SOCIOLOGIA GERAL “Quando desempenho meus deveres de irmão, de esposo ou de cidadão, quando me desincumbo de encargos que contrai, pratico deveres que estão definidos fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes, mesmo estando de acordo com sentimentos que me soam próprios, sentindo-lhes interiormente à realidade, esta não deixa de ser objetiva, pois não fui eu quem os criou, mas recebidos através da educação. Estes tipos de conduta são apenas exteriores ao indivíduo são também dotados de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem quer queira ou não.” (Emile Durkheim, IN: MAKSENAS, 2006:45). 1.2 – Conceito de Sociologia A Sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto é, pela forma com que pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais. 1.3 – Objeto de Estudo Os fatos sociais se constituem no objeto da Sociologia. Um acontecimento, ou um comportamento é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entendê-lo nos aspectos que dizem respeito às relações entre os homens e às raízes de seu comportamento. 1.4 – Ciência: Ramo de Conhecimento Com o surgimento da ciência, desencadeou-se então a preocupação com as regras que organizavam a vida social. Regras que pudessem ser observadas, medidas e comprovadas, capazes assim de dar ao homem explicações plausíveis num mundo onde passou a imperar o racionalismo, O aparecimento da Sociologia significou que as questões relativas às relações entre os homens deixaram de ser apenas matéria religiosa: passaram a interessar também aos cientistas. A partir de então o homem começou a desenvolver métodos e instrumentos de análise capazes de traduzir sua experiência social de maneira científica. Isso equivaleu a criar como nas demais ciências, métodos de averiguação e medição e a fazer formulações sobre a sociedade que pudessem ser comprovadas empiricamente – isto é, através de observação e experimentação –, de modo a tornar a ação social humana explicável em termos de regularidades e previsões. O pensamento relativo às ligações do homem com seus semelhantes passava assim a outra esfera de abstração, a outra maneira de formular problemas, ligada à necessidade de descobrir leis de interpretação e previsão de acontecimentos. 1.5 - A Sociologia Pré-Científica Renascimento a) Como Platão, os filósofos renascentistas criaram uma sociedade imaginária perfeita. THOMAS MORUS (1478 – 1535), nasceu em Londres, idealizou um lugar sem problemas, onde todas as soluções foram encontradas: a Utopia. Uma ilha cujo nome significa “nenhum lugar”, onde existe harmonia e equilíbrio, onde estão reunidos a verdade e o bem. MAQUIAVEL (1469 - 1527) nasceu em Florença – O criador da ciência política, escreveu “O Príncipe”. O Príncipe é um manual de ação política cujo ideal é a sedimentação de um poder absoluto; Maquiavel (1996) acredita que um bom governo depende de pulso forte e mente sábia, aliados a qualidades pessoais como astúcia, coragem e decisão. b) A Ilustração e a Sociedade Contratual: uma nova etapa do pensamento burguês Novos valores guiando a vida social para a modernização da vida, maior empenho das pesquisas e do saber para conquistar avanços técnicos, melhora nas condições de vida – tudo isso somado levou a um novo surto de idéias conhecido pelo nome de ilustração (ela foi essencialmente pragmática e liberal). Fortalecida, a burguesia propunha agora formas de governo baseadas na legitimidade popular. Conclamava o povo a aderir à defesa do liberalismo econômico, da igualdade jurídica e do sufrágio universal. A racionalidade estava na origem natural e física das leis de organização da sociedade humana e na base da própria atividade humana e do conhecimento, como defendiam René Descartes e Denis Diderot. O racionalismo cartesiano se expressa pela frase “penso, logo existo”, na qual mostrava ser a razão a essência do ser humano. No plano social, o racionalismo manifestava-se na noção de que as sociedades se baseavam em acordos mútuos entre os indivíduos que as compunham. JEAN – JACQUES ROUSSEAU (1712 - 1778) JOHN LOCKE (1632 - 1704) ADAM SMITH ( 1723 - 1790) 1.6 – A Sociologia Clássica a) Positivismo – Uma primeira forma de pensamento social. A primeira corrente de pensamento sociológico propriamente dita foi o positivismo. A primeira teoria a organizar alguns princípios a respeito do homem e da sociedade tentando explicá-los cientificamente. Seu representante e sistematizador foi o pensador francês Auguste Comte (1798 -1857). O positivismo foi também chamado de organicismo, porque concebia a sociedade como um organismo constituído de partes integradas e coesas que harmonicamente, segundo um método físico e mecânico. funcionam O positivismo foi, portanto, o pensamento que glorificou a sociedade européia do século XIX, em franca expansão. Buscava justificar, através de um método científico adequado, os padrões burgueses e industriais de organização social. Procurava resolver os conflitos sociais por meio da exaltação à coesão, à harmonia natural entre os indivíduos, ao bem-estar do todo social. A Sociologia de Durkheim Comte – O Pai da Sociologia Durkheim – um de seus primeiros grandes teóricos. Características dos fatos sociais: 1. Coerção social – força que os fatos exercem sobre os indivíduos, o grau de coerção se torna evidente pelas sanções. 2. São exteriores aos indivíduos, ou seja, atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade. Ex: Regras sociais, costumes, leis. 3. Generalidade – é social todo fato que é geral. Manifestam uma natureza coletiva. Ex: A moral, formas de habilitação. Para garantir a objetividade do fato social é preciso encarar os fatos sociais como coisas. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social e a vontade coletiva. A harmonia é conseguida através do consenso social, a “saúde” do organismo social. Os fatos patológicos são considerados transitórios e excepcionais. Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele chamou isso de consciência coletiva. b) A Sociologia Alemã: Max Weber Seus trabalhos abriram as portas para as particularidades históricas das sociedades e para a descoberta do papel da subjetividade na ação e na pesquisa social c) Karl Marx e a História da Exploração do Homem (1818-1883) Esta trajetória é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes: alienação, classes sociais, valor, trabalho, mais-valia e modo de produção. Antônio Gramsci (1891-1937) - mostra a importância e a necessidade do livre curso das idéias. Polemizando em todas as direções, jamais considera a posição do adversário um simples alvo contra o qual se deva concentrar o fogo dos argumentos contrários, como jamais revela uma forma qualquer de tolerância passiva de conciliação com qualquer tendência ou idéia contrária aos seus princípios. Habermas (Jürgen) Admitindo-se que a crítica ao positivismo tenha constituído o fio vermelho que transpassa todos os trabalhos de cunho epistemológico, a crítica do Estado e da sociedade é o fio condutor dos estudos que, sob uma perspectiva político-cultural, procuram elucidar a relação de teoria e prática. UNIDADE II – Socialização, Comunidade e Sociedade 2.1 –Socialização a) A perpetuação da Sociedade pela socialização Socialização é o processo pelo qual os “novatos” de uma sociedade são preparados para o convívio, para adquirir os modos de vida que essa sociedade elaborou através de sucessivas gerações. Patrimônio cultural; Padrões sociais universais, especiais e alternativos. b) A Formação da Personalidade pela Socialização A personalidade tanto tem conteúdo social como se forma num processo social. c) Mecanismos Sociais de Socialização Educação Experiências Sociais Participação em atividades sociais 2.2 – Comunidade e Sociedade : Conceitos e características A. Conceitos: Conceitos atitéticos. eventualmente Os termos usados comunhão como e termos associação correspondem melhor à caracterização. Comunidade – conjunto de pessoas que encontra numa determinada área geográfica, em que convive. Sociedade – organização dos indivéduos mediante interação social organizada. B. Características das Sociedades: Duração temporal Multifuncional Grupo local Tem sua cultura peculiar 2.3 – Tipos de Sociedades A) Se possui, ou não, linguagem escrita; B) Simples ou complexas; C) Diferentes graus de estabilidade na vida social; D) Nível de desenvolvimento; E) Livre ou totalitária 2.4 – As Uma Instituições Sociais configuração de conduta integrada, duradoura, organizada no meio social a) Família b) Escola c) Igreja d) Estado : Povo Nação Estado 2.5 – A Vida em Sociedade A) GRUPO SOCIAL – Não é apenas a soma de indivíduos, mas sim um conjunto que nasce, adquire a sua própria individualidade e, como pessoa, evolui. Viver em grupo é importante para o homem. Conviver é uma aprendizagem que deve ser desenvolvida o mais cedo possível. B) CONTATO SOCIAL – Dá-se sob múltiplas formas, constituindo os processos sociais. (Unidade III) C) INTERAÇÃO SOCIAL – Significa ação recíproca entre dois objetos. “ Todo evento com que se manifesta, em grau tangível, a influência de uma parte sobre as ações exteriores ou estados mentais de outra” D) ISOLAMENTO SOCIAL – A ausência de qualquer forma de contato de um indivíduo com os outros seres de sua espécie. È frequentemente utilizado como forma de punição máxima para os violadores dos costumes ou da Lei. A reação humana ao isolamento pode ser melancolia profunda, loucura e até suicídio. O isolamento de grupos sociais provoca o empobrecimento cultural, a estagnação e rigidez das estruturas. E) CONTROLE SOCIAL – A soma de processos que a sociedade lança mão para obter dos indivíduos e grupos que a constituem uma conduta enquadrada nas NORMAS DE expectativas gerais de comportamento. Persuasivo; Coercitivo. F) INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS COMPORTAMENTO – Quando a maior parte dos membros a aceita como válida e a cumpre efetivamente. Leis- servem para regulamentar de forma igualitária as punições que devem ser determinadas àqueles que transgride a norma institucionalizada.