REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo UNICAMP 2011 – Q. 10 À Ilíada, epopeia guerreira, sucede a Odisseia, pacífica coletânea de lendas e aventuras marítimas. Esse contraste corresponde a uma mudança, quando os povos da região renunciam às lutas em territórios muito estreitos e se voltam para os países longínquos. Os poemas homéricos são contemporâneos da grande expansão marítima dos fenícios e a Odisseia está cheia de violências e rapinas de todo tipo praticadas pelos fenícios, apresentados como mercadores descarados e bandidos sem escrúpulos; mas devemos levar em conta, nessas narrativas, as rivalidades comerciais. (Adaptado de J. Gabriel-Leroux, As primeiras civilizações do Mediterrâneo. São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 67-68.) a) Segundo o texto, quais seriam as razões históricas da diferença entre a Ilíada e a Odisseia? b) Como a organização política de fenícios e gregos os diferenciava da civilização egípcia? GRÉCIA: EVOLUÇÃO HISTÓRICA ILÍADA E ODISSÉIA (HOMERO): - ILÍADA (Ilion = Troia): narrativa em poesia épica da Guerra de Troia até a sua conclusão com a ira de Aquiles. - ODISSÉIA: narra o retorno o herói Ulisses (Odisseu) após a guerra. - São os poemas fundadores da Grécia Antiga. - POESIA ÉPICA - EPOS: narrativa ou canto. - Musicalidade + métrica + ritmo. - Fusão entre fatos históricos e mitológicos. - Intervenção dos deuses nos assuntos humanos. GRÉCIA ANTIGA - FORMAÇÃO: - Migração indo-europeia (séc. XX-XV a.C.). - Aqueus/Eólios/Jônios. - Formação da Civilização Creto-Micênica. - Cidades-estado (sumérios). - Comércio marítimo (fenícios). - Politeísmo (Antiguidade Oriental). http://historiaonline.com.br - NORTE: Península da Ática. Atenas (Jônios): Filosofia / Comércio marítimo. SUL: Península do Peloponeso. Esparta (dórios): Militarismo / Agricultura. FORMAÇÃO DA POLIS RESPOSTA ESPERADA A) Por um lado, uma mudança na relação entre os povos da região, que deixam de disputar os territórios mais próximos para se expandirem para países longínquos; por outro lado, essa mudança corresponde a um período de expansão marítima dos fenícios, que dá origem a rivalidades comerciais com os gregos. B) De um modo geral, fenícios e gregos organizavam-se politicamente em cidades-estado. No caso dos gregos, pode-se mencionar ainda uma organização política peculiar de Atenas, a democracia. No caso do Egito, tratava- se de um Estado teocrático, no qual o monarca, o Faraó, tinha um caráter divino. FUVEST 2013 Não esqueçamos que o processo de formação de um povo e de uma civilização gregos não se desenrolou segundo um plano premeditado, nem de maneira realmente consciente. Tentativa, erro e imitação foram os principais meios, de tal modo que uma certa margem de diversidade social e cultural, amiúde muito marcada, caracterizou os inícios da Grécia. De fato, nem o ritmo nem a própria direção da mudança deixaram de se alterar ao longo da história grega. Moses I. Finley. O mundo de Ulisses. 3ª ed. Lisboa: Presença, 1998, p.16. a) Indique um elemento “imitado” de outros povos e sociedades que teria estado presente nos “inícios da Grécia”. b) Ofereça pelo menos dois exemplos do que o autor chama de “diversidade social e cultural”, que “caracterizou os inícios da Grécia”. FUVEST 2012 Não é possível pôr em dúvida por mais tempo, ao passar em revista o estado atual dos conhecimentos, ter havido realmente uma guerra de Troia histórica, em que uma coligação de Aqueus ou Micênios, sob um rei cuja suserania REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo era conhecida pelos restantes, combateu o povo de Troia e os seus aliados. A magnitude e duração da luta podem ter sido exageradas pela tradição popular em tempos recentes, e os números dos participantes avaliados muito por cima nos poemas épicos. Muitos incidentes, tanto de importância primária como secundária, foram sem dúvida inventados e introduzidos na narrativa durante a sua viagem através dos séculos. Mas as provas são suficientes para demonstrar não só que a tradição da expedição contra Troia deve basear-se em fatos históricos, mas ainda que boa parte dos heróis individuais mencionados nos poemas foi tirada de personagens reais. Carl W. Blegen. Troia e os troianos. Lisboa, Verbo, 1971. Adaptado. A partir do texto acima, a) identifique ao menos um poema épico inspirado na guerra de Troia e explique seu título; b) explique uma diferença e uma semelhança entre poesia épica e história para os gregos da Antiguidade. FUVEST 2010 Na passagem da época romana para a época medieval, houve não só rupturas, mas também continuidades. Caracterize essas continuidades no campo da a) religião. b) língua. UNICAMP 2010 – Q. 14 Até o século XII, a mulher era desprezada por ser considerada incapaz para o manejo de armas; vivendo num ambiente guerreiro, não se lhe atribuía outra função além de procriar. A sua situação não era mais favorável do ponto de vista espiritual; a Igreja não perdoava Eva por ter levado http://historiaonline.com.br a humanidade à perdição e continuava a ver em suas descendentes os acólitos lúbricos do demônio. (Adaptado de Pierre Bonassie, Amor cortês, em Dicionário de História Medieval. Lisboa: Publicações D. Quixote, 1985, p. 29-30.) a) Identifique no texto as razões para a mulher ser considerada inferior na sociedade medieval. b) Quais características da sociedade medieval configuraram um “ambiente guerreiro” até o século XII? A MULHER NA IDADE MÉDIA VISÃO ARISTOTÉLICA: - Ser inferior = Homem incompleto. - Não dotada de razão. VISÃO SOCIAL: - Ser inferior = alijada da principal função social: a guerra (logo, sua nobreza era decorrente de seu pai ou marido, nunca dela mesma). VISÃO RELIGIOSA: - Foi a culpada pelo pecado capital. Figura dissimulada, falsa, sem caráter e propensa à desobediência. A SOCIEDADE MEDIEVAL E A GUERRA ORIGEM: invasões bárbaras e cultura romana. - Fragmentação militar de Roma. - Disputas internas pelo poder. - Suserania e Vassalagem. - Guerras internas ao Feudalismo (Francos). - Invasões: Vikings, Sarracenos, Magiares. RESPOSTAS ESPERADAS: A) Duas razões poderiam ser identificadas no texto: o fato de serem incapazes para o manejo de armas, vivendo em um ambiente guerreiro, e o fato de serem associadas ao pecado, sendo consideradas responsáveis pela perdição da humanidade. B) O candidato poderia mencionar a fragmentação do poder político e militar, as invasões, tanto de povos nórdicos quanto de muçulmanos, a proliferação de guerras entre senhores feudais, que levava à formação de exércitos particulares e fortalecia a importância da cavalaria e das relações de vassalagem. UNICAMP 2011 – Q. 11 No início do século XIV, o inquisidor Bernardo Guy escreveu um Manual do Inquisidor, no qual descrevia como se ingressava na seita herética que ficou conhecida pelo nome REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo de pseudoapóstolos: “Perante algum altar, na presença de membros da seita, o candidato se despe de suas roupas, como sinal de renúncia a tudo que possui, para seguir com perfeição a pobreza evangélica. Também se exige que ele prometa não obedecer a nenhum mortal, mas só a Deus, como se fosse um apóstolo sujeito apenas a Cristo e a ninguém mais.” (Adaptado de Nachman Falbel, Heresias medievais. São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 66.) a) Por quais razões essa heresia era uma ameaça para a Igreja do período? b) Caracterize a relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média. HERESIAS MEDIEVAIS ORIGEM: cristianismo primitivo. - Rompiam com o Catolicismo Apostólico. - Oposição ao poder papal centralizado. - Oposição à Igreja como intermediadora entre os homens e Deus. - Oposição ao acúmulo de bens por parte da Igreja. - Recusa da interferência da Igreja em questões políticas (temporais/seculares). - Crítica à decadência moral do clero. - Crítica à origem humana de Cristo (arianismo). O PODER MEDIEVAL DA IGREJA ORIGEM: Reino Franco. - 496: Clóvis I se converte ao catolicismo. - IGREJA: passa a ungir os reis = justificativa divina do poder real. - 756: Pepino, Breve = concedeu o Patrimônio de São Pedro para a Igreja Católica (Estados Pontifícios) - IGREJA = grande proprietária de terras. SÉC. IX: - Carlos Magno: dá à Igreja a função de educar o Império (Renascimento Carolínigo) = monopólio cultural. - Justificativa religiosa da sociedade medieval - CLERO/NOBRES/SERVOS = PAI/FILHO/E. SANTO. - Tratado de Verdun: divide as terras do Império Franco sem dividir as terras da Igreja (passa a ser a maior proprietária de terras). PODER SECULAR: - Interferia diretamente na política. http://historiaonline.com.br - - Dois “braços”: o poder atemportal (espitirual) determinava o que o poder secular (político e ecoômico) deveria fazer. Condenação do herege: poder atemporal. Execução do herege: poder secular. DISPUTAS PELO PODER SECULAR DA IGREJA: - Querela das Investiduras (Séc. XI-XII/SIRG). - Cisma do Ocidente (Séc. XIV-XV). RESPOSTAS ESPERADAS: A) A heresia mencionada no texto poderia ser considerada uma ameaça ao poder da Igreja porque pregava a pobreza, enquanto a Igreja acumulava uma grande riqueza; e porque recusava a obediência ao papa e a toda a hierarquia eclesiástica. B) A relação entre o poder religioso e o poder temporal na baixa Idade Média pode ser caracterizada a partir de diferentes situações históricas. Por um lado, a Igreja legitimava a estratificação social, justificando a existência das três ordens (trabalhadores, guerreiros e clero) nas quais se dividia a sociedade; a Igreja também legitimava o poder político, na medida em que ungia os reis; além disso, a própria Igreja exercia o poder temporal, já que era uma grande senhora feudal; o poder temporal, o chamado “braço secular”, era quem punia os hereges que a Igreja perseguia por meio da Inquisição. Por outro lado, essa relação também se caracterizava pelo conflito entre os dois poderes, como se viu na querela das investiduras e na existência de dois papas simultâneos durante o cisma de Avignon. Poderia ser mencionado também que naquele momento o início da centralização monárquica enfraquecia o poder da Igreja. UNICAMP 2010 – Q. 13 Os impérios desenvolveram diferentes estratégias de inclusão. O império romano permitia a multiplicidade de crenças, desde que a lealdade política estivesse assegurada. Espanha e Portugal, entretanto, apesar de terem incorporado povos de línguas e culturas diversas sob seus governos, impuseram uma uniformidade legal e religiosa, praticando políticas de intolerância religiosa como caminho preferencial para assegurar a submissão e a lealdade de seus súditos. (Adaptado de Stuart B. Schwartz, Impérios intolerantes: unidade religiosa e perigo da tolerância nos impérios ibéricos da época moderna, em R. Vainfas & Rodrigo B. REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo Monteiro (orgs.), Império de várias faces. São Paulo: Alameda, 2009, p. 26.) a) A partir do texto, diferencie o império Romano dos impérios ibéricos modernos. b) Quais as políticas praticadas pelas monarquias ibéricas na Era Moderna que caracterizam a intolerância religiosa? IMPERIALISMO DEF.: política de dominação expansionista. - DIRETO: dominação militar. - INDIRETO: dominação cultural. - Os dois modos são concomitantes. POVO DOMINADO: considerado inferior. - Sujeito à intolerância de várias formas. - Inferioridade cultural (bárbaro). - Inferioridade política (não democrático). - Inferioridade genética (darwinismo social). IMPÉRIO ROMANO TOLERÂNCIA CULTURAL: - Característica derivada do Oriente (Persas e Macedônia / Alexandre, o Grande). - Tolerância cultural em troca de fidelidade política, tributária e militar. OBJETIVO: evitar conflitos internos por parte dos povos dominados = ESTABILIDADE INTERNA. ESTABILIDADE INTERNA: fundamental para a manutenção do expansionismo. IMPÉRIOS IBÉRICOS INTOLERÂNCIA CULTURAL: - Caráter eurocêntrico. - Catequese. - Povos nativos = pagãos. - Pagãos = hereges. - Hereges = alvo do Tribunal do Santo Ofício / Santa Inquisição. IMPERIALISMO INDIRETO: - Index / Conversão compulsória dos conquistados. RESPOSTA ESPERADA: A) A partir da leitura do texto, o candidato deve perceber que os dois impérios se diferenciavam na atitude em relação à tolerância religiosa e à inclusão dos povos conquistados. Enquanto o império romano permitia a http://historiaonline.com.br existência de diferentes crenças, desde que elas não afetassem a lealdade política, os impérios ibéricos associavam a lealdade política à unidade religiosa. B) Como políticas praticadas pelas monarquias ibéricas que caracterizam a intolerância religiosa poderiam ser citadas a instituição do tribunal do Santo Ofício, do Índex, ou a conversão forçada dos judeus e a catequese dos habitantes do novo mundo, entre outros exemplos. UNICAMP 2012 – Q. 01 Godrici de Finchale foi um mercador que viveu no século XI, na Baixa Idade Média, no leste da atual Inglaterra. "Quando o rapaz, depois de ter passado os anos da infância sossegadamente em casa, chegou à idade varonil, principiou a aprender com cuidado e persistência o que ensina a experiência do mundo. Para isso decidiu não seguir a vida de lavrador, mas estudar, aprender e exercer os rudimentos de concepções mais sutis. Por esta razão, aspirando à profissão de mercador, começou a seguir o modo de vida do vendedor ambulante, aprendendo primeiro como ganhar em pequenos negócios e coisas de preço insignificante; e, então, sendo ainda um jovem, o seu espírito ousou pouco a pouco comprar, vender e ganhar com coisas de maior preço.” (Adaptado de Reginald of Durnham, "Libellus de Vita et Miraculis S. Godrici", em Fernando Espinosa, Antologia de textos históricos medievais. 3a ed., Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981, p. 198.) a) Segundo o texto, o ofício de mercador exigia uma preparação diferente daquela do lavrador. Quais eram as diferenças entre esses dois ofícios? b) Cite duas características do renascimento comercial e urbano ocorrido no final do período medieval. RENASCIMENTOS SÉC. XI: URBANO. - Fome Feudal. - Expulsão dos servos dos feudos. - Crescimento dos antigos Burgos. - Formação da Burguesia: homens livres. - Crescimento do Artesanato. - Retomada da atividade comercial. - Corporações de Ofício/Guildas/Ligas Comerciais. REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo SÉC.XII-XIII: COMERCIAL - Cruzadas: retomada do comércio marítimo pelo Mar Mediterrâneo. - Itália: crescimento das cidades/fragmentação política (Repúblicas). - Construções de catedrais (Gótico). - Arte de transição/França/Séc. XII - Construção de Universidades. - Controladas pela Igreja Católica. SÉC. XIV-XVI: CULTURAL - Cultura de transição. - Teocentrismo + Racionalismo. - Cultura clássica (retomada a partir do contato com os árabes/Cruzadas). - Valorização da matemática. - MATEMÁTICA: o Juros/Bancos/Finanças. o Estética: proporção/harmonia. RESPOSTAS ESPERADAS: A) O candidato deveria identificar as diferenças entre o lavrador e o mercador. De acordo com o texto, para exercer o ofício de mercador era necessário adquirir algum tipo de instrução – como saber calcular. Precisava ainda dominar habilidades como o estabelecimento de relações de comércio. O lavrador, por sua vez, ficava preso à terra e vivia como servo. http://historiaonline.com.br REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo B) Dentre as características do renascimento cultural e urbano estão o fortalecimento dos burgos e o surgimento de um novo grupo social, a burguesia; o incremento das relações comerciais entre feudos e cidades; o surgimento de feiras, casas bancárias e corporações de ofício e a retomada do comércio de especiarias com o Oriente. FUVEST 2011 Se utilizássemos, numa conversa com homens medievais, a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação posterior, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. Hilário Franco Júnior. A Idade Média. Nascimento do Ocidente. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado. A partir desse trecho, responda: a) Em que termos a expressão “Idade Média” pode carregar consigo um valor depreciativo? b) Como o período comumente abarcado pela expressão “Idade Média” poderia ser analisado de outra maneira, isto é, sem um julgamento de valor? UNICAMP 2013 – Q. 12 Observe a imagem abaixo: Adriaen van de Venne. A pesca de almas (1614). Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda. a) A imagem representa a disputa entre calvinistas e católicos. Como estão representados os calvinistas na obra do artista holandês? http://historiaonline.com.br b) Explique a importância econômica da Holanda como potência marítima no contexto europeu do século XVII. REFORMAS RELIGIOSAS: SÉC. XVI. DEF.: quebra do monopólio católico sobre o cristianismo ocidental. CAUSAS: - Crise moral do clero. - Crise intelectual da Igreja. - Crise teológica da Igreja. CARACTERÍSTICAS GERAIS: - Crítica à venda de indulgências e a prática da simonia. - Crítica ao livre arbítrio. - Defesa da livre interpretação da Bíblia. - Crítica ao apego material da Igreja Católica. - Crítica à intervenção da Igreja em questões temporais. RESPOSTAS ESPERADAS: A) A questão exigia do candidato a leitura da imagem, identificando os calvinistas, no primeiro plano à esquerda, com suas vestes negras e com livros em mãos. A representação sugere a sobriedade individual, o rigor religioso e a utilização da bíblia como elementos que fazem parte do ideário calvinista utilizado pelo artista. B) O século XVII é o período do apogeu comercial holandês, que pode ser explicado a partir de aspectos como a constituição das companhias marítimas de comércio, o predomínio batavo no refino e comercialização do açúcar produzido no Brasil e nas Antilhas, e a utilização de capitais holandeses nas áreas coloniais da Ásia, África e América. Os lucros obtidos nas atividades manufatureiras e a condição de potência marítima tornaram a Holanda um dos principais centros econômicos europeus, ao mesmo tempo em que os holandeses enfrentaram a concorrência com Portugal, Espanha e Inglaterra no comércio marítimo. UNICAMP 2011 – Q. 14 Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot, atacaram os próprios fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres humanos eram fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não podiam ser considerados superiores ou inferiores a REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo partir de uma escala universal de valores. (Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University Press, 2003, p. 258, 268.) a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo? b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação entre a ideia de “homem no estado de natureza” e a organização das sociedades civilizadas? UNICAMP 2013 – Q. 14 Observe a distribuição de custos dos camponeses franceses, em percentual da colheita, às vésperas da Revolução de 1789. Esses custos referem-se ao arrendamento da terra, ao custo das sementes e aos impostos pagos ao rei, ao senhor da terra e ao clero. RELATIVISMO CULTURAL ILUMINISMO: - Ideia central de igualdade entre todos os homens. DIDEROT E D’ALAMBERT: - DIFERENÇAS CULTURAIS: imanentes ao homem. - Característica natural e inalienável. - LOGO: não há uma escala de superioridade ou inferioridade na relação entre culturas distintas. - É impossível estabelecer um critério UNIVERSAL de PADRÃO CULTURAL. ROUSSEAU E O CONTRATULAISMO - HOMEM: potencialmente bom. - SOCIEDADE: fator determinante para a formação do homem. - ESTADO DE NATUREZA X CIVILIZAÇÃO. - CONTRATO SOCIAL: - Estabelecer um Estado que, a partir da soberania popular, estabelece uma igualdade de direitos e a defesa dessa igualdade. RESPOSTAS ESPERADAS: a) Segundo o texto, as ideias de Diderot se opunham ao imperialismo por afirmar que as diferenças culturais são próprias do ser humano, o que leva à relatividade cultural; dessa maneira não há uma escala universal de valores, nem pode haver culturas consideradas superiores ou inferiores. b) No pensamento de Rousseau, o homem é naturalmente bom e a vida em sociedade o corrompe; nessa passagem do estado de natureza para a civilização, têm origem as desigualdades e a propriedade privada, tornando-se necessário um contrato social. Por meio do contrato social, que organiza as sociedades civilizadas, cada indivíduo abdica de seus direitos em nome do Estado, que deve defendê-los, devendo a vontade geral nortear as decisões do Estado. http://historiaonline.com.br a) Relacione os dados apresentados com as condições vividas pelos camponeses na França do final do Século XVIII. b) Por quais motivos a questão econômica foi um elemento importante para o Terceiro Estado durante a Revolução Francesa? REVOLUÇÃO FRANCESA CONTEXTO: crise do Absolutismo na França. - Revolução Burguesa. - Iluminismo: Liberdade e Igualdade. - Revolta do 3º Estado (burgueses, camponeses, sansculottes, profissionais liberais e baixo clero). CAUSAS ESTRUTURAIS: - Crise fiscal. - Fome. - Desemprego. - Inflação. REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo 1ª ETAPA - Assembleia Nacional (1789-91): - Monarquia Constitucional. - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. - Constituição. - Voto Censitário. - 1ª Coligação contra a França Revolucionária. 2ª ETAPA - Convenção Nacional (1792-95): - República Jacobina. - Execução do Rei. - Democracia. - Terror: 1794. - Radicalismo jacobino. - Robespierre. - Execuções. - Lei do Preço Máximo. - 2ª Coligação contra a França Revolucionária. 3ª ETAPA - Diretório (1795-99): - Governo girondino. - Conservador. - Voto censitário. - Terror “branco”. - Ascensão de Napoleão Bonaparte. - 09/11/1799: Golpe do 18 Brumário. - Fim da Revolução. RESPOSTA ESPERADA: A) A leitura do gráfico indica que os custos com a produção e com os impostos representavam 65% da colheita realizada pelos camponeses. Desta forma, o usufruto do menor percentual da colheita disponível às pessoas do campo significava a existência de precárias condições de vida para as famílias numerosas, sendo que a miséria e a fome eram riscos constantes no período prérevolucionário. B) A questão solicitava o estabelecimento da relação entre a crise econômica e o Terceiro Estado (burgueses, camponeses, sans-culottes, profissionais liberais) durante a Revolução Francesa. Os custos dos impostos e a manutenção de um grupo de privilegiados (nobreza e clero) uniram o Terceiro Estado em sua insatisfação contra o regime vigente. A conjuntura de endividamento público e a ineficiência de medidas contra a crise levaram à convocação dos Estados Gerais e fizeram com que as reivindicações do Terceiro Estado entrassem na pauta política francesa. A pobreza foi instrumentalizada pela burguesia, que se incomodava com a ausência de mobilidade social e exigia o http://historiaonline.com.br fim do sistema de privilégios e o estabelecimento de igualdade jurídica. UNICAMP 2013 – Q. 15 No fim do século XIX, Frederick Jackson Turner elaborou uma tese sobre a “fronteira” como definidora do caráter dos Estados Unidos até então. A força do indivíduo, a democracia, a informalidade e até o caráter rude estariam presentes no diálogo entre a civilização e a barbárie que a fronteira propiciava. As tradições europeias foram sendo abandonadas à medida que o desbravador se aprofundava no território em expansão dos Estados Unidos. Em relação à questão da fronteira nos Estados Unidos, responda: a) De quais grupos ou países essas terras foram sendo retiradas no século XIX? b) O que foi o “Destino Manifesto” e qual seu papel nessa expansão? EXPANSINISMO DOS EUA IDEOLOGIA PRIMÁRIA: Destino Manisfesto. - Justificativa religiosa para a conquista do território americano. PROJETOS DE EXPANSÃO (SÉC. XIX): - Coast To Coast / Marcha Para O Oeste / Corrida Do Ouro / Home Stead Act. IDEOLOGIAS SECUNDÁRIAS: - Doutrina Monroe (séc. XIX) / Corolário Roosevelt (1901-1930) / Doutrina Truman (pós 1945) / Guerra ao Terror (séc. XXI). REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo indianos? A única resposta possível parecia ser a miscigenação. Em algum momento de sua história, os arianos da Índia teriam se enfraquecido ao se misturarem às raças aborígenes consideradas inferiores. Mas ninguém podia explicar realmente por que essa ideia não foi aplicada nos dois sentidos, ou seja, por que os arianos da Índia não aperfeiçoaram aquelas raças em vez de se enfraquecerem. (Adaptado de Anthony Pagden, Povos e Impérios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p. 188-194.) a) Segundo o texto, quais as incoerências presentes no pensamento racista do século XIX? b) O que foi o imperialismo? SÉC. XIX CONTEXTO: 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. - Necessidade de novos mercados. - Excedente populacional europeu. - Excedente de capital = necessidade de novos investimentos. - ÁREA DE ATUAÇÃO: África/Ásia/Oceania. - Partilha da África. - Enquadramento/Enraizamento/Protetorado. RESPOSTA ESPERADA: A) A questão solicitava a indicação das áreas de expansão territorial dos Estados Unidos. Poderiam ser indicados como exemplos a retirada de terras dos indígenas e de domínios pertencentes ao México, à França, à Inglaterra, à Espanha, à Rússia e ao Havaí. B) O Destino Manifesto foi um argumento utilizado pelos norte-americanos de que havia uma manifestação da providência divina que reconhecia sua excepcionalidade como defensores da liberdade e da democracia. Tal ideário foi utilizado como legitimador da expansão de seus domínios territoriais em relação a grupos considerados inferiores. UNICAMP 2010 – Q. 21 No século XIX, surgiu um novo modo de explicar as diferenças entre os povos: o racismo. No entanto, os argumentos raciais encontravam muitas dificuldades: se os arianos originaram tanto os povos da Índia quanto os da Europa, o que poderia justificar o domínio dos ingleses sobre a Índia, ou a sua superioridade em relação aos http://historiaonline.com.br REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo IMPERIALISMO DOMINAÇÃO: direta e indireta. IDEOLOGIAS: - Darwinismo social. - Eurocentrismo. - Missão Civilizatória. - Altruísmo Europeu. - Diplomacia do Canhão. • • 1914-1917: 1ª GUERRA MUNDIAL. - Rússia: Tríplice Entente (ING+FRA). - 4 milhões de mortos. - Pressão popular pela saída da Guerra. • 02/1917: REVOLUÇÃO MENCHEVIQUE. - Burguesa (Branca). - Fim do czarismo. - República Parlamentar. - Manutenção da Rússia na Guerra. • 10/1917: REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE. - Popular/Camponesa/Proletária. - Líder: Lênin (leninismo-marxismo). - Socialista. - Saída da Rússia da Guerra. • 1918-1921: GUERRA CIVIL. - Vitória dos Bolcheviques. - 1.500.000 mortos. • 1921-1928: NEP. - Medidas capitalistas + medidas socialistas. AMÉRICA: dependência através de empréstimos/investimentos. RESPOSTAS ESPERADAS: A) O candidato deveria perceber no texto que a base do argumento racista era incoerente, uma vez que embora os britânicos se considerassem superiores aos indianos, ambos possuíam a mesma origem racial. Além disso, o racismo era incapaz de explicar por que a miscigenação só havia enfraquecido as raças superiores e não fortalecido as inferiores. B) O candidato deveria mencionar alguns dos elementos que constituem o conceito de imperialismo. Dentre eles, a dominação dos países europeus sobre o resto do mundo por meio da política colonialista, levando à partilha da África e da Ásia; o endividamento dos países da América Latina por meio de empréstimos ou investimentos feitos pelos países europeus; e a busca de mercados consumidores para produtos industriais e de matéria-prima para a Europa. UNICAMP 2012 – Q. 06 A Primeira Guerra Mundial abalou profundamente todos os • povos envolvidos, e as revoluções de 1917-1918 foram, acima de tudo, revoltas contra aquele holocausto sem precedentes, principalmente nos países do lado que estava perdendo. Mas em certas áreas da Europa, e em nenhuma outra mais que na Rússia, foram mais que isso: foram revoluções sociais, rejeições populares do Estado, das classes dominantes e do status quo. (Adaptado de Eric Hobsbawm, Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 262-263.) a) Relacione a Primeira Guerra Mundial e a situação da Rússia na época. b) Cite e explique um princípio da Revolução Russa de 1917. http://historiaonline.com.br REVOLUÇÃO RUSSA (1917) ANTECEDENTES: - 1905: Guerra Russo-Japonesa (derrota). - 1905: Ensaio Geral - Reação ao Domingo Sangrento. - Levante do Encouraçado Potenkin - Formação da Duma (Parlamento) - 1924: Formação da URSS. 1924-1953: GOVERNO STÁLIN. - Fim do internacionalismo trotskista. - Governo ditatorial = culto ao líder. - Planos quinquenais = modernização econômica. RESPOSTAS ESPERADAS: A) A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial provocou transformações no regime político, econômico e social do país. As perdas ocasionadas pela guerra proporcionaram o questionamento do poder absoluto dos czares e da condição econômica e social (inflação, fome, greves), criando condições para a eclosão da Revolução de 1917. B) Os candidatos poderiam citar e explicar que o princípio socialista da Revolução previa o fim da propriedade privada; a nacionalização dos bens de produção; a reforma agrária; a REVISÃO FUVEST E UNICAMP 2ª FASE: PRINCIPAIS TEMAS Prof. Rodolfo vanguarda do partido bolchevique; o Estado como representante do povo e a retirada da Rússia da Primeira Guerra. FUVEST 2011 Este livro não pretende ser um libelo nem uma confissão, e menos ainda uma aventura, pois a morte não é uma aventura para aqueles que se deparam face a face com ela. Apenas procura mostrar o que foi uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra. Erich Maria Remarque, Nada de novo no front. São Paulo: Abril, 1974 [1929], p.9. Publicado originalmente em 1929, logo transformado em best seller mundial, o livro de Remarque é, em boa parte, autobiográfico, já que seu autor foi combatente do exército alemão na Primeira Guerra Mundial, ocorrida entre 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por “uma geração de homens que, mesmo tendo escapado às granadas, foram destruídos pela guerra”, considerando: a) As formas tradicionais de realização de guerras internacionais, vigentes até 1914 e, a partir daí, modificadas. b) A relação da guerra com a economia mundial, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX. 1ª GUERRA MUNDIAL - Guerra total / escala industrial / armas de destruição em massa. - 2ª Revolução Industrial: expansão da competição por novos mercados. - Imperialismo / Neocolonialismo. - Corrida Armamentista / Paz Armada / Diplomacia do Canhão. http://historiaonline.com.br