EM AUDIÇÃO E TESTE DE APLICABILIDADE ATÉ 30 DE ABRIL DE 2012 Digitally signed by Francisco Henrique Moura George Francisco DN: c=PT, o=Ministério da Saúde, ou=Direcção-Geral da Henrique Saúde, cn=Francisco Henrique George Moura George Moura Date: 2011.12.28 13:01:14 Z ASSUNTO: Abordagem Terapêutica Farmacológica na Diabetes tipo 2 PALAVRAS-CHAVE: Diabetes tipo 2; Antidiabéticos Orais PARA: Médicos do Sistema Nacional de Saúde CONTACTOS: Departamento da Qualidade na Saúde ([email protected]) NÚMERO: 052/2011 DATA: 27/12/2011 Nos termos da alínea c) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 66/2007, de 29 de maio, na redação dada pelo Decreto Regulamentar nº 21/2008, de 2 de dezembro, a Direção-Geral da Saúde, por proposta do seu Departamento da Qualidade na Saúde e da Ordem dos Médicos, emite a seguinte I - NORMA 1. No tratamento farmacológico oral da hiperglicemia da diabetes tipo 2 a metformina é o fármaco de primeira linha, em especial nas pessoas com obesidade ou com excesso de peso. O tratamento inicia-se após a implementação de medidas tendentes à correção de estilos de vida (consultar Norma n.º 001/2011 da DGS).1 2. No tratamento das pessoas com diabetes tipo 2, mas sem excesso de peso, a metformina também é considerada uma opção de primeira linha (consultar Norma n.º 001/2011 da DGS) (Grau de recomendação A, Nível de evidência 1a). 3. Nas pessoas com diabetes tipo 2 que manifestem intolerância à metformina ou contraindicação para o seu uso, deve prescrever-se uma sulfonilureia (SU) como opção de primeira linha: a) se a pessoa com diabetes necessitar de uma resposta rápida para controlar os sintomas da hiperglicemia2 (Grau de recomendação A, Nível de evidência 1a); b) não tiver excesso ponderal; c) apresentar, preferencialmente, uma HbA1c > 7,5%3,4 (Grau de recomendação A, Nível de evidência 1a), para evitar hipoglicemias. 4. Se o controlo da glicemia se tornar persistentemente inadequado com metformina, deve adicionar-se a prescrição de sulfonilureia como terapêutica de segunda linha.5 5. Nas pessoas com diabetes tipo 2 medicadas com sulfonilureia isolada ou em associação com metformina, se o controlo metabólico permanecer inadequado, deve adicionar-se outro antidiabético oral (segundo ou terceiro).6 6. Se a pessoa com diabetes tipo 2 manifestar intolerância à metformina ou contra-indicação ao seu uso deve considerar-se a prescrição, como terapêutica de primeira linha, de um inibidor da DPP4 (iDDP4). preferencialmente nos casos em que HbA1c < 7,5%.4 7. Deve considerar-se a adição de um inibidor da DPP4, em vez de sulfonilureia, como terapêutica de segunda linha associada à metformina, quando o equilíbrio glicémico DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE |Alameda D. Afonso Henriques, 45 – 1049-005 Lisboa |Tel:218430500 |Fax:218430530 | E-mail:[email protected] | www.dgs.pt - Este documento foi redigido ao abrigo do novo Acordo Ortográfico - 1/16 permanecer ou tornar-se inadequado e a pessoa com diabetes estiver em risco significativo de hipoglicemias ou suas consequências7, nomeadamente em8: a) pessoas idosas; 9 b) pessoas com determinadas profissões (vg, operários que trabalhem em altura, operadores de maquinaria pesada); c) pessoas em certas circunstâncias sociais (vivendo sozinhos); d) pessoas que não tolerem as SU ou em que as SU estejam contraindicadas. 8. Apenas deve considerar-se a adição de um inibidor da DPP4, como terapêutica de segunda linha, a uma sulfonilureia10, quando o controlo metabólico permanecer ou se tornar inadequado, se houver: a) intolerância à metformina; ou b) contra-indicação para a metformina. 9. Apenas deve considerar-se a adição de um inibidor da DPP4, quando o controlo da glicemia permanecer ou se tornar inadequado10: a) à metformina, como terapêutica de terceira linha; b) à sulfonilureia ou pioglitazona, como terapêutica de segunda linha. 10. Apenas deve considerar-se usar a pioglitazona como terapêutica de segunda linha, adicionada ao inibidor da DDP411 ou à sulfonilureia, quando o controlo metabólico permanecer ou se tornar inadequado, na pessoa com diabetes intolerante ou com contraindicação à metformina ou, como terapêutica de terceira linha, associada à metformina em doentes com marcada resistência à ação da insulina, preferencialmente nos casos com esteatohepatite não alcoólica.12 11. Apenas deve considerar-se a adição de glinida, secretagogo de insulina de ação rápida, como terapêutica de segunda linha, especialmente em pessoas com diabetes e com um estilo de vida errático, com omissão frequente de refeições.13 12. Apenas deve considerar-se a adição de um inibidor da α-glicosidase numa pessoa com ligeiro desequilíbrio do controlo glicémico (HbA1c < 7,5%), com glicemia de jejum controlada mas com hiperglicemia pós-prandial.14,15 13. Apenas deve considerar-se a prescrição de insulina quando o controlo metabólico permanecer ou se tornar inadequado em pessoas com diabetes tipo 2 a efetuar terapêutica antidiabética oral dupla ou tripla (consultar Norma nº.25/2011 da DGS). 14. A escolha dos agentes antidiabéticos orais deve ser baseada nas diferentes ações metabólicas, no perfil de efeitos colaterais, custo e disponibilidade.16 15. O algoritmo clínico/árvore de decisão referente à presente Norma encontra-se em Anexo I. 16. As exceções à presente Norma são fundamentadas clinicamente, com registo no processo clínico. Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 2/16 II – CRITÉRIOS a) O nível de HbA1c, sugerido como alvo de controlo metabólico para a maioria das pessoas com diabetes tipo2, deve ser ajustado individualmente. A determinação individual dos alvos terapêuticos deve ser estabelecida tendo em conta, entre outros fatores, a esperança de vida, os anos de diabetes, o risco de hipoglicemia e a presença de doença cardiovascular e/ou de outras comorbilidades16 (consultar Norma 025/2011 da DGS). b) Está hoje bem demonstrado que quando se atinge um valor de HbA1c alvo inferior a 7% existe redução acentuada das complicações microvasculares (evidência A) e, a longo e médio prazo, das macrovasculares (evidência B) 17,18,19 (consultar Norma 025/2011 da DGS). c) O tratamento da diabetes tipo 2 deve ter como objetivo principal o controlo da hiperglicemia, atingindo um valor alvo de HbA1c inferior a 6,5 % (ver em Anexo I o algoritmo clínico) (consultar Norma 025/2011 da DGS). d) Valores alvo próximos do normal de HbA1c no tratamento da diabetes de tipo 2, correspondem, em vários ensaios aleatorizados, a um pequeno benefício adicional nas complicações microvasculares da doença, pelo que se poderá tentar atingir os valores alvo referidos em indivíduos selecionados.16 e) O uso de qualquer antidiabético oral deve ser efetuado de acordo com as suas indicações, contraindicações e efeitos colaterais, como indicado no resumo das características do medicamento (RCM). f) Na escolha entre diversos antidiabéticos orais devem ser tidos em conta os seus mecanismos de ação que, preferencialmente, devem ser complementares.20 g) Quando a pessoa com diabetes tipo 2, tratada em monoterapia, tem um valor de HbA1c superior ao valor alvo estabelecido após a revisão do programa alimentar e de exercício físico, deve adicionar-se um segundo fármaco. h) A pessoa com diabetes tipo 2 tratada com secretagogos de insulina, particularmente se houver deterioração da função renal, deve ser educada para o risco de hipoglicemia. i) A terapêutica com iDPP4 só deve ser continuada se a pessoa com diabetes tipo 2 tiver uma resposta metabólica favorável com uma redução de, pelo menos, 0,5% na HbA1c ao fim de 6 meses. j) A pioglitazona não deve ser uma opção em doentes com história prévia ou atual de neoplasia da bexiga ou que apresentem hematúria macroscópica de causa não esclarecida. k) Alertar a pessoa com diabetes tipo 2, que iniciou terapêutica com pioglitazona, para a possibilidade de aparecimento de edemas ou de dispneia e aconselhar as medidas a tomar: i. não iniciar a terapêutica em doentes em risco de insuficiência cardíaca, elevado risco de fraturas (vg, mulheres pós-menopáusicas) ou de cancro da bexiga (vg, idade avançada, história de tabagismo, exposição a alguns agentes ocupacionais ou de quimioterapia, i.e. ciclofosfamida ou prévio tratamento de radiação na região pélvica e doentes com infeções urinárias de repetição); Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 3/16 ii. discutir com o doente as implicações e os riscos da terapêutica com pioglitazona e continuar a terapêutica com pioglitazona apenas no caso de existir uma relação risco/benefício satisfatória. l) Caso o valor HbA1c persista superior ao estabelecido no fim de, pelo menos, 3 meses deve ser iniciado um terceiro antidiabético oral ou considerar a hipótese de início de insulinoterapia, de acordo com a situação clínica.20,21 m) Quando se inicia insulinoterapia (NPH ou análogo lento à noite), continua-se com a terapêutica antidiabética oral (metformina, SU, glinida, acarbose, glitazona ou iDDP4) em curso, revendose a continuidade da terapêutica com SU se ocorrer hipoglicemia. n) Quando se iniciar insulinoterapia com prémistura (ou insulina basal mais bólus): i. continuar com metformina; ii. continuar com os iDPP4, que têm indicação para associação a insulinoterapia; iii. inicialmente continuar com a SU, mas rever e descontinuar se ocorrer hipoglicemia; iv. continuar com a pioglitazona se a pessoa com diabetes teve antes uma boa resposta glicémica a esta terapêutica e esta não tiver causado efeitos adversos (avise o doente para suspender a pioglitazona se surgir retenção hídrica). III – AVALIAÇÃO a) A avaliação da implementação da presente Norma é contínua, executada a nível local, regional e nacional, através de processos de auditoria interna e externa. b) A parametrização dos sistemas de informação para a monitorização e avaliação da implementação e impacte da presente Norma é da responsabilidade das administrações regionais de saúde e das direções dos hospitais. c) A efetividade da implementação da presente Norma nos cuidados de saúde primários e nos cuidados hospitalares e a emissão de diretivas e instruções para o seu cumprimento é da responsabilidade dos conselhos clínicos dos agrupamentos de centros de saúde e das direções clínicas dos hospitais. d) A Direção‐Geral da Saúde, através do Departamento da Qualidade na Saúde e da Administração Central do Sistema de Saúde, elabora e divulga relatórios de progresso de monitorização. e) A implementação da presente Norma é monitorizada e avaliada através dos seguintes indicadores, que constam nos bilhetes de identidade que se encontram em Anexo e dela fazem parte integrante: i. % de pessoas com diabetes tipo 2 com prescrição de metformina (isolada ou em associação) ii. % de pessoas com diabetes tipo 2 com prescrição de sulfonilureia (isolada ou em associação) Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 4/16 iii. % de pessoas com diabetes tipo 2 com prescrição de inibidor DD4 (isolado ou em associação) iv. % do custo de antidiabéticos orais genéricos no total da prescrição de antidiabéticos orais IV – FUNDAMENTAÇÃO a) O tratamento da diabetes tipo 2 requer, para além das modificações do estilo de vida, uma escalada progressiva das terapêuticas farmacológicas, podendo culminar no uso de insulina 21, 22 . Tal estratégia inclui uma progressiva titulação da dose diária de um antidiabético oral e/ou a titulação apropriada das combinações de antidiabéticos orais com mecanismos de ação complementares, vg, um sensibilizador para a ação da insulina e um estimulante da secreção de insulina.23 b) Com efeito, uma das mais importantes lições do UKPDS foi a de que a diabetes mellitus tipo 2 sendo uma doença progressiva, a monoterapia torna-se incapaz de manter o equilíbrio glicémico ao longo do tempo. Há, contudo, diferenças entre as várias classes de agentes antidiabéticos. A duração do equilíbrio glicémico com as glitazonas parece ser mantido por períodos de 5 a 6 anos, enquanto com as sulfonilureias o efeito hipoglicemiante é máximo aos 6 meses, mas os níveis de glicemia voltam ao valor inicial aos 3 anos; a metformina parece ter uma duração da sua eficácia intermédia (Grau A, nível 1a). 2 c) A metformina é, de acordo com a maioria das recomendações, a terapêutica inicial logo após o diagnóstico. O estudo Diabetes Prevention Program demonstrou que permite, inclusivamente, prevenir a progressão de Diminuição da Tolerância à Glicose para Diabetes. Por vezes, associase a perda de peso mas pode causar efeitos gastrointestinais indesejáveis (vg, dispepsia, epigastralgia, fezes moles ou diarreia), particularmente se a sua titulação não for progressiva. Pode, também, associar-se a deficiência em vitamina B12, ao longo do tempo (Grau A, nível 1a). 24 d) Embora a monoterapia com metformina no UKPDS (Grau A, nível 1a)1 tenha demonstrado uma redução nos eventos cardiovasculares, a associação metformina mais sulfonilureia evidenciou um aumento de tais eventos, conduzindo à incerteza sobre se o fármaco pode ser observado como um fármaco com efeitos benéficos, negativos ou neutros sob o ponto de vista cardiovascular. A adição das sulfonilureias à metformina associa-se a um aumento em cinco vezes da probabilidade de hipoglicemia, relativamente ao observado com a metformina isolada ou quando as sulfonilureias são administradas conjuntamente com uma glitazona, inibidor da DPP-4, ou nateglinida (Grau A, nível 1a).25 O ganho de peso observado com as sulfonilureias é comparável ao observado com as glitazonas, sendo um efeito colateral sempre valorizado 26 (Grau B, nível 2). e) A combinação inicial de doses submáximas de agentes antidiabéticos produz um melhor e mais rápido equilíbrio glicémico com menores efeitos colaterais, comparativamente com a monoterapia em altas doses.27,28,29,30. Por vezes, os doentes em monoterapia, aos quais se adiciona mais tarde um outro agente antidiabético, podem não atingir tão rapidamente a normoglicemia.31 A questão de “como” atingir os alvos glicémicos pode ser menos importante Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 5/16 do que a “necessidade” de o alcançar.19 Qualquer melhoria do controlo glicémico é melhor do que não haver mudança, mesmo que o alvo do controlo não seja alcançado. 19 f) As SU são a mais antiga classe de antidiabéticos orais. São moderadamente eficazes, reduzindo as concentrações da glicemia plasmática de jejum em 20% e a A1c de 1 a 2%. A sua eficácia diminui a longo prazo. O principal efeito adverso são as hipoglicemias. g) Antes de iniciar o tratamento com uma sulfonilureia, o doente deve ser elucidado sobre os sintomas e tratamento das hipoglicemias. As hipoglicemias induzidas pelas SU podem ser graves e podem ser prolongadas, na ausência de tratamento. Os fatores de risco para hipoglicemia são a idade avançada, o abuso do álcool, a má nutrição e a insuficiência renal. As SU de segunda geração, como a glipizida ou gliclazida, induzem menos hipoglicemias do que as mais antigas, de longa duração, devendo ser as preferidas. As SU também se associam a ganho de peso. h) Uma SU de administração única diária facilita a adesão à terapêutica. 32 i) No estudo ADVANCE, o maior ensaio realizado sobre o efeito do controlo metabólico intensivo com mais de 11 mil pessoas com diabetes tipo 2 envolvidas, foi utilizada a gliclazida de libertação modificada. Neste estudo, o número de hipoglicemias foi o dobro no ramo intensivo comparativamente com a terapêutica convencional (0,7 versus 0,4 eventos hipoglicémicos graves/100 doentes ano) mas muito menor que no VADT (12 eventos/ 100 doentes/ano) 3,33. O ganho de peso não foi diferente entre os grupos. Neste mesmo estudo a eficácia das SU foi semelhante em qualquer IMC – normoponderais, com excesso de peso ou obesos.34 j) Algumas sulfonilureias parecem associar-se a maior risco cardiovascular e mortalidade, devendo por isso ser preferidas a gliclazida e a glimepirida. 35,36 k) Os inibidores da DPP4 são fármacos com uma eficácia relativamente semelhante à metformina, podendo ser usados em alternativa a esta em caso de intolerância ou contraindicação. 37 Os inibidores da DDP4 têm a vantagem de atuar de forma dependente da glicemia e não causarem ganho de peso, nem hipoglicemia. Dados de experimentação animal 38 e dados de fármacovigilância sugerem o maior risco de pancreatite 39. Várias metanálises sugerem a sua segurança cardiovascular, mas faltam resultados a longo prazo da sua segurança. Estão a decorrer estudos de eficácia na prevenção de eventos micro e macrovasculares, que poderão igualmente esclarecer o risco de pancreatite. l) Como monoterapia, as glitazonas são ligeiramente menos eficazes que a metformina, reduzindo a HbA1c em 0,5 a 1,4%.40 Associam-se a retenção hídrica e ganho de peso. Os fármacos desta classe estão contraindicados em doentes com insuficiência cardíaca. Dado que podem causar edema macular, também não devem ser usadas em doentes com retinopatia.41 Podem induzir fraturas periféricas, pelo que devem ser usadas com precaução em doentes com maior risco de fraturas, como as mulheres pós-menopáusicas. m) Há dados que sugerem que o uso de pioglitazona pode estar associado a aumento do risco de cancro da bexiga. No estudo PROactive, houve mais casos de cancro da bexiga (14 versus 5) no grupo pioglitazona do que no placebo.42 Numa análise interina de um estudo observacional a Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 6/16 10 anos com pioglitazona em doentes com diabetes tipo 2, não havia uma associação significativa entre a exposição à pioglitazona e cancro da bexiga, nos doentes tratados durante dois anos (HR para cancro da bexiga de 1,2, IC 95% CI 0,9-1,5). 43,44 Contudo, o risco de cancro da bexiga estava significativamente aumentado naqueles com uma exposição mais prolongada e nos expostos a uma maior dose cumulativa. Em análises subsequentes, usando os dados do sistema de farmacovigilância da FDA45 e da Agência Francesa do Medicamento, o risco era significativamente mais elevado nos tratados com pioglitazona (HR ajustado no estudo francês 1.22, IC 95% 1,05-1,43).46 Em junho de 2011, as agências do medicamento francesa e alemã suspenderam o uso da pioglitazona, devido ao risco potencial aumentado de cancro da bexiga e dúvidas de que os riscos globais poderiam exceder os seus benefícios. 47 As agências reguladoras europeia e japonesa suspenderam qualquer ação até serem conhecidos os resultados de uma revisão a decorrer. Neste interregno, a pioglitazona não deve ser usada em doentes com cancro da bexiga ativo, em doentes com história prévia de cancro da bexiga ou naqueles doentes que apresentem hematúria macroscópica de origem não perfeitamente estabelecida. n) Por tudo isto, as glitazonas não devem ser usadas como terapêutica inicial e devem ser reservadas como fármacos de segunda ou terceira linha, sobretudo em doentes com marcada resistência à ação da insulina e com risco significativo de hipoglicemia. o) A única glinida disponível em Portugal é a nateglinida. É um secretagogo de insulina de curta duração, que atua de forma semelhante às SU, ligando-se a uma subunidade diferente do recetor das sulfonilureias (na célula beta pancreática) e têm uma eficácia ligeiramente inferior. Sendo farmacologicamente distintas das SU, podem ser usados nos doentes com alergias às SU. Têm risco semelhante de ganho de peso mas, possivelmente, menos hipoglicemias. Mais dispendiosas do que as SU, poderão ser indicadas em doentes com estilo de vida errático, com frequentes omissões de refeições. A nateglinida é metabolizada a nível hepático, tendo excreção renal dos metabolitos. Com a diminuição da função renal, há acumulação dos metabolitos e aumenta o risco de hipoglicemia. Não é, por isso recomendada, nesse contexto. V – APOIO CIENTÍFICO a) A presente Norma foi elaborada pelo Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde e pelo Conselho para Auditoria e Qualidade da Ordem dos Médicos, através dos seus Colégios de Especialidade, ao abrigo do protocolo entre a Direção-Geral da Saúde e a Ordem dos Médicos, no âmbito da melhoria da Qualidade no Sistema de Saúde. b) Davide Carvalho e Fernando Rodrigues (coordenação científica), Carlos Silva Vaz (coordenação executiva), Carlos Simões Pereira, Dírcea Rodrigues, Lima Reis, Silva Nunes. c) A presente Norma foi visada pela Comissão Científica para as Boas Práticas Clínicas. d) A versão de teste da presente Norma vai ser submetida à audição do Coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes e das sociedades científicas. e) Foram subscritas declarações de interesse de todos os peritos envolvidos na elaboração da presente Norma. Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 7/16 f) Durante o período de audição só serão aceites comentários inscritos em formulário próprio disponível no site desta Direção-Geral, acompanhados das respetivas declarações de interesse. SIGLAS/ACRÓNIMOS Sigla/Acrónimo Designação HbA1c hemoglobina glicada ou A1c iDDP4 inibidor da DPP4 SU sulfonilureia FDA Food and Drug Administration REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes—2011. Diabetes Care. 2010;34(Suppl 1):S4– S10. Aschner P, Katzeff HL, Guo H, et al. Efficacy and safety of monotherapy of sitagliptin compared with metformin in patients with type 2 diabetes. Diabetes Obes Metab. 2010;12:252-61. Belsey J, Krishnarajah G. Glycaemic control and adverse events in patients with type 2 diabetes treated with metformin + sulphonylurea: A meta-analysis. Diabetes Obes Metab 2008;10(Suppl 1):1-7. Bolen S, Feldman L, Vassy J, et al. 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Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 9/16 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. Sanyal AJ, Chalasani N, Kowdley KV, McCullough A, Diehl AM, Bass NM, et al. Pioglitazone, vitamin E, or placebo for nonalcoholic steatohepatitis. N Engl J Med 2010;362:1675–85. Scheen AJ, Lefébvre PJ. Oral antidiabetic agents: a guide to selection. Drugs 1998; 55: 225-36. Schernthaner G, Matthews DR, Charbonnel B, et al. Efficacy and safety of pioglitazone versus metformin in patients with type 2 diabetes mellitus: a double-blind, randomized trial. J Clin Endocrinol Metab 2004; 89:6068. Schramm TK, Gislason GH, Vaag A, et al. Mortality and cardiovascular risk associated with different insulin secretagogues compared with metformin in type 2 diabetes, with or without a previous myocardial infarction: a nationwide study. Eur Heart J. 2011;32:1900-8. Schweizer A, Dejager S, Foley JE, Shao Q, Kothny W. Clinical experience with vildagliptin in the management of type 2 diabetes in a patient population ≥75 years: a pooled analysis from a database of clinical trials. Diabetes Obes Metab. 2011;13:55-64. The ADVANCE Collaborative Group. Intensive blood glucose control and vascular outcomes in patients with type 2 diabetes.ADVANCE. N Engl J Med 2008; 358: 2560-72. Turner RC, Cull CA, Frighi V, et al. Glycemic control with diet, sulfonylurea, metformin, or insulin in patients with type 2 diabetes mellitus: progressive requirement for multiple therapies (UKPDS 49). JAMA 1999;281:2005-12. U.K. Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. Intensive blood‐glucose control with sulphonylureas or insulin compared with conventional treatment and risk of complications in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). Lancet 1998;352:837–853. UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. 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Francisco George Diretor-Geral da Saúde Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 10/16 Anexo I Algoritmo clínico /Árvore de decisão 1.se intolerância ou contraindicação para a metformina e se HbA1c >7,5%; 2.se intolerância ou contraindicação para a metformina e se HbA1c <7,5% ou risco de hipoglicemia Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 11/16 Anexo II - Antidiabéticos orais mecanismo de ação, vantagens e contraindicações (adaptado de Longo Harrisons’s Principles of Internal Medicine, 18th Edition, 2011, pp2996) Mecanismo de ação Sensibilizadores de Insulina Biguanidas – Diminuição da metformina produção hepática de glicose Glitazonas Pioglitazona ↓Insulinoresistência, ↑utilização da glicose Inibidores da absorção da glicose Inibidores da α↓absorção glicosisdade de glicose acrabose Secretagogos de Insulina SU- Gliclazida, ↑ secreção glimepirida, de insulina glibenclamida Glinidas ↑ secreção de nateglinida insulina I DPP4 – sitagliptina, vildagliptina, saxagliptina Prolonga mento da ação do GLP-1 Redução de HbA1c1 Vantagens Desvantagens Contraindicações 1-2 Neutral no peso, não causa hipoglicemias, pouco dispendioso Menores necessidades de insulina Náuseas, diarreias, acidose lactica Creatinina >1,5 mg/dL(♂) e 1,4(♀), ICC, estudos radiográficos com contraste, doentes graves, acidose ICC, doença hepática, carcinoma da bexiga 0,50,8 Redução da hiperglicemia pós-prandial Flatulência, alt função hepática Doença hepática/renal 1-2% Pouco dispendiosa Hipoglicemias e ganho de peso Doença hepática/renal 0,5% Curta dura-ção de ação, menor hí-perglicemia pós-prandial Não causa hipoglicemia nem ganho de peso Hipoglicemias Doença hepática/renal 0,51,4 0,50,8% Edemas periféricos, ICC, ganho de peso, edema macular, fraturas, risco de cancro da bexiga Redução de dose com Insuficiência renal2 ICC – insuficiência cardíaca congestiva; SU – sulfonilureias; iDPP4 - inibidores da DPP4. 1 uma metanálise recente considera que a eficácia dos ADOs ajustada para os valores de HbA1c basal é semelhante ( Olivia J. Effect of Noninsulin Antidiabetic Drugs Added to Metformin Therapy on Glycemic Control, Weight Gain, and Hypoglycemia in Type 2 Diabetes JAMA. 2010;303:1410-1418); 2 a linagliptina, ainda não disponível em Portugal, não necessita de ajuste. Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 12/16 Anexo III: Bilhete de identidade dos indicadores Designação Percentagem de inscritos com diabetes tipo2 com prescrição de metformina Dimensão Efectividade Entidade gestora ACES Norma Antidiabéticos Período aplicável Ano Objectivo Aplicar a Norma da DGS Descrição do indicador Indicador que exprime a capacidade de diagnóstico e terapêutica Frequência de monitorização Trimestral Unidade de medida Percentagem Fórmula A / B x 100 Output Percentagem de inscritos A definir ao fim de um ano de aplicação da norma Responsável pela monitorização ACES / ARS Prazo entrega reporting Dia 25 do mês n+1 Valor de referência Órgão fiscalizador ARS Meta A definir ao fim de um ano de aplicação da norma Numerador: - Denominador; - Ter pelo menos uma prescrição de metformina isolada ou em associação Critérios de inclusão (ATC A10BD02 (Glibenclamida + Metformina), A10BA02 (Metformina), A10BD05 (Metformina + Pioglitazona), A10BD07 (Metformina + Sitagliptina), A10BD08 (Metformina + Vildagliptina), do GFT 8.4.2). Denominador: - Ter inscrição no ACES, no período em análise; - Ter diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 (T90) sinalizado como activo na sua lista de problemas. Observações Factor crítico Variáveis Definição Fonte informação/ SI Unidade de medida SI USF/UCSP N.º de inscritos SI USF/UCSP N.º de inscritos N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 com A - Numerador pelo menos uma prescrição de metformina isolada ou em associação B - Denominador Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 13/16 Designação Percentagem de inscritos com diabetes tipo2 com prescrição de sulfonilureia Dimensão Efectividade Entidade gestora ACES Norma Antidiabéticos Período aplicável Ano Objectivo Aplicar a Norma da DGS Descrição do indicador Indicador que exprime a capacidade de diagnóstico e terapêutica Frequência de monitorização Trimestral Unidade de medida Percentagem Fórmula A / B x 100 Output Percentagem de inscritos Responsável pela monitorização ACES / ARS Prazo entrega reporting Dia 25 do mês n+1 Valor de referência Órgão fiscalizador ARS Meta A definir ao fim de um ano de aplicação da norma A definir ao fim de um ano de aplicação da norma Numerador: - Denominador; - Ter pelo menos uma prescrição de sulfonilureia isolada ou em associação (ATC: A10BB01 (Glibenclamida), A10BD02 (Glibenclamida + Critérios de inclusão Metformina), A10BB09 (Gliclazida), A10BB12 (Glimepirida), A10BD06 (Glimepirida + Pioglitazona), A10BB07 (Glipizida) do GFT 8.4.2). Denominador: - Ter inscrição no ACES, no período em análise; - Ter diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 (T90) sinalizado como activo na sua lista de problemas. Observações Factor crítico Variáveis Definição Fonte informação/ SI Unidade de medida SI USF/UCSP N.º de inscritos SI USF/UCSP N.º de inscritos N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 com A - Numerador pelo menos uma prescrição de sulfonilureia, isolada ou em associação B - Denominador Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 14/16 Designação Percentagem de inscritos com diabetes tipo 2 com prescrição de inibidor DD4 Dimensão Efectividade Entidade gestora ACES Norma Antidiabéticos Período aplicável Ano Objectivo Aplicar a Norma da DGS Descrição do indicador Indicador que exprime a capacidade de diagnóstico e terapêutica Frequência de monitorização Trimestral Unidade de medida Percentagem Fórmula A / B x 100 Output Percentagem de inscritos Responsável pela monitorização ACES / ARS Prazo entrega reporting Dia 25 do mês n+1 Valor de referência Órgão fiscalizador ARS Meta A definir ao fim de um ano de aplicação da norma A definir ao fim de um ano de aplicação da norma Numerador: - Denominador; - Ter pelo menos uma prescrição de inibidor DD4 isolado ou em associação (ATC: A10BD07 (Metformina + Sitagliptina), A10BD08 Critérios de inclusão (Metformina + Vildagliptina), A10BH03 (Saxagliptina), A10BH01 (Sitagliptina) e A10BH02 (Vildagliptina) do GFT 8.4.2). Denominador: - Ter inscrição no ACES, no período em análise; - Ter diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 (T90) sinalizado como activo na sua lista de problemas. Observações Factor crítico Variáveis Definição Fonte informação/ SI Unidade de medida SI USF/UCSP N.º de inscritos SI USF/UCSP N.º de inscritos N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 com A - Numerador pelo menos uma prescrição de inibidor DD4 isolado ou em associação B - Denominador Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 N.º de inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 15/16 1 2 3 4 Designação Percentagem do valor de antidiabéticos orais genéricos no total da prescrição de antidiabéticos orais Dimensão Eficiência Entidade gestora ACES Norma Antidiabéticos Período aplicável Ano Unidade de medida Percentagem Fórmula A / B x 100 Output Percentagem Dia 25 do mês n+1 Valor de referência A definir ao fim de um ano de aplicação da norma ARS Meta A definir ao fim de um ano de aplicação da norma - UK Prospe ctive Diabetes Study (UKP DS) Group. E ffe ct of intensive bl ood-glucos e control with met for min on compli cations in overweight patients with type 2 diabetes (UK PDS -6 5. - Kahn SE, Ha ffner SM, Heise MA, and ADOPT Study Group. Glyce mic durability of rosiglitazone, met for min, or glyburide monotherapy. N E ngl J Med.3. Objectivo - The ADVANCE Collaborative Group. I ntensive bl ood glucose control and vascular outcome s in patients with type e d200 8; 358 : 2560 -72. Aplicar a Norma da DGS - Rodbard H W, Jellinger PS, Davidson JA, et al. Statement by an Ameri can Ass ociation of Clinical Endocrinol ogists/American College of Endocrinology consens us pa nel on type 2 diabetes mellitus: a n algorithm for glyce mic control. Endocr Pra ct. 200 9;15: 540 -59. 5 - Gaede P , Lund -Anders en H, Parving HH , Peder sen O. Effect of a multifact orial intervention on mortality in type 2 diabetes. N E ngl J Med. 2008 ;358 :580 -91. 6 - Ros enstock J, Sugimot o D, Strange P, Stewart JA, Soltes-Rak E, Dailey G. Triple therapy in type 2 diabetes: i nsulin glargine or rosiglitazone added to combination therapy of sul fonylurea plus metformi n in ins ulin-naive patients. Diabetes Care. 2 006; 29:55 4-9 . Descrição do indicador 7 - NICE G uideline 87 Type 2 diabetes. T he ma nagement of type 2 diabete s 2010 Indicador que exprime a capacidade de diagnóstico e terapêutica 8 - Charbonnel B, Karasik A, Li u J, Wu M, Meini nger G, Sitagliptin Study 020 Gr oup E ffi cacy and safety of the di peptidyl pe ptidase -4 inhibitor sitagliptin added to ongoing metformherapy in patie nts with type 2 diabete s inade quately controlled with metformin al one. Dia betes Care. 2 006; 29:2 638 -43. 9 - Schweizer A, Dejager S, Foley JE, Shao Q, Kothny W. Clini cal experien ce with vildagliptin in the manage ment of type 2 dia betes in a patient population ≥75 years : a pooled analysis from a database of clinical trials. Diabete s Obes Metab. 2 011; 13:55 -64 . Frequência de monitorização Trimestral 10 - Herma nsen K, Kipnes M, Luo E, Fanurik D, Khatami H, Stein P, Sitagliptin Study 035 Group. E ffi cacy and safety of the di peptidyl pe ptidase -4 inhi bitor, sitagliptin, in patie nts with type 2 diabete s mellitus i nade quately controlled on glime piride alone or on gli mepiride a nd metformin. Diabetes Obes Meta b. 2007; 9:73 3-4 5. 11 - Garber AJ, Schweizer A, Baron MA, Rochotte E, Dejager S. Vildagliptin in combination with pioglitazone improves glycae mic control in patients with type 2 diabetes failing thiazoli dinedi one monothera py: a randomize d, pla cebo -controlle d study. Dia betes Obes Metab. 2007 ;9:16 6. 12 - Sanyal AJ, Chalasani N, K owdley KV, McCull ough A, Diehl AM, Bass N M, et al. Pioglitazone, vitamin E, or pla ceb o for nonalcoholi c steatohe patitis. N Engl J Med 201 0;36 2:16 75–85. 13 - Gerich J, Ra skin P, Jean -Louis L, Purkayastha D, Baron MA. 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Glitaz one use ass ociated with diabetic macular ede ma.Am J Ophthal mol. 20 09;1 47:5 83-586 Observações 42 - Dorma ndy J, Bhattacharya M, van Trooste nburg de Bruy n AR, P ROa ctive investigators. Safety and tolera bility of pioglitaz one in high-risk patients with type 2 diabete s: an overview of data fr om P ROactive. Drug Saf 2 009;3 2:18 7-2 02. 43 - http://www. fda.g ov/Drugs/ DrugSafety/ucm226 214.ht m (a cedi do a 8/1 2/20 11) Factor crítico 44 - Lewis JD, Ferrara A, Peng T, et al. Risk of bladder cancer a mong dia betic patie nts treated with pioglitazone: interi m report of a longitudinal cohort study. Diabetes Care. 20 11;34 :916 -22. 45 - Piccinni C, Motola D, Mar chesi ni G, Pol uzzi E. Ass essing the Association of Pioglitaz one U se and Bladder Cancer Through Drug Advers e Event Re porting. Diabete s Care 20 11; 34 : 1369 -71. Variáveis Definição 46 - http://www. med pagetoday. com/E ndocrinol ogy/Diabetes /269 87. (a cedi do a 8/1 2/20 11) 47 - http://www.e ndocrinet oday.com/view.aspx?rid=84 580 (ace dido a 8/ 12/2 011 ) A - Numerador Fonte informação/ SI Unidade de medida SI USF/UCSP € SI USF/UCSP € Valor total da prescrição de medicamentos genéricos antidiabéticos orais a inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 B - Denominador Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 Valor total da prescrição de antidiabéticos orais a inscritos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo2 16/16