22 de Junho - Culturgest

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Para que a gente nunca se esqueça
de tudo o que aprendeu na escola
DOMINGO 22
das 15h00 às 16h45
A importância da história das ciências na
compreensão científica
Apresentação e moderação Joana Capucho
(Professora de Biologia no Ensino
Secundário)
Teresa Avelar (ulht ⁄ cehfc)
História da Biologia:
como apresentar a evolução
A história das ciências da vida é geralmente
negligenciada nos programas do ensino
secundário e nos livros de texto, em que
o foco na compreensão cronológica de
questões chave e de estudos de caso se
aplica sistematicamente apenas à física,
à química, à matemática e um pouco à
medicina. Deixada quase totalmente na
obscuridade, a biologia parece não ter tido
lugar no desenvolvimento do conhecimento europeu até aos dias de Linnaeus,
Mendel e Darwin. Como se compreende,
esta abordagem conduz a uma concepção
confusa sobre os vários caminhos que a
procura do conhecimento tem cruzado e
a resultados desastrosos sobre as noções
básicas de evolução, a teoria biológica
mais inclusiva. O presente projecto tem
em vista organizar um interface entre os
especialistas na evolução contemporânea e especialistas no ensino da biologia,
ramificando-se até atingir os professores de
biologia das escolas secundárias e os alunos
dos anos terminais, em ordem a reexaminar
o modo como se deve apresentar a evolução
nos curricula das escolas secundárias. A
teoria da evolução de Darwin tem que ser
claramente separada da teoria de Darwin,
a ela ligada, da selecção natural, com a
necessária compreensão de que no final do
século xix a evolução era largamente aceite
entre os cientistas, enquanto a selecção
natural não o era. É da maior importância
despir qualquer noção de evolução da visão
esmagadoramente antropocêntrica com
que ainda é apresentada aos estudantes, tornando evidente que a vida não se organiza
com o preciso objectivo de alcançar a sua
extrema perfeição na humanidade. Esta
tendência indesejada do pensamento está
visivelmente presente numa larga série de
materiais escolares, desde os desenhos em
que um macaco quadrúpede lentamente se
transforma num homem caucasiano, como
se muitas diferentes linhagens de hominídeos não se tivessem desenvolvido separada
e simultaneamente, até títulos de manuais
como “Da célula ao homem” ou mesmo
“Do DNA ao homem”, sugerindo de uma
forma consistente que a complexidade da
vida aumenta através dos tempos geológicos com o objectivo último de formar o
Homo sapiens. Para clarificar a colocação
da evolução como o centro nevrálgico das
ciências da vida, a atenção devia ser prestada, prevalentemente, a um relato factual
e sem preconceitos sobre como a evolução,
através da selecção natural, lentamente se
estabeleceu como a chave para entender
a biologia, incluindo a contínua disputa
entre evolucionistas e criacionistas e as
questões morais ligadas a este permanente
debate. Os livros de texto do secundário
frequentemente descrevem a história das
ideias científicas como uma batalha entre
“progressistas” e “conservadores”, em que os
pontos de vista “conservadores” são vistos
como culpados por se colocarem no caminho do progresso em longos bloqueios em
que se perde tempo. Uma descrição correcta
da forma como o raciocínio evolutivo se
desenvolveu – não só a partir de Darwin,
mas também indo mais atrás, até aos filósofos pré-socráticos – ajudaria tanto estudan-
SEX 20, SÁB 21, DOM 22 DE JUNHO 2008 PEQUENO AUDITÓRIO · ENTRADA GRATUITA
conferências
tes como professores a compreender que as
ideias são muito mais complicadas do que
simplesmente boas e más e que são submetidas a constantes vagas de incorporação e de
reciclagem no percurso do pensamento da
humanidade.
Madalena Esperança Pina (Departamento
de História da Medicina da fcm ⁄ cehfc)
História da Medicina: O papel da evolução da
Medicina no contexto da História da Ciência
A Medicina, na sua evolução histórica,
cultural e social, é indissociável da história
do homem e da cultura. Compreender a sua
importância, conhecer os seu principais
textos deontológicos formadores e os seus
principais intervenientes, em suma, conhecer o seu legado e a forma como une ciência
e cultura, torna-se uma parte relevante para
a abordagem de uma formação científica e
cultural.
das 17h15 às 19h30
Continuação da temática anterior
Apresentação e moderação Joana Capucho
(Professora de Biologia no Ensino
Secundário)
Conceição Burguete (UC)
História da Química: Paradigma sistémico:
a matrix do conhecimento
A emergência da matemática como ciência
rigorosa é o principal instrumento da
ciência moderna donde resultam duas consequências importantes: a sobrevalorização
da quantificação face à qualificação e, por
outro lado, o rigor científico como sinónimo de rigor das medições. Assim sendo,
a ciência refutou tudo aquilo que não era
quantificável.
O método científico permite reduzir a
complexidade do mundo e do ser humano.
Por outras palavras, o método científico
pressupõe dividir as partes, para depois
de as entender, conhecer o todo. Assim,
a verdade científica só existe para um
determinado contexto e não para uma
determinada realidade, o que favorece o
desenvolvimento do pensamento segundo
o paradigma mecanicista. Segundo este
paradigma qualquer modelo representa
uma simplificação da realidade modelada,
pelo que muitas das informações irão ser
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perdidas, reflectindo-se na qualidade do
conhecimento que se quer transmitir.
Questionando a validade do paradigma
dominante (mecanicista) como modelo de
compreensão actual da visão polar quer das
ciências sociais, quer das ciências naturais, temos vindo a assistir à emergência
de um novo paradigma que faz a fusão
dos conhecimentos científicos naturais,
sociais e humanísticos, originando uma
composição transdisciplinar e individualizada do trabalho científico que nos ajuda a
viver melhor e de forma mais harmoniosa.
Trata-se do Paradigma Sistémico. O paradigma sistémico baseia-se num pensamento
sistémico que nos conduz à consideração de
múltiplos focos, aspectos, variáveis, partes e
relações. Dizer que algo é um sistema significa afirmar que esse algo é constituído por
um conjunto de partes que se influenciam
mutuamente. As partes podem ser pessoas,
conceitos, ideias e até processos (como no
ciclo da chuva, que inclui a evaporação da
água, formação de nuvens, precipitações,
infiltração no solo).
Num sistema, todas as partes actuam
em conjunto, e em harmonia com o seu
ambiente, que é um sistema maior, para
que o sistema funcione adequadamente.
Tentar compreender somente uma parte de
um sistema não funciona correctamente,
porque há dependências daquela parte com
as demais. Os sistemas são tão comuns que
pode parecer paradoxal que essa percepção
não faça parte da nossa cultura e das nossas
referências de decisão.
Para um conhecimento mais abrangente
sobre o ser humano, será necessário respeitar e empreender alterações epistemológicas e metodológicas das ciências sociais,
conservando sempre um elo de ligação com
as ciências naturais. Pretende-se assim
um trabalho em conjunto que nos ofereça
um conhecimento aproximado da complexidade humana, biológica, psicológica e
social.
A história das ciências é a tomada de
consciência explícita, exposta como teoria,
do facto das ciências serem discursos
críticos e progressivos para a determinação daquilo que, na experiência, deve ser
tomado como real. O objecto da história
das ciências é um objecto para o qual
o inacabado é essencial. É a nível das
questões, dos métodos, dos conceitos, que
a actividade científica surge como tal. Por
esta razão, fazer história das ciências é uma
das funções da epistemologia filosófica. O
sucesso da humanidade depende do equilíbrio entre os vários sistemas que constituem a sua matrix do conhecimento.
Belarmino Barata (ul)
História da Bioquímica: (título a anunciar)
Augusto Fitas (ue ⁄ cehfc)
História da Física: A história da física
contemporânea, alguns cruzamentos com
a história da ciência em Portugal
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