Lucila Pedroso da Cruz I

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Avaliação tecnológica
Lucila Pedroso da Cruz
Definição
• Tecnologia:
conjunto de conhecimentos
sistematizados e aplicados a um
determinado ramo de atividade, com o
propósito de gerar produtos ou
serviços.
Definição em saúde
Fonte: Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde/MS- 2008
Definição
• Avaliação Tecnológica em Saúde (ATS)
– “processo de sistematização das informações
disponíveis quanto a benefícios, riscos, custos e
impactos referentes a ética e equidade.”
Fonte: Avaliação de Tecnologias em Saúde: evidência clínica, análise
econômica e análise de decisão/Marcelo Eidi Nita... [et al]. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
Finalidade da ATS
• Qualificação na tomada de decisão referente a:
– Incorporação e descarte das tecnologias em
saúde
– Organização do acesso a insumos e
intervenções
Sustentabilidade X Novas ofertas de
tecnologias
• Aumento de novos conhecimentos
– de 1998 a 2008, o número de publicações com
potencial interesse na prática clínica passou de
4 mil a 15 mil
Incremento de 400%
Fonte: Avaliação de Tecnologias em Saúde: evidência clínica, análise econômica e
análise de decisão/Marcelo Eidi Nita... [et al]. Porto Alegre: Artmed, 2010, p.423.
Sustentabilidade X Novas ofertas de
tecnologias
• Aumento de oferta de novos insumos
Tipo de tecnologia Aplicação
Orientação anterior Orientação recente
(1998)
(2008)
Medicamento
Demência
Diretrizes clínicas fazendo
menção ao donepezil
Evidências favaoráveis ao uso de
donepezil, galantamina,
rivastigmina e memantina
Equipamento
Diagnóstico e
rastreamento de
câncer de mama
Autoexame,
Exame físico
Mamografia
Autoexame, exame físico,
mamografia “convencional”,
mamografia digital e ressonância
Produto para a saúde
Estenose de artéria
carótida
Angioplastia com uso de
balão; angioplastia com
balão mais stents
convencionais
Angioplastia com uso de balão;
angioplastia de balão com stents
convencionais ou impregnados
por medicamentos
Fonte: Avaliação de Tecnologias em Saúde: evidência clínica, análise econômica e
análise de decisão/Marcelo Eidi Nita... [et al]. Porto Alegre: Artmed, 2010, p.424.
Evolução do gasto total em saúde em relação ao PIB
de países selecionados, no período 2000-2006
País
% gasto em saúde em relação ao
PIB
2000
Aumento
em %
2006
Brasil
7,2
7,9
9,7
Canadá
8,8
10,0
13,6
13,2
15,3
15,9
7,2
8,4
16,6
EUA
Reino Unido
Fonte: elaborada pelos autores (Silva, EM; Silva, MT e Elias, FTS) do livro ATS a partir de
dados da OCDE e da OMS.
Novas tecnologias
• Agregativas ≠ Substitutivas
• Impacto (relacionado a evidências)
– nulo, incerto ou deletério
– reduzido
– grande
• Assimetria de informações (indústria, profissionais ↔
usuários)
• Uso demasiado de resultados diagn frente a parâmetros
clínicos
• Transição demográfica (↑ idosos, > utilização de insumos e
serviços)
La Revue Prescrire, França, 2008
120 novos medicamentos/novas indicações
• 6: “alguma vantagem”
• 25: “eventualmente úteis”
• 57: “sem novidade”
• 9: “não pode se manifestar “
• 23: “em desacordo com parâmetros”
Fonte: Apresentação 2009 – Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques
(Coordenador da CITEC)
Difusão e adoção das
tecnologias em saúde
• Evolução do modelo assistencial
• Legislação sanitária
• Situação de mercado (fabricantes,
prestadores, operadoras, clientes)
• Capacidade e disposição pública ou privada
de alocar investimentos
Evolução do modelo
assistencial
• Século XVIII - início do XIX:
hospital era alternativa para
pessoas com baixo poder
aquisitivo.
• Início do século XX: mudança
da imagem do hospital
(assepsia, desenvolvimento da
radiologia, de técnicas de
laboratório e de terapêuticas
mais eficazes).
Evolução do modelo
assistencial
• Entre 1980 e 1990: hospitais gerais abrem as portas
para o paciente externo (destaque para estruturas de
grande porte, introdução da tomografia e ressonância)
Finalidade:otimização do investimento, aumento
de receita;
• Após 1999: serviços de diagnóstico de hospitais de
maior porte sofrem inversão do modelo anterior com
predomínio de pacientes externos.
Evolução do modelo
assistencial
• Entre 2000 até os dias atuais:
– Redução dos leitos hospitalares e do
tempo de permanência;
– Desospitalização, prática vinculada ou
não ao hospital:
• Opções de tratamento ambulatorial;
• Alternativas: atenção domiciliar
(possibilidade de realização de
procedimentos em domicílio), hospitaldia.
– Hospital direcionado a cuidados
agudos e intensivos com necessidade
de alta densidade tecnológica.
Evolução do modelo
assistencial
• Tecnologias
– Tomografia, ressonância
– PET/CT
– Digitalização de imagens e desenvolvimento de
sistemas de informação
– Telemedicina (ex. Programa Nacional de Telessaúde)
– Alteração do modelo (ex. oftalmologia do consultório a
centros diagnósticos especializados)
• Exigência por profissionais mais especializados
Evolução do modelo
assistencial
Desospitalização X Incremento de atividades
ambulatoriais
Ex.: tratamento de paciente coronariopata,
portador de aneurisma cerebral
Legislação sanitária
Definição e implantação de regras de
registro (ou isenção) de produtos (artigos
médico-hospitalares, equipamentos
médicos) no Ministério da Saúde,
viabilizando o processo de comercialização
no Brasil.
Situação de mercado
• Crescimento orgânico
• Crescimento por aquisições
• Diversificação
• Internacionalização
Consolidação de
mercado
Situação de mercado:
fabricantes
• Consolidação;
• Fortalecimento da operação local;
• Personalização da saúde.
Situação de mercado:
fabricantes
• Philips
– Mix de serviços: diagnóstico por imagem,
desfibriladores, monitores
– Aquisição da Stentor, em 2005, fornecedor líder em
PACS em USA
– Aquisição da XIMIS Inc, em 2007, especializada em
RIS
– Aquisição da VMI, em 2007, empresa nacional de
equipamentos médicos
– Aquisição da Dixtal, em 2008, empresa nacional de
equipamentos médicos
– Inauguração da fábrica de ressonância e tomo no Brasil
(out/2008)
Situação de mercado:
fabricantes
• GE Healthcare
– Mix de serviços e produtos de diagnóstico por imagem,
cardiologia, suporte clínico (respiradores, monitores)
– Aquisição da Amersham (UK) em 2004: líder em
diagnóstico médico e biociências
– Aquisição da Dynamic Imaging (USA) em 2007:
especializada em soluções de PACS e RIS, via web
(expansão da atuação no segmento de teconologia da
informação)
– Inauguração da primeira fábrica de equipamentos
médicos no Brasil e América Latina (julho/2010)
Situação de mercado:
fabricantes
• Personalização da saúde:
– Prever suscetibilidade de um indivíduo desenvolver
uma determinada doença
– Utilizar terapias mais eficientes e específicas para os
indivíduos na prevenção de doenças
– Prescrever medicamentos e dosagens de forma mais
precisa e segura para cada paciente
Ex.: Roche
Personalização da saúde
Situação de mercado:
prestadores internacionais
USA: Principal provedor nac. de testes, inform. e serv diagn.
Situação de mercado:
prestadores internacionais
Sede Austrália: serviços laboratoriais e de radiologia (>MD na Euro)
Situação de mercado:
prestadores internacionais
Mayo Clinic: serv diagn e terap – pacientes internacionais
Situação de mercado:
prestadores nacionais
• Consolidação de mercado;
• Diversificação de fonte pagadora;
• Diversificação de serviços (medicina
diagnóstica, terapêutica, promoção e
prevenção);
• Diferenciação de serviços (tabelas
populares, ampliação de serviços de
conveniência).
Situação de mercado:
prestadores nacionais
Situação de mercado:
operadoras
•
•
•
•
Mercado de saúde privada em crescimento
Legislação ANS (rol de procedimentos)
Consolidação (aquisições)
Distribuição de serviços (algumas
praças/regiões com alto índice de oferta de
serviços credenciados)
• Verticalização (competitividade)
• Diferenciação de serviços (promoção e
prevenção)
• Controle de custos (planos empresariais,
verticalização)
Situação de mercado:
clientes
• Indivíduo:
– Aspectos demográficos (envelhecimento
da população): maior utilização de serviços
de saúde
– Maior acesso a avanços (monitoramento,
incentivo a vida mais saudável)
– Maior acesso a informações
– Pacientes influenciados pela mídia, criando
demandas
– Ações judiciais relativas ao direito a novas
descobertas
www.orlandeli.com.br
Situação de mercado:
clientes
• Profissionais da saúde
– Demandantes por ferramentas diagnósticas e
terapêuticas
– Uso racional em benefício do paciente
– Uso indevido: atuação, por vezes, como
estimuladores do consumo de novas
tecnologias (por pressões externas ou
deficiência de formação profissional)
– Relação estreita entre fornecedores de
tecnologias e profissionais da saúde
Capacidade e disposição
pública e privada de alocação
de recursos
•
•
•
•
Financiamentos (desigualdades regionais)
Fomentos à pesquisa
Incentivos fiscais
Formação de recursos humanos qualificados
Capacidade e disposição pública e
privada de alocação de recursos
• PPP: Grupo de institutos com MS = vacina contra
a dengue
• “Mudança na legislação que autorizou produtos
oriundos de inovação tecnológica nacional a terem
prioridade nas compras governamentais”
(Alexandre Padilha)
• Resolução conjunta SF/SS N. 01 DE 18/03/2011
DOE-SP de 25/03/2011 (isenção ICMS import.
Equipamentos médicos)
É possível incorporar tecnologia
de maneira eficaz?
• Mecanismos propostos e
ainda pouco utilizados
– Avaliação tecnológica
– Estudos baseados em
evidências
www.orlandeli.com.br
Avaliação tecnológica e
econômica
• Apoio às decisões, no setor público e
privado
• Seus resultados podem ser encontrados
como artigos em revistas científicas, mas
principalmente em sites especializados.
Exemplos:
• www.york.ac.uk (Centre for Review and
Dissemination); www.nice.org.uk; www.ahrq.gov;
www.inahta.org
Sentido da Incorporação pelo
Ministério da Saúde
Garantir que a boa aplicação dos
conhecimentos científicos seja
colocada a serviço de quem precisa
dela.
Fonte: Apresentação 2009 – Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques
(Coordenador da CITEC)
O conceito de integralidade
• Atendimento integral não significa incorporar
todas as tecnologias disponíveis no mercado, mas
subordinar a oferta segundo:
–
–
–
–
Necessidade social
Evidência científica
Prioridades da política nacional de saúde
Disponibilidade de recursos
Fonte: Apresentação 2009 – Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques
(Coordenador da CITEC)
Ações do Ministério da
Saúde – ATS (Avaliação de
Tecnologias da Saúde)
• Grupo de Trabalho ATS acompanha ATS
de interesse para o SUS (Secretarias do MS,
Anvisa, ANS, CONASS, CONASEMS);
• Em 2005, tornou-se membro da Rede
Internacional de Agências de Avaliação de
Tecnologias em Saúde (INAHTA)
http://www.inahta.org/
Ações do Ministério da
Saúde – ATS (Avaliação de
Tecnologias da Saúde)
• Criação da CITEC
(Comissão para
Incorporação de
Tecnologias)
• Criação da REBRATS
(MS, Anvisa, ANS)
Medicina baseada em
evidências
• Orientações diagnósticas
terapêuticas e, quando aplicável,
preventivas baseadas em evidências
científicas
• Conciliam informações da área
médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio
e a tomada de decisão do médico
• Apresentam grau de recomendação
e a força de evidência científica
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/
• Preservam a autonomia do médicos profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt
=35490&janela=1
ETAPAS PARA
INCORPORÇÃO LOCAL DE
UM EQUIPAMENTO
Etapas para uma boa escolha
local
• Planejamento
• Aquisição
• Gerência de equipamentos
Adquirir ou não?
•
•
•
•
•
•
•
É essencial?
Substituirá outra tecnologia?
É de fácil utilização?
É prioridade no momento?
Há espaço para sua instalação?
Há recursos? Trará retorno financeiro?
Há informações no mercado sobre outros serviços
que tenham adquirido?
Quem decide?
• Direção do serviço?
• Administração (Finanças, Suprimentos)?
• Engenharia?
• Engenharia clínica?
• Usuários?
Obs. ECRI (Emergency Care Research Institute):
informações relacionadas à tecnologia de saúde e à
promoção de segurança para o seu uso
Aquisição
• Fase para atender aos parâmetros exigidos
pelo menor custo
• Elaboração de memorial descritivo com
detalhamento das especificações técnicas
• Recebimento de propostas, avaliação
• Seleção de fornecedor
• Recebimento do equipamento
• Teste de aceite
Gerência de Equipamentos
• Instalação do equipamento
• Teste de aceitação
• Treinamento dos responsáveis pela
operação
• Gestão da manutenção preventiva e
corretiva
• Tecnovigilância
Rede sentinela
• Projeto criado pelo setor de Vigilância em
Serviços Sentinela, integrante da área de
Vigilância em Eventos Adversos e Queixas
Técnicas da Anvisa, em parceria com os serviços
de saúde brasileiros (hospitais, hemocentros e
serviços de apoio diagnóstico e terapêutica),
Associação Médica Brasileira (AMB) e órgãos de
Vigilância Sanitária Estaduais e Vigilâncias
Municipais
Objetivo
• Construir uma rede de serviços em todo o País preparada
para notificar eventos adversos e queixas técnicas de:
– produtos de saúde (insumos, materiais, kits para provas
laboratoriais e equipamentos médico-hospitalares);
– medicamentos;
– saneantes.
• Finalidade: ampliar e sistematizar a vigilância de produtos
utilizados em serviços de saúde e, assim, garantir melhores
produtos no mercado e mais segurança e qualidade para
pacientes e profissionais de saúde.
• Informações integram o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária Pós-Comercialização, para subsidiar a Anvisa nas
ações de regulação desses produtos no mercado.
Rede Sentinela –
Áreas de interface
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH
Farmácia Hospitalar
Engenharia Clínica/Manutenção
Comissões de Padronização de Materiais & Medicamentos
Comissões de Compras/Licitações
Comissões de Prontuários/Óbitos
Serviços de Hemoterapia
Higienização e Limpeza Hospitalar
Serviço de Lavanderia
Rede Sentinela –
Áreas parceiras e atuação
• Farmacovigilância: detecção, avaliação, prevenção e notificação dos
efeitos adversos ou qualquer problema relacionado a medicamentos.
• Hemovigilância: identificação, análise, prevenção e notificação dos
efeitos indesejáveis imediatos e tardios advindos do uso de sangue e
seus componentes.
• Tecnovigilância: identificação, análise, prevenção e notificação de
eventos adversos relacionados ao uso de equipamentos, artigos
médicos e kits laboratoriais durante a prática clínica.
• Saneantes: identificação, análise e prevenção dos efeitos indesejáveis
advindos do uso de saneantes no âmbito hospitalar
• Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH: identificação,
análise e prevenção de surtos e infecções hospitalares. Controle e uso
racional de antimicrobianos em serviços de saúde.
Gerência de Risco: situação I
• problema relativo ao processo de utilização
ou ao uso inadequado do item, havendo
necessidade de programar um treinamento.
Exemplo: diálise peritoneal levando a uma infecção do
peritônio, como complicação, por um processo de
esterilização inadequado do cateter utilizado no
procedimento.
Gerência de Risco: situação II
• problema causado por condições estruturais
do estabelecimento, sendo necessárias
avaliações e correções destas falhas.
Exemplo: paciente submetido a hemodiálise, sofrendo
de infecção causada por um tratamento inadequado da
água.
Gerência de Risco: situação III
• problema proveniente de falha ou
inadequação do material, produto ou
equipamento
– Fabricante: reparo ou troca de item.
– classificação de problema identificado, pode ser
necessário um recall de produtos do mesmo tipo
comercializado no país.
Exemplo: paciente submetido a hemodiálise que sofra
algum tipo de consequência no seu tratamento por
falha no sistema de alarme do equipamento.
Instituição do Vigipós
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