OS APÓSTOLOS DO REINO Texto Básico: Mc 3.13-19 Textos Paralelos: Mt 10.1-4; Lc 6.12-16; Jo 1.35-51 INTRODUÇÃO: Como se fossem espectadores e amantes de bons filmes antigos... Esta parece ser a condição de muitos crentes dos nossos dias quanto ao serviço realizado pelos servos de Deus do passado. É comum ouvirmos a exaltação da fé vista nas obras de vários dos irmãos que viveram anos (alguns, milhares de...) atrás. Destaca-se a justiça de Noé, de Abraão, de Moisés, Davi, e, quando se vê aquilo que realizaram, tende-se a imaginá-los como sendo superiores. Entretanto, não eram. Fizeram o que fizeram pela fé, vista na vida obediente que tinham diante de Deus. Se hoje nos empenharmos em viver para Deus, seremos capazes de realizar as mesmas grandes obras que outros homens e mulheres realizaram durante a história da igreja. Aqueles que reconhecem seu papel no reino e têm sua vontade despertada para o serviço, podem “arregaçar as mangas” para o serviço e certamente alcançarão bom êxito. Tudo é uma questão de dedicação. A vocação apostólica é, para nós, um bom exemplo disso. A Vocação Apostólica Vivendo e Servindo A escolha dos apóstolos feita por Cristo indica várias verdades vitais, importantes de ser conhecidas. A palavra “apóstolo” quer dizer “enviado”. A vocação apostólica significava para aquele grupo de homens “serem enviados” da parte de Cristo para cumprir uma tarefa específica: plantar igrejas, disseminando assim o reino de Deus por toda parte.i Como treinamento para este tarefa, Jesus separou doze homens para estarem constantemente com ele em seu ministério, proporcionandolhes o “melhor seminário” que qualquer homem jamais teve.ii Era necessário que Jesus manifestasse esta escolha pessoalmente. Sem sombra de dúvidas, não só a eleição para a salvação já havia acontecido antes da fundação do mundo, mas também a vocação para o apostolado.iii A escolha por Jesus não foi uma decisão de momento. Devemos entender o chamamento dos discípulos narrado nos evangelhos como o ponto da história que se cumpriu a vocação deles, feita na eternidade de antes da Criação. A necessidade de chamar e compor abertamente um grupo de discípulos tinha propósito específico: que aqueles homens reconhecessem claramente o seu chamado, e quem os chamou. iv A sabedoria de Deus é inquestionável! Os apóstolos haveriam de passar por várias situações que, humanamente falando, seriam impossíveis de serem vencidas. Na narrativa deste episódio por parte de Mateus (10.16-39), Jesus faz várias advertências, e muito realistas, daquilo que haveriam de enfrentar: a oposição e astúcia do mundo, até mesmo da ordem estabelecida (governo, sociedade, etc. - vs. 16-18); ódio e perseguição que poderia chegar à morte (vs. 23-33); conflitos familiares, causados pela oposição de familiares não crentes (vs. 34-39). O apóstolo Paulo, embora tenha sido chamado de uma forma diferente, através de uma aparição do Cristo glorificado (At 9.1-9), é consciente que seu ministério apostólico pertence, na verdade, a Cristo, e acontece pela vontade de Deus (1Co 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1). Era aquilo que o impulsionava à frente para enfrentar todo tipo de problema, inclusive, a possibilidade da morte, e sempre se mostrando inabalável (2Co 11.16-28). Agia, tão-somente, pelo poder de Deus, que se traduzia na aprovação de seu ministério, gloriando-se na fraqueza humana, para que Deus fosse exaltado nele em tudo (2 Co 11.29).v Por esta causa, é importante que o crente conheça qual é seu ministério, pois esta certeza é o que não nos permite dúvidas e questionamentos quando nos depararmos com situações difíceis. Muitas serão plenas de sofrimentos e angústias que não admitirão melhora, senão pelo passar do tempo e a assimilação de tais acontecimentos pelo coração. Cristo Faz Seus Apóstolos A Capacitação Para o Serviço É importante notar que, na verdade, Jesus não apenas chama seus apóstolos, mas realmente os faz! Na narrativa da vocação dos apóstolos por parte de Marcos (3.13-18), o evangelista relata que o chamamento deles se deu como um ato exclusivo da soberania de Deus, não pelo gosto ou vontade humanos: “chamou os que ele mesmo quis” (v. 13). Não vocacionou aqueles capazes segundo o parecer humano, mas os capacitou ou “fez” para o ministério.vi Isso fica muito claro pela palavra utilizada por Marcos para se referir aos apóstolos no verso 14: “designou”. O termo grego que está por trás desta palavra é um verbo bastante comum em todo N.T. Tem como base de seu significado a ideia de “fazer”, sendo traduzido na maioria das vezes no Português por este verbo ou verbos que transmitam uma ideia sinônima. Portanto, Marcos realmente quer dizer que Jesus fez seus apóstolos, capacitando-os para o ministério. A Habilidade para a Pregação (Mc 3.14) A primeira coisa relativa à preparação ou feitura dos apóstolos por parte de Jesus é relativa à pregação. É certo dizer que os apóstolos tiveram um ensino natural e a capacitação sobrenatural. O tempo passado com Cristo foi realmente uma escola. Presenciaram o Mestre discursando várias vezes, assistindo inclusive longas prédicas e discursos por parte de Cristo, como o Sermão da Montanha (Mt 5.1 - 8.1), o Sermão Profético (Mt 24 – 25) e o discurso no Cenáculo (Jo 13.1 - 18.1). Em suas pregações, Jesus utilizou vários recursos de retórica, como as parábolas (p. ex. Lc. 15.3 - 16.13); recursos visuais (p. ex. Jo 4.35); metáforas (p. ex. Jo 10.7); dramatização (Jo 7.37-38); provérbios populares (p. ex. Mt 15.26), etc.vii Uma tremenda escola! Entretanto, o que fez dos discípulos, apóstolos, foi a capacitação espiritual, dons dados exclusivamente a eles para o cumprimento da vocação específica que receberam. Tal capacitação é vista no evangelho de João, quando Jesus promete que o seu Espírito conduziria os apóstolos a toda verdade e também os faria lembrar aquilo que Jesus havia dito e ensinado (Jo 14.26; 16.13). Isso, o Espírito começaria a fazer já após a ressurreição pelo próprio Jesus, antes de sua ascensão, nos quarenta dias que se manifestou aos discípulos, após a ressurreição (Jo 20.22). Para poderem pregar, o Espírito os tornaria plenos da verdade de Cristo. A assistência do Espírito também é vista na ousadia e desenvoltura com que passaram a proclamar o evangelho após a descida do Espírito no Pentecostes (At 2.14-36), deixando os líderes religiosos judeus boquiabertos. A Autoridade Apostólica (Mt 10.1; Mc 3.15) Em Mateus e Marcos é citada também a “autoridade” como característica da preparação dos apóstolos por parte de Jesus. Na verdade, receberam autoridade para exercer poder divino em nome de Deus. Tal autoridade é poder, e deveria ser exercido sobre demônios (espíritos malignos) e doenças (ou enfermidades). A autoridade para expelir demônios e para curar são dadas como sinais do reino de Deus (Mt 11.3-5; Lc 7.20-22), destacando a origem divina do ministério deles, e para dar continuidade à implantação do reino de Deus.viii Os apóstolos são aqueles através dos quais Deus decidiu, antes dos tempos eternos, estabelecer sua igreja. Por eles, Cristo continuava a operar, por causa de seu Espírito que habitava plenamente neles. Lucas escreve seu evangelho afirmando que estava ali produzindo um relato histórico, desde as origens, tendo como fonte testemunhas oculares e ministros da palavra (Lc 1.2-3). Tais fatos diziam respeito ao ministério de Jesus, seus atos e ensinamentos. Ao escrever o segundo livro (Atos), Lucas escreve a respeito do primeiro livro (o evangelho) o seguinte: “Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar” (At 1.1). Fica claro que, para Lucas, através dos apóstolos (personagens predominantes do seu segundo livro - Atos), Cristo está operando, isto é, continua a operar, mas através do Espírito, fazendo germinar e crescer sua igreja. O Senhor trabalhando através do Espírito Santo é o personagem principal nas entrelinhas do livro de Atos.ix A autoridade de curar se reveste também de um profundo significado teológico. A concessão da autoridade de Cristo (que é Deus) também sobre o mundo físico foi autorização para exercer poder nesta esfera, ou seja, na vida física e material, ao passo que a autoridade para expelir demônios aponta para a autorização concedida pelo Deus soberano sujeitava a esfera espiritual. Devemos também lembrar que toda cura física ou benefício material eram símbolos do poder de Cristo para conceder vida e suprimento espirituais, sendo operados pelo Senhor não apenas para melhoria das condições presentes. Ao “imitar” os mesmo sinais de Jesus, Cristo agia através de seu Espírito, Soberano do mundo físico e do espiritual, pela instrumentalidade dos apóstolos. A autoridade apostólica também deve ser vista com relação ao material escrito produzido pelos apóstolos, ou, que utilizaram os apóstolos como fonte. O padrão de canonicidade (palavra que indica inspiração e veracidade) do N.T. é a fonte apostólica. Todos os livros e cartas do N.T. ou foram escritos pelos apóstolos (a maioria) ou tiveram os apóstolos como fonte. Por exemplo, o Evangelho de Marcos foi escrito por João Marcos, família de quem o apóstolo Pedro era muito chegado (At 12.12; 1Pe 5.13), constituindo-se em sua fonte de informações; o evangelho de Lucas teve como fonte o apóstolo Paulo (Lucas era companheiro de Paulo - inclui-se na narrativa - At 16.10; ver também 2Tm 4.11); a carta aos Hebreus, embora seja de autor desconhecido, relata que recebeu o seu conteúdo daqueles que estiveram com Cristo e faziam prodígios da parte de Deus (Hb 2.3-4); a epístola de Tiago foi escrita por um meio irmão de Jesus (filho de Maria e José), que se destacou na liderança da igreja de Jerusalém entre os apóstolos (embora não fosse apóstolo); a epístola de Judas foi escrita por Judas irmão de Tiago (outro meio irmão de Jesus) que também não era apóstolo, mas desfrutava do convívio deles. Nesse sentido, todo ensinamento autorizado por Deus para composição do Novo Testamento partiu da autoridade e do aval apostólico, o próprio critério da sua veracidade. Os Últimos Chamados Completando os Obreiros Além dos doze relacionados no texto básico (ver quadro “O Nome dos Escolhidos”), outros dois apóstolos tomaram lugar nas páginas do Novo Testamento. O primeiros deles foi Matias, eleito pelos discípulos no intervalo de dez dias entre a ascensão de Jesus e a descida do Espírito no Pentecostes, para ocupar o lugar de Judas. Esta eleição tem sido vista por alguns como sendo uma precipitação dos apóstolos, pois foi realizada antes do derramamento do Espírito. Porém, ao contrário de ter sido uma atitude impensada, Pedro, notadamente o líder naquela ocasião, afirma a necessidade da substituição de Judas Iscariotes,x baseado no seu entendimento do apostolado. Duas razões justificam tal substituição: 1) a comparação das doze tribos de Israel com os doze apóstolos feita por Cristo: Lucas registra tal comparação (Lc 22.2830) quando afirmou que os doze apóstolos se assentariam em tronos para julgar as doze tribos de Israel. Também, 2) o salmo citado por Pedro, aplicado ao ministério apostólico de Judas: “Tome outro o seu encargo” (Sl 109.8), mostra a necessidade premente da substituição do traidor. Portanto, não paira nenhuma reprovação à escolha. Neste episódio, Lucas registra as qualificações exteriores que deveriam ter um apóstolo (At 1.21, 22): a) ter acompanhado os apóstolos durante todo período de tempo no qual Jesus realizou seu ministério; b) presenciado o batismo de Jesus por João Batista; c) ter presenciado a ascensão de Jesus para ser testemunha de sua ressurreição. Com base nestas características, dois nomes foram apontados (At 1.23): José Barsabás (Barsabás, do hebr. “filho de Sabá”), cognominado “Justo”, e Matias (contração do hebr. Matatias = “presente de Yahweh”). Ao lançar sortes, depois de haverem orado suplicando a direção do Senhor, recaíram sobre Matias.xi Deve ficar claro, no entanto, que a substituição de Judas não pode servir como base para a doutrina católica romana da “sucessão apostólica”, base do papado. O papa é, para os católicos, o sucessor de Pedro, um apóstolo. Porém, a eleição de Matias foi algo cabível apenas àquele momento, fruto da consciência da responsabilidade deixada pelo próprio Cristo ao colégio apostólico. Na verdade, Deus manteve o número “doze” até que a igreja “deixasse” a Judéia, rumando aos confins da terra. Isso fica muito claro quando vemos que Paulo é chamado um pouco antes da morte do apóstolo Tiago, martirizado sob Herodes (At 12.2), mas assumiu seu apostolado apenas depois (At 13.1-3). Aparentemente era uma “vaga” para um apóstolo destinado especialmente ao mundo gentílico. No caso de Judas, ele não exerceu de fato seu apostolado. Além de não fazer parte dos escolhidos, morreu antes de poder ver o Senhor ressurreto (exigência para um apóstolo). Por assim dizer, Judas ocupava o lugar de apóstolo, sem ser de fato, na essência, um apóstolo. Sobre Matias, o historiador Eusébio (263-340 d.C.) nos esclarece que ele fazia parte do grupo dos setenta (Lc 10.1-12) e que foi uma testemunha ocular de Cristo. Entretanto, nada de concreto se sabe sobre seu ministério. O último apóstolo a assumir seu lugar no apostolado foi Paulo. Seu nome original era Saulo, o nome do primeiro rei de Israel (Saul). Também era chamado de Paulo, um apelido latino indicativo de sua estatura que significa “pequeno”, e nasceu cidadão romano (At 22.28). Entretanto, adotou como apóstolo, o “nome” Paulo, uma evidência do que pensava sobre si mesmo. Foi chamado posteriormente em relação aos demais apóstolos. Desfrutou da aristocracia em Tarso e foi educado segundo o melhor padrão do judaísmo, aos pés do grande mestre Gamaliel (At 22.3). Ele reconhecia que sua missão apostólica era entre os gentios, e passou a ser designado e conhecido como “apóstolo dos gentios” (Rm 11.13). Sua conversão é narrada por Lucas, que veio a ser um dos seus maiores colaboradores em seu ministério, de forma dramática, quando teve um encontro direto com Cristo no cainho de Damasco, última manifestação pessoal de Cristo nas Escrituras (At 9.1-9). Ele é o apóstolo de quem se tem mais informação no Novo Testamento, tendo sido também aquele que mais contribuiu para material canônico. Paulo morreu, segundo a tradição (Livro apócrifo “Atos de Pedro”), martirizado por causa do evangelho, por volta do ano 65 d.C., decapitado em Roma.xii Conclusão: Com os apóstolos aprendemos muitas coisas. Vemos que eles eram pessoas comuns, tinham ofícios seculares comuns à sua época, a maioria, sem formação acadêmica, mas foram homens poderosamente utilizados por Deus. Isso, porque a responsabilidade conferida por Cristo a eles não seria cumprida pelas forças e capacidades humanas. Tanto eles, quanto nós, se considerarmos completar nosso ministério pelas nossas próprias capacidades e força, jamais faríamos nada. Mas, na verdade, quando contemplamos a Deus, conscientes de que ele é a nossa força, então tudo aquilo que fazemos dentro do propósito do Senhor alcançará êxito. Contudo, sempre lembrando que não é uma vitória tranquila, pois exige muito sacrifício e sofrimento. De todos os apóstolos, talvez apenas João não tenha morrido martirizado por causa do evangelho. Isso mostra que realmente eles empenharam suas vidas na obra que o Senhor Jesus lhes confiou. Deus concede os obreiros determinados para cada época, bem como para cada função. No seu tempo ele mesmo completa o quadro de pessoas que a sua igreja necessita. Nossa tarefa é pedir sua orientação, rogando que ele nos mande aqueles que nos são necessários (Mt 9.38). Aplicação: Você já parou para pensar no seu próprio chamado? Quando Jesus nos chama para seu reino, não é para passarmos férias, mas junto com a conversão vem responsabilidades específicas para cada um de nós, diretamente ligadas ao propósito de Deus para nossa vida. Isso inclui o ministério que ele me chama a realizar. Qual é o seu? Não existe crente sem um! Seu ministério é aquilo que deve realizar na sua igreja e fora dela. Não é apenas pastor, presbítero, missionário, etc., que têm um ministério. É nossa responsabilidade de servir o reino. Você investe sua vida nele? Lembre-se que não é nada bom o destino de um servo inútil (Mt 25.30). Seja consciente que Deus capacita seus servos para o serviço. Pense também no seu comprometimento com a obra de Deus. Você se preocupa com o avanço do reino de Deus? Tem pedido a ele os obreiros que nos são necessários. Não se conforme com uma pequena medida da abundância de vida espiritual que o Senhor pode e quer nos dar, que virá também através do nosso serviço humilde. i No sentido de “ser enviado”, é possível dizer que nos assemelhamos aos apóstolos, pois também temos a responsabilidade de disseminar o evangelho por todo lugar que passemos, pelo nosso reto comportamento e pela pregação do evangelho. Somos embaixadores de Cristo (2 Co 5.20). Entretanto, não temos o ofício apostólico (vocação e dons especiais para o estabelecimento da igreja no N.T.). Ofício apostólico só tinham aqueles que foram chamados por Cristo especificamente para este cargo. Este ponto será tratado mais adiante. ii Existem pessoas que desprezam os seminários, para a preparação de pastores. No entanto, o próprio Cristo não chamou os seus apóstolos um dia antes de ser crucificado, afirmando que o Espírito faria tudo por eles. Separou os doze para estarem com ele durante o seu ministério, a fim de que fossem humanamente preparados para a tarefa que a eles seria conferida. A parte de Deus na assistência aos apóstolos viria posteriormente através do seu Espírito. iii Deus concede dons espirituais aos santos, obedecendo dois critérios: 1) a necessidade que a igreja tem, referente às épocas específicas; 2) o propósito que Deus tem para nossa vida, basicamente o ministério pessoal destinado a cada crente (Ef. 4.7-11). iv Já no A.T. vemos que Deus fez questão de confirmar a liderança daqueles colocados à frente do seu povo. Em Moisés e Josué, isto é muito claro: deu poderes a Moisés para que o povo o reconhecesse como seu enviado (Ex 4.1-9). Depois da morte de Moisés, Deus autentica a liderança de Josué, fazendo um sinal semelhante àquele operado por intermédio de Moisés, que marca decisivamente a saída do Egito. Deus divide o Jordão na época da cheias, assim como havia dividido o Mar Vermelho, para que o povo soubesse que assim como havia estado com Moisés, estaria agora com Josué (Js 3.7). A manifestação pública e visível do chamado de Deus é indispensável: para a certeza no coração daquele que foi chamado e para o seu testemunho público visando a sujeição do povo. v A abnegação e humildade de Paulo em reconhecer sua fraqueza, bem como em saber que toda a eficácia do seu ministério se devia tão-somente ao poder de Deus, favorável a ele. vi Não é difícil vermos pessoas na igreja que querem fazer determinadas coisas simplesmente por gosto próprio. Entretanto, a vontade humana não pode ser o fator decisivo para a realização de uma obra, ou tentar desempenhar um ministério. Para realizar algo no reino de Deus é necessário ter a capacidade para fazer, ou seja, ter os dons adequados e necessários para tal tarefa. Assim, haverá coisas que se tem vontade de fazer, mas que não se deve, pois não temos habilidade espiritual necessária; bem como, se tiver os dons para executar determinada tarefa terei que fazê-la, buscando a disposição de coração adequada. Portanto, é a vontade de Deus, e não a nossa, que deve determinar o ministério e as obras de cada um. vii Aquilo que fazemos a Deus deve ser o melhor, dentro das nossas capacidades e possibilidades. No entanto, parece haver na igreja o pensamento que, para a igreja, qualquer coisa serve. viii O poder demonstrado pelos apóstolos não era uma realidade experimentada pelos crentes comuns. Foi dado aos apóstolos com o objetivo de legitimar o ministério deles diante do povo, bem como, conferir-lhes capacidades específicas para o cumprimento das responsabilidades oriundas do ministério. ix A obra do Espírito é destacar a Pessoa e Obra de Cristo. Os apóstolos tinham o auxílio do Espírito para pregar a Cristo, que era o próprio conteúdo da mensagem apostólica. x Veja a seguir o “O Nome dos Escolhidos” para distinguir Judas Iscariotes de Judas Tadeu e de Judas meio irmão de Jesus. É importante saber que Judas traiu a Jesus, bem como, distingui-lo dos demais, citados no Novo Testamento. Outro Judas é o cognominado “o galileu”, um revolucionário que se levantou em 6 d.C. contra o pagamento de impostos a Roma (At.6.37). xi O método de lançar sortes era uma prática conhecida no Antigo Testamento e aceita como sendo a resposta de Deus (Js 7.14-20; Jn 1.7). A época vivida pelos apóstolos era uma época de transição do Antigo para o Novo Testamento. Por isso, utilizaram o método conhecido por eles. Nos dias de hoje, totalmente inaplicável. xii Veja os sofrimentos do apóstolo durante seu ministério (2 Co 11.16-33). Os capítulos 10 a 12 de 2 Co falam da credencial apostólica de Paulo O NOME DOS ESCOLHIDOS Os evangelhos sinópticos trazem uma lista completa dos discípulos que foram separados por Jesus para o apostolado: Pedro, André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago, Tadeu (também chamado Judas, filho de Tiago em Lc 6.16), Simão e Judas Iscariotes (aquele que traiu o Senhor). Pouco se sabe da vida deles, praticamente nada. O mais proeminente foi Pedro, cujo nome “de batismo” era Simão (gr. Si,mwn, do hebr. Simeão - }wo(m : & i = “audição”, Gn 29.33) aquele que foi colocado na liderança da igreja em Jerusalém, líder nos primeiros anos do cristianismo (Mt 16.18). Longe de ser “papa”, Pedro (nome dado por Jesus, gr. Pe,troj = “pedra”, cujo equivalente aramaico é Céfas) simplesmente era quem tinha voz mais ativa na igreja de Jerusalém nos primeiros anos. Em Atos, só se ouve falar de alguma obra de Paulo (com exceção de uma breve narrativa sobre ele em Damasco, Jerusalém e Tarso - 9.20-30), depois do capítulo 12 daquele livro. O personagem em destaque, até então, é Pedro, mesmo se alternando com o relato sobre alguns acontecimentos relevantes relacionados a personagens importantes da igreja nascente (o apóstolo João, Estevão, o evangelista Filipe, etc.). Produziu material canônico (Bíblia) visto em suas duas cartas 1ª e 2ª Pedro. Morreu, segundo a tradição, crucificado de ponta cabeça, sob a perseguição aos cristãos promovida por Nero, por volta do ano 64 d.C.. Tiago (gr. VIa,kwboj, do hebr. boq(A ya = Jacó, Latim Iacobi, Inglês = James) era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Pedro, Tiago e seu irmão João, parecem ter sido um grupo apostólico mais chegado a Jesus, sendo separados para presenciar a transfiguração (Mc 5.37), a ressurreição da filha de Jairo (Lc 8.51) e aqueles que ficaram mais próximos de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33). Possivelmente, esta é a razão do evangelista Marcos iniciar o relato dos nomes dos apóstolos com a sequência Pedro, Tiago e João. Tiago foi martirizado, pela ordem de Herodes, “a fio de espada” (At 12.2), provavelmente decapitado. Este tipo de morte mostra que foi condenado pela lei civil romana (Herodes havia sido nomeado pelo imperador Cláudio), pois a pena de morte dos judeus era por apedrejamento. Não produziu material canônico. João (gr. VIwa,nnhj, do hebr. }anh f y: = YAHWEH tem sido gracioso), o apóstolo, junto com seu irmão Tiago receberam o apelido de “Boanerges”, que significa “filhos do trovão” (Mc 3.17). Tal designação pode estar relacionada à natureza intempestiva, impulsiva e imprevisível que possivelmente tinham, ou relacionada com a profissão deles, que, como pescadores conviviam com tempestades no mar. João não se apresenta claramente no evangelho que lhe foi atribuído. Antes, sua identidade aparece velada, sob a frase “o discípulo amado” (Jo 19.26; 20.2). Desta forma, se conhece mais sobre o apóstolo João nos evangelhos sinópticos do que em seu próprio evangelho. Junto com seu irmão Tiago e Pedro, formavam os apóstolos que desfrutavam do círculo de relacionamento mais próximo a Jesus. Dividia com Pedro a liderança da igreja de Jerusalém, estando com ele no episódio do Sinédrio (At 3) e na missão aos samaritanos (At 8.14-25). Embora proeminente na igreja nascente em Jerusalém, Pedro aparece mais do que João no relato de Atos, destacando o papel de Pedro sobre o de João. Não dispomos de informações seguras para especificar a morte de João. É possível que ele tenha sido o único apóstolo que morreu em ditosa velhice, sem ser martirizado por causa das perseguições ao cristianismo. Além do seu evangelho, produziu 1ª, 2ª e 3ª João e o livro de Apocalipse. André (gr. VAndre,aj, quer dizer “homem maduro”, “marido”) era irmão de Pedro. Inicialmente, tinha sido discípulo de João Batista (Jo 1.40). É um daqueles citados após a ascensão de Jesus, aguardando pela ordem de Jesus, em Jerusalém (At 1.13). Após isto, o Novo Testamento jamais se refere novamente a ele. Há, porém, informações oriundas da tradição. Eusébio (historiador que nasceu na segunda metade do séc. III) registra que André trabalhou na Cítia. Entretanto, outras tradições o vinculam à Lídia, à Trácia e à Acaia. O evangelho apócrifo chamado Atos de André indica que ele foi evangelizar a Acaia e ali foi martirizado numa cruz em forma de “X”, que passou a ser conhecida como “Cruz de Santo André”. Não produziu material canônico. Filipe (gr. Fi,lippoj significa “amigo de cavalos”). Deve-se distingui-lo de Filipe, o diácono evangelista (At 6.5; 8.4-8). O apóstolo Filipe era natural de uma pequena vila nas margens ocidentais do Mar da Galileia, chamada Betsaida (Jo 12.21; significa “casa do pescador” ou “cidade dos pescadores”), que também era o lugar de origem de André e Pedro (Jo 1.44). É provável que inicialmente tenha sido discípulo de João Batista (Jo 1.40-44). Segundo Eusébio, exerceu seu ministério na Ásia Menor, tendo sido sepultado em Hierápolis juntamente com duas filhas virgens. A ele é atribuída (não sem controvérsia) a autoria de dois livros apócrifos: um Evangelho e um Atos. Bartolomeu (gr. Barqolomai/oj transliteração do hebraico para o grego, e quer dizer “filho de Tolomai” ou “de Ptolomeu”) é outro nome de Natanael (Gr. Naqanah.l, que quer dizer “dom de Deus”) encontrado no Evangelho de João, juntamente com Filipe (Jo 1.43-51). Era comum uma designação que servia como um segundo nome, como por exemplo “Simão Barjonas” (gr. Σίµων ὁ υἱὸς Ἰωάννου), isto é, “Simão, o “filho de João” (Jo 1.42 - não do apóstolo João, nem de João Batista, muito menos de João Marcos), chamado de Cefas (que quer dizer Pedro). Os evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) nunca tratam este apóstolo como Natanael, enquanto que o Evangelho de João só se refere a Natanael, sem nunca chamá-lo de Bartolomeu. A identificação de Bartolomeu e Natanael se evidencia quando percebemos que todos os nomes de discípulos citados em Jo 1.35-51, relacionados a Natanael, foram posteriormente designados ao apostolado. Também, a parte final do diálogo de Cristo com Natanael: “Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores cousas do que estas verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.50, 51), indica que ele fazia parte do grupo distinto daqueles que estariam mais próximos a Jesus, portanto, os apóstolos. Natanael Bartolomeu era natural de Caná da Galileia (Jo 21.3), homem íntegro, que foi alvo de elogios do próprio Jesus (Jo 1.47), um dos quais a quem o Senhor se manifestou ressurreto às margem do Mar da Galileia (Jo 21.2). Quanto à obra de Bartolomeu, existe indícios e tradições que afirmam que ele exerceu seu ministério na Índia (p. ex. nos escritos de Eusébio). Há também a possibilidade de ter sido martirizado na região da Armênia, esfolado vivo, recebendo o golpe de misericórdia por ordem do rei Astíages. Esta tradição levou Miquelângelo a pintar sua obra “Julgamento Final” apresentando São Bartolomeu esfolado, segurando as próprias peles na mão. Existe um evangelho apócrifo que leva o seu nome. Não produziu material canônico. Mateus (gr. Maqqai/oj, contração do nome hebraico Matatias, que significa “presente de Yahweh”) também era conhecido pelo nome Levi (Mc 2.14; Lc 5.27). Talvez, seu nome fosse Mateus Levi, ou Mateus, o levita. É designado também pela expressão “filho de Alfeu” (Mc 2.14). Os sinópticos apresentam-no como um publicano, ou seja, um cobrador de impostos (Mt 10.3; Mc 2.14; Lc 5.27). Este cargo atraía o ódio por parte do povo, não só por estar a serviço dos romanos, mas também porque muitos publicanos exploravam os contribuintes, enriquecendo-se à custa da espoliação dos próprios compatriotas. Os romanos exigiam um determinado valor como forma de tributo, e davam liberdade aos cobradores de impostos (publicanos) a cobrarem além para o seu próprio sustento. Por causa desta liberdade, havia abusos. Pela tradição, Mateus trabalhou não apenas na Judéia, mas também no Egito e na Etiópia. Quanto à sua morte, existe registro na Igreja ocidental que registra seu martírio por causa do evangelho. Sua contribuição escrita inspirada é o evangelho que leva o seu nome. Tomé (gr. Qwma/j, vem de um termo no aramaico que significa “gêmeo”. Essa é a razão de, no quarto evangelho, receber o nome “Dídimo” (gr. Di,dumoj() que no grego significa “gêmeo” (Jo 11.16; 20.24; 21.2). O episódio geralmente bíblico que popularizou o seu nome na igreja, foi o episódio relativo à sua incredulidade na ocasião que Jesus apareceu aos discípulos no Cenáculo em sua ausência e afirmou que se não tocasse nas feridas de Jesus não acreditaria (Jo 20.24, 25). Entretanto, a mesma boca profere uma das mais emocionantes declarações sobre a divindade de Cristo (Jo 20.27, 28). Sobre Tomé, existem as mais duvidosas e curiosas tradições. Orígenes e Eusébio afirmam que ele foi trabalhar na Pártia. Os Atos de Tomé (escrito apócrifo) diz que ele foi evangelizar a Índia, onde teria sido posteriormente martirizado e sepultado pelos seus convertidos. Clemente de Alexandria registra que Tomé não foi martirizado, mas morreu de causas naturais. Até hoje existe na índia segmentos cristãos que se dizem descendência espiritual de Tomé. Tiago (Gr. VIa,kwboj), distingue-se do Tiago “filho de Zebedeu, irmão de João, por ser chamado “filho de Alfeu” (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15). Geralmente, para fazer distinção com o Tiago irmão de João, ele é identificado como Tiago o Menor, filho de Maria (Mc 15.40). Certamente que o título “o menor” está associado com sua menor idade ou estatura em comparação ao Tiago irmão de João. Tiago, filho de Alfeu, é citado no N.T. apenas quatro vezes (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). A designação “filho de Alfeu”, levou muitos estudiosos a propor que este Tiago era irmão de Mateus (Levi), que é identificado pela mesma designação “filho de Alfeu” (Mc 2.14). Entretanto, isto é improvável, pois em nenhum lugar o Novo Testamento associa Mateus a este Tiago, coisa que era comum no caso de irmãos, como Pedro e André (Mt 10.2; Mc 3.17; Lc 6.14; Jo 1.40) e João e o primeiro Tiago (Mt 10.2; Mc 3.17). Por este motivo, fica evidente que o “Alfeu”, pai de Tiago, era alguém distinto do “Alfeu” pai de Mateus (Levi). Talvez o Alfeu pai de Tiago fosse “Clopas” se a Maria, mãe de Tiago, que estava presente na crucificação, for identificada como a esposa de Clopas (Mc 15.40 → Jo 19.25). Assim, Clopas seria um segundo nome de Alfeu. Entretanto, faltam provas mais contundentes sobre esta relação. Sobre a morte de Tiago, o menor, é comumente dito que morreu pela mão dos judeus, apedrejado por pregar o evangelho, durante o reinado de Nero. Tadeu (gr. Qaddai/oj, possivelmente do aramaico, que significa “coração”) é mencionado apenas em Marcos e Mateus com este nome. Entretanto, talvez apenas Marcos lhe atribua este antropônimo, visto que existe alguns manuscritos que trazem o nome “Lebeu” em Mt 10.3 (gr. Lebbai=oj) como faz nossa ARC (versão Almeida Revista e Corrigida), ao invés de “Tadeu”. Na lista dos apóstolos feita por Lucas (6.14-16; At 1.13), Tadeu é omitido, em seu lugar é inserido o nome “Judas” (forma grega derivada do hebr. Judá) com a designação “filho [ou irmão] de Tiago” ( gr. VIou,dan VIakw,bou Lc.6.16). Na verdade, a tradução seria apenas “Judas de Tiago”, mas tal relação implica em grau de parentesco, por isso “filho” (ARA Lc 6.16; At 1.13) e “irmão” (ARC Lc 6.16 traz como opção em nota de rodapé). Desta forma, é possível que seu verdadeiro nome fosse Judas, e Tadeu e/ou Lebeu fosse(m) apelido(s) para distingui-lo do desprezado Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus. Se esta distinção já era utilizada antes da morte de Jesus, então tinha como propósito a simples diferenciação entre os dois Judas (Jo 14.22). Judas também era o nome de outro personagem do Novo Testamento, um dos irmãos (meio irmãos) de Jesus, aquele que escreveu a Epístola de Judas, irmão de Tiago autor da Epístola que leva o seu nome (nenhum dos dois Tiagos apóstolos), que veio a ser um proeminente líder na igreja primitiva (At 12.17; 15.13). Pela tradição, Judas Tadeu (e/ou Lebeu), o irmão de Tiago, exerceu seu ministério na Síria, Arábia e Mesopotâmia. Não produziu material canônico. Simão (mesmo nome de Pedro), distinto do apóstolo Pedro pela designação “o zelote” (ARA) ou “o cananeu” ou “cananita” (ARC em Mt 10.4; Mc 3.18). Tal diferença se dá por causa do termo grego utilizado por Lucas (gr. Zhlwth.j- Lc 6.15; At 1.13) que significa “zelote” que é mais específico do que o termo empregado por Mateus e Marcos “cananeu” (gr. Kananai/oj - Mt 10.4; Mc 3.18) que tanto pode ser traduzido por “zelote” como por “cananeu”. Se optarmos por “zelote”, o identificamos como membro do partido político judeu que queria a qualquer custo a expulsão dos romanos do território da Judéia, incitando a guerra e a violência. Eram o oposto dos herodianos, outro partido político que era favorável à permanência de Roma, de quem conseguiam favores. Se optarmos por “cananeu”, isso seria uma simples distinção colocada para diferenciá-lo do outro Simão (Pedro). Por causa da utilização de um termo específico por parte de Lucas, leva-nos a padronizar a tradução dos dois termos por “zelote”, como faz ARA. Entretanto, devemos entender que após seu chamado por parte de Cristo, certamente deixou suas atividades políticas revolucionárias, sendo chamado de “zelote” apenas para distingui-lo do seu homônimo (Pedro). Não produziu material canônico. Judas (mesmo primeiro nome de Tadeu) era também diferenciado do outro apóstolo do mesmo nome, pela designação “iscariotes” (gr. VIou,daj VIskariw,q). A possibilidade mais provável do sentido deste termo é “homem de Queriote” que ficava em Moabe (Jr 48.24), ou ainda Queriote-Hezrom (Js 15.25). Alguns tentam associar a palavra “iscariotes” com um termo semelhante em aramaico, que significa “assassino”, o que é improvável. Este Judas foi aquele que traiu a Jesus, motivado pelo dinheiro que receberia (Mc 14.11), e orientado pelo próprio diabo (Lc 22.3). Morreu de forma terrível, tirando a própria vida, enforcando-se, expondo sua maldição até mesmo pela forma que escolheu se suicidar (Dt 21.23). Seu enforcamento se deu, amarrando a corda a um galho de árvore, na encosta de uma colina. Depois de haver morrido, não suportando o peso do corpo de Judas, o galho rompeu-se, lançando seu corpo ribanceira abaixo, destroçando-se na queda (At 1.18). Sobre ele, Jesus diz: “O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!” (Mt 26.24; Mc 14.21). Também, o Mestre se dirige a ele como “filho da perdição” (Jo 17.12), apontando, inclusive, o seu destino eterno. Ele foi o único que andou com Jesus, serviu a Jesus, mas foi utilizado na vontade de Deus pela sua própria maldade, para o cumprimento das Escrituras, como o próprio Jesus afirma: “está escrito”. Rev. Jair de Almeida Júnior