HISTÓRIA A universidade: das origens à Renascença

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Texto complementar
A universidade: das
origens à Renascença
Reinholo Ullmann
Aloysio Bohnen
HISTÓRIA
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História
Assunto: Surgimento das universidades
A universidade: das origens à Renascença
Hoje, de um modo geral, para entrar numa universidade, requer-se prévio exame vestibular. E no medievo?
Não havia pré-requisito algum para o ingresso na universitas, nem ao menos era exigida a conclusão de algum
curso anterior. Entre os doze os quinze anos, o jovem podia ser admitido no studium. As indicações relativas à
idade são um tanto imprecisas e variáveis.
A faculdade de artes, com o trivium e o quadrivium, fazia as vezes do que costumamos, em nossa linguagem,
denominar primeiro e segundo graus, não esquecendo, porém, que incluíam o estudo das letras e da filosofia...
A matrícula propriamente dita também não existia, no início, em Paris. O aluno era obrigado a vincular-se a
um professor...
Assinalava-se o ingresso na universidade com um típico rito de iniciação. Fazia parte da recepção aos calouros o trote...
Com alguns detalhes, Le Goff aviva o cenário: A iniciação do novo aluno é descrita como uma cerimônia de
“purgação”, destinada a despojar o adolescente de sua rusticidade, quando não da sua bestialidade primitivas.
Troçam do seu cheiro a animal selvagem, do seu olhar perdido, das orelhas compridas, dos dentes, que parecem
presas. Desembaraçam-no de cornos e de outras supostas excrescências. Lavam-no e limpam-lhe os dentes. O
futuro intelectual abandona assim a sua condição original, que se aproxima muito das imagens do camponês.
Os Professores
[...] Os professores viviam de benefícios eclesiásticos, chamados prebendas, ou, no caso dos religiosos, eram
sustentados pela Ordem a que pertenciam. Médicos e advogados acrescentavam aos seus ganhos na docência
os honorários profissionais. Em Bolonha, a comuna e os estudantes pagavam os professores, variando a quantia
de acordo com o curso frequentado: o menos dispendioso era o de lógica; o mais caro, o de direito canônico.
Na Itália, pelo fim da Idade Média, o pagamento dos salários oscilava de acordo com a celebridade do professor e consoante as possibilidade financeiras da cidade [...].
Dados do fim do século XV dão conta da desigualdade salarial dos professores. Os menos bem-pagos eram
os da faculdade de filosofia. A classe dos médicos levava uma vida faustosa, com chácaras, bibliotecas e outros
bens. Suntuosamente também viviam os advogados [...].
Não é de estranhar-se, portanto, que a maioria dos professores levassem uma vida modesta, quase pobre, máxime os da faculdade de artes, os quais, por vezes, chegavam a empenhar os seus livros, para poderem sobreviver.
ULLMANN, Reinholdo; BOHNEN, Aloysio. A universidade: das origens à Renascença.
São Leopoldo: Unisinos, 1994. p. 141-142; 151-152.
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