SALADINO - ordem do templo

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SALADINO
Foi responsável por reconquistar Jerusalém das
mãos do Reino de Jerusalém, após sua vitória na
Batalha de Hattin e, como tal, tornou-se uma figura
emblemática na cultura curda, árabe, persa, turca e
islâmica em geral. Sala Dino, adepto do islamismo
sunita, tornou-se célebre entre os cronistas cristãos
da época por sua conduta cavalheiresca,
especialmente nos relatos sobre o sítio a Kerak em
Moab, e apesar de ser a nêmesis dos cruzados,
conquistou o respeito de muitos deles, incluindo
Ricardo Coração de Leão; longe de se tornar uma
figura odiada na Europa, tornou-se um exemplo
célebre dos princípios da cavalaria medieval.
Em duas ocasiões, em 1170 e 1172, Saladino recuou
de uma invasão ao Reino Latino de Jerusalém. Essas
ordens haviam sido dadas por Nur ad-Din, e Saladino esperava que aquele
Reino Cruzado permanecesse intacto, como um estado satélite entre o Egito e a
Síria, até que Saladino pudesse ganhar controle sobre a Síria também. Nur adDin e Saladino já estavam rumo à guerra aberta nesses termos, quando Nur
ad-Din morreu, em 1174. O herdeiro de Nur ad-Din, as-Salih Ismail al-Malik era
apenas um menino, sob os cuidados de eunucos da corte, e morreu em 1181.
Uma trégua foi declarada entre Saladino e os Estados Cruzados em 1178.
Saladino passou o ano seguinte recuperando-se da derrota e reconstruindo seu
exército, retornando ao ataque em 1179, quando derrotou os Cruzados na
batalha de Jacob's Ford. Contra-ataques cruzados provocaram ainda outras
retaliações de Saladino. Reinaldo de Chatillon, em particular, perturbou as
rotas de comércio e peregrinação muçulmanas com uma frota no Mar
Vermelho, uma rota marítima que Saladino necessitava manter aberta. Como
resposta, Saladino construiu uma frota de 30 galés para atacar Beirute em
1182.
Reinaldo ameaçou atacar as cidades sagradas de Meca e Medina. Em
retribuição, Saladino cercou Al Karak, o forte de Em julho de 1187, Saladino
capturou a maior parte do reino de Jerusalém. No dia 4 de julho de 1187 ele
deparou-se, na Batalha de Hattin, com as forças combinadas de Guy de
Lusignan, Rei Consorte de Jerusalém, e Raimundo III de Trípoli. Somente na
batalha, o exército Cruzado foi em grande parte aniquilado pelo exército
motivado de Saladino, naquilo que foi um desastre completo para os cruzados
e uma virada na história das Cruzadas.
Saladino capturou Reinaldo de Chatillon e providenciou pessoalmente sua
execução. Guy de Lusignan também foi capturado, porém sua vida foi poupada.
Dois dias após a batalha de Hattin, Saladino ordenou a execução de todos os
prisioneiros de ordem militar por decapitação. As execuções eram levadas a
cabo à medida que o próprio secretário de Saladino, Imad ad-Din, descreve
(Ibid, pág. 138): "Ele (Saladino) ordenou que eles deveriam ser decapitados,
preferindo tê-los mortos a prisioneiros.
Com ele estava um grande grupo de sufis e estudiosos, e certo número de
devotos e ascetas; cada um implorava permissão para matar um deles, e
desembainhava sua espada e arregaçava sua manga. Saladino, com uma
expressão alegre no rosto, estava sentado no seu dais; os descrentes
mostravam um negro desespero.
"A execução dos prisioneiros em Hattin não foi a primeira de Saladino. Em 29
de agosto de 1179 ele tomou o castelo em Bait al-Ahazon, e aproximadamente
700 prisioneiros foram capturados e executados.Considerado o campeão da
guerra santa, Saladino se tornou o herói de um ciclo de lendas, que
percorreram todo o Oriente médio e a Europa, e seus feitos são lembrados e
admirados até os dias de hoje pelos povos muçulmanos. Forte protetor da
cultura islâmica, não era apenas um líder militar, mas também um excelente
administrador dos seus domínios. Mandou reconstruir a mesquita de Al-Aksa
na cidade de Jerusalém, e ordenou também a construção da cidadela do Cairo e
outros monumentos de interesse.
Salahuddin Yusuf Ibn Ayyub, também chamado de Al-Malik An-Nasir
Salahuddin Yusuf, nasceu em 1137/38 DC, em Tikrit, Mesopotâmia, e morreu
em 4 de março de 1193, em Damasco, Síria. Mais tarde, ele se tornou sultão
muçulmano do Egito, Síria, Iêmen e Palestina, fundador da dinastia aiúbida, e
um dos mais famosos heróis muçulmanos. Nas guerras contra os cruzados
cristãos, ele alcançou o sucesso final com a tomada de Jerusalém (2/10/1187),
pondo fim a 88 anos de ocupação pelos francos. O grande contra-ataque
cristão da Terceira Cruzada acabou em empate por seu gênio militar. Saladino
nasceu em uma proeminente família curda. Na noite de seu nascimento, seu
pai, Najm ad-Din Ayyub, reuniu a família e se mudou para Alepo.
Lá, ele entrou para o serviço de 'Imad ad-Din Zangi ibn Aq Sonqur, o poderoso
governador turco do norte da Síria. Crescendo em Baalbeck e Damasco,
aparentemente Saladino foi um jovem especial, com um grande gosto pelos
estudos religiosos que sobrepujava o treinamento militar.
Saladino em Hattin
Sua carreira formal começou quando foi admitido na equipe de seu tio Asad
ad-Din Shirkuh, um importante comandante militar do emir Nureddin, que era
o filho e sucessor de Zangi. Durante as três expedições militares chefiadas por
Shirkuh ao Egito, com o objetivo de impedir que o país caísse em poder dos
governantes latino-cristãos (francos) dos estados criados pela Primeira
Cruzada, desenvolveu-se uma complexa luta em três campos entre Amalric I, o
rei latino de Jerusalém, Shawar, o poderoso vizir do califa egípcio fatimida e
Shirkuh. Depois da morte de Shirkuh e depois de ordenar o assassinato de
Shawar, Saladino, com a idade de 31 anos, foi indicado comandante dos
soldados sírios no Egito e vizir do Califado Fatimida.
Sua relativamente rápida ascensão ao poder deve ser atribuída aos seus
manifestos talentos. Como vizir do Egito, ele recebeu o título de rei (Malik),
embora ele fosse mais conhecido como sultão. A situação de Saladino se
fortaleceu quando, em 1171, aboliu o fraco e impopular Califado xiita fatimida,
proclamou o retorno do Islam sunita ao Egito e se tornou o único governante
daquele país. Embora, em tese, ele permanecesse por um tempo como vassalo
de Nureddin, essa relação terminou com a morte do emir sírio em 1174.
Contando com suas propriedades agrícolas no Egito como base financeira,
Saladino cedo se mudou para a Síria com um
pequeno, porém rigorosamente disciplinado,
exército para reivindicar a regência em nome do
jovem filho de seu antigo suserano.
Logo, contudo, ele abandou esta reivindicação e, de
1174 até 1186, ele perseguiu com entusiasmo o
objetivo de unir, sob sua bandeira, todos os
territórios muçulmanos da Síria, do norte da
Mesopotâmia, da Palestina e do Egito. Isto ele
cumpriu apoiado por uma diplomacia habilidosa e,
quando necessário, pelo ágil e firme uso da força
militar. Aos poucos, sua reputação cresceu como um
homem generoso e virtuoso, mas governante firme,
destituído de ambição, licenciosidade e crueldade.
Contrastando com a terrível dissensão e a intensa rivalidade que tinham
dificultado a resistência dos muçulmanos aos cruzados, estava a singeleza de
objetivo de Saladino que os induziu a se rearmarem física e
espiritualmente..Cada ato de Saladino foi inspirado por uma devoção intensa e
inabalável à noção de jihad contra os cruzados cristãos. Encorajar o
crescimento e expansão das instituições religiosas muçulmanas era uma parte
essencial de sua política. Ele cortejou seus sábios e pregadores, construiu
faculdades e mesquitas para uso deles e os autorizou a escrever obras
edificantes, principalmente sobre o jihad.
Através da regeneração moral, que era uma parte genuína de sua forma de
vida, ele tentou recriar em seus domínios o mesmo zelo e entusiasmo que
tinham sido tão valiosos às primeiras gerações de muçulmanos, quando cinco
séculos antes haviam conquistado metade do mundo conhecido. Saladino
também obteve êxito em tornar o equilíbrio militar de poder a seu favor – mais
pela união e disciplina de um grande número de forças ingovernáveis do que
pelo emprego de novas técnicas militares.
Quando, por fim, em 1187 ele também foi capaz de lançar toda sua força na
luta com os reinos cruzados latinos, seus exércitos se igualavam. Em
4/07/1187, com a permissão de Allah, usando seu excelente sentido militar,
coisa que faltava no inimigo, Saladino cercou e destruiu, de um só golpe, um
exército de cruzados, exaustos e enlouquecidos de sede, em Hattin, próximo a
Tiberíades, no norte da Palestina.
Tão grandes foram as perdas nas fileiras dos cruzados nesta batalha que os
muçulmanos rapidamente conseguiram devastar quase todo o reino de
Jerusalém. Em três meses, Acra, Toron, Beirute, Sidon, Nazaré, Cesaréia,
Nablus, Jaffa e Ascalon se submeteram ao poder muçulmano. No entanto, a
conquista da coroa por Saladino e o ataque mais desastroso para o movimento
cruzado como um todo veio em 2/10/1187, quando Jerusalém, sagrada tanto
para muçulmanos como para cristãos, se rendeu ao exército de Saladino,
depois de 88 anos em mãos dos francos. Em completo contraste com a
conquista da cidade pelos cristãos, quando o sangue correu livremente
durante o massacre bárbaro de seus habitantes, a reconquista muçulmana foi
marcada por um comportamento civilizado e cortês de Saladino e seus
soldados.
Seu rápido sucesso, que em 1189 viu os cruzados restringirem a ocupação a
apenas três cidades, foi, no entanto, ofuscado pelo fracasso na tomada da
cidade de Tiro, uma fortaleza costeira quase inexpugnável para a qual os
dispersos sobreviventes cristãos das recentes batalhas acorreram. Era para
ser o ponto de encontro para o contra-ataque latino. Muito provavelmente,
Saladino não previu a reação europeia à sua tomada de Jerusalém, um
acontecimento que chocou profundamente o ocidente e cuja resposta foi uma
nova convocação para mais uma cruzada. Além de vários nobres e famosos
cavaleiros, esta cruzada, a terceira, trouxe os reis de três países para a guerra.
A magnitude do esforço cristão e a impressão duradoura provocada em seus
contemporâneos conferiram ao nome de Saladino o inimigo galante e nobre e
acrescentou um brilho que suas vitórias militares jamais lhe haviam conferido.
A cruzada em si foi longa e exaustiva e, apesar do óbvio, ainda que algumas
vezes impulsiva, o gênio militar de Ricardo I - Coração de Leão – teve pouco
resultado. Aí está a maior – embora muitas vezes não reconhecida – conquista
de Saladino. Com levas feudais cansadas e de má vontade, com a obrigação de
lutar apenas uma estação a cada ano, sua vontade indomável o capacitou a
combater os maiores campeões da cristandade até o empate. Os cruzados
conservaram pouca coisa mais do que um posto avançado no litoral sírio e
quando o rei Ricardo deixou o Oriente Médio, em outubro 1192, a batalha
tinha acabado. Saladino se retirou para sua capital em Damasco.
Não demorou muito e as longas campanhas e as horas intermináveis no lombo
do cavalo o atingiram e ele morreu. Conquanto seus parentes já estivessem em
luta por pedaços do império, seus amigos descobriram que o mais poderoso e
mais generoso governante do mundo muçulmano não tinha deixado dinheiro
suficiente para pagar sua própria sepultura. A família de Saladino continuou a
governar o Egito e as terras vizinhas compondo a dinastia Aiúbida, que teve
seu fim com a chegada dos mamelucos, no ano de 1250.
Carlos Navarro
Karen Worfihs
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