RELAÇÃO DE POSTERES APRESENTADOS DURANTE A XXII JORNADA DE PSIQUIATRIA DO CENTROOESTE E III JORNADA GOIANA DE PSIQUIATRIA P-01 Psicofarmacologia Manejo terapêutico da Epilepsia associada Síndromes Delirante/Agressivas Tayná Gontijo de Carvalho, Ciro Mendes Vargas, Cedric de Melo Caixeta, Victor de Melo Caixeta, Guilherme Pimenta de Melo, Leda Mayra Pinheiro Moura Carvalho UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Relato de Caso: F.G.S., 14 anos, apresenta como antecedentes pessoais: parto normal a termo, Apgar: 07 e peso: 4,2kg, atraso de DNPM , andando com 1 ano e falando com 6 anos, sempre foi inquieto e apresentava oligofrenia moderada. Com 11 anos desenvolveu quadro de meningoencefalite por neurodengue, permanecendo por vários dias internado, apresentando graves estados de "mal epilético", com relatos de dois episódios com necessidade de anestesia geral para controle. Desde então tornou-se epilético, com difícil controle de suas convulsões com uso de diversos anticonvulsivantes. Concomitantemente, passou a ser perseverante, opositivo, inquieto, com quadros de agressividade (heteroagressividade e frangofilia) aliado a idéias delirantes. Foi internado devido à piora de seu quadro psiquiátrico. Em internação iniciou-se com medicações "antiagressividade", inicialmente usou-se Propranolol, mas sem sucesso mesmo com doses altas, portanto foi necessário acrescentar antipsicóticos. Com o início do uso de Haloperidol e aumento da dosagem houve melhora notável, mas reiniciou quadro epilético grave chegando a apresentar novo quadro de mal epilético, mesmo sem alteração das medicações antiepiléticas. Na tentativa de novo controle do quadro epilético com aumento de anticonvulsivantes houve piora evidente de sua agressividade. Após longo período de tratamento houve um delicado equilíbrio de seu quadro com o uso de Haloperidol 7,5 mg/dia,Propranolol 320mg/dia, Fenitoína 300mg/dia, Carbamazepina 600mg/dia e Clobazam 15mg/dia, com redução da agressividade e diminuição da frequência de convulsões. Conclusão: O uso de antipsicóticos foi necessário para o controle da agressividade e quadro delirante bem como reduziu o limiar convulsivo do paciente tornando as convulsões mais intensas, frequentes e resultando inclusive, em quadros de "mal epilético". Já com o aumento dos anticonvulsivantes houve a piora da agressividade e quadro delirante sendo necessário um balanço delicado entre as duas medicações. P-02 Forense Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator- Um Resgate aos Direitos Humanos do Paciente Judiciário Manuella Rodrigues de Almeida Lima, Maria Aparecida Diniz Secretaria Estadual de Saúde de Goiás/ SPAIS Introdução: Historicamente, os doentes mentais tem sido excluídos do convívio social, sendo ainda pior a situação daqueles que cometem algum delito. No Brasil, habitualmente, os doentes mentais em conflito com a lei estão em alas especiais dentro do sistema carcerário ou em hospitais de custódia, mas em Goiás (GO) o Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI), responsável pelo acompanhamento de todas as medidas de segurança do Estado, está pautado na lei 10216/2001 e prioriza a reinserção social do paciente judiciário. Caso Clínico: L.A.R.S., hoje com 40 anos, tem história de longos anos vividos em situação de rua, uso de entorpecentes desde a infância e envolvimento em várias ocorrências policiais. Em 2006, foi processado por roubo e sua sentença definiu por sua inimputabilidade devido à Dependência Química. Ele foi encaminhado ao PAILI em 2007 e várias abordagens terapêuticas lhe foram oferecidas, porém, inicialmente, não houve adesão. L.A.R.S. havia perdido seus vínculos familiares, não tinha formação profissional e havia perdido parte de sua visão em agressão sofrida nas ruas. A equipe do PAILI, composta por assistente social, enfermeiros, psicólogos e médico psiquiatra, insistiu na tentativa de motivar o paciente ao tratamento. Resgatou-se sua relação com a família, consequentemente ele deixou a condição de morador de rua e voltou a residir com sua avó. Providenciou-se ainda seus documentos pessoais perdidos e benefício do INSS, garantindo minimamente seu sustento. Com condições de vida mais dignas, ele aderiu ao tratamento ambulatorial no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), diminuiu significativamente o consumo de drogas e não se envolveu em novos delitos. Conclusão: o PAILI é um programa inovador que tem quebrado paradigmas e desconstruído ideias equivocadas de que o doente mental é perigoso ao convívio com a sociedade. Além disso, vem resgatando direitos fundamentais do ser humano, muitas vezes, negados aos doentes mentais. P-03 Clínica Desafio diagnóstico do Transtorno Corporal Dismórfico em paciente sem insight e com crenças delirantes Natália Carasek Matos Cascudo, Adileu Storti Junior, Pedro Augusto Gontijo, Ludmilla Guilarducci Laureano, Luísa Sôffa Rimoldi, João Pedro Prestes Yano, Ana Gabriela Maia Clemente, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Universidade Federal de Goiás Relato LFGT, 16 anos, masculino, com atraso escolar e histórico de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Há 4 anos iniciou episódios diários de mal-estar, palpitação, fraqueza, dificuldade na fala e parestesia em mãos e pés. Refere por vezes não conseguir andar e "como se a circulação sanguínea parasse". Os episódios duravam alguns segundos, recorrendo várias vezes ao dia. Evitava sair de casa e aglomerações, isolou-se e parou de frequentar aulas. Há 2 anos, refere que passou a notar deformidades em sua cabeça, rosto, quadris e testículos, isolando-se ainda mais. O quadro culminou com 3 tentativas de auto-extermínio, nas quais "cortou os pulsos" e ingeriu veneno de rato. Há 1 ano procurou atendimento psiquiátrico, quando se interrogaram as hipóteses de Esquizofrenia e Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Foi prescrito Risperidona 1 mg/dia chegando até 4 mg/dia, a qual o paciente fez uso irregular. Atualmente continua com pensamentos de morte, mas o remédio "o segura". Também refere escutar o estalar dos ossos quando se movimenta, sentir uma "movimentação estranha na barriga" e ver pontos pretos. Conclusão LFGT tem sintomatologia rica que pode levar a confusão diagnóstica, principalmente com a Esquizofrenia. Seu quadro, no entanto, sugere um TDC, com insight ausente e crenças delirantes. Associado a esse quadro, apresenta agorafobia e uma Deficiência Intelectual (DI) que se caracteriza por limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, expressas em habilidades adaptativas conceituais, sociais e práticas, antes dos 18 anos. A DI também dificulta o diagnóstico. Apesar dos desafios, o diagnóstico precoce é de fundamental importância para manejo e minimização dos sintomas incapacitantes. Assim, como proposta terapêutica, sugere-se a suspensão gradual da Risperidona e introdução da Clomipramina e benzodiazepínico de horário. Além disso, a Terapia Cognitivo Comportamental e psicoeducação são fundamentais. P-04 Comorbidade Relato de Caso: Dificuldades do Tratamento Psiquiátrico em Paciente Dialítico Ludmilla Guilarducci Laureano, Lucas Lopes Cunha, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo, Natália Carasek Matos Cascudo, João Pedro Prestes Yano, Ana Gabriela Maia Clemente, Luísa Sôffa Rimoldi, Samantha Tayan Lopes Bueno da Silva Universidade Federal de Goiás Relato de Caso ZAC, 51 anos, masculino. Há 10 anos, após o assassinato do irmão, começou a apresentar ideias deliróides persecutórias, medo de ser assassinado, configurando transtorno delirante. Há 8 anos iniciou quadro de tristeza, anedonia, insônia e planejamento suicida, caracterizando episódio depressivo maior grave. Há 7 anos foi diagnosticado com glomerulonefrite membranosa, iniciando hemodiálise. Ambos os quadros psiquiátricos continuavam vigentes, e, nesta época, iniciou-se Alprazolam 2mg e Sertralina 50mg, com remissão do quadro depressivo, mas não do quadro deliróide. Há 3 anos teve recorrência do quadro depressivo, com episódio de comportamento agitado e agressivo, sendo socorrido e contido pelo SAMU. Iniciou-se, então, Olanzapina 5mg e Alprazolam 2mg, sem melhora dos sintomas depressivos e persecutórios. Há 8 meses, acrescentou-se Escitalopram 15mg, reduzindo-se Olanzapina para 2,5mg e Alprazolam para 1mg, com remissão do quadro depressivo e deliróide. A dose do Escitalopram foi aumentada até 30mg/dia e Olanzapina suspensa, recomendando-se uso de Alprazolam 1 mg, 2x/dia. Em todo este ínterim, fez psicoterapia, remitindo o Transtorno Delirante Persistente. Conclusão Paciente dialítico, devendo-se avaliar cautelosamente a terapêutica para quadros psiquiátricos. É prudente evitar fármacos de meia-vida longa, pois doses e frequências não são facilmente ajustadas com a diálise. Preferência para combinação de menor número de medicações. Esses pacientes devem ser reavaliados com frequência, devido à dificuldade terapêutica por intolerabilidade, potenciais efeitos colaterais, garantia de adesão e psicoeducação. Sertralina e Escitalopram foram boas escolhas por não apresentarem perfil de interações com a condição do paciente. Alprazolam foi bem indicado devido à sua meia-vida curta. Olanzapina foi utilizada para remissão das ideias deliróides, mas é sabido que Transtorno Delirante Persistente não responde bem à medicação, mas à psicoterapia, que foi eficaz. P-05 Neuromodulação: Eletroconvulsoterapia (ECT) Tratamento de choque: Eletroconvulsoterapia, uma prática atual Hosana Vidica Oliveira, Gabriela Alves de Lima Moreira, Ana Carla Ramos Denoni, Bruno Moraes dos Santos, Elízia Carolline Rodrigues Araujo, Julia Maria Ribeiro Abreu, Laís Fernandes Fonseca, Raíssa Pimentel Albernás, Ana Paula Silveira Lopes Faculdade Atenas Relato de caso: Paciente 53 anos, masculino, procurou o Hospital de Ensino da Faculdade Atenas (HEFA) em novembro de 2011, já diagnosticado anteriormente com Esquizofrenia Paranoide. Paciente encontrava-se agitado, agressivo, desconfiado, alto grau de irritabilidade, com presença de alucinações visuais e auditivas, além de delírios persecutórios. Relata histórico familiar de 15 casos de esquizofrenia. Segundo paciente e seu acompanhante, apesar de ter feito uso de diversos antipsicóticos seguindo corretamente os tratamentos prescritos não havia tido melhora significativa do quadro de Esquizofrenia Refratária optando-se então, pela eletroconvulsoterapia (ECT) realizada em Belo Horizonte. Foram feitas 15 sessões de ECT, 3x por semana e depois em intervalos mais espaçados. Ao término do tratamento, houve remissão completa dos sintomas psicóticos, com prejuízo leve a moderado da memória. Atualmente faz uso de Clozapina 100mg, Depakote 500mg e Paliperidona 150mg. Conclusão: Conforme visto no caso, o tratamento com ECT possui eficácia elevada no caso de esquizofrenia e Moser (2005) ainda comprova sua utilização em outros transtornos como depressão maior e transtorno bipolar. A efetividade do ECT se comprova pela evolução do paciente que apresentou melhora do quadro superior a do tratamento apenas farmacológico. Apesar do alto índice de efetividade e da segurança do tratamento reafirmados por Perizzolo (2003) e Antunes (2009), a técnica ainda é incompreendida e confundida com tratamento doloroso, antiquado ou mesmo tortura. A rejeição a terapia foi respaldada pelo modelo hospitalocêntrico que antecipou a Reforma Psiquiátrica, em que o ECT foi aplicado em condições precárias e não apenas para fins terapêuticos. Nos últimos anos houve o aperfeiçoamento da técnica adicionando-se sedativos e relaxantes musculares visando diminuir os efeitos colaterais e melhorar o prognóstico do paciente. P-06 Outros Não Listados O estresse ocupacional entre profissionais de enfermagem Nágella Thaysa Bier de Sousa, Débora Cardozo Bonfim Carbone Universidade Católica Dom Bosco - Campo Grande/MS O presente estudo teve como objetivo: conhecer os fatores mais contundentes que originam o estresse ocupacional em profissionais de saúde, tendo como foco, os profissionais de enfermagem (com destaque para o enfermeiro) e ênfase no entendimento preciso desses fatores. Metodologia: optou-se pela abordagem qualitativa. A partir da revisão da literatura, foram selecionados 21 artigos científicos publicados entre os anos de 2005 e 2015. Resultados e Discussão: o trabalho em saúde ainda se sustenta na ocupação intensiva de profissionais de enfermagem e, por isso, é possível levantar como fatores de estresse, as condições de trabalho dos enfermeiros, os riscos que podem correr por se tratar de uma profissão que lida com muitas doenças em ambientes insalubres e ainda a falta de incentivo e recursos para uma boa valorização profissional. Profissionais de enfermagem convivem com as dinâmicas das organizações, estando subordinados a normas do processo de organização (problemas institucionais, administrativos e técnicos), além de dificuldades de ordem profissional, como a sobrecarga de trabalho, causada também pelos baixos salários que fazem com que o enfermeiro tenha que assumir postos em diferentes empresas públicas e/ou privadas, o que resulta em carga mensal de atuação contínua e prolongada, tendo como consequência, a manifestação do estresse associado ao ambiente de trabalho. Considerações finais: além de abordagens biológicas, se faz necessário, enfoques sociais e psicológicos, pois cada indivíduo interage de forma própria com as mais variadas situações cotidianas, o que conduz a necessidade de se levar em conta as especificidades individuais e as condições que interferem no processo de saúde e/ou doença. Pode-se concluir que o estresse causado pelo trabalho é fator de adoecimento em profissionais de saúde, que ao atuarem, estão expostos a condições de trabalho, em sua grande maioria, precárias e que potencializam as possibilidades de adoecimento e absenteísmo. P-07 Ensino A formação do enfermeiro atuante em Centro de Atenção Psicossocial Nágella Thaysa Bier de Sousa, Fernanda Ferreira Damaceno Oliveira Centro Universitário de Araraquara - Araraquara/SP O presente estudo teve como objetivo: conhecer a formação do enfermeiro atuante no Centro de Atenção Psicossocial. Metodologia: optou-se pela abordagem qualitativa. A partir da revisão da literatura, foram selecionados 17 artigos científicos nacionais publicados entre os anos de 2005 e 2015, além de dissertação, tese e legislação vigente. Resultados e Discussão: o ensino de Enfermagem Psiquiátrica/Saúde Mental enfrenta o desafio de romper com o enfoque do modelo de atendimento clássico, centrado na remissão dos sintomas da doença. Verifica-se que o ensino da enfermagem psiquiátrica tem sido pautado em uma prática desenvolvida primordialmente, no âmbito hospitalar, não alcançando a construção de competências necessárias para a atuação da enfermagem no modelo de atenção psicossocial, o que leva muitos enfermeiros a procurarem nos cursos de especialização, a alternativa para obter uma formação capaz de articular saberes e práticas, ancorada nos princípios da Reforma Psiquiátrica. As universidades têm como objetivo desenvolver-se com excelência em três pilares: Ensino, pesquisa e extensão. Quando o aluno é inserido nos CAPS, tem-se ali a oportunidade impar de vivenciar estes três pilares. Desta forma, tem no ensino, a base para compreender os preceitos do CAPS; na pesquisa, a forma de confrontar a teoria e a prática; e na extensão, o diálogo direto com a realidade dos usuários e familiares, profissionais. Conclusões: os estudos sugerem dificuldades de adequação do conteúdo teórico-prático da saúde mental à realidade assistencial dos serviços de atenção psicossocial; déficit de pessoal qualificado e capacitado para atuação na área; falta de conhecimento sobre a Reforma Psiquiátrica e a reorientação do modelo assistencial. A formação/capacitação do enfermeiro atuante em saúde mental deve ser pensada e incentivada pelos gestores, oferecida por instituições de ensino e buscada pelos trabalhadores da enfermagem, para que o trabalho com qualidade aconteça efetivamente. P-08 Infância e Adolescência A criança, o lúdico e a enfermagem: experiência em uma creche comunitária Nágella Thaysa Bier de Sousa, Sueli Maria dos Reis Santos Universidade Federal de Juiz de Fora - Juiz de Fora/MG O presente estudo teve como objetivo: conhecer as reações da criança submetida à consulta de enfermagem sem e com o uso do lúdico. Metodologia: com base nos princípios da abordagem qualitativa, de caráter descritivo. A coleta de dados foi realizada por meio de filmagem e ocorreu durante a consulta de enfermagem sem e com a utilização do lúdico. As ações foram realizadas em uma creche comunitária, por meio da consulta de enfermagem às crianças de um a quatro anos de idade. A pesquisa recebeu aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos e os pais/responsáveis pelas crianças assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados e Discussão: a consulta de enfermagem sem a utilização do lúdico gerou uma situação estressante, contribuindo para aumentar o medo e a ansiedade da criança, tornando-a menos cooperativa e mais vulnerável a sentir a intervenção da enfermeira com uma agressão, mostrando-se insegura, interagindo muito pouco, o que dificultou o estabelecimento de relações de confiança. A utilização do lúdico na consulta possibilitou à enfermeira estabelecer uma relação social com o a criança, ultrapassando a superficialidade de um atendimento, promovendo acolhimento em relação ao que é falado pela criança, facilitando a compreensão ampliada de sua história de vida e incluindo a atividade no cotidiano da criança na creche. Considerações finais: consolida-se a incorporação do lúdico no preparo da criança para a consulta de enfermagem, pois a experiência de utilização do lúdico não visa apenas distração, mas sim, uma forma de educar, interagir, permitir à criança imaginar, trabalhar situações e idéias, vivenciar experiências que serão incorporadas ao seu desenvolvimento e servir como meio de comunicação entre profissionais de saúde e a criança, permitindo detectar a singularidade de cada criança, por isso, não se pode dissociar o cuidado com a saúde, das atividades educativas e principalmente do ato de brincar. P-09 Psicoterapia MINDFULNESS PARA O TRATAMENTO DA DEPRESSÃO ANDREA IRIS ALVES DA SILVA, MARINA BORNELLI FIGUEIREDO, MARCELLA DE FREITAS TADDEI FERRAZ, JOEL CORADETE JUNIOR HOSPITAL MUNICIPAL DOUTOR FERNANDO MAURO PIRES DA ROCHA Objetivo: Objetivou-se realizar um levantamento da literatura sobre a terapia baseada em Mindfulness como tratamento psicoterápico da depressão. Método: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada nas bases/banco de dados PUBMED e Scielo, utilizando-se descritores controlados e não controlados: depressão, atenção plena (Mindfulness), prevenção, tratamento na atenção primária, recorrência e recidiva, risco de suicídio, sintomas psicóticos e sintomas residuais. Foram incluídos artigos publicados nos últimos cinco anos, open access, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, com humanos maiores de 18 anos. Excluíram-se artigos que não tratavam do tema delimitado ou que não respeitassem os critérios de inclusão estabelecidos. Resultados: Foram encontrados 59 artigos (todos na língua inglesa) e, destes, selecionados 14. Os principais achados foram: a terapia baseada em Mindfulness apresenta resultados consistentes em prevenir recaída e recorrência e melhorar sintomas residuais da depressão, além disso, para a melhora de sintomas depressivos, sua eficácia é equivalente à da terapia individual; foi observada redução de idéias suicidas bem como resposta satisfatória para melhoria de sintomas psicóticos; houve melhora da qualidade do sono e em polissonografia observou-se diminuição dos despertares e maior eficiência do sono; por fim, apresentou-se como modelo psicoterápico aplicável e eficaz em ambiente de saúde pública. Conclusões: A terapia baseada em Mindfulness é uma alternativa promissora para o tratamento da depressão. Por isso, torna-se importante a realização de mais estudos sobre este tema. P-10 Ensino A importância da atuação da Liga Acadêmica de Saúde Mental na formação acadêmica Hosana Vidica Oliveira, Rafael Gustavo Ferreira de Paula, Laís Fernandes Fonseca, Jessica Gonçalves Benevides, Bruno Moraes dos Santos, Diego Freire Marincek Faculdade Atenas Objetivo: Relatar a metodologia da Liga Acadêmica de Saúde Mental da Faculdade Atenas (LASMA) a fim de demonstrar a importância de uma liga bem embasada na formação dos discentes. Apresentação: As ligas acadêmicas são instrumentos de forte poder na atividade médica e científica, propiciam melhor contato e conhecimento da especialidade, desmistificando assuntos outrora desconhecidos (MONTEIRO et al, 2008). Visando aprofundarse na psiquiatria, a LASMA utiliza-se de uma metodologia de aprendizado que busca a pratica do ensino, pesquisa e extensão. As reuniões são quinzenais e incentivam a metodologia ativa por meio de um tema pré-definido, um filme para ilustrar a situação e a apresentação feita pelos próprios alunos, embasado no CID-10 e outras literaturas. Ao final, são feitas discussões com a orientação do psicólogo preceptor. No quesito extensão, a LASMA conta com atendimentos no CAPS de Paracatu-MG sob a supervisão do médico orientador, que possibilita aos acadêmicos o contato direto com pacientes psiquiátricos por meio da aplicação da anamnese. O pilar científico é estimulado pela divisão em pequenos grupos, auxiliados pelos orientadores, que buscam temas relevantes para produção científica, fomentando o enriquecimento curricular e maior participação de acadêmicos na produção científica brasileira. A saúde mental é de essencial importância numa visão holística do paciente, que cada vez mais apresenta juntamente com problemas somáticos, doenças psicossociais como, por exemplo, a depressão. Além do exposto, Torres et al. (2008) evidenciou que há uma precária literatura sobre as ligas acadêmicas e estudos que ajudem a compreender a importância da liga acadêmica na formação do futuro médico. Sendo assim, a LASMA auxilia na formação de um médico generalista que entenda o paciente como um todo e sana as lacunas existentes na grade curricular universitária, tratando além da saúde física, a psíquica tendo como prioridade o bem-estar do paciente. P-11 Psicofarmacologia O uso de fitoterápicos no tratamento de transtornos de ansiedade Gyslany Leal Darc, Juliana Burgo Godoi Alves, Laura Matias Cruz Gomes, Melissa Carvalho Martins, Maingredy Rodrigues Souza, Xisto Sena Passos, Murilo Ferreira de Carvalho Universidade Federal de Goiás O objetivo desse estudo foi rever a literatura sobre as plantas medicinais mais utilizadas na produção de fitoterápicos para tratar distúrbios de ansiedade bem como a fisiopatologia destes distúrbios e tratamento farmacológico. Este estudo é uma revisão narrativa utilizandose dos bancos de dados eletrônicos PubMed (National Library of Medicine, Estados Unidos) e Google Acadêmico no período de 2011 à 2015. De todos os medicamentos à base de plantas analisados neste estudo, Piper methysticum trata especificamente transtornos de ansiedade. Porém, é unânime entre os autores que pode causar toxicidade hepática em uso prolongado ou doses elevadas. Outra planta que tem demonstrado efeitos adversos potenciais é Hypericum perforatum que, embora eficaz como ansiolítica, dependendo da dose, pode causar fotossensibilidade, efeitos gastrointestinais e interações farmacocinéticas com outros fármacos. As ervas Matricaria recutita, Passiflora incarnata, Valeriana officinalis, Melissa officinalis e Erythrina mulungu possuem em geral relativa segurança de utilização, com efeitos secundários mínimos,com menos efeitos colaterais em comparação com farmacoterapias convencionais, tais como antidepressivos e benzodiazepínicos.Com base em evidências encontradas na literatura, Matricaria recutita, Passiflora incarnata, Valeriana officinalis, Melissa officinalis e Erythrina mulungu demonstraram ser boas opções terapêuticas como tratamento alternativo aos transtornos de ansiedade, em pacientes que não toleram os efeitos adversos ocasionados por tratamentos farmacológicos convencionais.Piper methysticum e Hypericum perforatum possuem eficácia comprovada, mas possuem efeitos colaterais potencialmente perigosos quando utilizados em altas dosagens. Além disso, os fitoterápicos analisados neste estudo possuem mecanismo de ação semelhante aos fármacos sintéticos, ao agirem sobre os mesmos sistemas de neurotransmissores responsáveis pela regulação da ansiedade além de ter menos efeitos adversos. P-12 Clínica Transtorno Psicótico Breve em período puerperal: Relato de caso Natália Carasek Matos Cascudo, Isabella Bárbara Dantas, Aline Bastos Gonçalves, Ludmilla Guilarducci Laureano, Luísa Sôffa Rimoldi, João Pedro Prestes Yano, Ana Gabriela Maia Clemente, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Universidade Federal de Goiás Relato de caso: ALPS, 22 anos, feminina, puérpera. Paciente deu à luz uma menina e cuidou normalmente da criança nos primeiros dias. Estava feliz, segundo familiares. No entanto, na primeira semana sentiu-se sozinha e queixou-se de que não recebia ajuda, começando a ficar muito preocupada com sua filha. Durante um banho que sua mãe dava na criança, paciente demonstrou comportamento anormal, tentando pegar de volta a criança, com medo que ela se afogasse. Em seguida começou a passar noites em claro, inquieta e agitada e "falando coisas sem nexo", segundo familiares. Após uma oração em um culto evangélico, desmaiou e, ao acordar, começou a gritar. Consultou uma vizinha que atribuiu o ocorrido a "possessões demoníacas". Em seguida, aconteceram múltiplos episódios em que se agitava, gritava, recusava alimentação, achava que seu corpo estava possuído por Maria, mãe de Jesus e, por vezes, agredia fisicamente os parentes. Foi levada ao pronto socorro psiquiátrico. Recebeu esquema terapêutico contendo haloperidol, carbamazepina e diazepam. Houve melhora e paciente recebeu alta com remissão do quadro em uso apenas da carbamazepina. Conclusão: A Psicose Puerperal é um transtorno enquadrado pelo DSM-V como um Transtorno Psicótico Breve com início durante a gestação ou em até quatro semanas após o parto. O puerpério traz mudanças hormonais, sociais e físicas que podem influenciar diretamente na saúde mental da mulher. É importante destacar o antecedente familiar da paciente duas tias paternas com Transtorno Bipolar (TB) e relacioná-lo com o fato de sintomas psicóticos no puerpério serem um importante fator de risco para o TB. Realizar o diagnóstico precoce e acompanhamento adequado é muito importante, tendo em vista os impactos no núcleo familiar que podem ocorrer, inclusive o infanticídio. O desafio diagnóstico se torna ainda mais difícil pois em geral a alteração psicótica acontece sem um pródromo. No entanto, o prognóstico de pacientes como ALPS é bom, quando há um manejo adequado. P-13 Violência O impacto da violência urbana na saúde mental da sociedade Ana Gabriela Maia Clemente, Marília Leão Pereira Resende, Thiago Moreira Rodrigues e Silva, Ludmilla Guilarducci Laureano, Natália Carasek Matos Cascudo, João Pedro Prestes Yano, Luísa Sôffa Rimoldi, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Faculdade de Medicina - UFG P.L.S., 48 anos, masculino. Em 2010 perdeu um filho assassinado e teve que reconhecer o cadáver. Desde então iniciou quadro de tristeza, anedonia, insônia e inapetência além de "medo fora do comum". Sentia-se como se estivesse vivenciando tudo de novo. Descreve "ouvir vozes" e ter percepção nítida delas, que o mandam suicidar-se. Em 2012, o filho adotivo se suicidou e houve piora do quadro. Em 2014, recebeu diagnóstico de episódio depressivo grave com sintomas psicóticos. No segundo semestre de 2014 suas queixas, que eram mais relacionadas ao humor, voltaram-se para as imagens intrusivas relacionadas ao filho, pesadelos contínuos, hiperexcitabilidade, medo e comportamentos evitativos. O diagnóstico foi modificado para TEPT. PLS foi refratário a todos os tratamentos propostos, como ISRS e antipsicóticos com potencializadores, em dose/tempo adequados. Com risperidona, escitalopram e o clonazepam, relatou melhora de 20% dos sintomas (readequação do sono e remissão dos pesadelos e lembranças do filho, mas sintomas de humor mantidos). Na última consulta relatou que começou a escutar vozes 2 anos antes da morte do primeiro filho. Esposa conta que P.L.S. sempre foi "cismado" e nunca gostou de interação social. Manteve-se a hipótese de Transtorno de Estresse Pós-Traumático e considera-se um Transtorno Delirante (tipo persecutório). A violência urbana pode gerar problemas de saúde mental em suas vítimas. Logo, P.L.S, através da morte do filho, recebe diagnóstico de TEPT. Devido às altas taxas de violência endêmica no Brasil, o TEPT é relevante para profissionais de saúde e exige exato diagnóstico da violência diária e dos traumas causados com repercussões clínicas. Todavia, é um diagnóstico difícil, pois se investiga história pregressa do paciente juntamente com sintomas secundários como depressão e delírios auditivos. Portanto, busca-se com medicação e psicoterapia estabilizar a resposta ao estresse; controlar ansiedade e psicoses; ajustar sono e evitar recaídas. P-14 Comorbidade Mal de Pott e Depressão comórbida na infância: Relato de caso Marcella de Freitas Taddei Ferraz, Joel Coradete Juniro, Andrea Iris Alves da Silva, Hisanori Nitta, Roberta Candal de Macedo Shibaki Souza, Marina Bornelli Figueiredo Hospital Municipal Do Campo Limpo Introdução: A associação entre depressão e doenças clínicas é muito frequente e leva a uma piora da evolução tanto do quadro psiquiátrico, quanto da doença clínica. Diversos estudos demonstraram uma alta prevalência de depressão entre pacientes com tuberculose. Na infância a depressão pode ter diversas formas de expressão clínica e não possui critérios diagnósticos bem estabelecidos, sendo difícil seu diagnóstico. Assim, a depressão na criança pode passar despercebida ou ser confundida com uma fase de temperamento difícil. Relato do Caso: K.E.A.O, masculino, 8 anos, internado com quadro de dor torácica com irradiação para o dorso, dor abdominal e dificuldade para deambular, de início há cinco dias. Realizados exames laboratoriais e USG, sem alterações. Devido a alterações comportamentais, foi realizada avaliação da psiquiatria, na qual paciente apresentava comportamento pueril, insônia, pouco contato, choro infantilizado e história de vida traumática. Iniciado tratamento com Sertralina 12,5 mg/dia, aumentada para 25mg/dia após uma semana, e Risperidona 1 mg à noite, devido à hipótese de depressão. Paciente evoluiu com melhora do choro, do sono, do comportamento e da comunicação, mas mantinha dores na coluna. Realizada RNM, observando-se fratura patológica de T7. Em seguida, surgiram lesões vesiculares em hemitórax direito, características de Herpes Zoster. Após, foi realizado PPD e biópsia óssea em região torácica, sendo feito o diagnóstico de Mal de Pott. Discussão: No caso apresentado, o diagnóstico de depressão foi levantado com base nas alterações comportamentais. Observa-se a importância de se manter uma investigação clínica, apesar do diagnóstico de depressão e da resposta ao tratamento. O melhor manejo da depressão poderia melhorar a resposta e adesão ao tratamento da tuberculose, como melhorar a qualidade de vida. P-15 Social e Comunitária Intervenção psicossocial em paciente com esquizofrenia e abuso de substâncias Ana Gabriela Maia Clemente, Anna Paula Oliveira, Ludmilla Guilarducci Laureano, João Pedro Prestes Yano, Natália Carasek Matos Cascudo, Luísa Sôffa Rimoldi, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Faculdade de Medicina - UFG Em 2010 LMA começou a fumar maconha e cigarros comuns diariamente com amigos e posteriormente com o tio e o pai em casa. Sua avó faleceu e dois amigos sofreram morte violenta, às quais atribui a uma "infecção pelo bicho da goiaba". Após isso, ficou mais triste, isolou-se, parou de estudar e trabalhar. Sentia-se perseguido nos empregos e pedia demissão. Fala que é vigiado por carros na rua e por vizinhos, evitando sair de casa. Atualmente, evita contato com o pai, porque ele bebe e usa crack. Nos últimos 6 meses não procurou mais emprego e parou de ir à academia, atividade que adorava, ele afirma que até melhorar não quer iniciar nenhuma atividade. Refere que a maconha alivia suas angústias. Tem vontade apenas de parar de usar tabaco e recusa-se a sair de casa. Mãe considera que hoje o filho é outra pessoa: introvertido, distante, apático, cismado e sem reações emocionais normais. LMA iniciou tratamento com Risperidona após receber visita da equipe do Consultório na Rua. P.L.S só iniciou tratamento a partir de uma visita domiciliar (VD) da equipe do Consultório na Rua. A VD auxilia no engajamento de pacientes psiquiátricos, principalmente para aqueles resistentes ao tratamento, além de possibilitar à equipe de saúde a observação do indivíduo no seu contexto social. Sendo, portanto, aliada para planejar as ações de assistência por possibilitar a aproximação da realidade familiar/social do usuário. As VDs elucidam pontos positivos que facilitam a adesão ao tratamento e os pontos negativos que serão trabalhados para prevenir recaídas /complicações. E no caso de pacientes como P.L.S, que vivem num contexto social desfavorável, é uma abordagem que contribui para uma nova proposta de atendimento integral e humanizado. P-16 Dependência Química Associação entre Transtornos de Ansiedade e Transtorno por Uso Álcool Grave Relato de Caso Ludmilla Guilarducci Laureano, Frederico dos Santos Batista Costa, Caroline Alves Zoccoli, Natália Carasek Matos Cascudo, Ana Gabriela Maia Clemente, Luísa Sôffa Rimoldi, João Pedro Prestes Yano, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Universidade Federal de Goiás Relato de caso: J.D.L., 50 anos, masculino. Diagnósticos prévios de Transtorno por Uso de Álcool Grave, T. por Uso de Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos Grave (Clonazepam), T. de Ansiedade Social, T. de Pânico, Agorafobia e T.Obsessivo-compulsivo. Há 7 anos, após 10 em abstinência, J.D.L. voltou a beber, consumindo álcool quase diariamente. Refere vontade de parar com o vício, mas que não consegue controlar o impulso de beber. Também se queixa de crises de mal-estar, tontura, dormência, palpitação, dispneia e sensação de morte iminente, durando minutos e melhorando espontaneamente, e que por isso evita sair de casa, e quando sai, leva consigo Clonazepam. O retorno ao etilismo piorou o quadro de ansiedade. Refere manias de verificação, com impulsos incontroláveis de realizar rituais. Iniciou tratamento com Citalopram 30mg/dia, na época da recaída. Apresentou resposta parcial após terapia cognitiva comportamental. Substituiu-se Citalopram por Escitalopram 10mg/dia e Clonazepam 2mg SOS, porém não aderiu ao tratamento. Trocou-se Escitalopram por Fluoxetina 20mg/dia e Clonazepam 0,25 SOS. Após ajuste de dose, faz uso de Fluoxetina 20mg/dia e Clonazepam 2mg SOS, deixou a TCC por falta de vaga. Conclusão: O uso de álcool por pacientes fóbico-sociais sugere a automedicação para controlar a ansiedade. Estudos mostram alta frequência de fobia social primária nesses pacientes. O surgimento dos ataques de pânico foi um fator motivador para a abstinência durante 10 anos, pois o paciente associou os ataques com a bebida, só voltando a beber depois que estava melhor e medicado com Citalopram. Assim, o uso primário de álcool levou aos ataques de pânico, e o T. Ansiedade Social aparece como um possível fator de risco para a dependência de álcool na idade adulta. A TCC é uma ferramenta terapêutica importante para esse caso além da medicamentosa, pois o paciente pode identificar as distorções cognitivas, corrigi-las e, consequentemente, apresentar melhora clínica. P-17 Infância e Adolescência CRIANÇAS AUTISTAS: UM ENFOQUE CONTINGENCIAL DA ASSISTÊNCIA. Laura Matias Cruz Gomes, Ingrid Kênia Ferreira Liah, Adrielly Ferreira Carrijo, Viviane Cristina Caldeira, Gyslany Leal Darc, Vanessa Bueno de Morais Santos, Juliana Burgo Godoi Alves, Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí Este artigo versou sobre o autismo em crianças de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSMI-IV) como Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID), podendo ter origem hereditária ou herança afetiva de comportamento advindo no período gestacional. Além disso, o autismo pode ter origem em anomalias encontradas no cérebro adquiridas por informação genética ou por riscos gestacionais deletérios ao desenvolvimento cognitivo do feto, tanto no período pré-natal e pós-natal. O objetivo deste estudo foi conhecer o autismo enquanto patologia relacionada à pacientes infantis diante de discussões científicas, em segundo plano identificar o papel do enfermeiro no cuidado com crianças com diagnóstico de autismo; analisar a consequência do diagnóstico tardio; conhecer como os pais lidam com filhos autistas e as consequências que o autismo traz para seu equilíbrio psicoemocional. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica sistematizada. A busca de artigos foi realizada na base de dados Biblioteca Virtual da Saúde utilizando os descritores: tratamento autístico, terapêutica, infância e família. Após uma leitura exploratória das publicações foram identificados 27 artigos referentes ao tema central, sendo usados somente 13 artigos. Foram classificados em três categorias: 1) Sintomas do transtorno autista; 2) A família e equipe de enfermagem: o relacionamento com o autista; 3) Comportamento da criança com transtorno autista. Conclui-se que o acesso as alternativas que possam vislumbrar o tratamento do paciente autista é dificultado em razão das condições financeiras das famílias e dos seus cuidadores, que na maioria das vezes, abnegam-se de seus sonhos, desejos e necessidades, até mesmo seu autocuidado, para dispensarem atenção e tempo aos pacientes, proporcionando a eles uma melhor qualidade de vida e bem-estar. P-18 Clínica Anomalia de Ebstein por lítio na gravidez João Pedro Prestes Yano, Natália Carasek Matos Cascudo, Ludmilla Guilarducci Laureano, Luísa Sôffa Rimoldi, Ana Gabriela Maia Clemente, Pedro Henrique Costa Matos da Silva, Wilson Calipse da Silva, Luiza Ninon de Souza Melo, Sávio Luiz Barbosa Severo Universidade Federal de Goiás Relato de caso: Anomalia de Ebstein por lítio na gravidez Caso: T.R.F.A, 41 anos, feminino, gestante de 31 semanas. Internada por pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e feto com anomalia de Ebstein. Abstinente de álcool há 4 anos, de maconha, crack e cocaína há 4 meses (usuária desde os 15 anos). Fumante. Diagnosticada com transtorno de personalidade do grupo B, transtorno grave relacionado a substâncias (álcool, tabaco, canabis e cocaína), transtorno afetivo bipolar (TAB) e bulimia nervosa. Tratada com Carbolitium CR 450 mg, Quetiapina 200mg e Clorpromazina 100mg. Conclusão: O uso de lítio durante a gestação está associado com o desenvolvimento de anomalia de Ebstein, arritmia, diabetes insípido nefrogênico, hiperbilirrubinemia, distúrbios da tireoide, hipoglicemia, hipotonia e letargia no feto. A anomalia de Ebstein é uma malformação cardíaca da válvula tricúspide. A descontinuação do tratamento com lítio em mulheres com TAB está relacionada a recorrência dos sintomas em 52% das pacientes no decorrer das 40 semanas e ainda a maiores taxas de recidiva no pós-parto. Seu uso durante a gestação exige cuidados, dentre os quais avaliação criteriosa do feto, evitar o uso no primeiro trimestre, uso de doses menores divididas em várias tomadas e suspender o uso de 2 a 3 dias antes do nascimento, para evitar complicações. O uso de antipsicóticos não está indicado para TAB durante a gestação. Os de segunda geração estão associados com risco duas vezes maior de diabetes gestacional, elevado peso ao nascer e feto grande para a idade gestacional, além de outras complicações. O risco de malformações não está bem definido. Tabaco e cannabis também estão relacionados com baixo peso, parto prematuro, restrição de crescimento intrauterino e óbito perinatal, além de déficits cognitivo e comportamental. P-19 Dependência Química Eficácia do tratamento ambulatorial para dependente químico: Um relato de caso Hosana Vidica Oliveira, Timoteo de Oliveira Lima Junior, Bárbara Lúcia da Cunha Rocha, Luana Martins da Silva, Laiana Alves Andrade, Talitha Araújo Faria Faculdade Atenas Relato de caso: W. D. M., masculino, 39 anos, casado há 12 anos, 2 filhos, estudante de direito, desempregado. Compareceu ao CAPS no dia 04/05/15 por vontade própria. Refere uso de álcool e C. sativa cerca de 6 cigarros por dia há 26 anos. À ingesta de álcool torna-se agressivo e agitado. Sem internações e tratamentos anteriores. Negava agitação, insônia e alucinações. Paciente diagnosticado com Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de canabinóides. Foi prescrito Sertralina 50mg 1/0/0, Rivotril 8mg, acompanhamento com psicólogo. Na consulta posterior, refere aumento da ansiedade e fissura associada ao uso de Sertralina, que foi suspenso. Após 7 dias teve queixa de desânimo e sonolência foi receitado Centrium 1/0/0, Piracetam 800mg 1/0/2. Com 44 dias de abstinência paciente estava assintomático, sendo suspensa a medicação. Relatou estar indo a igreja, estudando, com boa relação familiar, melhora do sono e da memória. No quarto mês, pensou em retomar o uso e sonhou que fazia uso dos tóxicos, ambos passageiros. Após 8 meses, ele começa a ir em reuniões do grupo terapêutico e com 9 meses de tratamento recebe alta. Conclusão: Segundo Souza, Kantorski, Mielke (2006) o apoio familiar e de amigos favorece na recuperação do dependente químico. A religião além de ser promotora da abstinência da droga faz a reestruturação da rede social, oferecendo novos vínculos afetivos (SANCHE, NAPPO, 2008). Portanto, o tratamento clínico para dependentes de álcool e maconha sem ocorrências de internações, propiciado pelos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD), mostrou-se efetivo, pois o não isolamento do convívio social dá ao paciente a oportunidade de continuar desempenhando suas funções, como trabalho e estudos, fazendo com que ele desvie seus pensamentos para outras atividades e se desvincule do vício. P-20 Clínica ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE REFRATÁRIA AO TRATAMENTO COM ANTIPSICOTICOS, COM RESOLUTIVIDADE AO USO DE CLOZAPINA: UM RELATO D Cárita Aguiar, Bráulio Brandão Rodrigues, Talita Braga Centro Universitário de Anápolis Relato do caso: Paciente J.A.C., 43 anos, aos 24 anos, em 1996, após a morte do pai, iniciou quadro de frangofilia, com todos os objetos da casa que o lembrasse. No ano de 1997, apresentando alucinações, isolamento social, anorexia, com comportamentos inadequados, foi levado ao médico, realizando o diagnóstico de esquizofrenia, resultando na primeira internação. Possui histórico familiar da doença em irmãos, mãe e tio. Apresenta também sintomas de grandeza concomitante a alteração da consciência do "eu", pensamento de curso lentificado, com delírios auditivos persecutórios, prognatismo e prejuízo da volição. Apresenta mais de vinte internações, com mudanças nos medicamentos, sem melhoras significativas, demonstrando caso de esquizofrenia refratária, na qual o paciente mantém sintomas agudos, apesar do tratamento, como sair a esmo e desaparecer por longos períodos. Durante esse tempo os principais fármacos utilizados foram Olanzapino, Clorpromazina, Biperideno, Clonazepam, Midazolan, Nitrazepam, Risperidona, Fenobarbital, Prometazina, Haldol e Carbamazepina. Observou-se que por muito tempo o paciente usou esquemas terapêuticos envolvendo Olanzapino, com uma melhora parcial. Após a introdução da Clozapina, em 2013, foi constatado uma eficácia superior, com o paciente chegando a ter uma vida "normal". Infelizmente nota-se pouca adesão ao tratamento o que colabora para um prognostico pouco favorável. No momento, encontra-se sob uso de Clozapina associada a Biperideno, Clonazepam, Clorpramazida, Midazolan e Nitrazepan. Tal esquema medicamentoso promove o momento que demonstra melhor estabilidade. Conclusão: A introdução da Clozapina demostrou grande eficácia, interferindo significativamente na qualidade de vida. Após sua introdução, houve uma diminuição progressiva no número de internações pôde-se manter um estilo de vida semelhante as pessoas sem a doença. Entretanto, observa-se que a má adesão ao tratamento é um fator que interfere em uma melhor eficácia do tratamento.