Questão 40 UNESP 2016 15/11 Curso e Colégio Enquanto os franceses e os britânicos tinham emergido da Primeira Guerra Mundial com um profundo trauma dos horrores da guerra e a convicção de que um novo conflito deveria, se possível, ser evitado, na Alemanha só ocorreria algo parecido depois da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos de 1945 levaram a uma profunda mudança na cultura popular e política da parte ocidental da Alemanha. Aos olhos desses alemães, a extrema violência de 1945 fez da Segunda Guerra Mundial “a guerra para acabar com todas as guerras”. (Richard Bessel. Alemanha, 1945, 2010. Adaptado.) A mudança de mentalidade na Alemanha ocidental, ocorrida, segundo o texto, ao final da Segunda Guerra Mundial, envolveu, entre outros fatores, (A) a decisão alemã de não voltar a se envolver em conflitos internacionais políticos ou diplomáticos. (B) a neutralidade do país diante da Guerra Fria, que caracterizou a segunda metade do século XX. (C) a desmobilização de todos os contingentes militares dentro e fora do país. (D) a celebração das conquistas territoriais ocorridas no século XIX e princípio do XX. (E) a rejeição do militarismo, que marcara o país desde a segunda metade do século XIX. RESPOSTA E Curso e Colégio Desde a unificação do país com a proclamação do Segundo Reich, em 1871, a Alemanha herdara e mantivera a tradição militarista prussiana. Ao longo do processo imperialista e das duas guerras mundiais, os governantes alemães mantiveram o militarismo como um importante instrumento de mobilização de massas, amalgamando-o à própria identidade nacional. Entretanto, a revelação de todos os crimes cometidos pelos nazistas (entre eles o Holocausto) conduziu os alemães a uma reflexão sobre seu passado e identidade. O voluntarismo, indiferença e a ignorância de parte dos alemães diante do que ocorreu jogou o país em uma onda de negação de sua tradição belicista e mesmo de rejeição de seu passado, como se a vergonha pelo que ocorrera superasse qualquer resquício de orgulho coletivo. Contudo, a centralidade do território alemão no palco europeu da Guerra Fria e a relevância de sua economia para o sistema capitalista, mantiveram a Alemanha Ocidental como uma importante potência política. A renúncia ao militarismo foi acompanhada de uma nova postura tanto no campo político, como militar, de fiadora da democracia é fiel aliada do bloco capitalista, estreitando as relações da Alemanha Ocidental com os Estados Unidos.