Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação Curso de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue Aretuza Gonçalves Silva Náila Sousa Gonçalves Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA Belém 2009 2 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Aretuza Gonçalves Silva Náila Sousa Gonçalves Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue, pela Universidade do Estado do Pará – UEPA. Orientador: Professor Iracildo Pereira Castro. Belém 2009 3 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Dados Internacionais de catalogação na publicação Biblioteca do Centro de Ciências Sociais e Educação da UEPA Silva, Aretuza Gonçalves Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA/ Aretuza Gonçalves Silva e Náila Sousa Gonçalves; orientador, Iracildo Pereira Castro. Belém, 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. 1. Comunicação nas Organizações 2. Comunicação não verbal 3. Relações Interpessoais I. Gonçalves, Náila Sousa II.Título. CDD: 21 ed. 658.450952 4 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Aretuza Gonçalves Silva Náila Sousa Gonçalves Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue, pela Universidade do Estado do Pará – UEPA. Data de aprovação: ___ /___ /____ Banca Examinadora: _________________________________________ - Orientador Iracildo Pereira Castro Mestre Universidade do Estado do Pará – UEPA _________________________________________ Diniz de Sena Bastos Mestre Universidade do Estado do Pará - UEPA _________________________________________ Maria Fabiana Silva Santos Especialista Universidade do Estado do Pará – UEPA 5 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A minha mãe, Francisca, Pelo amor, apoio e compreensão. A minha filha, Camila. 6 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A Meus pais, Joana e José (in memorian), por serem minha inspiração, por me ensinarem a retidão do caminho, pelos bons ensinamentos, com certeza que sem vocês eu nada seria, mamãe e papai eu lhes agradeço por tudo. Aos meus irmãos Márcia, Marcyany, Nágila, Cleito, Jakson e Noelma, pela paciência e tolerância ao longo desses anos, pelos incentivos e palavras de conforto nos momentos de dificuldades, sou muito grata a todos vocês. 7 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. AGRADECIMENTOS A Deus, pela vida, por cada dia e pelos ensinamentos; A meus pais, por me ensinar, embora inconscientemente, a ser persistente e independente; Ao meu marido, Sérgio pelo amor e apoio constantes e a minha filha, Camila pela inspiração. Aos professores, especialmente ao professor Marco Antônio pelo auxílio e paciência e ao professor Iracildo, pelos préstimos de conhecimento e orientação; A Assessora pedagógica Alessandra e a Assistente Administrativa Ana Paula, pelas palavras de apoio e incentivo; Aos colegas de sala, em especial a Tamiles pela contribuição com a tabulação dos resultados da pesquisa de campo; Aos amigos e a todos aqueles que de alguma forma, ainda que minúscula, contribuíram para a realização deste trabalho. 8 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. AGRADECIMENTOS Agradecer é uma tarefa sempre prazerosa, embora em algumas ocasiões seja injusta. Injusta porque, seguramente, não posso nominar aqui a todas aquelas pessoas que me possibilitaram estar neste momento escrevendo estes agradecimentos, pois seria impossível escrever “umas quantas páginas” para todos vocês; e prazerosa porque, este momento, permite-me, mentalmente, refazer toda minha caminhada relembrando a todos que me apoiaram para chegar a esta etapa. É como diz uma música da qual gosto muito: “Se o medo e a cobrança, tiram minha esperança, tento me lembrar, de tudo que vivi, e o que tem por dentro, ninguém pode roubar...”; portanto, podem ter certeza que cada um de vocês, nominados aqui ou não, fizeram e fazem parte desta caminhada... enfim... Primeiramente agradeço a Deus, que me deu tudo, o Dom da Vida! Ao meu avô materno “Nicolau dos Santos” (in memorian), pelos valores éticos e morais, por ensinar-me a apreciar e dar valor aos atos simples e belos da vida. Onde quer que esteja, minha profunda gratidão! Ao Professor e Mestre Iracildo Castro meu muito obrigado por ter “apostado suas fichas” nessa orientanda e aprimorando minha formação, acadêmica, científica e pessoal. Á minha parceira e amiga Aretuza pela confiança e dedicação a esse trabalho. Sem ela não teria sido a mesma aventura, tampouco teríamos obtido o mesmo sucesso. Também ao professor Marco Antônio por sua contribuição, igualmente importante, nas diversas etapas deste trabalho. Ao coordenador do curso professor Antonio José e a Assessora pedagógica Alessandra, que desde minha “migração” para o curso, me deram apoio e atenção. Levarei saudades de todos e de tudo, e onde quer que eu esteja futuramente lembrarei com carinho de todos vocês, e de tudo que aprendi nestes anos de convivência, graças a Deus, pacífica e harmoniosa. Aos mestres, que com sua paciência, antes de me ensinarem, fizeram-me aprender! Aos meus colegas de classe, em especial (Débora, Flávia, Laiana e Soraya), pelo convívio fraternal e familiar. Aos que serão sempre os primeiros! Minha grande família! Aos de sangue, que mesmo de longe sempre me apoiaram. A Todos, o meu, MUITO OBRIGADO! 9 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. "Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos" Freud 10 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. RESUMO Silva, Aretuza Gonçalves; Gonçalves, Náila Sousa. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 2009. 53f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2010. Esta monografia apresenta o estudo do uso da comunicação não verbal, bem como suas influências nas relações interpessoais nas organizações. Está dividida em três seções que apresentam as teorias da comunicação não verbal, o uso das expressões não verbais nas relações interpessoais, bem como o resultado da pesquisa de campo realizada. O presente estudo teve origem na pesquisa bibliográfica, seguindo com a de campo. As fontes bibliográficas são oriundas dos campos da Psicologia, Comunicação e Administração. A pesquisa de campo foi realizada por meio de aplicação de questionário aos funcionários do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais – DFCS da Universidade do Estado do Pará – UEPA. O uso, na maioria das vezes imperceptível, de elementos da comunicação não verbal nas relações humanas é fundamental para o funcionamento das organizações, uma vez que podem exercer influências tanto positivas quanto negativas por meio de determinados comportamentos e atitudes. A pesquisa possibilitou a percepção da importância de se estar atento aos sinais utilizados pelos agentes organizacionais durante o processo de interação em diversas situações que ocorrem nas organizações, conforme verificado na UEPA. Palavras-chave: Comunicação não verbal. Relações interpessoais. Organizações. 11 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. RESUMEN Silva, Aretuza Gonçalves; Gonçalves, Náila Sousa. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 2009. 53f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2010. Esta monografía presenta el estudio de las influencias de la comunicación no verbal en las relaciones interpersonales en las organizaciones. Se divide en tres secciones que presentan las teorías de la comunicación no verbal, el uso de las expresiones no verbales en las relaciones interpersonales y el resultado de la investigación de campo. El actual estudio tuvo origen en la investigación bibliográfica, siguiendo con la de campo. Las fuentes bibliográficas son de origen del campo de la psicología, de la comunicación y de la administración. La investigación en el local de recolección de datos fue por medio de la aplicación de cuestionario a los empleados del Departamento de Filosofía y Ciencias Sociales – DFCS de la Universidad del Estado de Pará – UEPA. El uso, la mayor parte del tiempo imperceptible, de elementos de la comunicación no verbal en las relaciones humanas es básico para el funcionamiento de las organizaciones, ya que puede ejercer influencias positivas o negativas a través de comportamientos y actitudes resueltos. La investigación hizo posible la opinión de la importancia de si siendo atenta a las señales usadas por los agentes organizacionales durante el proceso de interacción en las situaciones diversas que ocurren en las organizaciones, según lo verificado en el UEPA. Palabras-clave: Organizaciones. Comunicación no verbal. Relaciones interpersonales. 12 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. LISTA DE ILUSTRAÇÕES DESENHOS Desenho 1 - Representação das variações das expressões faciais ....................................................26 Desenho 3 – Ilustração da proxêmica entre duas pessoas ..................................................................27 Desenho 4 - Representação de cumprimento oriental .........................................................................40 IMAGENS Imagem 1 – Representação frontal dos músculos da Expressão Facial ..............................................25 Imagem 2 – Representação da mão estendida para o aperto de mão ................................................39 FIGURAS Figura 1 - Esquema do controle e da consciência ...............................................................................33 GRÁFICOS Gráfico 1 – Relação entre o sexo e a influência da comunicação não verbal ......................................43 Gráfico 2 – Relação entre a Função e a Freqüência de uso dos sinais não verbais ...........................43 Gráfico 3 – Relação entre a Faixa Etária e a Importância da comunicação não verbal .......................44 Gráfico 4 – Relação entre o Tempo de Serviço dos funcionários do DFCS e a Contribuição da Comunicação não verbal ..................................................................44 Gráfico 5 – Apresentação dos tipos de comunicação não verbal identificados pelos envolvidos na pesquisa de campo .....................................................................................45 Gráfico 6 – Percentagem dos indivíduos que afirmam que a comunicação não verbal ajuda as interações nas organizações, bem como dos indivíduos que afirmam que ela atrapalha .................................................................45 13 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. SUMÁRIO 1 O OLHAR NA ORGANIZAÇÃO....................................................................................................................14 2 A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NAS ORGANIZAÇÕES................................................................................................................................................18 2.1 AS EXPRESSÕES NÃO VERBAIS E O INTERRELACIONAMENTO........................................................18 2.1.1 Explicitando a comunicação não verbal .............................................................................................19 2.1.2 Os tipos de comunicação não verbal...................................................................................................23 2.1.3 A comunicação Gestual.......................................................................................................................28 2.1.4 A Língua dos sinais como forma de comunicação não verbal.............................................................29 2.1.5 As impressões das expressões não verbais no interrelacionamento.....................................................29 2.1.6 As relações entre o verbal e o não verbal.............................................................................................30 2.2 A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL NAS ORGANIZAÇÕES......................................................................35 É fundamental saber comunicar-se nas organizações. Já que para que elas alcancem o sucesso almejado, é essencial que a comunicação esteja atrelada ao planejamento estratégico. Assim todos dentro de uma organização devem ter conhecimento dos objetivos, missão, valores, código de ética, metas e do planejamento estratégico, pois assim todos estarão caminhando em direção ao mesmo alvo, ou melhor, caminhando conjuntamente, o que integra e fortalece a organização.............................................................35 2.2.1 As formas de comunicação não-verbal nas organizações.....................................................................36 2.2.1 As influências da comunicação não verbal nas organizações.............................................................36 2.2.2 A coerência na linguagem não verbal fortalece as organizações .......................................................39 2.2.3 A importância do cumprimento no ambiente de trabalho...................................................................39 2.3 UMA PESQUISA DE CAMPO NA UEPA..................................................................................................41 2.3.1 A pesquisa................................................................................................................................................41 2.3.2 A coleta e análise de dados.......................................................................................................................43 2.3.3 Comentários Gerais..................................................................................................................................48 3 ÚLTIMOS OLHARES....................................................................................................................................50 Assim sendo, renova-se a importância dos instrumentos qualitativos em se tratando de investigar alguns aspectos dos indivíduos relacionados às formas de uso da comunicação não verbal, devido à propriedade com que eles interagem no ambiente de trabalho. A observação direta revelou-se, extremamente valiosa para compreender e confirmar os resultados obtidos na pesquisa de campo................................................50 MAYER, Verônica Feder; MARIANO, Sandra R. H. Linguagem corporal e não verbal. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/13460326/Aula-5-Linguagem-corporal-e-nao-verbal......................................52 SILVA, Leonardo Cunha da. Da comunicação interpessoal à comunicação em ambiente virtual. São Paulo: Site LERPARAVER, 2005. Disponível em: http://www.lerparaver.com/node/148. Acesso em: 3/nov./2009....................................................................................................................................................52 APÊNDICE A – Questionário......................................................................................................................53 CURSO DE BACHARELADO EM SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE...............................53 QUESTIONÁRIO.........................................................................................................................................53 14 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 1 O OLHAR NA ORGANIZAÇÃO Para dar início a este estudo, de acordo com a temática, adotou-se como título introdutório “O olhar na Organização”. A comunicação não verbal é um gesto muito comum, porém de extrema importância para as relações interpessoais. Nesse sentido inscreveu-se esse trabalho indicando a necessidade do olhar como gesto de comunicação, a partir do qual é possível perceber as diversas intenções das pessoas que realizam uma interação comunicativa. Nesta pesquisa pretende-se abordar o tema “Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA” por se tratar de algo muito presente nas diversas situações do cotidiano, especialmente dentro das organizações como fato recorrente. Essa temática foi abordada em uma oficina da XII Semana Acadêmica realizada no Centro de Ciências Sociais (CCSE) da UEPA, na qual foi possível a percepção de que é importante identificar e interpretar a intenção que está envolvida quando há interação comunicacional entre pessoas e que envolvem o ambiente empresarial com o objetivo de melhorar as inter-relações entre todos os funcionários de uma organização para que o trabalho seja desenvolvido da melhor forma possível, tornando um ambiente agradável para ambas as partes, visando a satisfação de todos e o bom funcionamento da organização. Portanto, é importante estar atento aos canais não verbais utilizados para conhecer as intenções que os envolvem. Nessa ocasião, atentou-se ao valor que deve ser dado aos sinais não verbais manifestados por funcionários de empresa ante a um conflito, ou não, tais como gestos, olhares, expressões faciais e movimentos corporais, os quais ocorrem de maneira inconsciente, sem que o indivíduo se dê conta ou mesmo conscientemente para indicar o grau de satisfação em relação aquele objeto ou propósito. É interesse dessas pesquisadoras abordar essa temática, uma vez que pretendemos desenvolver um olhar diferenciado às manifestações não verbais dos funcionários, superiores e clientes, nos mais diversos momentos da empresa, para a partir daí, tentar compreender melhor o ser humano em suas manifestações conscientes e inconscientes. Para tratar do tema em questão é necessário conceituar os termos 15 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. mais importantes deste estudo e que estão intimamente relacionados. São eles: a comunicação não verbal e o relacionamento interpessoal. Comunicação não-verbal é a comunicação que não é feita com sinais verbais, que não é feita com a fala nem com a escrita. As comunicações não verbais nas Organizações constituem gestos e atitudes que podem interferir no comportamento das pessoas na empresa, visto que na maioria das vezes são responsáveis por causar um clima de insegurança entre funcionários, influenciando diretamente na produção da empresa. Outro termo de fundamental importância para a compreensão do objeto deste estudo é o relacionamento interpessoal que envolve o conhecimento de aspectos internos do próprio "eu", como o conhecimento dos próprios sentimentos, a gama de respostas emocionais, o processo de pensamento, a auto-reflexão e um "senso de" ou intuição relativa às realidades espírituais, ou seja, sair de dentro de si e olhar-se como um observador distante. Existem algumas questões que foram responsáveis pela necessidade da realização do objeto de investigação desta pesquisa. A partir das quais tornou-se necessário realizar técnicas de levantamentos de informações relacionadas ao tema em questão no sentido de expor as diversas situações que envolvem o relacionamento interpessoal nas organizações com o objetivo de buscar soluções ou mesmo aproximar-se de um modelo determinado e apropriado aos futuros pesquisadores e interessados pelo tema em estudo. Já que no meio organizacional nos deparamos com diversas situações-problema que na maioria das vezes podem causar conflitos entre os indivíduos que pertencem à organização. Partindo do princípio de que a comunicação é básica em qualquer meio social, a presente investigação busca responder a seguinte problemática: Qual a influência da comunicação não-verbal nos processos de comunicação interpessoal no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA? As seguintes questões auxiliares ajudaram a elucidar a pesquisa: 1. Quais as formas de comunicação não-verbal presentes no universo organizacional? 2. Qual a percepção dos funcionários em relação às formas de comunicação não-verbal? 3. Como a interpessoal? comunicação não-verbal interfere na comunicação 16 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A relevância dessa temática se dá pelo fato de que as organizações são ambientes nos quais circulam pessoas dos mais diferentes níveis hierárquicos, educacionais e pessoais. Nesses ambientes, como em outros a comunicação é uma questão de extrema necessidade, uma vez que as pessoas precisam se comunicar para desempenhar suas funções. Assim, essa pesquisa constitui um instrumento importante para a análise e percepção de situações que envolvem a comunicação não verbal com seus sinais e atitudes capazes de influenciar o processo organizacional possibilitando ou não, à organização, uma considerável melhora no fluxo de informação bem como em um melhor relacionamento entre todos os indivíduos envolvidos em tal processo. Com esta pesquisa foi possível perceber a relevância de determinados comportamentos em detrimento de outros, com o intuito de evitar possíveis problemas no contato com clientes e até mesmo, com funcionários, o que causaria graves transtornos nos negócios da empresa. Inscreveu-se esse trabalho buscando alcançar os seguintes objetivos: Identificar e analisar a influência da comunicação não-verbal nos processos de comunicação interpessoal no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA, bem como mostrar as formas de comunicação não-verbal presentes no universo organizacional, verificar a percepção dos funcionários em relação às formas de comunicação não-verbal, analisar a interferência da comunicação nãoverbal nas relações interpessoais. Uma possível hipótese para tal fenômeno é o fato de que esses indivíduos podem ser levados a se comportar dessa forma por impulsos naturais do ser humano, ou seja, esses indivíduos se comportam de forma espontânea de acordo com o que a situação exige deles ou mesmo porque a demanda das atividades exige concentração e sendo assim, as formas de comunicação não verbal não são percebidas pelos indivíduos, influenciando ás situações negativas. Hipóteses secundárias: 1ª hipótese: As formas de comunicação não-verbal presentes no universo organizacional são os gestos, o contato visual, as expressões faciais, os movimentos de cabeça e o distanciamento físico. 2ª hipótese: A maioria dos funcionários não é capaz de perceber as formas de comunicação não-verbal devido à máxima concentração exigida pelas funções que eles desempenham na organização. 17 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. O referido tema foi anteriormente tratado por diversos autores responsáveis por oferecer contribuições relacionadas à comunicação não verbal, bem como o relacionamento interpessoal. Entre esses autores é possível destacar Mark L. Napp e Judith A. Hall que publicaram em 1999 a obra denominada “Comunicação não verbal na interação humana” que serve de base emprestando informações essenciais para este estudo, além do referido assunto possuir diferentes abordagens no artigo publicado na revista esfera que trata da importância da linguagem não verbal nas relações de liderança nas organizações no qual a autora Suraia Schelles aborda o uso da comunicação não verbal somente entre os líderes das organizações. Além disso, autores como: Jorge Lemos, Leonardo Silva e Mesquita abordaram o tema relacionando-o ao uso da comunicação não verbal e da linguagem corporal à outros sistemas ou à outras áreas e formas de interação, porém sempre voltadas ao meio organizacional. Assim, a presente investigação está estruturada da seguinte maneira: iniciouse com um texto introdutório, denominado “O olhar na organização”, a partir do qual apresentamos os conceitos das principais idéias que envolvem o tema, bem como o interesse pela temática, as questões que norteiam o assunto abordado, os objetivos da pesquisa, as hipóteses do tema em questão e os procedimentos adotados. Na primeira seção primária, dividida em três seções secundárias, tratamos da comunicação humana como fenômeno e função social, além do auxílio que as manifestações gestuais oferecem à comunicação verbal. A primeira seção secundária aborda a relação entre a comunicação não verbal e o relacionamento interpessoal, oferecendo os conceitos dos principais termos deste estudo, além da necessidade do uso das expressões não verbais como forma de melhorar o comportamento interacional dos funcionários. A segunda seção secundária trata da relevância da comunicação não verbal nas organizações, bem como os benefícios e prejuízos que ela pode trazer às empresas. A terceira seção secundária apresenta a pesquisa de campo realizada no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Pará, bem como os resultados obtidos a partir de tal pesquisa. Na terceira seção apresentamos a conclusão deste estudo denominada: “Últimos olhares” que apresentam as reflexões resultantes deste estudo, os objetivos alcançados, além da proposta de possíveis pesquisas relacionadas ao tema abordado neste estudo para futuros pesquisadores. 18 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 2 A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NAS ORGANIZAÇÕES A seção em apreço apresenta uma compreensão teórica em autores contemporâneos sobre as expressões não verbais no relacionamento interpessoal nas organizações, na qual se relata a importância, como estas acontecem e quais os tipos mais recorrentes de comunicação não verbal, bem como o valor que ela agrega à organização. 2.1 AS EXPRESSÕES NÃO VERBAIS E O INTERRELACIONAMENTO De acordo com Silva (2005), os meios utilizados para se expressar são os gestos e a voz, desde os primeiros momentos da comunicação. Ele ainda afirma que para se chegar as expressões não verbais é necessário, primeiramente, definir o ponto de partida do relacionamento interpessoal sem o qual não seria possível estabelecer a comunicação. Não se sabe ao certo quando houve a primeira intenção comunicativa, porém segundo Silva (2005), para se comunicar, o homem primitivo imitava os sons que ouvia no ambiente, inventando, posteriormente, uma linguagem para exprimir seus desejos e necessidades, a partir de um sistema progressivo e aberto de comunicação, passível de ser transmitido e enriquecido entre gerações, o que o torno diferente dos animais, posto que ainda não haviam suportes para a comunicação. Então o homem desenvolveu a capacidade intelectual e manual de produzir representações icônicas, elaborando, mais tarde, diversas técnicas e suportes, embora preferisse o muro das cavernas para representar simbolicamente as cenas vistas e imaginadas, pronunciando, assim, o advento da escrita, originando a comunicação de elite. O relacionamento interpessoal envolve no mínimo um emissor e um receptor em que o emissor exerce influência sobre o receptor e este age sobre o primeiro. Assim, a exteriorização pelo gesto e pela palavra necessita da presença de todos os interlocutores num mesmo espaço e momento. Estes interlocutores, segundo Cranach (apud MESQUITA, 1997, p.4), podem agir de 3 formas: interativa, obtendo resposta a mensagem enviada; comunicativa, utilizando um código e elementos 19 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. comportamentais e informativa, informando ou esclarecendo aspectos de alguem que está em observação. Entre o verbal e o gestual existem pontos de interrelacionamento que podem ser adquiridos e até mesmo ensinados. Dos quais Knapp (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.23) enumerou: Repetição; Contradição pelo verbal – cruzar os dedos para indicar uma mentira, por exemplo; Substituição pelo verbal - a exemplo do gesto que substitui o “ok”; Complementação e, conseqüentemente, mudança entre dois interlocutores, no que concerne a suas atitudes e intenções um para com o outro; Ênfase numa parte ou em toda a mensagem; Relacionamento e regulação do fluxo comunicativo como: fazer gestos com a mão para indicar que a pessoa quer falar. Durante o relacionamento interpessoal é comum as pessoas não se preocuparem com as expressões não verbais que emitem, tampouco tentam perceber, através dos sinais não verbais, enviados pelo interlocutor, tais como: olhar, gesto de espanto, franzir as sobrancelhas, etc, de que forma a mensagem foi recebida. 2.1.1 Explicitando a comunicação não verbal Ao mesmo tempo em que a lingüística realizava pesquisas sobre o modo como o cérebro estrutura a aquisição da linguagem ou é por ela estruturado, outras disciplinas estudavam outras formas de expressão a partir de teorias das ciências humanas com complementos de algumas ciências naturais. Isso faz com que a comunicação não verbal possua diversas interpretações. (RECTOR e TRINTA, 1986, p.23). Para tratar da comunicação não verbal inicialmente é necessário saber que conforme Mesquita (1997), a comunicação não verbal pode ser transmitida por meio do corpo, dos objetos relacionados ao corpo e os produtos da habilidade humana e o que indica que esse tipo de comunicação é relevante á comunicação humana é o fato de que as relações interpessoais são mais influenciadas pelos canais não verbais do que pelos verbais. Assim, os sinais não verbais são importantes, principalmente, no que tange às relações entre profissionais cujas atividades envolvem o corpo e o movimento, contribuindo para que as outras pessoas envolvidas possam perceber melhor as mensagens transmitidas. 20 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Partindo do princípio de que a língua possui um aspecto externo e outro interno, é possível estudar as frases por meio da expressão de um pensamento ou sob o aspecto de sua forma física. Isso reforça o fato de que a comunicação gestual mais do que meros signos individuais, consiste em frases ou enunciados mais amplos e complexos. Concordando com algumas teses lingüísticas que afirmam que a linguagem é um produto na mente. Vale indagar, porém se “não será a mente um produto de ações e reações sociais?” (RECTOR e TRINTA, 1986, p.24) É de extrema relevância, antes de tudo, se estabelecer de que forma, quando e por quem a comunicação ocorre. Segundo Kreps (apud RECTOR e TRINTA 1986, p.26), uma pessoa recebe a mensagem, composta por símbolos, e a ela responde atribuindo-lhe um significado. A isso Goldhaber (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.26), acrescenta que este processo permite interpretar as mensagens de forma única e pessoal. Kreps (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.26), afirma que enviamos mensagens internas a nós mesmos e reagimos às mensagens externas que nos são enviadas ou que enviamos a outras pessoas, sendo que os sistemas verbais e os não verbais são encontrados nas mensagens externas. A comunicação interna, porém, envolve tanto a mensagem transmitida de um superior ao subordinado quanto a resposta que a mensagem provocou no receptor. Nesse sentido, comunicar significa compartilhar os modos de vida e o comportamento global, seguindo as normas estabelecidas pelo homem para o homem. Na comunicação, transmitimos “informações, simples ou complexas, ao nível das relações humanas ou sociais, ou inclusive, ao nível biológico” Pignatari (apud Mesquita, 1997, p.6). Na concepção de Heidegger (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.26), comunicar é manifestar a essência do homem; é um “estado-mundo-junto-deoutros”. Na concepção de Rector e Trinta (1986), a comunicação é, ao mesmo tempo, fenômeno e função social. Pode ocorrer entre homem/homem, homem/máquina e mesmo entre máquina/máquina. Em 1920, Sapir (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.28) mostrou que as palavras não servem à comunicação ativa sem o contexto cultural e a dimensão do uso oral. Desde muito cedo compreendeu-se que não se pode ensinar uma língua num vácuo cultural, pois a comunicação se dá como um todo, como uma composição de vários ingredientes. Estatisticamente, as mensagens não verbais são 21 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. transmitidas em maior quantidade em relação às mensagens verbais. Divididas da seguinte forma, de acordo com Mehrabian (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.29): 7% da comunicação interativa cara-a-cara (ing. Face-to-face interaction) é realizada por palavras; 38% se dá pela tonalidade vocal e outras características prosódicas; enfim. 55% é tributável à expressão facial, corporal e gestual. Mais recentemente, Applbaum, Bodaken, Sereno e Anatol (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.29) provaram que 35% do significado é verbal, em contraposição a 65% dito não-verbal de acordo com Jonhson e Gentleman (apud RECTOR e TRINTA,1986, p.29). Existem alguns trabalhos, hoje clássicos, sobre a comunicação não-verbal. Um de seus pioneiros foi Edward Hall, com obras como The silent laguage (1959), the Hidden Dimension (1966) e Bey ond Culture (1976). Estas obras deram origem a uma terminologia específica e a conceitos fundamentais sobre o assunto. Também R. Birdwhitell e I. Eibl-Eibestfeldt são autores e autoridades neste domínio. O modelo mais didático é o de Payatos (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.30), que oferece um quadro geral da comunicação corporal total, como veremos adiante. A expressão “comunicação não verbal”, embora apresente limitações, é tratada por outros autores como “comportamento não verbal”, ou segundo Goffman (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.30), como “interação comunicativa cara-a-cara”. Além disso, o termo “não-verbal” ou “não verbal” recebe variações na forma escrita, e é usada por especialistas de diversos campos de pesquisa, dependendo, assim, da grafia adotada por cada especialista. O não-verbal opõe-se necessariamente ao verbal? Estão simplesmente coordenados? O gesto difere do movimento? Ora, em termos de comunicação, “falamos com os órgãos vocais, mas conversamos com o corpo inteiro?” (ABERCROMBI, apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.30). Portanto, temos que considerar as características das expressões faciais, o contato dos olhos, os gestos e a postura, a orientação corporal, os contatos de proximidade, etc. Sebeok (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.30), assim se refere à expressão “comunicação não-verbal”: Erroneamente, também implica a independência, geralmente de alguma forma sincrônica implícita, do componente verbal em seres humanos. A fórmula “comunicação menos língua = comunicação não-verbal” é negativa, simplista e 22 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. obscura. Em outras palavras, não faz sentindo falar de “comunicação verbal” e de “comunicação não-verbal”. Há somente comunicação, um sistema de padrões comportamentais pelos quais as pessoas se relacionam umas com as outras (Kendon, apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.31); em resumo, trata-se do objeto do campo constituído da etologia de interação. Para Payatos (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.31), a comunicação nãoverbal é usada por pessoas que estão diante uma da outra, para alcançar o significado de determinados comportamentos humanos, sobretudo quando se quer compreender as mensagens implícitas em tais comportamentos. Trata-se de denominar todos os modos pelos quais a comunicação se efetua entre pessoas, quando em presença uma das outras, por outros meios que não palavras (Kendon, apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.31). Seidl (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.31), afirma que antes de abordar as teorias não verbais é necessário discutir sobre o fato de que os signos não verbais são ignorados pela maioria dos lingüistas ou associados a língua, sendo esta um meio especial de comunicação. Os signos não verbais são utilizados também pela matemática, biologia, medicina, psicologia e sociologia. A lingüística é parte dessa ciência. Além disso, a lingüística tem sido uma ciência-piloto nas pesquisas semiológicas e os métodos do estruturalismo têm sido levados em conta pelo semiólogos, ao passo que os semioticistas têm dúvidas a respeito da valia das teorias lingüísticas mais recentes. A competência sígnica deve ser considerada e vinculada à teoria de “ação” (Seidl, apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.32). Os lingüistas, preocupados com a língua, preferem reservar o conceito de “linguagem” (ing.language) para as línguas verbais humanas e julgam que este termo não deve ser aplicado a sistemas não-verbais. Por outro lado, procedimentos lingüísticos têm sido transferidos para a semiologia: unidades mínimas, dicotomias, o conceito de código, os níveis de articulação, etc. É, possível distinguir, epistemologicamente, dois pontos de vista fundamentais e extremos: No primeiro, Habermas (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.32) afirma que os signos não-verbais constituem a inteligência antes da língua. No segundo, Seidl (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.32) se refere aos signos não verbais como símbolos aquém da linguagem. Assim, podemos classificar o comportamento como 23 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. vocal e não vocal; verbal e não verbal, ou ainda, substituir o termo “comportamento” por “comunicação”. Dessa forma, é necessário conceituar esses termos, em que o verbal é constituído pelo comportamento vocal, sem qualquer preocupação com a pronúncia e o não verbal abrange tanto o comportamento vocal quanto o comportamento não vocal. De modo que, combinando ambos, é possível obter as palavras como resultantes da combinação entre o vocal e o verbal; a entonação e as palavras escritas ou impressas da combinação entre o vocal e o não verbal e entre o não vocal e o verbal; e a expressão facial, o gesto e a postura resultantes da combinação do não vocal com o não verbal. Em uma conversa, interagem a lingüística, os paralingüísticos e os extralingüísticos que comunicam a informação indéxica (sobre o próprio falante), mas que não são dirigidos por quem fala. São não-verbais, não lingüísticos, mas podem ser vocais e não-vocais, exemplificados por Laver (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.33) como a qualidade da voz (vocal) e o estilo de roupa do falante (não vocal). Além destes elementos, o silêncio, definido por Payatos (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.33) como a ausência de som vocal, nasal e auditivo durante um determinado intervalo de tempo, e a quietude, definida como a posição de neutralidade do corpo, também interagem na conversa. Ambos são considerados signos, uma vez que podem ser codificados e decodificados de forma consciente. Também podem ser considerados, de acordo com Sebeok (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.33) como signo zero, que Payatos (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.33) conceitua como a ausência de som e movimento. 2.1.2 Os tipos de comunicação não verbal Como se sabe, existem vários meios de realização da comunicação não verbal e estas são também responsáveis por enviar mensagens sem o uso de palavras como: a paisagem, a urbanização, a arquitetura, o desenho industrial ambiental, a comunicação visual, a publicidade, a sinalização viária, a moda, entre outros, porém neste estudo serão tratados apenas tipos de comunicação não verbal utilizados durante a interação entre dois ou mais indivíduos ao longo da realização de suas atividades em uma organização. São eles: contato visual, gestos, 24 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. expressões faciais, postura, movimentos da cabeça e proxêmica, que nada mais é do que o distanciamento físico entre os indivíduos no decorrer de todo e qualquer processo de comunicação. A comunicação humana utiliza outros recursos expressivos dentre os quais é possível citar: O traje usado para cobrir o corpo, o meio de transporte adotado que não são de ordem estritamente funcional, ao contrario dizem sem palavras nossas preferências, revelam nossos gostos. Escolher cores, modelos, tecidos, marcas significa expectativas socioeconômicas, mas, sobretudo revela o que queremos que pensem de nós, aquelas escolhas representam a auto-imagem que queremos comunicar. Segundo Cabral (1997) certos comportamentos oculares estão relacionados com certas disposições, reações ou atitudes, além de serem utilizados para regular a conversão como as regras sociais que regulam as formas e procedimentos de contato visual, que consistem em verificar habitualmente maior contato visual entre amigos e pessoas emocionalmente próximas, e o olhar prolongado é interpretado positivamente; Pessoas que procuram o contato visual enquanto conversam são avaliadas como abertas e como mais francas e dignas de confiança; uma pessoa que olha fixamente para outra quando lhe dirige a palavra é percebida como estando numa posição de poder. O olhar e, sobretudo a sua direção, conforme Goffman (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.34) relata, desempenham um papel básico na iniciação e manutenção de encontros sociais. Uma vez estabelecido, o contato visual pode significar vontade de interagir. O olhar também pode indicar aversão, sobretudo em três ocasiões específicos: o olhar lateral (virando a cabeça ligeiramente para um lado); olhar lateral (virando a cabeça ligeiramente para um lado, e movendo os olhos para um lado); e olhar para baixo (abaixando a cabeça ou os olhos, verticalmente) (GIVENS, apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.34). É evidente que os homens são atraídos pelas mulheres de grandes pupilas, mas suas respostas ocorrem geralmente ao nível não-verbal. Parece que há um decidido apelo em relação às mulheres de grandes pupilas, na medida em que implicam um forte interesse sexual pelo homem com o qual ela se encontra, assim como a faz parecer mais jovem[...]. A pupila aumentada age efetivamente como um “sinal” transmitido à outra pessoa. Várias observações feitas por outras pessoas mostram que isso realmente pode ocorrer nas relações interpessoais entre um homem e uma mulher sem que, aparentemente, estejam conscientes disso. (HESS, apud SCHELLES, 1997, p. 5). 25 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A manifestação gestual é considerada uma forma de expressão responsável por auxiliar a comunicação verbal durante a interação. A gestualidade serve para enfatizar o enunciado e envolve modos como afirmação, negação, dúvida, além de expressões de qualidade ou quantidade (estalar de dedos ou desenhos no ar, indicando dimensões), manifestações psicológicas (alegria, tristeza ou desânimo), além das manifestações de necessidade (fáticas) de comunicação intersubjetiva (acolhida, repulsa, etc.). Dentre os sinais não verbais observados, maior número foi utilizado para a demonstração de sentimentos, decodificados principalmente, como interesse, atenção, tranqüilidade/descontração, tensão/medo, indiferença, ansiedade e irritação. Identificamos também o não-verbal contradizendo o verbal, alertando-nos que a maneira contraditória de emitir mensagens pode dar interpretação dupla ou distorcida da mensagem enviada. Wundt (apud RECTOR e TRINTA,1986, p.34) afirma que há uma separação entre o gesto e a idéia, além da separação entre processo sensório e conteúdo psíquico em que os sentimentos simples compostos pelos pares: excitação e repressão; prazer e aversão, e tensão e alívio, unidos às manifestações afetivas: intensidade, qualidade e componente da imaginação. A tradução ou a explicação de determinados comportamentos têm sido objetivo de aprendizagem, treinamento e técnicas de protocolo para diplomatas, nos níveis mais sofisticados das relações internacionais. Assim também, empresários e executivos em transações comerciais diversas entre os países de todos os continentes. Realizar determinados atos de forma inconsciente causa problemas e desentendimentos, na maioria das vezes devido ao fato de que os receptores da mensagem interpretam determinados gestos de forma equivocada, sempre levando em consideração a significação que tais gestos recebem em sua cultura. É o caso da oposição de significados de um mesmo gesto que enquanto nos Estados Unidos significa just fine ou ok (“está tudo bem”), no Brasil constitui um insulto ou provocação, cuja tradução literal, significa “vá tomar no cu” (chulo). Apesar de aceitarem como um fato a necessidade de aprender a assimilar gestos, tanto a política como o comércio têm encarado a comunicação não-verbal mais como uma arte a ser dominada do que uma área aberta á pesquisa científica. 26 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A expressão facial é a forma mais básica e mais comum de expressão de emoções. O rosto humano será capaz de gerar cerca de 20.000 expressões diferentes, devido aos movimentos executados pelos quinze pares de músculos faciais; Apesar de alguns aspectos das expressões serem determinados culturalmente há expressões básicas que são reconhecidas universalmente. Imagem 1 – Representação frontal dos músculos da Expressão Facial A partir das expressões faciais primárias é possível misturá-las e, assim, obter como resultado novas expressões faciais, por exemplo, quando se mistura a expressão de nojo à expressão de medo é possível obter-se a expressão de horror ou quando se mistura a expressão de tristeza à expressão de surpresa obtemos a expressão de desapontamento. 27 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Desenho 1 – Representação das variações das expressões faciais 28 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A proxêmica envolve ao mesmo tempo a comunicação não verbal e o relacionamento interpessoal, que segundo Houaiss (apud ATHAYDE, 2008, p.9) é o “estudo das distâncias físicas que as pessoas estabelecem espontaneamente entre si no convívio social, e das variações dessas distâncias de acordo com as condições ambientais e os diversos grupos ou situações sociais e culturais em que se encontram”. Por exemplo, quando um indivíduo procura um lugar para sentar-se, geralmente ele primeiro se certifica de que o lugar não está sendo ocupado por outra pessoa e no caso de um banco de praça já ocupado por outra pessoa numa das extremidades, a tendência é sentar-se na extremidade oposta, mantendo uma determinada distância do outro indivíduo. Desenho 2 – Ilustração da proxêmica entre duas pessoas 2.1.3 A comunicação Gestual Rector e Trinta (1986) afirmam que a comunicação gestual expressa o pensamento a partir de movimentos visíveis e sem a presença de som. Wundt (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.34), classifica os gestos básicos em cinco classes, sendo a primeira, psicológica e a segunda, demonstrativa, sendo esta constituída por partes conversação e pelas relações espaciais. A terceira classe é composta pelos gestos imitativos, classificados em indicativos e plásticos. A quarta classe formada pelo gesto conotativo. E a quinta classe representa o gesto simbólico. Ainda segundo Wundt (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.34), não é possível distinguir os gestos gramaticalmente, uma vez que não apresenta verbos, substantivos ou adjetivos, porém é possível identificá-los semanticamente em concordância com o pensamento. Sintaticamente, a comunicação gestual obedece aos gestos individuais, a dependência entre os gestos, de acordo com a seqüência que ocorrem, exprime o significado mais expressivo. 29 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A comunicação inter-humana segundo Wundt (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.34), é desenvolvida por diversos canais em que as mensagens se complementam e se reforçam mutuamente. Assim como a linguagem verbal, o comportamento gestual é social e diferenciado culturalmente. E, embora relacionados à comunicação, leva-se em consideração a função do tato, olfato e espaço. 2.1.4 A Língua dos sinais como forma de comunicação não verbal A Língua de Sinais se refere ao uso de gestos em lugar dos sons durante a comunicação. É utilizada como forma de entendimento entre pessoas surdas, mudas e com outras dificuldades auditivas, mas também é usada para a comunicação nos esportes e em algumas atividades profissionais. A língua de Sinais é natural e complexa da mesma forma que as línguas orais, dispõe de recursos expressivos suficientes para permitir a seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera de atividade. 2.1.5 As impressões das expressões não verbais no interrelacionamento Os gestos se relacionam ao comportamento corporal resultando em diversos tipos sócio-educacionais que segundo Payatos (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.35) são os condicionantes biológicos e psicológicos, além da convivência e dos padrões culturais. Estes tipos estruturam o comportamento humano. Entretanto, o ser humano age de acordo com a situação em que se encontra. Deste modo, as situações convencionais vividas pelo indivíduo, tais como, parabéns, cumprimentos e pêsames, ocorrem freqüentemente. Com isso, a classificação social do indivíduo depende da forma como se comporta e da forma como assimila suas atitudes, de acordo com os rituais e as situações impostos pela sociedade. Neste sentido, acrescenta-se o conceito de aceitabilidade diferente da definição lingüística, na qual os enunciados aceitáveis são tidos como naturais e de imediata compreensão por parte dos falantes, dispensando, portanto, qualquer análise aprofundada. 30 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Aceitabilidade, para qualificar comportamento, é uma medida de tolerância para a execução de um determinado gesto, maneira, postura ou expressão proxêmica ou cronêmica, como veremos posteriormente. Por exemplo, no tocante à percepção social do tempo, no Brasil, se alguém for convidado para as 21 horas, e chegar na hora certa, encontrará a casa vazia e, talvez, os donos-da-casa e anfitriões ainda se arrumando. Tomar o convite ao pé-da-letra seria nesse caso um gesto mal recebido. Se um jantar entre ingleses é marcado para as 20 horas, os convidado chegarão pontualmente a esta hora; caso contrário, serão considerados pessoas mal-educadas. Trata-se, evidentemente, de contrastes culturais. O que é considerado positivo numa cultura é negativo em outra. Portanto, os comportamentos são socialmente validados de acordo com uma determinada concepção da vida em sociedade, numa determinada época. Os contrastes individuais e culturais são temas freqüentes nesse trabalho. 2.1.6 As relações entre o verbal e o não verbal. Aqui temos as abordagens em que a comunicação verbal e a comunicação não verbal se interrelacionam, que são por duas formas gerais: Obrigatória e optativa. O melhor exemplo para a classificação dessas duas formas de comunicação como ilustração obrigatória é o computador a bordo da espaçonave interplanetária do filme 2001-Odisséia no espaço. O personagem ou a coisa em questão chama Hal, tem uma voz constante e está programado para ser eternamente calmo, até mesmo quando se trata de ameaça de sua própria destruição. A maneira de Hal comunicar-se, apesar de ser vocal e verbal, é decididamente não humana. O que ocorre é que jamais identificaremos o “estado de espírito” em que os aparelhos se encontram. São raros os exemplos obrigatórios de comunicação não-verbal como ilustrativos da comunicação verbal. É o caso da expressão “entrou por um ouvido e saio pelo outro”, que vem sempre acompanhada da respectiva gesticulação das mãos, indo de uma orelha para a outra. No entanto, a variante “entrou por aqui e saiu por ali” não necessita da palavra ouvido, pois o próprio gesto, indicando o 31 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. órgão, desempenha a função requerida. Filme (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.42) chama a atenção para algumas expressões dêiticas, no inglês yea: “It´s about yea big, yea high yea deep”; é o caso de voici e voilá do francês: e o vot russo. Temos, em português, “está lá” e “ponha isto aqui” Johnson (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.42) As ilustrações optativas podem ser divididas em categorias denominadas imitativa, metafórica e convencional, tornando-se por base o fato de a mensagem ser representada direta e concretamente no comportamento não-verbal ou meramente referida por meio de gesto obstrato. (1) A comunicação não-verbal imitativa reitera a mensagem verbal, dizendo novamente de forma não verbalizada o que havia sido dito verbalmente; “Sua cabeça é quadrada como uma caixa” (usando-se as mãos para mostrar o respectivo formato); “preciso de três reais” (mostrando-se a quantia com os dedos na mão). A comunicação não verbal também pode acrescentar uma nova informação: “Ela ficou com uma baita cicatriz na perna, após o acidente” (traçando-se uma linha, referente á extensão da cicatriz no local em que se encontra, com o dedo). O conhecido insulto “vá tomar no cu” em português se encaixaria na primeira categoria (imitativa); é o caso de “aqui, ó” em que a junção do indicador e polegar formam um pequeno círculo. (2) Os signos não-verbais metafóricos são pictóricos, como os signos imitativos, mas não usado metaforicamente com relação á mensagem verbal. No exemplo “está com a corda no pescoço” “Outra expressão é a expressão ‘fica de olho nele’, significando ‘observe-o atentamente’. O gesto é feito puxando-se um dos olhos para baixo de modo que o olho fique mais exposto, mais ‘atento’”. (3) As ilustrações convencionais são as mais abstratas das três, não mantendo um vínculo com objeto físico, ato ou conceito. A maioria dos signos nãoverbais incluem-se nessa categoria. Assim, por exemplo, abanar as mãos para dizer adeus; menear a cabeça para afirmar ou negar; ou produzir ruído vocal “ts,ts” em sinal de desaprovação. O uso enfático da comunicação não-verbal acompanha constantemente a verbal. 32 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A. Ênfase geral – Uma frase inteira é enfatizada. O exemplo “estou muito zangado” ou “estou P da vida”, dito uma forma normal é equivalente á mesma frase gritada, em voz alta; mas seu significado se altera. No primeiro caso, o emissor pode ao ser levado a sério. B. Ênfase singular – É semelhante a A, mas enfatiza um certo ponto da frase, através da acentuação mais intensa de determinada palavra ou sílaba: Você não pode fazer isto. Cheguei às oito. C. Ênfase divisional – È muito comum no caso de contagem: primeiro, segundo, etc. Também é usado para o ato de decidir, como na expressão “ou um ou outro”: gesticulando-se primeiro com uma e, depois, com a outra mão. D. Gestos rítmicos – São aqueles que não transmitem uma mensagem independente, mas também não marcam nenhum aspecto particular da frase. Inconscientemente, o ouvinte tende a mover a cabeça ao concluir uma frase, conforme expõem Dittman e Llewellyn (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.44). A comunicação não-verbal pode contradizer a comunicação verbal, quando se tem uma negação ruidosa ou intencional daquilo que está sendo dito. A. Uma negação ruidosa ocorre numa situação jocosa, especialmente para exprimir sarcasmo ou ironia: “Ótimo”, quando queremos dizer o oposto; “é uma boa”, quando na realidade é algo ruim. A mensagem verbal é interpretada como sendo sarcástica; a mensagem não-verbal transmite aqui o verdadeiro conteúdo comunicado. B. A comunicação não-verbal também é usada para aparar as arestas psicológicas da mensagem verbal. Se um patrão diz: “desta vez passa, mas da próxima o senhor vai para rua”, seu tom calmo ameniza a ameaça feita ao empregado. Geralmente é a mensagem não-verbal que traz consigo a realidade, mesmo contradizendo a verbal. Vemos, assim, que o gesto significa mais do que a palavra, ao menos em certos casos. É o caso em que o gesto diz mais do que a palavra e se basta a si mesmo. Um piscar de olhos significa “você me entende”, “estamos de acordo” quando, em um grupo, um dos membros dirige o olhar a outro, sabendo que ele é conhecer de um outro contexto, subjacente àquele em que se encontram, e do qual talvez os outros não se dêem conta. 33 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. O som nasal hum mostra assentimento por parte do interlocutor numa conversa. “dar uma banana” significa, ao se colocar o punho de uma mão na dobra do outro braço, que a opinião do ouvinte é absolutamente contrária à do falante. Vemos, com isso, que a comunicação não-verbal é criativa, tanto quanto a comunicação verbal, e que os exemplos dados não obedecem a uma classificação rígida, tendo em vista que o contexto pode alterar a ordem de ocorrência. Outra questão a ser levada em consideração na comunicação não-verbal é o nível de consciência das mensagens que emitimos e recebemos. De acordo com Sebeok (apud RECTOR e TRINTA 1986, p.45), As pessoas são capazes de codificar, deliberadamente ou não, mensagens; e (de decodificar) mensagens sabendo o que estão fazendo ou sem conhecimento consciente do que elas significam. É caso comum na escola. Quando um professor elogia um aluno, a tendência é que seu desempenho supere daí em diante, sua atuação normal. Não temos controle das nossas manifestações não verbalizadas, como podemos ter no tocante à comunicação verbal. Podem-nos dizer: “Você escolhe as suas palavras com cuidado” ou chama nossa atenção com: “Tome cuidado com o que você diz”; mas ninguém dirá: “Tome cuidado com seus gestos”. No máximo, dirá: “Tome cuidado com comportamento”, o que já envolveria elementos de comunicação verbal e nãoverbal. Johnson (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.46) afirma que há dois aspectos do interrelacionamento mencionado a serem abordados aqui: são o controle e a consciência. Por consciência queremos designar uma diferença entre agradar alguém, de forma voluntariamente, desconhecida mostrando uma e não-intencional, atitude atenta e mesmo agradar que não alguém esteja verdadeiramente interessada. Em outras palavras, isto seria bajular. Esta distinção é especialmente importante na comunicação não-verbal. As idéias acima exposta podem ser resumidas no seguinte quadro: 34 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Figura 6 - Esquema do controle e da consciência Emblemas, sorriso educado. Ausência de controle Controle Movimento de atenção da cabeça Rubor Consciência Ausência de consciência Resposta da pupila Há quatro possibilidades de combinação dessas variáveis segundo Johnson (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.46): A primeira ocorre quando a consciência combina com o controle, em que há uma referência à situação na qual o emissor está consciente do efeito do signo e pode emiti-lo ou não. É o caso dos emblemas, como o sorriso polido que damos quando apresentados a alguém numa situação formal. Na segunda, quando a ausência de consciência combina com o controle, o emissor geralmente não está consciente, mas pode controlar-se; assim, por exemplo, mover a cabeça em direção ao interlocutor para mostrar que está atento às suas palavras. A terceira, quando a consciência combina-se a ausência de controle, inclui efeitos somáticos dos quais estamos consciente, mas não podemos controlar normalmente, como é o caso do enrubescimento, do tremor e da gagueira momentânea, quando ficamos nervosos. E a quarta e última, quando a ausência de consciência combina com a ausência de controle, designa mensagens dos quais o emissor não tem consciência e não é capaz de controlar, mesmo que cheguem ao seu conhecimento. É o caso de um aluno em sala de aula: sua pupila se dilata quando há apelo e interesse numa resposta ao professor; e ocorre constrição quando a resposta acusar um estímulo negativo. Vemos, pois, que os signos verbais e não-verbais ocorrem quando há pelo menos dois interlocutores em contato de comunicação. O objetivo final da produção sígnica é permitir um desempenho comunicativo. Quando há duas ou mais pessoas 35 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. presentes, é natural que necessitem revezar sua participação na conversa – revezamento este que se processa segundo certas regras. Para Kendon (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.47), essas regras são natureza geral, mas sua validade é eminentemente social. As pessoas aprendem a adotá-las por força de certas propriedades comportamentais que os interagentes manifestam porque são seres humanos. As formas de alternância no decorrer de uma interação são estabelecidas por Ducan (apud RECTOR e TRINTA, 1986, p.47), como a entonação que marca a construção frasal; a complementação da expressão verbal e o término ou relaxamento de um gesto manual. 2.2 A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL NAS ORGANIZAÇÕES É fundamental saber comunicar-se nas organizações. Já que para que elas alcancem o sucesso almejado, é essencial que a comunicação esteja atrelada ao planejamento estratégico. Assim todos dentro de uma organização devem ter conhecimento dos objetivos, missão, valores, código de ética, metas e do planejamento estratégico, pois assim todos estarão caminhando em direção ao mesmo alvo, ou melhor, caminhando conjuntamente, o que integra e fortalece a organização. Segundo Schelles (2009), o sucesso de uma organização está intimamente ligado ao poder da comunicação, ou seja, tal resultado é a conseqüência da boa compreensão da comunicação das lideranças com suas respectivas equipes. Tornando as necessidades em realidade, por meio da comunicação e da transformação da mensagem em fatos. No âmbito organizacional, as lideranças e suas equipes podem tomar uma atitude passiva, passiva-agressiva, agressiva ou assertiva. A proporção da assertividade da comunicação está diretamente ligada à atitude que se tem ao passar a mensagem e também ao recebê-la. Lembrando-se que a conformidade entre a linguagem verbal e a não verbal incentivam a tomar uma atitude, se percebo através da linguagem do corpo, que o que o outro fala, principalmente a liderança, está desconectado de suas ações e do reflexo do corpo do emissor, com certeza haverá ruídos, e conseqüentemente o não atingimento do propósito ou um atraso na execução do mesmo. 36 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. O resultado do entendimento e do alcance do objetivo organizacional vai depender muito de como estamos decodificando, aceitando ou rejeitando a mensagem. 2.2.1 As formas de comunicação não-verbal nas organizações O estilo de comunicação é muito importante, pois na concepção de Schelles (2009), ele reflete o que acontece nos centros de decisões. É importante, acima de tudo, demonstrar interesse, colocar-se no lugar do outro. A empatia é o grande segredo das relações! Com empatia consegue-se perceber através das expressões corporais o real estado do profissional, sua motivação e emprenho em determinadas tarefas. Não há uma forma única de comunicação. Ela pode ser realizada basicamente de duas formas: as tangíveis e as intangíveis. A comunicação não verbal está presente dentre as formas de comunicação intangíveis, uma vez que o nosso corpo passa mensagens o tempo todo: quando reforçamos que acreditamos no que ouvimos das lideranças ou mesmo dos colegas de trabalho e quando contradizemos tudo por meio de expressões corporais, podendo dar um tom inverossímil á situação. Nesse caso é necessário tomar cuidado, pois uma vez que nossa fala não condiga com nossa expressão corporal, pode-se fazer com que todo o restante, ou outras vezes, seja possível perceber que não há verdade na mensagem transmitida. 2.2.1 As influências da comunicação não verbal nas organizações Schelles (2009) afirma que algumas profissões reconhecem e enfatizam mais o discurso não verbal do homem como, por exemplo, profissionais cuja função é transmitir mensagens, idéias e emoções por meio da arte, da dança e do teatro. Para esses profissionais o estudo e o aperfeiçoamento da expressão corporal são fundamentais. Os profissionais que atuam na área de “marketing” e recursos humanos de diversos setores, de acordo com Schelles (2009), estão utilizando, para a admissão de funcionários, critérios cada vez mais relacionados aos canais de comunicação não verbal como aparência, vestuário, aspecto físico e carisma. Isto reforça o fato de 37 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. que, os políticos e os executivos atentam aos gestos, expressões faciais e posturas, que utilizam, com o objetivo de comunicar-se de forma consideravelmente eficiente e convincente. Assim, é essencial que os profissionais que interagem com pessoas no dia-adia, em especial aqueles cuja ação está diretamente relacionada ao corpo e ao movimento, sejam capazes de perceber a importância dos sinais não verbais realizados pelos seres humanos. Á exemplo dos psicólogos que devem compreender a comunicação do corpo em movimento a fim de desenvolver suas atividades com mais eficiência. Educação Física, a interação professor-aluno aparência física do profissional pode implicar na determinação de esteriótipos e sua influência na eficácia do processo ensino-aprendizagem e influenciar a categorização e comparação social. Outro exemplo é o médico, que sempre está atento aos sinais não verbais do corpo e do movimento do paciente para interpretar e compreender a origem ou a causa daquilo que está observando, principalmente em especialidades como a pediatria e a psiquiatria, em que há o comprometimento do discurso verbal, visto que as crianças não dominam a linguagem e os pacientes apresentam problemas mentais. Emitir, perceber e receber sinais não verbais são processos independentes que ocorrem inconscientemente, de forma natural que tende a se tornar habilidades. Muitos profissionais procuram controlar suas expressões faciais para amenizar, disfarçar ou neutralizar determinados sentimento, para não interferir na relação profissional e assim, não comprometer a realização de suas funções, cuidando para que com isso, não comprometa os objetivos da organização. Segundo De Wall (apud SCHELLES, 2009, p. 3), a linguagem corporal ou não verbal, é flagrante no jeito como as autoridades políticas inflam o peito e empostam a voz para falar em público. Também não é à toa que muitos políticos revelam a obsessão de nunca parecer pequenos. No mundo empresarial fica evidente a realização ou não do ser humano em seu trabalho através da linguagem do corpo. Atitudes tais como: bom ânimo, atenção, produtividade, prazer e outras atitudes positivas demonstram que há satisfação no trabalho. Porém, o contrário: baixa produtividade, desânimo, falta de satisfação e força para o trabalho, críticas excessivas evidenciarão que não há prazer ou satisfação no trabalho, mesmo que verbalmente o empregado ou 38 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. executivo ao ser perguntado se está satisfeito com seu trabalho diga ‘sim’. Evidencia-se que mesmo que a linguagem verbal diga que sim, a linguagem não verbal transmite que não. Segundo Lemos (2009), dentre os diversos ambientes que um indivíduo pode circular, o ambiente de trabalho é aquele onde a linguagem corporal se torna um fator crítico. Primeiramente porque tende a ser mais limitada em alguns aspectos, como a seriedade que o ambiente exige torna algumas pessoas menos expansivas e outras, mais cautelosas; em segundo mensagens enviadas incorretamente podem criar divergências, provocando mal-estar; interpretar correta ou incorretamente a linguagem corporal do outro influencia no sucesso de vendas e de negociações, portanto no âmbito financeiro e; por último, define de forma implícita a hierarquia dentro de uma cultura organizacional. Segundo Lemos (2009), os sinais usados para a comunicação no ambiente profissional tende a ser mais difícil de compreender, pois as pessoas costumam esconder os verdadeiros pensamentos, influenciadas na maioria das vezes pelo alto nível de competição, tornando a linguagem corporal dissimulada e deliberadamente ensaiada na esfera corporativa. Ainda de acordo com Lemos (2009), no ambiente de trabalho, as questões como territórios e zonas pessoais tomam contornos mais distintos, inclusive no que tange os objetos que ficam sobre a mesa no escritório. Os gestos de espelhamento se tornam claros em reuniões de departamentos, em treinamentos ou almoços com os colegas, assim como as posições de auto-defesa realizadas por braços e pernas. Chefes utilizam constantemente sua linguagem corporal agressiva para reafirmarem sua liderança, o que, em alguns momentos, recai em uma simples demonstração de força que não conquista qualquer respeito a mais de seus colaboradores. A convivência forçada de, em média, oito horas diárias, acompanhadas de algumas happy hours, também abre precedentes ao interesse por colegas de trabalho, que se manifestam por suas linguagens silenciosas. Esse tipo de linguagem no ambiente de trabalho é basicamente uma especialização da linguagem utilizada no meio social. A forma como o supervisor organiza seu trabalho, dedicando tempo para observar e interagir com os demais funcionários quando eles sinalizam por meio de movimentos corporais tal necessidade, pressupõe que a comunicação não verbal executa várias funções na organização. Para qualificar o relacionamento é necessário minimizar as tensões e reduzir a complexidade da dinâmica 39 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. organizacional, possibilitando que seus membros desenvolvam uma espécie de apoio mútuo. 2.2.2 A coerência na linguagem não verbal fortalece as organizações Uma organização forte tem em suas lideranças e equipes uma preocupação em que a linguagem não verbal reforce as idéias, expresse sentimentos, favoreça a relação interpessoal e facilite a compreensão do objetivo empresarial. As expressões faciais devem despertar o interesse e criar sinergia entre líderes e liderados, pois todos gostam de fazer parte de um objetivo, estar integrado e, para isso, nada melhor do que uma comunicação coerente. Um trabalho de anos em uma organização, por exemplo, para melhorar o clima organizacional, no qual é avaliado as relações interpessoais, entre subordinado e chefia, a comunicação, o entendimento das normas, diretrizes e políticas e demais variáveis que mostram o envolvimento do profissional pode ser todo minado por atitudes gestuais agressivas, de desdém, ou que denotem mentiras, ou mesmo assédio moral. As organizações são feitas de pessoas e não de máquinas, por isso, a coerência é cada vez mais necessária e exigida. Mesmo que não se possa expressar o que acha de determinada situação ou chefia, o corpo propagará para os demais, para os de fora, para os concorrentes, o quanto não há coerência organizacional e, faz-se o ponto de fragilidade da empresa. As relações humanas são o fator diferencial nas organizações. Assim, relações humanas fortes resultarão em empresas fortes, enquanto que relações estremecidas certamente resultarão em organizações vulneráveis e fragilizadas. 2.2.3 A importância do cumprimento no ambiente de trabalho As formas de cumprimentos merecem atenção particular. O ato de cumprimentar é fundamental ao contato pessoal, uma vez que indica formalidade e simboliza respeito e apreço às pessoas envolvidas no relacionamento interpessoal. Ocorre, geralmente, em situações sociais, manifestando-se de diversas formas de acordo com a cultura de cada lugar. 40 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. A forma de cumprimento mais usada é o aperto de mão, que caracteriza o início de uma interação. Porém, é possível ocorrer, também, ao final de um interrelacionamento. Sendo que no ato inicial significa “o pedido de acesso ao outro”, além da “oferta de si mesmo”. O cumprimento é constituído pela orientação do rosto, dos olhos ou da cabeça; pelo movimento das sobrancelhas; pela saudação verbal ou não; e pelo contato físico como os atos de acenar, abraçar, dar as mãos, dar tapinhas nas costas e beijar no rosto e/ou nas mãos. Cascudo (apud SCHELLES, 2009, p.5) revela que o cumprimento significa cumprir obrigação ou dever. Nesse sentido, a ação de estender o braço diagonalmente, representava de maneira simbólica, a idéia de “mostrar a lança em serviço do saudado”. Culturalmente, no Brasil, as regras de etiqueta dizem que um indivíduo hierarquicamente inferior deve antecipar-se em estender a mão durante o cumprimento a outro indivíduo de hierarquia superior. Porém, está em desacordo com as regras de etiqueta brasileira o fato de não apertar a mão daquele que a estende em cumprimento, constituindo um insulto ou ofensa, o ato de somente tocar a mão da pessoa que a estende. O que ocorre geralmente quando um político cumprimenta o seu eleitor. Imagem 2 – Representação da mão estendida para o aperto de mão Em outros países, especificamente os países orientais, como é o caso do Japão, o cumprimento é realizado por uma leve inclinação do corpo para frente. Saudação que simboliza respeito e permissão de acesso e atenção, uma vez que os povos orientais possuem uma cultura totalmente voltada à disciplina e respeito 41 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. pessoal, o que, em uma análise generalizada, os caracteriza como os maiores emissores de mensagens não verbais. Desenho 3 - Representação de cumprimento oriental 2.3 UMA PESQUISA DE CAMPO NA UEPA Nesta subseção, serão apresentados os resultados da pesquisa de campo realizada no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais – DFCS, situado no Campus do Centro de Ciências Sociais e Educação – CCSE, da Universidade do Estado do Pará – UEPA. O objetivo dessa pesquisa foi analisar a percepção que os funcionários têm a cerca das influências exercidas pela comunicação não-verbal nos processos de comunicação interpessoal no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA, além de mostrar se esses sujeitos são capazes de identificar os sinais realizados ao seu entorno. Além disso, essa pesquisa buscou mostrar de que forma a comunicação não-verbal está presente no universo organizacional, bem como suas contribuições para o sucesso das organizações. Serão apresentados como recursos para a pesquisa, o método utilizado, os sujeitos envolvidos, a coleta e análise de dados e o resultado obtido, com os comentários gerais. 2.3.1 A pesquisa Para este estudo realizou-se uma pesquisa de natureza aplicada com a finalidade de fornecer conhecimentos para serem aplicados na prática, visando solucionar os problemas encontrados na maioria das organizações: ausência 42 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. percepção acerca dos sinais emitidos pelos agentes interacionais. A pesquisa envolveu analise sobre o comportamento dos indivíduos que trabalham no Departamento de Filosofia e Ciências – DFCS da Universidade do Estado do Pará – UEPA por meio de características da comunicação não verbal. Tal pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa, a partir da qual buscou-se classificar e analisar em quantidade as informações obtidas após a aplicação do questionário, possibilitando mostrá-las graficamente de forma percentual. A pesquisa tem a finalidade de identificar e analisar as influências da comunicação não verbal nas relações interpessoais por meio de uma determinada quantidade (amostra) dos indivíduos envolvidos. Trata-se ainda de uma pesquisa descritiva que visa descrever algumas das características dos funcionários do DFCS, específicas ao tema aqui proposto. Para essa pesquisa utilizou-se o método dedutivo, cuja premissa maior é baseada no comportamento não verbal adotado pelos indivíduos da organização enquanto que a premissa menor baseia-se na forma de interação que eles utilizam entre si. Para a pesquisa de campo foram utilizadas técnicas de levantamento de dados e informações por meio de questionário aplicado a 14 funcionários lotados no DFCS da UEPA que foram selecionados em função da disponibilidade dos mesmos. Tal pesquisa foi realizada por e-mail sendo enviados os questionários para o e-mail de cada colaborador para que eles respondessem e enviassem de volta, respondido. A referida pesquisa foi realizada no período de 19 a 23 de dezembro de 2009. 1.1.1 Universo e amostra O universo da pesquisa foi um total de 20 funcionários lotados no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais (DFCS) do CCSE da UEPA, sendo utilizada uma amostra não probabilística acidental, envolvendo 14 funcionários que foram selecionados de acordo com a disponibilidade dos mesmos para a aplicação do questionário. A aplicação do questionário foi dividida em dois momentos. No primeiro momento o questionário foi aplicado somente aos seis funcionários presentes no DFCS, no dia 19 de dezembro de 2009 no período da tarde. No segundo momento, os funcionários foram informados por e-mail sobre a finalidade da pesquisa, sendo que o questionário foi enviado no dia 23 de dezembro de 2009 em anexo ao 43 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. endereço eletrônico de 20 funcionários, dos quais somente oito responderam e as outras seis pessoas responderam o questionário pessoalmente. 2.3.2 A coleta e análise de dados A coleta de dados, de acordo com o exposto acima, foi realizada por meio da aplicação de questionário envolvendo catorze funcionários da referida instituição, além da observação de situações cotidianas sobre as quais foram analisados alguns aspectos que determinam os tipos de comunicação não verbal, para compreender as diversas maneiras com as quais a comunicação não verbal influencia o comportamento dos indivíduos que fazem parte dessa Instituição de Ensino Superior – IES. As informações coletadas no questionário foram realizadas de forma objetiva, com a exposição de opções. Primeiramente foram coletadas as informações de cunho identificador, referentes ao sexo, faixa etária, função na empresa e tempo de serviço. Em seguida foram elaboradas sete perguntas, relacionadas ao tema deste estudo, com as devidas alternativas dentre as quais três apresentavam apenas duas opções: sim e não. Para a análise dos dados foram utilizadas técnicas padronizadas de coletas de dados baseadas na análise das respostas de cada colaborador de acordo com o levantamento das informações por meio de questionário e observação sistemática. Sendo que cada questão era analisada de forma isolada, comparada às respostas obtidas de todos os envolvidos na pesquisa. 44 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 1.1.2 Apresentação e análise dos resultados Gráfico1 – Relação entre o sexo e a influência da comunicação não verbal Sexo X Influência Masculino Influencia pouco Influencia muito Feminino 0 2 4 6 Gráfico 2 – Relação entre a Função e a Freqüência de uso dos sinais não verbais Função X Frequência de uso Nunca Raramente Outro Monitor Ocasionalmente Estagiário Frequentemente Docente Sempre 0 1 2 3 4 45 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Gráfico 3 – Relação entre a Faixa Etária e a Importância da comunicação não verbal Idade X Importância 6 5 22 a 25 anos 4 26 a 30 anos 3 31 a 35 anos 41 a 45 anos 2 46 a 50 anos 1 Acima de 50 anos 0 São importantes Não são importantes Gráfico 4 – Relação entre o Tempo de Serviço dos funcionários do DFCS e a Contribuição da Comunicação não verbal Tempo de Serviço X Contribuição Contribuem pouco De 21 a 30 anos De 11 a 20 anos De 1 a 10 anos Contribuem muito Menos de 1 ano 0 1 2 3 4 46 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Gráfico 5 – Apresentação dos tipos de comunicação não verbal identificados pelos envolvidos na pesquisa de campo Contato visual e movimentos de cabeça Identifica que tipo de comunicação Contato visual e expressões faciais Gestos 7% 7% 7% Gestos, expressões faciais e movimentos de cabeça 7% 7% Contato visual, gestos e postura 15% Postura Contato visual e distanciamento físico 22% 7% 7% 7% 7% Contato visual, gestos, expressões faciais, postura, movimentos de cabeça e distanciamento físico Contato visual, gestos, expressões faciais, postura e movimentos de cabeça Gestos, expressões faciais, postura e movimentos de cabeça Contato visual, gestos, expressões faciais e distanciamento físico Gráfico 6 – Percentagem dos indivíduos que afirmam que a comunicação não verbal ajuda as interações nas organizações, bem como dos indivíduos que afirmam que ela atrapalha. Ajuda X Atrapalha 21% 79% Ajuda as interações Atrapalha as interações 47 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Diante das informações obtidas por meio dos resultados dos gráficos, bem como das observações realizadas a partir do comportamento dos funcionários do DFCS no que tange a execução de suas atividades, é possível analisar a percepção que os funcionários do DFCS têm acerca das influências que a comunicação não verbal exerce sobre as interações por eles realizadas, por meio de relações entre alguns pontos relevantes para essa análise, que possibilitou perceber que uma minoria desses funcionários não considera relevante o uso da comunicação não verbal. O primeiro e mais importante aspecto analisado, se refere à intensidade de influência que os sinais não verbais exercem na interação necessária a execução das atividades no ambiente de trabalho. Isso corrobora a hipótese de que a pressão exercida pelas atividades diárias leva a falta de atenção por parte desses profissionais aos sinais enviados durante a comunicação, uma vez que contribui para a realização, de maneira incorreta, de suas funções. O segundo aspecto analisado está relacionado á freqüência com que os funcionários emitem e/ou recebem os sinais não verbais durante a prática de suas atividades, a partir do contato com os colegas de trabalho. O que constitui um ponto importante devido a relação que possui com a questão da dificuldade que alguns indivíduos tem em saber o momento adequado para esconder ou expor as emoções e sentimentos causado pela ausência de controle das expressões não verbais. Isso desqualifica a hipótese de que os indivíduos agem de forma natural e espontânea. Isso remete á análise do terceiro aspecto que consiste na importância do uso da comunicação não verbal para as interações no ambiente de trabalho. Uma vez que é necessário adequar-se a organização. Para tanto é essencial conhecer a política organizacional. Assim é possível analisar o quarto aspecto: as contribuições da comunicação não verbal para a organização, de acordo com o tempo de serviço de cada funcionário. Assim, é possível conhecer as formas adequadas para se estabelecer uma interação, com a finalidade de não parecer artificial durante a emissão dos sinais não verbais. O quinto aspecto analisado que trata dos tipos de comunicação não verbal identificados pelos envolvidos na pesquisa de campo, possibilita a interpretação de que embora diariamente durante as interações no ambiente de trabalho as pessoas 48 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. sejam capazes de emitir diversos sinais, a maioria só consegue captar alguns, possivelmente aqueles transmitidos com maior freqüência. Por fim, o sexto aspecto referente ao fato de que a comunicação não verbal pode tanto auxiliar quanto prejudicar as interações nas organizações permite compreender que grande parte dos indivíduos que fazem parte de uma organização faz bom uso de seus sinais não verbais, embora não possuam um melhor conhecimento sobre o momento e a forma de comunicação não verbal adequados para cada situação. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi alcançado, uma vez que foi possível identificar e analisar a influência da comunicação não-verbal nos processos de comunicação interpessoal no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA, por meio do levantamento das informações obtidas a cerca da capacidade de cada funcionário em perceber ou não os sinais emitidos e recebidos. Além disso, foi possível constatar e, assim, mostrar quais as formas de comunicação não-verbal presentes no universo organizacional, o que conseqüentemente tornou possível verificar qual a percepção que estes funcionários têm acerca das contribuições e /ou problemas que a comunicação não-verbal oferece às organizações, concomitantemente a isto, foi possível, analisar de que maneira a comunicação não verbal interfere nas relações interpessoais. 2.3.3 Comentários Gerais A partir da observação da maneira como os funcionários do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais se comportam em plena realização de suas atividades, foi possível constatar que a cada dia eles transmitem diversos sinais manuais, visuais, entre outros, que influencia os processos comunicacionais no ambiente organizacional ao qual pertencem. Tais sinais são, na maioria das vezes, capazes de influenciar nas tomadas de decisões e na maneira como as atividades devem ser realizadas e de que forma as ordens são recebidas e obedecidas ou não, e em caso negativo podem levar a conseqüências também negativas ou não, dependendo da situação e/ou da flexibilidade dos líderes. Assim sendo, uma possível hipótese para tal fenômeno é o fato de que esses indivíduos podem ser levados a se comportar dessa forma por impulsos naturais do ser humano, ou seja, esses indivíduos se comportam de forma espontânea de acordo com o que a situação exige deles ou 49 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. mesmo porque a demanda das atividades exige concentração e sendo assim, as formas de comunicação não verbal não são percebidas pelos indivíduos, gerando situações negativas. No entanto, este estudo permitiu a compreensão de que os indivíduos envolvidos na pesquisa são totalmente capazes de perceber os sinais utilizados diariamente no espaço organizacional. Constatou-se com isso, que embora uma minoria dos indivíduos pesquisados não esteja atenta o suficiente para perceber conscientemente o quanto a forma nãoverbal de comunicar-se pode influir na assistência e na humanização dos atendimentos, os indivíduos que são capazes de identificar tal influência apresentam dificuldades para perceber se estão utilizando-as de maneira adequada e de que forma elas podem ser melhor utilizadas com o objetivo de viabilizar e agilizar o desenvolvimento de suas funções. Dessa forma, o resultado obtido a partir da pesquisa de campo concorda com as proposições da literatura consultada, no que concerne ás influências emissão e recepção da comunicação não verbal durante as interações na organização atende à proposta deste estudo. 50 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. 3 ÚLTIMOS OLHARES Este estudo se propôs a Identificar e analisar a influência da comunicação não-verbal nos processos de comunicação interpessoal no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA, bem como mostrar as formas de comunicação não-verbal presentes no universo organizacional, verificar a percepção dos funcionários em relação às formas de comunicação não-verbal, analisar a interferência da comunicação não-verbal nas relações interpessoais. Neste estudo confirma-se que a comunicação não verbal deve ser tratada como um apoio emocional e social aos demais tipos de comunicação, bem como um fio condutor para entender todo o processo de interação entre as pessoas que fazem parte de uma organização, envolvendo desde o operário até o patrão (superior), evidenciando, assim, que os resultados organizacionais são altamente afetados pelas necessidades e motivos humanos de seus membros. Assim sendo, renova-se a importância dos instrumentos qualitativos em se tratando de investigar alguns aspectos dos indivíduos relacionados às formas de uso da comunicação não verbal, devido à propriedade com que eles interagem no ambiente de trabalho. A observação direta revelou-se, extremamente valiosa para compreender e confirmar os resultados obtidos na pesquisa de campo. Considerando que a relatividade do estudo contemplava apenas os sinais não verbais relacionados ao meio organizacional, é valido ressaltar a existência de outros sinais não mencionados neste estudo, porém de igual importância para a avaliação do sistema, no que tange a separação entre o relacionamento pessoal e o profissional, o que nos leva a concluir que a comunicação não verbal reflete no funcionamento da comunicação interna. No entanto, foi possível perceber que ela age como grande facilitadora nos processos comunicativos, em que a organização propicia um ambiente de trabalho saudável, com espaço para a socialização e manifestação das emoções. Então, a forma como o supervisor organiza seu trabalho, dedicando tempo para observar e interagir com os trabalhadores quando eles sinalizam por meio de movimentos corporais tal necessidade, pressupõe que a comunicação não verbal executa várias funções na organização. Para qualificar o relacionamento é necessário minimizar as tensões e reduzir a complexidade da dinâmica 51 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. organizacional, possibilitando que seus membros desenvolvam uma espécie de apoio mútuo. Torna-se necessário, contudo, analisar profundamente a complexidade do ser humano e as diferenças culturais entre os contextos para que seja possível entender melhor as motivações e as mensagens envolvidas na comunicação não verbal. Assim as questões levantadas nesta pesquisa buscam novas investigações, objetivando a contribuição de disciplinas como a antropologia, a sociologia e a psicologia entre outras. 52 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. REFERÊNCIAS CABRAL, Susana. Técnicas de comunicação e informação – texto 1. Texto adaptado de textos de M. L. Holtz e L. M. Garrido( textos soltos sem referências). FERRARA, Lucrecia D’Aléssio. Leitura sem palavras. 4. ed. São Paulo: Ática, 1997. LEMOS, Jorge Fernando Negrão de. A linguagem corporal como ferramenta no processo de seleção de candidatos. 2009. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe) - Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. MAYER, Verônica Feder; MARIANO, Sandra R. H. Linguagem corporal e não verbal. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/13460326/Aula-5-Linguagem- corporal-e-nao-verbal MESQUITA, Rosa Maria. Comunicação não verbal: relevância na atuação profissional. 20. ed. São Paulo. 1997. RECTOR, Mônica; TRINTA, Aluizio R. Comunicação não-verbal: a gestualidade brasileira. 2. ed. Petropólis: Vozes, 1986. SCHELLES, Suraia. A importância da linguagem não-verbal nas relações de liderança nas organizações. Revista esfera. Nº 1 Jan/Jun. 2008. Disponível em: http://www.fsma.edu.br/esfera/Artigos/Artigo_Suraia.pdf. Acesso em: 8/dez./2009. SILVA, Leonardo Cunha da. Da comunicação interpessoal à comunicação em ambiente virtual. São Paulo: Site LERPARAVER, 2005. Disponível em: http://www.lerparaver.com/node/148. Acesso em: 3/nov./2009. 53 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. APÊNDICE A – Questionário UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA) CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO (CCSE) CURSO DE BACHARELADO EM SECRETARIADO EXECUTIVO TRILÍNGÜE Aplicação de questionário com o objetivo de coletar dados para o Trabalho de Conclusão de Curso cujo tema é “Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA” elaborado pelas discentes: Aretuza Gonçalves Silva e Náila Sousa Gonçalves QUESTIONÁRIO 1. Sexo: ( ) masculino 2. Faixa Etária: ( ) feminino ( )18 a 21 anos ( )31 a 35 anos ( )22 a 25 anos ( )36 a 40 anos ( )26 a 30 anos ( )40 a 45 anos ( )46 a 50 anos ( )acima de 50 anos 3. Função na empresa ou órgão: ( )chefe de depto. ( )estagiário ( )docente ( )monitor ( )outro:____________ 4. Tempo de serviço na empresa: ( )menos de 1 ano ( )de 1 a 10 anos ( )de 11 a 20 anos ( )de 21 a 30 anos ( )de 31 a 40 anos ( )de 41 a 50 anos ( )outro:_____________ 5. Você consegue identificar os gestos que seus colegas de trabalho usam para se comunicar ou se expressar? ( )sim ( )não 6. Dentre os tipos de comunicação não verbal listados abaixo, quais são aqueles que você consegue identificar nas pessoas com quem se comunica no seu ambiente de trabalho? ( )contato visual ( )postura ( )gestos ( )expressões faciais ( )movimentos da cabeça ( )distanciamento físico 7. Com que freqüência você usa no trabalho os tipos de comunicação listados acima? ( )sempre ( )freqüentemente ( )ocasionalmente ( )raramente ( )nunca 8. Em sua opinião a comunicação não-verbal ajuda ou atrapalha as suas relações interpessoais na empresa? ( )ajuda ( )atrapalha 9. Você considera que os sinais não-verbais são importantes para a comunicação nas relações interpessoais no meio organizacional? 54 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. ( )sim ( )não 10. Quanto você acha que a comunicação não verbal contribui para melhorar as relações interpessoais na organização em que você trabalha? ( )muito ( )pouco ( )não contribui 11. Quanto você acredita que a comunicação não verbal influencia para o sucesso da organização em que você trabalha? ( )muito ( )pouco ( )não influencia 55 Silva, A. G.; Gonçalves, N. S. Comunicação não verbal nas relações interpessoais nas organizações: um estudo no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UEPA. Centro de Ciências Sociais e Educação Curso de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngüe Tv. Djalma Dutra s/n – Telégrafo 66113-010 Belém – PA www.uepa.br