Perspectiva Semanal De 30 de janeiro a 3 de fevereiro de 2017 Cenário para a semana A semana reserva uma agenda rica em eventos e indicadores, prometendo muita movimentação para os mercados. À semelhança do ocorrido nos últimos meses, as especulações em torno da política monetária americana continuarão ditando o rumo dos negócios em termos globais, principalmente, neste momento em que os investidores se animam com a possibilidade de o presidente Donald Trump cumprir suas promessas de estimular a economia a partir da expansão fiscal e creditícia. Reforça-se, assim, a importância da agenda econômica americana desta semana. Gerará subsídios que poderão contribuir para apostas em torno do tamanho do atual ciclo de aperto monetário. Em sua reunião de dezembro, o Fed projetou três altas das taxas de juros de referência (fed fund), neste ano. Com os eventos previstos para esta semana, em meio às incertezas sobre a política econômica do novo governo, as apostas do mercado em quatro altas dos fed funds em 2017 podem ganhar força. Após a divulgação da primeira estimativa do PIB do 4º trimestre do EUA, mostrando que a economia continua mostrando uma dinâmica de crescimento errática, aumentou o interesse pela reunião de política monetária, que o Fed realiza nesta quarta-feira, bem como pelos dados sobre o mercado de trabalho, que serão divulgados na sexta-feira. Segundo as projeções do mercado, a economia americana criou 170 mil empregos em janeiro, superando os 156 mil criados no mês anterior. Esse resultado manterá a média mensal dos últimos três meses em 177 mil, próxima à observada no ano de 2016 (180 mil). Esse ritmo de criação de vagas é coerente com uma economia em que a taxa de desemprego deve ficar em 4,7% em janeiro. Esses dados, ao lado de novas informações sobre renda, gastos pessoais e inflação, ajudarão calibrar as apostas sobre a dinâmica da politica monetária, neste ano. Ainda que não se espere por alterações nas taxas básicas de juros na reunião de política monetária do Fed (Fomc), que ocorre nesta semana, com os juros permanecendo entre 0,50% e 0,75%, o comunicado pode trazer sinalização sobre o ritmo do aperto monetário, nos próximos meses. No momento, ganha força cenários prevendo quatro altas das taxas básicas de juros em 2017, ocorrendo uma em cada trimestre. No âmbito doméstico, o foco recairá sobre os indicadores da produção industrial nacional, a serem divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira. Pelas nossas projeções, a produção industrial brasileira deve mostrar alta de 2,1% na comparação de dezembro em relação a novembro, pela série dessazonalizada, quando a produção cresceu 0,2%. Com esse desempenho mensal, a indústria nacional deve ter superado em 4,7% o produzido em igual mês de 2015. Se confirmada esta projeção, será a primeira taxa positiva nessa base de comparação desde fevereiro de 2014. Tema em destaque O presidente dos EUA, Donald Trump, tem cumprido algumas das suas promessas de campanha mais polêmicas, porém, mesmo assim, os mercados financeiros internacionais estão bem tranquilos. Trump encerrou as conversas para participar da Parceria Transpacífico, começou a erguer o muro prometido na fronteira com o México (tendo também tido entreveros com o presidente mexicano pelas redes sociais) e já convocou os líderes do México e do Canadá para rediscutir os termos do Nafta (tratado de livre comércio da América do Norte). Na última sexta-feira, Trump também emitiu uma ordem executiva proibindo a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana no país (outra de suas promessas de campanha). Essas medidas de cunho protecionista e isolacionista do novo governo têm recebido críticas de grandes empresários, entretanto os mercados financeiros mundiais seguem reagindo bem, com alta nos preços de ações (as bolsas americanas bateram recordes na semana passada), commodities e queda na aversão ao risco mundial. Esses movimentos dos mercados financeiros estão ligados à percepção de maior crescimento do PIB global, que ajuda todos os países, inclusive os emergentes. Os mercados financeiros, por enquanto, parecem mais concentrados nos benefícios que Trump pode trazer com seus programas de desregulamentação de certos setores e estímulo fiscal, fazendo vista grossa para as possíveis consequências de uma política imigratória mais restritiva (que afetaria em especial o setor de alta tecnologia) e comercial mais protecionista. A menor aversão ao risco global tem ajudado o ambiente econômico brasileiro. Segue havendo uma grande entrada de recursos estrangeiros no Brasil, que ajuda as empresas a se financiar e o real a se apreciar. A moeda brasileira já voltou ao patamar que prevalecia antes da eleição de Donald Trump (que ocasionou um movimento de aversão ao risco nos países emergentes na época). Isso ajuda o Banco Central na sua tarefa de desinflacionar a economia brasileira. Com um câmbio mais apreciado, a inflação fica mais baixa (ainda mais com a política de preços de combustíveis da Petrobras, que repassa a variação do preço internacional aos preços domésticos), permitindo ao Banco Central cortar mais a taxa de juros básica para estimular a economia. Segunda - feira 30 de Janeiro Renda e consumo pessoal (Dez) EUA Europa Vendas pendentes de casas (Dez) Índice atividade Fed Dallas (Jan) (GE) Inflação ao consumidor (Jan P) (EC ) Indicador de clima para negócios (Jan) Terça - feira 31 de Janeiro Quarta - feira 01 de Fevereiro Quinta - feira 02 de Fevereiro Sexta - feira 03 de Fevereiro Índice preço de casas C ase-Shiller (Nov) C riação de empregos ADP (Jan) Pedidos semanais de seguro desemprego Criação de empregos payroll (Jan) PMI de C hicago (Jan) PMI manufatura (Jan F) Produtividade da mão de obra (4T16) PMI serviços (Jan F) C onfiança do consumidor C B (Jan) ISM manufatura (Jan) Gastos com construção (Dez) Reunião do FOMC (GE) Vendas no varejo (Dez) (EC ) Taxa de desemprego (Dez) (EC) PIB (4T16) ISM composto (Jan) Encomendas à indústria (Dez) (GE) PMI manufatura (Jan F) (EC ) PMI manufatura (Jan F) (UK) PMI manufatura (Jan) (EC ) Inflação ao produtor (Dez) (UK) Reunião do BOE (GE) PMI serviços (Jan F) (EC ) Vendas no varejo (Dez) (UK) PMI serviços (Jan) (EC) Inflação ao consumidor (Jan) (JN) Vendas no varejo (Dez) Asia (C H) Feriado (JN) Taxa de desemprego (Dez) (JN) Produção industrial (Dez P) (JN) Reunião do BOJ (C H) Feriado IGP-M (Jan) Brasil Indicadores industriais C NI (Dez) Resultado primário gov. central (Dez) Taxa de desemprego PNAD contínua (Dez) Resultado primário consolidado (Dez) (JN) PMI manufatura (Jan F) (C H) PMI não manufatura (Jan) (CH) PMI manufatura (Jan) (C H) Feriado (C H) Feriado (CH) PMI manufatura Caixin (Jan) Eleição na Câmara dos Deputados IPC -S 4ª semana (Jan) (JN) PMI serviços (Jan) Produção industrial (Dez) IPC -FIPE (Jan) PMI serviços (Jan) PMI markit (Jan) Balança comercial (Jan) Vendas de veículos Fenabrave (Jan) Eleição no Senado Projeções Economia Brasileira Projeções - Indicadores Macroeconômicos 2013 2014 2015 2016(p) 2017(p) 2018(p) PIB - crescimento real Var % 3,00 0,10 -3,80 -3,50 0,30 2,10 IPCA IGP-M % ao ano % ao ano 5,91 5,53 6,41 4,03 10,67 10,55 6,29 7,19 4,51 5,60 4,50 4,82 Juro Selic - média ano Juro Selic - dezembro % ao ano % ao ano 8,22 10,00 11,02 11,75 13,36 14,25 14,08 13,75 10,77 9,50 9,31 9,25 R$/US$ R$/US$ bps 2,16 2,34 238 2,36 2,64 265 3,33 3,87 487 3,49 3,35 310 3,29 3,40 310 3,46 3,50 330 Balança Comercial Saldo em C. Corrente Saldo em C. Corrente US$ Bn US$ Bn % do PIB 2,6 -81,4 -3,7 -4,0 -104,7 -4,5 17,7 -60,6 -3,6 47,7 -20,0 -1,1 46,7 -31,7 -1,6 42,0 -36,5 -1,7 Resultado Fiscal Primário Dívida Líquida Dívida Bruta % do PIB % do PIB % do PIB 1,8 31,5 53,3 -0,6 34,1 58,9 -1,9 36,0 66,2 -2,6 44,5 71,1 -2,5 51,0 77,4 -0,9 54,0 81,2 Tx Câmbio - média ano Tx Câmbio - dezembro Risco País (EMBI) - dezembro (p) projeções Informações Economista-chefe Newton Rosa [email protected] Informações Maria Augusta [email protected] Assessoria de Imprensa: Superintendência de Comunicação Institucional e Relações com a Imprensa (SUCIR) Cristiane Martins/Mary Persia/Solange Guimarães Tels.: (11) 3779-7615/ 7614 Economista Rafael Yamano [email protected] Clique aqui e conheça os fundos da SulAmérica Investimentos. Site www.sulamericainvestimentos.com.br Este material foi preparado pela SulAmérica Investimentos DTVM S.A. e apresenta caráter meramente informativo, não podendo ser reproduzido ou copiado sem a expressa da mesma. As análises aqui contidas concordância foram elaboradas a partir de fontes fidedignas e de boa-fé. As informações aqui apresentadas deverão ser consideradas confiáveis apenas na data em que este foi publicado. Ainda assim, a SulAmérica Investimentos DTVM não garante, expressa ou tacitamente, exatidão, nem tampouco assertividade sobre os temas aqui abordados. Todas as análises aqui contidas estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. As opiniões aqui expressas não devem ser entendidas, em hipótese alguma, como uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.