Aula 1 - Supremacia Concursos

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Aula 1: Sintaxe da oração, do período composto por
subordinação substantiva e adjetiva. (Pontuação).
1.
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4.
5.
SUMÁRIO
PÁGINA
Princípios gramaticais
Sintaxe da oração
Período composto por subordinação substantiva
Período composto por subordinação adjetiva (pontuação)
O que devo tomar nota como mais importante
1
3
26
35
60
Olá, pessoal, como estamos?
Lembre-se de que não devemos deixar a matéria acumular, ok!! Isso é
muito importante para se manter motivado e organizado.
Na aula passada, você viu em muitas questões a expressão “valor
semântico”; a partir desta, começará a perceber expressões como “prejuízo
morfológico”, “erro sintático” etc. Mas o que significam essas expressões?
Para responder a isso, vamos trabalhar os princípios gramaticais.
A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a
semântica, a morfologia e a sintaxe.
O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase.
A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas,
subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos,
advérbios.
A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da
palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes
de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase.
Esses vocábulos podem ser:
a) substantivo (dá nome aos seres);
b) artigo (determina o substantivo);
c) adjetivo (caracteriza o substantivo);
d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio);
e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo);
f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc);
g) conjunção (liga orações ou palavras);
h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos);
i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres);
j) interjeição (marca exclamações).
Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática,
que é o seu desempenho dentro de uma oração.
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Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas,
dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo,
pode desempenhar as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, predicativo, vocativo, aposto, agente da passiva. Já um
adjetivo pode, além das funções de predicativo e aposto, desempenhar a de
adjunto adnominal. O advérbio ocupa unicamente a função de adjunto
adverbial. Das classes gramaticais, as que não possuem funções sintáticas são
o verbo, a conjunção, a preposição e a interjeição.
Veja a seguir um quadro que estrutura melhor essa explicação:
Classe de palavras
Substantivo
(valor substantivo)
Adjetivo
(valor adjetivo)
Artigo
(valor adjetivo)
(valor substantivo)
Pronome
(valor adjetivo)
(valor substantivo)
Numeral
(valor adjetivo)
Advérbio
Verbo
Preposição
Conjunção
Interjeição
Função sintática
Núcleo do sujeito
Núcleo do objeto direto
Núcleo do objeto indireto
Núcleo do complemento nominal
Núcleo do aposto
Núcleo do predicativo
Núcleo do agente da passiva
Vocativo
Aposto
Adjunto adnominal
Predicativo
Adjunto adnominal
Núcleo do sujeito
Núcleo do objeto direto
Núcleo do objeto indireto
Núcleo do complemento nominal
Núcleo do aposto
Núcleo do predicativo
Núcleo do agente da passiva
Vocativo
Aposto
Adjunto adnominal
Predicativo
Núcleo do sujeito
Núcleo do objeto direto
Núcleo do objeto indireto
Núcleo do complemento nominal
Núcleo do aposto
Núcleo do predicativo
Núcleo do agente da passiva
Vocativo
Aposto
Adjunto adnominal
Predicativo
Adjunto adverbial
(sem função sintática)
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Naturalmente, você não tem que decorar esse quadro, ele é apenas um
elemento de consulta, para que você compreenda melhor a diferença entre
morfologia, semântica e sintaxe; pois, quando a ESAF junta os conteúdos
numa só questão, isso ajudará muito.
Esta aula é uma continuação da anterior. Na aula passada, vimos os
valores semânticos das conjunções coordenativas e subordinativas adverbiais,
além da pontuação. Nesta, vamos falar primeiro da sintaxe da oração, para
trabalharmos as orações subordinadas substantivas e adjetivas.
Vamos retomar a construção básica da oração, vista na aula passada:
1. O candidato
2.
3.
4.
5.
6.
sujeito
realizou
duvidou
enviou
tem
viajou.
estava
a prova.
do gabarito.
recursos
à banca examinadora.
certeza
de sua aprovação.
tranquilo.
predicado
Vimos, simplificadamente, que os verbos se flexionam de acordo com o
sujeito e que essa relação é chamada de concordância verbal, a qual veremos
na aula 3.
Também vimos que os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” são
transitivos, pois exigem complementos.
Algumas vezes, esse complemento verbal é precedido de preposição.
Para facilitar o entendimento, podemos dizer que essa preposição seria um
obstáculo. Havendo uma preposição, o trânsito é indireto. Retirando-se a
preposição, o trânsito é livre, direto.
Então, observe o verbo “realizou”. Ele não exige preposição. Assim, o
termo que vem em seguida é seu complemento verbal direto. Já o
complemento do verbo “duvidou” é indireto, pois o trânsito está dificultado
(indireto) tendo em vista a preposição “de”.
Já que, na frase 1, há complemento verbal direto, o verbo “realizou” é
chamado de transitivo direto (VTD). Na frase 2, como há preposição exigida
pelo verbo “duvidou”, diz-se que este verbo é transitivo indireto (VTI) e seu
complemento é indireto. Na frase 3, há dois complementos exigidos pelo
verbo: um direto e outro indireto.
A gramática dá o nome a todo complemento verbal de objeto, por isso o
complemento verbal direto é o objeto direto (OD) e o complemento verbal
indireto é o objeto indireto(OI).
Já que entendemos que a transitividade é uma exigência do verbo, pois
necessita de um complemento verbal, a gramática dá o nome a este processo
de “Regência”, pois ele exige (rege) o complemento. Se é um verbo que exige,
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é natural que a regência seja verbal. Há um capítulo nas gramáticas que
trabalha só isso: Regência Verbal (reconhecimento da transitividade do verbo),
a qual veremos na aula 4. Mas agora cabe apenas entender a estrutura
abaixo:
Regência Verbal
1. O candidato
2.
3.
realizou a prova.
VTD
+ OD
duvidou do gabarito.
VTI
+
OI
enviou
recursos
VTDI +
OD
+
sujeito
à banca examinadora.
OI
predicado
Mas não é só o verbo que pode ser transitivo. Nome também pode ter
transitividade. Nomes como “certeza”, obediência, dúvida, longe, perto, fiel,
etc são chamados de transitivos porque necessitam de um complemento para
terem sentido. Alguém tem certeza de algo, dúvida de algo, obediência a
alguém ou a algo. Alguém mora perto de outra pessoa ou longe dela. Alguém é
fiel a algo ou a alguém.
Estes nomes exigem transitividade, com isso há um complemento, o qual
é chamado de complemento nominal (CN).
Logicamente, há contextos em que o complemento não estará explícito
na frase; por exemplo, se queremos dizer que alguém reside muito distante,
podemos dizer que ele mora longe. Neste caso o nome “longe” deixou de ser
transitivo, não exigiu o complemento nominal, pois este ficou implícito. Por
isso não devemos decorar, mas entender o contexto, a funcionalidade. Se o
complemento não está explícito, não temos de identificá-lo. Assim, tudo
depende do contexto.
Vimos que a regência verbal trata basicamente do complemento do
verbo. Se há um nome que exige complemento, então temos a Regência
Nominal. Veja a frase 4:
Regência Nominal
4. O candidato
sujeito
tem
VTD
+
certeza
OD
+
de sua aprovação.
CN
predicado
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Note que o verbo “tem” é transitivo direto e “certeza” é o objeto direto. A
expressão “de sua aprovação” não complementa o verbo, mas o nome
“certeza”: certeza de sua aprovação.
O estudo da Regência Nominal, na realidade, é realizado para
descobrirmos quais preposições iniciam o complemento nominal.
Então atente quanto à diferença da oração 3 (VTDI + OD + OI) para a 4
(VTD + OD + CN).
A oração 5 já foi explorada na aula passada. Note que o verbo “viajou”
não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade:
O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.
sujeito
VI
Adj Adv lugar
Adj Adv
tempo
Adj Adv
modo
Adj Adv
causa
Assim, o termo que se segue a este verbo é o adjunto adverbial.
Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e
sem transitividade (VI). Toda vez que, na oração, ocorrerem esses tipos
verbais, dizemos que eles são os núcleos (palavra mais importante) do
predicado, assim teremos os Predicados Verbais, com a seguinte estrutura:
Predicado verbal =
VTD + OD
VTI + OI
VTDI + OD + OI
VI
Esse é o esquema básico, mas nada impede de haver adjunto adverbial e
complemento nominal em todos eles.
Bom, falta apenas um tipo de verbo: o de ligação.
Veja a frase 6: O candidato estava tranquilo.
O termo “tranquilo” caracteriza o sujeito “O candidato”, por isso se
flexiona de acordo com ele. O verbo “estava” serve para ligar esta
característica ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação, e o termo
que caracteriza o sujeito é chamado de predicativo.
Note que, se o sujeito fosse “candidata”, naturalmente o predicativo
seria “tranquila". A essa flexão de um predicativo em relação ao sujeito damos
o nome de Concordância Nominal. Nas gramáticas, há um capítulo só para a
concordância nominal (veremos na aula 3), e a flexão do predicativo em
relação ao sujeito é um dos pontos principais, mas isso será aprofundado na
próxima aula.
O predicativo sempre será o núcleo, por causa disso seu predicado é
chamado de Predicado Nominal, com a seguinte estrutura:
Predicado Nominal = VL + predicativo
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O predicativo não ocorre somente no predicado nominal, ele também
pode fazer parte do predicado verbo-nominal; mas isso é assunto para outra
aula. Por enquanto, é importante entender a seguinte estrutura:
Concordância verbal
1. O candidato
realizou
VTD
2.
Regência verbal
duvidou
VTI
3.
OD
do gabarito.
+
enviou
VTDI
4.
a prova.
+
OI
recursos
+
tem
certeza
VTD
+
5.
viajou.
6.
estava
à banca examinadora.
OD
+
Regência nominal
OD
OI
Predicado
Verbal
de sua aprovação.
+
CN
VI
VL
tranquilo.
+
predicativo
Predicado
Nominal
Concordância nominal
sujeito
predicado
Com isso, vimos a estrutura básica dos predicados verbal (VTD + OD;
VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI) e nominal (VL + predicativo). Portanto,
podemos perceber que, entre sujeito, verbo, complementos (verbais e
nominais) e predicativo, não há vírgula. Observe as orações anteriores.
Elas não possuem vírgula, justamente porque são constituídas de termos
básicos da oração.
Atente ao fato de que os objetos direto e indireto servem para completar
o sentido do verbo e o complemento nominal serve para completar o sentido
do nome. Lembre-se também de que o predicativo existe para caracterizar o
sujeito.
Vimos que o verbo intransitivo não exige complemento verbal, mas pode
necessitar de adjunto adverbial para transmitir uma circunstância.
Veja:
Adoeci.
Fui
à praia.
verbo intransitivo
adjunto adverbial de lugar
predicado verbal
Na realidade, há dois tipos de verbos intransitivos.
O primeiro diz respeito àquele que não exige nenhum termo que
complemente seu sentido, como “Adoeci.”; “Juvenal morreu.”; “Um vendaval
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ocorreu.”. Esses verbos não necessitam de termo que os complete. Esse tipo
de intransitividade mostra que o verbo por si só já transmite o sentido
necessário; podendo o autor acrescentar termos acessórios para transmitir
mais clareza ou ser mais pontual no sentido, por exemplo: “Adoeci por causa
do mau tempo.”; “Juvenal morreu anteontem.” e “Um vendaval ocorreu
aqui.”.
Por outro lado, existe a intransitividade que necessita de um termo que
produza sentido. Se alguém diz que vai, tem que dizer que vai a algum
lugar. Se alguém diz que voltou, tem que continuar a fala mostrando de
onde voltou. Por isso muita gente confunde esse tipo de intransitividade com a
transitividade indireta; mas há uma diferença muito grande, pois o termo que
completa o sentido deste tipo de intransitividade transmite normalmente
circunstâncias de lugar ou modo. Veja:
Vou a São Paulo.
Vim de Manaus.
Estou bem.
O objeto indireto apenas completa o sentido do verbo, ele não transmite
valores circunstanciais de lugar ou de modo, sentidos que são demonstrados
nos vocábulos “a São Paulo”, “de Manaus” e “bem”. Quando se quer saber se
há circunstância de lugar ou modo, faz-se a pergunta “Onde?”, “Como?”,
respectivamente.
Didaticamente, podemos dividir o adjunto adverbial em dois tipos:
Adjunto adverbial solto:
Adjunto adverbial preso:
O problema ocorreu naquela tarde de sábado.
Eu estou bem.
Eu estou em São Paulo.
Eu vim de São Paulo.
Caro aluno, esta divisão dos adjuntos adverbiais é apenas didática, não é
cobrada em prova dessa forma, mas entendermos isso é importante para a
pontuação. Veja que não é comum vermos vírgula separando adjuntos
adverbiais presos, como as três últimas frases. Já com o adjunto adverbial
solto, é natural podermos inserir a vírgula. Veja:
O problema ocorreu, naquela tarde de sábado.
Sintaticamente, o adjunto adverbial é o termo que modifica o verbo, o
adjetivo ou o advérbio, atribuindo-lhes uma circunstância qualquer.
Os atletas correram muito. (modifica verbo)
Seu projeto é muito interessante. (modifica adjetivo)
O time jogou muito mal. (modifica advérbio)
a) O adjunto adverbial pode ser representado por um advérbio, uma
locução adverbial ou um pronome relativo.
Deixei o embrulho aqui. (advérbio)
À noite conversaremos. (locução adverbial)
A empresa onde trabalhei faliu. (pronome relativo)
b) Pode ocorrer elipse (omissão) da preposição antes de adjuntos
adverbiais de tempo e modo:
Aquela noite, ela não veio. (Naquela noite)
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Domingo ela estará aqui. (No domingo)
Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (De ouvidos atentos)
Veja os principais valores semânticos dos adjuntos adverbiais:
1) afirmação: Farei realmente a prova.
2) negação: Não estarei presente.
3) dúvida: Talvez eu lhe peça explicação.
4) tempo: Ontem poucos fizeram comentários.
5) lugar: A caixa ficou atrás do armário.
6) modo: Todos saíram às pressas.
7) intensidade: A criança chorava muito.
8) causa: Tremiam de medo. (O medo causava a tremedeira)
9) condição: Não vivemos sem ar. (O ar é a condição para que vivamos)
10) instrumento: Machucou-se com a lâmina.
11) meio: Viajaram de trem.
12) assunto: Falavam sobre economia. (A economia era o assunto da conversa)
13) concessão: Apesar do frio, tirou a camisa. (ideia de contraste: normalmente não
se tira a camisa no frio)
14)
15)
16)
17)
conformativa: Agiu conforme a situação.
fim ou finalidade: Trabalhava para o bem geral.
companhia: Voltei com meu amigo. (junto com ele)
preço ou valor: O livro custou cem reais.
Vimos os valores semânticos dos adjuntos
verificaremos a pontuação.
adverbiais,
agora
Pontuação com adjunto adverbial “solto”
É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois
este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da
oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são
exigidos pelo verbo, apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é
notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios
que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções
adverbiais:
O custo de vida é bem alto em Brasília. Esta locução adverbial de lugar
é exigida pelo verbo, por
Em Brasília, o custo de vida é bem alto. não
isso se considera um termo
O custo de vida, em Brasília, é bem alto. solto, o qual pode receber
Compare
com
a
O custo de vida é bem alto, em Brasília. vírgula.
seguinte.
Prefeitos de várias cidades foram a Brasília.
A Brasília prefeitos de várias cidades foram.
Prefeitos de várias cidades a Brasília foram.
Esta locução adverbial de lugar
é exigida pelo verbo, por isso
não se considera termo solto,
ela pode se mover na oração,
mas não recebe vírgula.
Naturalmente, você já percebeu o problema. Os advérbios referem-se a toda
a oração.
Sim, eu sei.
Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver
antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se
estiver no final, a vírgula será facultativa.
Antes da última rodada, o time já se dizia campeão.
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O
O
O
O
time, antes da última rodada, já se dizia campeão.
time já se dizia, antes da última rodada, campeão.
time já se dizia campeão, antes da última rodada.
time já se dizia campeão antes da última rodada.
Questão 1: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Fragmento do texto: A despeito das suas imperfeições, a Lei da
Transparência Tributária representa um notável avanço institucional. A
conscientização da população brasileira é fundamental para a construção de
uma República efetivamente democrática, em que os eleitores tenham plena
ciência da repercussão das decisões tomadas pelos seus representantes.
Somente assim poderão exigir a construção de um sistema tributário simples,
coerente e justo, que não onere os cidadãos carentes e não seja regressivo,
gravando os contribuintes menos abastados de modo (proporcionalmente)
mais severo que os mais favorecidos economicamente.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O advérbio “assim” ( . 6) tem a função coesiva de resumir e retomar as ideias
do período sintático imediatamente anterior.
Comentário: O advérbio de modo “assim" retoma a informação expressa no
período anterior: “A conscientização da população brasileira é fundamental
para a construção de uma República efetivamente democrática, em que os
eleitores tenham plena ciência da repercussão das decisões tomadas pelos
seus representantes”.
Assim, entendemos que, somente se os eleitores tiverem plena
ciência
da
repercussão
das
decisões
tomadas
pelos
seus
representantes, poderão exigir a construção de um sistema tributário
simples, coerente e justo.
Dessa forma, realmente tal advérbio retoma a informação anterior e a
resume.
Gabarito: C
Questão 2: MPOG 2013 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: Uma revolução ética ocorreu no Brasil, nos últimos
anos. Refiro-me à inclusão social, que não só melhorou a vida dos mais
pobres, mas também retirou da miséria a maior parte dos que viviam na
pobreza extrema.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O emprego de vírgula após “Brasil”( .1) justifica-se porque isola aposto
subsequente.
Comentário: A vírgula após “Brasil” ( .1) ocorre para separar o adjunto
adverbial de tempo “nos últimos anos”. Por isso, a afirmação está errada.
Gabarito: E
Questão 3: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Fragmento do texto: A explicação de como nosso sistema evoluiu da fase
dos problemas para a estabilidade atual deixa raízes, num primeiro momento,
numa forte concentração dos estabelecimentos, que, reunindo recursos
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importantes e desenvolvendo toda uma engenharia para atrair mais recursos,
puderam atravessar diversas fases delicadas. O papel do Banco Central foi
decisivo.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
As vírgulas após “raízes”( .2) e após “momento” ( . 2) isolam adjunto adverbial
intercalado na oração principal.
Comentário: A afirmativa está correta, pois o termo “num primeiro momento”
é o adjunto adverbial de tempo, o qual está intercalado na oração principal.
Por isso, a dupla vírgula foi empregada.
Gabarito: C
Questão 4: CGU – 2012 – Analista de Finanças e Controle
1 O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e
baixos, a taxa de desemprego cai de forma consistente. Uma das possíveis
causas é a redução do crescimento demográfico, que desacelera a
expansão da população apta a trabalhar. Com menos pessoas buscando
5 uma ocupação, a taxa de desemprego pode cair mesmo com o baixo
crescimento. Isso é bom? Depende. Por um lado, a escassez de mão de
obra reduz o número de desempregados e aumenta a renda. Por outro,
eleva os custos e reduz a competitividade das empresas, o que pode leválas a demitir para reequilibrar as contas. É uma bomba-relógio que só
10 pode ser desarmada com o aumento da produtividade – para manter o
emprego, os trabalhadores precisarão ser treinados para produzir mais.
(Adaptado de Ernesto Yoshida, Outro ângulo. Exame, ano 46, n. 7,18/4/2012)
Desconsiderando os necessários ajustes nas letras iniciais maiúsculas e
minúsculas, provoca-se erro gramatical e/ou incoerência textual ao
a) retirar o sinal de dois pontos depois de “intrigante” ( .1) e, ao mesmo
tempo, substituir a vírgula depois de “baixos”( .2) pelo sinal de dois pontos.
b) substituir o sinal de interrogação depois de “bom”( .6) por um sinal de
ponto e vírgula.
c) inserir uma vírgula depois de “cair”( .5).
d) substituir o ponto depois de “Depende”( .6) pelo sinal de dois pontos e, ao
mesmo tempo, substituir o ponto depois de “renda”( .7) por ponto e
vírgula.
e) substituir o travessão depois de “produtividade”( .10) pelo sinal de dois
pontos.
Comentário: A alternativa (A) está correta. No texto original, a situação
intrigante é a relação temporal entre a economia alternar altos e baixos e a
taxa de desemprego cair de forma consistente.
Na reescrita, a situação intrigante passa a ser a taxa de desemprego cair
de forma consistente, havendo uma relação temporal entre o Brasil viver essa
situação intrigante e a economia alternar altos e baixos. Naturalmente, houve
mudança de sentido, porém se manteve a correção gramatical e os
argumentos continuam sustentando a linha argumentativa do texto. Assim,
não há incoerência.
Confronte:
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“O Brasil vive uma situação intrigante: enquanto a economia alterna altos e
baixos, a taxa de desemprego cai de forma consistente.”
O Brasil vive uma situação intrigante enquanto a economia alterna altos e
baixos: a taxa de desemprego cai de forma consistente.
A alternativa (B) é a errada, pois há uma frase interrogativa que foi
respondida pela frase “Depende”. Com a substituição do ponto de interrogação
pelo sinal de ponto e vírgula, o verbo “Depende” perde coerência, pois
necessita da pergunta, sendo ele a resposta.
A alternativa (C) está correta, porque o adjunto adverbial de concessão
“mesmo com o baixo crescimento” está em final de período e a vírgula é
facultativa.
A alternativa (D) está correta, pois os dois períodos posteriores são um
desenvolvimento explicativo. Com tal substituição, os três períodos se
transformam em apenas um. Com o sinal de dois pontos mantém-se a relação
explicativa e o sinal de ponto e vírgula é utilizado por já haver divisões
internas dentro das orações. Compare:
“Depende. Por um lado, a escassez de mão de obra reduz o número de
desempregados e aumenta a renda. Por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar
as contas.”
“Depende: por um lado, a escassez de mão de obra reduz o número de
desempregados e aumenta a renda; por outro, eleva os custos e reduz a
competitividade das empresas, o que pode levá-las a demitir para reequilibrar
as contas.”
A alternativa (E) está correta, pois o travessão inicia um comentário do
autor, também chamado de estrutura parentética. Assim, podemos substituir
esse travessão por parênteses ou pelo sinal de dois pontos, conforme pede a
alternativa. Veja:
“É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da
produtividade – para manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser
treinados para produzir mais.”
“É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da
produtividade (para manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser
treinados para produzir mais).”
“É uma bomba-relógio que só pode ser desarmada com o aumento da
produtividade: para manter o emprego, os trabalhadores precisarão ser
treinados para produzir mais.”
Gabarito: B
Questão 5: MPOG 2013 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
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Fragmento do texto: É uma condição indigna, que deve envergonhar os que
aceitam que um país "que não é pobre, mas injusto" tenha parte significativa
de sua população seriamente prejudicada porque contou com o azar, na
loteria
do nascimento, de vir ao mundo numa família pobre ou muito pobre.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “na loteria do nascimento”( .3 e 4) está entre vírgulas porque
expressa uma retificação da informação anterior.
Comentário: Retificação significa correção. Naturalmente, você percebeu que
a expressão “na loteria do nascimento” não foi inserida para corrigir algo, mas
tão somente para transmitir uma circunstância de tempo. Assim, ocorreu
dupla vírgula a fim de intercalar o adjunto adverbial de tempo “na loteria do
nascimento”.
Gabarito: E
Aprofundamos um pouco no verbo intransitivo e percebemos os valores
dos adjuntos adverbiais. Agora, vamos trabalhar um pouquinho mais os
complementos verbais (OD e OI), mais precisamente, em algumas formas
como aparecem na oração.
Objeto direto
1) Objeto direto pleonástico: Normalmente, por uma questão de ênfase,
antecipamos o objeto, colocando-o no início da frase, e depois o repetimos
através de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome
de objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo,
como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua
postura diante do fato:
- O que você acha desta roupa?
- Essa roupa, ninguém a quer.
Esses “rabiscos”, foi um genial artista que os pintou.
Veja que a vírgula separando esses objetos diretos é obrigatória. (isso é
muito importante na prova)
2) Objeto direto preposicionado: Aquele cuja preposição não é exigência do
verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, por necessidade do
próprio complemento e para se evitar ambiguidade.
Amo a Deus. (ênfase)
Cumpri com a minha palavra. (ênfase)
Ele puxou da espada. (ênfase)
Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar ambiguidade)
Ninguém entende a mim. (é o pronome “mim” que exige a preposição “a”)
Perceba que os verbos amar, caçar, puxar e entender não exigem
preposição: são transitivos diretos.
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Perceba, também, que, se a expressão “Aos mais desfavorecidos” não
tivesse a preposição, não haveria erro gramatical, mas ficaríamos na dúvida
sobre quem seria o sujeito, pois as expressões estão no plural e o verbo
também. Assim, o leitor ficaria na dúvida: foram as medidas que atingiram os
desfavorecidos ou foram os desfavorecidos que atingiram as medidas? O
objeto direto preposicionado retira esta dúvida.
3) Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto direto são “me,
te, se, o, a, nos, vos, os, as”:
Quando encontrar seu material, traga-o até mim.
Respeite-me, garoto. Levar-te-ei a São Paulo amanhã.
Objeto indireto: Pode também ser pleonástico: repetição, por meio de
um pronome oblíquo, do objeto indireto.
Ao amigo, não lhe peça tal coisa.
Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são
“me, te, lhe, nos, vos, lhes”:
Eu obedeci ao meu pai.
Eu lhe obedeci.
Adjunto adnominal: O termo sintático da oração necessita de um
núcleo, constituído de um substantivo ou palavra de valor substantivo. Esse
núcleo pode ser caracterizado, determinado, modificado, especificado por um
termo, chamado de adjunto adnominal. Esse termo pode ser representado por:
1)
2)
3)
4)
5)
As
artigo
um artigo:
um pronome adjetivo:
um numeral adjetivo:
um adjetivo:
uma locução adjetiva:
nossas
primeiras
pronome
numeral
adjuntos adnominais
O carro parou.
Encontrei meu relógio.
Recebi a segunda parcela.
Tive ali grandes amigos.
Tenho uma mesa de pedra.
experiências
científicas
fracassaram.
substantivo
adjetivo
adj adnominal
verbo intransitivo
núcleo
sujeito
predicado
Predicativo: Esse termo se liga ao sujeito ou ao objeto, atribuindo-lhes
uma qualidade ou estado. É representado por diferentes classes gramaticais,
como adjetivo, substantivo, numeral e pronome. A caracterização do
predicativo em relação ao objeto será vista na próxima aula.
A seguir, perceba os pares com predicação nominal e predicação verbal,
respectivamente. Nestes exemplos, note que o grupo à esquerda é
constituído de verbos de ligação mais os predicativos. É fácil perceber o
predicativo, pois basta o sujeito flexionar-se no plural, que o predicativo
também se flexionará, pois este caracteriza aquele. Já no grupo da direita, há
predicação verbal. Os vocábulos que vêm após os verbos não se flexionam
por causa do sujeito, pois são complementos verbais ou adjuntos adverbiais:
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O candidato está tranquilo.
Os candidatos estão tranquilos.
O candidato está na sala.
Os candidatos estão na sala.
Bom filho torna-se bom pai.
Bom filho torna a casa.
Bons filhos tornam-se bons pais.
Bons filhos tornam a casa.
A aula permanece difícil.
A aula permanecerá no feriado.
As aulas permanecem difíceis.
As aulas permanecerão no feriado.
Ela ficou triste.
Ela ficou na praia.
Elas ficaram tristes.
Elas ficaram na praia.
O paciente acha-se acamado.
O estudante achou o local de prova.
Os pacientes acham-se acamados.
Os estudantes acharam o local de prova.
Predicados nominais
Predicados verbais
Questão 6: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Fragmento do texto: Missão conjunta do Fundo Monetário Internacional –
FMI e do Banco Mundial − Bird, depois da avaliação do nosso sistema
financeiro, concluiu que ele é estável, com baixo nível de riscos e evidente
capacidade de amortizá-los numa eventualidade.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A vírgula após “estável”( .3) isola elementos de uma enumeração.
Comentário: A afirmativa está correta, pois os termos “estável”, “com baixo
nível de riscos” e “evidente capacidade” estão enumerados. Por isso, a vírgula
e a conjunção “e” foram empregadas.
Aqui estamos considerando simplesmente a pontuação; mas é
importante observar a falta de paralelismo no segmento, a qual é típica de
uma linguagem coloquial, desprendida da norma culta.
Note que o primeiro termo da enumeração (“estável”) é o predicativo do
sujeito e possui o verbo de ligação “é” explicitamente; o termo “com baixo
nível de riscos” é o adjunto adverbial de modo e faz subentender o verbo
intransitivo “está” e o termo “evidente capacidade” é o objeto direto do verbo
subentendido e transitivo direto “tem”. Assim, a enumeração não possui os
mesmos referentes. Veja:
“...ele é estável, (está) com baixo nível de riscos e (tem) evidente capacidade
de amortizá-los numa eventualidade.”
Observação: Se você produzir uma discursiva desta forma, vai perder pelo
menos 0,75 ponto!!!!!!
Gabarito: C
Complemento nominal: Como já comentamos, a transitividade não é
privilégio dos verbos: há também nomes (substantivos, adjetivos e advérbios)
transitivos. Isso significa que determinados substantivos, adjetivos e advérbios
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se fazem acompanhar de complementos. Esses complementos são chamados
complementos nominais e são sempre introduzidos por preposição:
1) complemento nominal de um substantivo:
Você
fez
sujeito
VTD
uma boa leitura
do texto.
objeto direto
complemento nominal
Predicado verbal
Note que o substantivo “leitura” é o nome da ação de “ler”. Como é natural o
verbo ser transitivo, o substantivo também fica transitivo. Observe:
Você
leu
sujeito
VTD
o texto.
objeto
direto
Predicado verbal
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto)
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)
2) complemento nominal de um adjetivo:
Você
precisa ser
sujeito
locução
verbal
de ligação
fiel
aos seus ideais.
adjetivo na complemento nominal
função de
predicativo
Predicado nominal
Quem é fiel é fiel a alguma coisa. Assim, o adjetivo “fiel” é transitivo, ou
seja, necessita de complemento.
3) Complemento nominal de advérbio:
Você
mora
perto
de Maria.
sujeito
verbo intransitivo
advérbio na função de
adjunto adverbial de lugar
complemento
nominal
Predicado verbal
Note que o advérbio “perto” necessita de um complemento: perto de
algo ou de alguém. Podemos dizer que o complemento nominal é mais uma
função substantiva da oração: nos casos citados anteriormente, o núcleo dos
complementos é um substantivo (texto, ideais, Maria). Pronomes e numerais
substantivos, assim como qualquer palavra substantivada, podem
desempenhar essa função. Observe o pronome “lhe” atuando como
complemento nominal na oração seguinte:
Não posso ser-lhe fiel: já empenhei minha palavra com outra pessoa.
(fiel a alguém)
Observe que o complemento nominal não se relaciona diretamente com
o verbo da oração, e sim com um nome que pode desempenhar as mais
diversas funções.
A
realização
do projeto
é
necessária
Adj.
Adn
núcleo
complemento
nominal
VL
predicativo do
sujeito
predicado nominal
sujeito
à população carente.
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complemento nominal
A banca ESAF não cobra os nomes dos termos na prova; mas, em seu
estudo, você pode ficar na dúvida quanto à diferenciação entre o adjunto
adnominal e o complemento nominal. Segue a regra geral.
Como distinguir o adjunto adnominal do complemento nominal
O adjunto adnominal formado por uma locução adjetiva pode ser
confundido com o complemento nominal. Normalmente não haverá dúvida,
pois, segundo o que foi visto, o adjunto adnominal é constituído de vocábulo
que caracteriza o núcleo do termo de que faz parte. Já o complemento nominal
é termo que completa o sentido de um nome. Há dúvida quando os dois
termos são preposicionados.
Por exemplo:
A leitura do livro é instigante.
A leitura do aluno foi boa.
Para percebermos a diferença, é importante passarmos por três critérios:
1º critério:
Adjunto adnominal:
Complemento nominal:
O termo preposicionado caracteriza o
substantivo.
O termo preposicionado complementa
um substantivo, adjetivo ou advérbio.
Assim, em orações como “Estava cheio de problemas.”, “Moro perto de
você.”, logo no primeiro critério já saberíamos que “de problemas” e “de você”
são complementos nominais, pois completam o sentido do adjetivo “cheio” e
do advérbio “perto”, respectivamente.
2º critério:
O substantivo caracterizado pode ser
concreto ou abstrato.
O substantivo complementado deve ser
abstrato.
Sabendo-se que um substantivo abstrato normalmente é o nome de
uma ação (corrida, pesca) ou de uma característica (tristeza, igualdade) e que
o substantivo concreto é o nome de um ser independente, que conseguimos
visualizar, pegar (casa, copo). Nas orações “Trouxe copos de vidro.” e “Vi a
casa de pedra.”, os termos “de vidro” e “de pedra” são adjuntos adnominais,
pois
caracterizam
os
substantivos
concretos
“copos”
e
“casa”,
respectivamente.
Se o substantivo for abstrato, devemos passar para o próximo critério:
3º critério:
O termo preposicionado é agente.
O termo preposicionado é paciente.
Este último normalmente é o cobrado em prova. Se os termos abaixo
sublinhados são agentes, automaticamente serão os adjuntos adnominais. Se
pacientes, serão complementos nominais.
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Veja:
Adjuntos adnominais:
(agente: a mãe ama)
O amor de mãe é especial.
A invenção do cientista mudou o mundo. (agente: o cientista inventou)
A leitura do aluno foi boa.
(agente: o aluno leu)
Complementos nominais:
O amor à mãe também é especial. (paciente: a mãe é amada)
A invenção do rádio mudou o mundo. (paciente: o rádio foi inventado)
A leitura do livro é instigante. (paciente: o livro é lido)
Agente da passiva: Este termo será mais explorado na próxima aula,
quando falaremos das vozes verbais. Cabe aqui perceber que ele é quem
pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva analítica. É
introduzido pelas preposições por (e suas contrações) ou, mais raramente, de:
A grama foi aparada pelo jardineiro. (voz passiva)
A casa estava cercada de ladrões. (voz passiva)
Aposto: Funciona na oração como uma ampliação,
desenvolvimento ou resumo da ideia do termo anterior:
explicação,
Este país, o Brasil, tem procurado desenvolver políticas econômicas
aliando produção e sustentabilidade.
Nessa oração, “Este país” é o sujeito, e “o Brasil” é aposto desse sujeito,
pois explica o conteúdo do termo a que se refere.
O aposto pode ser classificado em:
I – explicativo: muito cobrado nas provas da ESAF quanto à pontuação,
pois pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, travessões e até por
parênteses. Ele também pode vir antecipado de palavras denotativas de
explicação do tipo: a saber, isto é, quer dizer etc.
Raquel, contadora da empresa, está viajando.
Só queria algo: apoio.
Um trabalho – tua monografia – foi premiado.
A ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) foi criada em 1999.
II - enumerativo ou distributivo: é uma sequência de elementos, a qual
chamamos de enumeração, usada para desenvolver uma ideia anterior. É
separado por dois-pontos, e cada um dos elementos enumerados é separado
por vírgula, como visto na aula passada (nas enumerações). Se houver apenas
dois elementos enumerados, eles podem ser separados também pela
conjunção “e”. Veja:
Ganhei dois presentes: um tênis e uma camisa.
As reivindicações dos funcionários incluíam muitas coisas: melhor
salário, melhores condições de trabalho, assistência médica
extensiva a familiares.
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III - resumitivo ou recapitulativo: é usado para condensar a ideia de
termos anteriores, geralmente, por meio de um pronome indefinido.
“Grana, poder, sucesso, nada sobrevive à marcha inexorável do tempo.”
O sujeito composto “Grana, poder, sucesso” é resumido pelo pronome
indefinido nada, por isso o verbo concorda com o aposto e se flexiona no
singular. Note que este tipo de aposto é separado por vírgula do termo
anterior.
IV - especificativo ou apelativo: indica o nome de alguém ou de algo dito
anteriormente. Note que não é separado por sinais de pontuação.
O compositor Chico Buarque é também um excelente escritor.
O estado é cortado pelo rio São Francisco.
Observação: O aposto também pode se referir a uma oração:
Esforcei-me bastante, o que causou muita alegria em todos.
Palavras como o, coisa, fato etc. podem referir-se a toda uma oração.
Nestes casos, obrigatoriamente haverá separação por vírgula.
Questão 7: MPOG 2013 Analista Técnico de Políticas Sociais
Fragmento do texto: Há evidências de um processo de fragilização da
indústria nacional que, se não for detido, poderá em prazos mais longos
prejudicar o desenvolvimento do país.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “se não for detido”( .2) está entre vírgulas porque se trata de um
aposto.
Comentário: Naturalmente, você percebeu que a expressão “se não for
detido” não é um aposto. Ela está entre vírgulas por ser uma oração
subordinada adverbial condicional intercalada.
Gabarito: E
Questão 8: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: A redução dos juros que se verificou em dezembro
certamente não reflete as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos), mas apenas a menor
procura por crédito.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Caso os parênteses( .2 e 3) sejam substituídos por travessões, prejudica-se a
correção gramatical do período.
Comentário: A expressão entre parênteses é um aposto enumerativo, que
tem por intenção explicar quais são as mudanças que beneficiaram os bancos:
“redução do compulsório e ligeira melhora na captação de recursos”. Assim, há
possibilidade de substituição dos parênteses pelos travessões, sem prejudicar
a correção gramatical. Veja:
A redução dos juros que se verificou em dezembro certamente não reflete as
mudanças que beneficiaram os bancos – redução do compulsório e ligeira
melhora na captação de recursos – , mas apenas a menor procura por crédito.
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Como se afirmou que tal substituição prejudicaria a correção gramatical,
a questão está errada.
Gabarito: E
Questão 9: CGU – 2012 – Analista de Finanças e Controle
1 A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de
financiamento, dívida vencida e déficit orçamentário, o governo brasileiro
5 precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste
ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado
endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Neste ano, as
necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da
média ponderada dos 23 países – 9,5% do PIB. Países sul-americanos
10 estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da
saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos a
liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit
fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também
aparece em posição confortável, com uma necessidade de cobertura de
3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de
estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme nos negócios.
(Adaptado de O Estado de São Paulo, Notas & Informações. 21 de abril
de 2012)
No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação
ao
a) substituir a preposição “Para”( .3) pela locução Afim de.
b) inserir o termo do depois de “melhor”( .1) e de “pior”( .2).
c) substituir o termo “do problema”( .6) por sua correspondente flexão de
plural: dos problemas.
d) substituir o travessão depois de “países”( .9) por uma vírgula.
e) suprimir o artigo indefinido antes de “superávit”( .12).
Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois a preposição “Para” pode ser
substituída pela locução prepositiva “A fim de” (palavras separadas). Assim, o
erro foi gráfico.
A alternativa (B) está correta, pois a estrutura comparativa de
superioridade ou inferioridade permite o uso facultativo da preposição “de”,
sem mudança de sentido e com correção gramatical. Compare:
“A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI.”
“A situação fiscal brasileira é bem melhor do que a da maior parte dos países
desenvolvidos, mas bem pior do que a da maioria dos emergentes, segundo
números divulgados pelo FMI.”
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A alternativa (C) está correta. Gramaticalmente, a flexão de plural do
termo “dos problemas” não implica flexão de outros termos. Além disso, podese subentender que não há apenas um problema decorrente do pesado
endividamento acumulado ao longo de muitos anos. Assim, cabe textualmente
a flexão de plural.
A alternativa (D) está correta, pois o termo “9,5% do PIB” é o aposto
explicativo e pode ser separado por vírgula, travessão ou parênteses.
A alternativa (E) está correta, pois normalmente, quando se utiliza o
artigo indefinido “um”, o substantivo é tomado de valor generalizante. Assim,
cabe a omissão do artigo.
Gabarito: A
Questão 10: Ministério da Integração Nacional – 2012 - nível superior
1 Sabe-se muito pouco dos rumos que as grandes cidades tomarão nas
próximas décadas. Muitas vezes nem se prevê a dinâmica metropolitana
do próximo quinquênio. Mesmo com a capacitação e o preparo dos
técnicos dos órgãos envolvidos com a questão urbana, há variáveis
5 independentes que interferem nos planos e projetos elaborados pelos
legislativos e encaminhados ao Executivo. Logicamente não se prevê o
malfadado caos urbano, mas ele pode ensejar que o país se adiante aos
eventos e tome medidas preventivas ao desarranjo econômico, que teria
consequências nefastas. Para antecipar-se, o Brasil tem condições
10 propícias para criar think tanks ou, em tradução livre, usinas de ideias ou
institutos de políticas públicas. Essas instituições podem antecipar-se ao
que poderá surgir no horizonte. Em outras palavras, deseja-se o retorno
ao planejamento urbano e regional visando o bem-estar da sociedade.
Medidas nessa direção podem (e devem) estar em consonância com a
projeção de tendências e mesmo com a antevisão de demandas dos
destinatários da gestão urbana – os cidadãos, urbanos ou não.
(Adaptado de Aldo Paviani, Metróples em expansão e o futuro. Correio
Braziliense, 8 de dezembro, 2011)
Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte alteração
nos sinais de pontuação do texto:
a) substituir o ponto depois de “quinquênio” ( .3), por vírgula.
b) substituir o ponto depois de “décadas” ( .2) pelo sinal de dois pontos.
c) inserir uma vírgula depois de “Logicamente” ( .6).
d) retirar os parênteses que destacam “e devem” ( .14).
e) substituir o travessão depois de “urbana” ( .16) por vírgula.
Comentário: A alternativa (A) é a errada, pois a expressão “Mesmo com a
capacitação e o preparo dos técnicos dos órgãos envolvidos com a questão
urbana” é o adjunto adverbial de concessão da oração “há variáveis
independentes”. Assim, tal adjunto adverbial não tem relação com o período
anterior. Além disso, o vocábulo “Mesmo” está iniciado por letra maiúscula e
tal troca obriga a mudança para minúscula, mas esta alternativa não fez
nenhuma menção a isso. Por esses motivos, não se pode substituir o ponto
final por vírgula.
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A alternativa (B) está correta, pois o período “Muitas vezes nem se prevê
a dinâmica metropolitana do próximo quinquênio.” é empregado no texto como
reforço da informação do primeiro período. Com a substituição do ponto final
pelo sinal de dois pontos tal período passa a ser entendido como um
comentário do autor, também iniciado por letra maiúscula.
A alternativa (C) está correta, pois o advérbio “Logicamente” está
antecipado da oração. Por isso, pode ser seguido de vírgula.
A alternativa (D) está correta, pois a expressão “e devem” está entre
parênteses por se considerar um termo enfático, um comentário do autor,
reforçando que não há só uma possibilidade, mas também um dever. Com a
retirada dos travessões, tal expressão passa a compor a estrutura sintática,
sem ênfase, e mantém a coerência dos argumentos do texto.
A alternativa (E) está correta, pois a expressão “os cidadãos, urbanos ou
não” é um aposto enumerativo e por isso pode ser antecipada por travessão,
dois pontos ou até mesmo ficar entre parênteses.
Gabarito: A
Questão 11: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: O Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas
de 2006 e, mais tarde, expulsou de Gaza o Fatah, o partido secular de
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP)”( .3) está
precedido por vírgula por tratar-se de aposto.
Comentário: Questão simples, não é?!!! A expressão “presidente da
Autoridade Nacional Palestina (ANP)” explica quem é “Mahmoud Abbas”.
Assim, há um aposto explicativo.
Gabarito: C
Outro termo importante é o vocativo, pois implica diretamente o uso de
vírgula.
Vocativo: é o termo sintático que serve para convocar, chamar um
interlocutor a quem se dirige a palavra. É um termo independente: não faz
parte do sujeito nem do predicado, por isso deve ser separado por vírgula.
Veja que ele pode aparecer em posições variadas na frase.
Júlia, venha cá.
Veja, menina, aquela nuvem.
Estamos aqui, meu amigo.
Palavras denotativas: Já falamos nesta aula sobre os adjuntos
adverbiais. Agora, cabe inserirmos palavras que se aproximam de valores
adverbiais, porém não constituem circunstâncias. São as chamadas palavras
denotativas. Elas são importantes para a interpretação de texto, pontuação e
reescrita de frases.
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1. Designação: eis.
Eis o homem!
Esta construção admite que o substantivo posterior seja substituído pelo
pronome oblíquo átono o, na forma Ei-lo!
2. Exclusão: exceto, senão, salvo, menos, tirante, exclusive, ou melhor
etc.
Voltaram todos, menos André.
Roubaram tudo, salvo o telefone.
3. Limitação: só, apenas, somente, unicamente:
Só Deus é imortal.
Apenas um livro foi vendido.
A possibilidade de cobrança em prova é na interpretação de texto.
Quando se inserem as palavras só, somente, apenas; há o recurso textual
chamado palavra categórica. Ele transmite uma ideia veemente do autor, que
não abre caminhos para outra possibilidade. Isso dirige a interpretação de
texto. Veja:
Só o rico ganha.
O dinheiro chega apenas à classe nobre.
Compare com as estruturas sem essas palavras categóricas:
O rico ganha.
O dinheiro chega à classe nobre.
Naturalmente você observou que o sentido mudou consideravelmente.
Na prova normalmente o texto sugere algo de maneira geral, com a segunda
construção. Já, na interpretação de texto, a banca inclui a palavra categórica
para o candidato perceber o erro.
4. Explicação, explanação ou exemplificação: a saber, por exemplo,
isto é, como, ou melhor etc.
Eram três irmãos, a saber, Pedro, Antônio e Gilberto.
Lá, no inverno, usa-se roupa pesada, como sobretudo e poncho.
Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar.
Esses valores são normalmente separados por vírgula ou dois-pontos.
Pode-se ter em mente que, quando se explica, quer-se ratificar, confirmar
argumentos; então isso pode ser cobrado numa interpretação de texto ou no
uso da pontuação.
5. Inclusão: mesmo, além disso, ademais, até, também, inclusive,
ainda, sobretudo etc.
Até o professor riu-se.
Ninguém veio, mesmo o irmão.
I - Costumam-se ficar entre vírgulas as estruturas além disso,
também, inclusive, ainda. Normalmente a banca insere apenas uma das
vírgulas e isso torna o texto errado.
Ele disse, inclusive que não viria hoje.
(errado)
Ele disse, inclusive, que não viria hoje.
(certo)
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II – Cumpre lembrar que não se pode confundir o valor de mesmo
(inclusão), mesmo (pronome demonstrativo de valor adjetivo) e advérbio de
afirmação/certeza. O primeiro não se flexiona e pode ser substituído por até,
inclusive:
Mesmo ela realizou as atividades.
O segundo flexiona-se e diz respeito a um reforço reflexivo, equivalendo
a sozinha:
Ela mesma realizou as atividades.
O terceiro não se flexiona e serve para ratificar, confirmar uma ação,
equivalendo-se a sim, com certeza: Ela realizou mesmo as atividades.
6. Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.
Comprei cinco, aliás, seis livros.
Correu, isto é, voou até nossa casa.
Para a banca é importante notar a ideia de correção ao que foi dito
anteriormente e por isso a expressão deve ficar separada por vírgula(s). Note
que a expressão “isto é” também foi vista como explicação (ratificação). Por
isso, deve-se ter muito cuidado com o contexto.
7. Situação: mas, então, pois, afinal, agora, etc.
Mas que felicidade.
Então duvida que se falasse latim?
Pois não é que ele veio.
Afinal, quem tem razão?
Posso mostrar-lhes o sítio; agora, vender eu não vendo.
A banca pergunta se os vocábulos “Mas”, “Então” e “Pois”, nestes casos,
possuem valor de oposição, conclusão e explicação, respectivamente. Pode-se
notar claramente que não, estes vocábulos apenas motivam o início do
discurso, como ocorre com o coloquialismo “Hum...”, “senão vejamos”, etc.
8. Expletivo e realce: é que; lá, cá, só, ora, que, mesmo, embora.
Nós é que somos brasileiros.
Eu cá me arranjo.
Ora, decidamos logo o negócio.
É isso mesmo.
Eu sei lá!
Vejam só que coisa!
Oh! Que saudades que tenho!
Vá embora!
Normalmente as palavras expletivas ocorrem por motivo de ênfase e
estilo; o vocábulo “ora” geralmente inicia uma consideração do autor, uma
avaliação que pode também ser entendida como conclusão.
9. Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem:
Felizmente não me machuquei.
Ainda bem que o orador foi breve!
Questão 12: MPOG 2013 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: Costumamos achar que sabemos o que é o mundo
real, esse que vemos à nossa volta. Basta abrir os olhos, apurar os ouvidos, e
temos o retrato do que é a realidade, baseado na nossa percepção sensorial.
Mas será que é só isso? Será que o que vemos e ouvimos pode ser chamado
de realidade? Um dos aspectos mais extraordinários da ciência é nos permitir
ampliar a visão do real.
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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A supressão da expressão de realce “será que”( .4), nas duas sentenças em
está presente, resultaria em prejuízo de natureza não só semântica, mas,
principalmente, sintática.
Comentário: A expressão “será que” é denotativa expletiva ou de realce, a
qual não possui valor sintático. Por isso se pode excluí-la, preservando o
sentido e a relação sintática entre os termos. Naturamente, a exclusão de tal
expressão faz com que a ênfase no trecho seja perdida. Compare:
Mas será que é só isso? Será que o que vemos e ouvimos pode ser chamado
de realidade?
Mas é só isso? O que vemos e ouvimos pode ser chamado de realidade?
Dessa forma, a afirmativa está errada, por ter afirmado que tal
supressão causaria prejuízo semântico e sintático.
Gabarito: E
Questão 13: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: Entre as diversas razões que explicam o
desenvolvimento de São Paulo, talvez a mais significativa seja o conjunto de
imigrações e migrações que povoaram o estado. A partir de 1887, só pela
Hospedaria do Imigrante – conjunto de alojamentos em São Paulo – passaram
perto de 3 milhões de pessoas. Qual era o diferencial desses imigrantes? Era
que, apesar de pobres, carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram
trabalhar e crescer socialmente. E, finalmente, vieram os migrantes
nordestinos, castigados pelo clima e pelos coronéis, que encontraram em São
Paulo o seu ganha-pão. Tudo isso, mesclado às populações indígenas nativas e
aos escravos africanos, formou uma população mestiça que se chama hoje de
paulista, ou melhor, o brasileiro de São Paulo.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Depreende-se, dado o emprego da expressão retificadora “ou melhor” (última
linha), que o autor prefere caracterizar como “mestiça” a população brasileira
como um todo, preservando a pureza da raça para os paulistas.
Comentário: A expressão “ou melhor” está sendo usada para retificar a
palavra “paulista”, dando-lhe um significado mais adequado ao contexto. O
autor mostra no texto que a população de São Paulo é composta de um
conjunto de imigrações e migrações. Essa mistura forma o povo paulista. Com
a retificação, o autor quis enfatizar que o paulista representa os vários
migrantes e imigrantes do Brasil, e não a pureza da raça para os paulistas.
Gabarito: E
Questão 14: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Editorial de O Globo de
20/3/2012. Assinale a opção correta quanto ao emprego dos sinais de
pontuação.
a) Estudo recente de uma instituição americana, mostra que, em termos da
produtividade do trabalho, estamos atrás da Argentina, do Chile, do
México, do Uruguai, do Peru e da Colômbia, para citar apenas algumas
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nações sul-americanas. Superamos apenas a Bolívia e Equador.
b) O aumento da escolaridade, foi um passo à frente, pois os jovens estarão
mais aptos ao aprendizado necessário, a um bom desempenho em suas
profissões e atividades do que as gerações anteriores.
c) Porém, para se nivelar aos parâmetros, até mesmo, da maioria dos países
do continente, o Brasil, terá de andar bem mais rápido.
d) O país já se encontra em um estágio no qual os saltos de produtividade não
ocorrerão sem investimentos mais expressivos. Além de equipamentos,
automação e outras ferramentas da tecnologia, parte desses investimentos
precisará estar voltada para os recursos humanos.
e) É recente (menos de vinte anos) um envolvimento mais vigoroso do poder
público, nesse esforço, para qualificar os recursos humanos disponíveis. Até
então, a iniciativa partia de instituições privadas ou das empresas, muitas
vezes agindo de maneira isolada.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois não pode haver vírgula entre
o sujeito “Estudo recente de uma instituição americana” e o verbo “mostra”.
A expressão “em termos da produtividade do trabalho” é um adjunto
adverbial de modo e está intercalado, por isso está corretamente separado por
dupla vírgula.
Há uma enumeração dos termos “da Argentina, do Chile, do México, do
Uruguai, do Peru e da Colômbia”, por isso estão separados por vírgulas.
A oração “para citar apenas algumas nações sul-americanas”, apesar de
parecer uma oração adverbial de finalidade, não é. Ela é apenas um
comentário do autor, por isso está separada por vírgula.
Estudo recente de uma instituição americana mostra que, em termos da
produtividade do trabalho, estamos atrás da Argentina, do Chile, do México, do
Uruguai, do Peru e da Colômbia, para citar apenas algumas nações sulamericanas. Superamos apenas a Bolívia e Equador.
A alternativa (B) está errada. Não pode haver vírgula entre o sujeito “O
aumento da escolaridade” e o verbo “foi”. Não pode haver vírgula entre o
adjetivo “necessário” e seu complemento nominal “a um bom desempenho”.
O adjetivo “necessário”, neste contexto, é um aposto explicativo. Por
isso, deve ser iniciado por vírgula.
O aumento da escolaridade foi um passo à frente, pois os jovens estarão mais
aptos ao aprendizado, necessário a um bom desempenho em suas profissões
e atividades do que as gerações anteriores.
A alternativa (C) está errada. Não pode haver vírgula entre o sujeito “o
Brasil” e o verbo “terá”.
A oração subordinada adverbial de finalidade reduzida de infinitivo “para
se nivelar aos parâmetros, até mesmo, da maioria dos países do continente”
está intercalada e por isso está separada por dupla vírgula. Dentro dela, há a
expressão denotativa de inclusão “até mesmo” também intercalada e com
dupla vírgula.
Porém, para se nivelar aos parâmetros, até mesmo, da maioria dos países do
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continente, o Brasil terá de andar bem mais rápido.
A alternativa (D) é a correta. A expressão denotativa de inclusão “Além
de equipamentos, automação e outras ferramentas da tecnologia” está
antecipada e enumerada, por isso ocorreram as duas vírgulas.
O país já se encontra em um estágio no qual os saltos de produtividade não
ocorrerão sem investimentos mais expressivos. Além de equipamentos,
automação e outras ferramentas da tecnologia, parte desses investimentos
precisará estar voltada para os recursos humanos.
A alternativa (E) está errada. O termo “nesse esforço” é o complemento
nominal do substantivo “envolvimento”. Assim, devemos retirar a vírgula
inicial. A vírgula após esse termo está correta, por iniciar a oração subordinada
adverbial de finalidade “para qualificar os recursos humanos disponíveis”.
Vale notar que, no trecho “É recente um envolvimento mais vigoroso do
poder público nesse esforço”, o verbo “É” é de ligação, “recente” é o
predicativo, “um envolvimento” é o sujeito, “mais” é o adjunto adverbial de
intensidade, “vigoroso” é o adjunto adnominal, “do poder público” é outro
adjunto adnominal e “nesse esforço” é o complemento nominal.
A expressão “menos de vinte anos” está corretamente separada por
parênteses por ser um comentário do autor.
O adjunto adverbial temporal “Até então” está antecipado, por isso está
separado por vírgula.
A expressão “muitas vezes agindo de maneira isolada” é o comentário do
autor, por isso está separada por vírgula.
É recente (menos de vinte anos) um envolvimento mais vigoroso do poder
público nesse esforço, para qualificar os recursos humanos disponíveis. Até
então, a iniciativa partia de instituições privadas ou das empresas, muitas
vezes agindo de maneira isolada.
Gabarito: D
Você percebeu que não temos que ficar decorando todos os termos da
oração. Temos que entender a funcionalidade. Nas próximas aulas,
trabalharemos concordância, regência e crase. Naturalmente, vamos
aprofundar um pouco mais neste conteúdo.
Agora vamos mudar de assunto. Entraremos no tópico período composto
por subordinação substantiva. Para isso, lembre-se do seguinte:
Vimos os termos básicos de uma oração, os quais não podem ser
separados por vírgula, além do aposto e do vocativo, que são termos
acessórios e, na prova, basicamente se cobra o uso da vírgula.
Também vimos na aula anterior que, se no enunciado há apenas um
verbo, naturalmente temos apenas uma oração; porém, se inserirmos mais um
verbo, obviamente teremos duas orações.
Devemos perceber que os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto e
complemento nominal são eminentemente substantivos. Isso quer dizer que
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seus núcleos devem ser substantivos ou palavras de valor substantivo. Os
termos predicativo e aposto podem ter núcleos substantivos ou adjetivos, mas
cabe agora falarmos apenas de seu valor substantivo.
Por exemplo, “isso” é um pronome. Por possuir valor substantivo, pode
ocupar as funções sintáticas faladas anteriormente. Veja:
Isso é lindo. (Isso = sujeito)
Vi isso.
(isso = OD)
Sei disso. (disso = OI)
Sou obediente a isso. (a isso = CN)
Ela é isso.
(isso = predicativo)
Só quero uma coisa: isso.
(isso = aposto)
Um macete para sabermos se a palavra tem valor substantivo é trocá-la
pelo pronome demonstrativo substantivo “ISSO”. Não é sempre que dá certo
com o aposto, mas ele tem uma estrutura bem característica.
E por que isso é importante?
Quando os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, predicativo e aposto (de valor substantivo) recebem um verbo,
transformam-se numa oração subordinada substantiva.
Período composto por subordinação substantiva
Com base nas frases abaixo, observe os termos em negrito e suas
funções sintáticas. Quando o termo recebe um verbo, vira uma oração.
Veja:
1
Era indispensável
VL +
Era indispensável
2
3
VL +
teu regresso.
predicativo
(sujeito simples)
período simples (oração absoluta)
predicativo
oração principal
que tu regressasses.
Suj +
VI
oração subordinada substantiva subjetiva
período composto
Era indispensável
tu regressares.
VL
Suj + VI
oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo)
período composto
+
predicativo
oração principal
Na frase 1, temos apenas uma oração (período simples), pois há apenas
um verbo: “Era”. Esse verbo é de ligação, seguido do predicativo
“indispensável” e o sujeito “teu regresso”.
Na frase 2, o então sujeito “teu regresso” recebeu um verbo e foi
modificado para “que tu regressasses”. Assim, há duas orações (período
composto). Note que esta oração recentemente formada não produz sentido
sozinha; por isso a chamamos de subordinada. Ela é considerada substantiva
por ter sido gerada de um termo substantivo. Para se reforçar isso, podemos
trocá-la pelo pronome “isso”. Veja: Isso era indispensável. O pronome “isso”
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continua na função de sujeito, então a oração sublinhada terá a função de
sujeito da oração principal.
Note que a oração subordinada substantiva será sempre o termo que
falta na oração principal. Confirme isso na frase 2: na oração principal só há
verbo de ligação e predicativo, falta o sujeito, que é toda a oração posterior.
Esta oração é chamada de desenvolvida, pois possui conjunção (integrante
“que”) e o verbo está conjugado em tempo e modo verbal (regressasses).
Na frase 3, a oração sublinhada perdeu a conjunção integrante “que” e
isso fez com que reduzíssemos a quantidade de vocábulos da oração. Assim, o
verbo que se encontrava conjugado passou a uma forma infinitiva. Por esse
motivo, dizemos que a oração sublinhada na frase é reduzida de infinitivo.
Essa denominação completa você não precisa decorar, basta entender o
processo, a estrutura. A banca ESAF não pergunta o nome, mas quer saber o
emprego disso.
Seguem agora outras estruturas em que o termo, ao receber o verbo,
passa a ser uma oração subordinada substantiva. Veja:
Na ata da reunião constava a presença deles. (Isso constava na ata da reunião)
adjunto adverbial de lugar + VI +
sujeito
Na ata da reunião constava que eles estavam presentes. (Isso constava...)
oração principal
+ oração subordinada substantiva subjetiva
Na ata da reunião constava eles estarem presentes. (Isso constava...)
oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo
Foi anunciado o debate deles. (Isso foi anunciado)
locução verbal +
sujeito
Foi anunciado que eles debateriam. (Isso foi anunciado)
oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva
Foi anunciado eles debaterem. (Isso foi anunciado)
oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo
As orações subordinadas substantivas subjetivas são também
denominadas de sujeito oracional. Vale lembrar que o verbo da oração
principal que tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva
deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Assim, mesmo que haja
vocábulos no plural no sujeito oracional, a oração principal permanecerá com o
verbo no singular. Veja que os verbos “constava” e “Foi anunciado” não se
flexionaram no plural, mesmo o sujeito oracional possuindo vocábulos no
plural.
Agora veremos o complemento verbal direto. Perceba a seguir que, nas
orações principais, os verbos possuem sujeito, são transitivos diretos e
necessitam de um complemento, o qual será toda a oração posterior.
Economistas previram um aumento no desemprego.
sujeito
+
VTD +
(Economistas previram isso.)
objeto direto
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Economistas previram que o desemprego aumentaria.
oração principal
(Economistas previram isso.)
+ oração subordinada substantiva objetiva direta
Economistas previram aumentar o desemprego.
oração principal
+
(Economistas previram isso.)
oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo
Mas cabe uma peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva
direta. Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas
substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção
subordinada integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos:
Ninguém
Ninguém
Ninguém
Ninguém
Ninguém
Ninguém
sabe
sabe
sabe
sabe
sabe
sabe
se ela aceitará a proposta.
como ela aceitará a proposta.
quando ela aceitará a proposta.
onde ela aceitará a proposta.
qual é a proposta.
quanto é a proposta.
Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e
ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre uma forma
peculiar de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de
infinitivo:
Deixe-me repousar.
Mandei-os sair.
Ouvi-o gritar.
Nesses três últimos casos, as orações destacadas são todas objetivas
diretas reduzidas de infinitivo e, o que é mais interessante, os pronomes
oblíquos átonos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais e são
conhecidos por sujeito acusativo. Essa é a única situação da língua portuguesa
em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o
que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em desenvolvidas:
Deixe que eu repouse.
Mandei que eles saíssem.
Ouvi que ele gritava.
É bom esclarecer que os verbos causativos e sensitivos não formam
locução verbal, pois fazem parte de um período composto.
Agora, passemos às orações com função de objeto indireto e
complemento nominal. Se o objeto indireto e o complemento nominal (os quais
são termos iniciados por preposição) recebem o verbo, naturalmente vão
continuar com a preposição antecedendo-os.
Teus amigos confiam em tua vitória. (Teus amigos confiam nisso.)
sujeito
+
VTI +
objeto indireto
Teus amigos confiam em que tu vencerás. (Teus amigos confiam nisso.)
oração principal
+
oração subordinada substantiva objetiva indireta
Teus amigos confiam em venceres. (Teus amigos confiam nisso.)
oração principal +
oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo
Perceba que, na completiva nominal, não é o verbo que exige o
complemento, é o nome.
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Teus pais
sujeito +
estavam
VL
certos
de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.)
+ predicativo + complemento nominal
Teus pais estavam certos de que tu voltarias. (Teus pais estavam certos disso.)
oração principal
+
oração subordinada substantiva completiva nominal
Teus pais estavam certos de voltares. (Teus pais estavam certos disso.)
oração principal
+
oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo
Note que a oração predicativa transmite a característica do sujeito.
Nossa maior preocupação
era
+
sujeito
a chuva. (Nossa maior preocupação era isso)
VL + predicativo
Nossa maior preocupação era que chovesse. (Nossa maior preocupação era isso)
oração principal
+
oração subordinada substantiva predicativa
Nossa maior preocupação era chover. (Nossa maior preocupação era isso)
oração principal
+
oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infinitivo
Todas as orações até aqui elencadas puderam ser substituídas pela
palavra “ISSO”. Apenas a oração apositiva não transmite coerência com essa
troca; porém, observe que a banca não cobra o nome, mas pergunta se os
dois pontos marcam o início de um aposto ou se marcam o início de um
esclarecimento, desenvolvimento de uma palavra anterior. Veja:
Todos defendiam esta ideia: a desapropriação do prédio.
sujeito +
VTD +
objeto direto
+
aposto
Todos defendiam esta ideia: que o prédio fosse desapropriado.
oração principal
+
oração subordinada substantiva apositiva
Todos defendiam esta ideia: o prédio ser desapropriado.
oração principal
+
oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo
Agora que já vimos todas as orações substantivas, vem a pergunta: Por
que temos de identificar esse tipo de oração? Porque...
a)
excetuando o aposto, vimos que esses termos substantivos não
são separados por vírgula, portanto também não podemos separar a oração
subordinada substantiva de sua oração principal por vírgula;
b)
quando esse tipo de oração tiver a função de sujeito, objeto direto
e predicativo, não deve haver uso de preposição antecedendo-os;
c)
a conjunção que as inicia é chamada de integrante (que, se), a
qual não possui valor semântico, nem função sintática;
d)
quando houver oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito
oracional), o verbo da oração principal sempre ficará na terceira pessoa do
singular.
Outra coisa importante!!!
A conjunção integrante “que” geralmente expressa certeza:
Diga que começou o trabalho.
A conjunção integrante “se” geralmente expressa dúvida:
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Diga se começou o trabalho.
Questão 15: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: É preciso considerar a direção que devem tomar as
políticas públicas para alcançar maior eficiência.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Prejudicam-se a informação original e a correção gramatical do período ao se
substituir “É preciso” ( . 1) por É necessário.
Comentário: Questão simples, não é?! Houve apenas a troca do predicativo
do sujeito “preciso” pelo seu sinônimo “necessário”. Note que ambos estão
flexionados no masculino e singular, haja vista que o sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva “considerar a direção”.
Como a questão afirmou que haveria prejuízo à informação original e à
correção gramatical, logicamente a informação está errada.
Gabarito: E
Questão 16: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: Num primeiro momento, a reação de funcionários
graduados da Coroa foi atribuir a queda nas remessas de ouro para Lisboa a
um suposto aumento da sonegação no Brasil.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Preservam-se a correção e a coerência se substituirmos a expressão: “a reação
de funcionários graduados da Coroa foi atribuir” ( .1,2) por: “a reação de
funcionários graduados da Coroa foi a de atribuir”.
Comentário: Na construção original, há o sujeito “a reação de funcionários
graduados da Coroa”, o verbo de ligação “foi” e a oração subordinada
substantiva predicativa reduzida de infinitivo “atribuir a queda nas remessas
de ouro para Lisboa a um suposto aumento da sonegação no Brasil”.
Com a inserção do artigo “a”, na função de predicativo, fica subentendido
o substantivo “reação”, o qual passa a exigir a preposição “de” e modifica a
classificação da oração posterior, que se transforma em subordinada
substantiva completiva nominal.
Compare:
...a reação de funcionários graduados da Coroa foi
sujeito
atribuir a queda...
+ VL
oração principal
Or. Sub. Predicativa RI
...a reação de funcionários graduados da Coroa foi a
sujeito
oração principal
de atribuir a queda...
+ VL +
predicativo
Or. Sub. Completiva nominal RI
Gabarito: C
Questão 17: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
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Fragmento do texto: O Brasil tem o terceiro maior spread bancário do
mundo. O nosso fechou 2011 em 33% – só perdemos para Quirquistão (34%)
e Madagascar (42%). Países mais parecidos com o Brasil, como Chile e México,
cobram entre 3% e 4%. Há possíveis explicações para a anomalia. A mais
controversa é se a competição aqui é mais branda do que em outros
mercados. Não funcionam no Brasil mecanismos que, no exterior, fazem com
que os bancos disputem clientes de forma mais agressiva.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O valor de condição que a conjunção “se” ( .5) confere à oração em que ocorre
seria mantido também com o uso de talvez, sem prejudicar a correção
gramatical do texto.
Comentário: A afirmativa está errada, primeiro porque a inserção do advérbio
“talvez” faria mudar o tempo verbal e isso prejudicaria a correção e a
coerência do texto. Além disso, a conjunção “se” não tem valor condicional. Ela
é uma conjunção integrante, pois inicia a oração subordinada substantiva
predicativa “se a competição aqui é mais branda” (A mais controversa é essa).
Gabarito: E
Questão 18: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Fragmento do texto: Missão conjunta do Fundo Monetário Internacional –
FMI e do Banco Mundial − Bird, depois da avaliação do nosso sistema
financeiro, concluiu que ele é estável, com baixo nível de riscos e evidente
capacidade de amortizá-los numa eventualidade.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
As vírgulas após “− Bird”( .2) e após “financeiro” ( . 3) isolam adjunto
adverbial intercalado em oração subordinada.
Comentário: A afirmativa está errada, pois o termo “depois da avaliação do
nosso sistema financeiro” é o adjunto adverbial de tempo, o qual realmente se
encontra intercalado numa oração; porém esta oração não é subordinada. Ela
é a principal. Veja:
oração
principal
“Missão conjunta do Fundo Monetário Internacional – FMI e do Banco
Mundial − Bird, depois da avaliação do nosso sistema financeiro, concluiu
oração subordinada substantiva objetiva direta
que ele é estável...”
Gabarito: E
Questão 19: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2012
1
Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira,
especialmente a mais popular: até parece, quando se fala de mazelas e
malfeitos, que nada temos a ver com os políticos que nós mesmos
elegemos. Parece que eles desembarcaram de Marte.
5
Ora, o fato é que daqui a poucos meses completaremos 30 anos de
eleições seguidas e livres. Em 1982, os brasileiros puderam eleger
governadores de oposição, isto é: puderam votar. O país tinha sido
privado do voto livre desde 1965, quando ocorreram, embora tuteladas,
as últimas eleições para governador de Estado. Na década de 70, as
10 principais prefeituras, centenas na verdade, se tornaram cargos de
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nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.
Mas, agora, são já três décadas de escolha livre, cada vez mais
limpa, dos governantes. Ninguém decide impostos ou penas de prisão se
não tiver sido eleito por nós. A democracia de 1985, aliás, foi além da
15 instituída em 1946, porque permitiu o voto do analfabeto, liberou os
partidos comunistas e, com o voto eletrônico e a propaganda na TV, fez
despencar a fraude e a influência do coronelismo. Então, por que
teimamos em renegar nossa responsabilidade na escolha de maus
políticos?
(Renato Janine Ribeiro, “Os políticos vem de Marte?” Valor Econômico,
02/07/2012)
Assinale a proposição incorreta a respeito das estruturas linguísticas e dos
sentidos do texto.
a) Uma forma de conferir mais ênfase ao segmento “que nós mesmos
elegemos” ( .3,4) é reescrevê-lo assim: que fomos nós mesmos quem
elegemos.
b) A conjunção “ora” funciona, no texto, como partícula de transição do
pensamento entre o primeiro e o segundo parágrafos, podendo ser
substituída por Pois bem.
c) Nas duas vezes em que ocorrem no texto( .2 e 7), os dois-pontos admitem
substituição por vírgula, sem prejuízo da pontuação correta e sem
alteração do sentido original.
d) As vírgulas duplas de “centenas na verdade” ( .10) são substituíveis por
duplo parêntese, sem prejuízo da pontuação correta e sem alteração do
sentido original.
e) O sentido do verbo “renegar”, tal como empregado na penúltima linha do
texto, equivale ao de renunciar, rejeitar, prescindir de.
Comentário: A alternativa (A) está correta, pois, à semelhança do que vimos
na expressão expletiva de realce “é que”, ocorre a expressão “fomos...quem”.
Tal estrutura serve apenas para enfatizar. Compare ambas as formas:
“...nada temos a ver com os políticos que nós mesmos elegemos...”
“...nada temos a ver com os políticos que fomos nós mesmos quem
elegemos...”
A alternativa (B) está correta, pois a partícula expletiva “Ora” inicia uma
consideração do autor, que, de certa forma, faz a transição do que foi
enunciado no primeiro parágrafo para o segundo. Naturalmente, pode ser
substituída pela expressão “Pois bem”.
A alternativa (C) é a errada, pois, na linha 2, os dois-pontos sinalizam
uma estrutura apositiva, isto é, mostra ao leitor que o segmento posterior aos
dois-pontos é uma estrutura que desenvolve, especifica a palavra “coisa”
(linha 1). A substituição dos dois-pontos por vírgula retiraria esse caráter
especificativo em referência ao substantivo “coisa”. Compare:
“Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira, especialmente a
mais popular: até parece, quando se fala de mazelas e malfeitos, que nada
temos a ver com os políticos que nós mesmos elegemos.”
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“Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira, especialmente a
mais popular, até parece, quando se fala de mazelas e malfeitos, que nada
temos a ver com os políticos que nós mesmos elegemos.”
Neste caso específico, a vírgula também traz prejuízo gramatical, pois o
sujeito “Uma coisa” passa a necessitar do verbo “é”, a fim de transmitir coesão
na sequência sintática. Assim, passaríamos a ter na oração principal o sujeito
“Uma coisa” e o verbo de ligação “é”. Em seguida, vem a oração subordinada
substantiva predicativa “que nada temos a ver com os políticos”. Confirme:
“Uma coisa que me incomoda na discussão política brasileira, especialmente a
mais popular, até parece, quando se fala de mazelas e malfeitos, é que nada
temos a ver com os políticos que nós mesmos elegemos.”
Já a estrutura após os dois-pontos na linha 7 simplesmente separa a
expressão denotativa de explicação “isto é” da expressão “puderam votar”. A
substituição por vírgula mantém a correção gramatical e o sentido. Compare:
“Em 1982, os brasileiros puderam eleger governadores de oposição, isto é:
puderam votar.”
“Em 1982, os brasileiros puderam eleger governadores de oposição, isto é,
puderam votar.”
A alternativa (D) está correta, pois a expressão “centenas na verdade” é
um comentário do autor, sobre o qual falamos na aula passada que pode ficar
separado por dupla vírgula, duplo travessão e duplo parêntese, sem alteração
do sentido. Veja:
“Na década de 70, as principais prefeituras, centenas na verdade, se tornaram
cargos de nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.”
“Na década de 70, as principais prefeituras
centenas na verdade
se
tornaram cargos de nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.”
“Na década de 70, as principais prefeituras (centenas na verdade) se tornaram
cargos de nomeação da ditadura. Quase nada restou para o voto.”
A alternativa (E) está correta, pois “renegar” tem o sentido de
“dispensar”, “renunciar”, “rejeitar”, “prescindir de”.
Gabarito: C
Vimos, até agora, os termos da oração e as orações subordinadas
substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as
orações subordinadas adjetivas.
Período composto por subordinação adjetiva
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As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a
um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que
normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto
explicativo). O adjunto adnominal é termo sobre o qual falamos pouco, mas
basta-nos entender o seguinte: todo termo da oração possui no mínimo um
vocábulo, o qual chamamos de núcleo. Por vezes, esse núcleo vem antecipado
ou seguido de outros vocábulos de valor adjetivo, os quais passam à função de
adjunto adnominal.
Perceba isso no exemplo a seguir. O objeto direto é o termo “gente
mentirosa”. O núcleo é o substantivo “gente” e o adjunto adnominal é
“mentirosa”, o qual serve para caracterizar o núcleo.
Detesto gente mentirosa.
VTD
núcleo do
OD
Adj Adn
objeto direto
período simples
Na primeira construção, o adjetivo “mentirosa” é adjunto adnominal, o
qual caracteriza o núcleo do objeto direto “gente”. Ao se inserir um verbo
nesta função adjetiva, naturalmente haverá uma oração de mesmo valor. Por
isso passa a ser uma oração subordinada adjetiva.
Detesto
gente
que mente.
oração principal
Or Sub Adjetiva
período composto
A conexão entre a oração subordinada adjetiva e a oração principal é
feita pelo pronome relativo que. Esse vocábulo não pode ser confundido com a
conjunção integrante “que”, vista anteriormente, a qual inicia uma oração
subordinada substantiva. Portanto, vamos às formas de se evitar o erro:
1. Detesto mentiras.
2. Detesto gente mentirosa.
1. Detesto que mintam.
2. Detesto gente que mente.
a) O vocábulo “mentiras” é um
substantivo. Quando é substituído por
verbo, passa a fazer parte de uma
oração subordinada substantiva.
b) “mentiras” é núcleo do objeto direto
do verbo “Detesto”, por isso “que
mintam”
é
oração
subordinada
substantiva objetiva direta da oração
principal “Detesto”.
c) O vocábulo “que” é uma conjunção
integrante e toda a oração a partir
desse vocábulo pode ser substituída
pelo
vocábulo
“isso”,
para
a
confirmação de ser oração substantiva.
(Detesto isso.)
a) O vocábulo “mentirosa” é um
adjetivo. Quando é substituído por um
verbo, passa a fazer parte de uma
oração adjetiva.
b) “mentirosa” é adjunto adnominal e
restringe o núcleo do objeto direto.
c) Não há coesão em se substituir a
oração “que mente” pelo vocábulo
“isso”. Veja: Detesto gente isso.
Assim, não é oração substantiva. O
segundo passo é substituir o “que” por
“o qual” e suas variações, para
confirmar se é pronome relativo
iniciando
oração
adjetiva.
Veja:
Detesto gente a qual mente.
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No período “Detesto gente que mente”, desenvolvem-se duas ideias,
relacionadas à palavra “gente”: a primeira é a de que eu a detesto e a segunda
a de que ela mente. Assim:
Detesto gente.
Gente mente.
VTD
+
OD
Suj
+
VI
Entendendo-se
que
o
vocábulo
“gente”
está
se
repetindo
desnecessariamente, pode-se inserir no lugar desse vocábulo repetido o
pronome relativo “que” ou “a qual”. “Gente” está na função de sujeito, então
os pronomes “que” ou “a qual” também ocupam a função de sujeito.
Veja:
Detesto gente.Gente mente.
Detesto gente que mente.
Detesto gente a qual mente.
sujeito
Visando ao que pode ser exigido pela banca ESAF, muitas vezes se vê
questão que pede para substituir um vocábulo por outro, permanecendo o
sentido e a gramaticalidade. Neste caso, se a banca pedisse para substituirmos
“gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no
singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na
concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista
que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”. Veremos esse
tipo de questão mais detidamente na aula 3. Assim:
Detesto pessoas que mentem.
VTD + objeto direto
oração principal
Suj + V. intransitivo
oração Sub Adjetiva
Outras vezes a banca ESAF cobra simplesmente a atenção voltada ao
contexto para identificar o referente. Chamamos isso de coesão referencial:
1. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que demitiu duzentos funcionários.
2. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que exportou para a Europa.
3. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que embelezam as mulheres.
Na frase 1, o pronome relativo “que” retomou o substantivo “dono”, pois
se entende que quem demite é o “dono”; na frase 2, foi retomado o
substantivo “empresa”, pois é mais adequado dizer que a exportação é feita
pela “empresa” e não pelo “dono”. Na frase 3, a concordância é feita no plural,
porque o pronome relativo retomou “cosméticos”, que também está no plural.
Isso é muito cobrado na prova, por isso tenha muita atenção.
Uma forma de isso ficar mais claro é substituir o pronome “que” pelo
pronome relativo “o qual” e suas variações. Assim, na frase 1 seria “o qual”,
na 2 “a qual” e na 3 “os quais”.
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Não veremos nesta aula quais são os pronomes relativos e suas funções
sintáticas. Isso será visto na aula 4, quando aprofundaremos a regência verbal
e nominal. Vamos trabalhar agora a pontuação nestas orações.
A pontuação e a classificação das orações adjetivas
Para entendermos a pontuação referente a termos
necessário sabermos a diferença entre dois tipos de adjetivo.
adjetivos,
é
Adjetivo explicativo: é aquele que denota qualidade essencial do ser,
característica inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do
substantivo. Por exemplo, todo homem é inteligente, todo fogo é quente, todo
leite é branco, então inteligente, quente e branco são adjetivos explicativos,
em relação a homem, fogo e leite, respectivamente.
Adjetivo restritivo: é o adjetivo que denota qualidade adicionada ao
ser, ou seja, nem sempre o substantivo terá aquela característica. Por
exemplo, nem todo homem é educado, nem todo fogo é alto, nem todo leite é
enriquecido, então educado, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em
relação a homem, fogo e leite, respectivamente.
inteligente
homem
quente
fogo
educado
branco
explicativo
enriquecido
restritivo
leite
alto
Quando o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado
por ele, teremos o seguinte: se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre
vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo
restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto
adnominal.
Por exemplo: “O fogo, quente, morna a água em minutos.” Nessa frase,
quente é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do
substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto
explicativo.
Já na frase “O fogo alto pode queimar a comida rapidamente.”, alto é
adjetivo restritivo, pois se entende que nem todo fogo é alto, por isso não está
entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.
Assim, o adjetivo pode ter o valor restritivo (especifica o sentido do
termo antecedente, individualizando-o) e explicativo (realça um detalhe ou
amplifica características básicas sobre o antecedente, que já se encontra
suficientemente definido). Como aprofundamento disso, vejamos o adjetivo
“inteligente”.
1. O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
2. O homem inteligente não joga lixo no chão.
Na frase 1, esse adjetivo possui valor básico do homem: ser pensante,
que raciocina. Essa é a condição básica para que ele possa ter a capacidade
cognitiva e então através dos séculos ter a possibilidade de isso ser ampliado.
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Esse adjetivo está entre vírgulas para marcar o valor explicativo e com isso há
a função sintática de aposto explicativo.
Na frase 2, esse mesmo adjetivo possui valor semântico diferente, pois
se sabe que nem todos os homens deixam de jogar o lixo no chão. Então esse
não é um princípio só do poder de raciocínio, mas da virtude, da educação.
Assim, inteligente, neste caso, é o homem educado. Como sabemos que nem
todos são educados, há certamente um valor restritivo. Por isso esse vocábulo
não está separado por vírgulas e cumpre a função sintática de adjunto
adnominal.
Portanto, se o aposto explicativo recebe um verbo, tornar-se-á uma
oração subordinada adjetiva explicativa. Se o adjunto adnominal recebe
um verbo, tornar-se-á oração subordinada adjetiva restritiva. O uso de
vírgula continua da mesma forma que nos termos da oração ditos
anteriormente. Veja:
O homem, inteligente,
sujeito
dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
aposto explicativo
VTD
+
objeto direto
período simples
+
adjunto adverbial de tempo
O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
oração subordinada
adjetiva explicativa
oração principal
período composto
O homem
Adj Adn + núcleo
inteligente
não joga lixo no chão.
adjunto adnominal
Adj Adv
negação
VTD
OD
Adj Adv lugar
sujeito simples
período
O homem
simples
que é inteligente
não joga lixo no chão.
oração subordinada
adjetiva restritiva
oração principal
período composto
Portanto, dependendo do uso da vírgula numa oração adjetiva, haverá
mudança de sentido. Em determinados momentos, a vírgula poderá ser
inserida ou retirada, isso fará com que a oração mude o sentido, mas não quer
dizer que haverá incoerência com os argumentos do texto. Exemplo:
Angélica, encontrei seu irmão que mora em Paris.
Angélica, encontrei seu irmão, que mora em Paris.
Uma forma prática de se enxergar melhor a restrição é subentendendo a
expressão somente aquele que.
Assim, no primeiro período, observa-se que somente o irmão de
Angélica o qual mora em Paris foi encontrado por mim, os outros irmãos dela
não foram citados no contexto. Portanto, sem vírgulas, entende-se que ela tem
mais de um irmão.
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Já no segundo período, entende-se que a característica básica de irmão
de Angélica é ser morador de Paris, pois ele é o único irmão. Veja outros:
O curso possui oitocentos alunos que farão a prova da OAB.
O curso possui oitocentos alunos, que farão a prova da OAB.
No primeiro período, entende-se que somente oitocentos alunos do
curso farão a prova da OAB, os outros não. Então o curso possui mais de
oitocentos alunos. No segundo período, percebe-se que todo o efetivo discente
do curso fará a prova da OAB. E sua totalidade é de oitocentos alunos.
Escolha a joia de que goste.
Escolha a joia, de que gosta.
No primeiro período, alguém foi convidado a escolher uma joia ainda não
apreciada, conhecida pela felizarda. Aquela da qual gostar poderá ser
escolhida. Ao passo que, no segundo período, a pessoa presenteada já
conhecia a joia e já gostava dela, por isso passou a haver a característica
explicativa.
Outro ponto importante. Se o aposto explicativo pode ser separado por
vírgulas, travessões e parênteses, o mesmo vai ocorrer com a oração
subordinada adjetiva explicativa.
Questão 20: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Fragmento do texto: O conceito de brasileiro cordial cai por terra ante a
violência que se alastra de norte a sul do país. Não se fala aqui apenas de atos
imoderados como os praticados pelos black blocs; ou de ação de justiceiros
que algemam pessoas a poste; ou de bandidos que ateiam fogo a ônibus e a
seres humanos; ou de sequestros relâmpagos que assustam cidadãos e lhes
limitam o direito de ir e vir; ou de homicídios que ultrapassam cifras
registradas em países em guerra.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “que algemam pessoas a poste” ( . 4) tem natureza restritiva em
relação a “justiceiros”.
Comentário: A oração subordinada adjetiva “que algemam pessoas a poste”
tem valor restritivo, porque não é separada por vírgula. Assim, a afirmação
está correta.
Gabarito: C
Questão 21: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: É preciso considerar a direção que devem tomar as
políticas públicas para alcançar maior eficiência. Primeiramente, deve-se
pensar em maneiras para motivar o servidor de carreira, incentivando-o a
empreender ações que propiciem melhoras na administração pública.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “que propiciem melhoras na administração pública” ( . 4) tem
natureza explicativa.
Comentário: A oração subordinada adjetiva que é separada por vírgula(s) é
explicativa, e a oração subordinada adjetiva que não é separada por vírgula(s)
é restritiva. Como a oração “que propiciem melhoras na administração pública”
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não está separada por vírgulas, possui valor restritivo, e não explicativo, como
informa a questão.
Gabarito: E
Questão 22: Receita Federal 2014 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Duas pesquisas divulgadas recentemente revelam que os brasileiros não são
tão solidários quanto parece. Uma delas aponta ainda que, quando abrimos a
mão, a preferência é pelos pedintes, a quem se destinam 30% da ajuda. As
organizações não governamentais (ONGs) levam só 14%. Além disso, poucos
contribuintes sabem que é possível abater impostos através de doações –
embora o complicado processo afaste também quem conhece o sistema.
(Adaptado de IstoÉ, 19/3/2014.)
Preserva-se a coerência textual e o respeito às regras de pontuação ao
a) inserir uma vírgula depois de “recentemente” ( . 1).
b) substituir o primeiro sinal de parênteses em “(ONGs)” ( . 4) por um
travessão, e o segundo por uma vírgula.
c) inserir uma vírgula antes de “que” ( . 5).
d) substituir o travessão antes de “embora” ( . 6) por uma vírgula.
e) inserir uma vírgula depois de “também” ( . 6).
Comentário: A alternativa (A) está errada, porque o advérbio “recentemente”
está intercalado. Assim, por ser um adjunto adverbial de pequena extensão,
pode receber duas vírgulas ou não receber nenhuma. Veja:
Duas pesquisas divulgadas, recentemente, revelam que os brasileiros não são
tão solidários quanto parece.
Duas pesquisas divulgadas recentemente revelam que os brasileiros não são
tão solidários quanto parece.
A alternativa (B) está errada, porque o sinal de parênteses pode ser
substituído por duplo travessão ou dupla vírgula, a fim de manter o
paralelismo. Não se pode separar uma sigla por dois sinais diferentes.
A alternativa (C) está errada, porque a palavra “que”, na linha 5, é uma
conjunção integrante, a qual inicia a oração subordinada substantiva objetiva
direta “que é possível abater impostos através de doações”. Como sabemos
que não pode haver vírgula entre a oração principal e a oração substantiva,
não pode haver a inserção da vírgula sugerida pela alternativa.
A alternativa (D) é a correta. Primeiro, note que o travessão pode iniciar
um comentário do autor. Neste caso, tal comentário extra do autor traz
informação com valor adverbial concessivo e ele não faz parte da estrutura
sintática do período, é um dado extra. Observe que não se pode separar
oração subordinada adverbial concessiva por travessão, apenas por vírgula.
Este é o motivo de interpretarmos tal segmento como comentário extra do
autor. O que a alternativa pediu foi que transformássemos o comentário do
autor em simples oração subordinada adverbial concessiva, agora com vínculo
sintático no período. Compare:
Além disso, poucos contribuintes sabem que é possível abater impostos
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através de doações – embora o complicado processo afaste também quem
conhece o sistema.
Além disso, poucos contribuintes sabem que é possível abater impostos
através de doações, embora o complicado processo afaste também quem
conhece o sistema.
A alternativa (E) está errada, porque o advérbio “também” está
intercalado. Assim, por ser um adjunto adverbial de pequena extensão, pode
receber duas vírgulas ou não receber nenhuma. Veja:
Além disso, poucos contribuintes sabem que é possível abater impostos
através de doações – embora o complicado processo afaste, também, quem
conhece o sistema.
Além disso, poucos contribuintes sabem que é possível abater impostos
através de doações – embora o complicado processo afaste também quem
conhece o sistema.
Gabarito: D
Questão 23: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Os trechos a seguir foram adaptados de http://www.admpg. com.br/revista2011/artigos.
Assinale a opção em que o segmento foi transcrito com a pontuação
gramaticalmente correta.
a) A administração pública, possui características muito distintas da
administração de uma empresa privada. É preciso compreender, como se
dão as relações na esfera pública.
b) Na atual atmosfera competitiva, onde novas tecnologias dominam a
atenção da sociedade, a lealdade dos trabalhadores está em declínio em
muitos ambientes organizacionais.
c) Os locais de trabalho precisam, ser transformados, redesenhados e
dirigidos com um real comprometimento com aqueles que, realmente
realizam o trabalho necessário.
d) Só quando as pessoas tiverem entusiasmo e forem capazes, as
organizações poderão atingir, alto desempenho e eficiência na prestação de
serviços.
e) Só quando as pessoas tiverem uma sensação de satisfação, pessoal em seu
trabalho, será possível, produtividade numa base contínua.
Comentário: Neste tipo de questão, que normalmente se encontra no final da
prova, devemos eliminar as alternativas erradas, para ficar mais simples
encontrar a correta.
Na alternativa (A), não pode haver vírgula entre o sujeito “A
administração pública” e o verbo “possui”. O verbo “compreender” é transitivo
direto e exige a oração subordinada substantiva objetiva direta “como se dão
as relações na esfera pública”. Como vimos na parte teórica sobre a
peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva direta, tal oração
pode ser iniciada pelo advérbio de modo “como”. Assim, sabemos que não
podemos inserir vírgula entre a oração principal “compreender” e a oração
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subordinada substantiva “como se dão as relações na esfera pública”. Veja a
correção:
A administração pública possui características muito distintas da administração
de uma empresa privada. É preciso compreender como se dão as relações na
esfera pública.
A alternativa (B) é a correta. As duas primeiras vírgulas ocorreram,
porque separam a oração subordinada adjetiva explicativa “onde novas
tecnologias dominam a atenção da sociedade”. Veja:
Na atual atmosfera competitiva, onde novas tecnologias dominam a atenção
da sociedade, a lealdade dos trabalhadores está em declínio em muitos
ambientes organizacionais.
Na alternativa (C), não pode haver vírgula dentro da locução verbal
“precisam ser transformados”. Além disso, não pode haver apenas uma vírgula
isolando o advérbio intercalado “realmente”. Ou fica separado por duas
vírgulas, ou não fica separado por nenhuma. Veja a correção:
Os locais de trabalho precisam ser transformados, redesenhados e dirigidos
com um real comprometimento com aqueles que, realmente, realizam o
trabalho necessário.
ou
Os locais de trabalho precisam ser transformados, redesenhados e dirigidos
com um real comprometimento com aqueles que realmente realizam o
trabalho necessário.
A vírgula
enumerados.
acima
está
correta,
tendo
em
vista
separar
termos
Na alternativa (D), não pode haver vírgula entre o verbo “atingir” e seu
objeto direto “alto desempenho e eficiência”. Veja a correção:
Só quando as pessoas tiverem entusiasmo e forem capazes, as organizações
poderão atingir alto desempenho e eficiência na prestação de serviços.
A vírgula acima está correta, tendo em vista separar a oração
subordinada adverbial temporal antecipada “Só quando as pessoas tiverem
entusiasmo e forem capazes”.
Na alternativa (E), não pode haver vírgula entre o núcleo “satisfação” e
seu adjunto adnominal “pessoal”. Além disso, não pode haver vírgula entre o
predicado nominal “será possível” e seu sujeito “produtividade”. Veja a
correção:
Só quando as pessoas tiverem uma sensação de satisfação pessoal em seu
trabalho, será possível produtividade numa base contínua.
A vírgula acima está correta, tendo em vista separar a oração
subordinada adverbial temporal antecipada “Só quando as pessoas tiverem
entusiasmo e forem capazes”.
Gabarito: B
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Questão 24: Ministério da Fazenda 2014 Assistente Técnico-Administrativo
Assinale a opção correta quanto à proposta de mudança no uso dos sinais de
pontuação no texto. Desconsidere as alterações de ajuste nas letras iniciais
maiúsculas e minúsculas.
ISTOÉ – A tecnologia mudou os problemas e a maneira de enxergar o mundo?
Françoise Héritier – Os problemas fundamentais que se apresentam para os
seres humanos são os mesmos. Creio no universal. A maneira de responder a
esses problemas é que muda, e a maneira atual é com o uso intensivo da
tecnologia. Acho que isso gera uma bestialização e uma alienação voluntárias,
sem promover o fundamental, que é a busca pela emancipação do espírito.
(Adaptado de ISTOÉ, A tecnologia gera alienação. Entrevista com Françoise
Héritier, 15/1/2014)
a) Inserir uma vírgula depois de “fundamentais” ( . 2).
b) Substituir o ponto depois de “mesmos” ( . 3) pelo sinal de dois pontos.
c) Substituir o ponto depois de “universal” ( . 3) por vírgula.
d) Substituir a vírgula depois de “muda” ( . 4) por ponto e vírgula.
e) Retirar a vírgula depois de “fundamental” ( . 6).
Comentário: A alternativa (A) está errada, porque a oração “que se
apresentam para os seres humanos” é subordinada adjetiva restritiva. Assim,
não deve haver a inserção da vírgula. Além disso, se o contexto permitisse sua
transformação para o valor explicativo, naturalmente deveríamos inserir duas
vírgulas (e não apenas uma, como informa a alternativa): uma antes do
pronome relativo “que” ( . 2) e outra após o adjetivo “humanos” ( . 2).
Observação: Antes de comentar as demais alternativas, é necessário observar
que a resposta de “Françoise Héritier” está construída em torno de 4 períodos
sintáticos. O segundo período (“Creio no universal.”) é um comentário
generalizante do autor, o qual não tem relação direta de explicação em relação
ao anterior, mas simplesmente uma adição, com um tom generalizante. Já o
terceiro período sintático da resposta do entrevistado (“A maneira de
responder a esses problemas é que muda, e a maneira atual é com o uso
intensivo da tecnologia.”) possui uma relação de contraste com o seu primeiro
período: “Os problemas fundamentais que se apresentam para os seres
humanos são os mesmos.”.
A alternativa (B) está errada, porque o uso dos dois pontos, neste
contexto, apenas seria possível se houvesse um sentido explicativo ou
enumerativo em relação ao pronome demonstrativo “mesmos”. Como não se
entende isso neste trecho, não cabe o sinal de pontuação sugerido pela
alternativa.
A alternativa (C) está errada, porque o segundo período sintático tem
um tom generalizante e não possui relação direta com o terceiro período. Note
que este terceiro período tem relação de contraste com o primeiro. Assim, a
fim de preservar a estrutura sintática e a lógica entre os argumentos, não se
deve substituir o ponto final pela vírgula.
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A alternativa (D) é a correta, pois o terceiro período (“A maneira de
responder a esses problemas é que muda, e a maneira atual é com o uso
intensivo da tecnologia.”) possui a conjunção “e”, a qual liga duas orações com
sujeitos diferentes. Como cada oração coordenada é de longa extensão,
permite-se a troca da vírgula pelo ponto e vírgula. Compare:
A maneira de responder a esses problemas é que muda, e a maneira atual é
com o uso intensivo da tecnologia.
A maneira de responder a esses problemas é que muda; e a maneira atual é
com o uso intensivo da tecnologia.
A alternativa (E) está errada, porque a oração subordinada adjetiva “que
é a busca pela emancipação do espírito” explica “o fundamental”, não cabendo
aí um valor restritivo, como sugere a alternativa com a exclusão da vírgula.
Veja:
Acho que isso gera uma bestialização e uma alienação voluntárias, sem
promover o fundamental, que é a busca pela emancipação do espírito.
Gabarito: D
Questão 25: DNIT 2013 Analista em Infraestrutura de Transportes
Fragmento do texto: A memória social, que, vulgarmente, se denomina
tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é
marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi
concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como
crise, acidente, festa ou milagre.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A oração iniciada pelo conector “que” ( .1) restringe o sentido da expressão
antecedente “memória social”, o que justifica o emprego da vírgula após este
termo.
Comentário: Se há vírgula antes do pronome relativo “que”, não ocorre
restrição, mas apenas explicação, pois a oração “que, vulgarmente, se
denomina tradição, ou cultura” é subordinada adjetiva explicativa. Por isso, a
afirmação está errada.
Gabarito: E
Questão 26: MPOG 2013 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: Uma revolução ética ocorreu no Brasil, nos últimos
anos. Refiro-me à inclusão social, que não só melhorou a vida dos mais
pobres, mas também retirou da miséria a maior parte dos que viviam na
pobreza extrema.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O emprego de vírgula após a palavra “social”( .2) justifica-se porque antecede
oração adjetiva restritiva.
Comentário: Após a palavra “social” ocorre vírgula, pois a oração “que não
só melhorou a vida dos mais pobres” é subordinada adjetiva explicativa.
Lembre-se sempre de que, se há vírgula antes do pronome relativo “que”,
ocorre explicação, e não restrição. Por isso, a afirmação está errada.
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Gabarito: E
Questão 27: MPOG 2013 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Fragmento do texto: E talvez o marco no jornalismo brasileiro, nesta área,
ainda seja "Grã-finos em São Paulo", livro de Joel Silveira que abria com a
reportagem-título, de 1943, seguindo-se uma matéria sobre as péssimas
condições de trabalho dos mineiros de Santa Catarina: um contraste
discretamente apontado, que marcou época, mas nem por isso mudou a
sociedade.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O trecho “que abria com a reportagem-título”( .2 e 3) constitui oração adjetiva
explicativa.
Comentário: Se não há vírgula antes do pronome relativo “que”, não ocorre
explicação, mas apenas restrição. Assim, a oração “que abria com a
reportagem-título” é subordinada adjetiva restritiva. Por isso, a afirmação está
errada.
Gabarito: E
Questão 28: MPOG 2013 Analista Técnico de Políticas Sociais
Fragmento do texto: O objetivo do banco é preservar o potencial da política
monetária, cuja responsabilidade é manter-se especialmente vigilante para
garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se
propaguem para horizontes mais longos.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A vírgula após “monetária”( .2) é empregada para isolar a oração restritiva
subsequente.
Comentário: Trabalharemos um pouco mais nas aulas posteriores os tipos de
pronomes relativos. Dentre eles, veremos o pronome relativo “cujo” (e suas
variações). Assim, importa perceber que a oração “cuja responsabilidade é” é
subordinada adjetiva explicativa (e não restritiva), por ser precedida de
vírgula. Por isso, a afirmação está errada.
Gabarito: E
Questão 29: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: Ao que consta, pois Israel impede a entrada da
imprensa no território invadido, o objetivo inicial da ação terrestre é isolar o
norte da faixa litorânea, de onde parte a maioria dos ataques com foguetes
contra o sul israelense, do restante do território palestino.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “de onde parte a maioria dos ataques com foguetes contra o sul
israelense”( .3 e 4) está entre vírgulas por tratar-se de oração subordinada
adjetiva explicativa.
Comentário: Vimos que a oração subordinada adjetiva explicativa é separada
por vírgula. Como se encontra intercalada, há dupla vírgula.
Veremos nas próximas aulas o uso de “onde” como pronome relativo.
Gabarito: C
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Questão 30: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010
Fragmento do texto: Corolário do desmoronamento do sistema de proteção
social, em um quadro agravado pela revolução tecnológica, que automatizou o
sistema produtivo sem gerar novos postos de trabalho, esse novo personagem
vai materializar uma inesperada e imprevisível reprodução, no mundo
desenvolvido, do problema da desigualdade social, tão comum no terceiro
mundo.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A vírgula foi empregada após a expressão “revolução tecnológica” ( .2) para
isolar oração restritiva, subsequente.
Comentário: A afirmativa está errada, pois sabemos que uma oração
subordinada adjetiva que não for antecipada por vírgula é restritiva e a que for
iniciada por vírgula é explicativa. Assim, a oração subsequente é adjetiva
explicativa.
Gabarito: E
Questão 31: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: A alternativa à mão é a fórmula batizada de 85/95, em
que os números se referem à soma da idade com o tempo de contribuição a
ser exigida, respectivamente, de mulheres e homens.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Prejudica-se a correção gramatical e o sentido original do período ao se
substituir “em que” ( .1,2) por na qual.
Comentário: A oração “em que os números se referem à soma da idade com
o tempo de contribuição” é subordinada adjetiva explicativa. Assim, o pronome
relativo “que” pode ser substituído por “a qual”. Como há a preposição “em”,
ocorre a contração: “na qual”. Assim, tal substituição está correta.
Porém, como se afirmou que tal substituição prejudicaria a correção
gramatical, a questão está errada.
Gabarito: E
Questão 32: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: O governo dá sinais de que parece superar a longa fase
de negação do problema e está mais perto de formatar uma agenda para
enfrentar a deterioração das contas do Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Mantém-se a correção gramatical e os sentidos originais do período ao se
substituir “de que” ( .1) por do qual.
Comentário: A banca ESAF quis enrolar você. Tal substituição só pode ocorrer
em orações subordinadas adjetivas, porém a oração “de que parece superar a
longa fase de negação do problema” é subordinada substantiva completiva
nominal (sinais disso). Assim, a conjunção integrante “que” não admite tal
substituição.
Gabarito: E
Questão 33: Secretaria da Fazenda-SP
2009
Analista POFP
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Fragmento do texto: Era que, apesar de pobres, carregavam culturas
milenares que lhes possibilitaram trabalhar e crescer socialmente.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Introduzindo-se uma vírgula após a palavra “milenares” ( . 2), confere-se à
oração imediatamente subsequente mais ênfase, sem prejuízo da correção
gramatical e sem alteração do sentido original do período em que ela se
insere.
Comentário: Primeiro, devemos entender que o vocábulo “que” é um
pronome relativo, prova disso é percebermos que ele retoma a expressão
“culturas milenares” e pode ser substituído pela expressão “as quais”. Assim,
temos certeza de que a oração “que lhes possibilitaram” é subordinada
adjetiva restritiva. Inserindo-se a vírgula, obrigatoriamente o sentido muda
(de restrição para explicação). Por isso a questão está errada.
Gabarito: E
Questão 34: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
Fragmento do texto: No máximo, interessará às pessoas jurídicas que
buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para exportação,
embora as facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um custo muito
elevado.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O segmento “que buscam crédito de curtíssimo prazo ou financiamentos para
exportação”( .1 e 2) constitui oração subordinada adjetiva restritiva.
Comentário: Questão simples, mas pode trazer problema se não ficarmos
atentos. Primeiramente, devemos ter certeza de que esta oração é mesmo
adjetiva. Para tal, basta observar se o vocábulo “que” está retomando a
expressão anterior. Note que ele retoma “pessoas jurídicas” e pode ser
substituído pela expressão “as quais”. Assim, realmente há uma oração
subordinada adjetiva. Como esta não é precedida de vírgula, é restritiva.
Gabarito: C
Questão 35: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010
Fragmento do texto: O novo-pobre é, cada vez mais, a expressão do
fenômeno da exclusão social. Não é mais um indivíduo que está à margem,
mas, sim, fora do sistema econômico e social prevalente.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Considerando-se o período em que está inserida e sua função adjetiva, a
oração “que está à margem” ( .2) tem natureza apositiva.
Comentário: A afirmativa está errada. A natureza apositiva a que se refere a
alternativa diz respeito à explicação. Sabendo-se que a oração subordinada
adjetiva com vírgula é de natureza explicativa e sem vírgula é de natureza
restritiva, a oração “que está à margem” não é iniciada por vírgula; portanto
não possui natureza apositiva.
Gabarito: E
Questão 36: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP
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Fragmento do texto: Além dos intensos bombardeios aéreos, que mataram
centenas de palestinos – entre eles várias mulheres e crianças –, faltam
víveres e medicamentos, e os cortes no fornecimento de água e luz são
constantes.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O emprego de vírgula após “aéreos”( .1) justifica-se para isolar a oração de
natureza restritiva subsequente.
Comentário: Note que o pronome relativo “que” retoma “intensos
bombardeios aéreos” e pode ser substituído pela expressão “os quais”. Assim,
realmente há uma oração subordinada adjetiva. Como esta é precedida de
vírgula, é explicativa.
Gabarito: E
Questão 37: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008
Fragmento do texto: Ao contrário do que previam os pessimistas, no final do
século passado, o processo de globalização está favorecendo o comércio
exterior de países como o Brasil, que tem ainda muitas áreas inaproveitadas
para expansão da lavoura.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
A vírgula após “Brasil” ( .3) justifica-se por ser a oração subseqüente
subordinada adjetiva explicativa.
Comentário: Realmente a oração subordinada adjetiva que é separada por
vírgula tem valor explicativo.
Gabarito: C
Questão 38: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: A visão do ministro para o corte de tributos nas
comunicações pode ser estendida a toda a economia, envergada sob o peso de
uma fatura de impostos na faixa dos 36% do PIB, a mais elevada entre as
economias emergentes, no mesmo nível de países europeus, em que os
serviços públicos têm uma qualidade muito superior à dos oferecidos pelo
Estado brasileiro.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
Por estarem subentendidas, é correto explicitar as palavras que estão no
corpo da frase da linha 4, que vai ficar assim: ... as economias emergentes,
que estão no mesmo nível de países europeus...
Comentário: A afirmativa está errada. Note que as expressões “a mais
elevada entre as economias emergentes” e “no mesmo nível de países
europeus” caracterizam a expressão singular “fatura de impostos na faixa dos
36% do PIB”. Assim, ao inserirmos o pronome relativo “que”, a fim de
formarmos uma oração subordinada adjetiva, devemos utilizar o verbo no
singular, pois a referência deve ser feita a “fatura”, e não a “países
emergentes”, como fica subentendida na proposta da questão. Compare:
“A visão do ministro para o corte de tributos nas comunicações pode ser
estendida a toda a economia, envergada sob o peso de uma fatura de
impostos na faixa dos 36% do PIB, a mais elevada entre as economias
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emergentes, que está no mesmo nível de países europeus, em que os
serviços públicos têm uma qualidade muito superior à dos oferecidos pelo
Estado brasileiro.”
“A visão do ministro para o corte de tributos nas comunicações pode ser
estendida a toda a economia, envergada sob o peso de uma fatura de
impostos na faixa dos 36% do PIB, a mais elevada entre as economias
emergentes, que estão no mesmo nível de países europeus, em que os
serviços públicos têm uma qualidade muito superior à dos oferecidos pelo
Estado brasileiro.”
Gabarito: E
Questão 39: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2012
Fragmento do texto: A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara
dos Deputados vai votar o relatório ao Projeto de lei nº 4.330/04, que
regulamenta essa modalidade de contratação.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
O emprego de vírgula antes de “que regulamenta” ( .2 e 3) justifica-se para
isolar oração subsequente de natureza restritiva.
Comentário: A oração subordinada adjetiva “que regulamenta essa
modalidade de contratação” é precedida de vírgula, por isso tem natureza
explicativa, e não restritiva, como sugere a questão.
Gabarito: E
Questão 40: Analista-Tributário da Receita Federal 2012
1 Junto à inadiável reforma, os países que já concentram um número
considerável de gente no topo da pirâmide etária deveriam começar a
refletir também sobre mecanismos bem concretos para estimular a
permanência desse grupo no mercado de trabalho. Refiro-me,
5 basicamente, a incentivos de ordem fiscal, que podem ser concedidos, por
exemplo, aos empregadores que contratem funcionários mais velhos. Se
estes continuarem em atividade, não apenas deixarão de impactar
negativamente as finanças públicas como permanecerão pagando
impostos e produzindo riqueza. No final, isso é bem vindo aos cofres do
10 governo, à economia do país como um todo e também às poupanças de
cada um.
(Adaptado de Ronald Lee, Fazer mais com menos braços. Entrevista à
Veja, 30 de maio de 2012)
Assinale a opção correta a respeito do uso da vírgula no texto.
a) Por se tratar de pontuação facultativa, com a função de enfatizar as ideias
do texto, a retirada da vírgula depois de “reforma” ( .1) preservaria a
correção e a coerência textuais.
b) Para que sejam respeitadas as normas de pontuação da língua portuguesa,
deve ser inserida uma vírgula depois de “etária” ( .2).
c) Apesar de alterar as relações semânticas do texto, a omissão da vírgula
depois de “fiscal” ( .5) também respeitaria as regras de pontuação e
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preservaria a coerência da argumentação.
d) Como marca a finalização de uma oração, a vírgula depois de “atividade”
( .7) admite a substituição pelo ponto e vírgula, sem prejudicar a correção
do texto.
e) No contexto sintático em que é usada, as regras de pontuação admitem
como correta a substituição da vírgula depois de “governo” ( .10), para
separar termos de uma enumeração.
Comentário: A alternativa (A) está errada. O uso da vírgula não é facultativo,
ele é obrigatório, pois a locução adverbial “Junto à inadiável reforma” é de
grande extensão. Observe também que tal expressão não tem a simples
intenção de enfatizar as ideias do texto. Este é um papel das palavras
denotativas de realce, expletivas.
A alternativa (B) está errada, pois a oração “que já concentram um
número considerável de gente no topo da pirâmide etária” é subordinada
adjetiva restritiva e não deve ser seguida de vírgula.
A alternativa (C) é a correta. Note que a alternativa afirmou que pode
haver mudança de sentido, bastando manter a coerência.
No texto original, o autor preferiu o uso da oração subordinada adjetiva
explicativa “que podem ser concedidos, por exemplo, aos empregadores”,
transmitindo a noção de que todos os incentivos de ordem fiscal podem ser
concedidos, por exemplo, aos empregadores. Como se pode entender que um
ou outro incentivo fiscal pode não ser concedido, por algum motivo, cabe a
retirada da vírgula mudando o sentido de explicação para restrição. Note que
isso não implica incoerência aos argumentos do texto. Compare:
“Refiro-me, basicamente, a incentivos de ordem fiscal, que podem ser
concedidos, por exemplo, aos empregadores que contratem funcionários mais
velhos.”
“Refiro-me, basicamente, a incentivos de ordem fiscal que podem ser
concedidos, por exemplo, aos empregadores que contratem funcionários mais
velhos.”
A alternativa (D) está errada, pois, como vimos na aula anterior, admitese o uso de ponto e vírgula para separar enumerações em que haja vírgula ou
conectivo de coordenação dentro dos termos; ou para separar orações
coordenadas com vírgulas internas, principalmente as adversativas. Neste
contexto, há a antecipação da oração subordinada adverbial condicional “Se
estes continuarem em atividade”. Assim, cabe apenas a vírgula.
A alternativa (E) está errada. Primeiro, vamos perceber que a vírgula
após “governo” é obrigatória, pois separou o primeiro termo da enumeração
“aos cofres do governo” do segundo (“à economia do país como um todo”).
Assim, como não há vírgulas internas, não cabe ser substituída por qualquer
outro sinal.
“No final, isso é bem vindo aos cofres do governo, à economia do país como
um todo e também às poupanças de cada um.”
Na realidade, houve um erro na digitação desta questão da prova, pois
faltou mencionar por qual outro sinal a vírgula seria substituída. Sabemos que
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o substantivo “substituição” obriga
(substituição de uma coisa pela outra).
Gabarito: C
o
uso
do
complemento
nominal
Questão 41: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Fragmento do texto: Hoje, quando o sistema financeiro mundial passa por
graves problemas, o do Brasil é brilhante exceção.
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)
As vírgulas após “Hoje”( .1) e após “problemas”( .2) isolam oração
subordinada anteposta à principal.
Comentário: A afirmativa está errada. É certo dizer que as vírgulas isolam a
oração subordinada. Porém, está errado afirmar que tal oração está anteposta
à principal.
Na realidade, a oração “quando o sistema financeiro mundial passa por
graves problemas” é subordinada adjetiva explicativa e está intercalada à
oração principal “Hoje o do Brasil é brilhante exceção”. Veja que o adjunto
adverbial de tempo “Hoje” faz parte da oração principal:
Hoje, quando o sistema financeiro mundial passa por graves problemas, o do
Brasil é brilhante exceção.
Aqui cabe aprofundar um pouquinho, pois não cabe dizer que tal oração
intercalada seja subordinada adverbial temporal, pois não há conjunção
“quando”, mas o pronome relativo “quando”, tendo em vista que tal conectivo
recupera o vocábulo “Hoje”.
Gabarito: E
Questão 42: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2012
Marque o trecho com pontuação correta.
a) Com efeito pareceu, a Nabuco, que carecendo o Brasil, como os demais
países do continente, de um desenho institucional capaz de lhe conferir a
consistência que ele, ainda, não podia extrair de sua invertebrada
sociedade havia sido a Monarquia, que permitira a construção do Estado de
direito no Brasil.
b) Com efeito pareceu a Nabuco que carecendo o Brasil (como os demais
países do continente), de um desenho institucional capaz de lhe conferir a
consistência, que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada
sociedade, havia sido a Monarquia que permitira a construção do Estado de
direito no Brasil.
c) Com efeito, pareceu a Nabuco que, carecendo o Brasil, como os demais
países do continente, de um desenho institucional capaz de lhe conferir a
consistência que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada sociedade,
havia sido a Monarquia que permitira a construção do Estado de direito no
Brasil.
d) Com efeito, pareceu a Nabuco, que carecendo o Brasil, como os demais
países do continente, de um desenho institucional, capaz de lhe conferir a
consistência, que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada
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sociedade, havia sido a Monarquia, que permitira a construção do Estado
de direito no Brasil.
e) Com efeito: pareceu a Nabuco que, carecendo o Brasil – como os demais
países do continente – de um desenho institucional, capaz de lhe conferir a
consistência, que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada sociedade
havia sido a Monarquia, que permitira a construção do Estado de direito no
Brasil.
(Christian Edward Cyril Lynch, “O Império é que era a República: a
monarquia republicana de Joaquim Nabuco”. Lua Nova: Revista de
Cultura e Política, nº 85, 2012)
Comentário: Ao explicarmos a alternativa correta, automaticamente
compreenderemos por que as demais estão erradas.
O termo “Com efeito” é um adjunto adverbial de modo. Como está
antecipado e é considerado de pequena extensão, recebe vírgula facultativa.
A estrutura subordinada adverbial causal “carecendo o Brasil, como os
demais países do continente, de um desenho institucional capaz de lhe conferir
a consistência que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada sociedade”
está intercalada, por isso a dupla vírgula é obrigatória.
Dentro de tal estrutura, ocorre a oração subordinada adverbial
comparativa “como os demais países do continente”, a qual se encontra
intercalada e fica entre duas vírgulas obrigatoriamente. Como vimos na aula
passada, a oração comparativa pode possuir o verbo subentendido
(“careciam”).
A oração “de lhe conferir a consistência” é subordinada substantiva
completiva nominal reduzida de infinitivo, por isso não pode ser antecipada de
vírgula.
A oração “que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada sociedade”
é subordinada adjetiva restritiva, por isso não é precedida de vírgula.
A oração “que permitira a construção do Estado de direito no Brasil” é
subordinada adjetiva restritiva, por isso não é precedida de vírgula.
A oração “que...havia sido a Monarquia” é subordinada substantiva
subjetiva, por isso não pode ser precedida de vírgula. (Isso pareceu a Nabuco)
“Com efeito, pareceu a Nabuco que, carecendo o Brasil, como os demais
países do continente, de um desenho institucional capaz de lhe conferir a
consistência que ele ainda não podia extrair de sua invertebrada sociedade,
havia sido a Monarquia que permitira a construção do Estado de direito no
Brasil.”
Gabarito: C
As orações reduzidas e desenvolvidas
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo
conjugado em modo e tempo verbal, as orações subordinadas adjetivas são
chamadas de desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas
adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio).
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Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida,
já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado
no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada
adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no
infinitivo.
Questão 43: MF 2013 Analista Técnico-Administrativo
Fragmento do texto: E ele não concebeu a Esplanada como uma “pura”
civitas. Alguns não sabem que há no projeto uma clara indicação de um
edifício baixo, conectando os blocos ministeriais entre si, que abrigaria serviços
diversos. Nunca foi feito. Noutras palavras, o arquiteto também trazia serviços
da vida cotidiana para o coração da civitas.
Assinale a opção que justifica corretamente o fato de o segmento grifado estar
entre vírgulas. O segmento grifado é
a) aposto.
b) adjunto adverbial.
c) oração de natureza restritiva.
d) oração reduzida de gerúndio de natureza explicativa.
e) oração principal intercalada no período entre outras orações.
Comentário: Questão simples, não é mesmo? Primeiro se deve observar que
o segmento destacado “conectando os blocos ministeriais entre si” possui
verbo, por isso não pode ser um simples termo de oração. Assim, já sabemos
que as alternativas (A) e (B) estão erradas.
Vimos que as orações subordinadas adjetivas precedidas de vírgula são
explicativas, e não restritivas, como afirma a alternativa (C), por isso devemos
eliminá-la também.
Além disso, a oração principal não fica intercalada. Quem fica intercalada
é a oração subordinada, o que faz com que a alternativa (E) também seja
eliminada.
Assim, resta a alternativa (D) como a correta, pois a oração “conectando
os blocos ministeriais entre si” é subordinada adjetiva explicativa reduzida de
gerúndio. Veja que podemos transformar tal oração em desenvolvida. Para
tanto, basta trocar o gerúndio pelo pronome relativo com algumas outras
adaptações.
Alguns não sabem que há no projeto uma clara indicação de um edifício baixo,
conectando os blocos ministeriais entre si, que abrigaria serviços diversos.
Alguns não sabem que há no projeto uma clara indicação de um edifício baixo,
que conecta os blocos ministeriais entre si, que abrigaria serviços diversos.
Gabarito: D
Vejamos mais questões que abordam tudo o que vimos nesta aula:
Questão 44: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Assinale a opção que, na sequência, preenche corretamente as lacunas do
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texto.
Quando a crise financeira eclodiu em 2008, uma das ameaças mais temidas foi
__1__ ela trouxesse consigo o protecionismo generalizado. A crise ainda não
acabou, as perspectivas pessimistas __2__ comércio mundial não se
concretizaram, e __3__ Brasil tenta agora é obter sinal verde para fechar por
um tempo sua economia, abrindo caminhos __4__ outros países em situação
semelhante façam o mesmo. A Organização Mundial do Comércio − OMC daria
então aval a esse protecionismo, supondo que ela fosse capaz de estabelecer
__5__ deveria ser a taxa de câmbio de equilíbrio de seus membros, e o
período pelo qual uma taxa desalinhada poderia voltar ao seu nível “normal”,
que é o que o Brasil parece supor ao pedir proteção temporária. A proteção, se
concedida ao Brasil, provavelmente elevaria seus substanciais saldos
comerciais, valorizando mais sua moeda, __6__esse é apenas um dos
problemas da proposta.
(Editorial, Valor Econômico, 29/3/2012)
1
2
3
4
5
6
a) o de que com o
aquilo que o para
onde
porém
b) que
do
o
de que
que
todavia
c) a de que a respeito do o que o
para que
qual
mas
d) que
sobre o
que o
dos quais
de quanto no entanto
e) qual
para com o nosso
com que
como
porquanto
Comentário: Neste tipo de questão, devemos trabalhar a eliminação das
alternativas de acordo com as lacunas.
A primeira lacuna é o predicativo da expressão “uma das ameaças mais
temidas”, que é o sujeito. Assim, esse predicativo deve ser preenchido com
vocábulo feminino, para concordar com o sujeito.
A única possibilidade é a alternativa (C), pois o pronome demonstrativo
“a” (=aquela) é a única palavra feminina. Agora, devemos seguir esta
alternativa para confirmar que ela é a correta.
Na lacuna 2, a expressão que transmite ideia de assunto “a respeito do”
cabe no trecho “as perspectivas pessimistas a respeito do comércio mundial”.
Na lacuna 3, a expressão “o que o” é constituída do pronome
demonstrativo “o”, pronome relativo “que” e artigo definido “o”:
“e o que o Brasil tenta agora é obter sinal verde”
Na lacuna 4, a oração “abrindo caminhos”, neste contexto, é seguida de
uma finalidade, que é iniciada pela locução conjuntiva adverbial de finalidade
“para que”. Veja:
“...abrindo caminhos para que outros países em situação semelhante façam o
mesmo...”
Na lacuna 5, o pronome interrogativo “qual” inicia a oração subordinada
substantiva objetiva direta. Esta oração faz parte de uma expressão
interrogativa indireta.
Na lacuna 6, há uma oposição marcada pela conjunção coordenativa
adversativa “mas”.
Dessa forma, ratifica-se que a alternativa (C) é a correta.
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Gabarito: C
Questão 45: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
O alto custo da folha de pessoal, __1__encargos e das regras rígidas
__2__contratação e demissão, é fator decisivo da baixa produtividade do
trabalho no Brasil e, __3__comparação com outros países, seu efeito se torna
ainda mais notável __4__valorização do câmbio. Da mesma forma, o peso
excessivo dos tributos e o preço elevado da energia, entre outros itens que
compõem os custos industriais, reduzem a competitividade da indústria. Do
lado das empresas, o nível muito baixo de investimentos em inovação mostra
despreocupação ou desatenção __5__fatores essenciais para a conquista e
preservação dos mercados mais promissores da economia contemporânea. Há
muitas coisas além do câmbio nas dificuldades __6__passa a indústria no País.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 24/3/2012)
1
2
3
4
5
6
a) por causa dos de
em
diante da
com os
em que
b) em razão dos para na
por causa da
com um dos
pelas quais
c) decorrente dos da
da
em razão da
sobre
por quem
d) em vista dos
na
por
decorrente da pelos
por que
e) diante dos
com a por
em vista da
com
pela qual
Comentário: Devemos excluir as alternativas de acordo com as colunas
(lacunas).
A lacuna 1 pode ser preenchida por qualquer dos conectivos ali
elencados. Cabe uma observação: as locuções prepositivas “por causa dos”,
“em razão dos”, “em vista dos”, “diante dos” iniciam adjunto adverbial de
causa. Já o adjetivo “decorrente” inicia um aposto explicativo. Veja:
Adjuntos adverbiais de causa:
“O alto custo da folha de pessoal, por causa dos encargos (...), é fator
decisivo da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
“O alto custo da folha de pessoal, em razão dos encargos (...), é fator
decisivo da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
“O alto custo da folha de pessoal, em vista dos encargos (...), é fator decisivo
da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
“O alto custo da folha de pessoal, diante dos encargos (...), é fator decisivo
da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
Aposto explicativo:
“O alto custo da folha de pessoal, decorrente dos encargos (...), é fator
decisivo da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
Veja que o aposto explicativo faz subentender uma oração adjetiva explicativa:
“O alto custo da folha de pessoal, que é decorrente dos encargos (...), é
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fator decisivo da baixa produtividade do trabalho no Brasil.”
As lacunas 2 e 3, de certa forma, podem ser preenchidas pelas
preposições elencadas nas alternativas.
A lacuna 4 também deve ser preenchida por locução prepositiva que
inicia o adjunto adverbial de causa. Assim, cabem as expressões “diante da”,
“por causa da”, “em razão da”, “em vista da”.
Assim, percebemos que o adjetivo “decorrente” não cabe neste contexto,
pois não podemos entender aqui um aposto explicativo. Veja que não há a
pausa (por meio de vírgula) que inicia tal termo. Note, também, que não
podemos transformar em oração adjetiva. Assim, realmente este contexto só
admite o adjunto adverbial de causa.
Dessa forma, devemos eliminar a alternativa (D).
A lacuna 5 deve ser preenchida pela preposição “com”, pois os
substantivos “despreocupação” e “desatenção” exigem tal preposição. Assim,
eliminamos também a alternativa (C).
A lacuna 6 deve ser preenchida com termo que inicia oração subordinada
adjetiva restritiva. Além disso, esse termo deve ser o objeto indireto do verbo
“passar” (indústria passa por dificuldades). Veja que ele deve ser iniciado pela
preposição “por”. Assim, eliminamos a alternativa (A).
A alternativa (E) também deve ser eliminada, pois o substantivo plural
“dificuldades” exige ser retomado pelo pronome relativo plural (dificuldades
pelas quais).
Assim, a alternativa correta é a (B).
Gabarito: B
Questão 46: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010
Em relação ao emprego de vírgulas no texto abaixo, assinale a justificativa
correta.
Consagrado como espaço para a reflexão dos grandes temas mundiais, (1)
o Fórum Social Mundial retorna a Porto Alegre no ano em que completa uma
década. Mesmo que o encontro seja compartilhado com cinco cidades da
Região Metropolitana e que outras reuniões do mesmo evento se realizem
durante 2010 em vários países, Porto Alegre é o lugar-referência dos debates
inaugurados em 2000. Foi a partir dessa capital que o Fórum se transformou,
já no evento inaugural, numa oportunidade de congregar, anualmente,
ONGs,(2) personalidades,(2) estudantes, políticos e todos os envolvidos nas
discussões sobre educação,(3) ambiente, (3)economia, globalização, direitos
humanos e cooperação.
O debate de ideias que contribuam para a melhoria das relações humanas é
a essência do Fórum, que seus organizadores esperam reforçar este ano.
Organizado há 10 anos com o argumento de que era preciso criar um
contraponto ao Fórum Econômico de Davos, (4) o Fórum Social sempre esteve
envolvido em saudáveis controvérsias. A polêmica sobre a maior ou menor
relevância de um ou de outro fórum é da natureza de qualquer debate. Esse
confronto foi aos poucos diluído e prevalece hoje o entendimento de que o
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importante é a livre manifestação de pontos de vista e de diferenças. O
importante,(5) no entanto, (5) é que o Fórum continue contribuindo para a
exposição de ideias e propostas às questões mundiais.
(Zero Hora (RS), Editorial, 18/01/2010)
a) (1) A vírgula isola oração subordinada adverbial comparativa anteposta à
principal.
b) (2) As vírgulas isolam aposto explicativo.
c) (3) As vírgulas isolam elementos de mesma função gramatical
componentes de enumeração.
d) (4) A vírgula isola oração subordinada adjetiva restritiva anteposta à
principal.
e) (5) As vírgulas isolam adjunto adverbial de tempo intercalado na oração
principal.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a oração antecipada é
subordinada adverbial temporal. Veja abaixo:
Consagrado como espaço para a reflexão dos grandes temas mundiais, o
Fórum Social Mundial retorna a Porto Alegre no ano em que completa uma
década.
Depois de consagrado como espaço para a reflexão dos grandes temas
mundiais, o Fórum Social Mundial retorna a Porto Alegre no ano em que
completa uma década.
A alternativa (B) está errada, pois as vírgulas após “personalidades” e
“ONGs” ocorrem, na verdade, por dividirem elementos componentes de uma
enumeração.
“...o Fórum se transformou, já no evento inaugural, numa oportunidade
de congregar, anualmente, ONGs,(2) personalidades,(2) estudantes, políticos e
todos os envolvidos nas discussões...”
A alternativa (C) é a correta, pois realmente as vírgulas após “educação”
e “ambiente” ocorrem por dividirem elementos de uma enumeração, por isso
esses substantivos possuem mesma função sintática (gramatical).
A alternativa (D) está errada. Primeiramente, deve-se observar que
oração adjetiva não pode ser antecipada da principal.
Além disso, a oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio
“Organizado há 10 anos com o argumento” é seguida de orações subordinadas
substantivas completiva nominal (“de que era preciso”) e subjetiva (criar um
contraponto ao Fórum Econômico de Davos), respectivamente.
Como tal estrutura possui a oração subordinada adverbial antecipada da
oração principal (o Fórum Social sempre esteve envolvido em saudáveis
controvérsias), há vírgula obrigatória.
A alternativa (E) está errada, pois a expressão “no entanto” não é um adjunto
adverbial, ela é uma conjunção coordenativa adversativa, que, deslocada,
exige dupla vírgula.
Gabarito: C
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Questão 47: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010
Assinale o trecho em que foram plenamente atendidas as regras de emprego
dos sinais de pontuação.
a) Na linguagem de hoje, a palavra “provedor” evoca mais facilmente um
serviço do mundo virtual do que o homem que, sozinho, sustentava
materialmente sua família. É que saiu do ar esse provedor que, até
recentemente, ocupava não só a cabeceira da mesa, mas também um lugar
de indiscutível poder na família.
b) Na metade do século XX, introduziu-se no espírito das mulheres, uma ideia
subversiva: a identidade e a liberdade passavam pela independência
econômica em face do homem provedor.
c) Nos anos 90, quando as grandes transformações econômicas, a
globalização e a reestruturação das empresas com supressão de empregos,
tornaram precário e inseguro o salário dos homens, as mulheres
aumentaram seu investimento no mercado de trabalho.
d) Para as mulheres, o trabalho remunerado já não representava somente
uma escolha de afirmação de identidade ou de realização pessoal em algum
campo profissional. Ele tornou-se uma necessidade. Homens e mulheres
passaram a somar salários, única maneira para muitos, de garantir o nível
de vida de uma família, em que os homens já não eram confiáveis como
provedores.
e) Na prática, a inserção das mulheres no mercado de trabalho, não atenuou
suas responsabilidades em relação à família. Simplesmente, a famosa vida
doméstica passou a ser encaixada nos interstícios dos horários de sua vida
profissional. As mulheres porém, senhoras de si, passaram a se perguntar:
por que continuava cabendo exclusivamente a elas a responsabilidade pela
vida privada.
(Adaptado de Rosiska Darcy de Oliveira. Reengenharia do tempo.
Rio de Janeiro: Rocco, 2003, p.75-76.)
Comentário: A alternativa (A) é a correta. Veja abaixo as justificativas.
“Na linguagem de hoje, a palavra “provedor” evoca mais facilmente um serviço
do mundo virtual do que o homem que, sozinho, sustentava materialmente
sua família. É que saiu do ar esse provedor que, até recentemente, ocupava
não só a cabeceira da mesa, mas também um lugar de indiscutível poder na
família.”
A primeira vírgula ocorre por antecipação de adjunto adverbial.
A segunda e terceira vírgulas ocorrem pelo deslocamento do predicativo
de sujeito “sozinho”, dentro de um predicado verbo-nominal.
A quarta e quinta vírgulas ocorrem por intercalação de adjunto adverbial
de tempo.
A sexta vírgula ocorre por dividir a expressão correlativa de adição “não
só...mas também”
A alternativa (B) está errada, pois a locução adverbial de lugar “no
espírito das mulheres” deve ficar entre vírgulas. Poderia até se retirar a vírgula
após “mulheres”, por se poder entender adjunto adverbial de pequena
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extensão, mas nunca uma só vírgula pode ser empregada neste caso.
Veja que ocorreu vírgula após a locução adverbial de tempo antecipada
“Na metade do século XX”.
Os dois-pontos assinalam o início de um segmento explicativo.
“Na metade do século XX, introduziu-se, no espírito das mulheres, uma ideia
subversiva: a identidade e a liberdade passavam pela independência
econômica em face do homem provedor.”
A alternativa (C) está errada, tendo em vista que não pode haver vírgula
entre o sujeito composto “as grandes transformações econômicas, a
globalização e a reestruturação das empresas com supressão de empregos” e
o seu verbo “tornaram”.
A vírgula após “econômicas” está correta, porque marca uma
enumeração.
As vírgulas após “90” e “homens” estão corretas, pois intercalam uma
oração subordinada adjetiva explicativa.
“Nos anos 90, quando as grandes transformações econômicas, a globalização e
a reestruturação das empresas com supressão de empregos tornaram
precário e inseguro o salário dos homens, as mulheres aumentaram seu
investimento no mercado de trabalho.”
A alternativa (D) está errada, pois a expressão intercalada “para muitos”
não pode ficar isolada apenas por uma vírgula: ou recebe duas, ou não recebe
nenhuma. Esta expressão e “Para as mulheres” são chamadas de dativos de
opinião. Tais expressões se assemelham, quanto ao uso da pontuação, às
locuções adverbiais.
A expressão “única maneira” é aposto explicativo, por isso ocorreu a
vírgula antes de “única”.
A oração adjetiva, iniciada por “em que” está precedida de vírgula por se
poder entender aí uma natureza explicativa.
“Para as mulheres, o trabalho remunerado já não representava somente uma
escolha de afirmação de identidade ou de realização pessoal em algum campo
profissional. Ele tornou-se uma necessidade. Homens e mulheres passaram a
somar salários, única maneira para muitos de garantir o nível de vida de uma
família, em que os homens já não eram confiáveis como provedores.”
A alternativa (E) está errada, pois não pode haver vírgula entre o sujeito
“a inserção das mulheres no mercado de trabalho” e o predicado “não atenuou
suas responsabilidades em relação à família”. Além disso, a conjunção
adversativa “porém”, quando deslocada, obrigatoriamente ficará entre
vírgulas.
As vírgulas após “Na prática” e “Simplesmente” marcam a antecipação
de estrutura adverbial.
A expressão “senhoras de si” é um predicativo do sujeito deslocado e
está dentro de um predicado verbo-nominal.
Os dois-pontos sinalizam o início de outra voz, que, neste contexto, é
uma pergunta direta, tendo em vista o uso do verbo “perguntar”. Assim, deve
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haver o ponto de interrogação.
“Na prática, a inserção das mulheres no mercado de trabalho não atenuou
suas responsabilidades em relação à família. Simplesmente, a famosa
vida doméstica passou a ser encaixada nos interstícios dos horários de sua
vida profissional. As mulheres, porém, senhoras de si, passaram a se
perguntar: por que continuava cabendo exclusivamente a elas a
responsabilidade pela vida privada?”
Gabarito: A
O que devo tomar nota como mais importante?
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Lembre-se da estrutura básica da oração:
PV= VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI
PN= VL + predicativo
Atentar para o complemento nominal:
Adjetivo que exige complemento nominal: fiel a ela.
Advérbio que exige complemento: perto de você.
Substantivo abstrato que exige complemento: construção do prédio.
Observar que entre sujeito, verbo e complementos não há vírgula.
O adjunto adverbial solto admite a vírgula no final do período. Quando
antecipado ou intercalado e de grande extensão, a(s) vírgula(s) é(são)
obrigatória(s).
O aposto explicativo e os comentários do autor (expressão parentética)
podem ser separados por vírgulas, travessões ou parênteses:
Xxxxxxx, explicação, xxxxxxx.
Xxxxxxx− explicação − xxxxxxx.
Xxxxxxx(explicação) xxxxxxx.
Quando em final de período, a vírgula, o travessão e os parênteses
podem substituídos por dois-pontos.
Xxxxxxx, explicação.
Xxxxxxx− explicação.
Xxxxxxx(explicação).
Xxxxxxx: explicação.
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As orações substantivas não podem ser separadas por vírgula.
As orações adjetivas podem ser restritivas (sem vírgula) ou explicativas
(com vírgula).
Abraço.
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