoleráveis. Não é diferente com a consciência
ambiental: foram necessários séculos de predação e destruição para que as
sociedades reagissem à mutilação da natureza. A “economia justa” advogada
pelo Papa pressupõe o aprimoramento do ser humano “em harmonia com a
natureza”.
Não, o Papa não é um ambientalista retrógrado!
Será o Papa um discípulo disfarçado de Marx ou de Keynes?
De acordo com as ponderações de Francisco, o sistema, que “impõe a lógica
do lucro a todo custo” é aquele em que “o dinheiro reina ao invés de servir”. É,
em uma palavra, o capitalismo, livre de qualquer disciplina e regulação. Para o
Papa, é esse o mal maior que explica as mazelas contemporâneas: “Está-se a
castigar a terra, os povos e as pessoas de forma quase selvagem. E por trás
de tanto sofrimento, tanta morte e destruição, sente-se o cheiro daquilo que
Basílio de Cesareia chamava ‘o esterco do diabo’: reina a ambição
desenfreada de dinheiro. (...) Quando o capital se torna um ídolo e dirige as
opções dos seres humanos, quando a avidez do dinheiro domina todo o
sistema socioeconômico, arruína a sociedade, condena o homem, transformao em escravo, destrói a fraternidade inter-humana, [e] faz lutar povo contra
povo (...).”
Marx demonstrou à saciedade que a busca frenética da valorização, liberta da
tutela da sociedade, produz consequências dramáticas para os homens e a
natureza. Keynes, em várias passagens, referiu-se à “morbidez repugnante”
do “amor ao dinheiro”. A crítica ao desejo ilimitado pelo dinheiro é comum a
ambos os autores, certamente os críticos mais perspicazes e contundentes do
capitalismo: para Marx esta é uma característica determinante e constitutiva
do regime do capital, que tem na fórmula D-D’ (dinheiro que engendra mais
dinheiro) a sua razão suprema. Para Keynes, o “love of money” é uma
patologia, uma aberração, que deveria ser extirpada através da tributação
progressiva e da “eutanásia do rentista”. Entretanto, não é necessário ser um
seguidor fiel de Marx ou de Keynes para perceber os efeitos dissolventes que
a lógica exclusiva do lucro monetário exerce sobre a vida social. Quantos
romancistas ou pensadores já não abordaram esta questão? Francisco
enfatiza o dado crucial: quando o dinheiro se converte no altar dos homens as
consequências tendem a ser dramáticas para as sociedades e para a
natureza.
Não, o Papa não é um discípulo disfarçado de Marx ou de Keynes! Entretanto,
sua percepção sobre a corrosão que a “ambição desenfreada de dinheiro”
exerce sobre as sociedades é convergente com as observações críticas
desses dois notáveis autores.
Será o Papa um “populista” que não se dá conta que o “Estado deve
caber no PIB”?
Já se mencionou que, segundo Francisco, “os seres humanos e a natureza
não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de
exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta
economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra.
(...)”. A economia almejada pelo Papa não é a economia que idolatra o
dinheiro, mas sim a economia voltada ao bem estar dos homens: “Uma
economia verdadeiramente comunitária - poder-se-ia dizer, uma economia de
inspiração cristã - deve garantir aos povos dignidade, ‘prosperidade e
civilização em seus múltiplos aspectos’. Isto envolve [não apenas] os ‘3 T’
[Terra; Trabalho; Teto], mas também [o] acesso à educação, à saúde, à
inovação, às manifestações artísticas e culturais, à comunicação, ao desporto
e à recreação . Uma economia justa deve criar as condições para que cada
pessoa possa gozar duma infância sem privações, desenvolver seus talentos
durante a juventude, trabalhar com plenos direitos durante os anos de
atividade e ter acesso a uma aposentadoria digna na velhice. É uma economia
onde o ser humano, em harmonia com a natureza, estrutura todo o sistema de
produção e distribuição de tal modo que as capacidades e necessidades de
cada um encontrem um apoio adequado no ser social. (...)
Esta economia não é apenas desejável e necessária, mas também possível.
Não é uma utopia, nem uma fantasia. É uma perspectiva extremamente
realista. Podemos consegui-la. Os recursos disponíveis no mundo, fruto do
trabalho intergeracional dos povos e dos dons da criação, são mais que
suficientes para o desenvolvimento integral de ‘todos os homens e do homem
todo’”.
Cabe, de início, uma observação: a economia imaginada pelo Papa em tudo
se assemelha àquela idealizada por Keynes em 1930 [“Possibilidades
Econômicas de Nossos Netos”]: “O problema econômico (...) o problema da
necessidade, da pobreza e da luta econômica entre as classes e as nações,
não é senão uma espantosa confusão, uma transitória e desnecessária
confusão. (...) O mundo ocidental já tem os recursos e a técnica (...) capazes
de reduzir o problema econômico (...) a uma posição de importância
secundária. (...) Não está distante o dia (...) em que a arena do coração e da
razão deverá ser ocupada, ou reocupada, por nossos problemas reais: os
problemas da vida e das relações humanas, da criação, do comportamento e
da religião. (...) Não superestimemos a importância do problema econômico e
nem sacrifiquemos a suas supostas necessidades outras questões de maior
significado e permanência. A economia deve ser uma questão reservada aos
especialistas, como a odontologia. Seria estupendo se os economistas
pudessem ser considerados pessoas modestas e competentes como os
dentistas.” Tais palavras podem parecer delirantes. O chamado “problema
econômico” – o grilhão da necessidade, a luta cotidiana pela sobrevivência, a
busca desesperada pelo dinheiro - continua a infernizar os homens. Não se
deve perder de vista, contudo, que a humanidade tem, sim, condições
técnicas de superar o tormento da escassez. Alguém em sã consciência pode
duvidar, por exemplo, que a humanidade já de há muito dispõe dos recursos e
da técnica necessários para eliminar a fome do planeta? Para eliminar o
analfabetismo? Para eliminar as doenças elementares? Para o provimento
universal da água potável? Para eliminar o déficit de habitações? Para garantir
o acesso de todos à educação formal? Certamente, este não é um problema
técnico. E nem, tão pouco - embora possa parecer o contrário – um problema
de falta de recursos. O problema é unicamente político: são os interesses das
classes dirigentes e o egoísmo das nações dominantes que impedem o real
enfrentamento das questões básicas da condição humana.
Uma questão correlata é que a “economia justa”, a “economia de inspiração
cristã” advogada pelo Papa, pressupõe o financiamento adequado dos
dispêndios públicos. É impossível garantir o acesso universal à educação, à
saúde, à habitação, à “infância sem privações” e à “aposentadoria digna na
velhice” sem a presença determinante do Estado. As condições sociais e
políticas do pós-guerra, lembra o Professor Belluzzo1, impuseram
“importantes transformações no papel do Estado” que resultaram no
“surgimento de novos encargos e obrigações”. A consequência foi o aumento
da carga tributária e da despesa pública. A exitosa implantação do Welfare
State na Inglaterra fez-se acompanhar, obviamente, do aumento das receitas
públicas. Os “Pagamentos aos Indivíduos” nos EUA, que representavam cerca
de 1,0% do PIB em 1940, alcançaram uma proporção próxima a 10,0% em
1975; neste mesmo período, a carga tributária cresceu cerca de 70% 2. A
elevação da carga tributária - e do dispêndio público - a partir da segunda
metade do século XX foi o resultado de um consenso político decorrente da
ampliação dos direitos sociais.
O espaço fiscal dos orçamentos públicos, convém recordar, é o locus onde
desaguam os interesses conflitantes das sociedades. Os endinheirados
vociferam contra os impostos; os despossuídos deles necessitam. A maré
conservadora inaugurada por Thatcher e Reagan insiste em buscar a redução
da carga tributária (sobretudo para os ricos) e anatematizar o gasto social
(entendido como assistencialismo irresponsável). A “economia justa” do Papa,
ao contrário, tem como premissa a elevação seletiva da carga tributária e a
utilização criteriosa do dispêndio público.
Não, o Papa não é um “populista”! Ele sabe perfeitamente que, com uma
tributação adequada é possível direcionar a despesa pública para objetivos
sociais e comunitários, sem que se produzam desequilíbrios estruturais nas
contas públicas.
Será o Papa um anti-imperialista tosco ou um cepalino tardio?
Segundo o Pontífice, “o colonialismo, novo e velho, que reduz os países
pobres a meros fornecedores de matérias-primas e mão-de-obra barata, gera
violência, miséria, emigrações forçadas e todos os males que vêm juntos (...)
precisamente porque, ao pôr a periferia em função do centro, nega-lhes o
direito a um desenvolvimento integral. (...) Digamos NÃO às velhas e novas
formas de colonialismo.”
As formas de dominação se transformaram com o tempo. Até a eclosão da
Primeira Guerra Mundial prevalecia a presunção de que a força das nações
decorria da extensão de seus impérios. Com o final da conflagração ruíram o
Império Germânico, o Império Austro-Húngaro e o Império Otomano. O
Império Russo se dissolveu com a revolução bolchevique de 1917 e o Tratado
de Brest-Litovski. No entre-guerras, a Inglaterra e a França - senhoras da Liga
das Nações – expandiram a amplitude dos respectivos domínios coloniais. Ao
final da Segunda Guerra, as antigas colônias tornaram-se nações
independentes. A Inglaterra e a França converteram-se em potências de
segunda linha. A partir de então, a hegemonia norte-americana se impôs
através da força de sua economia e de sua supremacia militar. Os países
capitalistas passaram a gravitar em torno dos EUA. Entre os anos 1950 e
1970, a Europa Ocidental e o Japão se recuperaram e passaram a fazer frente
aos EUA nos mercados mundiais. Foi este, também, o momento em que se
deu a industrialização de parte da chamada periferia. A partir dos anos 1980
os interesses da alta finança passaram a ganhar destaque no interior das
nações capitalistas. Ao mesmo tempo, as grandes corporações deslocaram
parte relevante de suas plantas e processos produtivos para as regiões com
abundância de mão-de-obra (Ásia, em particular). As formas de dominação
tornaram-se mais sutis, envolvendo a tutela da política cambial, da política
fiscal e da política monetária. Os países com moedas não-conversíveis
ficaram a mercê dos ataques especulativos dos grandes capitais
internacionais. O raio de ação e manobra das políticas econômicas nacionais
se estreitou consideravelmente. A “excelência” e o “bom comportamento” das
nações passou a ser medido pelas avaliações das agências internacionais de
risco, em contubérnio com os grandes bancos e fundos de investimento
internacionais. O “novo colonialismo”, a que faz referência o Papa, é hoje,
acima de tudo, a subserviência aos ditames do capital financeiro.
Não, o Papa não é um anti-imperialista tosco e nem um cepalino tardio! As
nações estão, sim, submetidas a sérias restrições no exercício de políticas
econômicas soberanas. Não por acaso, incontáveis governos progressistas
tornam-se reféns dos interesses dominantes e se veem constrangidos a
praticar políticas ortodoxas.
Será o Papa contrário a liberdade de imprensa?
O Papa não hesita em afirmar que a dominação imposta pelo dinheiro
estabelece uma “ditadura sutil”, um “elo invisível que une cada uma das
exclusões”. Francisco não usa meias palavras ao se referir ao “poder anônimo
do ídolo dinheiro” ou à “tirania do ídolo dinheiro”. É o poder do dinheiro o
elemento ordenador e, ao mesmo tempo, desagregador da vida social. Se o
dinheiro é o “elo invisível” que comanda as exclusões e a predação da
natureza, a “destruição” e domesticação das mentes fica a cargo dos meios de
comunicação, também eles submetidos à lógica monetária: “a concentração
monopolista dos meios de comunicação social” ao “impor padrões alienantes
de consumo e certa uniformidade cultural” esvazia a capacidade crítica dos
homens.
Segundo o romancista e jornalista Leonardo Paduro, “fazer hoje um jornalismo
honesto, comprometido com a verdade e a sociedade, é uma postura que está
se tornando cada vez menos comum ao redor do mundo3.” Paduro refere-se
aos “poderes visíveis e invisíveis, mas sempre castradores” que convertem o
jornalismo em “um meio a mais para exercer e validar o domínio dos
verdadeiramente poderosos: os políticos e os donos do dinheiro em todas as
partes do mundo.” É impossível negar esta constatação: a “concentração
monopolista dos meios de comunicação”, a que faz referência o Papa, é parte
decisiva e integrante se um sistema de dominação em cuja cúspide se
encontram - em derradeiras contas - os “donos do dinheiro”. O espaço para o
exercício do “jornalismo honesto” é cada vez mais restrito.
As consequências dessa dominação não são triviais. A “uniformidade cultural”
mencionada por Francisco, significa, na verdade, o esmagamento da razão.
Ao definir os conteúdos (temas, problemas, questões) e comportamentos, os
meios de comunicação representam uma poderosíssima ferramenta de
conformação (e deformação) dos espíritos. A reiteração continuada de
proposições simplistas e banais transforma os homens em autômatos
idiotizados repetidores de clichês baratos. A visão que os homens têm da
economia (a exaltação da austeridade, por exemplo), da política (a
demonização da esquerda, por exemplo), das relações internacionais (a
condenação sumária das ações de Putin, por exemplo), da justiça (o desejo
irracional de punição e vingança, por exemplo) é - entre tantas dimensões –
fortemente condicionada pela estratégia dos grandes meios de comunicação.
Aqui, também, se trata de uma “ditadura sutil” já que os conteúdos são
veiculados sob o manto de uma suposta neutralidade e de um duvidoso “dever
de informar”.
Hoje, o “bom jornalista”, assim como o “bom político”, “o bom economista”, ou
o “bom artista” não é aquele que é fiel a seus princípios e a seu talento, mas
aquele que se ajusta docilmente às diretrizes previamente estabelecidas pela
direção dos grandes meios de comunicação.
Não, o Papa não contrário à liberdade de imprensa. O Papa é contrário, sim, à
“concentração monopolista dos meios de comunicação social”.
Será o Papa um inimigo da austeridade?
O “colonialismo ideológico” imposto pelos meios de comunicação proclama,
entre tantas banalidades, as virtudes da “austeridade”. Já para o Papa, não
resta dúvida que “a imposição de medidas de austeridade (...) sempre aperta
o cinto dos trabalhadores e dos pobres”.
Preliminarmente, convém esclarecer alguns pontos:
A exaltação da “austeridade” tem raiz na recorrente confusão entre a lógica da
economia doméstica e a lógica da economia capitalista. Uma família, desde
logo, não deve gastar mais do que ganha, caso contrário as consequências
certamente serão desastrosas. Já no que diz respeito ao conjunto da
economia, quão maior for o gasto, maior será a renda: quanto mais se investir
e se consumir, maior será a renda. Assim, enquanto para as famílias parte-se
da renda para se determinar o gasto, para o conjunto da economia parte-se do
gasto para se determinar a renda. O economista polonês Michal Kalecki e
Keynes sempre insistiram neste ponto: na economia capitalista são as
decisões de gasto que comandam a formação da renda, e não o contrário.
Em relação às contas públicas, o comportamento da receita é eminentemente
pró-cíclico: quando se expande a renda da comunidade também cresce a
receita pública. Inversamente, quando cai a renda comunidade cai também a
receita pública. É por essa razão que nas conjunturas de recessão o déficit
público tende a aumentar: não só as receitas deixam de crescer como,
ademais, as despesas tendem a se elevar.
Pois bem, propor a “austeridade” em uma conjuntura recessiva é um suicídio:
cortar os gastos públicos em um contexto de queda do nível de atividades
significa apenas dar mais alento à recessão. O exemplo clássico é o de
Brüning, na Alemanha (março de 1930 a maio de 1932), que através de uma
política draconiana de cortes, transformou uma recessão preocupante em uma
depressão selvagem, o que facilitou a ascensão dos nazistas ao poder. O
economista sueco Gunnar Myrdal e Keynes sugeriram - corretamente - que
nas conjunturas de alta os governos deveriam buscar o superávit em suas
contas (de modo a moderar o impacto da expansão), ao passo que nas
conjunturas de baixa deveriam permitir e até induzir o déficit público (de modo
a moderar o impacto da recessão). Em poucas palavras, ao contrário do que
ocorre com as famílias, na recessão os governos devem ampliar, e não cortar
os gastos.
A banalidade difundida pelos meios de comunicação insiste em associar o
gasto público ao desperdício, ao nepotismo e à corrupção. É verdade: existe o
desperdício, existe o nepotismo, existe a corrupção, e esses males devem ser
sistematicamente combatidos. Esses males não são exclusivos do setor
público (eles também existem no setor privado) e não é em virtude de sua
existência que se deve advogar a permanente redução do dispêndio público.
Como melhorar a educação, a saúde e a segurança, como proteger o meio
ambiente, como ampliar a infraestrutura, como ampliar a oferta de habitações
populares sem, ao mesmo tempo aumentar o gasto público? A cruzada
conservadora contra o gasto público simplesmente desconsidera estas
questões. A qualidade do gasto público deve ser permanentemente
aprimorada através da atualização e modernização dos mecanismos de
gestão e controle de produtividade. Esta necessidade em nada se confunde
com a apologia simplista dos cortes indiscriminados.
Na verdade, a discussão sobre o superávit primário tem como suposto a
necessidade de gerar recursos para o pagamento dos encargos da dívida
pública. A despesa pública se decompõe, grosso modo, em quatro grandes
itens: pessoal, custeio, investimento e dívida. As propostas de “austeridade”
sempre visam a contenção ou redução dos três primeiros itens em favor do
quarto: os gastos com pessoal, custeio e investimento devem ser limitados, de
modo a liberar recursos para o pagamento dos encargos da dívida. Estes
últimos serão tão maiores quão maior for a taxa de juros. É um esforço inglório
- e injusto! – buscar conter os “gastos primários” (pessoal, custeio e
investimento) quando, ao mesmo tempo, se elevam as taxas de juros. A
correta gestão dos orçamentos públicos pressupõe a busca da eficácia na
arrecadação e na administração da despesa, o que não significa a adesão
irrefletida aos programas de “austeridade”.
O Papa é, sim, contrário à “austeridade” enquanto norma cega da política
fiscal: são os “trabalhadores e os pobres” as suas principais vítimas!
Será o Papa contrário à liberdade individual?
Em seu discurso, Francisco fez uma referência pontual, porém precisa, à
“insatisfação e à tristeza individualista que escraviza”. Esta é, sem dúvida,
uma deplorável marca do convívio social contemporâneo. Os homens vivem
em permanente ansiedade, premidos pela competição frenética ou pela busca
desesperada da sobrevivência. Os afortunados, no afã de multiplicar seus
recursos, vivem permanentemente obcecados à procura de sempre novas
oportunidades de ganho. Os remediados, ansiosos por se tornarem
afortunados, não medem esforços para galgar na escala social e usufruir os
bens e serviços que estão à disposição dos ricos. É a escravidão do love of
money! Os deserdados - a imensa maioria das populações – lutam contra
todas as adversidades no intuito de alcançar condições minimamente dignas
de sobrevivência. Nem sempre são bem-sucedidos!
Um olhar retrospectivo mostra que no pós-guerra (até meados dos anos 1970)
houve uma substancial melhoria da distribuição da renda nos países
capitalistas centrais. A taxa de desemprego era extremamente reduzida, os
salários reais cresciam paralelamente à elevação da produtividade, a
tributação era mais justa, a rede de proteção social do Welfare State oferecia
garantias aos indivíduos da infância à velhice, os ganhos especulativos eram
limitados e existia um compromisso explícito dos governos com o bem-estar
das populações. Na verdade, havia um consenso político fundado na
convicção de que era essencial sepultar os dramas dos anos de depressão e
buscar esquecer os horrores da guerra. Havia, é óbvio, contradições e
conflitos, mas esses se davam no âmbito de um contexto em que as normas
de cooperação e solidariedade se sobrepunham aos interesses particularistas
e às tendências desagregadoras. Também nos países da periferia o processo
de industrialização fez-se acompanhar da inquestionável elevação do padrão
de vida das populações.
A principal consequência das atribulações dos anos 1970 é que as referidas
normas de cooperação e solidariedade foram abandonadas. O capital
abraçou-se a seu conceito, as regulamentações foram indiscriminada e
progressivamente extintas, os sindicatos foram fragilizados, o Estado foi
estigmatizado e os homens mais uma vez se viram lançados ao moinho
impiedoso da concorrência. As finanças libertaram-se dos grilhões do Estado
e passaram a comandar o destino das nações. As crises se multiplicaram, o
desemprego se elevou e as condições de vida se degradaram. Reintroduziuse a voracidade darwinista no interior das sociedades, e na “guerra de todos
contra todos” o egoísmo individualista se consagrou como o padrão
estabelecido de conduta. Houve uma regressão civilizatória evidente, onde o
individualismo (a desconsideração pelo próximo), somado ao ressentimento (a
frustração pela riqueza não alcançada) e à ignorância (a desinformação
promovida pelos grandes meios de comunicação) produziu uma legião
de “ogros urbanos” preocupados apenas com o “seu” carro, o “seu” corpo, o
“seu” dinheiro, o “seu” sucesso, o “seu” prazer etc. etc. A delicadeza, a
gratidão e a solidariedade são cada vez mais corpos estranhos nas
sociedades contemporâneas.
Não, o Papa não é contrário à liberdade individual! Ele é, sim, contrário ao
indivíduo embrutecido, que perdeu a capacidade de amar o próximo.
Será o Papa um subversivo?
O Papa não usa meias palavras: “Queremos uma mudança, uma mudança
real, uma mudança de estruturas. (...) A nossa fé é revolucionária, porque a
nossa fé desafia a tirania do ídolo dinheiro”.
Pretender uma “mudança de estruturas” que desafie e derrote “a tirania do
ídolo dinheiro” é, sem dúvida, uma tarefa dificílima, que tropeça com
obstáculos hoje praticamente intransponíveis. Segundo Francisco, esta
pretensão não é uma utopia e nem tão pouco uma fantasia. O Papa, desde
logo, busca esta mudança por meio da persuasão, da demonstração de
evidências e do convencimento dos espíritos (à maneira de Keynes). Conta,
para tanto, com sua enorme autoridade moral.
Entretanto, para que haja uma efetiva “mudança de estruturas” é necessária
uma correlação adequada de forças políticas em âmbito mundial. Tal
correlação não se vislumbra no horizonte próximo. Após a violência da crise
de 2007-2008 seria previsível que se produzissem transformações
significativas no modus operandi do capitalismo. Isto, infelizmente, não
ocorreu. As finanças desregulamentadas continuam a ditar as regras da
economia mundial e as crises são invariavelmente atribuídas à
irresponsabilidade ... dos governos (e não das próprias finanças)! Nos EUA, a
força dos republicanos é inquestionável; na Alemanha, a postura de Angela
Merkel em nada se assemelha a um desejo sequer remoto por mudanças; na
França, o socialismo de François Hollande tornou-se caricato e é iminente a
ascensão da direita nacionalista ao poder; na Inglaterra, as políticas de David
Cameron são notoriamente retrógradas; na China, a preocupação de Xi
Jinping é a de consolidar as conquistas econômicas recentes e avançar nos
mercados mundiais; na Rússia, as ações de Putin têm por objetivo neutralizar
as investidas da OTAN. Quais forças políticas poderiam ensejar uma real
“mudança de estruturas”?
Neste quadro, o Papa é, sim, um subversivo. Sua “fé revolucionária”
representa um alento para todos que o respeitam e a esperança, ainda que
remota, de um mundo melhor.
Referência
1 - A (Des) Constituição de 2015. Carta Capital, nº 863, 19/08/15, p.38.
2 - Herbert Stein: Presidential Economics – The Making of Economic Policy
from Roosevelt to Clinton. Washington: 1994, pp.456-7; 460.
3 - O Quarto Poder? Folha de São Paulo, 15/08/15, p. C10.
admin | Agosto 25, 2015 às 1:24 am | Categorias: Artigos, Destaques |
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NERVO EXPOSTO: Kill Bill
China
Caos nos mercados, silêncio nos jornais chineses
25/8/2015, 16:34
No rescaldo da segunda-feira negra, a maior parte dos jornais, agências e
canais de televisão chineses ficaram calados. Na capa do jornal oficial do PCC,
uma reportagem do Tibete. Ordens do Governo.
O colapso estava à frente de todos. O mercado bolsista a tremer por todos os
lados e a bolsa de Xangai a cair a pique, libertando ondas de choque que se
fizeram sentir em todo o mundo. Esta segunda-feira foi verdadeiramente negra
para os mercados, mas isso não impossibilitou que muitos dos jornais chineses
fechassem os olhos e optassem por escrever sobre outros assuntos. No
noticiário do canal de televisão estatal, ao final do dia, nada. Nas capas dos
jornais do dia seguinte, pouco mais de nada. Na internet, segundo relatos do
editor do South Morning Post, a pesquisa por determinadas palavras-chave
como “mercado de ações” chegou a ser bloqueada. Ver para crer – ou o
contrário.
Aconteceu com o Diário do Povo, que na edição impressa desta terça-feira
tinha na primeira página uma reportagem sobre o desenvolvimento económico
no Tibete e não fazia qualquer referência ao crash da bolsa nas 24 páginas
seguintes, preferindo focar-se no 70º aniversário da derrota do Japão na II
Guerra Mundial. Mas não aconteceu só com o jornal oficial do Partido
Comunista Chinês. A página inicial da agência de notícias estatal Xinhua
preferia dar destaque a um trabalho sobre a visita do Presidente Xi Jinping ao
Tibete em 1998, e, ontem, ao final do dia, o canal de televisão público chinês
CCTV “esquecia-se” de referir o colapso da bolsa no noticiário das 19h00.
Os exemplos seguem por aí fora. George Chen, editor do South Morning China
Post, jornal com sede em Hong Kong que não está debaixo da rígida alçada do
Governo chinês, começou a alertar na segunda-feira ao final do dia para um
fato curioso: quando alguém procurasse no principal motor de busca chinês, o
Baidu, pelas palavras 股灾 (algo equivalente a queda do mercado de ações) a
pesquisa era impossibilitada:
“Devido à política e regras, alguns resultados de pesquisa não serão
mostrados”, era a mensagem que apareceria no ecrã.
Pânico na economia mundial : nova crise da economia chinesa
abala os mercados mundiais - O "modelo chinês" está se
aproximando do fim ?
Estamos na iminência de um novo colapso, tal como em 2008 ? Novo colapso
da economia mundial combinado com o colapso do governo Dilma no Brasil, o
Brasil não merece...
MDavi – Economista RJ
Quem diria? Há não muito anos poucos se preocupariam com a bolsa de
Xangai: apesar de ser o país mais populoso do Mundo, a China pesava pouco
na economia global. Depois tudo começou a mudar muito, muito depressa e
começamos a olhar para a China como uma espécie de motor econômico do
Mundo: o fantástico ritmo de crescimento da sua economia estava a levar aos
ombros um velho Ocidente a viver as dores de uma prolongada crise. Hoje a
China assustou-nos a sério. Tão a sério que houve mesmo momentos de
pânico nos mercados bolsistas de todo o mundo, o petróleo desceu ainda mais
e até o euro, até há uns meses visto como uma moeda enfraquecida, se
valorizou. O que se passou? O que é que está em jogo? O que nos reserva o
futuro?
Comecemos pela China e pelo especial que o Nuno Martins escreveu e que
hoje publicámos no Observador: Dores de crescimento na China, dores de
cabeça no resto do mundo. Apesar de ter sido escrito ainda antes do crash de
hoje, permite perceber de onde vinham as nuvens que já se estavam a
acumular no horizonte. Depois de explicar o que se está a passar com a
economia chinesa, onde um crescimento abaixo de 7% é visto como sinal de
crise, o texto sublinha que “O abrandamento da economia chinesa está a
deixar os investidores de olhos em bico. E com razão. Nas contas do FMI, em
1990 apenas dois países tinham a China como maior mercado para as suas
exportações. No ano passado já eram 43. O problema é que, com a economia
a abrandar, a procura pelos produtos que estes países exportam está a cair
consideravelmente,
em
particular
as
matérias-primas.”
Julgo que todos gostaríamos que não fosse assim. Afinal, quem é Xi Jinping, o
atual líder chinês que gostaria de ser ainda mais poderoso do que foi, no seu
tempo, Deng Xiaoping? E qual a real solidez do crescimento econômico num
país que, continuando a ser liderado pela mão de ferro do Partido Comunista,
abriu a sua economia ao mundo e aos mercados? Talvez não seja muita, como
se depreende desta reportagem de fundo do Financial Times, China:
Weakened foundations. É um texto onde ficamos a saber, por exemplo, que
“Total debt in the Chinese economy quadrupled from $7tn in 2007 to $28tn by
the middle of last year, according to the McKinsey Global Institute. At 282 per
cent of gross domestic product and climbing, China’s debt load was already
bigger last year in relative terms than those of Germany and the US.” Ou que
podemos assistir a mais desvalorizações do renminbi e até a uma guerra de
moedas: “Facing a sharp slowdown at home and few tools to deal with it, China
does not seem to be in a position to show the resolve it displayed in the late
1990s and 2008. Instead, its leaders appear to have concluded that they must
risk
a
currency
war
abroad.”
No mesmo Financial Times encontramos um outro texto bastante interessante,
de George Magnus, um associado do Centro Chinês da Universidade de
Oxford: The Chinese model is nearing its end. É ele que nos fala do poder de Xi
Jinping – “He has accumulated more power than any leader since Mao and
consistently emphasised the Leninist need for “party purity” to avoid the fate of
the Soviet Communist party” – e nos explica como alguns problemas podem
ser mais profundos do que se pensa – “The official unemployment rate,
supposedly about 4 per cent over many years, is fiction. Current developments
in investment and labour-intensive construction, the low registration for
unemployment benefits among those without urban registration status, the
weakness of the benefit system and the difficulties of finding suitable work for
7m graduates a year are among many reasons to believe that the jobless rate
may not only be higher than the 6.3 per cent estimated by the International
Labour
Organisation
but
rising.”
Claro que há sempre um outro lado da moeda, e podemos percebê-lo lendo
este trabalho da Spiegel, Ready for Take-Off: China Steers Course Between
Prestige and Profit: a China já não está apenas a produzir produtos baratos
para exportação ou a montar iPhones ou Volkswagens, já começou a
desenvolver os seus próprios produtos, desde trens de alta-velocidade (há 16
mil quilómetros de vias deste tipo na China) a aviões comerciais. Mesmo assim
é um caminho complexo, pelo que “even a country of its size and its ambition
must find a balance between political expectations and economic reality, and
between prestige and profit. It can study this relationship in economies that also
began their path to becoming highly industrialized nations as imitators of foreign
products, and as the "workbench of the world": Germany, Japan and South
Korea.”
Mas há mais problemas. Um deles é que o sistema político chinês, apesar da
sua original fórmula (uma ditadura comunista que é um paraíso capitalista),
começa a mostrar os seus limites. Isso mesmo também está a acontecer
noutras economias emergentes, todas elas a começar a sentir dificuldades,
sendo que uma delas é o Brasil. É pelo menos essa a tese de Bill Emmott,
antigo director da The Economist, num texto escrito para o Project
Syndicate: The Great Emerging-Market Bubble: “Right now China is failing to
learn the Singaporean lesson, too. Its current slowdown appears to arise from a
failure by the Communist Party to challenge the monopoly powers of stateowned enterprises and to free up new sectors for private enterprise.” E isso
acontece porque não tem as instituições políticas certas, algo que também
acontece em países que sendo já democracias, ainda têm instituições frágeis e
inadequadas como o Brasil, a Indonésia ou a África do Sul.
Passemos agora, de forma muito breve, ao que se está a passar nos mercados
e ao pânico que hoje foi sentido. Primeiro que tudo: Por quê? Exatamente a
pergunta que faz o El Pais: ¿Por qué se desploman las Bolsas? O diário
espanhol aponta cinco razões principais: Proximidad de la retirada de estímulos
en EE UU; Miedo sobre la situación real de la segunda economía mundial;Débil
crecimiento global y ralentización del comercio; Batacazo de las materias
primas e impacto sobre los emergentes e, por fim, Inestabilidad geopolítica.
Quererá isto dizer que estamos na eminência de um colapso, como o de 2008?
O Telegraph acha que não em Are we about to see another financial
collapse? A sua análise é muito centrada na realidade britânica, defendendo o
autor que “Our growth model is a bit too dependent on stimulus from zero
interest rates and big deficits still, but not foolishly so, and we don’t depend
much on fast growth in China or Russia or even the Eurozone. Things could go
badly for us, but if we stick on the prudent economic path we’ve been travelling,
the chances are we should be OK. No need to stock up on the baked beans
yet.”
O New York Times também recomenda calma aos investidores norteamericanos: Advice After Stock Market Drop: Take Some Deep Breaths, and
Don’t Do a Thing. Talvez os investidores de Wall Street tenham ouvido o
conselho, já que depois de sinais de pânico na abertura, com o principal índice
a cair 10%, a bolsa recuperou quase para os níveis da semana passada. Isto
apesar de o texto ser dirigido sobretudo a investidores comuns: “Most of us
have to save somewhere, and history suggests that stocks are the most
accessible route to get the returns you’ll need to retire someday. It would take
decades of systemic economic erosion to prove otherwise, and a few days of
market declines do not suggest that anything like that is upon us.” Por isso,
“pour yourself a drink, or sit down with a pint of ice cream”.
(Macroscópio)
Emerging markets turmoil: in charts
Robin Wigglesworth in New York - August 25, 2015 - FINANCIAL TIMES
Turmoil across emerging markets has intensified during August and for many
veteran fund managers, there is a very real concern that selling pressure will
escalate and draw comparisons with past implosions, notably the emerging
market crisis of 1998.
Here are some charts that show just how bad things have become in local
equity and bond markets in the developing world.
This has obviously been building for some time, with concerns over individual
developing countries such as Brazil and Russia, weaker commodity prices and
US Federal Reserve interest rate increases on the horizon. But the trigger for
the deepening rout is mounting concerns over China’s economy — a vital driver
of emerging markets as a whole.
As the charts show, the Shanghai stock market has fallen precipitously this
summer, and Beijing this month devalued its currency slightly, exacerbating
fears over emerging markets.
Yet there are more profound, fundamental problems dogging emerging markets.
As the four charts from Capital Economics show, economic growth, household
consumption, industrial production and exports in the developing world have all
slowed sharply in recent years.
Of course, emerging markets is a blunt concept, and not every country is in bad
shape. Morgan Stanley analysts have made a list of the countries it sees as the
most vulnerable, based on factors such as dependence on overseas funding,
debts metrics, growth fundamentals and exposure to China.
Brazil, South Africa and Turkey look the worst, while Indonesia, Russia, Peru,
Malaysia, Colombia and Mexico are also vulnerable. Morgan Stanley have also
made a handy Venn diagram for further illumination.
Drilling down into two of these issues, here are two charts from Barclays and
UBS respectively. The first one from Barclays shows which countries are the
most dependent on exports to China, while the second one from UBS
underscores how there is still plenty of international investor money in emerging
bond markets, despite a fierce shake-out in the 2013 “taper tantrum”.
That could mean that foreign inflows are stickier than expected, or that there is
much more scope for pain if investors throw in the towel on emerging markets,
as they have often done in the past.
ARS GRATIA ARS
“A arte salvará o mundo” – Dostoievski - eis que da natureza do
homem, como a natureza é a arte de Deus (Baylei)
Tributo à beleza
Dupla de fotógrafas capta a essência de tribo no Sudão em série de fotos
extraordinária
As fotógrafas Carol Beckwith e Angela Fisher possuem uma vivência de mais
de 30 anos do registro de cerimônias, rituais e cotidiano de povos tribais
africanos, o que fez com que suas imagens refletissem uma longa e profunda
relação de respeito com os costumes e as pessoas dessas tribos,
especialment…
HYPENESS.COM.BR
http://www.hypeness.com.br/2014/02/fotos-extraordinarias-da-tribo-dinkas-no-sudao/
ARTES POÉTICAS

01:52
Jorge Pontual traduz texto de Dylan Thomas
http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-em-pauta/videos/t/todos-osvideos/v/jorge-pontual-traduz-texto-de-dylan-thomas/4420205/
VIDEO e CINEMA
http://www.adorocinema.com - http://cadernodecinema.com.br
http://cinemacomrapadura.com.br/criticas/83074/kill-bill-volume-2-2004-83074/
http://www.museudocinema.com.br/
http://www.devotudoaocinema.com.br/2013/08/de-olhos-bem-fechados.html
Enviado por Edmundo Timm - Suiça
Programa da TV5 do Canada, sobre projetos sociais no Brasil que tem
alcançado grande sucesso e reconhecimento da comunidade:
http://www.techo.org/paises/brasil/teto/o-que-e-teto/. Construçao de casas
com apoio da comunidade, multirao
Pimp up my caroça. Organizaçao de apoio aos catadores de lixo en Sao Paulo
http://www.ted.com/talks/mundano_pimp_my_trash_cart?language=en#t307969
Dançando pra não dançar. http://dpnd.org/contato/visitando/
http://tv5.ca/amerikologie/?e=j4fptz55cvvcl. Amerikologie. Special Brasil
Projeto bela arte jazz, ensino de musica gratuito na favela pelo professor
Leonardo Januario 22anos
Pra quem nao conhece aqui vai 3 filmes muito bons de artistas brasileiros com
grande engagement politico e humanista
Vik Muniz -Wasteland. http://www.wastelandmovie.com/vik-muniz.html
Sebastiao Salgado - the salt of the
earth. https://m.youtube.com/watch?v=OivMlWXtWpY
Jorge Furtado - ilha das flores, um classico em Porto Alegre
https://m.youtube.com/watch?v=e7sD6mdXUyg
Área de anexos
Visualizar o vídeo The Salt of the Earth - Official Trailer do YouTube
The Salt of the Earth - Official Trailer
Visualizar o vídeo Ilha das Flores (Completo) [Ótima Qualidade de Imagem]
do YouTube
Ilha das Flores (Completo) [Ótima Qualidade de Imagem]
TELEVISÃO
GLOBONEWS PAINEL
01:16
POLÍTICA E ECONOMIA
Análise das possíveis mudanças no cenário
Convidados também analisam os últimos protestos nas ruas contra e a favor do
governo e os avanços das investigações na Operação Lava-Jato
http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-painel/videos/t/globonewspainel/v/painel-convidados-analisam-possiveis-mudancas-no-cenario-politico-eeconomico/4414280/
BOLETINS DE NOTÍCIAS E ANÁLISES
www.estrategiaeanalise.com.br www.sul21.com.br - www.outraspalavras.com.br - www.cartamaior.com.br
www.desenvolvimentistas.com.br - http://www.auditoriacidada.org.br/
www.maurosantayana.com – www.paulotimm.com.br
[email protected] - www.ecodebate.com.br
www.patrialatina.com.br
http://resistir.info/ - http://www.redebrasilatual.com.br/economia - http://plataformapoliticasocial.com.br/ http://www.ifch.unicamp.br/cemarx/site/
http://www.voltairenet.org/ - http://www.esquerda.net/
Sociedade Brasileira de Economia Política
Fórum Mundial das Alternativas
Indicadores Economicos BACEN- http://www.bcb.gov.br/?INDECO
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Leia hoje no Correio da Cidadania
Belo Monte bate à sua porta- Por Rodolfo Salm (texto e fotos)
Agora, os impactos diretos da construção da hidrelétrica de Belo Monte são
finalmente visíveis no entorno da cidade de Altamira. Nem mesmo as
explosões no canteiro de obras que faziam tremer as janelas da minha casa
causaram-me tanto mal-estar quanto a destruição completa daquele
ecossistema. De toda forma, a devastação da foz do igarapé Ambé não é nada
comparado ao desmatamento da ilha do Arapujá, cuja vegetação constituí
importante “cartão postal” no rio Xingu, de frente à cidade, e que deve começar
a qualquer momento.
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Estados Unidos: em busca de um candidato republicano viável
Por Virgílio Arraes
Nas próximas semanas, em função dos altos custos de participação nas
atividades eleitorais de um país continental ou da perspectiva de índices pouco
atrativos de popularidade no curto prazo, boa parte dos aspirantes republicanos
deve desistir da postulação principal, ainda que visualize a possibilidade de
compor a futura chapa como vice-presidente ou mesmo como ministro em um
eventual gabinete a datar de janeiro de 2017.
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Equador: a repressão como limite - Por Raul Zibechi e Decio Machado
O regime encabeçado por Correa está mostrando, em sua furiosa reação à
greve iniciada pelas organizações indígenas e sindicatos, o seu verdadeiro
caráter, que produz um novo modo de dominação, onde as políticas sociais
pretendem silenciar os movimentos. No Equador, não há nenhuma revolução
em marcha vinda do poder estatal, senão o aprofundamento do modelo
extrativista e da crescente dependência do mercado capitalista global, o que
requer um reposicionamento autoritário do Estado.
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Política
Chacinas em série. Até quando? - Frei Betto
No Brasil, as mortes não são seletivas, são generalizadas. É a lei do talião
levada ao extremo: um policial morto, dez ou mais inocentes como vingança.
Exatamente como procediam os nazistas. A cada prisioneiro foragido do campo
de concentração, dez eram sorteados para morrer.
Já passou da hora - Dom Demétrio Valentini
A situação nacional chegou a um ponto de limite. Está mais do que na hora de
acabar com querelas políticas, que nada contribuem para superar a crise
econômica, a ser contornada com urgência.
Social
Discurso de Francisco: “vocês são semeadores de mudança” - Frei
Marcos Sassatelli
Neste terceiro artigo sobre o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares
destaco o segundo ponto marcante do discurso do Papa Francisco: “vocês são
semeadores de mudança”.
Da Redação
Não há como recuperar a legitimidade da política sem ruptura radical com
Lula e Dilma - Por Gabriel Brito
“A questão política relevante é que, há alguns anos, estamos atolados em uma
séria crise de legitimidade do Estado (descrença na capacidade do governo
Dilma de resolver os problemas de curto, médio e longo prazos). A
mediocridade esférica do governo Dilma resulta no fato de que ele é avaliado
como ruim por capitalistas e trabalhadores, por ricos e pobres, pela direita e
pela esquerda”, analisou o economista e professor da UFRJ Reinaldo
Gonçalves. Uma das entrevistas mais implacáveis já publicadas pelo Correio
da Cidadania.
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