conferências ENTRADA GRATUITA LEVANTAMENTO DE SENHA DE ACESSO 30 MIN ANTES DE CADA SESSÃO, NO LIMITE DOS LUGARES DISPONÍVEIS. MÁXIMO: 2 SENHAS POR PESSOA. Para que a gente nunca se esqueça de tudo o que aprendeu na escola DOMINGO 22 das 15h00 às 16h45 A importância da história das ciências na compreensão científica Apresentação e moderação Joana Capucho (Professora de Biologia no Ensino Secundário) Teresa Avelar (ulht ⁄ cehfc) História da Biologia: como apresentar a evolução A história das ciências da vida é geralmente negligenciada nos programas do ensino secundário e nos livros de texto, em que o foco na compreensão cronológica de questões chave e de estudos de caso se aplica sistematicamente apenas à física, à química, à matemática e um pouco à medicina. Deixada quase totalmente na obscuridade, a biologia parece não ter tido lugar no desenvolvimento do conhecimento europeu até aos dias de Linnaeus, Mendel e Darwin. Como se compreende, esta abordagem conduz a uma concepção confusa sobre os vários caminhos que a procura do conhecimento tem cruzado e a resultados desastrosos sobre as noções básicas de evolução, a teoria biológica mais inclusiva. O presente projecto tem em vista organizar um interface entre os especialistas na evolução contemporânea e especialistas no ensino da biologia, ramificando-se até atingir os professores de biologia das escolas secundárias e os alunos dos anos terminais, em ordem a reexaminar o modo como se deve apresentar a evolução nos curricula das escolas secundárias. A teoria da evolução de Darwin tem que ser claramente separada da teoria de Darwin, a ela ligada, da selecção natural, com a necessária compreensão de que no final do século xix a evolução era largamente aceite entre os cientistas, enquanto a selecção natural não o era. É da maior importância despir qualquer noção de evolução da visão esmagadoramente antropocêntrica com que ainda é apresentada aos estudantes, tornando evidente que a vida não se organiza com o preciso objectivo de alcançar a sua extrema perfeição na humanidade. Esta tendência indesejada do pensamento está visivelmente presente numa larga série de materiais escolares, desde os desenhos em que um macaco quadrúpede lentamente se transforma num homem caucasiano, como se muitas diferentes linhagens de hominídeos não se tivessem desenvolvido separada e simultaneamente, até títulos de manuais como “Da célula ao homem” ou mesmo “Do DNA ao homem”, sugerindo de uma forma consistente que a complexidade da vida aumenta através dos tempos geológicos com o objectivo último de formar o Homo sapiens. Para clarificar a colocação da evolução como o centro nevrálgico das ciências da vida, a atenção devia ser prestada, prevalentemente, a um relato factual e sem preconceitos sobre como a evolução, através da selecção natural, lentamente se estabeleceu como a chave para entender a biologia, incluindo a contínua disputa entre evolucionistas e criacionistas e as questões morais ligadas a este permanente debate. Os livros de texto do secundário frequentemente descrevem a história das ideias científicas como uma batalha entre “progressistas” e “conservadores”, em que os pontos de vista “conservadores” são vistos como culpados por se colocarem no caminho do progresso em longos bloqueios em que se perde tempo. Uma descrição correcta da forma como o raciocínio evolutivo se desenvolveu – não só a partir de Darwin, mas também indo mais atrás, até aos filósofos pré-socráticos – ajudaria tanto estudan- SEX 20, SÁB 21, DOM 22 DE JUNHO 2008 PEQUENO AUDITÓRIO · ENTRADA GRATUITA conferências tes como professores a compreender que as ideias são muito mais complicadas do que simplesmente boas e más e que são submetidas a constantes vagas de incorporação e de reciclagem no percurso do pensamento da humanidade. Madalena Esperança Pina (Departamento de História da Medicina da fcm ⁄ cehfc) História da Medicina: O papel da evolução da Medicina no contexto da História da Ciência A Medicina, na sua evolução histórica, cultural e social, é indissociável da história do homem e da cultura. Compreender a sua importância, conhecer os seu principais textos deontológicos formadores e os seus principais intervenientes, em suma, conhecer o seu legado e a forma como une ciência e cultura, torna-se uma parte relevante para a abordagem de uma formação científica e cultural. das 17h15 às 19h30 Continuação da temática anterior Apresentação e moderação Joana Capucho (Professora de Biologia no Ensino Secundário) Conceição Burguete (UC) História da Química: Paradigma sistémico: a matrix do conhecimento A emergência da matemática como ciência rigorosa é o principal instrumento da ciência moderna donde resultam duas consequências importantes: a sobrevalorização da quantificação face à qualificação e, por outro lado, o rigor científico como sinónimo de rigor das medições. Assim sendo, a ciência refutou tudo aquilo que não era quantificável. O método científico permite reduzir a complexidade do mundo e do ser humano. Por outras palavras, o método científico pressupõe dividir as partes, para depois de as entender, conhecer o todo. Assim, a verdade científica só existe para um determinado contexto e não para uma determinada realidade, o que favorece o desenvolvimento do pensamento segundo o paradigma mecanicista. Segundo este paradigma qualquer modelo representa uma simplificação da realidade modelada, pelo que muitas das informações irão ser ENTRADA GRATUITA LEVANTAMENTO DE SENHA DE ACESSO 30 MIN ANTES DE CADA SESSÃO, NO LIMITE DOS LUGARES DISPONÍVEIS. MÁXIMO: 2 SENHAS POR PESSOA. perdidas, reflectindo-se na qualidade do conhecimento que se quer transmitir. Questionando a validade do paradigma dominante (mecanicista) como modelo de compreensão actual da visão polar quer das ciências sociais, quer das ciências naturais, temos vindo a assistir à emergência de um novo paradigma que faz a fusão dos conhecimentos científicos naturais, sociais e humanísticos, originando uma composição transdisciplinar e individualizada do trabalho científico que nos ajuda a viver melhor e de forma mais harmoniosa. Trata-se do Paradigma Sistémico. O paradigma sistémico baseia-se num pensamento sistémico que nos conduz à consideração de múltiplos focos, aspectos, variáveis, partes e relações. Dizer que algo é um sistema significa afirmar que esse algo é constituído por um conjunto de partes que se influenciam mutuamente. As partes podem ser pessoas, conceitos, ideias e até processos (como no ciclo da chuva, que inclui a evaporação da água, formação de nuvens, precipitações, infiltração no solo). Num sistema, todas as partes actuam em conjunto, e em harmonia com o seu ambiente, que é um sistema maior, para que o sistema funcione adequadamente. Tentar compreender somente uma parte de um sistema não funciona correctamente, porque há dependências daquela parte com as demais. Os sistemas são tão comuns que pode parecer paradoxal que essa percepção não faça parte da nossa cultura e das nossas referências de decisão. Para um conhecimento mais abrangente sobre o ser humano, será necessário respeitar e empreender alterações epistemológicas e metodológicas das ciências sociais, conservando sempre um elo de ligação com as ciências naturais. Pretende-se assim um trabalho em conjunto que nos ofereça um conhecimento aproximado da complexidade humana, biológica, psicológica e social. A história das ciências é a tomada de consciência explícita, exposta como teoria, do facto das ciências serem discursos críticos e progressivos para a determinação daquilo que, na experiência, deve ser tomado como real. O objecto da história das ciências é um objecto para o qual o inacabado é essencial. É a nível das questões, dos métodos, dos conceitos, que a actividade científica surge como tal. Por esta razão, fazer história das ciências é uma das funções da epistemologia filosófica. O sucesso da humanidade depende do equilíbrio entre os vários sistemas que constituem a sua matrix do conhecimento. Belarmino Barata (ul) História da Bioquímica: (título a anunciar) Augusto Fitas (ue ⁄ cehfc) História da Física: A história da física contemporânea, alguns cruzamentos com a história da ciência em Portugal SEX 20, SÁB 21, DOM 22 DE JUNHO 2008 PEQUENO AUDITÓRIO · ENTRADA GRATUITA