Universidade Paulista – UNIP Curso: Engenharia/Básico Disciplina: Complementos de Física – Teoria prof. Gilberto Lima Exercícios Propostos da Apostila – págs. 135 a 142 Resoluções 1) a) No instante to = 0 s, a barra ℓ é abandonada sobre os trilhos o que promove o fechamento do circuito e o estabelecimento de uma corrente io no sentido horário produzida pelo gerador com fem ε. Nesse instante, usando a Lei das Malhas de Kirchhoff Vi 0 , teríamos a i seguinte equação para descrever o circuito (lembrando que há uma resistência global R nessa malha, conforme dito no enunciado): Vi 0 Rio 0 i Rio io R Mas ocorre uma interação entre esta corrente io e o campo magnético externo B , e, portanto, surge uma força magnética sobre a barra, cujo valor é dado por: Fmagnética io Bsen Fmagnética Bsen90 o R Fmagnética B, R onde β é o ângulo entre o campo magnético e a corrente; neste caso β = 90o. Pela regra da mão direita vê-se que tal força tende a fazer a barra mover-se para a direita. B io ε n̂ + ℓ Fmagnética – io io v x Os trilhos e a barra estabelecem uma área atravessada pelo campo magnético B , portanto há um fluxo magnético dado por: B BAcos B Bx cos0o B Bx Aqui escolhi apontar para baixo o versor n̂ normal à área, de tal forma a ter o ângulo α entre o campo magnético e o versor valendo 0o. Com o movimento da barra, a área definida por ela e pelos trilhos aumentará e, portanto, haverá também uma variação do fluxo magnético o que acarretará o surgimento de uma força eletromotriz induzida (εinduzida) e também de uma corrente induzida (iinduzida). dados pela lei de Faraday-Lenz e depois pela lei de Ohm: induzida d B dt induzida B induzida dx dt Seus valores são d [ Bx] dt induzida Bv onde v é a velocidade de deslocamento da barra. iinduzida E: induzida R iinduzida Bv R A função destas duas grandezas é produzir um campo magnético induzido ( Binduzido ) que se contraponha à variação do fluxo; no caso, como o fluxo está aumentando juntamente com a área delimitada pela barra, a fem e a corrente induzidas se estabelecem no sentido anti-horário, de forma a produzirem um campo magnético induzido com sentido para cima (regra da mão direita), para tentar compensar o aumento do fluxo magnético para baixo. Esta corrente induzida também interagirá com o campo magnético externo B , o que produzirá uma força magnética induzida ( Fmag .induzida ) que aponta para a esquerda, justamente para tentar conter o movimento original da barra para a direita; o valor dessa força magnética induzida é: Fmag .induzida iinduzidaBsen ( Bv) Fmag .induzida Bsen90 o R B 2 2v Fmag .induzida R onde γ é o ângulo entre a corrente induzida e o campo magnético externo B ; no caso γ = 90o. Aqui desconsideramos o sinal negativo de iinduzida já que estamos calculando apenas o módulo da força magnética induzida. Todo este conjunto de grandezas induzidas é mostrado na figura abaixo. B n̂ io ε + io iind . x Fmag .ind. Bind . ℓ v Fmagnética Voltando a aplicar a Lei das Malhas sobre este circuito, considerando agora a presença da fem induzida, teremos: Vi 0 induzida Ri 0 Bv Ri 0 Bv Ri , i onde i io iinduzida , é a corrente resultante no circuito. A subtração entre as duas correntes deve-se ao fato de elas terem sentidos opostos. b) Sobre a barra atuam duas forças: a força magnética original e a induzida, portanto, a Lei Fundamental da Dinâmica (Segunda Lei de Newton) sobre a barra resulta em: Fi ma i Fi m i dv B B 2 2 v m dt R R dv B B 2 2 v dt mR mR dv dt m dv Fmagnética Fmag . induzida dt dv B B 2 2 v m dt R R dv B Bv dt mR c) A velocidade e a corrente limites são alcançados quando as forças sobre a barra se igualam, ou seja, quando Fmagnética Fmag . induzida Bv 0 dv 0 dt v B Bv 0 mR B Quando a barra atinge essa velocidade, a corrente resultante terá o valor: Bv Ri Ri B B Ou seja, na velocidade limite: i 0 Ri io iinduzida 0 Ri 0 i 0A io iinduzida . Quer dizer que a corrente induzida assume o mesmo valor da corrente original, mas elas têm sentidos contrários e se anulam. Reparem que a velocidade da barra estava aumentando até atingir essa velocidade limite, em conseqüência, a taxa de variação temporal (a derivada com o tempo) do fluxo magnético também estava aumentando já que ela dependia da velocidade, em razão disso a fem induzida também aumentava com o objetivo de conter aquela tendência do fluxo. Contudo, quando a barra atinge a velocidade limite, a taxa de variação do fluxo com o tempo passa a ser constante, daí a fem induzida também se torna constante. Embora o fluxo em si continue a aumentar porque a coordenada x, da qual ele depende, ainda permaneça aumentando, a sua taxa de variação passou a ser constante e a fem induzida depende é dessa taxa. ############################################################################## 2) a) Sobre a barra colocada no plano inclinado atua a componente paralela à rampa da força da gravidade: P// P sen mgsen , com sentido descendente (negativo, portanto). A barra delimita uma área sobre o plano inclinado e, portanto, determina também um fluxo magnético que atravessa essa área dado por: B BAcos B Bx' cos , Note que o ângulo α entre o campo magnético e o versor n̂ normal à superfície atravessada pelo campo é, neste caso, igual ao próprio ângulo θ do plano inclinado como a figura abaixo procura demonstrar. N ℓ Psen x’ B v θ n̂ M R θ Conforme a barra desliza pelo plano inclinado, ocorre uma variação do fluxo magnético e então são induzidas uma força eletromotriz e uma corrente, ambas no sentido anti-horário. Essa corrente induzida interage com o campo magnético, gerando uma força magnética induzida sobre a barra que busca opor-se à tendência de descida desta. Portanto, pela Lei de Faraday-Lenz: induzida E: d B dt induzida d [ Bx' cos ] dt induzida B cos induzida Bv cos iinduzida induzida R iinduzida Bv cos . R dx' dt E ainda: Fmag .induzida iinduzidaBsen ( Bv cos ) Fmag .induzida Bsen 90 o R B 2 2 v cos Fmag .induzida R onde γ é o ângulo entre a corrente induzida e o campo magnético que vale, neste caso, 90 o. No entanto, esta força magnética não é paralela ao plano inclinado, portanto é preciso determinar a sua projeção na direção do plano inclinado que será dada pelo produto entre seu módulo e o cosseno do ângulo θ, ou seja: Fmag.induzida // Fmag.induzida cos B vRcos 2 2 2 A figura abaixo procura ilustrar todas essas idéias: Fmag.induzida // B Fmag .induzida x’ θ v Psen iinduzida R θ Aplicando a Segunda Lei de Newton à barra teremos: Fi ma i Fi m i dv dt dv B 2 2 v.cos2 m mgsen dt R m dv ( Fmag . induzida ) // mgsen dt A velocidade limite (terminal) da barra é alcançada quando as forças se igualam, ou seja, quando a aceleração se anula e a barra passa a se mover com velocidade constante, portanto: a0 dv 0 dt B 2 2 v.cos2 mgsen R v mgRsen B cos cos 2 2 Na última passagem usei a relação: tan B 2 2 v.cos2 mgsen 0 R v v mgRsen B 2 2 cos2 mgR tan B 2 2 cos sen . cos b) Aqui devemos demonstrar que a energia potencial gravitacional da barra é inteiramente convertida em energia elétrica, ou melhor, é convertida em energia térmica através da sua dissipação no resistor do circuito. Nesse resistor temos uma potência dissipada dada por: Pdissipada Ri , onde a corrente i é 2 a induzida pelo movimento da barra. Assim: Pdissipada 2 Riinduzida Bv cos Pdissipada R R 2 Pdissipada B 2 2 v 2 cos2 R Introduzindo nesta expressão o valor da velocidade limite determinada no item anterior, encontramos: B 2 2 cos2 mgR tan Pdissipada 2 2 R B cos 2 Pdissipada m 2 g 2 R tan 2 B 2 2 A energia potencial gravitacional da barra deve ser a origem dessa energia sendo dissipada. Tal energia é obtida de: U gravitacional mgh U gravitacional mgx' sen , onde h é a altura que a barra está do solo e que pode ser obtida neste caso da relação: sen h x' h x' sen Para obter a potência fornecida devemos derivar esta energia potencial pelo tempo, dessa forma: Pfornecida dU gravitacional dt Pfornecida d [mgx' sen ] dt Pfornecida mgsen d [ x' ] dt Pfornecida mgvsen Substituindo aqui a velocidade pelo valor determinado no item passado, encontramos: Pfornecida mgR tan mg 2 2 sen B cos Pfornecida m 2 g 2 R tan 2 B 2 2 , Fica demonstrado então que: Pdissipada = Pfornecida, ou seja, fica evidenciada a Conservação da Energia no processo. ############################################################################## 10) d h v B ℓ a) A espira adentra a região com campo magnético uniforme no instante que convencionaremos como sendo t = 0 s, e nesse momento ela está numa posição que especificaremos como xo = 0 m. B t=0s x = xo = 0 m O detalhe significativo deste exercício é que o fluxo magnético tem que ser calculado em três situações distintas: I) quando a espira está invadindo a região na qual o campo magnético está confinado; II) quando a espira está inteiramente dentro daquela região; III) quando a espira está deixando a referida região. Em cada uma dessas etapas teremos um fluxo distinto e, em conseqüência, uma fem induzida específica. Calculemos o fluxo em cada uma dessas situações: I) Enquanto a espira invade a região magnetizada, a área dela que é atravessada pelo campo é dada por: A = hx, onde h = 5 cm = 0,05 cm. Consideremos um versor n̂ normal à espira tendo sentido para baixo, de maneira a formar um ângulo de 0 o com o campo magnético. 0s < t < 5s n̂ h x Com esse detalhe, o fluxo magnético através da espira, enquanto ela invade a região coberta pelo campo, é: B ( I ) BAcos B ( I ) Bhxcos0o B ( I ) Bhx Mas, esta espira desloca-se na direção x com velocidade constante, portanto ela desenvolve um x xo vt , onde, como já movimento retilíneo uniforme (MRU), cuja equação horária é: estabelecemos, xo = 0 m. Assim: x vt , simplesmente. Portanto: B ( I ) Bhx B ( I ) Bhvt Ingressando com os valores numéricos temos: B ( I ) Bhvt B ( I ) (1,0 T )(0,05 m)(0,02 m/s )t B ( I ) (1,0 10 3Wb / s)t B ( I ) (1,0 mWb/s)t Temos assim o fluxo magnético em função do tempo, mas este resultado só é válido até a espira invadir totalmente a região com campo magnético, o que ocorre no instante em que ela percorre uma distância d = 10 cm = 0,10 m, ou seja em: x vt d vt t d v t 0,10 m 0,02 m/s t 5s. A partir desse instante o valor do fluxo vai mudar. t=5s n̂ h d II) Quando a espira estiver completamente dentro da região com campo magnético o fluxo através dela será constante, uma vez que tanto a área quanto a intensidade do campo não variam mais. Embora a espira ainda se mova, sua área permanece a mesma e ela vai atravessando regiões em que o campo magnético tem sempre o mesmo valor (assim como mesma direção e sentido), isto acarreta uma uniformidade do fluxo magnético também. De fato, agora: B ( II ) BAcos B ( II ) Bhd cos0o B ( II ) Bhd, onde d = 10 cm = 0,10 m. Nenhum dos fatores que compõe o fluxo aqui se alteram com o tempo; o fluxo é, portanto, constante. Numericamente: B ( II ) Bhd B ( II ) (1,0 T )(0,05 m)(0,10 m) B ( II ) 5 10 3 Wb B ( II ) 5 mWb Como a espira demorou 5 s para entrar completamente na região com campo, levará mais 5 s para sua aresta dianteira atingir a extremidade oposta da região, ou seja, ao todo demorará 10 s para começar a sair da área com campo. De fato, tendo essa área um comprimento ℓ = 20 cm = 0,20 m, então, o tempo necessário para a espira atravessar a região é: x vt vt t v t 0,20 m 0,02 m/s t 10 s A partir desse momento, a área da espira em contato com o campo passará a diminuir. t = 10 s n̂ d ℓ h III) Como o desenho abaixo procura mostrar, a área da espira em contato com o campo magnético passa a ser: A (x d ) A ( d ) x 10 s < t < 15 s n̂ h d x ℓ Assim, o fluxo magnético na área da espira que ainda permanece dentro da região com campo magnético é: B ( III ) BAcos B ( III ) Bh [( d ) x] cos0 o B ( III ) Bh [( d ) x] B ( III ) Bh [( d ) vt ] Entrando com os valores numéricos temos: B ( III ) Bh [( d ) vt ] B ( III ) (1,0 T )(0,05 m)[(0,20 m 0,10 m) (0,02 m/s )t ] B ( III ) (1,5 10 2 Wb) (1 10 3 Wb / s)t B ( III ) (15 mWb) (1 mWb / s)t Quando x = (ℓ + d) = (20 cm + 10 cm) = 30 cm = 0,30 m, a espira sairá completamente da região sob influência do campo magnético. A partir desse momento não haverá mais fluxo magnético a ser calculado: x vt d vt t d v t 0,30 m 0,02 m/s t 15 s t = 15 s n̂ d x ℓ Um gráfico representando o comportamento do fluxo magnético durante o movimento da espira teria o seguinte aspecto: B (mWb) 5 t(s) 0 5 10 15 b) A fem induzida também terá um valor específico em cada uma dessas etapas do movimento da espira. Aplicando a lei de Faraday-Lenz a cada uma delas encontraremos: I) Para 0 s < t < 5 s: (I ) d B ( I ) dt (I ) d [(1,0 mWb/s)t ] dt ( I ) (1,0 mWb/s) ( I ) 1,0 mV II) Para 5 s < t < 10 s: ( II ) d B ( II ) dt ( II ) d [(5,0 mWb)] dt ( II ) 0 V d [t ] dt III) Para t > 10 s: ( III ) d B ( I ) ( III ) dt d [(15 mWb) (1 mWb / s)t ] dt d [t ] d [15 mWb] (1,0 mWb/s) dt dt ( III ) ( III ) 1,0 mV O gráfico da fem induzida em função do tempo seria então: (mV ) 1 0 5 10 t (s) 15 –1 ############################################################################## 11) a) A barra juntamente com as guias delimita uma área que é atravessada pelo campo magnético redundando no aparecimento de um fluxo magnético dado por: B BAcos B Bx cos0o B Bx . Como vê-se na figura abaixo escolhemos um versor n̂ normal à essa área e com sentido para dentro, de tal forma a fazê-lo paralelo ao campo magnético e, assim, ter θ = 0o. A fem induzida será dada pela lei de Faraday-Lenz: induzida d B dt induzida d [ Bx] dt induzida B d [ x] dt induzida Bv Introduzindo os valores numéricos encontramos, em módulo: induzida (2,5 T )(0,20 m)(4 m/s ) induzida 2 V B iinduzida n̂ v ℓ Fmag .ind. R x b) O sentido em que a corrente se estabelece está indicado na figura acima. A força magnética induzida que essa corrente produz deve se opor ao movimento da barra para tentar conter o aumento do fluxo que se dá devido ao aumento da área. Para que surja uma força magnética com o sentido contrário ao da velocidade a corrente elétrica induzida deve ter o sentido horário. Com isso e usando-se a regra da mão direita constata-se que a força magnética tem o sentido correto. Usando a Lei das Malhas de Kirchhoff Vi 0 teremos a seguinte equação para i descrever esse circuito: Vi 0 i O que resulta em: Riinduzida 0 iinduzida 2V 0,8 Riinduida iinduzida R iinduzida 2,5 A Portanto, a corrente induzida vale 2,5 A e tem sentido anti-horário. ############################################################################## 12) Neste exercício o enunciado já é claro quanto ao fato de o campo magnético ser perpendicular à área que ele atravessa, portanto, cosθ = 1. Daí: B BAcos B BA dB 2 T / s (o sinal negativo é porque o dt A área é fixa, mas o campo magnético está variando campo está diminuindo), portanto: induzida d B induzida dt d [ BA] dt induzida (1 m 2 )( 2 T / s) induzida A dB dt induzida 2 V Agora, aplicando a lei de Ohm para essa espira obteremos: iinduzida induzida R iinduzida 2V 4 iinduzida 0,5 A ############################################################################## 13) Novamente o enunciado do exercício já anuncia que o campo é perpendicular à área atravessada por ele, portanto, θ = 0o e cosθ = 1. O fluxo magnético será dado por: B BAcos B BNAespira Onde levamos em conta que se trata de uma bobina com N espiras de área A cada uma. A fem induzida nessa bobina é obtida pela aplicação da lei de Faraday-Lenz: induzida d B dt induzida d [ BNAespira ] dt induzida NAespira dB dt A área não está mudando neste caso, mas apenas o campo e temos como determinar qual é a sua taxa de variação: dB B B final Binicial dt t t dB 0 T 0,01 T dt 1s dB 0,01 T / s dt Portanto: induzida NAespira dB dt induzida (200)[ (0,04 m) 2 ](0,01 T / s) induzida 0,01V ############################################################################## 14) O gráfico apresentado do fluxo magnético em função do tempo é muito similar ao obtido no exercício 10 acima, apenas diferindo nos valores. Conforme veremos, o gráfico da fem induzida também será semelhante ao daquele exercício. No intervalo de tempo 0 s ≤ t ≤ 0,1 s, o fluxo aumenta linearmente com o tempo. Ou seja: B a bt , é a equação de uma reta cujos coeficientes, a e b, devemos determinar. O coeficiente angular dessa reta pode ser obtido de: b B , final B , inicial t final tinicial b 4 Wb 0 Wb 0,1 s b 40 Wb / s . Já o coeficiente linear a é claramente igual a 0 Wb neste segmento. Dessa forma obtemos: B (40 Wb / s)t para 0 s ≤ t ≤ 0,1 s. Determinemos o valor da fem induzida neste intervalo: induzida d B dt induzida d[(40 Wb / s)t ] dt induzida 40 V Agora, no intervalo 0,1 s ≤ t ≤ 0,3 s, vemos que o fluxo magnético é constante: B 4 Wb . Obviamente então: induzida d B dt induzida d[4Wb] dt induzida 0 V Finalmente, no intervalo 0,3 s ≤ t ≤ 0,4 s, vê-se que o fluxo decresce linearmente com o tempo, ou seja, novamente: B a bt , onde agora: b B t B , final B , inicial t final tinicial b 0 Wb 4 Wb 0,4 s 0,3 s b 40 Wb / s . Para encontrar a usaremos o fato que quando t = 0,4 s temos B 0 Wb , e daí: B a bt a (40 Wb / s)(0,4 s) 0 a 16 Wb O fluxo magnético nesse intervalo é, portanto: B 16 Wb (40 Wb / s)t , a 16 Wb 0 resultando em: induzida d B induzida dt d[16 Wb (40 Wb / s)t ] dt induzida 40 V Combinando em um gráfico todos esses resultados da força eletromotriz em cada intervalo obtemos: (V ) 40 0 0,1 0,2 0,3 t(s) 0,4 –40 ############################################################################## 15) Sobre a barra atuam três forças: I) O seu próprio peso Pbarra = mg; II) A tensão exercida pelo peso do bloco pendurado que indicarei simplesmente por Pbloco = Mg. Estas duas forças apontam para baixo. III) Uma força magnética com sentido para cima e que equilibra o sistema. Esta força nasce da interação entre o campo magnético externo e a corrente elétrica produzida pela bateria; seu sentido é obtido a partir da aplicação da regra da mão direita, e sua intensidade é: Fmagnética io Bsen Fmagnética io Bsen90 o Fmagnética io B, onde β é o ângulo entre o campo magnético e a corrente; neste caso β = 90o. Aplicando a Lei das Malhas de Kirchhoff Vi 0 temos a seguinte equação para descrever i esse circuito: Vi 0 i Rio rio 0 ( R r )io 0 onde ε é a fem fornecida pelo gerador presente, e r é a resistência da barra. Dessa forma, a força magnética toma a forma: Fmagnética rR B io Rr , A figura abaixo ilustra essa composição de forças. y ε R = 20 Ω B yo Fmagnética g io 0 Pbarra M Pbloco a) Aplicando a 2ª. Lei de Newton a esse sistema de forças, encontramos: Fi ma i Fi m i dv dt m dv Fmagnética Pbloco Pbarra dt Como todas as forças estão na direção y, não foi necessário adotar a notação vetorial, bastando apenas indicar os sentidos das forças com os sinais adequados (seguindo a convenção mostrada no desenho). Como o sistema está equilibrado, então a aceleração é nula, e, portanto, a soma das forças também é zero (a resultante de forças é nula). Assim, temos: Fmagnética Pbloco Pbarra 0 rR B ( M m) g 0 io B Mg mg 0 (r R)( M m) g B Introduzindo os valores numéricos fornecidos, obtemos: (5 20 )(18 kg 2 kg )(10 m / s 2 ) (1,0 m)(1,0 T ) 5000V b) Quando o bloco é desconectado da barra, o equilíbrio de forças é quebrado e a barra passa a subir. Dessa forma, a área delimitada por ela e pelo circuito passa a se alterar, produzindo uma variação do fluxo magnético e, conseqüentemente, gerando uma força eletromotriz, uma corrente e uma força magnética induzidas no sistema que tentam impedir o movimento da barra. desenho abaixo procura ilustrar a nova composição de forças que surge. O y io B Fmagnética v n̂ yo iinduzida Pbarra y 0 Fmag .induzida Equacionando este sistema de força encontramos agora que: Fi m i dv dt m dv Fmagnética Pbarra Fmag .induzida dt Para determinarmos o valor dessa força magnética induzida devemos calcular o fluxo magnético e dele obter a força eletromotriz induzida. Considerando um versor n̂ normal à área apontando para dentro da página (vide figura acima), resulta que o ângulo entre o campo e o versor é zero, portanto: B BAcos B B( yo y) cos0o B B( yo y) Aplicando a lei de Faraday-Lenz: induzida d B dt induzida B dy dt induzida d [ B( yo y )] dt induzida Bv induzida B d ( yo y ) dt onde v é a velocidade de deslocamento da barra. Lembrando que yo é uma constante e sua derivada é nula. Daí podemos obter a corrente elétrica induzida: iinduzida induzida rR iinduzida Bv rR Da interação entre esta corrente e o campo magnético origina-se a força magnética induzida: Fmág .induzida iinduzidaBsen Fmág .induzida Fmág .induzida Bv Bsen 90 o rR B 2 2v rR Introduzindo este resultado na equação de movimento da barra temos: dv m Fmagnética Pbarra Fmag .induzida dt m dv B Bv mg dt r R dv B 2 2v m B mg dt r R rR dv B Bv g dt m(r R) Na última passagem simplesmente dividi os dois lados da expressão por m. Colocando nessa expressão os valores numéricos já conhecidos, encontramos: dv (1,0 T )(1,0m) [5000 V (1,0 T )(1,0 m)v] (10 m / s 2 ) dt (2 kg )(5 20 ) dv 90 0,02v dt Neste resultado abolimos as unidades por questão de facilidade de manuseio das expressões, mas você pode realizar uma análise dimensional e conferir se tudo está coerente. Temos agora uma pequena equação diferencial para resolver. Devemos multiplicar ambos os lados pela diferencial dt para poder separar as variáveis e integrar, dessa forma obteremos o comportamento da velocidade da barra com o tempo. Então: dv dt 90 0,02vdt dt dv dt 90 0,02v v t dv' dt' 90 0 , 02 v ' 0 0 Explicando os limites de integração adotados: na primeira integral, o limite inferior é a velocidade inicial da barra que era zero, uma vez que ela estava parada quando o bloco M foi retirado; o limite final é a velocidade num instante t qualquer (fizemos uma distinção na variável de integração para não confundi-la com essa variável do extremo da integral). Na segunda integral, o limite inferior é zero porque começamos a contar o tempo no instante em que o bloco M foi liberado; o limite superior é um instante t qualquer. Resolvendo as integrais encontramos: v t dv' dt' 90 0 , 02 v ' 0 0 v ln( 90 0,02v' ) t' (0,02) 0 ln( 90 0,02v) ln( 90) 0,02t ln( 90 0,02v) 4,5 0,02t t 0 ln( 90 0,02v) 4,5 0,02t Aplicando a exponencial aos dois lados dessa expressão teremos: ln( 90 0,02v) 4,5 0,02t 90 0,02v e 4,5 e 0,02 t 0,02v 90 90e 0,02 t v 4500 1 e 0,02 t m/s 90 0,02v e 4,5 0,02 t 90 0,02v 90e 0,02 t 0,02v 90 1 e 0,02 t Portanto, a velocidade da barra tende exponencialmente a um valor limite. (Tente desenhar o gráfico desta função num programa como o Excel, por exemplo, e visualize o comportamento da velocidade com o tempo.) c) A velocidade limite é alcançada quando dv 0 dt 90 0,02v 0 dv 0, portanto: dt 0,02v 90 v 4500 m/s. ############################################################################## 16) No instante inicial (t = 0), a barra AB é abandonada sobre os fios fechando o circuito. Nesse instante há duas forças agindo sobre ela: I) O seu próprio peso Pbarra = mg; e II) A força magnética produzida pela interação entre o campo magnético e a corrente elétrica que circula no circuito formado pela barra e os fios. Essa força é dada, como sempre, por: Fmagnética io Bsen Fmagnética B, R onde β é o ângulo entre o campo magnético e a corrente; neste caso β = 90o, e ε é a fem fornecida pelo gerador presente. A figura abaixo ilustra essas forças e indica que a força magnética aponta para baixo, segundo a regra da mão direita. Em t = 0 s ε R B n̂ io Pbarra Fmagnética A partir do momento em que a barra começa a mover-se para baixo, a área por ela delimitada passa a variar e, em conseqüência, ocorre também uma variação do fluxo magnético dando origem a uma força eletromotriz e a uma corrente elétrica induzidas. A interação desta corrente com o campo magnético produz uma força magnética induzida que tende a se contrapor ao movimento da barra (vide figura abaixo). Como na questão anterior podemos determinar o valor dessa força magnética seguindo o roteiro padronizado. io B n̂ iinduzida Fmag .induzida y Pbarra v Fmagnética Associando-se um versor n̂ normal à área e com sentido para dentro, resulta que o ângulo entre o campo e esse versor é zero, portanto: B BAcos B By cos0o B By Aplicando a lei de Faraday-Lenz: induzida d B dt induzida d [ By ] dt induzida B dy dt induzida Bv, onde v é a velocidade de deslocamento da barra. Daí podemos obter a corrente elétrica induzida: iinduzida induzida R iinduzida Bv , R Da interação entre esta corrente e o campo magnético origina-se a força magnética induzida: Fmag .induzida iinduzidaBsen Fmag .induzida Bv Bsen 90 o R B 2 2v Fmag .induzida R Equacionando o sistema de força encontramos que (adotando o sentido positivo do eixo y como sendo para baixo, conforme se vê na figura acima), temos: Fi m i dv dt m dv Fmagnética Pbarra Fmag .induzida dt dv B 2 2v m B mg dt R R dv B Bv g dt mR m dv B Bv mg dt R Ingressando com os valores numéricos conhecidos, obtemos: dv B Bv g dt mR dv (0,5T )( 2m) [10V (0,5T )( 2m)v] (10 m / s 2 ) dt (2kg )(10) dv 10,5 0,05v dt Novamente, trata-se de uma pequena equação diferencial a ser resolvida pelo método de separação de variáveis já usado no exercício anterior: dv dt (10,5 0,05v)dt dt dv dt (10,5 0,05v) v t dv' dt' 0 (10,5 0,05v ' ) 0 v ln(10,5 0,05v) t t' 0 0,05 0 ln(10,5 0,05v) 0,05t 2,35 10,5 0,05v e 2,35 e 0,05 t 0,05v 10,5 10,5e 0,05 t 0,05v 10,5(1 e 0,05 t ) ln(10,5 0,05v) ln(10,5) 0,05t 10,5 0,05v e 0,05 t 2,35 v 210 (1 e 0,05 t ) m/s Já a corrente em função do tempo será obtida de: i io iinduzida B 2 2v , i R R onde i aqui é a corrente resultante. Colocando nesta expressão os valores numéricos conhecidos, e também a velocidade recém obtida, teremos: B 2 2v i R R (10 V ) (0,5 T ) 2 (2 m) 2 (210 m/s ) i (1 e 0,05 t ) (10 ) 10 i [1 21(1 e 0,05 t )] A i (20 21e 0,05 t ) A b) Como sempre, a velocidade limite é alcançada quando a aceleração se anula, portanto: dv 0 dt (10,5 0,05v) 0 v 210 m/s Este resultado também pode ser obtido através da expressão para a velocidade em função do 0,05 t tempo, v 210 (1 e ( t ). Neste caso: ) m/s , buscando-se seu valor quando o tempo tende ao infinito lim e 0,05t 0, t portanto: v(t ) lim [210(1 e 0,05t ) m/s] t v 210 m/s . Reparem, contudo, que a corrente resultante não é nula quando se atinge esta velocidade limite. De fato: i(t ) lim [(20 21e 0,05t ) A] t i 20 A Esta corrente residual se faz necessária para gerar uma força magnética que compense o peso da barra e mantenha esta movendo-se com velocidade constante. O sinal negativo nela indica que esta corrente tem sentido oposto à corrente original produzida pelo gerador. ############################################################################## 17) a) Se o bloco M sobe com velocidade constante é porque a barra move-se para a direita e a resultante de forças sobre ela é nula. Nessa barra atuam três forças que nos interessam neste caso: I) A tensão T exercida pelo peso do bloco M, portanto T = Mg; II) Como há uma corrente passando pela barra então deve haver uma força magnética produzida pela interação dessa corrente com o campo magnético presente. Essa força deve ter o sentido para a direita na figura uma vez que se faz necessária uma força com essa característica para compensar a tensão T, e assim manter a velocidade da barra constante. Para que, num campo magnético com a direção indicada, apareça uma força magnética horizontal apontando para a direita, é necessário que a corrente circule no sistema no sentido anti-horário (regra da mão direita). Com essa exigência já se pode então definir a polaridade do gerador G e ela é mostrada na figura abaixo. A intensidade dessa força magnética é dada por: Fmagnética io Bsen Fmagnética Fmagnética rR rR Bsen90 o B, onde β é o ângulo entre o campo magnético e a corrente, neste caso β = 90o, e ε é a fem fornecida pelo gerador presente. Mas notem, contudo, que esta força magnética não aponta para a direita, mas faz sim um ângulo de 30º em relação ao plano da barra, portanto, para determinarmos o valor exato da força que arrasta a barra devemos determinar a projeção dessa força magnética no plano da espira. Isto resulta em: F magnética // F magnética cos30 o 0,87 B rR Na figura abaixo procuro demonstrar todos esses detalhes. B B Fmagnética 30o R n̂ 60o Pbloco 30o v Fmagnética // – G + io x III) Devido ao movimento da barra, a área delimitada por ela e pelos trilhos passa a se alterar, produzindo uma variação do fluxo magnético e, conseqüentemente, gerando uma força eletromotriz,uma corrente e uma força magnética induzidas que tentam se opor ao deslocamento da barra. Escolhendo o versor normal ( n̂ ) à área delimitada pelos trilhos e pela barra com sentido para cima, observa-se na figura que isto resulta num ângulo de 30o entre ele e o campo magnético, assim, a intensidade da força magnética induzida é obtida através dos seguintes passos: i) Fluxo Magnético: B BAcos B Bx cos30 o B 0,87 Bx ii) FEM Induzida: induzida d B dt induzida d [0,87 Bx] dt induzida 0,87 B dx dt induzida 0,87 Bv, iii) Corrente Induzida: iinduzida induzida rR iinduzida 0,87 Bv rR iv) Força Magnética Induzida: Fmág .ind . iinduzidaBsen Fmág .ind . Fmág .ind . 0,87 Bv Bsen 90 o rR 0,87 B 2 2 v rR Mas também esta força magnética não está contida no plano da espira, conforme a figura abaixo procura mostrar. Para obter a sua projeção sobre o plano da espira devemos fazer: 0,87 B 2 2 v Fmág .ind. // Fmág .ind. cos30 o cos30 o rR 0,75 B 2 2 v Fmág .ind. // rR B io B R Fmag .ind. // Fmag .ind. n̂ Pbloco bloco v Fmagnética // G iinduzida x Entrando com este conjunto de forças na 2ª. Lei de Newton, temos: Fi m i dv dt m dv Fmagnética // Fmag .ind . // Pbloco dt dv 0,87 0,75 B 2 2 v m B Mg dt r R rR m dv B 0,87 0,75 Bv M g dt m(r R) m dv B 0,87 0,75 Bv Mg dt r R Substituindo os termos pelos valores conhecidos chega-se a: dv (0,5 T )(1,2 m) (10 kg ) [0,87 (0,75)(0,5 T )(1,2 m)(5 m/s )] (10 m/s 2 ) dt (1 kg )(5 10 ) (1 kg ) dv 0,0348 0,09 100 dt dv 0,0348 100,09 dt Devemos lembrar agora que a barra está-se movendo com velocidade constante, portanto: dv 0 dt 0,0348 100,09 0 2876,17 V b) No instante inicial (t = 0), desconecta-se o bloco da barra e assim se elimina a tração que este exercia sobre a ela, a equação do movimento assume então a seguinte configuração: Fi m i dv dt m dv Fmagnética // Fmag .ind . // dt dv 0,87 0,75 B 2 2 v m B dt r R rR dv B 0,87 0,75 Bv dt m(r R) m dv B 0,87 0,75 Bv dt r R Fazendo a atribuição dos valores numéricos temos: dv (0,5 T )(1,2 m) [(0,87 )( 2876 ,17 V ) (0,75)(0,5 T )(1,2 m)v] dt (1 kg )(5 10 ) dv 100,09 0,018v dt Novamente surge uma pequena equação diferencial para resolver: dv dt (100,09 0,018v)dt dt v dv dt (100,09 0,018v) v ln(100,09 0,018v) t t' 0 0,018 5 m/s t dv' dt' 5 m/s (100 ,09 0,018 v ' ) 0 ln(100,09 0,018v) ln[100,09 0,018(5)] 0,018t ln(100,09 0,018v) ln(100,09 0,09) 0,018t ln(100,09 0,018v) 4,605 0,018t ln(100,09 0,018v) ln(100 ) 0,018t ln(100,09 0,018v) 4,605 0,018t Aplicando a exponencial aos dois membros desta expressão, obtém-se: 100,09 0,018v e 4,605 e 0,018 t v 5560 ,56 5555,56e 0,018 t m/s 0,018v 100,09 100 e 0,018 t v [5555,56(1 e 0,018 t ) 5] m/s A diferença entre este resultado e o apresentado na apostila deve-se ao fato de nesta o autor não ter considerado que a velocidade inicial da barra era de 5 m/s (no momento em que se solta o bloco preso a ela). Reparem que considerei o limite inferior da integração iniciada acima como sendo essa velocidade, provavelmente o autor esqueceu-se deste detalhe e iniciou sua integração com velocidade nula. Isto configura um problema, pois se usarmos o resultado da apostila no instante t = 0 s, veremos que resulta numa velocidade nula nesse momento, o que não está correto. Já o resultado aqui obtido fornece a velocidade inicial exata.