APRIMORAMENTO EM FARMÁCIA HOSPITALAR HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO LUÍS FELIPE BELONI BÓZOLI ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO RIBEIRÃO PRETO JANEIRO DE 2013 2 LUÍS FELIPE BELONI BÓZOLI ANÁLISE DE PRESCRIÇÕES PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Monografia apresentada como exigência parcial para a conclusão do Curso de Aprimoramento em Farmácia Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Orientadora: Farm. Ma. Andréa Queiroz Ungari. Pesquisadores: Farm. Camila Milani Ribeiro, Farm. Iahel Manon de Lima Ferreira, Farm. Luiz Maçao Sakamoto, Farm. Rodrigo Marangoni Fernandes, Prof. Dr. Jurandyr Moreira de Andrade, Farm. Dra. Nathalie Lourdes Souza Dewulf, Farm. Polyana Lara de Mello. RIBEIRÃO PRETO JANEIRO DE 2013 3 Luís Felipe Beloni Bózoli Análise de prescrições para tratamento de câncer de mama em um hospital universitário. Monografia apresentada como exigência parcial para a conclusão do Curso de Aprimoramento em Farmácia Hospitalar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Aprovado em: ____/____/2013 Nota: _______ 4 DEDICO, Aos meus pais, Dione e Adalberto, que sempre se esforçaram muito para dar um futuro gratificante para seus dois filhos. Estou encerrando aqui mais uma etapa da minha carreira acadêmica, e dedico à vocês mais esta etapa, assim como todas as outras já passadas e que estão por vir. Muito obrigado por tudo! Amo muito vocês! Dedico à farmacêutica, Mestre e quase Doutora Andréa Queiróz Ungari, que me auxiliou desde o começo do projeto, dedicando seu tempo e paciência para tudo dar certo! “A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.” Nelson Mandela 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente, a Deus, por cada chance de mudar, por cada oportunidade oferecida, por toda a força e paciência dada e todas as informações e experiências adquiridas. E, também, por colocar tantas pessoas na minha vida, me dando a oportunidade de conhecer todo tipo de personalidade. Aos meus pais, que sempre me apoiaram, me cobrando resultados, me ajudando nas escolhas, dando força nas dificuldades e comemorando a cada nova conquista. Ao meu irmão, Beto, que sempre foi um exemplo de inteligência que eu quis seguir, mesmo com seu jeito tímido e um tanto arrogante, eu o amo muito e tento sempre melhorar, buscando aprender com cada palavra sua. A minha orientadora, Andrea, que me ensinou muito, sempre dando conselhos e ajudando quando necessário, mesmo que por mensagem, email, telefone ou o que fosse. A todos os professores, farmacêuticos e funcionários do HCFMRP-USP que passaram pela minha vida durante esse ano de aprimoramento, me passando seus conhecimentos, baseados em suas experiências profissionais e de vida. Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos verdadeiros, que sempre me ajudaram em todos os momentos difíceis, me reprimiram quando estava errado, e estavam sempre presentes em cada comemoração e alegria. 6 Pensamento: “O único lugar aonde sucesso vem antes de trabalho é no dicionário.” Albert Einstein 7 RESUMO BÓZOLI, L. F. B. – Análise de prescrições para tratamento de câncer de mama em um Hospital Universitário, 2013. Monografia (Aprimoramento) – Curso de Aprimoramento em Farmácia Hospitalar, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, USP, 2013. Erros de medicação representam uma triste realidade no trabalho dos profissionais de saúde. Esse grave problema hospitalar não só apresenta sérias conseqüências para a saúde dos pacientes, mas também para a organização hospitalar, uma vez que isto repercute negativamente nos indicadores institucionais relevantes à qualidade da assistência prestada aos pacientes hospitalizados. Nesse sentido, a qualidade da assistência terapêutica e a segurança do paciente com câncer de mama são importantes fatores que contribuem para o tratamento eficaz. Considerando que a maioria dos tratamentos antineoplásicos envolve altos custos e efeitos adversos, é de grande importância que as instituições hospitalares identifiquem quais são os erros relacionados à prescrição de medicamentos, para que possam elaborar recomendações ou guias, como, por exemplo, protocolos clínicos, que visem minimizar esses problemas. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo identificar a prevalência de erros de medicamentos prescritos à pacientes com câncer de mama atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo com coleta prospectiva de dados em prontuários de pacientes e prescrições armazenadas na Farmácia de Quimioterapia e na Central de Quimioterapia, durante o segundo semestre do ano de 2012. Os resultados obtidos mostram 100% das prescrições avaliadas com erros de prescrição ou falta de alguma informação importante. Foram 56 erros relativos à identificação do paciente na central e 414 na Farmácia. Os erros relativos aos medicamentos foram 314 na Central e 105 na Farmácia, sendo o mais comum o uso de abreviaturas na prescrição. O erro mais comum relacionado à apresentação dos medicamentos na Central foi a não apresentação das formas farmacêuticas, que não esteve presente entre 92,3% e 100% das prescrições e na Farmácia a falta da via de administração não estava entre 20% e 87% das prescrições. Analisando os resultados obtidos, pode-se concluir que a informatização da prescrição médica em Oncologia Clínica necessita ser implantada o mais breve possível e que haja constante treinamento aos médicos, docentes e residentes sobre prescrição eletrônica e legislações pertinentes para que informações relevantes sejam corretamente utilizadas sem dificuldades pelos demais profissionais de saúde e pacientes. Palavras-chave: Câncer de mama, erros de medicação, prescrição médica. 8 ABSTRACT BÓZOLI, L. F. B. - Analysis of prescriptions for the treatment of breast cancer at the University Hospital, 2013. Monograph (Enhancement) - Stroke Improvement in Hospital Pharmacy, Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo, USP, 2013. Medication errors are a sad reality in the work of health professionals. This serious hospital problem not only has serious consequences for patients' health, but also for the hospital organization, since it adversely affects the institutional indicators relevant to the quality of care provided to hospitalized patients. In this sense, the quality of care and patient safety therapy with breast cancer are important factors that contribute to effective treatment. Whereas most anticancer treatments involves high costs and adverse effects is of great importance that hospitals identify what are the errors related to prescription medicines, so they can make recommendations or guides, for example, clinical protocols, which aim to minimize these problems. Thus, this study aims to identify the prevalence of errors in prescription drugs to patients with breast cancer treated at the Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo. To this end, we conducted a descriptive study with prospective data collection on patient records and prescriptions stored in Pharmacy Chemotherapy and Chemotherapy Center during the second half of 2012. The results show 100% of the prescriptions evaluated with prescription errors or missing some important information. Were 56 errors relating to patient identification in Chemotherapy Center and 414 in Pharmacy Chemotherapy. The errors related to medications were 314 in Center and 105 in the Pharmacy, the most common being the use of abbreviations in prescribing. The most common error related to presentation of medicines in Central was no presentation of pharmaceutical forms, what wasn’t present between 92.3% and 100% of the prescriptions and in Pharmacy was no presentation of de administration way, what wasn’t present between 20% and 87% prescriptions. Analyzing the results, we can conclude that the computerization of prescription in Clinical Oncology needs to be deployed as soon as possible. We suggest ongoing training to doctors, teachers and resident doctors about electronic prescription and pertinent laws, so, relevant information can be properly used without difficulty by other health professionals and patients. Keywords: Breast cancer, medication errors, drug prescription. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Como se comportam as células cancerosas. -------------------------------------------- 15 Figura 2: Estrutura da mama. ------------------------------------------------------------------------ 17 Figura 3: Representação espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2012, segundo Unidade da Federação (neoplasia maligna da mama feminina). ------------------------------------------------------------------------------------------------ 19 10 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1: Classificação clínica do câncer de mama pelo sistema TNM ----------------------- 23 Quadro 2: Estadiamento do câncer de mama em função das diversas combinações possíveis pelo sistema TNM -------------------------------------------------------------------------------------- 24 Quadro 3: Estadiamentos Clínicos encontrados nas prescrições da Central de Quimioterapia. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 44 Quadro 4: Diagnósticos encontrados nas prescrições da Central de Quimioterapia. --------- 44 Quadro 5: Número de abreviaturas por prescrição e em quantas prescrições foi utilizado esse número na Central de Quimioterapia. ---------------------------------------------------------------- 45 Quadro 6: Principais abreviaturas encontradas na Central de Quimioterapia. ---------------- 46 Quadro 7: Número de abreviaturas por prescrição e em quantas prescrições foi utilizado esse número na Farmácia de Quimioterapia. ------------------------------------------------------------- 46 Quadro 8: Principais abreviaturas encontradas na Farmácia de Quimioterapia. -------------- 47 Quadro 9: Medicamentos prescritos na Central de Quimioterapia durante a pesquisa deste trabalho, suas freqüências e porcentagens. ---------------------------------------------------------- 48 Quadro 10: Medicamentos prescritos na Central de Quimioterapia durante a pesquisa e os principais erros de suas prescrições. ----------------------------------------------------------------- 49 Quadro 11: Medicamentos prescritos na Farmácia de Quimioterapia durante a pesquisa deste trabalho, suas freqüências e porcentagens. ---------------------------------------------------------- 49 Quadro 12: Medicamentos prescritos na Farmácia de Quimioterapia durante a pesquisa e os principais erros de suas prescrições. ----------------------------------------------------------------- 50 Tabela 1: Erros relativos à forma de registro da Identificação dos Pacientes. ----------------- 42 Tabela 2: Erros relativos aos Aspectos Clínicos da Doença. ------------------------------------- 43 Tabela 3: Erros relativos aos Medicamentos. ------------------------------------------------------ 45 Tabela 4: Erros relacionados ao cálculo da dosagem da medicação nas prescrições. -------- 51 Tabela 5: Erros relativos ao ato do responsável pela prescrição. -------------------------------- 52 11 LISTA DE SIGLAS h horas mg miligramas % porcentagem m2 metro quadrado Her2/neu Human Epidermal growth factor Receptor 2 TNM T: tumor, N: linfonodo, M: metástase INCA Instituto Nacional de Câncer CDI Carcinoma Ductal Invasivo CDIg2 Carcinoma Ductal Invasivo com médio grau de diferenciação Ca Câncer CP Comprimido EV Via Endovenosa MIN Minutos QT Quimioterapia QTX Quimioterapia SF 0,9% Solução Fisiológica (Cloreto de Sódio 0,9%p/v) SG 5% Solução de Glicose 5%p/v VO Via Oral COMP Comprimido X Vezes DNA Ácido Desoxirribonucleico 12 SUMÁRIO RESUMO ----------------------------------------------------------------------------------------------- 07 ABSTRACT -------------------------------------------------------------------------------------------- 08 LISTA DE FIGURAS -------------------------------------------------------------------------------- 09 LISTA DE QUADROS E TABELAS ------------------------------------------------------------- 10 LISTA DE SIGLAS ----------------------------------------------------------------------------------- 11 SUMÁRIO ---------------------------------------------------------------------------------------------- 12 1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 14 1.1 CÂNCER ----------------------------------------------------------------------------------- 15 1.2 MAMAS ------------------------------------------------------------------------------------ 17 1.3 CÂNCER DE MAMA -------------------------------------------------------------------- 18 1.3.1 PREVALÊNCIA NACIONAL E MUNDIAL -------------------------------- 18 1.3.2 SINTOMAS ----------------------------------------------------------------------- 20 1.3.3 FATORES DE RISCO ----------------------------------------------------------- 20 1.3.4 DIAGNÓSTICO ------------------------------------------------------------------ 21 1.3.4.1 1.3.5 2. Estadiamento --------------------------------------------------------- 23 TRATAMENTOS ---------------------------------------------------------------- 24 1.3.5.1 Cirurgias -------------------------------------------------------------- 25 1.3.5.2 Quimioterapia -------------------------------------------------------- 26 1.3.5.3 Radioterapia ---------------------------------------------------------- 27 1.3.5.4 Hormonioterapia ----------------------------------------------------- 28 1.3.6 CENTRAL DE QUIMIOTERAPIA DO HC-FMRP-USP ------------------ 28 1.3.7 ERROS DE MEDICAÇÃO ----------------------------------------------------- 29 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------- 34 2.1 OBJETIVO GERAL ---------------------------------------------------------------------- 35 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ------------------------------------------------------------ 35 3. MATERIAIS E MÉTODOS --------------------------------------------------------------- 36 3.1 DESENHO DO ESTUDO --------------------------------------------------------------- 37 3.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ----------------------------------------------------------- 37 3.3 CASUÍSTICA ----------------------------------------------------------------------------- 38 3.4 INSTRUMENTOS DE ANÁLISE ----------------------------------------------------- 38 13 3.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO ------------------------------------------------------------- 39 3.6 COLETA DE DADOS ------------------------------------------------------------------- 40 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA -------------------------------------------------------------- 40 4. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ---------------------------------------------------------- 41 4.1 ERROS RELATIVOS À IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE --------------------- 42 4.2 ERROS RELATIVOS AOS ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA ------------ 43 4.3 ERROS RELATIVOS AOS MEDICAMENTOS ------------------------------------ 45 4.4 RELATIVO À APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS --------------------- 47 4.5 RELATIVO AO CÁLCULO DA DOSAGEM DA MEDICAÇÃO --------------- 50 4.6 RELATIVO AO ATO DO RESPONSÁVEL ----------------------------------------- 51 CONCLUSÕES-------------------------------------------------------------------------------- 53 REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------------- 56 ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------------------ 66 ANEXO A ----------------------------------------------------------------------------------------------- 67 14 ---------------------------------------------------------- INTRODUÇÃO 15 1. INTRODUÇÃO 1.1 CÂNCER Câncer é um conjunto de mais de 100 doenças, que têm em comum o crescimento desordenado e descontrolado e disseminação de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se por tecidos circundantes ou fazer metástases para outras regiões do corpo (BRASIL, 2012; WHO, 2012). Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas, como mostradas na Figura 1. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida (BRASIL, 2012). Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases) (BRASIL, 2012). Figura 1: Como se comportam as células cancerosas. Fonte: BRASIL, 1996. Os países das Américas, especialmente os países de renda baixa e média são desafiados a atender a demanda gerada em seus sistemas de saúde de câncer e outras doenças 16 crônicas. A Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) promovem uma abordagem abrangente para a prevenção e controle do câncer, que inclui o desenvolvimento de um plano nacional de câncer com intervenções baseadas em evidências para prevenção, rastreio e detecção precoce, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos (OPAS, 2012). De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos (BRASIL, 2012). A evidência científica atual indica que 40% dos casos de câncer podem ser evitados, através da redução de fatores de risco comuns e prevenção primária; mais 30% podem ser curados se detectados precocemente e tratados adequadamente, e todos os casos de câncer avançado podem se beneficiar de cuidados paliativos (OPAS, 2012). Nas últimas décadas, o câncer ganhou uma grande dimensão, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública mundial. A OMS estimou que, no ano 2030, podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer. O maior efeito desse aumento vai incidir em países de baixas e médias rendas (BRASIL, 2012). Em países com grande volume de recursos financeiros, predominam os cânceres de pulmão, mama, próstata e cólon. Em países de baixos e médios recursos, os cânceres predominantes são os de estômago, fígado, cavidade oral e colo do útero. Vem-se observando um aumento progressivo nos cânceres de pulmão, mama e cólon e reto, os quais, historicamente, não apresentavam essa importância e magnitude (BRASIL, 2012). Nas Américas havia cerca de 2,5 milhões de casos novos de câncer e 1,2 milhões de mortes por câncer por ano em 2008. Os cânceres mais comuns na região são de próstata, pulmão, estômago e colo-retal em homens, e de mama, pulmão, colo-retal e câncer de colo do útero nas mulheres. Com o envelhecimento da população, e com a transição epidemiológica na América Latina e no Caribe, a carga de câncer está projetada para aumentar ainda mais (OPAS, 2012). O câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis vêm se tornando cada vez mais comuns no mundo todo e podem causar danos devastadores para famílias inteiras, principalmente quando o chefe da família adoece, sendo ele o provedor da única fonte de renda; bem como quando um dos pais é acometido pela doença e os filhos passam a exercer 17 atividades de cuidado da família, deixando de levar suas vidas dentro do padrão esperado para a idade (BRASIL, 2012). 1.2 MAMAS A mama é uma proeminência bilateral da parede do tórax, formada por uma porção glandular, por tecido conjuntivo e, normalmente, por abundante tecido adiposo. No sexo feminino desenvolvem-se na puberdade e atingem o máximo desenvolvimento no fim da gestação e no período do parto (DANGELO, 2007). As mamas começam a se desenvolver sob influência de estrogênio durante a puberdade. Durante a gravidez, as glândulas se desenvolvem sob orientação do estrogênio, ajudado pelo hormônio do crescimento e do cortisol. O passo final do desenvolvimento necessita de progesterona, a qual converte o epitélio dos ductos em estruturas secretoras. Embora estrogênio e progesterona estimulem o desenvolvimento das mamas, elas inibem a secreção de leite, que está sobre controle da prolactina da adenohipófise (SILVERTHORN, 2003). Figura 2: Estrutura da mama. Fonte: Só Biologia, 2012. 18 Na sua estrutura (Figura 2), a mama é constituída de: Parênquima, de glândula mamária, composta de 15 a 20 lobos piramidais, formados por lóbulos com ductos lactíferos que se abrem na papila mamária (mamilo), formando o corpo da mama, que é sentido pela palpação com consistência mais firme que das áreas vizinhas (DANGELO, 2007) Estroma, de tecido conjuntivo, que envolve o corpo mamário como um todo, predominando tecido adiposo, que é sustentado por inúmeras trabéculas de tecido conjuntivo denso (DANGELO, 2007) Pele, dotada de glândulas sebáceas e sudoríparas, muito fina, onde se notam veias superficiais (DANGELO, 2007) Como todos os órgãos do corpo humano, também existem vasos sanguíneos nas mamas, que irrigam esta com sangue e os vasos linfáticos, por onde circula a linfa. Os vasos linfáticos das mamas drenam para os gânglios axilares, no pescoço e no tórax (TARGA, 2012). 1.3 CÂNCER DE MAMA O câncer de mama é o resultado da interação entre fatores genéticos, estilo de vida e meio ambiente. Estima-se que 90% a 95% do câncer de mama sejam relacionados a fatores não-familiares decorrentes de mutações somáticas que acontecem ao longo da vida. Por outro lado, os remanescentes 5% a 10% sejam relacionados a fatores hereditários (familiares), decorrentes de mutações germinativas ao nascimento que conferem as mulheres uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento do câncer de mama (BARROS et. al., 2001). Devido ao aumento consistente nas taxas de mortalidade relacionadas ao câncer de mama nos últimos quarenta anos, esta patologia tem sido considerada um importante problema de saúde pública na América Latina (ROBLES, 2002). 1.3.1 PREVALÊNCIA NACIONAL E MUNDIAL Atualmente, o câncer de mama é considerado como o segundo tipo de câncer mais comum no mundo, sendo o mais prevalente entre as mulheres (ROBLES, 2002). 19 Figura 3: Representação espacial das taxas brutas de incidência por 100 mil mulheres, estimadas para o ano de 2012, segundo Unidade da Federação (neoplasia maligna da mama feminina). Fonte: BRASIL, 2012. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes (BRASIL, 2012). O câncer de mama constitui-se na primeira causa de morte por câncer entre as mulheres, registrando-se uma variação percentual relativa de mais de 80 % em pouco mais de duas décadas: a taxa de mortalidade padronizada por idade, por 100.000 mulheres, aumentou de 5,77 em 1979, para 9,74 em 2000. E no Brasil, o aumento da incidência tem sido acompanhado do aumento da mortalidade, o que pode ser atribuído, principalmente, a um retardamento no diagnóstico e na instituição de terapêutica adequada (BRASIL, 2004). Segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (BRASIL, 2012) do Ministério da Saúde, estimam-se para o ano de 2012 aproximadamente, 53 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, como pode se observar na Figura 3. Essa estimativa mostra de forma clara a necessidade de ações abrangentes para o controle do câncer, nos diferentes níveis de atuação, tais como na promoção da saúde, no diagnóstico precoce, na assistência aos pacientes, na 20 vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social, na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). 1.3.2 SINTOMAS O aparecimento de um nódulo ou endurecimento da mama ou embaixo do braço é um dos primeiros e principais sintomas do câncer de mama. Ao longo do processo, podem surgir alterações na pele que recobrem o local, inversão do mamilo, inchaço do braço, mudanças no tamanho e formato da mama, secreção contínua por um dos ductos, eritema, edema, espessamento e/ou retrações na pele (ONCOGUIA, 2012; CCC, 2012). 1.3.3 FATORES DE RISCO A etiologia do câncer de mama é multifatorial e envolve fatores individuais, ambientais, reprodutivos, hormonais e genéticos (BRASIL, 2010). A idade é um dos mais importantes fatores de risco, pois enquanto é relativamente raro desenvolvê-lo antes dos 35 anos, as chances aumentam rapidamente até os 50. De 75% a 80% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres acima de 50 anos de idade (BRASIL, 2010). Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos de câncer de mama, mulheres com história familiar, apresentam maior risco de desenvolver a doença. Histórias de câncer de mama em familiares dobram ou triplicam o risco, quanto maior a proximidade do parentesco, mais alto o risco. Devem-se aumentar as suspeitas à predisposição genética quando há casos de câncer de mama bilateral e casos de câncer de mama em homens da família. (BRASIL, 2010). A probabilidade de morte por câncer de mama cresce com o aumento do Índice de Massa Corpórea (IMC). Quando o IMC ultrapassa o índice de 35 (obesidade grau 3) numa mulher em menopausa, seu risco duplica (SBM, 2011). O tecido adiposo é formado por diversos tipos celulares, dotados de propriedade de produzir muitos hormônios e mediadores químicos. Um dos principais hormônios produzidos é o estrógeno e os tecidos sensíveis à ação estrogênica ficam mais expostos aos estímulos que provocam multiplicação celular. Na circulação sanguínea de pessoas obesas, os níveis de leptina estão mais elevados e os de 21 adiponectina mais baixos, o que favorece a formação de metástases e progressão da doença (SBM, 2011). Dieta altamente calórica, rica em proteínas e gordura de origem animal, carne vermelha, carnes processadas e consumo de álcool podem elevar o risco de desenvolver o câncer de mama. O consumo exagerado de alimentos gordurosos aumenta 1,5 vezes o risco (BRASIL, 2010). Exposições ambientais, como à radiação ionizante, mesmo que em baixas doses, principalmente durante a puberdade, aumentam o risco de desenvolver câncer (BRASIL, 2010). Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva da mulher já estão bem estabelecidos, e são: a primeira menstruação antes dos 11 anos (menarca precoce) e primeira gravidez depois dos 40 anos triplicam o risco. Hiperplasia atípica em biópsia prévia em nódulo mamário benigno e já ter tido câncer de mama aumentam quatro vezes o risco. Uso em longo prazo de anticoncepcionais orais aumenta 1,24 vezes o risco. A menopausa tardia, nunca ter tido filhos e nunca ter amamentado são alguns fatores de risco também (BRASIL, 2010). 1.3.4 DIAGNÓSTICO Existe a recomendação para a população normal de que após os 20 anos a mulher deve fazer o auto-exame de mama (AEM), chamado de palpação, todo mês, sendo este exame caracterizado pelo baixo custo e facilidade, já que quem o executa é a própria mulher, e esta deve ser examinada pelo médico pelo menos a cada 3 anos. De acordo com pesquisas realizadas, foi evidenciado grande impacto do AEM na detecção precoce do câncer de mama (SASSE, 2009; NASCIMENTO, 2009). Após os 40, ela deve ser examinada pelo médico anualmente, continuar com o autoexame mensal e fazer uma mamografia por ano. O ultrassom de mama pode ser pedido pelo médico para ajudar a avaliar qualquer nodulação anormal. As recomendações mudam se houver fatores de risco associados (SASSE, 2009). Após a avaliação médica, se há a suspeita de câncer, parte-se para o diagnóstico clínico e será pedida a biópsia, que é a retirada de uma amostra de tecido da área suspeita para exame microscópico. Existem vários tipos de biópsias e a avaliação microscópica do material (anátomo-patológico) é que confirma se é câncer ou não (SASSE, 2009). Os principais tipos 22 de biópsias para diagnóstico do câncer de mama são PAAF; Core Biopsy; Mamotomia e Biópsia Cirúrgica (ONCOGUIA, 2012). A realização de exames de mamografia por raio-X em mulheres é uma prática comum para obter um diagnóstico precoce do câncer de mama. Este rastreamento consiste em exames mamográficos periódicos em mulheres assintomáticas, acima de 40 anos, para detectar câncer de mama em estádios iniciais, o que pode levar à redução da mortalidade por esta enfermidade (ONCOGUIA, 2012). A ultrassonografia da mama possibilita identificar lesões que não podem ser visualizadas na mamografia, quando a mama é densa, e também permite distinguir, por exemplo, se a lesão é sólida ou cística. A ressonância magnética é utilizada como exame de imagem complementar no diagnóstico de nódulos e de densidades assimétricas na mama, junto à mamografia e à ultrassonografia (ONCOGUIA, 2012). O exame anatomopatológico faz o diagnóstico, por meio da análise das alterações teciduais presentes nas amostras de tecido, retiradas na biópsia ou na cirurgia. Na maioria das vezes, esse diagnóstico é definitivo, entretanto, em algumas situações, não é possível um diagnóstico conclusivo, tornando-se fundamental a correlação clínica e com os exames de imagens para obtenção do diagnóstico (ONCOGUIA, 2012). A análise microscópica do tumor determina se é invasivo ou in situ, ductal ou lobular, o grau e se existe comprometimento linfonodal. As margens (bordas) do tumor também são avaliadas e determinadas sua distância do tumor (ONCOGUIA, 2012). Para um diagnóstico preciso é necessário a realização de exames no sangue como: hemograma completo, exames de coagulação, bioquímica sanguínea, eletrólitos, perfil hepático, hemossedimentação, proteína C reativa, colesterol e triglicerídeos, entre outros (ONCOGUIA, 2012). Para fins da classificação TNM (T: tumor, N: linfonodo, M: metástase), a medida da neoplasia deve ser dada pelo maior diâmetro do componente invasivo. A medida macroscópica deve ser confirmada pela medida microscópica. Deve-se relatar presença e porcentagem do componente in situ, porém para fins de estadiamento, deve-se levar em conta somente o componente invasivo (BARROS, 2001; BRASIL, 2004). 23 1.3.4.1 Estadiamento O estadiamento do câncer é a descrição de quanto o câncer já se espalhou pelo corpo (ONCOGUIA, 2012). T TX T0 Tumor O tumor primário não pode ser avaliado Sem evidência de tumor primário Carcinoma in situ: carcinoma intraductal ou carcinoma lobular in situ ou doença de Tis Paget da papila sem tumor T1 Tumor com 2 cm ou menos em sua maior dimensão T1a Tumor com 0,5 cm ou menos em sua maior dimensão T1b Tumor com mais de 0,5 cm e até 1 cm em sua maior dimensão T1c Tumor com mais de 1 cm e até 2 cm em sua maior dimensão T2 Tumor com mais de 2 cm e até 5 cm em sua maior dimensão T3 Tumor com mais de 5 cm em sua maior dimensão T4 Tumor de qualquer tamanho, com extensão direta à parede torácica ou à pele T4a Extensão para parede torácica Edema (incluindo peau d'orange) ou ulceração da pele da mama ou nódulos cutâneos T4b satélites, confinados à mesma mama T4c T4a e T4b associados T4d Carcinoma inflamatório N Linfonodais regionais Os linfonodos regionais não podem ser avaliados (por ex. foram removidos NX previamente) N0 Ausência de metástases nos linfonodos regionais N1 Metástase em linfonodo (s) auxiliar (es) homolateral (is) móvel (is) Metástase nos linfonodos axilares homolaterais fixos uns aos outros ou a outras N2 estruturas N3 Metástase nos linfonodos da cadeia mamária interna homolateral M Metástases a distância MX A presença de metástases a distância não pode ser avaliada M0 Ausência de metástases a distância M1 Metástases à distância (incluindo as metástases nos linfonodos supraclaviculares) Quadro 1: Classificação clínica do câncer de mama pelo sistema TNM Fonte: BARROS, 2001. Para se definir o estadiamento clínico da doença, leva-se em consideração o tamanho do tumor na mama (abreviado como T), o comprometimento (ou não) de gânglios na axila, o número de gânglios comprometidos (abreviado como N), e a presença ou ausência de evidência de metástases ou doença à distância (abreviado como M) (ONCOGUIA, 2012). A classificação TNM e o estadiamento do câncer em relação a esta classificação estão relacionados nos quadros 1 e 2, como descritos em trabalho de Barros em 2001. 24 Estadio Estadio 0 Estadio I Tumor Linfonodais Regionais Metástases à Distância Tis N0 M0 T1 N0 M0 T0 N1 M0 Estadio IIa T1 N1 M0 T2 N0 M0 T2 N1 M0 Estadio IIb T3 N0 M0 T0 N2 M0 T1 N2 M0 Estadio IIIa T2 N2 M0 T3 N1, N2 M0 T4 qualquer N M0 Estadio IIIb qualquer T N3 M0 Estadio IV qualquer T qualquer N M1 Quadro 2: Estadiamento do câncer de mama em função das diversas combinações possíveis pelo sistema TNM Fonte: BARROS, 2001. Dependendo do histórico clínico da paciente e dos resultados do exame físico, alguns exames adicionais podem ser solicitados, como Raios-x; cintilografia óssea; tomografia computadorizada (TC); tomografia por emissão de pósitrons (PET) e/ou cintilografia mamária (ONCOGUIA, 2012). 1.2.1 TRATAMENTOS O tratamento para o câncer de mama deve ser ministrado por uma equipe multiprofissional, visando à integralidade do tratamento da paciente. As modalidades terapêuticas são a cirurgia e radioterapia para tratamento loco-regional e a quimioterapia e hormonioterapia para tratamento sistêmico (BARROS, 2001). O tratamento para câncer de mama é doloroso e difícil para a paciente, afetando, dentre outras características, a sua identidade feminina (SILVA, 2008). Tanto o prognóstico quanto a escolha do tratamento levam em consideração vários fatores, tais como a idade da paciente, o estágio da doença, as características do tumor primário, os níveis de receptores de estrógeno e de progesterona, as medidas de capacidade proliferativa do tumor, menopausa e a saúde geral (SILVA, 2008). Em 1980 foram detectados avanços substanciais no tratamento do câncer de mama. Os resultados de vários ensaios clínicos randomizados indicaram que a terapia endócrina 25 adjuvante, poderia reduzir a mortalidade relacionada ao câncer de mama em aproximadamente 20%. O tumor de mama é um dos tipos de câncer que são sensíveis ao tratamento hormonal (BRITO, 2004). Segundo a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (2010), protocolos de Quimioterapia são propostas de tratamento que combinam vários medicamentos. Ele estabelece os medicamentos a serem utilizados, determina suas doses em função do peso ou da superfície corpórea do paciente, sendo possível estimar sua eficácia terapêutica e os prováveis efeitos colaterais. Esses protocolos são baseados em estudos clínicos randomizados, com um número considerável de pacientes, sendo assim utilizados por vários hospitais e clínicas após comprovação de eficácia, melhora de sobrevida e benefícios de uso dos tratamentos. Após uma escolha adequada, o processo de administração de medicamentos aos pacientes nas instituições de saúde é um processo complexo e que envolve varias etapas, contemplando uma série de decisões e ações inter-relacionadas com várias disciplinas bem com o próprio paciente, necessitando destes conhecimentos atualizados sobre os medicamentos e acesso no momento necessário de informações completas e exatas sobre o paciente (CASSIANI, 2005). 1.2.1.1 Cirurgias As cirurgias conservadoras retiram apenas parte da glândula mamária que contém o tumor e normalmente não causam nenhum prejuízo na sobrevida total, embora aumente um pouco a taxa de recidiva no local do tumor (MAJEWSKI, 2012). As cirurgias conservadoras atualmente disponíveis são a Tumorectomia, que é a exérese do tumor sem margens e a Quadrantectomia, que é a exérese do tumor com uma parte do tecido normal que recobre o peito abaixo do tumor (BARROS, 2001; SZWARFUTER, 2009). As cirurgias não-conservadoras (mastectomias) são procedimentos que visam à retirada total da glândula mamária, com objetivo de reduzir a incidência e melhorar a expectativa de vida de mulheres pertencentes a populações consideradas de alto risco, sendo quase sempre inevitável em fases adiantadas da doença (MAJEWSKI, 2012). As cirurgias não conservadoras atualmente disponíveis são a Mastectomia subcutânea, com retirada da glândula mamária, preservando-se a pele e complexo aréolo-papilar; 26 Mastectomia simples, com a retirada da mama com a pele e complexo aréolo-papilar; Mastectomia radical modificada, com a retirada de um ou dois músculos peitorais e linfadenectomia axilar e a Mastectomia radical, que consiste na retirada total dos músculos peitorais com linfadenectomia axilar total, alguma gordura e pele em excesso (BARROS, 2001; SZWARFUTER, 2009). 1.2.1.2 Quimioterapia Os esquemas terapêuticos antineoplásicos adotados contra o câncer de mama são variáveis em virtude do estadiamento da doença e objetivo do tratamento. As condutas do corpo clínico podem ser seguidas utilizando protocolos clínicos institucionais ou internacionais. Alguns protocolos que podem ser e são seguidos na Central de Quimioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP são os da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, os presentes no Manual de Oncologia Clínica do Brasil (MOC, 2012) do hospital São José e alguns outros. A junção de diversas classes de medicamentos antineoplásicos constituído por substâncias alquilantes, como a ciclofosfamida, os antimetabólicos, o 5-fluorouracil, os antracíclicos e a epirrubicina contribuem no prolongamento da vida, apresentando vantagens na terapêutica de pacientes com tumor de mama (PEREZ, 2005). Existem vários modelos terapêuticos para o tratamento do câncer de mama, entre eles destaca-se o conhecido por “FEC”, que compreende as seguintes drogas: 5-fluorouracil, epirrubicina, ciclofosfamida (VENTURINI, 2005; PEREZ, 2005). Dentre os medicamentos quimioterápicos utilizados, os mais comumente prescritos são: 5-Fluorouracil: agente antitumoral pertencente a classe dos antimetabólicos, geralmente empregado em terapias combinadas com outros agentes antineoplásicos, compostos platinados e radioterapia (MATUO, 2008). Epirrubicina: análogo estrutural da doxorrubicina, que se mostrou ativo em vários tipos de tumores, com toxicidade aparentemente menor que aquela causada pela doxorrubicina (SAAD, 2007). Ciclofosfamida: agente alquilante, que produz ligações covalentes entre pares de bases da molécula do DNA, interferindo na replicação e transcrição do RNA-m. Ela é inativa até ser 27 metabolizada no fígado pelo citocromo P-450, e depois ser transportada para os tecidos e convertida no composto ativo (DE ALMEIDA, 2010). Paclitaxel: agente antineoplásico diterpeno, que inibe a reorganização da rede de microtúbulos essenciais às funções celulares, provocando bloqueio da divisão celular na fase G2 ou na mitose (DE ALMEIDA, 2010). Além dos quimioterápicos, é muito comum se utilizarem medicamentos anti-Her2 em pacientes pós-menopausa com superexpressão do Her2 (Her2+) e câncer de mama invasivo. Dentre eles o mais comumente utilizado é o Trastuzumab, que tem o nome comercial de Herceptin®, e trata-se de um anticorpo monoclonal humanizado, com ação no sítio extracelular do Her2 (HADDAD, 2010). O objetivo da quimioterapia neo-adjuvante é reduzir o volume tumoral, sendo uma ótima opção para tratamento de doença localmente avançada irressecável, carcinoma inflamatório da mama e doença em estágio inicial, pois torna tumores irressecáveis em ressecáveis, e/ou possibilita a cirurgia conservadora nos tumores inicialmente candidatos à mastectomia radical. O esquema quimioterápico utilizado deve ser baseado em regimes contendo antraciclinas (Doxorrubicina ou Epirrubicina) associadas à Taxanos (AT) ou Ciclofosfamida e 5-Fluorouracil (FAC, FEC, AC) administrando-se de 3 a 4 ciclos de acordo com a resposta (FOLGUEIRA, 2011; BARROS, 2001). A quimioterapia adjuvante é a quimioterapia feita após a cirurgia e reduz a mortalidade por câncer de mama, sendo realizada segundo características da paciente e do tumor. Poliquimioterapia adjuvante deve ser recomendada nas pacientes com tumores maiores que 1 cm, independente do status linfonodal, receptores hormonais, idade ou menopausa. Para pacientes com tumores menores que 1 cm a decisão deve ser individualizada (FOLGUEIRA, 2011; BARROS, 2001). 1.2.1.3 Radioterapia A radioterapia é um tratamento indolor, realizado através da aplicação de radiação ionizante em células malignas, danificando a estrutura do DNA celular e interferindo no crescimento tumoral e metástase. Após cirurgia conservadora, deve-se irradiar toda a mama das pacientes, independente do tipo histológico, idade, tratamento com quimioterapia e/ou hormonioterapia e mesmo com margens cirúrgicas livres de comprometimento neoplásico (ARAUJO, 2010; BARROS, 2001). 28 1.2.1.4 Hormonioterapia O tamoxifeno é a principal droga utilizada na terapia hormonal, sendo administrada por via oral, 1 a 2 comprimidos ao dia, durante no mínimo 2 anos. Estudos realizados na década passada sugerem que o uso desse fármaco é o fator mais importante relacionado à redução da mortalidade por câncer de mama na maioria dos países ocidentais (GOLDHIRSCH et. al., 2001; TAMAKI, 2002; OLIVOTTO et. al., 1994; COLEMAN, 2003; JATOI, 2003). Por outro lado, alguns efeitos adversos são descritos ao uso de tamoxifeno, tais como o aumento no risco de câncer de endométrio, embolia pulmonar, e trombose venosa. Entretanto, os benefícios do tamoxifeno parecem superar os malefícios (COLEMAN, 2003; TAMAKI, 2002). Após a menopausa, o córtex supra-renal passa a ser a principal fonte de andrógenos, que são metabolizados em tecidos periféricos pela aromatase, que converte a antrostenediona e a testosterona em estrona e estradiol, respectivamente. Portanto, a inibição da aromatase é algo muito importante no tratamento do câncer de mama hormônio dependente. As principais drogas inibidoras da aromatase são o anastrozol, o letrozol e o exemestano (SAAD et. al., 2002). 1.2.2 CENTRAL DE QUIMIOTERAPIA DO HC-FMRP-USP O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP) possui uma Central de Quimioterapia, a qual atende um total de aproximadamente 1900 pacientes com câncer por mês, considerando todos os tipos de neoplasia. Segundo dados do HC-FMRP-USP, todas as enfermarias, atendem no total, aproximadamente 400 pacientes por mês, com um consumo médio de 650 manipulações de medicamentos ao mês. Enquanto, em todos os ambulatórios, são atendidos cerca de 630 pacientes por mês com um consumo médio de 1600 manipulações por mês. Já o atendimento de dispensação para uso dos medicamentos em domicilio, são atendidos em torno de 1200 pacientes, gerando a dispensação de aproximadamente 42.000 unidades de medicamentos. Estudos que analisaram o perfil da utilização de medicamentos mais prescritos e os custos relacionados a estes no HC-FMRP-USP, demonstraram que a Farmácia da Central de 29 Quimioterapia atende em sua maioria pacientes para tratamento com câncer de mama. A Clínica de Ginecologia e Obstetrícia atende, mensalmente, em média 35 pacientes em enfermaria com 65 manipulações de medicamentos e 120 pacientes ambulatoriais com 340 manipulações de medicamentos (UNGARI, et. al., 2009). Segundo dados fornecidos pela Farmácia da Central de Quimioterapia do HC-FMRPUSP, esta possui 60 a 70 tipos de medicamentos utilizados no tratamento do câncer. Dentre estes, 90% são antineoplásicos e possui alguns medicamentos conhecidos por “adjuvantes de tratamento”, utilizados conjuntamente com os quimioterápicos para amenizar efeitos adversos ou potencializar a ação dos antineoplásicos (UNGARI, et. al., 2009). Estudos prévios demonstraram que o setor de oncologia do HC-FMRP-USP se encontra entre aqueles que apresentam um alto índice de erros relacionados à dosagem do medicamento prescrito. Em estudo de 2007, a clínica de oncologia foi a que mais apresentou erros de prescrição 12 (18,5%) num total de 65 (100%) prescrições. Como a maioria dos tratamentos envolve custos e efeitos adversos, é importante que as instituições possuam recomendações, ou guias como, por exemplo, protocolos clínicos ou tenham como objetivo minimizar os erros relacionados à prescrição de medicamentos (ABRAMOVICIUS, 2007). 1.2.3 ERROS DE MEDICAÇÃO O sistema de medicação inclui a prescrição, dispensação, administração e monitoramento. Embora vários tratamentos de saúde estejam envolvidos nesse sistema, esses processos devem ser harmonizados para garantir a segurança do paciente. O sistema começa com a prescrição e qualquer falha nesta fase pode direta ou indiretamente introduzir problemas nas próximas fases, aumentando os erros de medicação e, conseqüentemente, afetando a segurança do paciente (MIASSO, et. al, 2009). A prescrição medicamentosa é um documento com valor legal em que se responsabilizam, perante o paciente e sociedade, aqueles que prescrevem, dispensam e administram os medicamentos. É controlada por alguns preceitos, de forma a não deixar dúvida nem dificuldades de interpretação. Existem regulamentações sobre a prescrição de medicamentos e sobre aspectos éticos a serem seguidos pelos profissionais envolvidos em todo processo. As principais normas que falam sobre a prescrição de medicamentos são a Lei Federal n.º 5991, de 17 de dezembro de 1973 e o Decreto n.º 3181, de 23 de setembro de 1999 que regulamenta a Lei n.º 9787, de 10 de fevereiro de 1999, a Resolução – CFF n.º 357, de 20 de abril de 2001, do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que define as Boas Práticas em 30 Farmácia e a Resolução SS - 126, de 13-8-2009, que dispõe sobre a obrigatoriedade de prescrição e dispensação de medicamentos com o nome genérico das substâncias que os compõe (INBRAVISA, 2010; BRASIL, 2009). As normativas sobre prescrição mostram que: - ela deve ser clara, legível e em linguagem compreensível; - deve ser escrita sem rasura, em letra de fôrma, por extenso e legível, utilizando tinta, sendo impressa ou eletrônica e de acordo com nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais; - o documento não deve trazer abreviaturas, códigos ou símbolos; - não é permitido abreviar formas farmacêuticas (“comp.”, “cap.” ou ”cp”), vias de administração (“VO” ou “IV”), quantidades (“1 cx.”) ou intervalos entre doses (“2/2 h” ou “8/8 h”) (INBRAVISA, 2010). Portanto, na prescrição devem constar: - Nome, forma farmacêutica e potência do fármaco prescrito (a potência do fármaco deve ser solicitada de acordo com abreviações do Sistema Internacional, evitando abreviações e uso de decimais); - a quantidade total de medicamento (número de comprimidos, drágeas, ampolas, envelopes), de acordo com a dose e a duração do tratamento; - a via de administração, o intervalo entre as doses, a dose máxima por dia e a duração do tratamento; - nome, endereço e telefone do prescritor de forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso de medicamentos prescritos e a data da prescrição (INBRAVISA, 2010). A prescrição de medicamentos é vista como o início de uma série de eventos, que resultará na administração segura, ou não, de uma dose ao paciente. Fazendo-se necessário uma maior conscientização do prescritor, elaborando prescrições claras, objetivas e completas, minimizando as dúvidas da equipe e proporcionando segurança na terapêutica medicamentosa do paciente (GIMENES, 2010). Ela exerce papel fundamental no tratamento medicamentoso, interligando toda a equipe de saúde e garantindo a execução dos pilares do uso correto de medicamentos, que são: paciente certo, medicamento correto, na quantidade certa e hora certa (SOUZA et. al., 2008). A preocupação com problemas de saúde relacionados a medicamentos tem aumentado entre os profissionais da saúde. No Brasil, medidas como a Política Nacional de Medicamentos, os medicamentos genéricos, o controle de propagandas e outras medidas da 31 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) são exemplos da valorização deste tema (SOUZA et. al., 2008). O uso de novas tecnologias para diagnósticos e terapêuticas na assistência à saúde vem promovendo aumento na qualidade e na expectativa de vida das pessoas no mundo todo. Porém, também cresce a importância dos eventos adversos (erros médicos, eventos adversos relacionados à internação, agravos à saúde, iatrogenia médica, erros de medicação) que ocorrem durante a assistência prestada ao paciente (ROSA, 2003). Kohn e colaboradores (apud SOUZA et. al., 2008) estimaram a ocorrência de muitas mortes anualmente devido aos erros relacionados com o uso inadequado de medicamentos. Revisões sistemáticas apontaram que 5% dos pacientes admitidos para internação hospitalar são atingidos por erros relacionados com o uso de medicamentos. Segundo a United States Pharmacopeia Convention, mais de 10% dos erros com medicamentos no ano 2000 ocorreram por falhas na documentação e por defeitos na comunicação interpessoal entre os profissionais da saúde e os pacientes (SOUZA et. al., 2008). Erro de medicação é qualquer evento evitável que pode levar ao uso inadequado de medicamento. Esse conceito implica que o uso inadequado pode ou não lesar o paciente, e não importa se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde ou do paciente. O erro pode estar relacionado à prática profissional, aos produtos usados na área da saúde, aos procedimentos e aos problemas de comunicação, incluindo a prescrição, rótulos, embalagens, nomes, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e o uso de medicamentos (MIASSO, 2002). Os erros de medicação representam grave problema nos atuais serviços de saúde, sendo considerados uns dos principais eventos adversos sofridos por pacientes hospitalizados. Dentre todos os erros de medicação ocorridos nos hospitais, aquele de dosagem parece ser um dos mais freqüentes (GIMENES, 2010). Para o Food and Drug Administration (apud SOUZA et. al., 2008), os erros de prescrição podem ser uma grande fonte de morbidade e mortalidade institucional, sendo importante monitorar a medicação desde seu ponto de origem (prescrição), prevenindo incidentes semelhantes. Erros de medicação podem ser cometidos por qualquer pessoa que lide com medicamentos e segundo o Institute of Health Improvement (apud SOUZA et. al., 2008), a prevenção de erros se dá pelo esforço conjunto multiprofissional na avaliação do uso dos medicamentos e no desenvolvimento de intervenções efetivas (SOUZA et. al., 2008). Muitos paradigmas são desafiados quando se fala em erros de medicação. Os profissionais de saúde normalmente associam falhas nas suas atividades à vergonha, perda de 32 prestígio e medo de punições. De modo geral, o ambiente nas instituições de saúde não é propício para uma discussão franca sobre o assunto, visando à melhoria do sistema como um todo (ROSA, 2003). A formação dos profissionais que lidam com vidas humanas é fortemente marcada pela busca da infalibilidade. Seja na graduação ou nos treinamentos em serviço, a mensagem hegemônica é de que “os erros são inaceitáveis, porque um doente está em suas mãos”. Iniciase aí a extrema dificuldade de médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais lidarem com o erro humano nas organizações de saúde (ROSA, 2003). Erros relacionados aos medicamentos são, de fato, problemas mundiais há algum tempo. Entre 1983 e 1993, ocorreram erros de medicação em 5% de todas as hospitalizações nos Estados Unidos (ROBLES, 2002). Estimou-se que 7.000 americanos morreram anualmente devido a erros de medicação (KOHN et. al., 1999). Em estudos realizados na Universidade de Harvard, verificou-se que em 264 efeitos adversos previsíveis relacionados à medicação, 78% dos erros foram causados por falhas nos sistemas. Dentre esses, em 29% dos casos o problema principal foi à falta de conhecimento do medicamento (COHEN et. al., 1996). Em estudo de Souza em 2008, foram pesquisadas mais de 1700 prescrições e obtevese que 12% destas não tinham assinatura do prescritor e dos 13056 medicamentos da amostra, 48,2% foram prescritos com o nome genérico e 16% estavam com informações incompletas como: dose não indicada em 1,1%, forma farmacêutica ausente em 10,1% e a via de administração ausente em 3% do total de medicamentos prescritos. A utilização de abreviaturas e siglas pode levar ao erro de dose, sendo que, esses erros tem o risco de serem aumentados quando farmacêuticos, enfermeiros e outros não conseguem ler corretamente as prescrições (GIMENES, 2010). Em outro estudo, realizado por Gimenes em 2010, foi notado que o maior problema verificado nas prescrições das doses foi quanto à presença de siglas e/ou abreviaturas, presentes em 96,3% dos erros de dose, a posologia estava ausente em 18,1%. Souza et. al. (2008) obteve, também, que o uso de siglas e abreviaturas estava presente em 28% das prescrições em um hospital universitário de grande porte do interior do Estado de São Paulo. No Reino Unido, o erro de medicação foi uma das causas mais comuns de danos acidentais que resultou em uma estimativa de 85.000 hospitalizações cada ano (TIMBS, 2002). Além disso, estimou-se que 80 mil incidentes e erros de medicação ocorreram na Austrália com custos de pelo menos 350 milhões de dólares por ano (ROUGHEAD, 1999). 33 Na América do Sul a situação não é diferente. Na Argentina, dois estudos em hospitais públicos estimam que haja erros em dois pacientes a cada dez indicações de medicação (GIACHETTO et. al., 2003). Um estudo realizado no Uruguai mostrou que a maioria dos médicos residentes não tem conhecimentos suficientes sobre dosagem, reações adversas e contra-indicações de medicamento (GIACHETTO et. al., 2003). Erros de medicação representam 50% de eventos adversos detectados em um estudo realizado em um hospital privado na cidade de Campinas, SP (MONZANI, 2006). No HCFMRP- USP das 3.456 prescrições analisadas por Abramovicius (2007), 313, ou seja, 10% apresentaram erro de prescrição. O número de erros que ocorre no sistema de saúde é cada vez mais evidente e inaceitável, e medidas precisam ser tomadas para mudar esse cenário. Pesquisas demonstram que a maioria dos eventos adversos pode ser evitada, demonstrando a possibilidade de vidas serem salvas, sofrimentos evitados e de significativa economia de recursos (ROSA, 2003). Felizmente, muitos erros não chegam a lesar os pacientes. A maioria desses eventos é banal e não produzem efeitos nocivos nos pacientes, fazendo com que não possam ser classificados dentro do conceito anterior, como eventos adversos. Entretanto, todos os tipos de erros, sejam eles banais ou não, devem ser investigados, pois podem produzir eventos adversos, dependendo da conjunção de fatores que atuam em situações específicas de utilização de medicamentos (ROSA, 2003). O Instituto de Medicina dos EUA (1995) definiu o campo da pesquisa sobre serviços de saúde como multidisciplinar que investiga o uso, custos, qualidade, acessibilidade, cuidado, organização, financiamento e os resultados do cuidado prestado pelos serviços de saúde, visando melhorar o conhecimento e a compreensão acerca da estrutura, do processo e dos efeitos dos serviços de saúde nos indivíduos e na população. O conhecimento atual sobre erros de medicação ainda não possibilita uma visão real e sistêmica da dinâmica desses eventos adversos. O caráter prevenível, intrínseco aos erros de medicação é intrigante. A condição humana, notadamente falível, não pode pretender isso; entretanto, é preciso ter humildade e sabedoria para aprender com os erros cometidos e usar este conhecimento para melhorar a assistência prestada aos pacientes (ROSA, 2003). Os profissionais de saúde devem estar conscientes de que as regras para prescrição de medicamentos são dinâmicas, e por conta disto devem manter-se atualizados. Recomenda-se procurar informações junto aos órgãos de vigilância sanitária e os Conselhos regionais (INBRAVISA, 2010). 34 ------------------------------------------------------------- OBJETIVOS 35 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Analisar as prescrições para tratamento de câncer de mama na Central e Farmácia de Quimioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, USP. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar os erros nas prescrições de medicamentos para o tratamento do câncer de mama; Quantificar estes erros; Calcular a prevalência; Avaliar os riscos causados por estes; Propor melhorias o sistema de prescrição médica antineoplásica, contribuindo para o uso seguro e racional destes medicamentos. 36 ------------------------------------------ MATERIAIS E MÉTODOS 37 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1. DESENHO DO ESTUDO Trata-se de um estudo descritivo, com coleta prospectiva de dados para análise de prescrições médicas em prontuários de pacientes e aquelas que se encontravam para atendimento na Farmácia de Quimioterapia, para pacientes com câncer de mama. Assim, foram analisadas as prescrições para pacientes que fazem uso ambulatorial e domiciliar dos medicamentos dispensados pela Farmácia de Quimioterapia do HCFMRP-USP. Os prontuários foram analisados na Central de Quimioterapia e Farmácia de Quimioterapia do HCFMRP-USP, enquanto as prescrições de uso domiciliar foram analisadas as que estavam na Farmácia de Quimioterapia para serem atendidas. Com estes dados, foram obtidas as características demográficas (Identificação do paciente), clínicas (Estadiamento Clínico e Diagnóstico) e medicamentosas (Terapia medicamentosa e Cálculo da dose). 4.2. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS A presente pesquisa necessitou de acesso a informações contidas nos prontuários dos pacientes já atendidos no ambulatório do HCFMRP-USP, e informações contidas nas prescrições médicas realizadas na Farmácia de Quimioterapia do HCFMRP-USP. Assegura-se o sigilo absoluto acerca de todas as informações coletadas que possam identificar os pacientes e os prescritores e também a privacidade na apresentação dos resultados, uma vez que a proposta de pesquisa não é baseada em dados individuais, importando o conjunto das informações. Ressalta-se que a presente pesquisa consistiu no levantamento de dados estatísticos acerca do tratamento farmacológico já prescrito aos pacientes, não havendo qualquer influência sobre o diagnóstico e prognóstico médico ao paciente e tampouco contato com os mesmos. O presente estudo foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCFMRP-USP de acordo com o Processo HCRP nº 13902/2012. 38 4.3. CASUÍSTICA Foram analisadas dez prescrições por dia, por cerca de dois meses, sorteadas aleatoriamente, totalizando, 408 prescrições médicas. Os critérios de inclusão no estudo foram os seguintes: Prescrição para tratamento de câncer de mama efetuada durante o período de coleta de dados, cujas características da população a ser estudada são: pacientes do sexo feminino com idade igual ou superior a 18 anos e recebendo tratamento quimioterápico com indicação adjuvante, neodjuvante ou paliativo; Como critérios de exclusão foram considerados: Prescrição cuja indicação não seja para tratamento de câncer de mama; prescrição para paciente com idade inferior a 18 anos; paciente do sexo masculino e/ou efetuada fora do período de coleta dos dados. 4.4. INSTRUMENTOS DE ANÁLISE Este instrumento constitui-se em uma ficha estruturada para a análise de prescrição. Quando os dados a serem analisados não estavam presentes na prescrição, estes foram coletados do prontuário médico, sendo diferenciados por “Sim”, ou seja, os dados estavam presentes no prontuário, ou por “Não” os dados não estavam presentes no prontuário. Foram também obtidas deste banco informações sobre: (1) número de prontuário, (2) observações em relação ao tratamento do paciente, (3) responsável pela prescrição, (4) visto do docente ou médico contratado e (5) tabela do esquema de medicação, conforme descrito na ficha em anexo (ANEXO A). 4.5. VARIÁVEIS DE ESTUDO 39 Foram utilizados quatro grupos de variáveis de estudo, os quais são fundamentais para não ocorrer erro durante a preparação dos medicamentos. Seguem especificações: I - Identificação do Paciente: caracteriza-se em estar com todos os dados totalmente preenchidos não havendo abreviaturas de nomes e siglas. a) Nome do paciente: nome completo, sem abreviaturas e legível (sem problemas para entendimento da escrita); b) Nascimento: data completa, com dia, mês e ano (dd/mm/aaaa); c) Sexo: descrito completo, sem abreviatura; d) Número do prontuário: deve possuir todos os números legíveis (sem problemas para entendimento). II - Aspectos Clínicos: a) Estadiamento Clínico: deve fornecer informações para a escolha do tratamento mais adequado, como também fornecer informações prognósticas e de sobrevida; b) Diagnóstico: deve fornecer a Classificação Internacional da Doença (CID-10) e informações histopatológicas da doença. III. Terapia Medicamentosa: a) Relativo aos medicamentos: deve fornecer todos os medicamentos utilizados pelo paciente, assim como deve estar preenchido completamente a tabela de medicação do paciente; b) Apresentação dos medicamentos: b.1) Tabela dos medicamentos prescritos; b.2) Apresentação de medicamentos adjuvantes; b.3) Cálculo da dosagem da medicação: devem estar preenchido por completo para preparação adequada da medicação para o paciente, os três requisitos são fundamentais para não haver erro durante a preparação da medicação. IV - Identificação do prescritor: a) Responsável pela prescrição: deve fornecer o nome, assinatura e carimbo do prescritor; b) Visto do docente ou médico contratado: deve fornecer o visto do responsável. 40 4.6. COLETA DE DADOS O levantamento de dados foi realizado por farmacêuticos pertencentes ao grupo de pesquisa na Farmácia de Quimioterapia do HCFMRP-USP. Inicialmente, foi realizado um teste piloto para verificação e adequação do instrumento proposto. Após esta etapa, foi dado início a coleta de dados e, posterior análise. O período de coleta de dados se deu entre os dias 10 de setembro de 2012 e 07 de novembro de 2012. 4.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados coletados foram registrados, armazenados e analisados utilizando o programa Epi InfoTM versão 3.2, de domínio público. Para evitar erros de digitação, os dados foram inseridos uma segunda vez e a correção foi efetuada, quando necessário. Para a análise estatística todas as variáveis foram estudadas de maneira descritiva, através do cálculo de freqüências absolutas e relativas. 41 ------------------------------------ RESULTADOS E DISCUSSÕES 42 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados obtidos, comparações com outros estudos e pesquisas e discussões serão feitos abaixo. Na Central de Quimioterapia do HCFMRP-USP o processo de prescrição ainda não é eletrônico, o que pode aumentar muito mais as chances de ocorrerem erros nas prescrições de medicamentos para o tratamento de câncer de mama. Estudos prévios demonstraram que o setor de oncologia do HCFMRP-USP se encontra entre aqueles que apresentam um alto índice de erros relacionados à dosagem do medicamento prescrito. Em estudo de 2007, a clínica de oncologia foi a que mais apresentou erros de prescrição 12 (18,5%) num total de 65 (100%) prescrições (ABRAMOVICIUS, 2007). Este alto índice de erros pode ser comprovado por este estudo, que nos mostra que das 201 prescrições analisadas na Central de Quimioterapia e das 207 analisadas na Farmácia de Quimioterapia, todas apresentaram a falta de alguma informação e/ou erros de prescrição. 5.1 ERROS RELATIVOS À IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Os erros relativos à identificação do paciente foram maiores na Farmácia de Quimioterapia que na Central de Quimioterapia, sendo que evidenciamos 56 erros na Central e 414 erros na Farmácia, sendo estes: a falta de alguma informação (nome legível, sexo, data de nascimento), o uso de abreviaturas ou a ilegibilidade geral da prescrição. Nome Data de Sexo Legibilidade Abreviaturas Legível Nascimento 0 1 (0,5%) 1 (0,5%) 5 (5,49%) 49 (24,4%) CENTRAL 0 207 (100%) 207 (100%) 0 0 FARMÁCIA Tabela 1: Erros relativos à forma de registro da Identificação dos Pacientes. Como pode ser observado na Tabela 1, dos 56 erros da Central de Quimioterapia, os mais comuns foram as abreviaturas, com 49 (24,4%) prescrições, tendo apenas uma abreviatura em 91,8% (45 prescrições) destas e as outras 4 (8,2%) prescrições tendo duas abreviaturas. Os outros erros encontrados na Central foram uma prescrição sem informações 43 sobre o Sexo do paciente, uma prescrição sem a Data de Nascimento e 5 prescrições onde não se teve Legibilidade Geral das prescrições, totalizando, assim, os 56 erros. Na Farmácia, foram encontrados 414 erros, sendo todos estes por falta de informações sobre o sexo (207 prescrições) e/ou data de nascimento (207 prescrições) dos pacientes, estando presentes em 100% do total de prescrições analisadas. 5.2 ERROS RELATIVOS AOS ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA Os erros relativos aos Aspectos Clínicos da Doença foram 15 na Central de Quimioterapia e 414 na Farmácia de Quimioterapia. Como pode se observar na Tabela 2, na Central foram encontradas 8 prescrições sem o Estadiamento Clínico da doença e 7 prescrições sem o diagnóstico ou CID. Enquanto que, na Farmácia não foi encontrada nenhuma prescrição com o Estadiamento Clínico ou o Diagnóstico. NÃO APRESENTARAM Estadiamento Clínico Diagnóstico 8 (4%) 7 (3,5%) CENTRAL 207 (100%) 207 (100%) FARMÁCIA Tabela 2: Erros relativos aos Aspectos Clínicos da Doença. As prescrições que apresentaram Estadiamento Clínico da doença eram as outras 96% (193 prescrições), e tinham os mais variados tipos de Estadiamento Clínico, como relacionados no Quadro 3. O Estadiamento Clínico mais encontrado nesse trabalho foi o Estádio IV, que foi encontrado em 69 prescrições, sendo 35,8% das 193 prescrições. Segundo o “Quadro Estadiamento do Câncer de Mama em Função das Diversas Combinações Possíveis pelo Sistema TNM” de Barros (2001), existem 9 possíveis Estadios do Câncer de Mama, porém foram encontrados mais de 10 Estadios, o que mostra algumas diferenças. Alguns dos estadios encontrados na pesquisa não foram relacionados nem por Barros e nem pelo INCA (BRASIL, 2004) e podem ser estadios recém descobertos ou pode ter ocorrido erro de caligrafia ou de entendimento. 44 ESTADIAMENTO Freqüência Porcentagem (%) CLÍNICO 7 3,6% I 1 0,5% II 29 15,0% IIA 16 8,3% IIB 1 0,5% IID 14 7,3% IIIA 25 13,0% IIIB 4 2,1% IIIC 69 35,8% IV 27 13,9% Outros 193 100,0% Total Quadro 3: Estadiamentos Clínicos encontrados nas prescrições da Central de Quimioterapia. Entre as prescrições da Central de Quimioterapia, as que apresentaram Diagnósticos foram 194 prescrições (96,5%), com vários diagnósticos diferentes, que estão relacionados no Quadro 4. DIAGNÓSTICO Frequência Porcentagem (%) 12 6,2% Ca mama 6 3,1% Ca mama bilateral 2 1,0% Ca mama com metástase 53 27,3% CDI 24 12,4% CDI mama 29 14,9% CDI mama D 21 10,8% CDI mama E 3 1,5% CDI recidivo 16 8,2% CDIg2 28 14,4% Outros 194 100,0% Total Quadro 4: Diagnósticos encontrados nas prescrições da Central de Quimioterapia. O Diagnóstico mais comum nas prescrições dessa pesquisa foi o de CDI (Carcinoma Ductal Invasivo), que foi encontrado em 53 prescrições, sendo 27,3% das prescrições. 45 5.3 ERROS RELATIVOS AOS MEDICAMENTOS Os erros Relativos aos Medicamentos pesquisados foram os relacionados a não apresentação do nome legível do medicamento, presença de abreviaturas e se foi utilizado ou não o nome comercial do medicamento na prescrição. Na Central de Quimioterapia foram encontrados erros relativos aos medicamentos em todas as prescrições, somando-se 314 erros, que foram em sua maioria (201 erros, 100%) por uso de abreviaturas, seguido do uso de nome comercial (110 erros, 54,7%) ao invés do nome genérico e depois a ilegibilidade do nome dos medicamentos (3 erros, 1,5%). Enquanto que na Farmácia de Quimioterapia foram encontrados erros relativos aos medicamentos em várias prescrições, somando 101 erros, que foram na sua maioria (100 erros, 48,3%) por apresentar abreviaturas, com apenas 1 erro por ilegibilidade do nome dos medicamentos e nenhuma prescrição com o nome comercial do medicamento, como pode ser observado na Tabela 3. NÃO APRESENTOU APRESENTOU Nome Legível Abreviaturas 3 (1,5%) 201 (100%) CENTRAL 1 (0,5%) 100 (48,3%) FARMÁCIA Tabela 3: Erros relativos aos Medicamentos. Nome Comercial 110 (54,7%) 0 Isso nos mostra que os erros estão presentes em menor quantidade nas prescrições que são utilizadas na Farmácia de Quimioterapia do que na Central de Quimioterapia, que teve abreviaturas em todas as prescrições pesquisadas e uso do nome comercial em mais da metade delas. ABREVIATURAS POR Porcentagem (%) Prescrições PRESCRIÇÃO 5 2,5% 1 24 11,9% 2 97 48,3% 3 59 29,4% 4 10 5,0% 5 4 2,0% 6 2 1,0% 7 201 100,0% Total Quadro 5: Número de abreviaturas por prescrição e em quantas prescrições foi utilizado esse número na Central de Quimioterapia. 46 Segundo as normativas sobre prescrição, ela deve ser clara, legível e compreensível; não pode ter rasura, deve estar de acordo com nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais; não deve trazer abreviaturas, códigos ou símbolos; não é permitido abreviar formas farmacêuticas, vias de administração, quantidades ou intervalos entre doses (INBRAVISA, 2010). O uso de abreviaturas foi o principal erro relativo aos medicamentos encontrado nas prescrições, e em cada prescrição se teve um número de abreviaturas. No Quadro 5 e 7 estão relacionados os números de abreviaturas por prescrição e em quantas prescrições foram utilizados esses números na Central e na Farmácia de Quimioterapia, respectivamente. ABREVIATURAS Freqüência Porcentagem (%) 6 3,0% CP 191 95,0% EV 103 51,2% MIN 116 57,7% QT 43 21,4% QTX 200 99,5% SF 0,9% 4 2,0% SG 5% 4 2,0% VO Quadro 6: Principais abreviaturas encontradas na Central de Quimioterapia. Nos Quadros 6 e 8 estão relacionados as principais abreviaturas encontradas na Central e na Farmácia de Quimioterapia, respectivamente. ABREVIATURAS POR Porcentagem (%) Prescrições PRESCRIÇÃO 68 68,0% 1 26 26,0% 2 5 5,0% 3 1 1,0% 4 100 100,0% Total Quadro 7: Número de abreviaturas por prescrição e em quantas prescrições foi utilizado esse número na Farmácia de Quimioterapia. Com base nesses resultados, pode-se observar que a maioria das prescrições da Central de Quimioterapia tinham 3 ou 4 abreviaturas (48,3% e 29,4%, respectivamente), somando 77,7% (156 prescrições) e que as abreviaturas que foram mais utilizadas nas prescrições foram SF 0,9%, utilizada em 200 prescrições (99,5%); seguida por EV, com 191 (95%); QT com 116 (57,7%) e MIN, com 116 prescrições (51,2%). 47 ABREVIATURAS Freqüência Porcentagem (%) 38 38,0% COMP 53 53,0% CP 2 2,0% H 25 25,0% VO 21 21,0% X Quadro 8: Principais abreviaturas encontradas na Farmácia de Quimioterapia. Observando-se os resultados relativos aos medicamentos, se observa, que a maioria das prescrições da Farmácia de Quimioterapia, que estavam com abreviaturas (100 prescrições), tinham 1 ou 2 abreviaturas (68 e 26 prescrições, respectivamente), somando 94 prescrições (94%) e que as abreviaturas que mais foram utilizadas nas prescrições foram “CP”, utilizada em 53 prescrições (53%); seguida por “COMP”, com 38 (38%); “VO com 25 (25%); “X”, com 21 (21%) e por fim “H” com apenas 2 prescrições (2,0%). 5.4 RELATIVO À APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS Para o tratamento de câncer, são prescritos vários tipos de medicamentos. Segundo dados de Ungari et. al. (2009), no HC-FMRP-USP existem de 60 a 70 tipos de medicamentos utilizados no tratamento do câncer. Dentre estes, 90% são antineoplásicos e alguns outros são adjuvantes, utilizados junto com os quimioterápicos para diminuir efeitos adversos ou potencializar a ação dos antineoplásicos. Os principais medicamentos prescritos para tratamento de câncer de mama na Central de Quimioterapia durante essa pesquisa, podem ser vistos no Quadro 9 e foram a dexametasona, ondansetrona, trastuzumabe e ranitidina, que foram prescritas 137 (68,2%), 78 (38,8%), 78 (38,8%) e 73 vezes (36,3%), respectivamente. A dexametasona, ondansetrona e ranitidina são utilizadas como adjuvantes no tratamento do câncer e tem como funções, respectivamente, evitar a dor (antiinflamatório e imunossupressor); tratar náuseas e vômitos (antagonista serotoninérgico) e evitar úlceras duodenais causadas por antiinflamatórios (antagonista H2 e anti-secretor) (DE ALMEIDA, 2010). O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal humanizado, utilizado para tratamento de câncer de mama invasivo que superexpressa o HER-2 (HADDAD, 2010). Os antineoplásicos mais prescritos para tratamento de câncer de mama na Central de Quimioterapia durante essa pesquisa foram a ciclofosfamida, prescrita 58 vezes (28,9%), a 48 epirrubicina, 55 vezes (27,4%), o paclitaxel, 41 vezes (20,4%), seguidos pelo 5-fluorouracil e docetaxel, prescritos, respectivamente, 27 (13,4%) e 23 vezes (11,4%). A ciclofosfamida é uma substância citotóxica alquilante que age bloqueando a duplicação do DNA (INCA, 1993). A epirrubicina é um antibiótico com inibição da função do DNA por intercalação e atua tanto sobre as células normais como sobre as malignas (SAAD, 2007). O paclitaxel é um inibidor mitótico que atua como um agente anti-microtúbulos, interferindo nessas estruturas durante o processo de divisão celular das células, tanto cancerígenas, quanto normais (DE ALMEIDA, 2010). MEDICAMENTO Frequência Porcentagem (%) 58 28,9% Ciclofosfamida 137 68,2% Dexametasona 56 27,9% Dexclorfeniramina 23 11,4% Docetaxel 55 27,4% Epirrubicina 27 13,4% 5-Fluorouracil 78 38,8% Ondansetrona 41 20,4% Paclitaxel 73 36,3% Ranitidina 78 38,8% Trastuzumabe 76 37,8% Outros Quadro 9: Medicamentos prescritos na Central de Quimioterapia durante a pesquisa deste trabalho, suas freqüências e porcentagens. Os medicamentos prescritos na Central de Quimioterapia tiveram vários erros relacionados à sua prescrição e o erro mais comum foi a não apresentação das Formas Farmacêuticas, que não esteve presente nas prescrições de quase todos os medicamentos, seguido pela falta da Via de Administração, falta da Posologia e falta da Unidade do medicamento, como pode se observar com maior clareza no Quadro 10. Na Farmácia de Quimioterapia, foram prescritos medicamentos para tratamento do câncer de mama diferentes dos prescritos na Central e os mais prescritos durante essa pesquisa estão relacionados no Quadro 11 e foram: o tamoxifeno, que foi prescrito 129 vezes (62,3% das 207 prescrições), o letrozol, 34 vezes (16,4%) e o exemestano, 23 vezes (11,1%). Estes medicamentos são utilizados por pacientes que os buscam na Farmácia de Quimioterapia, e fazem o seu uso domiciliar. 49 NÃO APRESENTA – quantas prescrições (%) Forma Via de Dose Unidade Posologia Farmacêutica Administração 0 1 (1,7%) 58 (100%) 0 0 Ciclofosfamida 0 0 137 (100%) 1 (0,7%) 1 (0,7%) Dexametasona 0 0 55 (98,2%) 1 (1,8%) 0 Dexclorfeniramina 0 0 23 (100%) 0 0 Docetaxel 0 0 55 (100%) 0 0 Epirrubicina 0 0 27 (100%) 0 0 5-Fluorouracil 0 0 72 (92,3%) 2 (2,6%) 4 (5,1%) Ondansetrona 0 0 41 (100%) 1 (2,4%) 0 Paclitaxel 0 0 73 (100%) 1 (1,4%) 0 Ranitidina 0 0 78 (100%) 3 (3,8%) 17 (22,1%) Trastuzumabe 0 2 (2,6%) 75 (98,7%) 1 (1,3%) 4 (5,3%) Outros Quadro 10: Medicamentos prescritos na Central de Quimioterapia durante a pesquisa e os principais erros de suas prescrições. MEDICAMENTO As prescrições devem ser muito claras e corretas, pois o paciente deve entendê-las com facilidade, para realizar a sua correta utilização. As funções desses medicamentos são resumidamente utilizados na terapia hormonal contra o câncer de mama, e o tratamento básico dura no mínimo 2 anos. O tamoxifeno é um agente não-esteroidal que apresenta propriedades antiestrogênicas por interação com os receptores do estradiol e o letrozol e exemestano são inibidores da aromatase (DE ALMEIDA, 2010). MEDICAMENTO Frequência Porcentagem (%) 5 2,4% Anastrozol 23 11,1% Exemestano 34 16,4% Letrozol 3 1,4% Megestrol 129 62,3% Tamoxifeno 17 8,2% Outros Quadro 11: Medicamentos prescritos na Farmácia de Quimioterapia durante a pesquisa deste trabalho, suas freqüências e porcentagens. Na Farmácia de Quimioterapia, todos os medicamentos prescritos tiveram erros relacionados à sua prescrição, sendo o mesmo erro em todas, que foi a falta da Via de Administração nas prescrições, como pode se observar detalhadamente no Quadro 12. Segundo a Inbravisa (2010) na prescrição devem constar: nome, forma farmacêutica e potência (dose e unidade) do fármaco prescrito; a quantidade total de medicamento, de acordo com a dose e a duração do tratamento; a via de administração, o intervalo entre as doses (posologia), a dose máxima por dia e a duração do tratamento; nome, endereço e telefone do 50 prescritor de forma a possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso de medicamentos prescritos e a data da prescrição. NÃO APRESENTA – quantas prescrições (%) MEDICAMENTO Forma Via de Dose Unidade Posologia Farmacêutica Administração 0 0 0 1 (20%) 0 Anastrozol 0 0 0 20 (87%) 0 Exemestano 0 0 0 17 (50%) 0 Letrozol 0 0 0 2 (66,7%) 0 Megestrol 0 0 0 73 (57%) 0 Tamoxifeno 0 0 0 10 (58,8%) 0 Outros Quadro 12: Medicamentos prescritos na Farmácia de Quimioterapia durante a pesquisa e os principais erros de suas prescrições. Portanto, segundo as normas, quase todas as prescrições avaliadas durante a pesquisa deste trabalho têm ao menos um erro, e dentre os erros relacionados aos medicamentos, na Central de Quimioterapia nota-se a maior parte dos erros relacionados à falta da Forma Farmacêutica (comprimidos, ampolas, frascos, frasco-ampola e etc.), enquanto que, na Farmácia de Quimioterapia o principal erro é a falta da Via de Administração em várias prescrições. 5.5 RELATIVO AO CÁLCULO DA DOSAGEM DA MEDICAÇÃO As dosagens dos medicamentos para o tratamento do câncer, normalmente são feitas com base no peso ou na superfície corporal do paciente. A fórmula para se descobrir a superfície corporal é a seguinte: a2 = p . h / 3600, onde a é a área de superfície corpórea (m2), p é o peso do paciente e h é a altura deste (GONÇALVES et. al., 2008). Para alguns medicamentos, a dosagem só pode ser calculada quando se sabe a superfície corpórea, como é o caso do paclitaxel, ciclofosfamida e outros, e para isso, é necessário se saber o peso e a altura do paciente. Na Central de Quimioterapia, das 201 prescrições pesquisadas, apenas 123 (61,2%) tinham o peso, 89 (44,3%) a altura e 113 (56,2%) a superfície corpórea do paciente. Enquanto que na Farmácia de Quimioterapia, das 207 prescrições analisadas nenhuma prescrição apresentou o peso, altura e/ou superfície corporal do paciente, como podemos observar na 51 Tabela 4. Isso ocorre pelo fato dos medicamentos dispensados nesta Farmácia para uso domiciliar terem suas doses padronizadas, independentemente do peso e altura do paciente. APRESENTARAM PESO ALTURA SUPERFÍCIE 123 (61,2%) 89 (44,3%) 113 (56,2%) CENTRAL 0 0 0 FARMÁCIA Tabela 4: Erros relacionados ao cálculo da dosagem da medicação nas prescrições. Isso nos mostra que apenas 56,2% das prescrições da Central de Quimioterapia podem ter tido suas doses calculadas corretamente, pois tinham a superfície corporal do paciente, ou o medicamento prescrito tem suas dosagens com base em algo que não a superfície corpórea. Algo que ficou curioso foi que apenas 44,3% das prescrições tinham a altura dos pacientes, porém 56,2% tinham a superfície corpórea. A Farmácia tem desenvolvido o trabalho de análise de prescrição médica antes de a prescrição ser liberada para o preparo, o que vem trazendo maior segurança e contribuído para uma terapêutica medicamentosa mais racional aos pacientes. 5.6 RELATIVO AO ATO DO RESPONSÁVEL No HC-FMRP-USP toda prescrição feita por um Residente ou Interno deve ser conferida pelo Docente ou Médico Contratado do Hospital, e este deve dar um visto na prescrição, garantindo que verificou a prescrição e autorizou a sua saída. Quando a prescrição é feita pelo Médico Contratado ou Docente também necessita de um visto, assumindo a responsabilidade pela prescrição médica, tratamento e suas conseqüências. Se uma prescrição chega para a Farmácia de Quimioterapia ou para a Central de Quimioterapia sem esse visto, não deve se manipular ou dispensar nenhum medicamento, deve se entrar em contato com o responsável e tentar descobrir o por que da falta do visto. O que dificulta muito o trabalho dos farmacêuticos e enfermeiros são as prescrições que vem sem o visto e sem o responsável, pois assim, não se sabe quem fez a prescrição, se era residente ou médico contratado, e então, é necessário entrar em contato com a equipe envolvida, principalmente em casos onde há a necessidade de se alterar a prescrição, podendo ocasionar atrasos no atendimento e aumentando o tempo de permanência do paciente na Central de Quimioterapia. 52 Na Central de Quimioterapia, das 201 prescrições avaliadas, 34,8% não apresentavam o Responsável pela Prescrição e 40,8% não apresentavam o visto do Médico Contratado ou do Docente Responsável, enquanto que na Farmácia de Quimioterapia, nenhuma prescrição estava sem o visto do Médico Contratado ou Docente Responsável e nem sem o Responsável pela Prescrição. Essa diferença é notada pelo simples motivo de que a Farmácia de Quimioterapia já utiliza o sistema de receituário eletrônico, e ao imprimir as prescrições o nome do responsável já é impresso junto, só necessitando do visto do contratado ou docente acima do nome. NÃO APRESENTA Responsável pela Visto do Médico Prescrição Contratado ou Docente 69 (34,3%) 82 (40,8%) CENTRAL 0 0 FARMÁCIA Tabela 5: Erros relativos ao ato do responsável pela prescrição. Essas exigências de visto do Médico Contratado ou Docente e do Responsável pela prescrição devem ser seguidas sempre, pois são grandes facilitadores na rastreabilidade do responsável pela prescrição quando esta apresenta erros, quando é necessário trocar algum medicamento e/ou tirar alguma dúvida. 53 ---------------------------------------------------------- CONCLUSÕES 54 6. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos nesse trabalho, pode-se concluir que: Das 408 prescrições analisadas, 201 na Central de Quimioterapia e 207 na Farmácia de Quimioterapia do Ambulatório, 100% delas tiveram, de alguma forma, erros de prescrição ou falta de alguma informação importante. Os Erros Relativos à Identificação do Paciente foram 56 na Central e 414 na Farmácia de Quimioterapia. Destes erros, o mais comum na Central foi o uso de Abreviaturas (24,4%) e na Farmácia foi a falta de informações sobre o Sexo (100%) e a Data de Nascimento dos pacientes (100%). A falta do diagnóstico ou do estadiamento clínico da doença na prescrição medicamentosa não é uma exigência segundo as normativas, porém, é algo que auxilia muito os profissionais da saúde no atendimento do paciente. E estas faltas foram encontradas 15 na Central e 414 na Farmácia. Sendo na Central 8 erros por falta do Estadiamento Clínico da Doença e 7 por falta do Diagnóstico, enquanto que, na Farmácia de Quimioterapia, nenhuma prescrição continha essa informações. O Estadiamento Clínico mais comum, encontrado na Central de Quimioterapia, foi o Estádio Clínico IV (com metástase à distância), com 35,8% e o diagnóstico mais comum foi o CDI (Carcinoma Ductal Invasivo), com 27,3%. Os Erros Relativos aos Medicamentos foram 314 na Central e 105 na Farmácia. Sendo o erro mais comum o uso de Abreviaturas na prescrição, que esteve presente em todas (201) prescrições analisadas na Central e em 48,3% da Farmácia. Na Central o número de abreviaturas mais utilizados foi de 3 abreviaturas por prescrição (48,3%) e as abreviaturas mais comuns foram SF 0,9% (99,5%) e EV (95%), enquanto que na Farmácia o número de abreviaturas mais utilizado foi de 1 abreviatura por prescrição (68%) e a abreviatura mais comum foi CP, que foi utilizada em 53% das prescrições com abreviatura. O erro mais comum relacionado à apresentação dos medicamentos em suas prescrições na Central foi a não apresentação das Formas Farmacêuticas, que não esteve presente nas prescrições de quase todos os medicamentos (entre 92,3% e 100%). Na Farmácia de Quimioterapia, o erro mais comum relacionado à apresentação dos medicamentos em suas 55 prescrições, foi a falta da Via de Administração (entre 20% e 87%), sendo o mesmo erro em todas. Relativo ao cálculo da dosagem dos medicamentos o erro mais comum na Central de Quimioterapia foi a falta da altura dos pacientes nas prescrições, que só estavam presentes em 44,3% delas. O peso dos pacientes esteve presente em 61,2% das prescrições. Sem a altura e peso dos pacientes, não é possível o cálculo da superfície corpórea destes, mas mesmo assim, a superfície corpórea esteve presente em 56,2% das prescrições. Provavelmente, os médicos utilizaram as alturas e pesos de prescrições anteriores para o cálculo da superfície e das dosagens, mesmo sendo necessário que se utilize informações mais atualizadas dos pacientes. Os responsáveis pela prescrição medicamentosa devem se identificar nestas e ainda deve haver o visto do Médico Contratado ou Docente Responsável. Entretanto, 34,3% das prescrições pesquisadas na Central de Quimioterapia não tinham o responsável pela prescrição e 40,8% não tinham o visto do Médico Contratado ou Docente Responsável. Analisando todos os resultados obtidos, podemos concluir que a informatização da prescrição médica em Oncologia Clínica necessita ser implantada o mais breve possível. A informatização da prescrição constituiria em um grande avanço para a prevenção de erros de prescrição, porém não extinguiria todas as possibilidades de erro, mas tornaria o processo mais seguro e confiável. Torna-se necessário o constante treinamento aos médicos, docentes e residentes sobre prescrição eletrônica e legislações pertinentes para que informações relevantes sejam corretamente utilizadas sem dificuldades pelos demais profissionais de saúde e pacientes. Diminuindo assim os erros de medicação que podem causar muitos danos aos pacientes e prejuízos ao hospital. 56 --------------------------------------------------------- REFERÊNCIAS 57 REFERÊNCIAS ABRAMOVICIUS, A.C. Estudos dos erros de prescrição relacionados aos medicamentos utilizados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2007. 107 p. [Dissertação de Mestrado. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo]. ARAUJO, DIEGO NEVES. Efeitos do exercício físico em mulheres com câncer de mama submetidas à radioterapia. Trabalho de Conclusão de Curso do Centro de Ciência Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual da Paraíba. 2010. 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Nome do Paciente:______________________________________________________ No do prontuário:____________________ Data de avaliação:_____/______/_______ Esquema Quimioterápico do paciente Relativo à forma de registro: 1. Identificação do Paciente: 1.1. Nome Legível: □1–Sim □2–Não Se sim: □1-Completo □2–Incompleto 1.3. Data de Nascimento: □1–Sim Não Se sim: □1–Completo □2–Incompleto □1–Sim □2–Não Se sim: □1–Abreviado □2–Não abreviado □2–1.4. Legibilidade Geral: □1–Sim □2–Não 1.2. Sexo: 1.5. Abreviaturas: □1–Sim □2–Não Se sim: Quantas?_________ Quais?______________________________________________________________________ _________________________________________________________________ Relativo à Doença: 2. Aspectos Clínicos: 2.1 Apresenta estadiamento clínico: 2.2 Apresenta Diagnóstico (CID): □1–Sim □2–Não □1–Sim □2–Não Se sim: Qual?___________________ Se sim: Qual?______________________ Relativo aos Medicamentos 3. Terapia Medicamentosa: 3.1.1 Relativo aos medicamentos 1.1.1. Nome Legível: □1–Sim □2–Não Se sim: □1-Completo □2–Incompleto 1.1.3. Nome Comercial: □1–Sim □2–Não Se sim: □1-Completo □2–Incompleto Abreviaturas: □1–Sim □2–Não Se sim: Quantas?_________ Quais?____________________________ __________________________________ __________________________________ 1.1.2. 68 3.2 Apresentação dos medicamentos: 3.2.1. Tabela dos medicamentos prescritos Medicamento Apresenta dose: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não Med. 1 Med. 2 Med. 3 Med. 4 Apresenta unidade: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não Apresenta forma farmacêutica: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não Med. 1 Med. 2 Med. 3 Med. 4 3.3 unidade: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não Apresenta posologia: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não 3.2.2. Apresenta medicamentos adjuvantes: □1 – Sim □2 – Não Se sim preencher a tabela abaixo: Apresenta Apresenta Apresenta forma Medicamento dose: Apresenta via de administração: farmacêutica: Apresenta via de administração: Apresenta posologia: □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não □1 Sim □2 Não Cálculo da dosagem da medicação: 3.3.1 Apresenta o peso do paciente: □1 – Sim □2 – Não Qual:___________________ □1 – Sim □2 – Não Qual:________________ 3.3.3 Apresenta a superfície corporal do paciente: □1 – Sim □2 – Não Qual:_______ 3.3.2 Apresenta a estatura do paciente: Relativo ao ato do responsável 4 Prescrição: 4.1 Apresenta responsável pela prescrição: □1 – Sim □2 – Não 4.2 Apresenta visto do responsável docente ou médico contratado: □1 – Sim □2 – Não