ANALOGIA ENTRE INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉCRICA E CAUDAL DE UM LÍQUIDO Exemplo de revisão do conceito de caudal: Para medir o caudal de uma torneira, podemos encher um balde com água e medir o tempo que o balde leva a encher. O caudal será dado pela fórmula: Exemplo para explicar o conceito de Intensidade de corrente: Para medir a intensidade de corrente num fio elétrico, poderíamos carregar a bateria de um telemóvel e medir o tempo que a bateria leva a carregar. Se a bateria receber uma carga de 4000 C e levar 3 h (10800 s) a carregar, a intensidade média de corrente será: UNIDADE SI DE CORRENTE ELÉCTRICA Esta grandeza física tem como unidade SI o Ampere (A), sendo: 1 A = 1 C/s SIGNIFICADO FÍSICO DE AMPERE Um ampere corresponde à variação da carga de 1 C durante 1 segundo. EXERCÍCIO Atendendo a que a carga do eletrão é: Qe = − 1,6×10-19 C Determine o número de eletrões necessários para obter uma carga de –1 C. INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA A intensidade de corrente elétrica (instantânea) é dada pela fórmula: I dQ dt I – intensidade de corrente elétrica Q – carga elétrica t - tempo CORRENTE ELÉTRICA A corrente elétrica é um movimento ordenado de portadores de carga elétrica (eletrões ou iões). SENTIDO REAL E SENTIDO CONVENCIONAL DA CORRENTE ELÉTRICA O sentido convencional da corrente elétrica é, por convenção, o sentido do campo elétrico, como mostra a figura: Contudo, o sentido real dos eletrões corresponde ao sentido contrário do sentido convencional. ELETRÓLITO Um eletrólito é uma solução condutora de corrente elétrica. Num eletrólito, a corrente elétrica é obtida por iões. Neste caso, os iões positivos movem-se em sentido contrário ao movimento dos iões negativos, como mostra a seguinte figura: Os aniões movem-se para o elétrodo positivo (ligado ao polo positivo do gerador), pelo que, têm um sentido contrário ao campo elétrico. Assim, o sentido real dos aniões é contrário ao sentido convencional. Os catiões movem para o elétrodo negativo (ligado ao polo negativo do gerador), pelo que, têm o mesmo sentido contrário ao campo elétrico. Neste caso, o sentido real dos catiões é igual ao sentido convencional. RESISTÊNCIA DE UM CONDUTOR A permitividade relativa de um meio é dada pela expressão: R U I R – resistência (Ω) U – diferença de potencial entre as extremidades do condutor I – intensidade de corrente (A) LEI DE OHM A diferença de potencial nos terminais de um condutor metálico homogéneo e filiforme, a temperatura constante é diretamente proporcional à intensidade de corrente que o percorre. U I U constante I Esta constante é a resistência elétrica, pelo que, a Lei de Ohm também se pode escrever através da fórmula: R U I Os condutores que obedecem à Lei de Ohm designam-se por condutores lineares ou óhmicos. FATORES QUE INFLUENCIAM A RESISTÊNCIA DE UM CONDUTOR A resistência de um condutor depende dos seguintes fatores: Resistividade do material. Comprimento do condutor. Espessura do condutor. Temperatura. A influência dos três primeiros fatores na resistência de um condutor pode quantificar-se através da fórmula: R A Sendo: - resistividade do material (Ωm) - comprimento do condutor (m) A – área da seção transversal do condutor. Por outro lado, a temperatura influencia a resistividade do material, através da seguinte fórmula: 0[1 (T T0 )] Sendo: T0 – temperatura de referência. 0 – resistividade do material à temperatura T0. α – coeficiente de temperatura do material. LEI DE JOULE A Lei de Joule pode aplicar-se a um circuito elétrico, como o que se apresenta na figura: I I Quando a carga ΔQ é transferida de A para B, por ação da força elétrica, o trabalho realizado por essa força é: WA B Q(VA VB ) WA B Q U Por outro lado: I Q I t Q Q I t t Substituindo: WA B I t U WA B U I t Este trabalho mede a energia elétrica que é transformada noutras formas de energia, pelo que: E U I t No caso de o recetor ser uma resistência, a energia elétrica transforma-se apenas em energia térmica, que se dissipa por efeito de Joule. Assim, tem-se: R U R I U U R I I Substituindo: E RI I t E R I 2 t Esta energia corresponde à energia dissipada por efeito de Joule. Relativamente à potência dissipada por efeito de Joule tem-se: P E Δt Substituindo: R I 2 t P Δt P R I2 Lei de Joule A lei de Joule diz que a potência dissipada é diretamente proporcional ao quadrado da intensidade de corrente elétrica. P I2 P constante I2 GERADORES Um gerador elétrico é um aparelho que realiza a transformação de uma certa forma de energia em energia elétrica. O gerador mantém a diferença de potencial num circuito, obrigando as cargas elétricas a terem um movimento orientado (corrente elétrica). Um gerador apresenta duas caraterísticas fundamentais: a força eletromotriz (fem) e a resistência interna. FORÇA ELETROMOTRIZ (ε) A força eletromotriz corresponde à quantidade de energia elétrica que o gerador produz por unidade de carga. E Q A unidade SI de força eletromotriz é o volt (V). RESISTÊNCIA INTERNA (r) A resistência deve à existência de condutores no interior do gerador que dissipam uma parte da energia elétrica produzida no gerador. CIRCUITO ELÉTRICO CONSTITUÍDO POR UM GERADOR E UMA RESISTÊNCIA Este circuito apresenta o seguinte esquema: (ε,r) Fazendo uma análise à conservação de energia, verificamos a igualdade: Energia transferida pelo gerador ao circuito Energia dissipada Energia dissipada por = por efeito de Joule + efeito de Joule na na resistência (R) resistência interna (r) E R I 2 t r I 2 t Atendendo a: E E Q Q Obtém-se: Q R I 2 t r I 2 t E atendendo a: I Q Q I t t Obtém-se: I t R I 2 t r I 2 t Dividindo ambos membro por I t , obtém-se: RI rI Pode substituir-se R I por U R , atendendo a: R U U I , obtendo-se: I R U rI R U r I U r I Tensão nos terminais do gerador A figura seguinte traduz a representação da tensão nos terminais do gerador em função da intensidade de corrente. U ε – ordenada na origem ε 0 r – módulo do declive I POTÊNCIA DE UM GERADOR A potência de um gerador é a energia que ele transforma por unidade de tempo. Assim, obtém-se pela fórmula: P E t Por outro lado: E I t Substituindo: P I t t P I Potência elétrica total gerada pelo gerador Como o gerador dissipa energia devido à sua resistência interna, obtendo-se essa energia dissipada por: r I 2 t Pd t Pd r I 2 A partir da potência total e da potência dissipada, podemos chegar à potência útil, uma vez que: P Pu Pd I Pu r I 2 Pu I r I 2 Potência útil do gerador RENDIMENTO DE UM GERADOR O rendimento de um gerador pode obter-se pela fórmula: Pu 100% P Se substituirmos Pu por UI e P por εI, a potência também pode ser obtida pela fórmula: U 100% RECETOR PURAMENTE RESISTIVO Corresponde a um recetor, em que, toda a energia elétrica é convertida em energia interna (aquecimento). Exemplos: resistência e lâmpada. RECETOR PURAMENTE NÃO RESISTIVO Neste recetor, parte da energia que lhe é fornecida, é transformada noutras formas de energia, para além da energia interna. Exemplos: motores elétricos e acumuladores de energia. CARATERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DE UM RECETOR PURAMENTE NÃO RESISTIVO Estas caraterísticas são a força contraelectromotriz e a resistência interna. A resistência interna (r’) dissipa parte da energia que o recetor recebe. A força contraelectromotriz (ε’) é a energia (ΔE) por unidade de carga que o recetor transforma em energia de natureza mecânica: ' E Q A unidade SI de força contraelectromotriz é o volt (V). CIRCUITO ELÉTRICO CONSTITUÍDO POR UM GERADOR E UM MOTOR Este circuito apresenta o seguinte esquema: (ε’,r’) Fazendo uma análise à conservação de energia, verificamos a igualdade: Energia transferida pelo gerador ao circuito Energia mecânica = + transformada pelo motor Energia dissipada por efeito de Joule + na resistência interna do gerador Q ' Q r I 2 t r ' I 2 t Como Q I t , vem: I t ' I t r I 2 t r ' I 2 t ' r I r' I ' r I r' I ' U gerador r ' I U gerador ' r ' I Energia dissipada por efeito de Joule na resistência interna do motor Atendendo a que Ugerador = Urecetor, obtém-se: U recetor ' r ' I Tensão nos terminais do motor A figura seguinte traduz a representação da tensão nos terminais do motor em função da intensidade de corrente. U ε’ – ordenada na origem r’ – módulo do declive ε’ 0 I RENDIMENTO DE UM RECETOR Partindo da expressão anterior: U recetor ' r ' I Se multiplicarmos ambos os membros da equação por I, obtemos: U recetor I ' I r ' I 2 P Pu Pd Sendo: P – potência recebida pelo motor Pu – potência útil (potência mecânica transformada pelo motor) Pd – potência dissipada O rendimento de um gerador pode obter-se pela fórmula: Pu 100% P Se substituirmos Pu por ε’I e P por Urecetor I, a potência também pode ser obtida pela fórmula: ' U recetor 100% LEI DE OHM GENERALIZADA Uma das equações obtidas através do balanço energético de um circuito constituído por um gerador e um recetor foi: ' r I r' I A partir desta equação obtém-se: ' (r r ' ) I ' RT I Lei de Ohm generalizada A resistência total, RT, corresponde à soma das resistências existentes num circuito elétrico. CIRCUITOS COM RESISTÊNCIAS EM SÉRIE Considerando, por exemplo, um circuito de três resistências em série como mostra a figura. I U1 U2 R1 , I1 R2 , I 2 R3 , I 3 I U3 U Para este circuito aplicam-se as seguintes expressões: I I1 I 2 I 3 U U1 U 2 U3 R R1 R2 R3 R – resistência equivalente CIRCUITOS COM RESISTÊNCIAS EM PARALELO Considerando, por exemplo, um circuito de três resistências em paralelo como mostra a figura. I1 I U I3 I2 U1 U2 U3 I Para este circuito aplicam-se as seguintes expressões: I I1 I 2 I3 U U1 U 2 U 3 1 1 1 1 R R1 R2 R3 R – resistência equivalente CIRCUITOS RC A intensidade de corrente de corrente elétrica nos circuitos elétricos atrás referidos é constante. No entanto, nem sempre isso acontece, como é o caso de um circuito RC. Este circuito é constituído por uma pilha, uma resistência e um condensador, como mostra a figura: s U Quando giramos a chave s para o terminal a, o condensador do circuito está a carregar. Se girarmos a chave s para o terminal b, o condensador descarrega. DESCARGA DE UM CONDENSADOR Para o instante inicial tem-se: Q0 U Q0 Q0 0 U R I C 0 0 C C U0 R R I 0 U 0 R I U 0 0 I 0 I0 Q0 RC Em qualquer instante, a carga do condensador é dada pela expressão: Q Q0 et / Sendo: RC Graficamente tem-se: A constante τ = RC chama-se constante de tempo do circuito e indica o tempo necessário para que a carga e a intensidade de corrente diminuam para 37% do seu valor inicial. t Q Q0 e / Q Q0 e1 Q Q0 0,37 Q 37% Q0 CARGA DE UM CONDENSADOR Quando um condensador está a carregar, a sua carga varia de acordo com a expressão: Q C (1 et / )