NATUREZA DA CIÊNCIA A ciência é uma atividade humana, racional, dirigida ao sistemático conhecimento do mundo com objetivos limitados e capazes de ser submetida à verificação lógica e/ou experimental. Logo, ciência é um conjunto de conhecimentos certos ou altamente prováveis, metodologicamente organizados e que fazem referência à objetivos de uma mesma natureza. É muito comum as pessoas confundirem um conjunto de idéias baseadas em mitos, dogmas, preconceitos, em deduções opinativas ou sem um mínimo de organização da produção do conhecimento, como se fora uma ciência. Estes conjuntos de informações não são entendidos como tais porque, ao contrário da ciência, não possuem: objetivo função e objeto. Na ciência existe o objeto material e o formal. O objeto material de uma ciência é a sua substância, aquilo que abrange o campo da ciência. O objeto formal de uma ciência é o ponto de vista próprio, específico, compreende a essência aquilo que faz com que uma coisa seja ela mesma, aquilo que se identifica com a sua forma. Sendo assim, o conhecimento apresenta-se como uma relação entre dois elementos, que permanecem eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertencem à essência do conhecimento. A relação entre os dois elementos é ao mesmo tempo uma correlação. O sujeito só é para um objeto, e o objeto só é objeto para um sujeito. Ambos só são enquanto são uma para o outro. Mas esta correlação é reversível. Ser sujeito é algo completamente distinto de ser objeto. A função do sujeito consiste em apreender o objeto, a do objeto a ser apreendido pelo sujeito. O estudo metodológico incorporou-se nas ciências e passou a ser uma exigência do poder de conhecimento, uma vez que conhecer é estabelecer uma relação entre aquele que quer saber e aquilo que se procura conhecer. E à medida que o homem vai alimentando o seu conhecimento, penetra no seio de novas realidades e assim passa a ter uma forma de posse sobre essas realidades. E é por essa razão constante aliada a uma curiosidade nata do ser humano que se vai construindo o conhecimento, que se dá em várias dimensões: conhecimento empírico, conhecimento filosófico, conhecimento teológico e conhecimento científico. Todo conhecimento humano, em suas diferentes formas, é socialmente produzido, quer dizer, ele é em última instância determinado pelas relações sociais em que estão inseridos aqueles que o formulam. São as condições sociais e históricas que permitem a produção deste ou daquele modo de conceber e considerar legítima esta ou aquela concepção a cerca da realidade. É importante salientar que o conhecimento científico como forma de saber também aspira a condição da racionalidade e ruptura com formulações não racionalizadas do senso comum. Independentemente das diversas formulações propostas pelas várias correntes epistemológicas, de maneira geral o conhecimento científico pode ser considerado como apresentando os seguintes aspectos: a busca da objetividade, coerência lógica do discurso e da validade dos resultados. Sobre esses aspectos centram-se os debates relativos as questões do método das ciências e da formulação do objeto científico. Pontos fundamentais para o entendimento do processo de produção do conhecimento científico, no qual ganha relevância singular às relações sujeito-objeto, conseqüentemente, o papel das teorias científicas. Para o estudo das ciências, sejam elas naturais ou sociais, o pressuposto fundamental é o método científico que segue o caminho da dúvida sistemática, metódica, que se faz valer um conjunto de técnicas e procedimentos, que lhe permitem investigar um assunto, quer seja um fato ou uma situação problema. O que, em suma o método científico é a lógica da investigação científica, traduzida pelas formas variadas de raciocínio que possibilitam aprofundar o conhecimento, dependendo muito da temática a ser desenvolvida bem como, da forma que o pesquisador quer demonstrar sua investigação. Existem os raciocínios que permitem uma justificativa mais lógica, e os que indicam uma precisão mais técnica sobre o que se pesquisou. Assim, o método científico divide-se em: método dedutivo e método indutivo. Método dedutivo parte de um conceito geral para o particular, pois utiliza um princípio reconhecido como verdadeiro e chega através da lógica a uma síntese particular como verdade. Método indutivo consiste em observar fatos particulares e baseia-se na generalização de propriedades comuns a certos números de casos. Ocorre que nos raciocínios indutivos muitas vezes pode-se levar uma falsa premissa a ser considerada com uma verdade geral devido a generalizações. Conforme anteriormente referido, toda teoria científica materializa-se para o cientista através de um método. Logo, podemos considerar que o método é a forma como o pesquisador se relaciona, apreendendo o seu objeto de pesquisa. Mais do que um conjunto de regras do fazer a pesquisa – embora o conjunto de métodos e técnicas de pesquisa a serem utilizados seja a sua materialidade – o método deve ser entendido como parte integrante da teoria escolhida e orientador do exercício da pesquisa. Não se “escolhe” o método como se fora uma coisa, mas chega-se a ele a partir das premissas teórico-filosóficas existentes na construção do objeto da pesquisa e na relação sujeito-objeto. Percebe-se que existe uma grande variedade de perspectivas metodológicas na atualidade, sendo o método fenomenológico um dos mais expressivos utilizados nas ciências humanas. O método fenomenológico refere-se à intuição intelectual e à descrição do intuito. Esse método detém-se nos fenômenos aspirando apreendê-los em seus momentos essenciais através da intuição. De acordo com Edmundo Husserl existem três regras básicas deste método, são elas: Projetar intuição para as coisas mesmas e que não é necessário ver intelectualmente essas mesmas coisas; Na pesquisa deve-se orientar o pensamento, exclusivamente, para o objeto, com exclusão total do subjetivo; A indagação deve ser dirigida para as coisas mesmas. Portanto, o homem é o único ser capaz de entender ou procurar outros sentidos sobre as realidades concretas com que se defronta e as observa, de apreender sobre as relações derivadas, de comparar, analisar, perguntar, de separar elementos e de transformar. A fronteira entre os conhecimentos não é muito rígida, e todos têm sua importância, porque muitas vezes um necessita do outro. Por conseguinte, toda forma de conhecimento é válida, e para um atento pesquisador do social, muitas vezes um saber que pode parecer corriqueiro e sem muita importância, pode servir de ponto de partida para um estudo muito interessante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS AMABIS, José Mariano; MATHO, Gilberto Rodrigues. Biologia – volume 1. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2004. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2. ed. São Paulo, Moderna, 1993. p. 23-25. CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 4ª ed. Moderna. São Paulo. CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia.12 ed. São Paulo. Ática. 1999. p.109-115. JAPIASSU, Hilton Ferreira. Introdução ao Pensamento Epistemológico. Rio de Janeiro, Francisco Alves Editora, 1975. JÚNIOR, César da Silva; SASSON, Sezar. Biologia 1.7ed. São Paulo: Saraiva, 2002. LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. Volume 1. 8 ed. São Paulo: Ática, 1998. LOPES, Sônia. Biologia – Volume Único. 1 ed. 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