Boletim 032 - Unifal-MG

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No 32
Novembro/2014
Centro de Farmacovigilância da UNIFAL-MG
Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal
E-mail: [email protected]
Tel: (35) 3299-1273
Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Rascado; profa. Drª.
Luciene Marques; Adriano Moraes Junior, Larissa
Paiva, Laura Pinheiro.
Tuberculose em estado de alerta: resistência aos medicamentos
Tuberculose
Popularmente conhecida como
peste cinzenta ou tísica pulmonar, a
tuberculose é uma doença infectocontagiosa
causada
pela
bactéria
Mycobacterium
tuberculosis,
mais
conhecida como Bacilo de Koch (BK),
que afeta principalmente os pulmões.
A transmissão da doença é direta,
ocorre de pessoa para pessoa, via
gotículas de saliva contendo o agente
infeccioso, sendo que o maior risco de
transmissão
é
durante
contatos
prolongados em ambientes fechados e
com pouca ventilação.
A doença evolui quando a pessoa
não consegue bloquear o bacilo que se
divide, rompe a célula em que está
fagocitado e provoca uma reação
inflamatória muito intensa em vários
tecidos a sua volta. O pulmão reage a
essa inflamação produzindo muco e surge
tosse produtiva. Como o bacilo destrói a
estrutura alveolar, formam-se cavernas no
tecido pulmonar e vasos sanguíneos
podem romper-se. Por isso, na
tuberculose pulmonar, é frequente a
presença de tosse com eliminação de
catarro, muco e sangue.
Os sintomas da tuberculose são:
tosse por mais de duas semanas,
produção de catarro, febre, sudorese,
cansaço, dor no peito, falta de apetite e
emagrecimento.
Nos
casos
mais
avançados, pode aparecer escarro com
sangue.
O diagnóstico pode ser feito por
radiografia do pulmão, análise do catarro,
teste de Mantoux, broncoscopia e biopsia
pulmonar.
A tuberculose é uma doença de
notificação obrigatória (compulsória), ou
seja, qualquer caso confirmado tem que
ser obrigatoriamente notificado.
Tratamento
No Brasil, os medicamentos
usados para o tratamento da tuberculose,
nos esquemas padronizados, são a
isoniazida (H), a rifampicina (R), a
pirazinamida (Z) e o etambutol (E),
Durante dois meses, o paciente toma os
quatro medicamentos e, a partir do
terceiro mês, toma somente isoniazida e
rifampicina.
A vacina BCG é utilizada na
prevenção da tuberculose e deve ser
administrada em todos os recémnascidos.
Estado de alerta
A Organização das Nações Unidas
(ONU), no mês passado, alertou para a
resistência
da
tuberculose
aos
medicamentos. Somente neste ano
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registrou-se 480 mil casos resistentes, e
estudos indicam que isso se deve a
problemas no tratamento como: dosagens
erradas, pacientes que interrompem o
tratamento (pelos efeitos adversos,
duração longa: 6-12 meses), volta dos
bacilíferos etc.
O Mycobacterium tuberculosis que
adquire resistência por mutação é
chamado de “multirresistente”. Para
definir o caso, utiliza-se testes de
sensibilidade descrito por Canetti et al.
em 1963, que consiste em colocar iguais
quantidades de várias diluições no
controle e
meio com fármaco,
quantificando crescimento em cada.
A doença levou a óbito cerca de
1,5 milhão de pessoas em 2013. Ao longo
deste ano cerca de 9 milhões de pessoas
contraíram
tuberculose
e
aproximadamente 3,5% destes indivíduos
apresentavam uma cepa resistente aos
medicamentos.
A agência de saúde da Organização
das Nações Unidas (ONU) relatou que
"há epidemias graves em algumas
regiões, particularmente na Europa
Oriental e na Ásia Central", alertando em
sua avaliação anual da doença no mundo
que o sucesso no tratamento é
alarmantemente baixo.
A resistência deve ser evitada por
diversos fatores: aumento no tempo de
tratamento (18-24 meses); alto custo dos
fármacos (associação de pelo menos
quatro fármacos, dois deles não usados
ainda e um injetável); sofrimento pelas
sequelas; países carentes de tratamento
eficaz; incapacidade de diagnóstico
rápido de multirresistência, etc.
Taxa de incidência de tuberculose em 2012 no
Brasil, para cada 100.000 habitantes:
Fonte: Data SUS. Ministério da Saúde
Como prevenir? O que o Brasil está fazendo
para evitar o contágio e a multirresistência?
Conclusão
Faz-se necessário um maior
investimento no tratamento destas
doenças, como conclui a OMS “a falta de
financiamento está dificultando os
esforços para combater a epidemia
global”. O valor estimado para que a
doença seja tratada de forma completa e
2
efetiva é de 8 bilhões de dólares e
infelizmente essa demanda ainda não é
suprida. Portanto a prevenção e o alerta
por parte da população tornam-se
imprescindíveis
no
combate
à
tuberculose.
Caso queira notificar reação adversa
a algum medicamento, desvio de
qualidade ou erro de medicação,
acesse o portal do CEFAL
(http://www.unifal-mg.edu.br/cefal)
e preencha o formulário.
Referências bibliográficas
TUBERCULOSE, Drauzio Varella. Disponivel em:
<http://drauziovarella.com.br/letras/t/tuberculose/>. Acesso em:
26 de out 2014.
https://www.facebook.com/cefal.unifal
[email protected]
BRASIL. Portal Saúde. Tuberculose. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=com_conte
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2014.
(35) 3299-1273
BRASIL. Secretaria da Saúde. Disponivel em:
<http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
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Portal da Tuberculose. Disponivel em:
<http://www.portaldatuberculose.com.br>. Acesso em 26 de
out 2014.
CANETTI, G. et al. apud DALCOLMO, M.P.; ANDRADE,
M.K.N; PICON, P.D. Tuberculose multirresistente no Brasil:
histórico e medidas de controle. Rev. Saúde Pública, 2007, v.41
p. 34-42.
SOUZA, M.V.N.; VASCONCELOS, T.R.A. Fármacos no
combate à tuberculose: passado, presente e futuro. Sociedade
Brasileira de Química. Química nova, 2005, v.28, n.4, p. 678682.
BRASIL. Ministério da Saúde. Data SUS. Indicadores de
morbidade: taxa de incidência de tuberculose. 2012. Disponível
em:
<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2012/d0202.def
>. Acesso em 26 Out. de 2014.
SILVA, B.J. Tuberculose: guia de vigilância epidemiológica.
Jornal Brasileiro de Pneumologia. v.30. 2004.
Resistência de tuberculose a drogas chega a nível de
alerta, diz OMS. Disponível em:
<http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/10/resistencia
-de-tuberculose-drogas-chega-nivel-de-alerta-dizoms.html> Acesso em: 26 de out 2014.
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