RELATÓRIO AEC - meu caderno de psicologia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
Ana Paula Valera
RA 2135001778
Hellen Cruz
RA 1053004695
Roseli Cristina
RA 2135006467
RELAÇÃO RESPOSTA-CONSEQUÊNCIA: POSSÍVEIS EFEITOS DE EVENTOS
CONSEQÜENTES SOBRE A FREQÜÊNCIA ACUMULADA DA RESPOSTA DE
PRESSÃO À BARRA EM RATOS.
ATPS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO II
Santo André
2012
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
Ana Paula Valera
RA 2135001778
Hellen Cruz
RA 1053004695
Roseli Cristina
RA 2135006467
RELAÇÃO RESPOSTA-CONSEQUÊNCIA: POSSÍVEIS EFEITOS DE EVENTOS
CONSEQÜENTES SOBRE A FREQÜÊNCIA ACUMULADA DA RESPOSTA DE
PRESSÃO À BARRA EM RATOS.
ATPS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO II
Relatório de pesquisa apresentado às professoras
Ana Paula Alcazar e Tânia Cristina da Rocha
da disciplina de Análise Experimental do
Comportamento II, do curso de psicologia.
Santo André
2012
2
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
2.
MÉTODO........................................................................................................................... 9
2.1
SUJEITO .................................................................................................................... 9
2.2
EQUIPAMENTO ....................................................................................................... 9
2.3
PROCEDIMENTO .................................................................................................... 9
2.3.1
Mensuração de Nível Operante ............................................................................ 9
2.3.2
Treino ao bebedouro ........................................................................................... 10
2.3.3
Modelagem ......................................................................................................... 11
2.3.4
Reforço Contínuo de Pressão à barra (CRF I) .................................................... 11
2.3.5
Reforço Contínuo de pressão à barra (CRF II) ................................................... 11
2.3.6
Extinção .............................................................................................................. 11
2.3.7
Recondicionamento ............................................................................................ 12
2.3.8
Reforço contínuo de pressão à barra (CRF III) .................................................. 12
2.3.9
FR – Esquema de reforçamento intermitente em Razão Fixa ............................ 12
3.
RESULTADOS ................................................................................................................ 13
4.
DISCUSSÃO .................................................................................................................... 16
5.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 19
3
1.
Introdução
“Os homens agem sobre o mundo e o modificam, e por sua vez são modificados pelas
consequências de sua ação.” Tal afirmação reflete um dos mais antigos pressupostos da
humanidade: cada ação tem uma reação. No entanto, essa dinâmica é mais complexa que isso,
envolve outros fatores para sua compreensão como a definição do que é comportamento.
Comportamento é a interação do sujeito com o ambiente, produzindo consequências que
poderão ou não ser responsáveis pela repetição do mesmo comportamento. (SKINNER, 2003,
p.489).
Comportamento operante é uma ação (ou reação) voluntária do sujeito que opera sobre
o ambiente, ou seja, é aquele que atua (opera) no ambiente, o altera e sofre as atuações do
mesmo, estando sujeito a estímulos consequentes. Portanto, comportamento operante é
adquirido e mantido devido suas conseqüências, logo, é aprendido (MYERS, 2006).
Reforço é todo e qualquer evento que ocorre subsequente a emissão de uma resposta,
tornando-a mais freqüente, aumentando a possibilidade desta resposta se repetir. Reforço
primário é natural de ordem filogenética, independente de nossas vontades como a
dependência por água, alimento, sexo e etc. São itens que reforçam nosso comportamento
naturalmente. O reforço secundário é condicionado e é de ordem ontogenética, em que algo é
aliado ao reforço primário e o sujeito aprende a reconhecer esse elemento como reforçador, ou
seja, um estímulo neutro como um barulho aliado com a necessidade de água (reforço
primário), após um determinado tempo esse estímulo neutro passa a ter um valor maior
(MOREIRA E MEDEIROS, 2007).
Uma consequência reforçadora aumenta a chance de a resposta ocorrer novamente.
Podemos citar o reforço positivo que “fortalece uma resposta ao apresentar um estímulo
tipicamente agradável depois de uma resposta”, por exemplo, fornecer a água para o rato que
está com sede é um reforço positivo; e o reforço negativo que fortalece a resposta com a
retirada de algum estímulo aversivo, por exemplo, tomar remédio para a retirada de alguma
dor no corpo. (MYERS, 2006, p.102)
Modelagem consiste em um método que permite com que o indivíduo aprenda um
novo comportamento. “A modelagem é um procedimento que possibilita ensinar um novo
comportamento a partir das aproximações sucessivas e dos reforços diferenciais.”
(LARGURA E BASQUEIRA, 2010, p. 44).
4
Para modelar um comportamento, utiliza-se o procedimento de aproximações
sucessivas, pelo qual reforça-se os comportamentos mais próximos ao comportamento final
desejado, o reforço diferencial cujo reforço é diferenciado entre uma e outra classe de
comportamento e a imediaticidade da disponibilização do reforço, ou seja, o reforço precisa
estar presente exatamente no momento em que o comportamento desejado for realizado para
obter resultados mais efetivos (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
A extinção tende a diminuir a freqüência do comportamento ao remover o reforço que
produziu a resposta, ou seja, o comportamento não é mais reforçado ocasionando a redução da
freqüência da resposta. Porém, mesmo com a extinção, ainda há a probabilidade de o
comportamento ser repetido no futuro (MYERS, 2006).
Portanto, extinção consiste na suspensão do reforço de um determinado
comportamento. A extinção não pune o comportamento, ela apenas suspende o reforço,
ocasionando a diminuição da frequência da resposta. No início do processo de extinção ocorre
um aumento da frequência da resposta, aumento da variabilidade da topografia da resposta e,
por fim, elicia algumas respostas emocionais (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
Nem todo comportamento que passou pelo processo de extinção nunca mais irá
aparecer, ou seja, mesmo com a extinção o comportamento depois de um tempo poderá se
repetir, pois é um comportamento aprendido, podendo haver o recondicionamento do
comportamento que pode ser por razão ou por intervalo. Esquemas de reforçamento são
aspectos distintos que sinalizam o momento em que a resposta será reforçada e, pode ser por
razão (fixo ou variável), está ligado com a emissão das respostas e por intervalo (fixo ou
variável) está ligado com a passagem de tempo e a resposta em seguida (CATANIA, 1999).
Discriminação operante é o processo que acontece quando comportamentos são
reforçados, ou seja, “comportamentos que emitidos em determinadas situações (contextos)
produzirão consequências reforçadoras” (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
Há também estímulos discriminativos e estímulos delta, ambos são estímulos que
antecedem uma resposta, porém possuem a diferença da consequência dessa resposta. No caso
do estímulo discriminativo a consequência do comportamento é reforçadora e, no caso do
5
estímulo delta, a consequência é punitiva ou uma extinção (LARGURA E BASQUEIRA,
2010).
Treino discriminativo é o processo de discriminar, após ficar exposto durante um
tempo à estímulos antecedentes e obtendo a resposta em momentos com consequências
diferentes, ou seja, o sujeito passa a “descobrir” qual a função de um determinado
comportamento ao identificar o que o antecede que faz a resposta ocorrer e as consequências
que manterão, ou não, o comportamento. (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
Muitos de nossos comportamentos são reforçados naturalmente (não precisando de um
reforço específico para que a reposta seja produzida), porém, nem todas as respostas recebem
esse reforço de forma direta, sendo necessário que aconteça uma sequência de outras
respostas para que o reforço seja dado, tal processo denomina-se encadeamento de respostas
(LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
O reforço condicionado consiste após aquele estímulo neutro (sem nenhuma
propriedade reforçadora para o indivíduo) ganhar certo significado ao gerar uma consequência
reforçadora, sendo este estímulo também reforçador, não havendo a necessidade de privação.
Portanto, é um estímulo antecedente neutro que ganha valor após o sujeito assimilar que na
presença deste, haverá uma consequência reforçadora (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
Ao utilizar um conhecimento que foi adquirido para facilitar a adaptação do meio ou
para aprender um novo comportamento é chamado de generalização de estímulos, ou seja,
quando um estímulo compartilha de similaridades (propriedades) com outros e o sujeito
associa, promovendo uma aprendizagem mais eficaz (LARGURA E BASQUEIRA, 2010).
Este experimento foi realizado com o objetivo de mostrar que respostas podem ser
instaladas, mantidas, enfraquecidas e novamente fortalecidas através da manipulação de
apresentação de água como consequência destas respostas, utilizando ratos privados de água
como sujeitos experimentais.
Boa parte do trabalho de pesquisa experimental se baseia na suposição de que os
experimentadores observarão mudanças no comportamento de seus sujeitos experimentais
como resultado de mudanças no ambiente experimental planejadas e sob controle dos
experimentadores. Entretanto, para poder afirmar a existência ou não de relação entre a
6
variável manipulada (neste caso, água como conseqüência de determinadas respostas) e as
possíveis alterações no comportamento dos sujeitos experimentais (neste caso, a instalação,
fortalecimento, enfraquecimento), além de intervir na situação e observar o que acontece, um
conjunto de cuidados deve ser tomado.
Em primeiro lugar, é preciso obter informações sobre o fenômeno estudado (neste
caso, determinadas respostas do sujeito experimental) em situações nas quais a variável
manipulada não esteja presente. Esta é uma condição necessária para se atribuir as eventuais
alterações observadas no repertório do sujeito experimental à variável manipulada. Uma
maneira de fazer isto é observar o fenômeno estudado antes da introdução da variável
manipulada na situação experimental. Chamamos esta observação de linha de base. Em
algumas ocasiões, a linha de base é representada pelo nível operante de uma dada resposta.
O termo “nível operante de uma resposta” diz respeito às características (como por
exemplo, sua ocorrência ou freqüência) de uma determinada resposta emitida por um
organismo, como parte de sua atividade geral, antes de qualquer manipulação experimental. O
nível operante de uma resposta varia com a espécie, o sexo, a idade e o grau de privação do
organismo observado, o tipo de resposta, o equipamento utilizado e fatores tais como o
horário em que é feita a observação, a temperatura do ambiente, etc. Além disso, ainda que se
mantenham constantes todas estas variáveis, sujeitos individuais podem mostrar grandes
variações no nível operante de qualquer resposta observada. Quando se mede o nível operante
de uma dada resposta, portanto, o que se tenta fazer é estabelecer uma base (linha de base)
sobre a qual se comparam eventuais mudanças no desempenho do sujeito experimental, após
uma determinada manipulação experimental.
Em segundo lugar, há um conjunto de aspectos envolvidos na situação experimental,
além da variável manipulada, que podem produzir alterações no comportamento dos sujeitos
experimentais. Estes aspectos, ou variáveis, podem englobar desde características e condições
do sujeito experimental (espécie, sexo, idade e grau de privação, por exemplo) até
características da situação experimental (equipamento utilizado, horário da sessão
experimental, condições da situação, por exemplo). Se algumas destas variáveis “variarem”
junto com a variável manipulada, não se poderá atribuir as possíveis alterações no
comportamento do sujeito experimental à variável manipulada.
7
O delineamento experimental seguido procurou respeitar estes dois cuidados: obtendose uma medida de nível operante das respostas estudadas e manipulando-se uma variável de
cada vez, enquanto se mantinham constantes variáveis como privação, caixa experimental,
horário da sessão e condições ambientais.
8
2.
MÉTODO
2.1 SUJEITO
Rato albino, sexo masculino, da linhagem Wistar, espécie Rattus Novergicus, com idade
aproximada de 3 meses, ingênuo experimentalmente, com peso aproximado de 250g, com
esquema de privação de em média 36 horas antes do experimento, sendo alimento disponível
“ad Lib”, sujeito número 4B.
2.2 EQUIPAMENTO
Caixa de comportamento operante, fabricada pela Insight Equipamentos Científicos,
modelo CS200, de Ribeirão Preto – SP. A caixa estava com uma barra que poderia ser
acionada mecanicamente pelo rato.
2.3 PROCEDIMENTO
O sujeito foi submetido às seguintes fases experimentais: (1) mensuração de nível
operante da resposta de pressão à barra (NO), (2) treino ao bebedouro, (3) modelagem a
resposta de pressão à barra, (4) reforço contínuo de resposta de pressão à barra (CRF), (5)
Reforço contínuo de pressão à barra (CRF II), (6) extinção de resposta de pressão à barra
(extinção simples e reforço condicionado/secundário), (7) recondicionamento da resposta de
pressão à barra, (8) Reforço contínuo de pressão à barra (CRF III) e (9) Esquema de
reforçamento intermitente em Razão Fixa (FR).
2.3.1
Mensuração de Nível Operante
Data da sessão: 19/10/2011
Início da sessão: 20:39
Término da sessão: 20:58
Nesta fase, foram observados os comportamentos que o sujeito operou sobre o ambiente
antes de qualquer manipulação ou experimento. Foram registradas cinco respostas em relação
à barra: Pressionar, Tocar, Farejar, Levantar e Limpar-se.
Pressionar a barra (PB) – O Sujeito tocou a barra com uma ou duas patas dianteiras,
produzindo uma depressão na barra de tal forma que se ouviu o “clique” do mecanismo da
barra de funcionamento.
9
Tocar a barra (TB) – O Sujeito tocou a barra com uma ou duas patas dianteiras, porém
sem produzir depressão da mesma.
Farejar (FA) – O Sujeito aproximou seu focinho, enrugando-o e movimentando as
vibrissas, do piso ou das paredes da caixa experimental, sem, contudo, levantar-se nas
patas traseiras. A cada dois segundos de duração foi considerada uma nova ocorrência.
Levantar-se (LE) – O Sujeito levantou-se nas patas traseiras aproximando o focinho do
teto e/ou do topo das paredes da caixa experimental.
Limpar-se (LI) – O Sujeito esfregou as patas dianteiras na cabeça e/ou focinho e/ou
corpo, duas ou três vezes. O comportamento foi considerado a cada duas ou três
esfregadas.
Julgamos relevante citar que enquanto o reservatório de água estava próximo á caixa o
sujeito farejava e se localizava perto da mesma, após tirarmos o reservatório ele se posicionou
no centro do equipamento e emitiu as demais respostas.
A sessão encerrou-se depois de 20 minutos, tendo essa fase apenas 1 (uma) sessão.
2.3.2
Treino ao bebedouro
Data da sessão: 19/10/2011
Início da sessão: 20:59
Término da sessão: 21:08
Nesta fase, o sujeito foi submetido pela primeira vez a beber água através do bebedouro
no experimento. Acionamos o equipamento e deixamos 1 (uma) gota de água disponível no
bebedouro, imediatamente o sujeito lambeu o bebedouro, após isso acionamos o bebedouro,
equipamento novamente a fim de que o mesmo associasse o ruído a gota de água fornecida
(reforço).
De início, nas primeiras 3 (três) vezes, não deixamos que o sujeito se afastasse do
bebedouro. Após isso, foi permitido que o sujeito se afastasse do bebedouro para que
pudéssemos disponibilizar o reforço novamente e o mesmo ter a percepção de ouvir o barulho
e se dirigir ao bebedouro para obter a gota de água.
O número de gotas de água consumidas pelo sujeito foi 23 (vinte e três).
10
2.3.3
Modelagem
Data da sessão: 19/10/2011
Início da sessão: 21:09
Término da sessão: 21:17
Nesta fase, foram destacados os comportamentos em que mais se aproximavam da
resposta desejada, que é a pressão à barra com as 2 (duas) patas dianteiras, utilizando, assim,
o método das aproximações sucessivas e o reforço diferencial.
A resposta inicial escolhida a ser reforçada primeiro foi de farejar à barra. Neste
comportamento, o sujeito recebeu 1 (um) reforço imediatamente depois de sua ação. A
segunda resposta escolhida a ser reforçada foi tocar a barra, neste comportamento, o sujeito
recebeu 4 (quatro) reforços imediatos à ação. Ao final dessa resposta, o sujeito já pressionou à
barra com as duas patas dianteiras por 10 (vezes), sendo reforçado a cada vez em que ele
pressionava.
2.3.4
Reforço Contínuo de Pressão à barra (CRF I)
Data da sessão: 19/10/2011
Início da sessão: 21:22
Término da sessão: 21:42
Nesta fase, o objetivo era reforçar o comportamento de pressionar a barra sempre com a
gota de água. O sujeito pressionou à barra por 142 (cento e quarenta e duas) vezes.
2.3.5
Reforço Contínuo de pressão à barra (CRF II)
Data da sessão: 09/11/2011
Início da sessão: 20:42
Término da sessão: 20:52
Nesta fase, de início foi liberado 1 (uma) gota de água no bebedouro, da qual o sujeito
dirigiu-se de imediato. Após recordar e associar o som do bebedouro com a gota de água, o
sujeito pressionou à barra e recebeu reforço por 70 (setenta) vezes.
2.3.6
Extinção
Data da sessão: 09/11/2011
Início da sessão: 20:52
Término da sessão: 21:03
Nesta fase, o sujeito continuou emitindo a resposta de pressão à barra. No entanto, ele
não foi reforçado com a gota de água, pois o objetivo foi retirar o reforço para ocasionar a
diminuição da frequência da resposta de pressionar a barra.
11
2.3.7
Recondicionamento
Data da sessão: 09/11/2011
Início da sessão: 21:05
Término da sessão: 21:13
Nesta fase, o sujeito foi recondicionado a emitir a resposta de pressão à barra novamente,
acionamos manualmente o botão em intervalos de 5 (cinco) segundos para que o mesmo
voltasse a realizar o comportamento pretendido (pressionar a barra com as duas patas).
2.3.8
Reforço contínuo de pressão à barra (CRF III)
Data da sessão: 09/11/2011
Início da sessão: 21:18
Término da sessão: 21:28
Nesta fase, o objetivo foi observar, durante dez minutos, se o comportamento que havia
sido aprendido tinha voltado após o processo de recondicionamento e reforçá-lo.
2.3.9
FR – Esquema de reforçamento intermitente em Razão Fixa
Data da sessão: 29/03/2012
Início da sessão: 20:09
Término da sessão: 20:55
Nesta fase, o objetivo foi reforçar o sujeito a intervalos específicos de tempo, ou seja, de
forma intermitente. No terceiro minuto começamos o FR2 reforçando o sujeito com uma gota
de água, vez sim e vez não que ele pressionava a barra; repetimos este procedimento seis
vezes.
O sujeito concluiu FR2 em cinco minutos e logo após iniciamos o procedimento de FR4.
No FR4 o sujeito foi reforçado com uma gota de água na quarta vez em que ele pressionava a
barra, durante seis vezes. O FR4 foi concluído em vinte e quatro minutos e imediatamente
começamos o FR6, onde o sujeito respondeu treze vezes, sendo reforçado duas vezes.
12
3.
RESULTADOS
160
140
TAXA DE RESPOSTAS
140
120
100
NO
80
CRF I
60
35
40
20
0
4
0
4
0
3
Limpar-se Tocar a Barra Pressionar a
Barra
32
0
0
Farejar
Levantar
RESPOSTAS
Figura 1: Taxa de respostas do sujeito 4B emitidas em Nível Operante (NO) e
Reforço Contínuo (CRF)
A figura 1 apresenta a comparação das fases 1 (mensuração do nível operante – NO) e
4 (reforço contínuo de pressão à barra – CRF) do experimento.
Em mensuração do nível operante, observa-se que o sujeito farejou a barra 35 (trinta e
cinco) vezes, tocou 4 (quatro) vezes, levantou-se 32 (trinta e duas) vezes, limpou-se 4 (quatro)
vezes e pressionou a barra 3 (três) vezes.
Em reforço contínuo de pressão à barra, o gráfico ilustra que o sujeito pressionou a
barra 142 (cento e quarenta e duas), muito mais do que em mensuração do nível operante,
pois o rato já havia passado pelo processo de modelagem, logo, tinha aprendido que ao
pressionar a barra obteria o seu reforço (a gota de água).
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FREQUÊNCIA ACUMULADA DE RESPOSTAS
300
250
CRF II
EXTINÇÂO
RECONDICIONAMENTO
CRF III
200
150
100
50
0
1
3
5
7
9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49
TEMPO EM MINUTOS
Figura 2: Frequência acumulada de respostas de pressão à barra do sujeito 4B. A primeira
linha pontilhada indica o término da 2ª fase de CRF e o início da extinção. A segunda linha
pontilhada indica o início do recondicionamento da resposta de pressão à barra. A terceira
linha pontilhada indica o início da 3ª fase de CRF
A figura 2 apresenta a frequência acumulada de respostas de pressão à barra nas etapas
de CRF II, extinção, recondicionamento e CRF III.
Até o 8º minuto o sujeito emitiu, em CRF II, 70 (setenta) respostas. Do 8º minuto até o
19º minuto, a etapa foi de extinção, cuja frequência das respostas diminuiu; o sujeito
respondeu 20 (vinte) vezes reforçadas. Do 19º minuto até o 34º minuto, foi o procedimento de
recondicionamento, o animal emitiu 54 (cinquenta e quatro) respostas que foram reforçadas.
Do 34º minuto em diante observamos e reforçamos o comportamento de pressão à barra, após
ser recondicionado; o sujeito respondeu 106 (cento e seis) vezes.
14
FR6
30
FR4
35
FR2
40
CRF
Frequência acumulada de respostas
45
25
20
15
10
5
0
1
3
5
7
9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
Tempo em minutos
Figura 3: Frequência acumulada de respostas de pressão à barra do sujeito 4B em esquemas
de reforçamento intermitente de razão fixa
A figura 3 apresenta a frequência acumulada de respostas de pressão à barra na etapa
de esquema de reforçamento intermitente de razão fixa.
Até o 3º minuto o sujeito em CRF não respondeu. A partir do 3º minuto, iniciamos a
prática de FR2, o sujeito respondeu 12 (doze) vezes, sendo reforçado 6 (seis) vezes,
terminando a prática no 10º minuto. Então iniciamos o FR4, também no décimo minuto, o
sujeito respondeu 24 (vinte e quatro) vezes e foi reforçado 6 (seis) vezes até 34º minuto. Do
21º até o 33º minuto o sujeito não emitiu resposta de pressão à barra.
Começamos o FR6 no 34º minuto, o sujeito pressionou a barra 13 (treze) vezes e foi
reforçado 2 (duas) vezes. A partir do 47º minuto o sujeito não respondeu mais, ficando assim
a prática incompleta.
15
4.
DISCUSSÃO
Segundo MYERS (2006), o comportamento operante é um comportamento que foi
aprendido através de uma interação do sujeito com o ambiente; é um comportamento
adquirido e mantido devido as suas consequências. Portanto, podemos afirmar que, através
dos procedimentos realizados em laboratório com o sujeito experimental 4B, ele exerceu
comportamento operante ao aprender a pressionar a barra para receber a gota de água.
De acordo com MOREIRA E MEDEIROS (2007), reforço é todo e qualquer estímulo
consequente a uma resposta que a torna mais frequente, aumentando a probabilidade dela se
repetir. O estímulo reforçador utilizado foi à água. Na primeira etapa (NO) observamos que o
sujeito pressionou a barra somente três vezes, e na quarta etapa (CRF) sempre que ele
pressionava a barra fornecíamos uma gota de água, ocasionando o aumento da frequência
deste comportamento de pressão à barra ao responder por cento e quarenta vezes. Assim,
depois do experimento, podemos concluir que a água foi um estímulo reforçador para o
sujeito.
Ainda segundo MOREIRA E MEDEIROS (2007), existe reforço primário e
secundário. O reforço primário que ocorre naturalmente em cada uma das espécies e o
secundário que é condicionado (aprendido). A água consiste em um reforço primário, pois
independente da vontade do sujeito há a necessidade dele beber a água para sua
sobrevivência, sendo este reforço essencial para sua vida.
MYERS (2006) afirma, também sobre reforço, que há reforço positivo e negativo
(ambos os reforços aumentam a possibilidade do aumento de frequência da resposta). O
reforço positivo consiste em uma consequência reforçadora que acrescenta ao organismo um
estímulo agradável e o reforço negativo, retira algum estímulo aversivo. A água, no
experimento, foi um reforço positivo para o sujeito, pois ele estava com sede (privado de
água) e ao pressionar a barra, recebia a água o que lhe reforçava positivamente para manter o
comportamento.
Utilizamos um reforçador primário e positivo, a água, para que o sujeito aprendesse
um comportamento (pressionar a barra), porém, houve a necessidade da privação deste
16
elemento para que ele sentisse a necessidade de beber água e saciar sua sede. Caso não
houvesse a privação, não haveria motivação para aprender o comportamento e, assim, não
haveria necessidade de obter a gota de água sempre que pressionasse a barra.
Sempre que o sujeito pressionava a barra era reforçado com a gota de água,
aumentando a frequência da resposta de pressão à barra em CRF, na medida em que iniciamos
a etapa de extinção e não fornecemos mais a água (o estímulo reforçador), percebemos que o
seu comportamento de pressão à barra foi diminuindo até que o sujeito parou de responder.
Segundo MYERS (2006), a extinção é o procedimento de retirar o reforço ocasionando a
diminuição da frequência da resposta, podendo, assim, ser observado através do experimento
que enquanto, em CRF, todas as vezes que ele pressionava a barra recebia o reforço, o
comportamento era mais frequente, diferente na etapa de extinção.
De acordo com CATANIA (1999), nem todo comportamento que passou pelo
processo de extinção nunca mais irá aparecer, ou seja, um comportamento que foi aprendido,
mas que depois passou pela extinção pode ser recondicionado, logo, o indivíduo pode se
comportar novamente daquela forma se voltar a ser reforçado. Esse recondicionamento pode
ser por razão (número de respostas necessárias emitidas pelo sujeito para ser reforçado) ou
intervalo (a quantidade de tempo que passa para que o sujeito seja reforçado).
Na etapa de reforçamento intermitente por razão fixa, utilizamos o recondicionamento
por número de respostas que determinamos no decorrer da etapa, para que ele fosse reforçado.
Observamos que o sujeito continuava a responder mesmo sendo exigido que ele pressionasse
a barra mais vezes para receber o reforço do que nas etapas de CRF (todo o comportamento
de pressão à barra era reforçado), sendo assim, o esquema de reforçamento por razão fixa é
um conceito que pode ser colocado na prática, porém, após exigirmos que o sujeito
pressionasse a barra seis vezes para obter o reforço, a frequência do comportamento de
pressão à barra diminuiu e em FR6, o sujeito parou de responder.
Em relação ao reforçamento intermitente, podemos afirmar que nosso sujeito
respondeu de forma não esperada. Mesmo de forma intermitente, ele respondeu, porém parou
de responder na metade do experimento, não se interessando pela água e nem manifestando
sede.
17
Através das etapas realizadas no laboratório, concluímos que podemos aplicar alguns
dos conceitos teóricos de Skinner na prática, pois à medida que íamos transcorrendo as etapas,
observamos que os preceitos teóricos ao serem colocados na prática, resultariam na
modelagem, extinção, recondicionamento, reforço contínuo de pressão à barra.
Ao observar nosso sujeito, constatamos que ele se inseriu no conceito de
discriminação operante, uma vez que ele respondeu de modo efetivo: pressionou a barra com
as duas patas dianteiras e, assim, obteve água. Todavia não tivemos a oportunidade de
verificar a generalização, já que nosso rato parou de responder na prática de esquema de
reforçamento intermitente por razão fixa (prática nº 9).
Entretanto, não foi possível concluir todas as etapas e observar os conceitos de
discriminação e generalização na prática, pois as atividades no laboratório foram
interrompidas devido a alguns fatores técnicos que interferiram no desenvolvimento da
experiência e no comportamento dos sujeitos experimentais como a inadequação na retirada
destes da gaiola, resultando em feridas. Outro fator é o ambiente físico pequeno para os
animais e a climatização do laboratório que parecia interferir no comportamento do animal,
além da falta de isolamento de luz e som externos.
18
5.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CATANIA, C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 1ª ed. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
LARGURA, Walmor Almeida Nogueira; BASQUEIRA, Ana Paula. Análise Experimental do
Comportamento. São Paulo: Pearson Education do Brasil. 2010.
MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto. Princípios Básicos de Análise do
Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MYERS, David G. Processos Psicológicos Básicos. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SKINNER, Burrhus Frederic. Ciência e comportamento humano. 11.ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
19
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