Biosseguridade Suínos - Nelva Grando e Lisandro

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BIOSSEGURIDADE NA PRODUÇÃO DE
SUÍNOS
BIOSSEGURIDADE
é o estabelecimento de um nível de segurança de seres
vivos, por meio da diminuição de ocorrência de
doenças em uma determinada população.
PROGRAMAS DE BIOSSEGURIDADE
desenvolver políticas e normas operacionais
diminuir o risco de introdução e disseminação de
qualquer tipo de agentes infecciosos (vírus, bactérias,
fungos e parasitas);
diminuir a expressão de agentes patogênicos infecciosos
que já existam nos rebanhos;
COMO ASSEGURAR UM BOM NÍVEL DE
BIOSSEGURIDADE?
mantendo um baixo fluxo de agentes através
das divisas da granja.
Portanto, todo o trabalho é baseado na
PREVENÇÃO
Relaciona-se a um determinado conjunto de doenças, não
pode ser confundido com um programa de vacinação ou de
limpeza e desinfecção.
PRINCÍPIOS DOS PROGRAMAS DE
BIOSSEGURIDADE
Controle dos agentes que já existem na granja;
Prevenção da entrada de agentes altamente contagiosos e
letais;
Controle e prevenção de agentes importantes para saúde
pública;
Controle e prevenção de agentes transmitidos de mãe
para filho;
IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE
BIOSSEGURIDADE
BIOSSEGURIDADE É UMA QUESTÃO DE MUDANÇA
DE COMPORTAMENTO DAS PESSOAS
As pessoas são responsáveis por:
•Treinar
•Auditar
•Garantir a execução
•Educar continuamente
PROGRAMA 5S
Forma mais simples de iniciar a mudança de comportamento;
Baseia-se nos conceitos de economia, organização, limpeza,
higiene e disciplina;
Deve ser permanente;
GMP – Boas Práticas de Fabricação
TODO O PROCESSO É BASEADO NA PADRONIZAÇÃO DE
COMPORTAMENTOS E ATITUDES VISANDO QUE AS NORMAS NÃO
SEJAM INFRINGIDAS E O RESULTADO FINAL SEJA UM PRODUTO
COM QUALIDADE GARANTIDA.
Através do GMP, conseguimos atuar em:.
biosseguridade
biosseguridade
saúdeanimal
animal
saúde
saúdepública
pública
saúde
produtividade
produtividade
rastreabilidade
rastreabilidade
Tem abrangência sobre:
as pessoas, instalações, equipamentos, vetores, bem-estar
animal e meio ambiente.
SEGURANÇA ALIMENTAR:
países como a Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia
estabeleceram programas de redução de algumas bactérias
causadoras de problemas de saúde pública;
a melhora no padrão de sanidade de nossos rebanhos e a
certificações dos padrões de qualidade da carne suína produzida
no Brasil representam caminhos a serem seguidos;
produtos certificados podem assegurar a conquista de novos
mercados;
Salmonella:
Importância em saúde pública e saúde animal;
Principal causa de infecções alimentares em humanos;
Os programas de diminuição da prevalência são baseados em programas de
limpeza e desinfecção em todas as fases de produção e no frigorífico,
identificação de rebanhos positivos e ordenando os abates;
Barreiras comerciais internacionais;
Resíduos de antimicrobianos:
Freqüentemente, têm sido indicado como causa de indução de resistência
em humanos;
É NOSSA responsabilidade indicar o uso correto e o
PERÍODO DE RETIRADA antes do abate.
A comunidade européia não preconiza o uso de medicações preventivas;
Toneladas de carne já foram destruídas no local de destino por causa de
resíduos;
Nesse ponto da cadeia, os prejuízos incluem todas as
fases de produção, abate e logística, além das multas
internacionais;
Quarentena
Vacinação
Medicação
Erradicação
de doenças
Plano de
contingência
Isolamento
Controle
de trânsito Limpeza e
desinfecção Monitoramento
Registro e
comunicação de
resultados
Educação
continuada
Auditorias
Atualização
Cadeia de componente básicos de um programa de biosseguridade.
TRANSMISSÃO DE DOENÇAS:
O principal ponto é o conhecimento de todos;
Forma de
transmissão
AEROSSÓIS
Ponto
de risco
Densidade de suínos
e distância entre as
granjas
Observações
Pode existir influência da
umidade do ar e temperatura.
Segundo a literatura,
Actinobacillus
pleuropneumoniae e vírus da
Influenza podem ser
transmitidos até 7 km e vírus da
Febre Aftosa, da Doença de
Aujeszky e Mycoplasma
hyopneumoniae podem ser
transmitidos por até 40 km.
Forma de
transmissão
RAÇÕES E
ÁGUA
Ponto
de risco
Reservatórios de
água e ração
FUNCIONÁRIOS Fluxo de pessoas
E VISITANTES
Observações
Já foi comprovada a transmissão
de Toxoplasma gondii e
Salmonella spp através da ração
e água.
O vírus da Febre Aftosa foi
isolado de humanos até 28 h
após o contato com suínos
infectados. Outras bactérias
como a Salmonella podem
também ser transmitidas pelo
homem.
Forma de
transmissão
ROEDORES
MOSCAS
Ponto
de risco
Contato direto com
fezes e urina dos
animais ou ingestão
de ração ou água
contaminadas por
esses excrementos.
Fluxo entre granjas
e instalações de uma
mesma granja.
Observações
Roedores são portadores de
Bordetella, Escherichia coli,
Leptospira, Salmonella,
Toxoplasma, Brachyspira. Além
disso, podem transmitir
brucelose, erisipela, peste suína
clássica, raiva, doença de
Aujezski.
Moscas podem voar até 1,5 km
e podem transmitir agentes
causadores de feridas
purulentas, bactérias causadoras
de diarréias, vírus da doença de
Aujezsky e endoparasitas.
Forma de
transmissão
Ponto
de risco
Observações
Pássaros podem transmitir
Micobacterium Salmonella, entre
outros agentes.
PÁSSAROS
Fluxo entre granjas
OUTROS
ANIMAIS
DOMÉSTICOS
OU SELVAGENS
Contato direto ou
contaminação da
ração ou água
Animais domésticos e selvagens
podem ser fonte de Toxoplasma,
Erisipela, Leptospira, Escherichia
coli, Vírus da Febre Aftosa, entre
outras.
Através de doses de
sêmen ou monta
natural
Do sêmen de cachaços infectados
já foram isolados: vírus da febre
aftosa, vírus da PRRS, vírus da
Peste Suína Africana,
Mycoplasma, Streptococcus,
Bordetella.
SÊMEN
As formas de entrada na granja podem ser muitas,
porém o animal se contamina por:
venérea
venérea
transplacentária
transplacentária
inalação
inalação
lesões
lesões
ingestão
ingestão
O AMBIENTE TEM PAPEL FUNDAMENTAL
Limpeza e desinfecção são fundamentais para manter um
ambiente com baixa pressão de infecção;
PROGRAMA DE
BIOSSEGURIDADE
1 - LOCALIZAÇÃO DAS GRANJAS
Dois pontos de vista:
TÉCNICO
AMBIENTAL
evitar regiões com alta densidade
de suínos
distância de nascentes, rios ou
córregos
tipo de produção das granjas
vizinhas e da granja que será
construída (produção de leitões,
engorda, ciclo completo)
distância de núcleos
habitacionais
distância de estradas onde
circulem caminhões com suínos
dentre todas as determinações
da legislação de cada estado
Tentar adequar as granjas que já existem e somente
construir novas granjas seguindo todas as exigências legais.
2 – PORTÃO SANITÁRIO
A maioria das pessoas que vem até a granja não precisam
entrar em contato com os animais;
Deve estar a pelo menos 15 m dos galpões;
3 – ROUPAS E BANHO
Sempre que existir
banho, todas as
entrarem na granja
lo,
incluindo
funcionários,
veterinários.
estrutura para
pessoas que
deverão fazêproprietário,
técnicos,
Esse ponto é muito importante
nas granjas produtoras de
leitões;
4 – CERCAS E AVISOS
As cercas devem ser de tela nos 80 cm inferiores e de arame
farpado na parte superior até atingir 1,5 m de altura..
As cercas perimetrais devem estar a 20 m das instalações;
Próximo aos locais de acesso a granja devem existir placas
de advertência, anunciando, por exemplo “PARE” ou “SÓ
ENTRE SE FOR AUTORIZADO”.
5 - VEGETAÇÃO
Esse cinturão verde deve estar a pelo menos 10 m além da
cerca de delimitação da granja.
6 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Não é aconselhável compartilhar material entre salas da maternidade
e entre setores da granja para diminuir a transmissão de agentes
dentro da mesma granja;
Agulhas e seringas devem ser lavadas após o uso e guardadas ao
abrigo da poeira. As agulhas devem ser fervidas por 10 minutos e
guardadas em álcool em recipiente com tampa;
Todo e qualquer material a ser introduzido na granja deve ser limpo
e desinfetado, sempre que for possível, utilizar o fumigador;
7 – EXPEDIÇÃO DE SUÍNOS
O recebimento ou expedição de animais deverá ser feito
através de carregadores, nos quais, o caminhão deve ficar do
lado externo da cerca perimetral.
A expedição (carregadores) deve estar localizada à pelo
menos vinte metros das instalações,
8 - TRANSPORTE DE ANIMAIS
Motoristas e seus caminhões, independentemente do produto
transportado, oferecem alto risco para transmissão de agentes.
8.1 - CARREGAMENTO DE ANIMAIS PARA O ABATE
O motorista não deve entrar na granja e deve calçar botas
plásticas ;
Os funcionários não devem entrar no caminhão;
Os caminhões devem obrigatoriamente passar por lavagem e
desinfecção sempre que forem até o frigorífico;
8.2 - TRANSPORTE DE LEITÕES
O pesador deve usar botas plásticas e sempre que existir
estrutura para banho, deve fazê-lo antes de entrar na granja;
O motorista não deve entrar na granja e deve calçar botas
plásticas ;
Os funcionários não devem entrar no caminhão;
Os caminhões devem obrigatoriamente ser lavados no final do
dia;
9 - VISITANTES
Visitante é toda pessoa que não faz parte do quadro de
funcionários da granja (estagiários, proprietários e familiares que
não trabalhem na granja, familiares dos funcionários, equipe de
manutenção, etc.)
Deve-se ter muita atenção ao receber visitas de vendedores de
medicamentos, nutrição ou equipamentos, pois normalmente
essas pessoas entram em contato com várias granjas no
mesmo dia ou não respeitam vazio sanitário, sendo, portanto,
disseminadores de agentes em potencial.
O visitante deve obrigatoriamente preencher o livro de registro de
visitas, tomar banho (quando houver estrutura para tal) e/ou vestir
roupas da granja.
9.1 - VISITAS TÉCNICAS
São consideradas técnicas as visitas
veterinários ou extensionistas da Sadia;
realizadas
por
deve-se usar botas e roupas descartáveis, ou vestir roupas
próprias da granja, as roupas descartáveis podem ser vestidas
sobre o uniforme da empresa;
onde existir estrutura adequada para banho, deve-se fazê-lo
antes da troca de roupa. O banho deve ser completo:
lavagem dos cabelos, axilas, escovação das unhas (mãos e
pés) e limpeza interna do nariz.
10 - DESTINOS DOS ANIMAIS MORTOS
Para proteger a saúde dos animais e dos próprios funcionários
da granja, bem como evitar a poluição ambiental, prevenir
problemas de mau cheiro e proliferação de insetos, deve-se
adotar processos adequados de eliminação de cadáveres e
placentas
método de eliminação de carcaças mais adequado é o sistema
de compostagem, neste sistema as carcaças são transformadas
em adubo orgânico
11 - PRESENÇA DE OUTROS ANIMAIS NA
PROPRIEDADE
Animais caipiras ou selvagens podem ser reservatório de
agentes indesejáveis à produção comercial de suínos e podem
ser transmissores de doenças, inclusive zoonoses
Aves caipiras, como galinhas, patos e outros não podem estar
soltos na propriedade
Propriedades com criação comercial de aves (frangos ou
perus), não pode ocorrer o uso comum de equipamentos
entre as criações
Os galpões de aves e suínos dentro da mesma propriedade
devem estar afastados no mínimo trinta metros
É proibida a presença de outros suínos ou de javalis na
propriedade, estes animais podem ser excretores ou portadores de
agentes patogênicos em estado de latência, que poderão
comprometer o sistema de biossegurança da granja
Animais como bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos, cães e gatos
devem ser mantidos afastados das instalações
Certificar-se de que bovinos são vacinados para
aftosa (quando obrigatório) e tuberculinizados.
Os cães devem estar presos a 20 m das instalações e a
presença de gatos não é permitida;
O desperdício de ração deve ser evitado, em especial próximo
aos silos, para não atrair pássaros
12 - RECEBIMENTO DE RAÇÕES
Os silos devem estar próximos da cerca perimetral, a fim de
que não seja necessária a entrada do caminhão na granja;
Os caminhões não devem ser utilizados para outras
finalidades, principalmente para o transporte de animais;
13 - FORNECIMENTO DE ÁGUA
Os reservatórios devem ser cobertos a ponto de evitar a
entrada de insetos, roedores, pássaros, folhas e demais
sujidades;
Devem ser de fácil limpeza e limpo semestralmente;
Bacteriológico e físico-químico da fonte anualmente;
14 - CONTROLE DE ROEDORES
Verificar permanentemente a presença ou vestígios de roedores.
Fezes, trilhas, marcas de gordura, roeduras, odor de
urina e presença de roedores
Deve-se conhecer o nível de infestação e as espécies
predominantes para tomar as medidas adequadas;
Graus de infestação
INFESTAÇÃO BAIXA: Poucos sinais, algumas fezes,
poucas tocas e ausência de trilhas ou manchas de
gordura;
INFESTAÇÃO MÉDIA: Presença de fezes em certa
quantidade, predominando as com aspecto velho (secas e
endurecidas), materiais roídos, eventualmente presença de
ratos à noite, nenhum rato visto de dia;
INFESTAÇÃO ALTA: Fezes frescas em
quantidade, rastros, manchas de gordura,
visualização de ratos durante o dia ou noite;
grande
trilhas,
deve-se evitar o acesso dos roedores ao alimento e água;
deve-se proteger silos e evitar o desperdício de ração;
evitar presença de lixo, entulhos e demais materiais que possam
ser utilizados como abrigo aos roedores;
manter fechadas as fontes e caixas de água;
vazio sanitário é a fase ideal para realizar as iscagens;
não colocar as iscas próximas a outras fontes de alimento;
realizar um mapeamento do local de colocação das iscas e
conferir semanalmente;
roedores consomem as iscas com maior facilidade quando
se sentem seguros, uma forma de melhorar o controle é
colocar as iscas, principalmente as granuladas, dentro de
pedaços de cano de PVC de 75 a 100 mm ou em caixas
porta iscas;
Espécie
Camundongo
(M. musculus)
Colocação das iscas
repartir a isca formando vários montículos
de isca granulada
Rato de telhado
(R. rattus)
colocar as iscas próximas aos telhados, por
onde estes roedores passam, pode usar iscas
granuladas ou parafinadas
Ratazana
(R. nervegicus)
as iscas devem ser colocadas sempre que
possível dentro de suas tocas
15 - CONTROLE DE MOSCAS E BARATAS
Diminuir a proliferação desses insetos
não deixar esterco acumulado nas instalações e canaletas
Deixar uma lâmina d’água sobre o esterco nas canaletas
Limpar as canaletas duas vezes por semana;
O esterco da maternidade deve ser colocado em câmara de
fermentação ou coberto com lona plástica;
Sempre que necessário, complementar com o controle químico;
16 - ATENDIMENTO A FOCOS DE DOENÇAS DE
ALTO IMPACTO
O que fazer ao suspeitar de doenças de alto impacto
sanitário e econômico?
CHAMAR O VETERINÁRIO RESPONSÁVEL
1) Procurar confirmação
laboratorial.
2)
Informar
as
autoridades competentes
3) Agir sobre a difusão do agente
Realizar necropsias,
enviar material e aguardar
diagnóstico
Quando a suspeita for de
doença de notificação
obrigatória.
Dentro da
granja
Isolar os lotes onde estejam ocorrendo os sinais;
Nebulizar as instalações com desinfetantes;
Além das
divisas da
granja
Suspender o trânsito de animais para fora da
granja;
Evitar acesso de animais e veículos à
propriedade;
As pessoas que entrarem em contato com os
animais da granja devem fazer 48 h de vazio;
A conquista de novos mercados mundiais está
vinculada à condição sanitária dos rebanhos e a
condição sanitária dos rebanhos está diretamente
relacionada com a seriedade com que praticamos a
BIOSSEGURIDADE.
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