ESTRATÉGIA DE COOPERAÇÃO CULTURAL INTERINSTITUCIONAL Cartagena das Índias, Colômbia, 12 e 13 de julho de 2002 No âmbito da Primeira Reunião Interamericana de Ministros e Mais Altas Autoridades da Cultura no âmbito do Conselho Interamericano de Desenvolvimento, CIDI, nós, os representantes do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe, do Convênio Andrés Bello, da Corporação Andina de Fomento, da Organização dos Estados Americanos, da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, organismos e entidades internacionais, decidimos empreender um esforço conjunto no sentido de apoiar o Plano de Ação de Cartagena das Índias. Partimos da convicção de que somente uma aliança entre os setores governamental, não-governamental e privado, a sociedade civil e as entidades internacionais, fundada numa estreita colaboração, poderá atender aos desafios contemporâneos da diversidade cultural no Hemisfério. Apoiaremos o desenvolvimento e a coordenação de uma Agenda Interamericana de Cultura, em coerência com as prioridades estabelecidas pelos Ministros e Mais Altas Autoridades da Cultura dos diferentes países membros de cada uma das organizações. Isso permitirá conseguir uma maior coincidência das especificidades de nossas contribuições, a fim de torná-las mais efetivas. Em resposta aos compromissos da Declaração e do Plano de Ação de Cartagena das Índias e com o objetivo de reforçar um trabalho de cooperação, oferecemos as seguintes contribuições: Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e no Caribe, CERLALC Prestar apoio técnico para a colocação em prática de políticas nacionais de promoção do livro e da leitura. Acompanhar processos de concertação entre representantes de organizações governamentais, o setor privado e a sociedade civil, envolvidos com a criação, a promoção da leitura, as bibliotecas, e a produção e o comércio do livro. De acordo com as especificidades da estrutura institucional de cada país, esses espaços permanentes de concertação podem ser constituídos, ou foram constituídos, sob a forma de Conselhos Nacionais do Livro e da Leitura. Contribuir para a criação do Observatório Interamericano de Políticas Culturais, seus estudos sobre políticas públicas do livro e da leitura, suas pesquisas em distintas frentes e o estudo sobre os desafios apresentados pela Área de Livre Comércio das Américas – ALCA para as indústrias culturais. Convênio Andrés Bello Apoiar as dinâmicas de preservação do patrimônio cultural e os processos de apropriação do mesmo, como ativo social fixo e sustentação de identidade. Apoiar as ações destinadas à atualização dos sistemas jurídicos de seus países associados nas áreas da cultura, patrimônio cultural e direitos comunitários, bem como manter um foro de reflexão sobre legislação nas referidas áreas. Quanto à formulação e desenvolvimento do Observatório Interamericano de Políticas Culturais, compromete-se tanto a atender às necessidades de seus países associados, no que se refere a geração e enriquecimento de suas políticas culturais, como a apoiar pesquisas nos campos da economia e da cultura, sobre imaginários sociais e culturas urbanas, os processos de integração, seja políticas intergovernamentais, seja processos de dinâmica própria originários da sociedade civil, e os estímulos à criação artística. Corporação Andina de Fomento Contribuir para a criação da Comissão Interamericana de Cultura e do Observatório Interamericano de Políticas Culturais, oferecendo sua experiência e a possibilidade de ações conjuntas mediante seu programa de ação social por intermédio da música, que contribui para a formação integral de crianças e jovens – em especial, a Orquestra Sinfônica das Juventudes Andinas, o Conservatório Andino Itinerante e mais recentemente a iniciativa das Vozes Andinas em Coro –, e de seu programa social por intermédio do artesanato, destinado a promover e a melhorar o setor artesanal no nível andino, em busca de maior competitividade. Reiterar que a cultura é prioridade da agenda de desenvolvimento sustentável da CAF, como fundamento e instrumento determinante de valores que promovem consciência cívica, contribuem para a inclusão de setores tradicionalmente excluídos dos mercados formais de educação e de trabalho, bem como fortalecem a cidadania. Organização dos Estados Americanos, OEA Promover e fortalecer a cooperação horizontal entre os países do Hemisfério, no que se refere a diversidade cultural, segundo as diretrizes que emanem da Comissão Interamericana de Cultura, mediante cinco mecanismos: 1. Criação de uma Carteira Permanente de Programas Consolidados que promovam e fortaleçam a diversidade e que sejam compartilhados mediante um programa de estágios que possibilitem a reflexão crítica da experiência e facilitem sua apropriação. 2. Prestação de assessoria técnica e garantia do enriquecimento dos temas da Agenda Interamericana de Cultura, retomados pelo Observatório Interamericano de Políticas Culturais, com pesquisas e reflexões de peritos. 3. O Programa de Bolsas de Estudo Virtuais, apresentado no Portal Educativo das Américas (www.educoas.org), e o programa de estágios, a fim de fortalecer a transferência dos programas consolidados. 4. Uma estratégia de utilização, da maneira mais eficaz, do Fundo Especial Multilateral do Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral, na conta setorial para a cultura. 5. O incentivo de estratégias que permitam a formação de alianças com instâncias governamentais, não-governamentais, privadas, organismos internacionais e bancos multilaterais. Nesse contexto, consultar permanentemente a sociedade civil por intermédio do Foro Virtual da UDSE. Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, OEI Coordenar com o Observatório Interamericano de Políticas Culturais o planejamento e a realização de estudos prospectivos derivados do Relatório sobre Cultura e Sustentabilidade na Ibero-América (ICSI), no âmbito do desenvolvimento da Agenda de Cooperação Cultural Ibero-Americana (V CIC, Lima, 2001). Propor a realização de ações conjuntas de assistência técnica e capacitação em políticas e gestão cultural, patrimônio (tangível e intangível) e indústrias culturais, em apoio à Declaração e ao Plano de Ação. Contribuir com sua experiência para a preparação de relatórios sobre sistemas culturais nacionais, bem como para a organização de reuniões que facilitem o diálogo com outros espaços culturais da Europa e da África. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, UNESCO Empenhar-se especialmente na institucionalização de instrumentos que assegurem a elevação dos níveis de intercâmbio de informações, coordenação e inclusive ações de cooperação, associadas e acordadas com os demais organismos internacionais presentes nas Américas, tal como vem fazendo até esta data o Escritório Regional da UNESCO para a Cultura, tomando como linhas de ação os consensos expressados pelos Estados membros nas Conferências Gerais e por intermédio dos mecanismos regionais de consulta e cooperação próprios da UNESCO. Promover o avanço desses princípios no espaço do Foro de Ministros e Responsáveis por Cultura na América Latina e no Caribe, patrocinado pela UNESCO, e em outros foros e redes de natureza cultural, regionais ou subregionais, que a UNESCO patrocine ou apóie. Fortalecer a interiorização desse espírito nos programas e projetos vinculados ao patrimônio material e imaterial, na promoção do artesanato, na formação artística e cultural, na promoção de um novo paradigma do patrimônio, na criatividade artística e cultural, nas pesquisas e na cooperação para a definição de adequadas e eficientes políticas e sistemas nacionais de cultura. Dispensar especial atenção à coordenação e concertação com os organismos internacionais presentes no Hemisfério, nos campos das grandes declarações mundiais e convenções relacionadas com o patrimônio e a diversidade cultural, coerente com a natureza do Escritório Regional. Conscientes da multiplicidade de iniciativas emanadas dos diferentes cenários de concertação de políticas culturais, propomo-nos a harmonizar agendas, unir esforços e concentrar recursos em prol da preservação e da promoção da diversidade cultural das Américas. A Rede Internacional de Políticas Culturais e a Federação Internacional dos Conselhos das Artes e Agências Culturais (FICAAC) também acordaram, na medida do possível, compartilhar informações sobre políticas culturais e participar de atividades culturais que contribuam para a consecução dos objetivos da Agenda Interamericana de Cultura.