A História do Plastimodelismo - AMME

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A História do Plastimodelismo:
O governo Norte Americano preocupado com o treinamento de
pilotos e artilheiros para que pudessem distinguir os aviões, navios e
blindados entre amigos e inimigos, no início do ano de 1942,
contratou diversas empresas para produzir modelos destes em escala.
Os navios foram produzidos nas escalas de 1/1350 até escalas de
1/500 em madeira e mistos de madeira/metal, blindados foram
produzidos nas escalas de 1/96 até 1/35 em metal. Mais de 200 tipos
de aviões foram produzidos em escalas de 1/432 em metal e madeira,
até 1/72 em gesso, metal, madeira, papelão e plástico. A maioria
desses modelos de aeronaves para reconhecimento foram moldadas
em plástico na escala 1/72 pela Cruver Company of Chicago e
Design Center of New York.
Paralelamente, havia uma cooperação entre o, Navy Bureau of
Aeronautics e o U.S. Department of Education. Estudantes
americanos ajudavam na confecção de centenas de modelos baseados
nas plantas e referências enviados pelo governo (muitas dessas
referências foram a base das séries da II Guerra Mundial da Testors e
Strombecker). Enquanto isto, a produção em massa dos modelos em
plástico começa a se desenvolver no programa Norte Americano.
Após a Guerra, a sobra desses modelos de reconhecimento foram
vendidos pela Polk’s Hobbies em New York na linha chamada
“Aristo-Craft”. Esses passaram a ser itens de coleção. Muitos
modelos podiam ser comprados em boas condições com valor
proporcional à raridade.
Alguns colecionadores reparavam e refinavam os modelos
originalmente preto fosco para as configurações militares originais.
Já outros, aplicavam um apurado esquema de pintura e marcas.
Aguçando a curiosidade e a criatividade, para ter em mãos uma
réplica em escala igual ao original, como fazem os modelistas de
hoje.
O plastimodelismo é um hobby extremamente gratificante,
principalmente depois que vemos um modelo bem montado, com
pintura fina e efeitos que dão a sensação de realidade.
O que é Modelismo:
Além da confusão que se faz com BRINQUEDO, há quem ainda
considere como MODELISMO apenas o PLASTIMODELISMO.
Existem pessoas, que acham que o PLASTIMODELISMO é o único
representante do MODELISMO, sendo as demais áreas para estes
consideradas menos importantes.
O MODELISMO é a representação de um objeto ou figura real em
escala.
Plastimodelismo é a área do Modelismo em que se destacam os kits
plásticos pré-moldados, oriundos de fábricas ou construídos pelo
modelista (“Scracth-build”). São peças para encaixar ou colar; para
pintar ou não; para representar o original ou transformar; para ser
montado em um só modelo, em conjunto ou para montar um
Diorama. Incluem-se nesta área os modelos pré-moldados em resina
e por “Vacuforming”, complementados com materiais diversos como
metal, papel, madeira balsa, resina, gesso, massas epóxi etc. O
plastimodelista trabalha utilizando muitas técnicas, está sempre
experimentando, descobrindo ou aperfeiçoando outras.
Ás vezes é confundido como brincadeira por pessoas que
desconhecem o trabalho envolvido e outras vezes chamado de
aeromodelismo, por relacionarem erroneamente ao nome da aviação
do plastimodelismo, pelo fato de ser uma das maiores e mais
conhecida “família” do plastimodelismo.
A idéia central do hobby é confeccionar uma réplica em escala
reduzida o mais fiel possível ao real, na grande maioria das vezes a
partir de um kit moldado em plástico e separado as partes em peças.
É uma atividade que requer paciência, capricho, criatividade e
pesquisa. Além de proporcionar momentos de tranqüilidade e
diversão, enriquece nossos conhecimentos gerais uma vez que a
pesquisa histórica, ou simplesmente a observação de detalhes
técnicos são fatores primordiais para uma montagem de qualidade.
Abrange a maior variedade de modelos (categorias): aviões,
helicópteros, carros, caminhões, fórmulas e competições,
motocicletas, bicicletas, navios, barcos, lanchas, submarinos,
astronáutica, espacial, ficção, veículos interestelares, militaria,
viaturas e armas, figuras humanas, bustos, animais, trens,
construções, obras de arte, e muitas outras.
Para cada uma dessas categorias existe uma escala predominante, o
que não significa que seja uma só, por exemplo: Os veículos civis
normalmente são encontrados nas escala 1/24 ou 1/25, mas também
existem 1/20, 1/18. Na militaria a escala mais usada é na 1/35, mas
também existem 1/72 e 1/48. Nos aviões e helicópteros as escalas
mais usadas são 1/72 e 1/48 mas também existem outras.
Escalas:
É a proporção entre a medida da réplica e do original, e pode ser de
redução ou ampliação.
No plastimodelismo existem diversas escalas, e as mais usadas são as
de reduções. São representadas por uma fração. Por exemplo: em um
avião 1/72 (ou 1:72), significa que o modelo é 72 vezes menor que o
avião real.
Existem kits que são de fácil montagem e kits que são mais
trabalhosos, estão classificados por níveis de dificuldade e
quantidade de peças.
Concursos de Hobbymodelismo:
Para que o hobby não se torne algo tão solitário, muitas vezes são
feitos concursos de modelos e Dioramas, o que permite o
intercâmbio de idéias e um maior convívio e "amizade" entre os
modelistas, já que na maioria das vezes ficamos isolados trabalhando
dentro de casa.
O concurso é apenas o pretexto para a festa e a troca de informações.
É um evento para incentivar os novos modelistas, para mostrar o seu
conhecimento nos modelos, para desenvolver sua modalidade sem
menosprezar a escolha do outro modelista, para ajudar a responder às
dúvidas dos menos experientes e promover a habilidade do modelista
para um trabalho melhor.
Modelismo não tem classe social:
Ariel Schneider No contato dia-a-dia com modelistas, fregueses e o
público em geral, tenho observado e aprendido inúmeras
curiosidades sobre o Modelismo. Digo curiosidades porque não
deveria ser como é encarada a sua prática nas diversas modalidades.
Tenho escutado: “Aeromodelismo é para uma elite abastada!”;
“Ferreomodelismo é para aposentado!”; “Plastimodelismo é para
criança!”; “Nautimodelismo é para marinheiro!”;
“Fosforomodelismo é para presidiário!” ... Isto sem contar que para
muitas pessoas essas e as demais áreas do Modelismo são
consideradas “brinquedo”.
Conheço médicos, engenheiros, jogadores de futebol, cobradores de
ônibus, arquitetos, industriais, superintendentes de órgãos federais e
funcionários de empresas estatais, bancários, encanadores, pilotos,
juiz estadual, motorista de táxi, açougueiros, dentistas, militares,
professores de diversos graus (e tenho conhecimento de que Ministro
de Estado) dentre tantas outras atividades, independente de poder
aquisitivo, categoria profissional, condição social ou grau de estudo,
que são aeromodelistas, plastimodelistas, ferreomodelistas,
nautimodelistas, dioramistas, fosforomodelistas, miniaturistas e
outros. Esta é a razão da afirmação-título de que MODELISMO
NÃO TEM CLASSE SOCIAL.
A criança tem um comportamento que ao atingir a idade adulta deixa
de lado, seja pelos afazeres profissionais ou por deboche de amigos,
parentes e colegas de trabalho. Refiro-me ao jogo de bola de gude
(bolinha de vidro), pião, patinete, pipa/papagaio, moldagem de peças
de barro, brinquedos de lata e de madeira ou papelão, peteca,
diávolo, figurinhas, boneca, casinha e toda a gama de brinquedos
prontos ou adquiridos em lojas, nos quais a criança alterna esses
brinquedos em ciclos, ou seja, a criança troca de brinquedo para não
“enjoar”. Quando cresce ou perde esta inconstância e parte para uma
atividade mais ou menos fixa, séria, “de homem”, de responsável,
“de gente grande”, ou então: “Agora sou casada”. E essa mudança de
comportamento embota e necessidade do adulto por vergonha, por
responsabilidades profissionais e familiares e por repreensões dos
pais ou amigos. O homem/mulher deixa de continuar a ser criança
por força dessas e tantas outras interferências. Conheço modelistas
que possuem seus modelos escondidos, guardados e sem divulgação
porque sabem que ao mostrar a alguém será chamado de “criança”,
“dessa idade brincando de trenzinho?!”, “não teve infância?”, etc.
Ora, o Modelismo pode até ser uma frustração por não se possuir o
objeto real (Freud explicava!). Ter um modelo de avião pode
significar não ter podido ser piloto; ter um barco ou uma caravela em
miniatura, por não ter conseguido seguir uma carreira náutica ou não
ter singrado os mares; ou mesmo engenheiros e guarda-chaves
ferroviários porque estiveram anos de suas vidas junto a uma estradade-ferro ou construindo pontes e viadutos. O médico, o nervoso, o
acamado, como terapia; o professor para melhor ilustrar sua aula; o
mecânico para aperfeiçoar sua técnica.
Quem não gosta de ver uma miniatura? Assim, alguns exemplos
surgem como: “Que bonitinho!” ao ver um filhote de urubu - que é
branco; “Que coisinha!” quando visitam uma pocilga com
porquinhos novos. E o que pode dizer-se de uma criança fofinha,
rosada, tenra? Estes são alguns exemplos de que seres pequenos
chamam a nossa atenção. E são brinquedos? (Embora alguns
presenteiem seus filhos com cachorrinhos com essa intenção).
Com a idade de 10 a 16 anos, própria para o início do Modelismo, a
criança “vê” o “seu” futuro profissional. Com a montagem de seu
modelo e as conseqüentes leituras sobre o que escolheu para montar,
muitas vezes tem essa dedicação interrompida pela incompreensão
dos pais ou responsáveis. A justificativa é de que o Modelismo
atrapalha os estudos, ou que já está em idade para pensar em algo
sério, ou que a “idade do brinquedo” já está passando. Ora, o
Modelismo é uma atividade que impulsiona ao estudo daquilo que o
jovem aprecia, complementa seus estudos curriculares e é um
preparo para o seu futuro profissional. Prova disto? É só perguntar a
qualquer piloto, astronauta, engenheiro ...
No Centro Politécnico do Paraná, em Curitiba, construiu-se a
miniatura da represa de Itaipu para estudos preliminares da
resistência, força da água, etc. Será que engenheiros, técnicos e
operários construíram um brinquedo? E os edifícios, os aviões, os
navios, saíram direto da planta para o seu real tamanho? Quantos
estudos preliminares, cálculos de resistência, peso, aerodinâmica,
tubo-de-vento e mesmo a demonstração para a venda de um edifício,
são necessários?
Vamos tirar de nosso pensamento que o Modelismo é para uma elite.
Vamos separar o brinquedo da miniatura/modelo. Vamos procurar
entender o que é Modelismo e suas variações, e procurar transmitir
conhecimentos e orientar os gozadores. Vamos sair da clausura
assumindo a condição de modelista em vez de dizer que é para o
filho, sobrinho ou afilhado. Vamos respeitar o modelista e o seu
trabalho.
Ser modelista é esclarecer, mostrar e divulgar a sua obra, porque só
assim os nossos filhos terão outro modo de pensar, nossos alunos
também e nossos empresários destinarão parte de suas máquinas para
o Modelismo. Talvez a própria lei venha ser alterada em sua
classificação como “brinquedo”, ou então, um artigo supérfluo, mas
passe a considerá-lo como material didático. Com menores custos e
maior divulgação o Modelismo serve para a base de profissionais e
um maior conhecimento daquilo a que se dedicam e com pessoas
mais interligadas por um trabalho comum, em vez do isolamento, do
esnobismo ou da demonstração de sua capacidade aquisitiva ou de
sua condição social.
O modelista não tem porque exibir título escolar nem classe social.
Deve apenas mostrar sua capacidade através de sua habilidade
pessoal e sua obra em miniatura.
DIORAMA:
É uma representação em miniatura, sem movimento,
de uma cena que pode ser composta de veículos,
blindados, aviões, helicópteros, figuras, ruínas,
vegetação, construções, obras de arte e etc. É uma
prática auxiliar do Magistério, Engenharia,
Arquitetura, Forças Armadas e Policiais, Ações
Judiciais e de Socorro, e em inúmeras outras
atividades profissionais. Muito usado na área do
Plastimodelismo, para criar cenários de batalhas,
tropas em descanso ou dando a impressão de
movimento, cidades em ruínas e cenas militares
diversas inventadas pelo modelista ou baseadas em
fotos ou filmes. O Diorama pode ser usado também
nas áreas de Ferreomodelismo, Fosforomodelismo,
Maquetaria e no Aeromodelismo (um hangar); no
Nautimodelismo (um ancoradouro, um porto); no
Espaçomodelismo (uma base de lançamento); e
também no Automodelismo de Fenda (para
representar uma parada de troca de pneus ou figurar
uma equipe de manutenção no box).
PLASTIMODELISMO:
Área do Modelismo em que se destacam os kits
plásticos pré-moldados, oriundos de fábricas ou
construídos pelo modelista (“Scracth-build”). São
peças para encaixar ou colar; para pintar ou não; para
representar o original ou transformar; para ser
montado em um só modelo, em conjunto ou para
montar um Diorama ou Vinheta. Incluem-se nesta
área os modelos pré-moldados em resina e por
“Vacuforming”, complementados com materiais
diversos: papel, papelão, madeira balsa, etc., ou na
construção de um Diorama. Abrange a maior
variedade de modelos: aviões, helicópteros, carros,
caminhões, blindados, fórmulas e competições,
motocicletas, bicicletas, navios, barcos, lanchas,
submarinos, astronáutica, espacial, ficção, veículos
interestelares, militaria, viaturas e armas, figuras
humanas, bustos, animais, trens, construções, obras de
arte e etc. Este é um hobby que além da distração e da
higiene mental, é cultura, porque ao fazer um modelo
em escala, normalmente são feitas pesquisas
históricas sobre o modelo real.
Por quê a Militaria?
Décio Paolinetti Muitas pessoas já me fizeram esta pergunta. Muitas
também, confundem este termo com Militarismo. Na realidade, um
não tem nada em comum com o outro. Militarismo é um sistema
político. Militaria é uma especialidade do Modelismo, ou um hobby,
ou uma fascinante especialidade histórica, já que se refere à memória
dos feitos e realizações militares de um país ou de um conjunto de
países, em determinadas circunstâncias, podendo, inclusive, os
objetos que compõem o seu universo serem colecionados: medalhas,
armas, uniformes, fotos, filmes, documentos, acessórios, uma
coleção de selos com o tema Militaria, etc.
Mais recentemente surgiram os kits em plástico de veículos militares
e aqui entra o Modelismo com toda a sua gama de possibilidades:
blindados, aviões, navios, armas, soldados e de cada um deles os
Dioramas, mostrando cenas de batalhas ou de locais.
Também estes kits são objetos colecionáveis e o modelista, em sua
infinita paciência, doce paixão e vício, vai gradualmente
pesquisando, lendo, estudando, trocando idéias com outros
modelistas (e não só com aqueles da sua modalidade), montando os
seus kits e Dioramas, escolhendo o seu tema (ou os seus temas),
expandindo, não só a sua coleção, mas também os seus
conhecimentos, a sua cultura, e não se limitando apenas ao
Modelismo, mas pesquisando a História e outras várias matérias que
nos são necessárias. E assim podemos nos comparar a verdadeiros
historiadores? Acredito que sim, acredito mesmo!
A pesquisa e o estudo histórico são absolutamente inseparáveis do
modelismo de Militaria - e aqui me permito uma observação sobre o
que classifico como um dos principais fatores altamente
“contaminantes” do Modelismo: qualquer de suas várias
especialidades requer estudo, pesquisa, troca de informações,
material didático e paciência; e tudo isto aliado a habilidade manual
e criatividade obtidas ao longo dos anos, mediante muito trabalho e
dedicação. Conhecer, em Militaria, o período histórico em que
determinado equipamento foi utilizado e para que fim, ou objetivo
foi concebido e desenvolvido, é de suma importância para a
montagem e a pintura de um kit. Deve ser constante a busca de
informações e detalhes sobre o modelo que se está montando... suas
características operacionais e técnicas, versões que surgiram, onde e
como foi utilizado, padrões de pintura e camuflagem, marcas e
insígnias da sua unidade militar, em quais teatros de operações lutou,
etc., etc.
Mais complicada e fascinante ainda é a construção de um Diorama,
uma vez que detalhes como a geografia e a topografia do terreno,
estação do ano, vegetação, etc., não podem ser esquecidos, isto
porque um Diorama DEVE ser a réplica exata, em escala
correspondente, de uma cena que auxilie qualquer observador a
entender um determinado fato ou momento histórico. Um Diorama
deve transmitir a noção plena de estarmos penetrando num pequeno
segmento de um fato real: uma batalha, um acampamento militar, a
reparação de um veículo, etc.
O modelista de Militaria reconstrói fragmentos da História. Sua
coleção e sua estante são uma vitrine em três dimensões da atividade
humana que tem o dom (triste, no entanto) de introduzir as mais
profundas e radicais mudanças na História do Homem.
Nós, modelistas de Militaria, não admiramos esta atividade humana:
a guerra. O que nos fascina são os meios mecânicos que o Homem
cria para levá-la a efeito e a necessidade de entender as causas e
conseqüências desse ato humano, procurando, através do
conhecimento, evitar sua repetição ou continuidade.
A apologia contra a guerra sempre existiu e sempre existirá, uma vez
que a guerra, desgraçadamente e para nossa vergonha, também
sempre existirá. E isto porque ela é intrínseca da natureza humana; o
instinto de destruição e luta é um dos fatores genéticos da nossa
espécie, quer aceitemos ou não este fato. Resta-nos procurar extirpála, por todos os meios, dos nossos corações e mentes como um fim,
embora sabendo que o Homem é o mais cruel, mais especializado e
mais perigoso predador do Homem.
Daí o Modelismo, quando voltado para a Militaria, servir também
como elemento de alerta nesta nossa “guerra” contra a guerra: a
beleza de um kit ou de um Diorama militar serve para lembrar, não
só a nós modelistas (de Militaria ou não) mas a quem quer que possa
admirar um destes objetos, que o modelo reproduzido - ou detalhado
em um Diorama - foi baseado em veículos e cenas reais de uma
batalha ou campanha integrantes de uma guerra que causou
destruição, dor e morte. Assim, serve o Modelismo, em qualquer de
suas especialidades, ao registro físico da História e à perpetuação,
divulgação e conhecimento das atividades humanas, quer pacíficas
ou não. Não fosse assim, não teria razão a existência dos museus que
preservam, inclusive, armas dos ex-inimigos
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